Os impactos econômicos e sociais das florestas plantadas - OpCP81

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FLORESTAL: celulose, papel, carvão, siderurgia, painéis e madeira ano 22 • número 81 • Divisão F • set-nov 2025

Os impactos econômicos e sociais das florestas plantadas

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Cassiano Lacan

Adriana Maugeri AMIF

Dito Mário Reflore-MS

Germano Eldorado

Diego Camelo IBÁ

Edmilson Loureiro Suzano

Ivan Tomaselli STCP

Jany Kelly Belitardo Suzano

Rafael Macedo Rafa Florestal

Gleison Rezende Índice: Acervo Suzano

Edimar Cardoso Aperam SA

Geraldo Magela Cenibra

Darian Girelli CMPC Jefferson BM2C

Marcelo Schmid Grupo Index

Roosevelt Ferrinho

Izabel Bianchi Veracel

Reginaldo Mafia Bracell-BA

Marcos Coelho Sylvamo

Yeda Embrapa

Robinson Cannaval IPEF

Capa:

Índice

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Sustentabilidade e geração de renda

O Fomento Florestal da CENIBRA é um verdadeiro motor de transformação no meio rural, fruto da sólida união entre indústria e campo.

O programa gera renda, fortalece a agricultura familiar, valoriza o meio rural e promove o

1.031 contratos ativos

76 municípios mineiros Atuação em 15% de madeira na fábrica Responsável por do abastecimento

Conheça essa e outras iniciativas

A madeira que você não encontra hoje mora na floresta que você não plantou ontem

A agroindústria florestal brasileira é um exemplo clássico da importância de compreender o conceito de “longo prazo” e suas implicações. Em muitos setores da economia, o que significa médio ou longo prazo é variável. Três, cinco, sete, dez anos… Mas o consenso é um só: prazos alongados exigem planejamentos consistentes.

Planejar significa iniciar pela análise SWOT, desdobrar em planos de ação claros e prever contingências. E o que a agroindústria florestal tem a ver com isso?

Planejar é uma prática intrínseca à atividade florestal, que se baseia em ciclos de seis a sete anos entre o plantio e a colheita da madeira. Esse tempo é determinante, e as variáveis que surgem ao longo do percurso devem fazer parte do planejamento.

Garantir o suprimento de madeira é vital para a indústria que depende dela como insumo básico. Entretanto, apesar dessa qualificação em planejamento, percebe-se que o foco no processo de produção e na entrega do produto final tem tomado, em muitos casos, a atenção quase exclusiva dos negócios. Com isso, as falhas na oferta de madeira tornam-se cada vez mais evidentes. Naturalmente, a excelência na produção e entrega é o núcleo do negócio, e não se trata aqui de negar essa prioridade.

O ponto central da reflexão é outro: para que exista o produto de origem florestal, é imprescindível garantir a segurança do suprimento dessa matéria-prima exigente, intensiva e de ciclo longo.

A recomendação estratégica é clara: rever o planejamento e concentrar esforços na produção de madeira legal e rastreável, que, além de abastecer, também conserva. "

Presidente Executiva da Associação Mineira da Indústria Florestal – AMIF

A pergunta que deve orientar o poder decisório é direta: é possível ampliar a produção de qualquer bioproduto florestal sem antes assegurar a madeira que o abastecerá em seis ou sete anos? O verbo “garantir” é usado aqui de forma intencional, pois significa ter certeza de que haverá madeira em quantidade, qualidade e origem adequadas, no tempo e na forma que a indústria exige.

Mesmo para as empresas integradas, a garantia de suprimento pode parecer óbvia, mas não é. Mesmo com madeira própria disponível, é indispensável estar preparado para contingências. Já para aquelas que dependem parcial ou integralmente do fornecimento externo, os riscos são ainda maiores, e situações críticas de abastecimento têm se tornado frequentes.

Costumo reforçar, em conversas e eventos, que, antes de qualquer produto, vem a floresta e que plantar é compartilhar riscos para garantir o futuro do negócio. Infelizmente, em muitos estados brasileiros, a demanda por madeira cresce de forma significativa, enquanto a expansão das áreas de produção florestal permanece praticamente estagnada.

Esse descompasso representa um grande risco para todo o setor florestal brasileiro e afeta de forma uniforme até mesmo quem aparenta ter segurança de suprimento. A demanda por madeira é real e crescente, impulsionada tanto por mercados que buscam matérias-primas limpas e renováveis em substituição aos produtos fósseis, quanto pelo avanço do mercado de biomassa energética em plena transição. Se não houver madeira legal suficiente para atender a essa procura, o espaço será ocupado por oportunistas e práticas criminosas.

A produção de florestas plantadas garante madeira lícita e rastreável tanto para a própria agroindústria (papel e celulose, embalagens, serrarias, carvão vegetal, painéis, pisos e móveis) quanto para um mercado cada vez mais amplo, como alimentos, bebidas, etanol, biomassa energética e outras culturas agrícolas.

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Quanto maior a oferta legal e rastreável dessa madeira, maior será a proteção contra produtos de origem ilícita e contra o desmatamento ilegal.

Nem todos os consumidores de madeira no mundo são éticos ou socioambientalmente responsáveis. Historicamente, há criminosos que utilizam madeira sem origem legal e de procedência ilícita. Não se pode negar essa prática, mas o setor florestal e seus consumidores comprometidos seguem como os maiores interessados em extinguir a ilegalidade e o desmatamento. A agroindústria florestal, por sua natureza, trabalha com planejamento de longo prazo do suprimento de madeira. Somos uma importante força de combate ao consumo ilícito e temos todas as credenciais para ampliar a oferta legal e equilibrá-la com a tendência crescente de demanda.

Outros demandantes podem não ter a mesma experiência do setor florestal. Assim, instalam demandas sem o devido planejamento de suprimento, o que pode gerar cenários críticos diante do aumento global da procura por madeira. Por isso, o planejamento da expansão dos plantios comerciais deve ser prioridade para produtores e consumidores, sobretudo para aqueles que ainda não possuem segurança de médio e longo prazos. A recomendação estratégica é clara: rever o planejamento e concentrar esforços na produção de madeira legal e rastreável, que, além de abastecer, também conserva.

Logo, é essencial apoiar governos estaduais e federal na promoção inteligente da expansão florestal, de forma a atender tanto aos setores consolidados quanto aos que surgem no cenário competitivo. Ao estimular esses novos produtores e acolher suas iniciativas, fortalecemos a base de suprimento de bioprodutos. Dessa forma, a agroindústria florestal brasileira poderá se consolidar como uma forte impulsionadora da transição energética e da descarbonização, justa, acessível e segura, tudo para conquistar a confiança de consumidores nacionais e internacionais e reafirmar sua vocação de protagonismo na economia verde. n

Da ameaça às grandes oportunidades

Após mais de 20 anos de carreira no setor da agroindústria florestal, este tema sempre esteve presente e ganhou até um jargão “Apagão Florestal”, seja nas rodas de conversa, em seminários do setor, na academia, seja até mesmo no happy hour após dias de muito trabalho no campo e nas indústrias.

Apesar de ser um tema com grande capilaridade e presente em todo o Brasil, nossa ideia é concentrar as reflexões no mercado doméstico do setor de cultivo de eucalipto para fins industriais, trazendo uma visão condensada deste contexto em nível nacional e, depois, voltando o olhar para o estado de Minas Gerais. Acreditamos que, dessa forma, possamos contribuir com os leitores da Revista Opiniões

O cultivo e o plantio de florestas para fins industriais são fontes renováveis de energia, oferecendo uma gama de produtos que pode ultrapassar 5.000 bioprodutos, servindo como alternativa aos produtos fósseis e não renováveis.

Temos aproximadamente 10 milhões de hectares de árvores cultivadas no Brasil e mais de 7 milhões destinados à conservação segundo a IBÁ. Somos o setor agrícola que mais conserva e, ao mesmo tempo, gera renda e desenvolvimento para as regiões onde atuamos.

O eucalipto é amplamente cultivado e utilizado nas indústrias de papel e celulose, siderurgia a carvão vegetal, ligas especiais, ferro-gusa, biomassa, painéis reconstituídos, entre outros.

O consumo no Brasil varia conforme as condições edafoclimáticas e econômicas de cada região, girando em torno de 220 milhões de metros cúbicos anuais. A região Sudeste é a maior consumidora, com mais de 100 milhões de metros cúbicos de eucalipto cultivados. As indústrias com maior participação no consumo são as de celulose e papel (cerca de 40%), seguidas pela produção de carvão vegetal (36%), biomassa e painéis de madeira (aproximadamente 10% cada). Em Minas Gerais, temos a maior área plantada do Brasil, com aproximadamente 2,3 milhões de hectares, além de 1,2 milhão de hectares destinados à conservação. O estado possui o maior polo siderúrgico a carvão vegetal do Brasil e do mundo, sendo pioneiro na produção de Aço Verde. Essa particularidade, somada ao consumo das indústrias de papel e celulose, biomassa, painéis e outras, habilita Minas Gerais como o maior produtor e consumidor de eucalipto plantado e cultivado.

Vale destacar a crescente demanda por bioprodutos provenientes das florestas de eucalipto cultivadas, que começa a ganhar relevância, mas ainda não aparece nas estatísticas.

A tendência é que, à medida que as empresas avancem nos processos de descarbonização, essa demanda se intensifique.

A produção de bioprodutos a partir do eucalipto plantado é uma das alternativas mais viáveis, do ponto de vista técnico e econômico, para a redução das emissões de CO₂ nas indústrias brasileiras. Isso, porque concilia a aptidão do País para cultivar eucalipto com a capacidade de adaptação e inovação do setor produtivo.

O que pode nos paralisar? São vários fatores, internos e externos, mas a falta de florestas plantadas suficientes é uma das maiores preocupações. "

Edimar de Melo Cardoso

Diretor Industrial na Aperam South America e Presidente do Conselho da AMIF - Associação Mineira da Indústria Florestal

Em Minas Gerais, especificamente, a cultura do eucalipto está presente em praticamente todas as cidades, o que viabiliza o fornecimento para os diversos setores industriais. Um exemplo didático é o uso do bio-óleo de florestas plantadas em substituição aos óleos fósseis hoje utilizados em motores, caldeiras e outros equipamentos. Essa substituição já é realidade em grandes indústrias mineiras, como a Aperam South America, que, por meio da Aperam BioEnergia, produz esse bioproduto e também o utiliza em sua unidade industrial de aços especiais.

Como visto, temos grandes mercados consumidores estáveis e oportunidades de crescimento para a agroindústria florestal. Porém, o que pode nos paralisar? São vários fatores, internos e externos, mas a falta de florestas plantadas suficientes para suprir todo o mercado é, sem dúvida, uma das maiores preocupações.

Em Minas Gerais, uma simples viagem pelos polos produtores de eucalipto já revela a realidade: o transporte de madeira cobre distâncias cada vez maiores para suprir as indústrias, comprometendo diretamente a competitividade, sobretudo diante da escalada de exportações de produtos asiáticos. Esse efeito “falta de competitividade” se agrava diante de outros fatores que comprometem a disponibilidade de madeira cultivada, como: estagnação e redução de produtividade, burocracia para o plantio de florestas, falta de mão de obra especializada, ausência de incentivos políticos e econômicos, e custos de produção crescentes, entre outros.

Embora o efeito da escassez de madeira ainda não seja evidente para todo o setor, já existem casos reais de desabastecimento em algumas indústrias e projetos de investimento que não avançaram por não encontrar condições viáveis de abastecimento a médio e longo prazo. O Estado tem demonstrado ânimo, com iniciativas como a simplificação do licenciamento ambiental, projeto liderado pela AMIF (Associação Mineira da Indústria Florestal), que reúne 25 empresas associadas. Acreditamos que é por meio do esforço conjunto entre iniciativa privada, governo e instituições públicas que avançaremos. Mas ainda falta dar passos mais ousados.

Sem dúvida, o cultivo de eucalipto para fins industriais é um diferencial do nosso Estado e precisa continuar crescendo, diante das oportunidades atuais e futuras. Observamos que um planejamento setorial é cada vez mais necessário para o desenvolvimento de políticas públicas de suporte, capazes de traçar cenários especializados para cada ramo de atividade e promover ações assertivas, concretas e ágeis,

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estimulando a economia verde. A agilidade, no entanto, esbarra em uma burocracia sem precedentes: o setor público ainda está distante do ritmo que o desenvolvimento exige, o que agrava a situação do desabastecimento.

Outro ponto que merece reflexão é a estrutura da cadeia de valor da agroindústria. Nota-se que ela ainda é, em grande parte, verticalizada, o que reduz a diversificação e a geração de valor para o ecossistema. Precisamos pensar em um sistema mais flexível, que envolva mais atores na construção desse ambiente. Esse movimento, entretanto, depende de políticas públicas e de um cenário de segurança jurídica para as empresas, algo ainda distante da realidade atual.

É recomendável incentivar cada vez mais a integração entre pequenos, médios e grandes produtores independentes, a exemplo dos programas de fomento florestal já adotados por diversas empresas, e também com indústrias da cadeia de suprimentos, pois trata-se de uma excelente fonte de integração e estímulo à atividade econômica.

O desabastecimento madeireiro é um problema complexo, mas também um catalisador de mudanças estruturais. Ele expõe vulnerabilidades, mas aponta para um caminho: o fortalecimento das florestas plantadas como eixo de uma economia florestal moderna, sustentável e inclusiva.

Da grande empresa ao pequeno consumidor, todos ganham quando o País investe em previsibilidade e sustentabilidade. A ameaça ou a realidade, em alguns setores, da escassez de madeira, se enfrentada com inteligência, pode se transformar em oportunidade de reposicionar o Brasil e principalmente o Estado de Minas Gerais como líder global em cadeias florestais sustentáveis, equilibrando os aspectos econômicos, sociais e ambientais.

Enfim, cultivar árvores como o eucalipto é uma atividade econômica que se posiciona na matriz SWOT como uma fortaleza. Precisamos ser cada vez mais competentes, utilizando nossas habilidades naturais de flexibilidade, criatividade e resiliência, para não permitir que esse negócio também seja visto como “ameaça”. É necessário, de forma estratégica, comunicar ao mundo que temos um diferencial competitivo: produzir bioprodutos de florestas plantadas que participam de cadeias sustentáveis, como a do aço verde. Somos líderes mundiais nessa tecnologia e, olhando para o futuro, inevitavelmente cresceremos na matriz energética que promove a descarbonização, mas para isso precisamos investir cada vez mais em florestas plantadas. n

As plantações florestais nos estados do Brasil

Quais os efeitos do setor florestal no MS ?

A história do setor florestal em Mato Grosso do Sul pode ser dividida em etapas bem definidas. Os primeiros plantios de eucalipto surgiram na década de 1970, impulsionados por incentivos fiscais e destinados principalmente à produção de carvão vegetal. Na década de 1980, o setor ganhou força com a chegada de empresas como a Chamflora. A partir de 2003, políticas estruturais e industriais trouxeram novo impulso à atividade.

Entre 2010 e 2025, a área plantada cresceu em média 11% ao ano, acompanhada da instalação de indústrias de base florestal, como fábricas de celulose e de painéis de madeira. Esse movimento trouxe inúmeros benefícios a uma região específica do Estado, formada por nove municípios: Três Lagoas, Selvíria, Inocência, Paranaíba, Água Clara, Ribas do Rio Pardo, Bataguassu, Brasilândia e Santa Rita do Pardo. Juntos, eles compõem a chamada Costa Leste, também conhecida hoje como Vale da Celulose. (vide quadro 1)

Essa área foi definida pelo governo estadual como prioritária para o cultivo de florestas, com base em um zoneamento de aptidão que

levou em conta dados edafoclimáticos, econômicos e sociais. O Vale da Celulose abrange aproximadamente 7,5 milhões de hectares, dos quais 1,7 milhão já está ocupado por florestas de eucalipto.

A região é caracterizada por pecuária de corte predominante, solos profundos e de baixa fertilidade, relevo plano, baixo teor de argila e uma precipitação média anual de 1.250 mm — condições ideais para o desenvolvimento da silvicultura.

Atualmente, a produção anual chega a 42 milhões de m³ de madeira, destinada principalmente às fábricas de celulose. Com os novos investimentos anunciados, estima-se que a área plantada aumente em 45%, alcançando 2,5 milhões de hectares e garantindo uma produção sustentada de até 81 milhões de m³ de madeira.

Desde a instalação do setor, os municípios da região apresentaram avanços expressivos em indicadores sociais e econômicos. A arrecadação de impostos e a geração de empregos de qualidade impulsionaram o PIB de Três Lagoas, que cresceu 230% entre 2010 e 2024. Nesse mesmo período, a taxa de desemprego no Estado caiu de 7,6% para 2,9%, enquanto a renda média do trabalhador aumentou 139% em valores nominais e 17% em termos reais (descontada a inflação).

O setor também teve papel decisivo nas exportações. Em 2024, os produtos florestais representaram 27% de toda a pauta de exportações

Hoje, a região abriga 300 mil habitantes; os investimentos já previstos devem exigir: 49 mil novos trabalhadores, 18 mil novas moradias, 612 leitos hospitalares adicionais, 11 mil novas vagas escolares. O Estado e os municípios estão preparados para atender a essa demanda? "

Germano Aguiar Vieira

Opiniões

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ÁREA PLANTADA - MILHÕES DE HECTARES

MILHÕES DE m3/ano

TAXA DE DESOCUPAÇÃO - (%)

- Valores Reais

RENDA MÉDIA - SALÁRIO - Valores Nominais

EXPORTAÇÕES DO

MS POR SETOR - Milhões de USD

do Estado do Mato Grosso do Sul, com um crescimento de 508% em relação a 2010. Apesar disso, o uso do solo destinado à silvicultura ocupa apenas 4,3% da área total do Estado, permitindo a manutenção da produção de grãos, carne, cana-de-açúcar e outras culturas, além de respeitar integralmente o Pantanal Sul-Mato-Grossense. (vide quadros 4-5-6) Entretanto, o crescimento acelerado traz desafios sociais. A chegada de uma fábrica de celulose com capacidade para 2,5 milhões de toneladas/ano demanda cerca de 300 mil hectares adicionais de florestas plantadas e gera mais de 6 mil empregos diretos. Hoje, a região abriga aproximadamente 300 mil habitantes, mas os investimentos já previstos devem exigir:

• 49 mil novos trabalhadores;

• 18 mil novas moradias;

• 612 leitos hospitalares adicionais;

• 11 mil novas vagas escolares.

Além disso, estima-se que o fluxo migratório atraído pelo setor possa somar mais 140 mil pessoas, praticamente metade da população atual.

A grande questão que se coloca é: estão o Estado e os municípios preparados para atender a essa demanda e enfrentar os impactos que ela trará à vida das comunidades locais? n

Ocupação territorial do Estado do Mato Grosso do Sul

As plantações florestais nos estados do Brasil

Oferta versus demanda de madeira no Brasil: qual é o cenário real?

Se uma empresa busca posicionar-se estrategicamente no mercado florestal, o entendimento da dinâmica entre oferta e demanda de madeira é sem dúvida o pilar mais crítico, seja ela um pequeno prestador de serviços em silvicultura ou uma gigante fábrica de celulose.

No nosso dia a dia frente ao Grupo Index respondo à pergunta título deste artigo toda semana, seja em estudos de mercado formais, onde mapeio oferta e demanda para desenvolver modelos e cenários futuros, seja em discussões informais.

A importância do entendimento dessa relação não se limita à previsão da disponibilidade de madeira, mas estende-se à projeção de seu preço futuro e, consequentemente, à avaliação da viabilidade de empreendimentos que têm na madeira sua fonte de matéria-prima ou insumo.

A análise da relação oferta versus demanda em nível nacional é inócua, pois as peculiaridades regionais são fundamentais para caracterizar e entender o mercado.

Para desvendar o cenário real da disponibilidade de madeira no Brasil, é necessário mergulhar em cada um de seus estados tradicionais e em alguns novos candidatos.

Farei aqui um sobrevoo pelo Brasil florestal, compartilhando tanto insights de balanços formais de madeira quanto percepções diárias levantadas nas “prosas” com empresas do mercado.

O grande driver do setor de florestas plantadas permanece sendo a indústria de celulose, no entanto, outros mercados estão ganhando relevância, e aqui destaco, particularmente, o mercado de bioenergia, segmento que vem se fortalecendo tanto em estados tradicionais quanto em regiões até então não tradicionais.

O estado do Rio Grande do Sul, com predomínio de eucalipto (617 mil hectares, contra 287 mil hectares de pinus e 50 mil hectares de acácia negra), já apresentou superávit florestal significativo em um passado recente. Contudo, o cenário mudou com o plano de expansão da CMPC e a construção de sua nova fábrica em Barra do Ribeiro. A empresa comprou também ativos de outras espécies para conversão (como o caso do pinus) ou uso direto (como é o caso da acácia).

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Para que as empresas que utilizam madeira se posicionem estrategicamente, é preciso entender os drivers que influenciam a dinâmica entre oferta e demanda em cada região. "

Atualmente, a oferta de madeira de eucalipto no estado está pressionada e os detentores de floresta possuem pouca opção de mercado.

Santa Catarina e Paraná formam a região mais avançada do Brasil em termos de ecossistema de indústrias de base florestal, abrigando representantes de todos os segmentos consumidores e produtores. A região é dominada pela cultura do pinus (1,4 milhão de hectares, contra 764 mil hectares de eucalipto). Em longo prazo, temos observado que a pressão sobre a oferta é crescente na região, com aumento gradativo de consumo, tanto por parte de players da madeira de processo (celulose e painéis) quanto por empresas de madeira processada mecanicamente (serrada, compensados, componentes, madeira sólida).

Em curto prazo, o mercado de madeira sólida, fortemente orientado à exportação, tem sido sujeito a tensões comerciais, o que poderá gerar uma sobra pontual de madeira. Sem dúvida, é o momento de a indústria de madeira sólida abrir os olhos para novos e potenciais mercados globais e parar de colocar todos os ovos na mesma cesta.

Outro estado com ecossistema florestal rico e diversificado é São Paulo. Com aproximadamente um milhão de hectares de eucalipto e 153 mil hectares de pinus, São Paulo enfrentava, até pouco tempo antes da pandemia, uma situação de excesso de madeira e preços muito baixos. A chegada do Projeto Star da Bracell, em Lençóis Paulista, contudo, virou o mercado de pernas para o ar e assim permanece até hoje. Observamos um desequilíbrio notável entre oferta e demanda de madeira de eucalipto no estado, desequilíbrio esse refletido nos preços da madeira em pé e no cavaco para energia, os mais altos do País. E subirão ainda mais.

Mato Grosso do Sul é a meca da celulose no Brasil. Apesar dos volumes brutais de madeira, a análise mercadológica não é complexa, pois existe um número limitado de (imensos) consumidores, e as indústrias de celulose já estabelecidas: Suzano e Eldorado. Contudo, a fila para entrar em Mato Grosso do Sul é considerável: a fábrica da Arauco está em construção no município de Inocência, e a fábrica da Bracell, em planejamento avançado em Bataguassu. Além disso, a perspectiva da segunda linha da fábrica da Eldorado é bastante certa. Ao considerar todos esses projetos, somados a outros consumos menores de madeira, a demanda por área de plantio irá superar 1,8 milhão de hectares nos próximos anos. Ora, se os dados oficiais indicam 1,3 milhão de hectares de

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eucalipto plantados (ou 1,6 milhão, em dados não oficiais), é nítido que a demanda nos próximos anos excederá a oferta.

Minas Gerais é o estado que detém a maior área de plantio de eucalipto no Brasil. Além da celulose, o estado possui outra forte indústria consumidora: o mercado siderúrgico (ferro, aço e ligas metálicas), que depende do uso de carvão vegetal. O preço do carvão tem oscilado muito nos últimos anos, e essa instabilidade tem levado grandes proprietários de terras a buscar novas e melhores opções para escoar sua madeira. Não é à toa que empresas de celulose de diversos estados têm "importado" madeira de Minas para suas plantas (atuais e futuras). Este movimento começou com a Suzano, no Espírito Santo, seguida pela Veracel e pela própria Suzano na Bahia.

Há alguns anos, a Bracell (de Lençóis Paulista, SP) adquiriu um grande volume de madeira em Minas e, mais recentemente, duas empresas de celulose de Mato Grosso do Sul estão seguindo o mesmo caminho. A disponibilidade de oferta pode, inclusive, fomentar a instalação de uma nova fábrica de celulose, pois, entre as alternativas locacionais, não se vê outra que reúna condições médias mais favoráveis do que Minas. Se isso ocorrer, o mercado sofrerá uma reviravolta significativa, e quem não possuir base florestal própria enfrentará dificuldades.

A análise mais surpreendente vem de um estado não tradicional em termos florestais: Mato Grosso. O estado, que chegou a ter 200 mil hectares de madeira em 2019, perdeu área considerável devido à ausência de mercado consumidor, atingindo 130 mil hectares em 2023. Contudo, nos últimos anos, um novo e pujante offtaker surgiu: a indústria de etanol de milho. Essa indústria, cujo processo produtivo exige uma fonte térmica, encontrou no eucalipto uma solução sustentável e escalável, em um estado com ampla disponibilidade de alternativas de expansão. Se considerar todos os projetos em operação ou planejamento, a demanda exigirá uma área de 600 mil hectares nos próximos 10 anos.

O cenário real do mercado de madeira no Brasil é complexo, porém interessante. Para que as empresas que utilizam madeira se posicionem estrategicamente, é preciso entender os drivers que influenciam a dinâmica entre oferta e demanda em cada região, considerando não somente a situação atual, mas expansões, fusões, aquisições e novos mercados que possam interferir na relação entre oferta e demanda de madeira. n

As

plantações

florestais nos estados do Brasil

Produzir e conservar: o valor do setor de árvores cultivadas

O setor brasileiro de árvores cultivadas demonstra, na prática, que é possível unir produção e conservação, gerando valor para a sociedade e oferecendo uma contribuição significativa do Brasil à agenda global de sustentabilidade.

O desempenho alcançado e os compromissos assumidos pelo setor demonstram, com base em números e evidências concretas, que a cadeia produtiva de florestas plantadas concilia alta produtividade, conservação da natureza e desenvolvimento socioeconômico, pilares fundamentais do desenvolvimento territorial.

Em 2024, o Brasil ultrapassou a marca de 10 milhões de hectares de florestas plantadas, distribuídos por todos os estados do País.

Paralelamente, o setor ampliou para cerca de 7 milhões de hectares as áreas destinadas à conservação da biodiversidade, resultado do compromisso com as melhores práticas de manejo florestal. Essa extensão é superior à do estado do Rio de Janeiro.

As áreas, que englobam Reservas Legais (RLs), Áreas de Preservação Permanente (APPs) e unidades de conservação privadas, abrigam uma expressiva riqueza natural. Já foram registradas mais de 8.310 espécies de fauna e flora, incluindo 335 ameaçadas de extinção, demonstrando a relevância ambiental do setor na manutenção da biodiversidade brasileira.

Ao adotar a técnica de plantio em mosaico, que intercala áreas produtivas com áreas de conservação, formando verdadeiros corredores ecológicos, o setor reafirma que produção e conservação devem caminhar juntas. Esse modelo de manejo já assegura estoque de cerca de 5 bilhões de toneladas de CO₂eq, representando uma contribuição essencial para o cumprimento das metas climáticas do Brasil, além de contribuir com uma diversidade de outros serviços ecossistêmicos. ;

Produzir e conservar é a realidade de uma cadeia que planta 1,8 milhão de árvores por dia, gera valor para milhões de brasileiros e apresenta ao planeta um modelo de bioeconomia sustentável. "

compromisso por natureza.

Em novembro, os olhos das maiores potências globais se voltam para o Brasil. É a COP30, que acontece em Belém/PA e promove o maior debate climático do planeta.

A CMPC estará presente e compartilhará sua expertise como empresa florestal mais sustentável do mundo (Índice Dow Jones) por dois anos consecutivos. E vamos falar de

12 mil empregos gerados durante as obras do Projeto.

A relevância socioeconômica é outro traço marcante do setor. A indústria de base florestal é responsável por 2,69 milhões de empregos diretos e indiretos. Nos municípios onde o setor tem forte presença, o PIB per capita é 29% superior à média nacional.

O impacto, porém, vai além da geração de renda: os indicadores de educação e desenvolvimento sustentável também se destacam em relação ao restante do País. Tais compromissos contribuem para a promoção da emancipação social e para a ampliação das capacidades individuais, refletindo de forma clara o papel transformador desempenhado pelo setor nessas regiões.

A expansão das árvores cultivadas no Brasil ocorre majoritariamente sobre áreas antropizadas, especialmente pastagens com baixa produtividade.

O caso do Mato Grosso do Sul é emblemático: em pouco mais de uma década, o estado consolidou-se como polo florestal, abrigando alguns dos maiores complexos de celulose do mundo.

Esse movimento vem contribuindo com a economia regional, promovendo a recuperação de solos antes improdutivos e estimulando o surgimento de uma rede de fornecedores, serviços e infraestrutura que hoje gera empregos e renda em dezenas de municípios.

Essa eficiência produtiva garante que o País seja hoje o maior exportador global de celulose, com cerca 18 milhões de toneladas exportadas em 2023. Ao mesmo tempo, o setor atende ao mercado interno com painéis, pisos, madeira serrada e carvão vegetal, abastecendo desde grandes fábricas até pequenos consumidores.

O fomento florestal também é peça-chave dessa engrenagem. Mais de 4.500 mil contratos ativos em 2023 beneficiaram agricultores familiares, conectando-os à cadeia global de biomateriais. Esse modelo contribui com a redução das desigualdades regionais, amplia a oferta de madeira e gera inclusão socioprodutiva sob bases sustentáveis.

Outro aspecto que merece destaque são as boas práticas consolidadas ao longo de décadas de evolução do setor como o manejo integrado de pragas e doenças, reduzindo impactos ambientais e assegurando a sustentabilidade dos plantios.

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Soma-se a isso a adoção voluntária das certificações florestais, como FSC e PEFC, às quais o setor aderiu há mais de vinte anos, antes mesmo de exigências regulatórias ou de mercado. Essas certificações asseguram práticas de manejo responsável, transparência e melhoria contínua, e hoje cobrem mais de 10,7 milhões de hectares certificados no Brasil, consolidando a credibilidade internacional da silvicultura brasileira.

A inovação, aliás, é outro pilar central. No último ano, foram destinados R$ 122 milhões em pesquisa, desenvolvimento e inovação, resultando em 315 novos projetos. Os temas vão desde o melhoramento genético até novas rotas tecnológicas de bioenergia, economia circular e digitalização do manejo. Hoje, 87% da energia consumida pelo setor vem de fontes renováveis, em especial a biomassa e o licor preto, e 82% da água captada retorna tratada aos corpos hídricos. Esses números confirmam que a indústria de árvores cultivadas está do lado certo da equação climática.

Esse conjunto de resultados levou à sanção da Lei nº 14.876 de 2024, que retirou a silvicultura da lista de atividades poluidoras, corrigindo uma incoerência histórica no arcabouço legal brasileiro. Mais do que reconhecimento, trata-se de uma sinalização clara de que a silvicultura integra a solução para os desafios do clima, da economia e da sociedade.

Diante desse panorama, o setor brasileiro de árvores cultivadas mostra que é possível conciliar produção em escala global, conservação da biodiversidade e desenvolvimento humano. Essa realidade se materializa na oferta de madeira, celulose, energia renovável, fibras, tecidos, cosméticos, medicamentos e milhares de bioprodutos que substituem matérias-primas fósseis.

Produzir e conservar é a realidade de uma cadeia que planta 1,8 milhão de árvores por dia, gera valor para milhões de brasileiros e apresenta ao planeta um modelo de bioeconomia sustentável. O Brasil cultiva árvores que vão muito além da produção: elas capturam carbono, preservam a biodiversidade e geram desenvolvimento socioeconômico. Esse legado deve ser ampliado e compartilhado com toda a sociedade para que o futuro seja verde, sustentável e inclusivo. n

Seguindo a rota da agricultura

A evolução da humanidade nos ensina por que motivo devemos investir em plantações florestais. Na idade da pedra, o homem primitivo buscava alimentos, madeira e outros produtos na natureza. Os alimentos eram basicamente sementes, frutas, carne de animais silvestres, algumas raízes e folhas encontradas na natureza. A madeira, também encontrada na natureza, era utilizada para gerar calor, cozinhar alimentos, construir abrigos, produzir ferramentas para proteção e outros usos.

Não havia uma preocupação com a sustentabilidade dos recursos, pois a população era pequena e a natureza abundante. À medida que a população cresceu, se formaram grupos maiores de pessoas e cidades, e houve uma mudança. A história antiga, de antes de Cristo, tem inúmeros exemplos de períodos críticos quando eram formados centros com maior população, com falta de alimentos e de outros recursos como madeira para o aquecimento e para cozinhar, que levaram a revoltas, ao desaparecimento completo de cidades e até mesmo a queda de impérios.

Com o aumento da população, o homem aprendeu que era necessário cultivar as terras para produzir mais alimentos, atendendo à crescente demanda.

Como resultado, ao longo dos milênios e séculos foram desenvolvidas tecnologias para melhorar a produtividade dos cultivos, aumentar a oferta e reduzir os custos dos alimentos. Atualmente, uma parcela ínfima dos alimentos é produzida em áreas naturais não cultivadas. A agricultura usa tecnologias avançadas, o que possibilita atender às necessidades de bilhões de pessoas espalhadas no nosso planeta.

No caso da madeira, a mudança da fonte de suprimento ainda se encontra em curso. Atualmente, observa-se que uma parcela importante da madeira consumida é proveniente de florestas nativas. Existe um esforço importante para produzir madeira de forma sustentável a partir dessa fonte. Os defensores dessa forma de produção apresentam vários argumentos para justificar a sua continuidade, como qualidade diferenciada da madeira, a contribuição da atividade para geração de renda e emprego às comunidades que vivem nessas florestas e outros. Por outro lado, existem os que consideram que a produção de madeira a partir de florestas nativas é uma atividade que leva à degradação dos recursos, com impactos indesejáveis na biodiversidade, no solo e na qualidade da água.

A redução da oferta de madeira de florestas nativas será crescente, fruto de limitações ao acesso ao recurso cada vez maior por diversos fatores. "

Seja qual for o argumento, o fato é que produzir madeira somente a partir de florestas nativas manejadas não atende à demanda dos 8 bilhões de habitantes de nosso planeta. O consumo mundial de madeira atual é de cerca de 4 bilhões de metros cúbicos ao ano e continua a crescer. Para atender a esta demanda, em função da baixa produtividade das florestas nativas manejadas com base nos princípios de sustentabilidade, seria necessário ter uma área de “florestas nativas de produção” entre 4 e 6 bilhões de hectares. Essa área não está disponível e, com a crescente pressão para conservação de áreas florestais remanescentes, ainda menos estará disponível no futuro.

A conclusão é que devemos mudar de rota, fazer o que a agricultura fez séculos atrás, ou seja, plantar florestas de alta produtividade para atender à exigência global de madeira e de outros produtos florestais. É obvio que parte do suprimento, especialmente madeiras com propriedades e características diferenciadas, poderá continuar a ser originária de florestas nativas, mas o grande volume será produzido em plantações.

Embora mais tarde que a agricultura, a mudança de rota na silvicultura já está em curso. Em alguns países como o Chile, a Nova Zelandia, a Austrália, o Uruguai e a África do Sul, praticamente toda a madeira produzida é de plantações florestais. No Brasil e na Argentina, por exemplo, mais de 90% da madeira industrial também é desta fonte.

Plantações geram significativos impactos econômicos, ambientais e sociais, a grande maioria positivos. As plantações florestais têm produtividades muito superiores às de florestas nativas. A produtividade é de 20 a 50 vezes maior e, com isto, ocupa áreas proporcionalmente menores, ou seja, para atender ao consumo mundial de 4 bilhões de metros cúbicos, a área ocupada por plantações seria muito menor, talvez em torno de 200 milhões de hectares, dependendo da produtividade média. Ademais, as plantações em geral são implantadas em locais de melhor infraestrutura, tendem a reduzir os custos de logística, bem como facilitam o manejo e a colheita e proporcionam melhores resultados em bens e benefícios à sociedade por essas atividades. Esses fatores têm, apesar dos investimentos na implantação e no manejo mais intensivo das florestas plantadas, um efeito positivo com a redução da área ocupada e impactam

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na redução do custo da madeira produzida. É difícil quantificar, de forma genérica, esse impacto econômico e social, pois existem muitas variáveis envolvidas, mas o fato é que o menor custo da madeira de plantações tem corroborado para a competitividade de produtos de madeira no mercado, para o aumento da renda e para a melhoria das condições sociais. Na realidade, são as plantações que têm contribuído para o Brasil ganhar maior participação no mercado internacional de produtos florestais.

Além do menor custo, a madeira de plantações tem outras vantagens comparativas. É um produto de características, propriedades e dimensões relativamente controladas. Isto facilita o planejamento da produção e o processamento, reduz os desperdícios e os custos e, graças aos desenvolvimentos tecnológicos industriais, disponibiliza produtos de madeira mais uniformes e de melhor qualidade. Esses fatores contribuem para melhoria da rentabilidade do negócio.

As plantações florestais no Brasil levaram ao surgimento de uma “nova indústria florestal”, mais moderna e competitiva, de maior escala e mais rentável. Isso levou a um aumento do emprego e à necessidade de qualificação dos colaboradores, o que resultou em um aumento de renda, com um enorme impacto social.

A conclusão é que o suprimento global futuro de madeira será baseado principalmente em madeira de plantações, seguindo o mesmo viés da produção de alimentos. As florestas nativas continuarão sendo importantes no suprimento de madeiras especiais, mas terão uma contribuição marginal ao volume total.

A redução da oferta de madeira de florestas nativas será crescente, fruto de limitações ao acesso ao recurso cada vez maiores por diversos fatores. Como resultado, o suprimento da indústria florestal será cada vez mais baseado em madeira de plantações. Os fatores determinantes são, como já mencionado, o menor custo desta fonte de suprimento, a ocupação de uma área de produção significativamente menor, o maior controle sobre dimensões e qualidade da madeira. Esses fatores permitem melhorar a produtividade na cadeira de produção e a competitividade no mercado, gerando impactos econômicos, ambientais e sociais positivos. n

5 fatos

que comprovam nosso protagonismo e excelência no setor de celulose

+400 mil hectares

5,8 mil colaboradores no Brasil e no exterior #3

300 mil de áreas plantadas produtivas + 101 mil destinadas à conservação #

1,8 milhão de toneladas de celulose produzidas por ano #1

Celulose é matéria-prima para a produção de diversos tipos de papel, tal como higiene e bem-estar pessoal, imprimir e escrever, papel-cartão, entre outros.

Exportamos para de todos os continentes + de 40 países #4

Planta operando de sua capacidade estabelecida 20% acima #5

Florestas plantadas versus agricultura e pecuária

A silvicultura brasileira é uma das mais produtivas do mundo. Ainda assim, enfrenta uma disputa silenciosa: competir por terras e por recursos financeiros em um país de altas taxas de juros e agricultura vigorosa.

O setor florestal brasileiro pode ser dividido em dois segmentos distintos: florestas plantadas e manejo florestal sustentável. O primeiro está baseado no cultivo de árvores em larga escala para suprir mercados e indústrias de base florestal, como celulose e papel, bioenergia, serrarias, painéis, entre outras.

O manejo florestal sustentável tem como desafio viabilizar o uso racional dos valiosos recursos das nossas florestas tropicais, procurando equilibrar as operações de colheita de madeira com a conservação da biodiversidade e o equilíbrio do ecossistema. É um tema complexo e fascinante, mas neste artigo o foco está nas plantações florestais.

Pode-se dizer que o setor de florestas plantadas faz parte do agronegócio. Em algumas estatísticas os indicadores são considerados, encorpando ainda mais os números; já em outras, o setor é tratado de forma independente.

É importante relembrar que a base florestal plantada no Brasil se iniciou com a famosa Lei nº 5.106/66, conhecida como a Lei de Incentivos Fiscais. De forma bem resumida, para o entendimento das gerações deste milênio, o imposto federal devido à época por pessoas físicas ou jurídicas podia ser abatido e aplicado em projetos florestais para plantio de eucalyptus, pinus, araucária e outras espécies. Com isso, ao longo das décadas de 1960 a 1980, muitas florestas plantadas começaram a surgir, algumas bem conduzidas, outras nem tanto. Para controlar a atividade, foi criado em 1967 o Instituto Brasileiro de Desenvolvimento Florestal, o IBDF, vinculado ao Ministério da Agricultura. Em 1989, o órgão foi incorporado ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis, IBAMA, junto com as áreas de pesca e borracha. Foi assim que o setor florestal, mesmo com sua vocação produtiva, passou a ser responsabilidade do Ministério do Meio Ambiente.

Os benefícios da Lei de Incentivos Fiscais foram sendo gradativamente substituídos por outros mecanismos financeiros menos interessantes ao mercado e, antes mesmo da extinção do IBDF, foram descontinuados. Entre erros e acertos técnicos e econômicos, essa política pública ajudou a iniciar de forma consistente a formação da nossa base atual de florestas plantadas, que também permitiu que a indústria de base florestal migrasse da utilização de espécies nativas para madeira cultivada, alinhando-se com os conceitos de sustentabilidade e preservação dos renascentes de florestas nativas, principalmente no Sul e Sudeste (Bioma Floresta Atlântica). ;

Nossa silvicultura é uma 'agricultura de árvores', com um ciclo mais longo. E é aqui que o desafio se apresenta: concorremos por terras com a pecuária e com a agricultura. "

Competição por terras e recursos financeiros

Naquela época, portanto, o custo de formação florestal era subsidiado pela renúncia fiscal, e o custo da terra, em comparação com o que é hoje, era significativamente inferior. Obviamente a produtividade de madeira era muito mais baixa, ainda sem os incrementos do melhoramento genético, mas o custo da madeira em pé era realmente baixo, o que beneficiou a indústria de base florestal na substituição do uso de madeira de florestas nativas pela madeira de espécies exóticas cultivadas.

Nos dias atuais, a Silvicultura brasileira é mundialmente reconhecida por sua competitividade, produtividade e qualidade. Obtivemos avanços tecnológicos exponenciais em melhoramento genético, fisiologia, técnicas operacionais, gestão, manejo etc. Pode-se afirmar que a nossa silvicultura é uma “agricultura de árvores”, obviamente com um ciclo mais longo que as culturas agrícolas anuais. E é aqui que o desafio de se provar realmente competitiva se apresenta: para plantarmos florestas, concorremos por terras com a pecuária extensiva e com a agricultura. Já saímos perdendo a disputa justamente na duração do ciclo das árvores; entre o investimento na implantação, que concentra os maiores custos no início do ciclo, e a colheita da madeira, que irá gerar a receita lá no fim do período, precisamos assumir que as altas taxas de juros praticadas no nosso País podem inviabilizar o investimento. Austeridade nos custos de implantação e manutenção e preços de madeira condizentes com o investimento realizado tantos anos antes, além de alta produtividade florestal, são primordiais para a viabilidade do projeto florestal. Isso significa que o “custo do dinheiro no tempo” precisa ser compensado com uma margem líquida adequada, remunerando o investimento com uma taxa de retorno adequada ao perfil do negócio. Até aqui, falou-se de silvicultura (custo de formação florestal), mas agregada a ela há o custo da terra, seja por aquisição, parceria rural ou arrendamento. A negociação das terras, especialmente para arrendamento, gera certa insegurança aos proprietários rurais, que permanecerão por um longo período com suas terras arrendadas por um valor fixo, apenas corrigido por algum índice de inflação. Quando ele decide arrendar sua terra para culturas anuais, pode eventualmente obter valores mais interessantes em ciclos mais curtos. O antigo mito de que plantar árvores inviabiliza a futura conversão para uso agrícola ainda é propagado, mas facilmente derrubado por dois fatos bastante simples: não há áreas abandonadas e

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estéreis onde houve silvicultura (há sim áreas de pousio, com presença de regeneração natural) e, também, existem muitas áreas onde se cultivaram florestas plantadas, que foram destocadas e atualmente são áreas agrícolas. Estes exemplos demonstram que a silvicultura pode ser praticada em ciclos sucessivos, com necessárias reposições de nutrientes, mas também pode ser substituída por culturas agrícolas sem grandes empecilhos além dos tocos, os quais até já possuem valor econômico como biomassa.

Concorrência por terras: Há 40 anos, a mecanização agrícola era viável apenas em relevos planos a suave-ondulados, o que direcionava as áreas de relevo ondulado para pecuária e silvicultura. Os avanços tecnológicos atualmente permitem o cultivo de grãos, por exemplo, em áreas muito mais declivosas do que no passado, forçando a silvicultura e a pecuária para áreas mais críticas do ponto de vista topográfico. Isso também significa que a mecanização da silvicultura, inicialmente desenvolvida para áreas planas, agora está mais desafiadora, enfrentando aclives maiores, o que também afeta a colheita e o baldeio da madeira.

A tomada de decisão exigirá optar por terras mecanizáveis, mais caras, mas que tornam as operações mais baratas, ou por terras mais baratas devido à declividade, que inviabilizam a mecanização e encarecem todas as operações.

Concorrência por investimentos: Estamos vivendo a era pós-digital, em que a nossa interação com a internet e agora, cada vez mais, com a inteligência artificial, permite comparar instantaneamente diferentes cenários econômicos e financeiros para a tomada de decisões. Isso tanto vale para um investidor de Wall Street/Faria Lima como para um produtor rural do Centro-Oeste do Brasil. A geopolítica e seus conflitos globais, as decisões/indecisões políticas de Brasília, fatores climáticos e outras infinitas variáveis podem facilitar ou dificultar o aporte de recursos financeiros ao setor de florestas plantadas. Cada premissa do modelo financeiro de um projeto florestal precisa ser calibrada para encontrar viabilidade, sem extrapolar o risco ao qual o investidor se dispôs a aceitar. As taxas líquidas de retorno estão apertadas e exigem que a gestão seja extremamente aderente ao planejamento, que precisa estar totalmente alinhado com os cenários mais próximos à realidade. Enfim, parece ser oportuno criar e inserir nos currículos dos cursos de Engenharia Florestal uma nova disciplina: Futurologia! Afinal, investir em florestas plantadas é investir no futuro. n

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Um desafio para a silvicultura brasileira?

A resposta à pergunta que dá título a este artigo é afirmativa. No Brasil, a competição pela terra representa hoje um dos maiores entraves à expansão florestal, especialmente nos clusters industriais já consolidados. A elevação dos custos de produção silvicultural e os desafios para ampliar a produtividade dos plantios tornam esse cenário ainda mais complexo.

O principal vetor dessa pressão é a expansão acelerada da agricultura, que tem elevado os preços da terra e restringido o acesso mesmo em áreas com potencial silvicultural. A trajetória da agricultura brasileira ajuda a entender esse fenômeno: entre 1980 e 2024, a produção de grãos cresceu a uma taxa média de 4,4% ao ano, e a demanda por terra a uma taxa de 1,4% ao ano. Essas taxas indicam uma intensificação produtiva e uma ocupação territorial cada vez mais agressiva.

A competição pela terra representa hoje um dos maiores entraves à expansão florestal, especialmente nos clusters industriais já consolidados. "

Impulsionadas por tecnologias da Embrapa, entre 2000 e 2024, a área plantada aumentou 118%, e a produção de grãos, 250%. Com esses ganhos expressivos de produtividade, a agricultura vem avançando sobre áreas antes exclusivamente destinadas à pecuária extensiva e à silvicultura, transformando a vocação e o valor dessas terras.

Esse impacto é evidente em estados como Paraná e Santa Catarina, onde se concentram os plantios de Pinus. Em apenas sete anos, entre 2017 e 2024, os preços das terras silvipastoris subiram 73% em termos reais.

No mesmo período, a área plantada com grãos cresceu 11%, e a produção, 29%. No Mato Grosso do Sul, onde a indústria de celulose de Eucalyptus cresce de forma exponencial, entre 2019 e 2025, o preço dessas terras aumentou 21%, enquanto a produção de grãos avançou 29% e a área plantada, 32%. A valorização fundiária está diretamente ligada à atratividade da agricultura — e isso afeta diretamente a silvicultura.

E a competição pela terra tende a se intensificar. A agricultura continuará a crescer, pressionando o mercado fundiário. Mesmo as terras com vocação florestal serão disputadas, já que a própria indústria agrícola demanda biomassa certificada para atender às exigências dos mercados nacional e internacional por sustentabilidade.

Desde o fim dos incentivos fiscais nos anos 1980, a silvicultura brasileira passou a depender de investimentos industriais e do “ mercado spot ” (plantios independentes). Porém, com a expansão agrícola, o mercado spot passou gradativamente a perder relevância. Migrar da silvicultura para a agricultura tornou-se um negócio mais lucrativo e menos arriscado, dada a estrutura de mercado mais competitiva da agricultura e a imperfeição estrutural do mercado de madeira.

Até mesmo os investidores institucionais (TIMOs) têm sentido o impacto do custo da terra, optando por contratos de suprimento de longo prazo em terras arrendadas pela indústria. Com isso, também minimizam os riscos inerentes a um mercado “perfeitamente imperfeito”.

Em síntese, a terra deixou de ser um fator pró-competitividade da silvicultura brasileira e se tornou um desafio estratégico para o crescimento da indústria florestal.

ÁREAS E PRODUÇÃO DE GRÃOS NO BRASIL

1980-1924 (Conab)

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Esse desafio se agrava com o aumento de aproximadamente 70% dos custos silviculturais, em termos reais, desde 2019, e com a queda da produtividade florestal provocada pela “marcha para o oeste” e pelas mudanças climáticas.

Diante desse contexto, quatro estratégias de ação, não excludentes, se apresentam para fazer frente ao desafio da terra:

• Expandir a silvicultura para regiões ainda não ocupadas pela agricultura: viável para o crescimento industrial, mas com florestas provavelmente menos produtivas, uma curva de aprendizado silvicultural significativa, e uma janela de oportunidade realmente curta para adquirir terras a preços baixos.

• Incorporar os custos da terra ao preço dos produtos florestais: possível até certo ponto, mas limitado pela concorrência global acirrada, em que os compradores têm um alto poder de barganha devido à falta de métricas quanto à oferta e à demanda.

• Aumentar a produtividade florestal: uma estratégia complexa e de longo prazo, especialmente diante da necessidade de se aumentar a resiliência dos clones a eventos climáticos adversos e a pragas e doenças.

• Reestruturar o mercado spot: essencial, mas de difícil execução, porque exige uma ação coordenada entre governo e indústria para viabilizar mecanismos financeiros, produtivos e de gestão que tornem o mercado competitivo.

As três primeiras estratégias já estão em andamento, em diferentes estágios de desenvolvimento. A quarta, no entanto, permanece distante de ser implementada.

No entanto, sua adoção é fundamental para que a silvicultura continue desempenhando um papel estratégico no desenvolvimento sustentável do Brasil. Especialmente quanto à sua contribuição ao superávit comercial, à redução da pressão sobre florestas nativas e ao aumento da captura de carbono. n

Performance e produtividade

O máximo potencial produtivo florestal foi alcançado?

O setor florestal brasileiro tem experimentado, nos últimos anos, um crescimento muito acelerado. A base florestal atingiu o marco de 10 milhões de hectares, especialmente formada por plantios de eucalipto. Além disso, houve um aumento significativo dos conhecimentos e tecnologias com a aceleração dos diferentes ecossistemas de inovação. Mas, por outro lado, ocorreu também uma estabilização da produtividade florestal, sem avanços nas duas últimas décadas. Desse modo, recentemente, uma pergunta acabou ganhando destaque. O máximo potencial produtivo florestal foi alcançado? Para responder a essa questão, precisamos, antes de mais nada, entender como se deu a expansão dos plantios e quais foram os desafios que surgiram ao longo do caminho.

Os plantios florestais, historicamente, foram implantados em áreas marginais sob o ponto de vista de potencial produtivo, sobretudo por substituição de pastagens degradadas, em um primeiro momento no eixo Sul-Sudeste.

Mais recentemente, os novos projetos foram estabelecidos na região Norte e, finalmente, expandiram para a região Centro-Oeste. Nesta nova onda de expansão florestal, duas diferenças importantes ocorreram. A primeira é sobre a maior velocidade e as grandes dimensões dos novos projetos. A segunda diferença se deu por conta das novas condições de clima e solo.

As novas fábricas de celulose, em virtude da tecnologia, atingiram altas capacidades produtivas. Em função disso e da necessidade de maximizar o retorno sobre o investimento, em um ambiente mais acirrado de competição por terras, os novos plantios estão sendo estabelecidos em uma velocidade nunca vivenciada anteriormente.

Nestas condições, qualquer desvio pode causar grandes impactos e, muitas vezes, sem tempo suficiente para aprimorar o processo. Para complementar, a nova fronteira florestal continua, majoritariamente, no processo de substituição de pastagem, em áreas marginais para produtividade, porém agora com mais risco. Nestes últimos 30 anos, a expansão da silvicultura foi relativamente maior em regiões de menor altitude, em solos de textura mais arenosa e em regiões com chuvas mais sazonais, ou seja, de maior risco para a produção de madeira.

precisamos eliminar os vários gargalos operacionais, bem como encontrar soluções técnicas para as questões limitantes dos novos ambientes de produção e de materiais genéticos. "

Reginaldo Gonçalves Mafia

Gerente de Pesquisa e Desenvolvimento em Manejo Florestal na Bracell-BA

O cenário de expansão acelerada, em grandes dimensões e sob condições de maior risco de clima e solo, torna-se ainda mais desafiador quando avaliamos as condições e os recursos necessários, sejam eles técnicos ou operacionais. Nestas novas fronteiras de plantio, vários fatores são limitantes como mão de obra, prestadores de serviços especializados, disponibilidade de viveiros e mudas, materiais genéticos, bem como conhecimentos mais específicos de manejo. Logicamente, estes fatores limitantes dificultam o estabelecimento dos plantios no estado da arte do conhecimento e podem causar grandes prejuízos para a produtividade florestal.

Para completar esta análise inicial, é importante também lembrar os fatores redutores de produtividade. Nos últimos anos temos observado maior frequência de eventos atípicos de clima, especialmente de secas severas. Estes eventos são associados aos fenômenos El Niño e La Niña, que ocorrem aparentemente de forma cíclica e com maior intensidade, em função das mudanças climáticas. Adicionalmente, novas pragas e doenças foram introduzidas ou dispersaram entre as regiões de plantio, aumentando ainda mais os desafios. Estas condições mais instáveis de clima, bem como as novas pragas e doenças, têm limitado a seleção e o plantio de novos clones de eucalipto.

Importante mencionar que uma grande proporção das novas áreas de plantio, em uma mesma região, tem sido realizada com poucos clones de eucalipto, quase que exclusivamente selecionados em outras regiões do País. Essa é uma questão importante, talvez a principal dentre aquelas técnicas, que tem limitado o ganho em produtividade, além de representar um alto risco para a produtividade e produção de madeira. Para se ter uma ideia disso, tive a oportunidade de detectar, pela primeira vez, o distúrbio fisiológico do eucalipto na região norte do Espírito Santo e extremo sul da Bahia. Nesta região, em poucos anos, a partir do final de 2007, um dos clones mais plantado foi praticamente dizimado por essa doença. Além disso, essa doença abiótica, de causa ainda não determinada, ainda é a principal limitação para o desenvolvimento de novos clones e de ganho de produtividade para essa região. Para contornar todos estes problemas técnicos, torna-se necessário investir em silvicultura de precisão.

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Sendo assim, é necessário conhecer, no detalhe, os ambientes de produção, a resposta dos clones e determinar as técnicas de manejo aproveitando a melhor interação possível entre todos estes fatores. Com o avanço das tecnologias de informações, ciência de dados e modelagem, aqui também cabe destacar o potencial destas novas ferramentas para otimização da produtividade florestal.

Além disso, é importante quebrar alguns paradigmas, os quais têm impedido de repensar a silvicultura e desenvolver novas tecnologias. Ao analisar todos estes fatores fica fácil entender que precisamos, urgentemente, eliminar os vários gargalos operacionais, bem como encontrar soluções técnicas para as questões limitantes dos novos ambientes de produção e de materiais genéticos. Após isso, será necessário buscar alternativas para aumentar o potencial produtivo e, principalmente, desenvolver maneiras de transferir, de forma estruturada, estes ganhos para a escala operacional.

Este último ponto é muito importante, pois é comum observar em escala de pesquisa ou mesmo em plantios piloto altas produtividades, em torno de 40-50 m³/ha/ano, muito acima dos valores médios do Brasil (33,7 m3/ha/ano, ano referência 2023, IBÁ).

Mas estes ganhos, muitas vezes, são perdidos quando as tecnologias, recomendações e técnicas precisaram ser transferidas para grandes áreas de plantio.

Aqui cabe destacar a importância da excelência na execução. Apesar de existirem várias ferramentas, no geral avaliamos o resultado final da floresta, seja qualitativamente, seja de produtividade, mas sem monitorar e corrigir, quando necessário, a qualidade e a precisão na execução.

Para finalizar e responder à questão principal, entendo que há espaço para ganho de produtividade, mas para isso é necessário disponibilidade de material genético de alto potencial, técnicas mais precisas de manejo e excelência na execução.

Mas para que a aliança destes três fatores possa funcionar é importante compreender que o setor florestal atingiu outro patamar de tamanho e velocidade de crescimento, o que demanda novos conceitos, quebra de vários paradigmas técnicos e de gestão, bem como maior velocidade na implementação de novas tecnologias. n

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Transparência e aprendizado

Não se gerencia o que não se mede. No ambiente de produção florestal, naturalmente complexo e repleto de particularidades que impactam diretamente a produtividade, os indicadores de gestão fornecem suporte essencial para decisões assertivas e oferecem uma visão sistêmica do cenário atual.

Apesar do avanço do setor em produtividade, tecnologias e pesquisas aplicadas viabilizam a utilização das melhores práticas de manejo, contudo a realidade operacional ainda é um desafio. Nesse contexto, os indicadores florestais cumprem sua função primordial: indicar o status das florestas, sob a ótica de proteção, sanidade, aderência às recomendações, qualidade operacional ou produtividade. Ao possibilitarem a correlação de fatores, identificação de causas e priorização de recursos a partir de métricas bem definidas, os indicadores tornam-se ferramentas estratégicas que efetivamente “viram o jogo” e transformam positivamente a gestão e os resultados das florestas plantadas. A realização dos monitoramentos florestais com definição de bons indicadores para gestão e tomada de decisões é uma estratégia preventiva e tende a ser mais econômica que tratar suas consequências (danos aos plantios ou desvios de processos), reduzindo riscos de perdas e diminuindo os custos operacionais. É como diz o ditado popular: “ melhor prevenir do que remediar".

Estratégias de monitoramento e definição de indicadores:

Monitoramento terrestre de formigas cortadeiras: Por ser a principal praga florestal do Brasil, o monitoramento de formigas cortadeiras representa um dos casos mais consolidados de utilização dessa estratégia, sendo pioneiro no manejo integrado de pragas.

Implantado há mais de 45 anos para viabilizar a aplicação do porta-isca (recipiente para proteger a isca formicida até que fosse consumida pelas formigas), o monitoramento possibilita identificar o nível de infestação, o grau herbivoria (danos observados nos plantios durante os levantamentos) e a necessidade do controle “especializado” em função do limiar de “dano econômico”, além de medir a eficiência das intervenções. Esse processo também permite validar a estratégia de manejo e identificar oportunidades de aprimoramento, sendo utilizado atualmente pela maioria das empresas florestais do País.

Mesmo em regiões com histórico de baixa ocorrência, as perdas de produtividade podem ser significativas quando o manejo é negligenciado. Em razão dos danos severos registrados no passado, permanece, em algumas empresas, a prática recorrente de se querer realizar controles anuais, refletida na célebre frase da década de 1930: “ou o Brasil acaba com a formiga ou a formiga acaba com o Brasil”. Contudo, com as análises das informações obtidas a partir do monitoramento, é possível planejar intervenções mais racionais: em alguns casos, é possível estender o intervalo para dois ou três anos; em outros, a intervenção anual pode ser insuficiente, ;

As funções primordiais dos indicadores florestais são indicar o status das florestas, sob a ótica de proteção, sanidade, aderência às recomendações, qualidade operacional ou produtividade. "

Qual é o diâmetro do seu problema?

Qual é o diâmetro do seu problema?

P

Discos de corte para Feller: conforme modelo ou amostra

Discos especiais conforme desenho

Detalhe de encaixe para ferramentas de 4 lados

• Disco de corte com encaixe para utilização de até 20 ferramentas, conforme possibilidade devido ao O externo.

• Diâmetro externo e encaixe central de acordo com a máquina

P Usinagem de peças conforme desenho ou amostra: Eixos, acoplamentos, roscas sem-fim transportadoras, roletes e tambores para esteiras transportadoras, tambores para pontes rolantes, cilindros hidráulicos e pneumáticos e outros.

Gestão

exigindo ações adicionais. Dessa maneira, é possível otimizar recursos e tomar ações de controle mais assertivas.

Sensoriamento remoto na detecção de pragas e doenças: o avanço nas tecnologias de imagens de satélite ampliou o uso do monitoramento orbital como ferramenta estratégica. Atualmente, é utilizado em diversas aplicações práticas, como o mapeamento da saúde da floresta e a identificação de falhas no plantio, entre outros indicadores importantes, oferecendo um nível de detalhamento e cobertura espacial em tempo real que os monitoramentos convencionais, isoladamente, não conseguem proporcionar. Com isso, é possível antecipar medidas de manejo curativo, se caracterizando também como um importante indicador na gestão e proteção do nosso ativo florestal.

Inventário florestal: No cerne do monitoramento florestal, temos o inventário, que traz o status da produtividade real dos plantios, com a presença das equipes em campo de forma periódica. Também se configura como uma importante ferramenta para a avaliação qualitativa das florestas, complementar aos demais monitoramentos, sustentando a tomada de decisões estratégicas do setor. Além disso, permite ainda um diagnóstico precoce de desvios e a identificação das causas raízes que podem estar afetando o desempenho dos plantios.

Sinergia nos monitoramentos florestais: Dentre as diversas alternativas de monitoramentos florestais, entendemos que a adoção de sinergias se configura ainda como a opção mais sustentável e otimizada. A integração, potencializada pela multidisciplinaridade das áreas de conhecimento, associado ao avanço em metodologias, estratégias e tecnologias, propicia a obtenção de dados mais precisos e mais acessíveis, favorecendo a tomada de decisões assertivas e eficazes. Ainda existem oportunidades, e o uso de inteligência artificial associado com sistemas de informação geográfica e robotização garantirá a sustentabilidade e resiliência do manejo florestal.

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Gestão de indicadores: Gerir indicadores não se resume a acompanhar números. É necessário que todo o time compreenda seu valor estratégico, enxergando-os como instrumentos de melhoria contínua e confiança. O objetivo é alinhar esforços coletivos em prol do melhor desempenho, sem buscar culpados.

Na Suzano, um exemplo de inovação é o ARS (Aderência às Recomendações Silviculturais), inspirado na ferramenta OTIF (On-Time In Full). Enquanto o OTIF mede a eficiência de entregas em setores como logística e suprimentos, o ARS adapta esse conceito à silvicultura, avaliando a execução das recomendações técnicas dentro de prazos ótimos, uso de insumos e tecnologias de aplicação adequadas.

A nova ferramenta aumenta a transparência, fortalece a governança e reduz a subjetividade na análise das operações. Sua implementação, contudo, demanda significativo esforço na transferência de tecnologias, treinamento contínuo das equipes e engajamento das lideranças. Tais fatores são cruciais em um setor que ainda enfrenta desafios como elevados índices de turnover e sistemas de gestão pouco integrados. Para potencializar seus efeitos, a criação de uma central de indicadores florestais, reunindo resultados de diferentes monitoramentos e promovendo análises integradas que orientam e definem prioridades operacionais, é fundamental.

Considerações finais:

Em meus 45 anos de vivência no setor florestal, a realização dos monitoramentos sempre norteou as tomadas de decisão e direcionamento das estratégias adotadas. O esforço investido em seu desenvolvimento e acompanhamento retorna em forma de maior eficiência, otimização de recursos e, principalmente, proteção dos plantios e manutenção da produtividade esperada. Mais do que números, a gestão dos indicadores representa conhecimento aplicado, capaz de transformar desafios em oportunidades. Em síntese, não se gerencia o que não se conhece, e conhecer de forma estruturada é o primeiro passo para garantir competitividade e sustentabilidade no longo prazo. n

Carregado

segurança e precisão.

Fueiros Exte:

Com Tecnologia Sueca e fabricação brasileira, produzidos com aço de alta resistência e leveza, garantindo toda a segurança no suporte das toras.

Balanças Tamtron: E ciência e precisão na pesagem da carga. Acoplada diretamente na grua, garante o carregamento rápido e evita multas por excesso de peso nas estradas.

Catracas TU Exte:

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Com tensionamento automático, garante a xação da carga durante todo o percurso. Baixa manutenção e maior produtividade.

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A formação e qualificação de recursos humanos

Os desafios da expansão da silvicultura

1. Expansão da silvicultura:

Desde 1994, quando iniciei minha jornada profissional neste fantástico mundo florestal, muita coisa já tinha mudado e muita coisa mudou desde então. Tudo na vida é resultado de causa e condição e, quando compreendemos esta lei universal, irrevogável, entendemos que o presente é resultado de causas e condições passadas. Sob esta perspectiva de entendimento, temos observado que o crescimento relativo do cultivo de florestas foi um dos mais pujantes quando comparado a outros cultivos no Brasil.

Na perspectiva de futuro de demanda de consumo de produtos de madeira no mundo, o cenário de necessidade de crescimento de florestas plantadas continua proeminente com base nas estimativas da FAO pontuadas a seguir:

• O consumo de produtos de madeira processados primários (madeira serrada, painéis, celulose, etc.) deve subir de 3,1 bilhões de m3 até 2050 – um aumento de 37% em relação a 2020 (que foi de 2,2 bilhões de m3).

• Em 2020, as florestas plantadas já respondiam por cerca de 46% da produção global de madeira em tora.

• Para atender ao aumento da demanda, a FAO projeta que serão necessários 33 milhões de hectares adicionais de plantações florestais altamente produtivas até 2050 – supondo que a produção das florestas naturalmente regeneradas permaneça constante.

O setor florestal brasileiro é parte da solução do abastecimento mundial.

Em 2025 tivemos 20 participantes selecionados para o Programa de Preparação de Gestores Florestais, representando 14 universidades de diversas regiões do Brasil. Ao final do curso, 70% deles foram contratados pelas empresas patrocinadoras. "

2. Desafios da expansão:

Por parte dos desafios, quando nos atemos a pensar sobre a expansão da silvicultura do ponto de vista de ambiente de produção, estamos a pensar em futuro e, na ausência de bola de cristal, somos impelidos de maneira pragmática a estimar causas e condições a serem consideradas na expansão, algumas das quais já observadas e em curso.

Sabemos que as causas e condições são multivariadas e interagem entre si. No entanto, tomando emprestado a lei de Pareto e de maneira não exaustiva, vou mencionar algumas das causas e condições que eu entendo estarem dentre as mais importantes a ser enfrentadas, tais como condições climáticas adversas, disponibilidade, uso e consumo de água, incêndios, novas pragas e doenças, e disponibilidade de mão de obra qualificada, que resultarão em produtividade florestal e custos de produção.

Por parte das soluções, e adotando a mesma bússola dos desafios, as soluções estão assentadas preliminarmente em dois principais pilares: ciência de qualidade e operacionalização desta ciência na forma de inovação, materializadas em uma aprimorada gestão de práticas operacionais na silvicultura.

A materialização destes dois pilares depende fundamentalmente de pessoas qualificadas na ciência e na gestão de operacionalização das práticas silviculturais. Isto posto, depreende-se que o caminho das soluções passa por um terceiro pilar que são as pessoas, mais que uma afirmação retórica, um fato cabal.

No IPEF atuamos nos três pilares há quase 60 anos, o desenvolvimento do setor florestal brasileiro se entrelaça com história e o desenvolvimento do Instituto.

No pilar da ciência, temos atualmente 11 programas cooperativos voltados exclusivamente para a ciência. No que tange ao olhar de futuro, estamos trabalhando no âmbito do CTC (Conselho Técnico Científico), em linhas de pesquisas que nos permitirão lidar com os desafios do ambiente de produção de maneira diligente.

Algumas das pesquisas em gestação na área de biotecnologia consideram a genômica e a edição gênica, as quais, juntas, permitirão em algum momento avanços inimagináveis há cerca de 20 anos. São conhecimentos e ferramentas que não podemos prescindir, quando consideradas as necessidades de produção de madeira e as perspectivas esperadas de ganhos significativos em produtividade e sustentabilidade.

Estes avanços com as novas linhas de pesquisa em adição ao arcabouço de pesquisas já em curso, como as modelagens em Ecofisiologia, se integrarão numa plataforma riquíssima de dados, que permitirão avanços ainda mais significativos por meio da ciência de dados e de computação, consequentemente necessitando de gente competente e qualificada.

No segundo pilar, operacionalização das práticas, há que se ter uma visão sistêmica entre o racional das práticas operacionais e a ciência que embasa as recomendações, e é neste ponto que reside um dos desafios na formação e qualificação de recursos humanos, em número suficiente, nas várias esferas da cadeia de valor florestal.

3. A formação e a qualificação de pessoas:

No terceiro pilar, o IPEF atua em duas frentes. A primeira abrange profissionais já formados, que estão no mercado de trabalho e nas empresas. Nesta frente, os programas cooperativos do IPEF via simpósios, workshops e treinamentos fazem a transferência de conhecimento e capacitação de implementação desdobrada na forma de práticas operacionais.

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A segunda frente ocorre previamente à entrada do profissional no mercado de trabalho. Desde 2011, o PPGF – Programa de Preparação de Gestores Florestais atua junto a recém-formados com o objetivo de fortalecer conhecimentos e práticas de gestão. O programa evoluiu e foram inseridos tópicos como diversidade e inclusão, autoconhecimento, inteligência emocional, entre outros temas relevantes e pouco abordados durante a graduação. O PPGF baseia-se numa filosofia de trabalho que busca identificar pessoas que percorreram o melhor caminho possível até sua graduação ou mestrado, com forte potencial de crescimento para contribuir com os desafios do setor. Anualmente, selecionamos entre 20 e 25 recém-formados em Engenharia Florestal e mestrandos em fase de conclusão.

Na edição deste ano de 2025, tivemos 20 participantes selecionados, representando 14 universidades de diversas regiões do Brasil. Ao final do programa, em média, 70% dos participantes são contratados pelas empresas patrocinadoras. Até o momento, 273 engenheiros formaram-se pelo PPGF.

O processo seletivo para a edição 2026, de 15 anos do PPGF, está em curso. Para esta edição contamos com o apoio de 11 empresas, a saber: Aperam, Bracell, CMPC, Dexco, Gerdau, Klabin, LD, Ramires, Suzano, Sylvamo e Veracel, além do apoio da empresa de desenvolvimento humano Rock Ensina.

Interessante destacar o menor interesse pelo curso de engenharia florestal relatado por várias universidades parceiras do IPEF, ou seja, na contramão do crescimento do setor. O IPEF, neste ano, apoiará institucionalmente a SBEF – Sociedade Brasileira de Engenheiros Florestais, no 4º ENCEF – Encontro Nacional de Cursos de Engenharia Florestal, com o objetivo de aprovação da proposta de Diretrizes Curriculares Nacionais da Engenharia Florestal, a consolidação de uma rede permanente de formação e a aproximação entre academia, setor produtivo e sociedade.

4. Considerações finais:

Os desafios de produção, produtividade, sustentabilidade e competitividade são inegáveis e estão postos; por outro lado, nossa capacidade de enfrentar desafios também cresce de maneira significativa com os avanços da ciência. Aprecio muito a vertente humanista e, por meio desta vertente, junto de pessoas "gente boa", lograremos a construção das soluções na mesma altura dos desafios da nossa silvicultura. n

Políticas públicas e parcerias

Políticas

públicas têm influenciado decisivamente a trajetória da cadeia produtiva florestal

O setor de florestas plantadas no Brasil ocupa um papel estratégico para a economia nacional, para a agenda ambiental e para o comércio exterior. Ao longo das últimas décadas, políticas públicas têm influenciado decisivamente a trajetória dessa cadeia produtiva — ora estimulando seu crescimento, ora impondo restrições que exigem adaptação constante por parte das empresas.

No Brasil, a silvicultura responde por mais de 90% de toda a madeira industrial consumida, garantindo sustentabilidade ao reduzir a pressão sobre florestas nativas. Além disso, a base florestal sustenta cadeias industriais de grande relevância, como papel e celulose, painéis de madeira, carvão vegetal e bioenergia.

Nesse contexto, o desenho e a implementação de políticas públicas tornam-se fatores críticos tanto para a competitividade quanto para a imagem ambiental do setor.

No cenário internacional, as políticas de outros países também impactam diretamente a realidade brasileira. As atuais barreiras comerciais impostas pelos Estados Unidos são exemplos desse desafio. Recentemente, medidas baseadas em investigações de trade remedies (como as seções 232 e 301) vêm colocando em xeque a fluidez das exportações brasileiras de papel e celulose. Argumentos ligados a segurança nacional e alegações de práticas comerciais desleais têm gerado tarifas adicionais e incerteza regulatória, com repercussões diretas sobre a competitividade das empresas brasileiras no mercado norte-americano — um dos principais destinos de exportação.

Esse ambiente de instabilidade expõe nossas vulnerabilidades frente a decisões unilaterais de grandes parceiros comerciais e reforça a necessidade de o Brasil adotar uma estratégia integrada de política externa, defesa comercial e diplomacia econômica para salvaguardar os interesses de uma indústria que gera milhares de empregos diretos e indiretos.

Desencadear ações retaliatórias adicionais, criando um ciclo de tensões que pode comprometer não apenas as exportações, mas também a reputação internacional do Brasil em fóruns multilaterais de comércio. "

Além disso, permanece a preocupação de que, ao longo dos próximos meses, tais medidas possam se intensificar e desencadear ações retaliatórias adicionais, criando um ciclo de tensões que pode comprometer não apenas as exportações, mas também a reputação internacional do Brasil em fóruns multilaterais de comércio. Essa perspectiva exige vigilância constante do governo e um alinhamento estreito com o setor privado para antecipar cenários e reduzir riscos. No campo interno, um marco relevante foi a exclusão da silvicultura da lista de atividades potencialmente poluidoras através da sanção da Lei nº 14.876/2024. Essa decisão representou uma mudança regulatória importante, reconhecendo o caráter sustentável da atividade e seu papel central na agenda de economia de baixo carbono. Ao deixar de ser enquadrada como atividade que demanda licenciamento ambiental complexo e burocrático, a silvicultura passou a ter maior clareza regulatória e simplificação de processos, o que favorece novos investimentos e reduz custos de conformidade. O ponto central é que a exclusão sinaliza um avanço no reconhecimento do papel das florestas plantadas como aliadas da agenda ambiental, da neutralidade climática e da bioeconomia.

Outro movimento recente que merece destaque é a Resolução 9/2025, do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação, que passou a exigir a apresentação do Certificado de Origem Florestal (COF) nas aquisições de papel destinadas ao Programa Nacional do Livro Didático (PNLD). Essa medida reforça a importância de critérios de sustentabilidade nas compras públicas e cria um incentivo direto para que as empresas fornecedoras comprovem a origem legal e sustentável de sua matéria-prima. Além de fortalecer a rastreabilidade e a transparência da cadeia, a exigência do certificado alinha o Brasil a práticas internacionais de compras governamentais responsáveis, ampliando a credibilidade do setor perante consumidores e investidores. Para as empresas florestais, a portaria representa tanto um desafio de adequação quanto uma oportunidade de consolidar diferenciais competitivos em um mercado cada vez mais sensível a atributos socioambientais.

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Para um setor que trabalha com investimentos de longo prazo, que possui uma lógica particular no que diz respeito ao processo de plantio, colheita e produção, é fundamental que o País possa dar direcionamento a marcos regulatórios que tragam previsibilidade, estabilidade e segurança jurídica duradoura. A dinâmica florestal, com ciclos produtivos que muitas vezes ultrapassam décadas, exige regras claras que assegurem a perenidade dos investimentos e a manutenção de um ambiente de negócios saudável. Nesse sentido, as discussões acerca da Lei nº 15.190/2025 (e seus vetos) precisam ser conduzidas com transparência e responsabilidade, evitando lacunas jurídicas que possam comprometer sua plena aplicação. É justamente a ausência dessa segurança normativa que pode colocar em risco a competitividade do setor e a confiança de investidores nacionais e estrangeiros.

Por fim, cabe aos atores governamentais — em especial os Poderes Executivo e Legislativo — buscar maior coesão na condução das agendas estratégicas. A continuidade das reformas estruturais do País, a modernização regulatória e a adoção de políticas públicas consistentes são condições indispensáveis para o Brasil.

Para que esse caminho seja bem-sucedido, é necessário não apenas o engajamento dos formuladores de políticas, mas também uma participação ativa do setor privado, contribuindo com dados, experiências e propostas que ajudem a desenhar soluções viáveis.

A interlocução permanente entre governo, empresas e sociedade civil fortalece a formulação de políticas públicas mais equilibradas e eficazes, capazes de conciliar as necessidades de crescimento sustentável. Somente com esse esforço conjunto — baseado em confiança mútua, previsibilidade regulatória e visão estratégica de longo prazo — será possível criar um ambiente institucional favorável ao desenvolvimento sustentável, capaz de conciliar competitividade econômica, responsabilidade social e compromisso ambiental. O setor de florestas plantadas, pela sua relevância e pelo potencial de inovação, pode e deve ser um dos protagonistas desse processo. n

Silvicultura e serviços ecossistêmicos

As plantações florestais geridas para além da produção de madeira

A produção de madeira é a atividade mais obviamente percebida pelo público em geral, quando se trata do setor de base florestal. Neste contexto, incluem-se: celulose e papel, painéis de madeira, pisos laminados, madeira serrada, carvão vegetal e pellets, entre outros produtos de menor expressão quantitativa. Realmente, trata-se de uma atividade altamente relevante, que atualmente está na quinta posição em comparação com outros setores da economia brasileira, representando 1,2% do Produto Interno Bruto nacional.

Entretanto, o setor de base florestal também acumulou experiência e conhecimentos que o posicionam reconhecidamente como a atividade do agronegócio que mais tem respeitado e contribuído para a sustentabilidade do meio ambiente.

Os números são impressionantes e, segundo o Relatório Anual da IBÁ de 2024, fazem parte dos imóveis rurais vinculados ao setor de florestas plantadas:

a. 1,94 milhão de hectares de Áreas de Preservação Permanente (APPs);

b. 4,88 milhões de hectares de Reserva Legal (RLs);

c. mais de 100 mil hectares destinados a Reservas Particulares do Patrimônio Natural (RPPN).

A importância econômica, social, ambiental e cultural das florestas plantadas tem sido amplamente reconhecida, inclusive pela FAO, que já em 2006 apresentou as “Diretrizes Voluntárias para o Ordenamento Responsável de Florestas Plantadas” (termo amplo que inclui as plantações florestais comerciais, tema de nossa abordagem). São muitos os benefícios diretos e indiretos das plantações florestais, incluindo:

a. a geração de emprego e renda;

b. o controle de pragas e polinização;

c. o fornecimento de produtos não madeireiros, que incluem frutos, resinas, óleos essenciais, mel e plantas medicinais;

d. o turismo rural;

e. a preservação de valores culturais, educativos, recreativos e paisagísticos;

f. bioenergia.

Entretanto, por necessidade de síntese, vamos nos ater a um dos aspectos mais relevantes, ou seja, as plantações florestais na paisagem.

;

se é verdade que o desmatamento promove desestabilização do solo, a situação inversa, de cobrimento florestal, no contexto da paisagem, reduz erosão, melhora a infiltração de água e protege bacias hidrográficas, reduz a poluição e melhora a qualidade do ar. "

Maria Malheiros de Oliveira

Pesquisadora da Embrapa Floresta

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Paisagens rurais (com florestas nativas, plantações florestais e sistemas agrícolas)

Silvicultura e serviços ecossistêmicos

Mosaicos florestais, a paisagem rural e o manejo ecossistêmico:

Os denominados mosaicos são formados pela adjacência entre áreas com florestas plantadas e outras formas de uso e cobertura da terra, sob a ótica da formação de corredores ecológicos. Tais áreas adjacentes podem ser compostas por vegetação florestal nativa, sob a forma da APPs, RLs, RPPNs, e também por fragmentos florestais adicionais, seja em propriedades rurais, áreas públicas ou em Unidades de Conservação. O planejamento ocorre em nível de paisagem quando é possível, ao poder público ou às comunidades, perpassar as fronteiras das propriedades visando a continuidade de tais corredores.

Tal modelo é característico das empresas de base florestal e, assim, sob o guarda-chuva dos mosaicos, encontram-se benefícios ecossistêmicos, entre os quais destacam-se:

Conservação da biodiversidade: No que se refere ao contexto da fauna, há constatações que permitem afirmar que as plantações florestais estão muito distantes do conceito de “deserto verde”, pelo contrário. A fauna circula livremente entre fragmentos nativos e os plantios, com segurança e sob cobertura. As plantações são ambientes onde há pouca interferência humana, no dia a dia. Já com relação à flora, a presença de plantações florestais, além

de proteger o fragmento nativo, tende a diminuir o efeito de borda, ou seja, menor redução de biodiversidade e da qualidade ambiental típica das áreas “de franja”, limítrofes dos fragmentos.

Proteção do solo, dos recursos hídricos e da qualidade do ar: As plantações florestais são tradicionalmente implantadas em áreas com menor aptidão agrícola, o que é um desafio para a engenharia florestal. Assim sendo, devem ser manejadas, desde a sua implantação para ter menos impacto no solo e recursos hídricos, quando comparadas às culturas agrícolas, seja pela periodicidade das intervenções (rotações mais longas), seja pela aplicação diferenciada de insumos, pela permanência de resíduos no solo após colheita, seja pela própria característica de percolação, permitida e incentivada pelos troncos e raízes. Os atuais equipamentos e técnicas de colheita florestal permitem a redução da compactação do solo em até 40%, em comparação a processos tradicionais de colheita. Adicionalmente, a extração de nutrientes pelas árvores não é maior do que a de outras lavouras, como café, algodão, soja, milho, laranja e, também, as pastagens. Assim, se é verdade que o desmatamento promove desestabilização do solo, a situação inversa, de cobrimento florestal, no contexto da paisagem, reduz erosão, melhora a infiltração de água e protege bacias hi-

Propriedades adjacentes Propriedades adjacentes com corredor
Imagens geradas pela ferramenta de Inteligência Artificial Lovart

drográficas, reduz a poluição e melhora a qualidade do ar. Ademais, a deposição contínua de resíduos (galhos, folhas e casca), ao longo dos ciclos, proporciona benefícios ambientais como: proteção contra cheias, redução de extremos térmicos e da perda de água por evaporação ou escoamento superficial. Também propiciam o aumento da biomassa microbiana do solo e mineralização/ciclagem de nutrientes por meio da serapilheira, estabelecendo o processo de decomposição, liberação e absorção de nutrientes, num completo ciclo biológico. Caso os resíduos da colheita sejam utilizados para transformação em energia, os ganhos ocorrem ainda mais, melhorando o balanço energético da empresa.

Benefícios relacionados à mudança do clima: Ao longo dos diferentes ciclos, a silvicultura brasileira tem desenvolvido práticas que levam a um aumento da capacidade de armazenamento do carbono, exemplificadas: a. pela eliminação da necessidade de queima para limpeza da área de plantio; e b. pela adoção do cultivo mínimo (preparo reduzido de área).

Também têm sido bem-sucedidas as conversões de áreas de pastagens degradadas em plantações florestais, o que pode ser considerado uma medida de mitigação das mudanças do clima. Adicionalmente: os solos florestais têm ex-

pressiva contribuição na redução das emissões de metano, um gás de efeito estufa importante. Foi observado, no sul do Brasil, que a absorção desse gás em solos sob plantios de Pinus taeda, mesmo sendo de menor grandeza quando comparado à floresta nativa adjacente (estágio intermediário de sucessão), é bastante expressivo, com taxas da ordem de 3 kg de C-CH4 ha-1 ano-1. Fazendo uma conta simples: temos 10,2 milhões de hectares com florestas plantadas e planta-se 1,8 milhão de árvores por dia; se isso for somado aos 6,91 milhões de hectares de vegetação natural conservados em mosaico (conforme acima), estima-se que o setor estoque 4,92 bilhões de toneladas de CO2eq, com números crescentes, diariamente. Muito se poderia adicionar ao que foi apresentado, que se configurou apenas em uma pequena pincelada no que se refere aos benefícios das plantações florestais, na paisagem. Inclui-se nesse contexto a adoção de técnicas e ferramentas de análise geométrica em aplicações visando avaliar e quantificar o padrão espacial da paisagem florestal, desenvolvidas pela Embrapa Florestas e que podem contribuir para o processo decisório em relação a processos de manutenção e restauração da paisagem. Entretanto, o mais importante é que estressemos, cada vez mais, a importância das plantações florestais como componente rural fundamental para a sustentabilidade, em todos os sentidos. n

ecológico em comum
Propriedades adjacentes a Unidade de Conservação

Governança, legitimidade e alianças comunitárias

Ao longo de muitos anos de atuação, um dos trabalhos mais gratificantes que vivenciei foram os Diagnósticos Rurais Participativos, os chamados DRP’s. Foram horas de conversas, oficinas e aprendizados não formais, extremamente ricos, cheios de cultura, sensibilidade e troca de saberes. Nessas ocasiões, pude compreender melhor como viviam as comunidades vizinhas aos empreendimentos florestais, o que pensavam e como nos percebiam, muitas vezes com desconfiança. Essa vivência aguça o olhar do manejador florestal para um ponto essencial: como impactar o mínimo possível e, sobretudo, como gerar valor compartilhado?

Nesse contexto, há um sentimento fundamental a ser conquistado: a confiança. As comunidades são atores estratégicos e precisam participar do planejamento desde a concepção dos projetos, especialmente quando falamos na expansão de áreas plantadas.

O Brasil apresenta grande potencial para essa expansão. De acordo com o Atlas das Pastagens da UFG, as pastagens cobrem cerca de 177 milhões de hectares, dos quais mais de 20 milhões apresentam nível severo de degradação. Estados como Mato Grosso (5,1 milhões ha), Goiás (4,7 milhões ha), Mato Grosso do Sul (4,3 milhões ha), Minas Gerais (4,0 milhões ha) e Pará (2,1 milhões ha) oferecem condições para a implantação de novas culturas, entre elas os plantios florestais.

As plantações florestais trazem benefícios sociais, ambientais e econômicos. Além de gerar empregos, renda e oportunidades locais sobretudo quando envolve pequenos produtores, contribui para serviços ecossistêmicos como retenção de carbono, conservação do solo e da água e controle da erosão. Também permite recuperar áreas degradadas e diversificar meios de vida, fortalecendo o engajamento comunitário e promovendo saúde, bem-estar e coesão social por meio da ampliação da cobertura florestal. Com padrões de governança como os Princípios e Critérios do FSC, que exigem diálogo estruturado e respeito a direitos, e com investimentos orientados por diagnósticos participativos, o setor florestal amplia sua legitimidade e se consolida como motor de desenvolvimento sustentável e inclusão social.

Diante dessa realidade, a expansão das áreas plantadas deve ser conduzida com planejamento criterioso. ;

Precisamos não apenas da licença social para operar. O verdadeiro desafio é tornar nossos empreendimentos florestais queridos e desejados pelas comunidades. "

Roosevelt

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É fundamental mapear quem é afetado e seus direitos, identificando comunidades vizinhas à Unidade de Manejo Florestal (UMF) e reconhecendo seus usos, necessidades e obrigações. Esse mapeamento social sustenta o reconhecimento e a proteção de direitos, garantindo que o controle comunitário sobre recursos e territórios seja respeitado. No caso de povos tradicionais e indígenas, a aplicação do Consentimento Livre, Prévio e Informado (FPIC) é condição essencial para assegurar legitimidade e transparência.

Outro pilar é gerar oportunidades reais de desenvolvimento: criar empregos, investir em capacitação e fortalecer cadeias de fornecedores locais. Assim, o empreendimento dinamiza a economia regional e amplia os benefícios percebidos pelas comunidades.

É igualmente essencial avaliar, evitar e mitigar impactos. O plano de manejo deve integrar de forma equilibrada o planejamento social e ambiental, com engajamento dos stakeholders e medidas proporcionais à intensidade e aos riscos da operação.

Um mecanismo de queixas e reparação efetivo também é indispensável. Deve ser público, acessível e culturalmente adequado, com prazos de resposta definidos, registros transparentes e possibilidade de paralisação de operações em casos graves. A compensação justa reforça a confiança e demonstra compromisso com a justiça social.

A proteção de sítios culturais e do conhecimento tradicional deve estar no centro da gestão, garantindo que locais de relevância espiritual e cultural sejam preservados e que o uso de saberes tradicionais ocorra apenas mediante acordos formais e compensações adequadas.

Por fim, a transparência e a participação contínua são alicerces da boa governança. A publicação de resumos públicos de planos de manejo, consultas regulares e o envolvimento da comunidade no monitoramento dos impactos asseguram não apenas conformidade técnica, mas também a construção de relações de longo prazo pautadas pela confiança.

Em síntese, quando esses elementos são incorporados desde o planejamento, a expansão florestal deixa de ser unilateral e se transforma em uma parceria estratégica com as comunidades locais, convertendo potenciais resistências em alianças sólidas.

Precisamos não apenas da licença social para operar. O verdadeiro desafio é tornar nossos empreendimentos florestais queridos e desejados pelas comunidades. n

é Impacto da silvicultura nas comunidades do entorno

E preciso atuar e olhar para o futuro

No sul da Bahia, na chamada Costa do Descobrimento, vivenciei as profundas mudanças trazidas pela implantação de um empreendimento de silvicultura e indústria de celulose, a Veracel Celulose. O complexo envolve o cultivo de florestas plantadas há 30 anos, e a operação de uma unidade industrial de produção de celulose, em funcionamento há 20 anos, responsável por abastecer mercados nacionais e internacionais. Desde então, o empreendimento tem contribuído significativamente para o desenvolvimento socioeconômico local. Segue gerando novas oportunidades de emprego e renda, incentivando proprietários de terras a se tornarem produtores florestais e diversificando a base econômica regional, o que contribuiu para a descentralização da posse e do uso das terras. Além dos impactos diretos na cadeia produtiva, a presença deste empreendimento contribuiu para fomentar a expansão do comércio, a instalação de novas instituições de ensino (escolas e universidades), a ampliação da rede hospitalar com diferentes especialidades, o surgimento de laboratórios, a modernização da rede hoteleira e o crescimento da infraestrutura urbana. Somados, esses fatores resultaram na dinamização econômica nas cidades da região, atraindo investimentos e promovendo a melhoria das condições de vida da população local.

Conhecer detalhadamente os impactos do empreendimento, bem como os riscos e oportunidades associados à sua presença no território, é essencial para a definição de estratégias de gestão e governança. A partir dessa leitura da realidade, torna-se possível estruturar um modelo de atuação empresarial que seja eficiente e capaz de responder às demandas sociais, econômicas e ambientais.

Empresas do setor de florestas plantadas para produção de celulose possuem alcance global, geram oportunidades, promovem diálogo e contribuem para o desenvolvimento sustentável, articulando a governança. Devido à sua complexidade, aos custos envolvidos e à necessidade de perenidade, esses empreendimentos não podem se isolar de seu entorno. Ao contrário: precisam desenvolver práticas socioambientais responsáveis e reconhecer as comunidades como parte integrante. Assim, as comunidades locais passam a ser reconhecidas como atores relevantes, parcerias e relações de confiança são estabelecidas, universidades e centros de pesquisa colaboram no conhecimento, políticas públicas são articuladas, fóruns de diálogo são estruturados, e acordos são firmados com foco no desenvolvimento coletivo.

Para garantir a continuidade e viabilidade do negócio a longo prazo, é necessário mapear o território de atuação, identificar suas potencialidades e desafios, articular parcerias com setores público e privado e sociedade civil, além de construir estratégias conjuntas para enfrentar as principais necessidades que possam surgir.

A partir disso, vale salientar que as certificações são instrumentos fundamentais para assegurar a sustentabilidade dos empreendimentos

Nada do que fazemos pode ser considerado sustentável se não fizer sentido para as pessoas. "

florestais, pois exigem o cumprimento de princípios, critérios e indicadores que abrangem desde a conformidade legal até a forma de manejo das florestas, as relações estabelecidas com a sociedade e os resultados socioambientais gerados. No aspecto ambiental, o empreendimento promove a articulação de fóruns e a mobilização de diferentes atores para o debate e tratamento de temas críticos que afetam a biodiversidade, tais como mudanças climáticas, alterações no uso do solo, queimadas, poluição e uso inadequado de defensivos agrícolas. Paralelamente, são incentivadas iniciativas que contribuem para a conservação ambiental, como a restauração de áreas degradadas (essenciais para a recuperação de habitats), a proteção da fauna e da flora, a implementação de sistemas agroflorestais que favorecem a produção de alimentos mais saudáveis, além do cultivo de espécies perenes e práticas agrícolas sustentáveis. Tais ações, quando conduzidas de forma responsável e integrada, têm potencial para mitigar impactos ambientais e promover benefícios duradouros para os ecossistemas e para a sociedade.

Os ativos florestais podem ainda ser compartilhados com as comunidades para o desenvolvimento de atividades complementares, como a apicultura, promovendo serviços ecossistêmicos relevantes.

A manutenção de ambientes florestais saudáveis garante a sobrevivência de polinizadores como as abelhas, fundamentais para o equilíbrio dos ecossistemas e para a segurança alimentar global. A perda desses insetos comprometeria a disponibilidade de alimentos, afetando toda a cadeia trófica, desde herbívoros até carnívoros, gerando impactos diretos na produção agrícola e na estabilidade das indústrias e das populações humanas.

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No aspecto social, destaca-se a necessidade de promover não apenas crescimento econômico, mas também o desenvolvimento inclusivo e sustentável das comunidades. Isso exige o reconhecimento das instituições sociais locais, seu fortalecimento técnico e estrutural e sua participação ativa nos processos de decisão e execução. São diversas as iniciativas de investimento social em parceria com as comunidades, abrangendo não apenas ações voltadas à mitigação de impactos operacionais, mas também programas planejados e estruturados para atender a grupos organizados juridicamente e à coletividade em geral. Essas iniciativas incluem a promoção da inclusão social por meio de processos produtivos, capacitação profissional, geração de renda e fortalecimento da agricultura familiar.

Também abrangem a utilização compartilhada dos ativos florestais com as comunidades, seja para a produção de alimentos, seja para outras finalidades, o fortalecimento das instituições sociais, a preservação e valorização da cultura das comunidades tradicionais, além de melhorias nos setores de educação, cultura e saúde.

Adicionalmente à atuação dos empreendimentos, criam-se oportunidades de acesso à terra e a introdução de tecnologias modernas, aliadas a assistência técnica e sistemas de monitoramento, permitindo melhores resultados econômicos e sociais e incentivando a permanência das famílias no campo com qualidade de vida. Ao articular diferentes atores, compartilhar informações e fomentar a educação, esses empreendimentos contribuem para a formação de cidadãos mais conscientes, engajados e preparados para uma atuação preventiva e proativa, assegurando a manutenção da vida e a sustentabilidade no planeta.

Nada do que fazemos pode ser considerado sustentável se não fizer sentido para as pessoas. n

O impacto das plantações florestais no desenvolvimento econômico regional

A Reflore-MS, Associação Sul-Mato-Grossense de Produtores e Consumidores de Florestas Plantadas, completa 20 anos de existência. A entidade nasceu praticamente na segunda fase do setor de base florestal no estado, trazendo desenvolvimento e contribuindo de forma decisiva para que o cultivo de florestas plantadas se consolidasse em Mato Grosso do Sul.

Iniciamos nossas atividades com seis empresas associadas e, hoje, contamos com 21. Dos aproximadamente 2 milhões de hectares de eucalipto plantados no Estado, cerca de 85% pertencem às empresas ligadas à Reflore-MS. Este avanço significativo só foi possível pela chegada e atuação das empresas de celulose

que aqui se instalaram — como Eldorado, Suzano, Arauco e, futuramente, Bracell —, além dos fundos de pensão e demais empresas associadas. Foram elas que impulsionaram o crescimento e continuam sendo protagonistas no desenvolvimento econômico, social e ambiental do Estado.

Grupos de Trabalho da Reflore-MS: nossa entidade atua por meio de três grupos de trabalho estratégicos, que fortalecem a cooperação entre empresas associadas e ampliam os benefícios para toda a região, quais sejam: o grupo de prevenção e combate a incêndios, o grupo de fitossanidade e o grupo de ESG.

O setor de base florestal exerce papel fundamental no desenvolvimento do Mato Grosso do Sul. Atualmente, o estado possui entre 1,7 a 1,9 milhão de hectares plantados com eucalipto, destinados principalmente ao abastecimento das fábricas de celulose. Esse movimento trouxe transformações profundas não apenas na economia, mas também no meio ambiente e no tecido social das comunidades locais.

O impacto econômico com a chegada da indústria florestal é notável. Três Lagoas, por exemplo, tinha em 2010, cerca de 65 mil habitantes. Hoje a população supera os 140 mil habitantes. "

Recuperação Ambiental: um dos impactos mais significativos foi a recuperação de áreas degradadas. Os aproximados dois milhões de hectares de eucalipto ocupam regiões que historicamente apresentavam limitações para outras culturas, devido às condições edafoclimáticas.

O cultivo florestal se revelou a verdadeira vocação dessas terras, permitindo ganhos ambientais expressivos.

O solo, antes frágil e sujeito à erosão, passou a reter melhor a água, especialmente devido ao acúmulo de serrapilheira desenvolvido durante a condução de um ciclo florestal, melhorando a condição de matéria orgânica no solo e favorecendo a infiltração de água.

Além disso, a exigência por certificações ambientais impulsionou o aumento de APPs e RLs – áreas de preservação permanente e reservas legais.

Enquanto a legislação determina 20% de área preservada, as empresas associadas da Reflore-MS mantêm em média o dobro dessa proporção, chegando a 44% de área preservada.

Esse compromisso é resultado da busca pela certificação, que vai além da obrigação legal e impõe práticas responsáveis de manejo florestal, conservação da fauna e flora, monitoramento hídrico e cuidado com as comunidades vizinhas.

Impactos Sociais: os efeitos sociais também são significativos. Para cada fábrica de celulose com capacidade de 2,5 milhões de toneladas/ano, são necessários aproximadamente 6 mil trabalhadores — cerca de 4 mil na área de silvicultura e 2 mil nas operações industriais.

Esse contingente gera impacto multiplicador, considerando o sustento das famílias envolvidas e a dinamização da economia local.

Outro aspecto relevante é a crescente inserção de mulheres em todos os níveis de atividades do setor de base florestal.

Elas têm conquistado espaço em diversas funções, desde os viveiros até a engenharia, a produção florestal, a operação industrial e a gestão, impulsionadas por empresas que oferecem condições adequadas e programas de incentivo à diversidade.

Além disso, o setor tem-se consolidado como um polo de oportunidades para jovens

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profissionais, que encontram nele uma porta de entrada para o mercado de trabalho qualificado e em expansão.

Desenvolvimento Econômico: o impacto econômico também é notável. O exemplo de Três Lagoas ilustra de forma clara esse fenômeno.

Em 2010, o município tinha cerca de 65 mil habitantes. Hoje, a população já supera 140 mil. Esse crescimento trouxe nova estrutura urbana, como: shopping center, hospital regional, expansão de instituições de ensino superior e aumento expressivo da oferta de serviços e comércio.

A chegada da indústria florestal promoveu uma verdadeira transformação na cidade: mais escolas, farmácias, supermercados, serviços de saúde, profissionais especializados e obras de infraestrutura etc. O efeito multiplicador alcança também a construção civil, impulsionada pela demanda por novas moradias e equipamentos urbanos.

Outro benefício importante é a geração de energia elétrica que as fábricas de celulose proporcionam. São autossuficientes e colocam, nas linhas de transmissão, energia para iluminar centenas de milhares de residências.

É claro que o rápido crescimento também gera desafios, como aumento na demanda por segurança, saúde e serviços públicos. Contudo, o saldo é extremamente positivo, já que a arrecadação tributária cresce, permitindo aos municípios ampliarem a oferta de infraestrutura e qualidade de vida para seus munícipes.

O setor de base florestal em Mato Grosso do Sul consolidou-se como vetor de desenvolvimento sustentável. Ao mesmo tempo em que recupera áreas degradadas e promove práticas de preservação ambiental, o segmento impulsiona a geração de empregos, movimenta as economias local e estadual e fortalece as comunidades.

Com vocação natural para a silvicultura, principalmente da costa Leste, o estado se tornou referência nacional em manejo florestal e em integração equilibrada entre produção, meio ambiente e desenvolvimento social. O futuro aponta para uma expansão ainda mais consistente, beneficiando não apenas o setor produtivo, mas toda a sociedade sul-mato-grossense. n

Compartilhando conhecimento, gerando riqueza e agregando valor ao negócio

O Fomento Florestal é uma estratégia fundamental para a expansão das florestas plantadas, possibilitando que esse crescimento se estenda para além das áreas sob domínio direto das grandes empresas. Esse modelo promove a democratização do setor ao incluir produtores rurais como protagonistas na cadeia produtiva de madeira.

No ano em que o Programa Fomento Florestal da Cenibra completa 40 anos, surge uma excelente oportunidade para refletir sobre a importância desse Programa e sua contribuição, que vai além do simples plantio de florestas. Mais do que garantir o abastecimento sustentável de madeira, o Fomento representa uma ação concreta de acesso aos benefícios sociais, econômicos e ambientais proporcionados pelas florestas plantadas.

O Programa da Cenibra destaca-se por atuar numa região de topografia, em sua maioria, declivosa e caracteriza-se pela participação de pequenos e médios produtores. Atualmente, são 558 parceiros rurais, reunindo cerca de 19 mil hectares plantados, responsáveis por aproximadamente 15% do abastecimento anual de madeira da fábrica, em Belo Oriente-MG. Esses números refletem não apenas a relevância do Fomento para o suprimento de matéria-prima, mas também seu impacto social e econômico para centenas de famílias no Estado de Minas Gerais.

Atualmente, são 558

parceiros rurais, reunindo cerca de 19 mil hectares plantados, responsáveis por aproximadamente 15% do abastecimento anual de madeira da fábrica, da Cenibra em Belo Oriente-MG. "

Coordenador do Fomento Florestal e Negócios de Madeira da Cenibra

Ao longo de quatro décadas, o Programa evoluiu e consolidou-se como uma ferramenta de inclusão, permitindo que produtores, que dificilmente teriam acesso isoladamente à tecnologia florestal, à assistência técnica de qualidade e aos contratos comerciais estruturados, possam diversificar suas atividades produtivas. Assim, encontram uma fonte estável de renda e podem planejar o futuro com mais segurança.

A democratização promovida pelo Fomento vai além da renda: inclui a difusão de conhecimento técnico, práticas de manejo sustentável e acesso à inovação. Dessa maneira, o Programa fortalece o desenvolvimento regional de forma mais justa e inclusiva, estimulando o desenvolvimento social das comunidades e incentivando a permanência das famílias no campo.

A visão do Fomento como um modelo de agronegócio acessível e rentável para o produtor rural tem-se mostrado um vetor de transformação para a agricultura familiar. Muitos produtores, ao integrarem o Programa, passaram a enxergar a floresta como uma alternativa complementar às atividades tradicionais, reduzindo a vulnerabilidade econômica e aumentando a estabilidade de suas propriedades.

Além de impactar a renda diretamente, a parceria com o Fomento gera efeitos indiretos significativos: estimula a economia local, desmistifica a cultura do eucalipto, fortalece prestadores de serviços, cria oportunidades de emprego e incentiva o empreendedorismo nas comunidades rurais. Assim, a floresta passa a ser vista como fonte de benefícios sociais, e não apenas de madeira.

Outro pilar fundamental do Fomento é a sustentabilidade. Os contratos estabelecem práticas de manejo responsáveis, respeitando legislações ambientais, preservando APPs e RLs – Áreas de Preservação Permanente e Reservas Legais –, além de medidas de conservação do solo e água. Isso assegura que a produção de madeira esteja alinhada à conservação dos recursos naturais, cumprimento das legislações, exigências de mercado e certificações florestais.

Se nas últimas décadas o Fomento Florestal foi fundamental para democratizar o acesso à produção florestal, o futuro exige um papel ainda mais abrangente. A agenda global de sustentabilidade reforça a importância desse modelo como estratégia de desenvolvimento territorial.

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O desafio envolve: ampliar o alcance, incluir novos perfis de produtores, investir em mecanização e inovação, além de fortalecer a confiança entre empresa e parceiros. Simultaneamente, é fundamental ampliar o diálogo com a sociedade, evidenciando que as florestas plantadas, quando bem manejadas, promovem tanto a conservação ambiental quanto a prosperidade econômica.

Ao celebrarmos os 40 anos do nosso Programa de Fomento Florestal, fica claro que sua importância vai muito além de garantir matéria-prima.

O Programa fortalece comunidades, transforma vidas e contribui para um futuro mais sustentável e justo. Para os produtores rurais, significa diversificação de renda e estabilidade; para a empresa, abastecimento seguro de madeira; para a sociedade, inclusão social, desenvolvimento regional e conservação ambiental.

Assim, o Fomento Florestal reafirma sua essência como instrumento de parceria estratégica, gerando prosperidade coletiva por meio de florestas sustentáveis, produtivas e rentáveis. Um legado que se perpetua a cada árvore plantada. n

Mais do que ocontratos, fomento constrói parcerias

O programa de fomento florestal consiste em incentivos e ações técnico-financeiras que estimulam o plantio, o manejo e a recuperação de florestas, muitas vezes articulando os setores público e privado e a sociedade civil. Essa modalidade de cultivo de florestas existe no Brasil há mais de um século, tendo seu início formal na década de 1970.

