Revista Oswaldo Cruz Cultural - Edição 54

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REVISTA

OSWALDO CRUZ CULTURAL Uma publicação do Laboratório Oswaldo Cruz de São José dos Campos Ano IX - no54 - Nov/Dez 2016 - Distribuição gratuita e dirigida LABORATÓRIO

OSWALDO CRUZ

Murilo Rubião: Escritor mineiro pioneiro do realismo mágico na literatura brasileira

Confira nas págs. 6 e 7

Saiba como cortar gastos e poupar mais Pág. 11

Veja quais alimentos ajudam a saúde dos olhos Pág. 5

Conheça a ópera de Mozart, ‘A Flauta Mágica’ Pág. 9


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Editorial

Como cheguei ao mundo Criar consciência do que somos, de onde viemos e para onde vamos, é tarefa difícil mas necessária ao homem. Neste editorial há uma tentativa filosófico-prática de alcançar algum resultado. Boa Leitura!! Agora que sou adulto e sei melhor das coisas, entendi finalmente o termo “consciência coletiva”. Tenho certeza de que, desde meu início, no projeto de vida que viria-a-ser eu mesmo, participei dessa consciência. Explico melhor: Ao princípio minha incipiente vida não passava de uma célula, às vezes masculina, outras vezes feminina. Não havia dramas nem preconceitos; eu era feliz com o que tinha. Lembro-me das tentativas frustradas, quando numa louca corrida por chegar em primeiro lugar, entre milhões de competidores, o destino frustrante era um surrado lençol, uma banheira vazia ou a relva de um parque da cidade. Quando acontecia a sorte do destino certo à procura da cara metade, que também era eu, outros muitos competiam comigo a fim de fecundar e vir-a-ser no mundo real. Em todas as vezes eu me perdi, mas me reencontrei novamente como se fosse o único. Sempre soube disso, mas não me dava conta. Sempre a meu lado, outros eus concorriam comigo. E ai vem o confuso pensamento: como podia ser eu mesmo a cada dia se no ontem eu me havia perdido? Se o destino me reservava hoje me secar sobre um velho lençol ou outro destino qualquer e desaparecer como consciência viva, como é que amanhã, ou depois, ou sempre, no preparo para a árdua luta de chegar primeiro, era eu

Expediente Editor Geral: Héctor Enrique Giana Colaboração: Isabella Damião Projeto Gráfico: Héctor Enrique Giana Periodicidade: Bimestral Tiragem: 4.000 exemplares

Distribuição gratuita e dirigida

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(12) 3946-3711 A maioria de nossas matérias são retiradas de Internet.

novamente? É mais, cada um de nós era eu; tinha certeza disto, porque quando vinguei e me amalgamei na úmida vida do seio materno, sabia que todos nós éramos um! Competia comigo mesmo? Como disse no início, quem estava lá esperando por mim era eu mesmo... Estranho, não é? Como ser a seta e o alvo ao mesmo tempo? Estava eu nadando e flutuando no espaço finito, encerrado num tubo longo e sinuoso, avermelhado e frágil, quando de repente, em louca disparada, um jato esbranquiçado vem na minha direção com milhares de seres em ziguezagueante corrida querendo me invadir. Não sei se devo deixar... Será a morte? Alguma coisa me disse que devo esperar. Muitas cabeças ovais e arredondadas chegam perto do meu corpo penetrando na interface da minha pele. Os rabinhos se movem em desespero para impulsionar a cabeça para dentro de mim. Posso contar dez ou doze deles na tentativa louca de fecundar-me, mas sinto que um só vingará. Qual? Não importa... todos somos eu, invasor e invadido, com o objetivo final de completar a jornada. Sei também que irá penetrar o mais preparado, o melhor dos eus, assim como sendo único, como célula feminina, sou a melhor. Muitas vezes me frustrei também. Em quantas ocasiões, mês após mês esperei em vão que a outra metade de mim viesse me buscar! Quantas oportunidades perdidas. Mas sempre era eu que estava ali, esperando, torcendo para vir-a-ser.

E agora eu sou, vivo uma vida plena, perfeita, o que inclui respiração, batimentos cardíacos, produção de toda espécie de secreções, produção de emoções e sentimentos e às vezes alguma espécie de cognição. E quando olho para trás e vejo o caminho percorrido, imagino-me ainda não sendo, ainda na louca corrida ou na entediante espera. Mas isto é pura filosofia. Tentar entender a vida é tarefa difícil se não impossível. Mas ao final, uma coisa é certa: Eu já fui um óvulo e também fui um espermatozóide. E agora... o que é que eu sou? Sei que a vida irá a continuar por um longo tempo até que a Essência Suprema decida que já é hora de partir. Ninguém sabe como será a passagem, mas muitos dizem que existe uma volta. Voltarei como eu mesmo? Os que dizem que sabem, afirmam que a centelha criada que anima o corpo físico é eterna e se repete pela eternidade do mesmo modo, como que cumprindo um plano pré-estabelecido. Dizem que o plano prevê um aprendizado para compor a memória do Universo físico na manifestação do incriado, até que a noite de Bhrama aconteça novamente. Se isto for verdade, já tenho um motivo transcendente para ser e posso cumprir meu papel nesta fábula sem prejuízo da minha própria história de vida.

Que assim seja! A direção


Literatura

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O Autor O TUDO TEM UM TEMPO 01. ONTEM – O telefone era preto, pesado, caro e privilégio de uns tantos. Ficava na sala, em lugar fixo, tão importante que era. HOJE - O telefone celular, nas suas diferentes extensões, é um apêndice do corpo humano. 02. ONTEM – O tanque de lavar roupas era um dos calvários diários das donas de casa. HOJE - A máquina de lavar roupas faz o trabalho pesado e a mulher se livrou de mais uma servidão. 03. ONTEM – A mulher era só uma resignada dona de casa. HOJE – A mulher é executiva, profissional liberal, ocupa importantes cargos públicos e ainda gerencia sua casa em difícil jornada chamada dupla. 04. ONTEM – Morar juntos e sexo livre eram comportamentos só para depois do casamento. HOJE – Morar juntos e sexo livre com responsabilidade acontecem muito antes do casamento perante a lei e a religião. 05. ONTEM – Era necessário se deslocar até o banco para perguntar o saldo da conta bancária. HOJE – Movimentam-se contas e pagamentos sem se sair de casa. 06. ONTEM – Os médicos atendiam em domicílio assim que chamados

e eram considerados pessoas da família. HOJE – Um médico não sai de sua clínica e pode demorar 1, 2 ou mais meses para atender um paciente. 07. ONTEM – A televisão, privilégio de poucos, era em preto e branco e, além dos poucos canais disponíveis, precisava-se levantar do sofá para mudar o canal. HOJE – A televisão é o membro mais falante da família e as centenas de canais são mudados sem se sair do sofá e é um item tão importante quanto à geladeira. 08. ONTEM – As casas eram estreitas e construídas à beira das calçadas, sem garagens, pois, os carros eram privilégio de poucos. HOJE – Prédios de apartamentos são como clubes espaçosos e, geralmente, têm ao menos 2 garagens. 09. ONTEM – Compravam-se jornais para saber o que aconteceu no mundo ontem. HOJE – O que acontece no mundo é dado a saber a todos de forma instantânea. 10. ONTEM – Era um corpo ágil, bonito, com olhar brilhante num rosto liso, de sorriso franco e com uma mente vivaz. HOJE – Caminha trôpega, com olhar entristecido num rosto vincado, de sorriso ressentido e com uma mente que vive no ontem e que deseja que não tivesse passado nunca para o seu hoje, esquecida de que tudo tem um tempo!

Augusto Dias é jornalista, professor e advogado. É escritor e ocupa a cadeira 14 da Academia Joseense de Letras, cujo patrono é o escritor, diplomata, acadêmico e abolicionista Joaquim Nabuco.

CÔNCAVO E CONVEXO Não ri, sorri. Não grita, sussurra. Não chora, soluça. Não corre, caminha. Não retruca, contemporiza. Não ambiciona, contentase. Côncavo e convexo. É feliz, não sofre!

Edward Rasquinha

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Comemoração

Saiba mais sobre a proclamação da república

Nada de Marechal Deodoro da Fonseca. O primeiro a dar o grito da República (e também da Independência) foi o sargento-mor e vereador de Olinda (Pernambuco) Bernardo Vieira de Melo. O militar lançou a proposta em 10 de novembro de 1710 porque estava insatisfeito com a exploração abusiva do país pelos monarcas portugueses. A Câmara da capital pernambucana rejeitou o pedido. A Independência do Brasil, de fato, só viria a se concretizar depois de 112 anos, e a formação da República, 179 anos mais tarde. Ao proclamar a República, no dia 15 de novembro de 1889, Deodoro da Fonseca estava com um ataque de dispneia. Foi tirado da cama no meio da noite para comandar o cerco ao Ministério. Foi sem a espada, porque seu ventre estava muito dolorido. O cavalo baio número 6 que usou não foi mais montado até a sua morte, em 1906. Deodoro havia decidido apoiar os republicanos quatro dias antes. "Eu queria acompanhar o caixão do imperador, que está idoso e a quem respeito muito. Mas o velho já não regula bem, Portanto, já que não há outro remédio, leve à breca a Monarquia. Nada mais temos a esperar dela. Que venha, pois, a República", disse.

Quando passou pelo portão do Ministério da Guerra, o marechal acenou com o quepe e ordenou às tropas que se apresentassem. As tropas se perfilaram e ouviram-se os acordes do Hino Nacional. Estava proclamada a República. Não houve derramamento de sangue. O único que se feriu foi o Ministro da Marinha, José da Costa Azevedo, que reagiu à voz de prisão. Dom Pedro ficou sabendo da movimentação de tropas no Rio de Janeiro quando estava numa casa de banhos em Petrópolis. Mesmo depois de proclamada a República, ninguém quis levar o telegrama com a notícia para D. Pedro II, que estava em seu palácio em Petrópolis. No meio da noite, o major Sólon Ribeiro foi ao encontro do Imperador, que teve que ser acordado. Na verdade, com medo de manifestações a favor da monarquia, os líderes do movimento pediam que D. Pedro II e sua família partissem naquela mesma madrugada. Dizem os relatos que a Imperatriz Tereza Cristina chorou, que Isabel ficou muda e que o Imperador apenas soltou um desabafo: "Estão todos loucos!" Antes de viajar, no dia 17 de novembro, Pedro II escreveu uma mensagem para o povo brasileiro: "Cedendo ao império das circunstânci-

as, resolvo partir com toda a minha família para a Europa amanhã, deixando esta pátria de nós estremecida, à qual me esforcei por dar constantes testemunhos de entranhado amor e dedicação durante quase meio século, em que desempenhei o cargo de chefe de Estado. Ausentando-me, eu com todas as pessoas de minha família, conservarei do Brasil a mais saudosa lembrança, fazendo votos por sua grandeza e prosperidade." No momento de embarcar, o imperador recebeu um convite de seu sobrinho, dom Carlos, rei de Portugal, colocando à sua disposição um dos seus palácios em Lisboa. Pedro agradeceu, mas não aceitou a oferta. No dia 5 de dezembro de 1889, o navio Alagoas chegou a Lisboa. A viagem da família real durou 18 dias. Apesar de ter sido recebido com honras, ele preferiu se hospedar com a imperatriz Teresa Maria num hotel na cidade do Porto. Depois de 23 dias, Teresa Maria faleceu no quarto do hotel. Pedro II morreu deitado num travesseiro que ele encheu com terra brasileira Fonte: Guia dos Curiosos

LABORATÓRIO OSWALDO CRUZ São José dos Campos

‘‘Que venha, pois, a República’’ - Marechal Deodoro da Fonseca


Saúde

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Alimentos que ajudam a manter a saúde dos olhos em vitamina C, que ajudam na prevenção de diversas doenças oculares. Esses alimentos ainda possuem antioxidantes que evitam a progresso de doenças como o glaucoma.

Alho Não há nada melhor para a saúde do que inserir na sua rotina uma alimentação rica em elementos naturais. Cada alimento traz consigo diversos benefícios para o corpo, desde que usados com regularidade. E você sabia que há, inclusive, aqueles que ajudam até mesmo na saúde dos olhos? Saiba quais alimentos têm o poder de evitar o aparecimento doenças oculares e cuide da sua saúde:

são indicados para o bom funcionamento dos olhos.

Ovos Os ovos são ricos em luteína e zeaxantina e a gema contém zinco, responsável por reduzir as chances de degeneração ocular relacionada à idade. Assim, o alimento pode conter danos oxidativos e evitar a possível perda gradual da visão.

Peixes Peixes como salmão, atum, anchovas, cavala e truta são alimentos ricos em ômega-3 e ômega-6 e, por isso, são fortes aliados na prevenção da Síndrome do Olho Seco, doença comum em crianças. Além disso, esses peixes ainda são ricos em minerais e vitaminas A, B6, B12, C, D e E.

Cenouras e alimentos alaranjados A cenoura possui fama de ser boa para os olhos e não é sem razão. O alimento é um antioxidante natural e fonte indireta para se obter a vitamina A, responsável por trazer benefícios para a retina e outras partes do olho. Além da cenoura, outros alimentos de cor laranja, como a abóbora, também

Folhas verdes Uma salada de folhas verdes, como couve, alface e espinafre, traz benefícios para todo o corpo e os olhos, claro, não ficam de fora disso. As folhas protegem os olhos das ações do sol, da degeneração macular e da catarata, por conterem luteína e zeaxantina. E tem mais! Esses antioxidantes contribuem ainda para reduzir possíveis desconfortos em relação ao brilho e podem aumentar o alcance visual.

Frutas vermelhas As frutas vermelhas são ricas

O alho controla o colesterol ruim, que é um dos responsáveis pela degeneração macular. A doença é uma das causadoras da cegueira na velhice e por isso é tão importante ser prevenida. Além disso, o alho tem outros benefícios como: melhora a circulação do sangue, é rico em substâncias oxidantes e ajuda a controlar a pressão. É importante ressaltar que esses alimentos são benéficos não só para os olhos, como também para a saúde como um todo. No entanto, antes de mudar a dieta radicalmente, é importante inserir aos poucos os novos alimentos para uma melhor adaptação. Além disso, sempre que possível, é recomendável ir a um médico ou nutricionista para criar uma dieta de acordo com suas principais necessidades e estilo de vida, respeitando ainda as suas preferências alimentares. Por fim, é indispensável ir ao oftalmologista regularmente para fazer exames de visão e assim garantir a saúde dos seus olhos. A frequência com que deverá se consultar poderá ser indicada pelo seu médico, de acordo com sua idade, histórico familiar e alterações identificadas. Fique atento! Fonte: Vivo Mais Saudável


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Literatura

O centenário de Murilo Rubião

Escritor mineiro, nascido há um século, foi precursor do realismo mágico na literatura brasileira O homem Nasceu Murilo Eugênio Rubião a 1º de junho de 1916, na cidade de Silvestre Ferraz (atualmente Carmo de Minas). Filho de pais também escritores, graduou-se em Direito, na Faculdade de Direito de Minas Gerais, em 1942. Figura importante entre o círculo de escritores, presidiu por três vezes a Associação Brasileira dos Escritores (secção de Minas Gerais) e foi o vice-presidente do I Congresso Brasileiro de Escritores, pensado para se contrapor à falta de liberdade imposta pelas diretrizes do Estado Novo. O escritor fez carreira no serviço público, ocupando cargos como o de diretor da rádio Inconfidência Mineira, oficial de gabinete do interventor João Beraldo, e depois do governador Juscelino Kubitschek. Organizou o suplemento literário do jornal Minas Gerais, onde atuou como diretor, até assumir a direção de publicações da Imprensa Oficial do Estado, último cargo exercido antes da aposentadoria.

Murilo Rubião aparece nas reminiscências de alguns amigos como homem reservado, tímido, de poucas palavras. O próprio autor traça um Autorretrato, no qual salienta a importância do pai, de quem herdou a intelectualidade, “a timidez e um certo ar cerimonioso, que tem me privado da simpatia de inúmeras pessoas. Algumas delas mulheres, o que é lamentável”; declara seu apego por Belo Horizonte, onde desejou morrer “No cemitério do Bonfim, se não for incomodo para os que me sobreviverem”. Ao lermos alguns depoimentos sobre o homem Murilo Rubião, ou relatos dele próprio sobre si e sua obra, acabamos reforçando certa impressão melancólica e triste que marca suas narrativas. Mas esta é apenas uma das vias de acesso às quais os leitores têm que lançar mão para adentrar nas várias camadas de significação de seus contos, muitos deles quase indevassáveis, como “A casa do girassol vermelho”, “O homem do boné cinzento” e “A noiva da casa azul”. Faleceu no dia 16 de setembro de 1991. Hoje, Murilo Rubião ocupa o

lugar de precursor de um gênero literário até então sem precedentes em nossa literatura – o realismo mágico, ou fantástico – e há estudiosos que defendem a tese de ter sido ele quem inaugura o gênero na América Latina, antes de Borges, Cortázar e Gabriel García Márquez. A obra Algo que impressiona na obra de Murilo Rubião é o seu reduzido tamanho e o trabalho quase obsessivo de reescrever seus textos até a exaustão. Sua obra completa não chega ao número de quarenta contos. Demorou sete anos para conseguir publicar seu primeiro livro, ‘‘O exmágico’’. Antes disso, já era conhecido por escrever “contos estranhos” em jornais e revistas. Não só o livro não saiu como jamais houve publicação de um conto com aquele título. Só mesmo em 1947, depois de ser recusado por muitas editoras, conseguiu lançar O exmágico, reunindo quinze contos. Os contos de Murilo Rubião encantaram Mário de Andrade, com quem passou a manter uma relação por cartas. O autor de Macunaíma se


Literatura viu maravilhado com as estórias do escritor mineiro, ao mesmo tempo em que sentiu certa dificuldade para caracterizar aquele tipo de escrita, optando por chamar as narrativas de “fantasias”. Foi Mário de Andrade quem primeiro associou os textos de Rubião com a literatura do escritor tcheco Franz Kafka. ‘‘O ex-mágico’’ logo despertou atenção da crítica e de outros escritores. No mesmo ano de seu lançamento, Sérgio Milliet escreve (com um pé atrás) uma resenha para O Estado de S. Paulo, sobre o “livro desigual de Murilo Rubião, hesitante na realização técnica e lembrando por demais as experiências de 22”, dando destaque para o conto que nomeia a obra, uma das melhores realizações do escritor. Muitos leitores tentaram compreender o tipo de literatura que surgia da pena deste escritor. Novamente surge o nome de Kafka. O próprio autor diz que não conhecia Kafka até o momento em que Mário de Andrade o apresentou, além de já ter escrito a maioria dos contos que publicou em 1947, antes de ter lido o escritor tcheco. Confessa que se sentiu deslumbrado com a leitura de ‘‘O processo’’, e reconheceu em Kafka como que um irmão, “E por acaso!”. Foi preciso o próprio escritor apresentar suas fontes: as histórias que sua babá lhe contava na infância, a Bíblia e Machado de Assis. Rubião diz que em alguns contos, como “Os dragões”, por exemplo, o motivo já existia em sua memória desde a infância, guardado nas reminiscências, das histórias contadas pela babá. Quanto a Machado de Assis, considerado sua maior e mais direta influência, Murilo Rubião parece ter herdado algumas características, como a sandice existente no universo machadiano – “O delírio” de Brás Cubas e a psicopatologia generalizada da novela ‘‘O alienista’’, por exemplo. Também uma espécie de ceticismo

radical emanado das páginas de Rubião que, aliado a um humor meio sorumbático, meio penumbrista, o narrador muriliano envolve seus personagens. Existe ainda um espectro melancólico que atravessa a obra de Murilo Rubião do começo ao fim, algo presente em boa parte da obra de Machado. Não é demais lembrar que as ‘‘Memórias Póstumas de Brás Cubas’’ foram escritas “com a pena da galhofa’’ e a ‘‘tinta da melancolia”. Alguns personagens de Murilo Rubião são também Narradores Defuntos, como sugere o final do conto “Bárbara”, e na forma através da qual se apresenta o próprio narradorpersonagem de seu conto mais famoso, “O pirotécnico Zacarias”: Depois de ‘‘O ex-mágico’’, o autor só volta a lançar outro livro em 1953, A estrela vermelha, mas com apenas três contos inéditos e outros doze “violentamente” reescritos. Em 1965, outro livro de Rubião vem a público, ‘‘Os dragões e outros contos’’, com apenas cinco contos inéditos e o mesmo procedimento de reescrita dos contos presentes nos dois livros precedentes. E o mesmo procedimento volta a a c o n t e c e r e m ‘‘ O p i r o t é c n i c o Zacarias’’, ‘‘O convidado’’ e ‘‘A casa do girassol vermelho’’, todos lançados em 1974, reunindo contos reescritos nas coletâneas anteriores.

