1 minute read

Coronam virumque cano

Next Article
Obrigado Francisca

Obrigado Francisca

Branco de Matos m.brancomatos@gmail.com

POEMA I

Advertisement

CORONAM VIRUMQUE CANO CANCIONEIRO PANDÉMICO Não sei se o vírus sabe que eu existo e se ele me chamar não lhe respondo; por isso é que eu me calo e mais me escondo debaixo até da cama - e não desisto. E penso até que nem o próprio Cristo que nunca odiou ninguém, salvo o cretino escroque fariseu que eu abomino, nos pode por milagre livrar disto. Mas pior do que este vírus, que me assusta mas cumpre as leis fatais da Natureza, são esses corifeus da estupidez que brilham na ribalta só à custa de fakes news e desta vil tristeza de os não podermos vacinar de vez. MM - 4. Fev. 2021

POEMA II

Idos de março? - Cautela! Não encurtemos caminhos: Se não andarmos sozinhos Teremos só a janela Para ouvir os passarinhos. Zaragatoas há menos Zaragatas mais que dantes Porque há sempre alguns pedantes Que sendo até bem pequenos Ao espelho são gigantes. Aí de nós! Porque isto é assim: Safa-se um, um outro a pega E uma coisa ninguém nega: Inda não chegou ao fim O jogo da cabra cega. MM - IDOS DE MARÇO DE 2021

POEMA III

Pássaro preso não canta Que o cantar quer liberdade: O próprio grito que há de Sair limpo da garganta Quer do espaço a imensidade. Até o galo lampeiro Fazendo peito emplumado Erguendo o bico aprumado Melhor canta no terreiro Que em poleiro confinado. Recolhido em meu recanto Haja sol ou faça frio Cantar não canto - assobio: Deste mundo que é um espanto Já nem falo - só me rio. MM - 17.fev.2021

This article is from: