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O nosso sentir… sem cultura não há liberdade
from OsmusikéCadernos 2
by osmusike
Emília Ribeiro
“Os meus heróis na vida real são os que desafiam a lei em nome de um ideal” Natália Correia
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A liberdade de expressão e o fim da opressão são o motivo de celebração que impulsiona Osmusiké a comemorar a Revolução dos Cravos, com a edição do Caderno 2 e a realização de dois espetáculos: “Vozes e sons da Liberdade” e “Guimarães Tesouros Clandestinos” No dia 25 de abril de 1974, explodiu a revolução! A senha para o início do movimento foi dada à meianoite através de uma emissora de rádio, a senha era uma música proibida pela censura, “Grândola Vila Morena”, de Zeca Afonso. Zeca Afonso, uma referência nacional entre as vozes de contestação ao regime do Estado Novo — a ditadura, que já se prolongava desde 1926, em Portugal —, era ele que a encabeçava. Foi precisamente a partir da arte, da composição lírica, da música, que expressou a sua indignação em relação ao estado do país, fazendo-o de forma tão sagaz e subtil que foi fintando a austeridade da censura. Grândola, Vila Morena, uma canção que viria a ser determinante na Revolução dos Cravos, protagonizada pelo Movimento das Forças Armadas a 25 de abril de 1974. Seria a palavra-chave do início das movimentações do golpe pelo qual Zeca tanto se bateu. Luís Almeida (Júnior) é um artista vimaranense, apaixonado pela música de Zeca Afonso. Não há uma comemoração da Liberdade em que ele não cante a música de “ZECA”. Mas o Luís não é só talentoso cantando Zeca Afonso. É também cantando e tocando música galaico-portuguesa e do cancioneiro popular, entre outras. É um artista multifacetado nas várias vertentes da arte. Seguiu as pisadas do pai, Luís Almeida, elemento do conjunto “Ritmo Louco” e ator do teatro de Ensaio Raul Brandão, onde desempenhou vários papéis, levando o teatro a várias localidades do concelho e não só, dirigido por António Soares de Abreu e, mais tarde, por Santos Simões. O Luís Almeida Júnior foi fazendo escola acompanhando o pai. Osmusiké tem usufruído do seu talento, desde 2012, ininterruptamente, até ao presente, quer na participação e colaboração como sonoplasta, técnico de som e luz, quer na criação de músicas, para espetáculos, como ainda no papel de encenador e autor. Destacamos algumas das peças em que acumulou funções de ator e sonoplasta: O Avejão de Raul Brandão; O Auto do Vaqueiro de Gil Vicente; D’Assis de Paulo César Gonçalves; Frei João e as Beatas; Pêro do Paço e as Regateiras; Os Saltimbancos chegam à cidade; A Insustentável leveza do casar; Guimarães in moda – Casamento singular anos 20; Colombina e seus dois
amores; Sons com História; Reencontros com mitos e lendas; Deusas Gregas e Charlot ou a Alma de um povo; Cinema mudo ou talvez não; Afonso Henriques e o Festival da Canção; Sitio de Memórias; Raul Brandão na Rua… No pretérito dia 27 de março, Dia Mundial do Teatro, o Presidente de Junta de Freguesia – União de Freguesias de Oliveira, São Paio e São Sebastião, homenageou-o com o galardão – Gil Vicente. Uma homenagem mais do que merecida!

“Rejubilo de contentamento por apoiar e promover esta iniciativa comemorativa do Dia Mundial do Teatro, ao mesmo tempo, em nome da Junta de Freguesia homenageamos um cidadão desta cidade que tem dedicado parte da sua vida, seguindo uma tradição de família à Arte da Talma- Luís Almeida Júnior.” Rui Porfírio, Presidente da Junta de Freguesia
Parabéns Luís Almeida!
O teatro é arte... é cultura... A cultura de um povo é património ... é património do seu país e da humanidade. Expressamos e ajudamos o outro a entender e a compreender melhor o mundo. Além disso conhecimentos, valores e até crenças são perpetuadas por gerações através da arte e da cultura. Sem cultura não há liberdade!