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Este trabalho incessante de reescrever seus textos chamou atenção da crítica e se constitui como fator importante para o entendimento da obra de Rubião, especialmente de alguns contos como “A armadilha”, “A fila” e o “O edifício”, espécie de recriação moderna do mito de Sísifo. São contos extremamente aflitivos, em que a ideia de finitude da vida parece suspensa, ficando os personagens submetidos ao funcionamento opressivo de uma engrenagem social que despersonaliza o humano. O conto termina, mas a sensação é de que os personagens continuarão encerrados num eterno presente, movendo-se em falso dentro de uma infinita condenação à vida. Somente após o lançamento de ‘‘O pirotécnico Zacarias’’ que Murilo Rubião começa a receber o devido reconhecimento, inclusive internacional, com traduções para o alemão, espanhol e inglês. Tal projeção inevitavelmente remeteu seus contos ao realismo fantástico dos autores hispano-americanos, cujo boom ocorreu nas décadas de 1960 e 1970. O que deixou de ser levado em consideração foi o fato de Rubião já escrever este gênero narrativo no início da década de 40, inclusive publicando o conto “O ex-mágico” numa coletânea de autores brasileiros na Argentina, em 1946. Rubião declarou em algumas entrevistas que só veio conhecer a literatura de Borges na década de 1960 e que o autor argentino não lhe agradou tanto, “muito preso às ciências ocultas, à numerologia, à cabalística”. Também disse não concordar quando compararam seus contos com a narrativa dos demais autores hispano-americanos. Para o escritor, seus contos só guardam parentesco com a obra de Kafka, de quem reconheceu a maestria, e uma certa influência posterior na maneira de construir situações insólitas, como forma de denunciar o absurdo que é a própria realidade. Fonte: Revista Cult


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Tecnologia

Médicos apostam em inteligência artificial contra o câncer

Um médico conversa com seu computador sobre o caso de um paciente com câncer, como se estivesse diante de um colega. Ele compartilha suas impressões e faz perguntas. O sistema do computador entende a conversa e, a partir das informações recebidas, acessa uma vasta base de dados com milhões de páginas de literatura médica e casos semelhantes. Depois de processar esses dados, ele responde ao médico, também em linguagem natural. Esse cenário, apesar de parecer futurista, baseia-se na tecnologia de computação cognitiva, que move sistemas como o Watson, da IBM. Por meio de parcerias com centros médicos espalhados pelo mundo, começa a ser criada uma "nuvem" de conhecimento sobre o câncer, uma enorme base de dados online com milhões de páginas de informação, textos acadêmicos e diários médicos. Essa base pode ser acessada por meio da linguagem natural, e todo o trabalho de cruzamento de informações e elaboração de hipóteses, que dará ao usuário o resultado de sua pesquisa, é

processado pelo cérebro eletrônico. Em abril deste ano, a Sociedade Americana de Câncer estabeleceu uma parceria com a divisão de inteligência artificial da IBM para adicionar ainda mais conhecimento ao Watson, que será integrado à nuvem da instituição. Ao todo, são cerca de 14 mil páginas de informações relacionadas ao tratamento de câncer, focadas no suporte a pacientes em tratamento e sobreviventes, que poderão acessar esses dados por meio da linguagem natural, ou seja, conversando com o computador. O sistema tornou-se viável graças às características únicas da computação cognitiva - uma inteligência artificial que compreende dados não estruturados (como a linguagem falada, textos e imagens) e que pode estabelecer novos insights sem que seja programada para agir de uma determinada maneira, como os computadores tradicionais. Assim, a máquina pode trabalhar com grande parte do conhecimento já produzido sobre o tratamento do câncer e oferecer a pacientes e médicos um novo olhar, com alta precisão. "É difícil analisar a quantidade enorme de dados que coletamos", diz Craig Thompson, presidente do hospital Memorial Sloan Kettering, centro pioneiro de pesquisa do câncer dos Estados Unidos, localizado em Nova York, e uma das principais referências na área. O hospital foi um dos primeiros parceiros da IBM no uso do Watson na oncologia. O Watson auxilia médicos a estabelecer o melhor plano de ação para o tratamento de um determinado

tipo de câncer baseado em evidências. O oncologista acessa a base de dados e estuda as possíveis alternativas, fornecidas com base em uma coleção de casos anteriores. A inteligência artificial faz todo o trabalho de análise. "O Watson tem a capacidade de analisar grandes volumes de informação e reduzi-los a pontos críticos de decisão. Isso é essencial para melhorar nossa habilidade de entregar terapias efetivas e disseminar essas informações para o mundo", diz Thompson. Como é capaz de aprender, assim como o cérebro humano, o sistema pode ser alimentado com uma quantidade ilimitada de dados. Algoritmos matemáticos de aprendizado dão conta do trabalho. Quanto mais exemplos receber, melhor será a elaboração de tratamentos eficazes, baseados em casos anteriores. A decisão final sempre caberá aos médicos, mas eles a tomarão com uma quantidade muito maior de informação analisada.

"Nosso papel é o de professor do Watson. Assim como ensinaríamos um oncologista em início de carreira, treinamos o sistema. Colocamos nele informações sobre como nossos médicos tratam os pacientes", diz Mark Kris, médico chefe do departamento de computação cognitiva do Memorial Sloan Kettering. Além de já funcionar em mais de dez centros de tratamento nos Estados Unidos, a tecnologia de inteligência artificial começa a ganhar o mundo, com experiências na Índia e na Tailândia. Com a união da computação cognitiva e de uma nuvem na internet que armazena todas as informações, os médicos do Memorial Sloan Kettering acreditam que essa tecnologia vai proporcionar uma revolução médica que não se limitará a alguns centros americanos. "Isso tem o potencial de mudar totalmente a maneira como conduzimos a medicina no mundo", diz Larry Norton. "É um passo revolucionário."

Fonte: SuperInteressante


Música

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Conheça 'A Flauta Mágica', a ópera encantada de Mozart A Flauta Mágica foi um dos últimos trabalhos lançados pelo grande músico Wolfgang Amadeus Mozart, dois meses antes de sua morte, enquanto escrevia o Requiem. Apesar do seu estado de saúde e afligido por grande dificuldade econômica – assim como o empresário responsável pela exibição, um grande amigo seu – Mozart aceitou criar essa excepcional ópera. Devido à grande competição existente na época entre os lançamentos musicais, a magistral obra sofreu uma série de mudanças antes de sua estreia nos palcos, assim, os críticos explicam que os elementos de contos de fadas e encantamentos eram para entreter o público. Um de seus personagens é Papageno, um pássaro simbólico que carrega uma gaiola nas costas e é capaz de falar com os seres humanos. Na peça original ele possuía penas. Durante a ópera, Papageno é submetido a grandes testes que tentam retirá-lo do mundo das aves. Este mundo, na realidade, simboliza o mundo humano das emoções que o aprisiona em uma gaiola que, por livre escolha, se autoimpõe. A história começa com o príncipe Tiamino sendo perseguido pela serpente do mal; depois de perder sua arma, desmaiou enquanto orava a Deus por sua vida. Tiamino é salvo por três mulheres, mas quando acorda ele só vê Papageno que se aproxima, e acredita então que ele é seu salvador. As três mulheres retornam e percebem que Papageno mentiu ao ficar em silêncio, então decidem punilo trancando sua boca com um cadeado de ouro, enquanto encarregam Tiamino de resgatar uma jovem princesa. Depois de lhe mostrarem o retrato da princesa, Tiamino se apaixona e sua genuína canção de bons sentimentos é ouvida; então ele é designado para ir em seu socorro. Enquanto isso, Papageno está triste por ter sido punido, mas é liberado em troca de ajudar Tiamino em seu resgate. Ele

aceita relutantemente, pois se considera uma simples ave. Para Tiamino é dada uma flauta mágica que modifica o humor de quem a ouve e faz com que todos fiquem bem e felizes, enquanto a Papageno lhe são dados sinos mágicos de prata para que o protejam com seu som durante o resgate no palácio de Sarastro. Papageno conhece Pamina, a jovem princesa que estava sendo perseguida pelo malvado Manostatos.

Pamina fica assombrada com a presença da ave, assim como Papageno com o terrível Manostatos, mas este logo se apresenta a ela em uma das mais famosas árias da ópera. Ele conta que o príncipe Tiamino está apaixonado por ela e que está vindo em seu socorro. Ambos cantam um para o outro sobre o amor e os bons sentimentos da vida. Enquanto isso, Tiamino se apresenta a Sarastro, que se revela não ser o personagem mau da ópera. Ele explica ao príncipe que sequestrou a jovem para protegê-la da malvada rainha da noite, sua mãe. Tiamino toca sua flauta mágica e ouve-se, então, a mesma música que é sempre cantada por Papageno. Pamina e Papageno a ouvem e, utilizando os sinos mágicos, conseguem escapar.

Para libertar a princesa, tanto Tiamino quanto Papageno precisam passar por uma série de testes, aos quais só uma pessoa virtuosa pode sobreviver, mas Papageno se queixa de que é apenas um pássaro que deseja uma vida simples. Tiamino mostra que é forte e capaz de vencer as tentações, as provas de amizade, as emoções e as provas do silêncio, mas Papageno desmaia, é inseguro e não as supera. Enquanto Tiamino é recebido com glórias no mundo da felicidade, Papageno está afundado em dificuldades e deve ser eliminado, mas então é perdoado e libertado em seu mundo. Como não passou pelas provas foi deixado sozinho, sem sua amada Papagena, que conheceu durante as provas. Emocionado, Papageno é ajudado por algumas crianças quando está prestes a se suicidar. Elas o recordam de que ainda pode recorrer aos sinos de prata para chamar com seu canto a Papagena. Papagena regressa e então é encenada a união das duas aves que pedem a Deus sua bênção e uma grande descendência de Papageno. O vídeo mostra as vozes excepcionais que cantam na animada cena do dueto de pássaros. A peça termina quando o mal, representado pela mãe da princesa, a rainha da noite, com a ajuda de Manostatos, tenta se apoderar do palácio de Sarastro, mas na luta eles são derrotados e expulsos para a Terra. Fonte: Epochtimes


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Espiritualidade

Curso I: DESENVOLVIMENTO ESPIRITUAL Ensinança 9: O exercício da Memória

SANTIAGO BOVISIO Nasceu na cidade de Bérgamo, ao Norte da Itália, no dia 29 de setembro de 1904 e, desde muito pequeno, manifestou extraordinárias faculdades de clarividência e profecia que, com o tempo, a disciplina e o conselho de instrutores físicos e astrais, alcançaram níveis excepcionais. Ainda jovem, ingressou na Ordem dos Cavalheiros do Fogo ramo europeu (C.H.E.F.), em Veneza. A 10 de janeiro de 1926, já com o grau de Cavalheiro Ordenado, fundou a União Savonaroliana em Buenos Aires. Mais tarde fundou, em Rosário, a Universidade Espiritualista Argentina, à qual aderiram grupos de diferentes origens. No dia 3 de março de 1937, junto com três companheiros, fundou Cafh, sigla da Sagrada Ordem dos Cavalheiros Americanos do Fogo de Hes. Preparava-se para empreender uma viagem terrestre às Serras Madre de Dios, a noroeste de Machu Pichu, para descobrir uma terra não pisada por pés humanos - prometida a Cafh pela Divina Mãe para construir uma Comunidade Mística secreta, OM HES, de Sacerdotes Ordenados, para dirigir, desde ali, a obra americana da Nova Era de Aquário (Hidrochosa) - quando a morte o surpreendeu num acidente rodoviário nos arredores de Rio Quarto, na manhã de 3 de julho de 1962.

A memória é a vaga ou clara recordação das coisas passadas, é a fixação mental das coisas presentes e é a imaginação evidenciada do futuro. Estes três tempos da memória são indispensáveis para que ela possa ser assim chamada com propriedade. Em geral, os homens têm um conceito muito vago do que é a memória, pois para eles é aquela faculdade mental que os faz recordar o passado e nada mais. Porém, a verdadeira posse desta virtude implica o domínio dos três tempos. Quando se é criança, quando o cérebro ainda está impregnado das energias cósmicas que trouxe consigo do além, tem-se uma boa memória que fixa claramente os fatos e prevê, por essa clareza, o que é conveniente para a vida. Ao atingir a maturidade, a memória do homem já se debilitou e, com a velhice, acentua-se o esquecimento. Isto é porque os homens não possuem memória. Para eles é o dom gratuito da mente, mas a memória é um campo a explorar que se perde ao não ser lavrado. Os estudantes esotéricos hão de ter uma memória tal que recordem perfeitamente o passado, tendo sempre presentes os acontecimentos cume de suas vidas. E, têm que ter uma fixação tal dos fatos de sua vida e das obras atuais que possam, pela lógica da memória, evidenciar claramente o porvir. Primeiro Tempo: O Passado Os acontecimentos passados se imprimem todos no subconsciente e são exumados pelo centro solar, em lugar de sê-lo pelo centro visual. Em uma palavra, o homem se recusa a pensar, deixa que sua mente subalterna pense por ele. Quando a criança observa e recorda, é tal a força que a impulsiona - a qual é chamada curiosidade. Poder-se-ia sintetizar então: a falta de memória é devida à falta de interesse pela vida. O ser se conforma com saber e recordar o necessário, o que é indispensável para suas tarefas diárias, para suas ocupações imprescindíveis, descuidando tudo o mais. Por isso, tem tão vital importância o exame retrospectivo, que reordena os fatos acontecidos durante o dia, para carregá-los com a devida energia mental, indispensável para que se fixem clara, e não vagamente, no subconsciente. Esta é uma das finalidades do retiro espiritual. Todos os estudantes teriam que afastar-se do bulício do mundo para viver uns dias de completa absorção espiritual. Para poder fazer o exame retrospectivo de todo o ano e habituar a memória a fixar bem os acontecimentos mais destacados no transcurso do mesmo. Não se pode conseguir o desenvolvimento espiritual que tanto anelam os estudantes, sem esforçar-se. A natureza ajuda a despertar a faculdade mental da memória, como acontece no ar rarefeito das alturas. A aquisição das recordações passadas é

tão importante que às vezes se descobre toda uma nova missão ou se soluciona os mais duros dilemas. Freud, com seu estudo de psicanálise, quis curar as enfermidades fazendo que a memória buscasse no subconsciente a causa originária das mesmas. Segundo Tempo: O Presente A fixação da idéia como fomento para a clareza da memória é conseguida pelo exercício da observação e da atenção. Sempre se devem tomar exemplos de crianças. Às vezes encanta, às vezes enfastia, essa insistência delas em perguntar tudo, em querer saber tudo. A curiosidade infantil se transforma em memória, em aguda observação. O adulto só observa aquelas coisas que interessam e descuida todo o restante. Porém, o verdadeiro observador tem que ter uma visão ampla e exata do que vê. Os Mestres dão certos exercícios a propósito. Fazem que um estudante passe correndo de um aposento a outro e, em seguida, volte e escreva em um papel o que viu. Há que repetir esse exercício várias vezes por dia até que, com um simples golpe de vista, se possua todo o panorama. Também se pode pegar um objeto, observá-lo atentamente e anotar em seguida todas as qualidades inerentes ao mesmo. Ver-se-á a princípio que muito poucas qualidades são atribuídas ao mesmo, porém com o passar dos dias, irse-ão acrescentando tantas que se ficará surpreso. Estes exercícios de observação despertam de tal modo a atenção que o estudante, sem perder muito tempo, adquire grande conhecimento e exatidão das coisas e vê, sem empregar muito tempo, que enriquece o armazém de sua memória. Terceiro Tempo: O Futuro Esta memória clara, fixa e construtiva é, evidentemente, espelho do futuro. Para uma pessoa esquecidiça, que vive no semisono da vida material, é muito difícil construir seu futuro, quando tão facilmente esqueceu seu passado. Porém, aquele que recorda conhece muito bem o resultado da Obra. É aqui muito importante fazer uma aclaração: Sempre se diz nas Ensinanças que há que esquecer o passado, apagar o passado. Porém, neste apagar o passado por um lado e recordar o passado há um delicado matiz espiritual. Quando se aconselha esquecer o passado, a Ensinança quer expressar que o homem deve desatar-se dos laços, esquecer as emoções, para não repeti-los. Apagar as imagens para não viver atado a elas. Quando se ensina que se deve recordar o passado, significa que se deve recordá-lo como algo que não é do ser. Algo que é propriedade exclusiva do conhecimento e que se observa e conhece. Aquele que bem recorda, bem sabe. O que não sabe, aprende facilmente e o que aprende facilmente, utiliza-o para a construção do futuro.


Literatura Brincadeira

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Dicas para te ajudar a cortar gastos e ter mais dinheiro

Está faltando dinheiro no fim do mês? Você não consegue guardar nenhuma sobra para uma emergência? Não sabe direito quanto ganha nem quanto gasta? O segredo para juntar dinheiro é tornar isso um hábito. "Poupar é um hábito, fazer o controle dos gastos e da receita é um hábito. Tem que fazer sempre para se acostumar", afirma Thiago Alvarez, presidente do GuiaBolso. Veja a seguir nove dicas para quem quer ter mais dinheiro no bolso. Comece anotando tudo Para saber exatamente quanto ganha e quanto gasta, faça um histórico financeiro. Quem é empregado deve anotar seus gastos e receitas durante três meses. Para os autônomos e profissionais liberais, o histórico deve ser ainda maior: seis meses, por causa da variação da receita. Essa anotação pode ser em planilhas ou aplicativos de finanças pessoais. Use a fórmula para limitar gastos Use a fórmula 50-15-35 dividir os gastos. 50% de tudo o que ganha vai para gastos essenciais: moradia, comida, saúde, transporte e educação 15% para prioridades financeiras da

família. O ideal é que esse valor seja poupado, mas, se a família está endividada, então a prioridade é quitar as dívidas primeiro 35% para manter estilo de vida: lazer, academia, cabeleireiro, restaurantes Se a família estiver gastando muito mais do que 50% da renda com gastos essenciais ou muito acima de 35% para manter um estilo de vida, é hora de cortar custos. Se tiver dívidas, renegocie Antes de começar a poupar, é importante saber quais são as dívidas e o valor de cada uma. Se estiver com dívidas atrasadas, procure os credores para renegociar o pagamento. Só feche acordos que possa cumprir Crie uma reserva de emergência A poupança para uma emergência deve ser o primeiro objetivo de quem

começa a guardar dinheiro. O ideal é poupar de 3 a 6 meses de salário (3 meses no caso de um funcionário público concursado, 6 meses para os demais trabalhadores). O objetivo da reserva é garantir que o patrimônio não seja perdido em caso de desemprego, doença ou outro imprevisto. O dinheiro deve ficar em alguma aplicação fácil de sacar, tal como um fundo DI. Cuidado com o cartão de crédito A fatura do cartão é uma surpresa todo mês? Aposente o cartão e pague as compras à vista. Isso não quer dizer que o cartão seja sempre ruim. A melhor maneira de usá-lo é pagar a fatura sempre em dia, nunca usar o rotativo e concentrar as compras para obter benefícios nos programas de milhagens. "Mas não aconselho a pagar conta de água, luz, e outras despesas essenciais no cartão. Essas contas devem ser pagas de uma vez. O cartão serve para compras eventuais como lazer e estilo de vida", diz Alvarez. Pare de pegar empréstimos Considerar cheque especial como parte da renda é um erro. Também há abuso no consignado. Empréstimos devem ser o último recurso e não um hábito mensal. Se vai comprar algo caro ou fazer uma viagem, junte o dinheiro antes. Troque dívidas caras por outras mais baratas Dívidas no cheque especial e cartão de crédito são as que têm os maiores juros do mercado. Vale a pena trocar a dívida por outra com juros menores, como empréstimo consignado ou empréstimo pessoal. Poupe de 10% a 15% do salário O ideal é poupar 15% do salário todo mês. Mas, para quem não está acostumado, começar com uma meta de 10% é suficiente. O principal é que a pessoa poupe todo mês, pois poupar é um hábito. Fonte: UOL Economia

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