Seus principais objetivos são promover práticas sustentáveis – tanto ambientais quanto econômicas –, diversificar e gerar renda para os produtores, recuperar áreas degradadas, ampliar a cobertura florestal, além de fortalecer institucional e tecnicamente as empresas.

O programa também possui efeitos sociais multiplicadores, contribuindo para a permanência do trabalhador rural no campo e promovendo a modernização das relações de trabalho.

Na Suzano, o programa teve início em 1990 e permanece ativo até hoje como uma importante alternativa para o abastecimento das fábricas, integrando a estratégia de negócio da empresa, principalmente nas regiões de Aracruz-ES e Mucuri-BA.

O fomento florestal dialoga diretamente com os principais direcionadores da empresa, evidenciando o compromisso de “Gerar e Compartilhar Valor”, por meio de mais de 1.000 produtores parceiros, distribuídos em 90 municípios, com o apoio de 77 empresas prestadoras de serviços de plantio, colheita e transporte.

Como modelo de negócio, a empresa atua de forma semelhante à gestão de suas áreas próprias, começando pela escolha criteriosa do material genético mais adequado ao solo e clima de cada região.

Essa atenção se estende à adoção das melhores práticas de manejo florestal — como espaçamento, adubação e nutrição —, ao monitoramento por meio de indicadores de performance das florestas e à oferta de assistência técnica especializada aos produtores.

O fomento florestal: gerar e compartilhar valor, por meio de mais de 1.000 produtores parceiros, distribuídos em 90 municípios, com o apoio de 77 empresas prestadoras de serviços de plantio, colheita e transporte. "

Além disso, são fornecidas orientações estratégicas sobre alocação de recursos, planejamento e gestão, garantindo que cada etapa do processo reflita o compromisso com a produtividade sustentável e o desenvolvimento regional.

O fomento florestal apresenta grande potencial de crescimento, pois envolve variáveis favoráveis tanto para as empresas quanto para os produtores. Para que o programa seja bem-sucedido, deve ser estruturado como uma relação trilateral entre produtores, empresas e sociedade.

Além dos benefícios tangíveis, esse modelo traz ganhos intangíveis de grande relevância, conforme aponta um estudo publicado na revista Forest Ecology and Management (v. 456, 2020, nº 117654). Entre eles estão a redução do êxodo rural, a estabilidade econômica da capacidade produtiva, a construção e manutenção de estradas rurais, a dinamização do desenvolvimento local e a transferência de tecnologia pelas empresas.

Destacam-se também a regularização ambiental das propriedades, o uso produtivo de terras ociosas — inclusive de proprietários não agrícolas —, a qualificação da mão de obra familiar para atividades florestais e o fortalecimento de uma mentalidade florestal entre os produtores, que passam a cultivar espécies nativas e a adotar boas práticas de proteção de bacias hidrográficas, fauna e flora.

Essa mentalidade também contribui para a redução do uso do fogo como ferramenta agrícola, diminuindo os incêndios florestais em regiões produtoras de madeira.

Esses programas têm favorecido o desenvolvimento econômico e social das comunidades vizinhas às indústrias, gerando uma fonte complementar de renda e reduzindo os conflitos que poderiam surgir da ocupação extensiva de áreas com plantações florestais.

Por fim, a integração dos produtores rurais à cadeia produtiva da silvicultura é um instrumento estratégico que proporciona vantagens econômicas, ambientais e sociais para empresas, produtores e sociedade. O fomento florestal no Brasil — e na Suzano — não é apenas uma estratégia de abastecimento industrial: é uma ponte entre o progresso econômico, a inclusão social e a regeneração ambiental, ao unir empresas e produtores rurais em uma aliança de longo prazo.

Mais do que contratos, o fomento constrói parcerias. Mais do que madeira, ele cultiva dignidade, renda e visão de futuro. n

RUPO RUPO

CHEG

VENHA VENHA

GOU

LAGOAS LAGOAS

NOS VISITAR NOS VISITAR

RS: solo fértil paraeparceriasdesenvolvimento no campo

Na CMPC, um dos grandes objetivos é promover o desenvolvimento sustentável nas regiões e comunidades em que a companhia está inserida. Conectar pessoas e negócios está em nossa essência. Esse processo ocorre por meio de um olhar voltado para ações de valor compartilhado, que constroem um legado verdadeiramente positivo nessas localidades.

Para entender alguns de nossos projetos, é interessante conhecer o contexto em que estamos inseridos no Rio Grande do Sul. O fomento ao desenvolvimento econômico gaúcho caracteriza-se, prioritariamente, pela atração de investimentos, pela promoção de setores estratégicos e pela criação de um ambiente de negócios competitivo e inovador. Esse cenário positivo contribui para a integração das cadeias produtivas, a geração de emprego e o aumento do potencial de renda de toda a população. Mas cabe destacar que o gaúcho tem vocação para os negócios do campo. Entre os principais setores envolvidos neste processo está o agronegócio. Segundo a Secretaria da Agricultura no levantamento Radiografia da Agropecuária Gaúcha 2025, o setor representa cerca de 40% do PIB do Rio Grande do Sul. Entre os principais produtos agropecuários, a silvicultura é responsável por 3% do montante total. E o setor de florestas plantadas fomenta mais de 60 mil empregos diretos no Estado.

Segundo a Secretaria da Agricultura no levantamento Radiografia da Agropecuária Gaúcha 2025, o setor de agronegócio representa cerca de 40% do PIB do Rio Grande do Sul. "

Falando exclusivamente sobre a atuação da CMPC no fomento ao desenvolvimento econômico, ficamos extremamente satisfeitos em sermos reconhecidos como uma empresa que viabiliza formas de crescimento para os negócios de diversos profissionais e regiões do Estado. Enxergamos um imenso potencial no mercado gaúcho, uma vez que o agronegócio está na essência e no DNA do Rio Grande do Sul. No último ano, o Rio Grande do Sul exportou produtos florestais para mais de 140 países, e a celulose representou 57% do total. Além disso, cabe destacar que a empresa investe, anualmente, cerca de R$ 1 bilhão na compra de produtos e serviços no Estado.

Uma das nossas iniciativas de destaque é o RS+Renda, um programa de fomento e parceria florestal que estimula a silvicultura produtiva do eucalipto. Com condições especiais, proporcionamos uma oportunidade para que pequenos, médios e grandes produtores rurais do Estado passem a fazer parte da cadeia de negócios da CMPC – uma multinacional que comercializa seus produtos em mais de 50 países.

Aderindo ao programa, o produtor rural inicia em uma cultura extremamente estável, o que proporciona uma grande segurança para sua fonte de renda, tendo em vista o histórico recente de oscilações climáticas no Rio Grande do Sul. Dentre os benefícios, o parceiro pode contar com rendimentos anuais, compra garantida da madeira, colheita no prazo acordado e recurso para implantação do eucalipto. Entre benefícios e suporte, já destinamos para esse programa um investimento acima de R$ 250 milhões.

O RS+Renda atua como um pilar no suprimento de madeira para a unidade industrial da CMPC no Rio Grande do Sul. Hoje, 15% da base florestal da empresa é constituída por parcerias florestais, abastecendo diretamente a planta localizada no município de Guaíba.

Mas a CMPC tem planos de longo prazo para o Rio Grande do Sul. Em abril de 2024, foi anunciado o Natureza CMPC, um projeto que culmina na construção de uma unidade industrial de celulose na cidade de Barra do Ribeiro. Desde 2022, o programa RS+Renda tem atuado com afinco para ampliar a base florestal de forma sustentável, mantendo o olhar nos planos futuros da companhia.

O RS+Renda não é apenas um programa de suprimento de madeiras, mas uma estratégia de parceria e desenvolvimento sustentável, que gera valor aos produtores e contribui para alavancar a economia do nosso Estado. Estar junto das comunidades onde está presente faz parte da razão de existir da CMPC. O RS+Renda é um exemplo disso, pois incluímos o produtor rural gaúcho em nossos negócios.

Além do fomento ao desenvolvimento econômico, também promovemos programas sociais nos municípios onde temos atuação. Um exemplo é o Fundo Valor Local, programa que tem o objetivo de apoiar iniciativas que visem o crescimento de comunidades vizinhas às operações florestais, industriais e portuárias da CMPC. Nesta iniciativa, o intuito é fortalecer nosso propósito de gerar valor compartilhado. Já foram destinados mais de R$ 1,5 milhão para diversos projetos de comunidades urbanas e rurais.

Essas atitudes e iniciativas mostram que tudo que realizamos é guiado por nossos princípios de sustentabilidade e desenvolvimento. O que fazemos hoje tem um olhar atento ao presente, mas sem esquecer do futuro e do que deixaremos para as próximas gerações. Aqui, na CMPC, trabalhamos para construir um Rio Grande do Sul mais próspero e pujante. n

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O papel do papel

O título parece simples, que vai gerar um debate meio óbvio. Afinal das contas, todos nós sabemos a importância do papel e da indústria florestal que está por trás dele. Desde o plantio florestal, confecção da celulose e de tantos outros produtos de madeira. Mas e todas as outras pessoas, aquelas que não fazem parte do setor de base florestal: sua mãe, tia, irmã, filho, marido, primo, namorada, o motorista de aplicativo, o estudante, mesmo os de alguma área de agroconhecimento... Será que eles também têm o mesmo entendimento que a gente? Será que estamos sendo capazes de nos conectar fora da nossa bolha?

Antes de começarmos, você pode me perguntar: por que eles teriam de saber? É tão importante assim? Afinal, também não conhecemos com tanta profundidade, ou às vezes com profundidade nenhuma, outras áreas, correto? E vida que segue.

A diferença é que nosso setor, o florestal, é assunto global, faz parte do cotidiano das pessoas, tem exposição na mídia e, frequentemente, é tema de debate. Você há de convir que, para formarmos opinião sobre qualquer assunto, é importante conhecer, ter informações.

Formamos uma opinião e decretamos nosso veredito sobre algo, se é bom ou ruim para sociedade, para o meio ambiente e para nós, tendo como base as informações que reunimos sobre o assunto. Isto é o curso natural da formação de um conceito sobre determinado assunto.

Agora eu é que lhe pergunto: quando você interage com alguém que não faz parte do nosso pequeno mundo florestal, qual é o nível de conhecimento que reconhece nas pessoas? E mais, qual é, na grande maioria, a opinião que elas têm sobre o setor florestal? Posso falar por mim. Na imensa maioria dos encontros, o conceito é negativo, fruto de muito desconhecimento.

Agora, quero incluir na lista de pessoas que citei no primeiro parágrafo: os líderes empresariais, governadores, deputados, membros da justiça e agentes públicos. Com o mesmo nível de desconhecimento e/ou conceitos equivocados de todas aquelas pessoas. Só que estes, além de também fazerem parte da opinião pública, são protagonistas em decisões importantes que podem ajudar ou prejudicar toda uma cadeia sustentável, produtiva e geradora de renda, por puro desconhecimento.

Ninguém abre mão da madeira, mas pouca gente a defende. E de quem é a culpa? Não que faça muita diferença, mas considero a falta de comunicação do segmento de base florestal como o principal culpado. ;

Precisamos comunicar de forma consistente e real, como o setor florestal funciona, sem fugir de assuntos, teoricamente, sensíveis. Afinal, por exemplo, os fertilizantes e defensivos são ou não como que um remédio para as plantas? "

Ainda ouço os velhos mitos (e há mais de 20 anos): eucalipto seca o solo, onde nasce pinus nada cresce em volta, deserto verde, e o contrassenso, o setor florestal desmata.

Sabemos que nada disso faz sentido, mas parece que fazemos questão de guardar esta verdade somente para nós. Porque não conseguimos unir forças e fazer uma campanha ampla, nacional e perene sobre o setor florestal. Isto é muito importante, porque ações pontuais não resolvem.

E quando digo campanha de comunicação é apresentar o setor de florestas plantadas e de manejo sustentável de verdade mesmo. Sem medo de mostrar uma árvore sendo colhida, pois faz parte do ciclo. Plantar, colher, replantar.

É desta árvore que foi colhida (deixando de lado aqui um pouco os fantásticos produtos não-madeireiros), que produzimos produtos dos quais as pessoas não abrem mão, porém não relacionam com aquela madeira que foi derrubada, processada e industrializada.

Vamos lá. Aquela árvore vira revestimento, medicamento, é usada como cosméticos e na construção, biocombustíveis, filtros automotivos, filtros de café, tecido, indústria alimentícia, embalagem, piso, na fabricação de tecido, papel higiênico, lenço umedecido, fralda, guardanapo, papel para impressora, caderno, agenda, post-it , cartão de visita, papelão, revestimento, painel de madeira, cerca, móvel... E mais uma infinidade de produtos que são feitos diretamente com a madeira ou com a resina ou nos quais a madeira são suportes para se confeccionar.

Agora, pergunte se alguém abre mão de um destes produtos? Acho muito difícil. Então, como alguém pode ser contra esta indústria? Pois é, é possível sim, e isto acontece hoje. Se quisermos mudar sa imagem, devemos nos comunicar mais e melhor.

Na grande maioria das vezes, quando o segmento florestal é mostrado na mídia, são por ações ilegais, que nada têm a ver com a indústria. Isto faz parte do jornalismo, até pela definição de notícia. Entre outras é: trata-se do que é inusitado, o diferente, fora do ordinário. E diante da atividade florestal brasileira, o inusitado, o diferente, fora do ordinário é exatamente a infração, a ilegalidade. Porque o normal, o que nós vemos todos os dias é a atividade correta, dentro das normas, sustentável e benéfica. Porém, isto não é notícia.

Porém, o público vê as notícias. E, é com base nelas que formam suas opiniões. Afinal, é toda a informação que elas têm sobre o assunto. Aqui vem uma explicação para este entendimento:

“A Teoria da Disponibilidade, ou Heurística da Disponibilidade, é a tendência de julgar ou decidir com base no que vem mais fácil à mente. Em vez de usar dados reais, as pessoas recorrem a lembranças pessoais, acontecimentos recentes ou informações fáceis de lembrar. Isso pode distorcer a realidade e fazer com que avaliem a chance de algo acontecer de forma errada.”

E quais são as lembranças que a maioria das pessoas tem sobre indústria florestal? Motosserra destruindo a Floresta Amazônica. E o que podemos fazer? Acabar com um almoço de família e dar uma palestra quando aquela tia manda: “o setor florestal é culpado do desmatamento!”?

Prefiro pegar outro caminho e encarar o desafio de promover a comunicação global e permanente com as pessoas. Para que, no próximo almoço de família, aquela mesma tia puxe a conversa com: “impressionante como o setor que você trabalha, meu sobrinho, é sustentável, como funciona o plantio das mudas?”

Sem medo de mostrar a verdade: Aqui vai uma visão muito particular sobre a abordagem. Claro que existem iniciativas importantes de grandes entidades e empresas de diversos portes na comunicação, aliadas a ações reais junto a comunidades próximas das indústrias e regiões de colheita florestal. Isto tem de ser exaltado, porque faz diferença. Deixo aqui o mérito de muitas iniciativas que acompanho mais de perto de associações estaduais e algumas empresas.

Mas o que sinto falta é mostrar a nossa realidade. O plantio, a colheita, a extração e o cuidado em todas as etapas (solo, pesquisas, métodos de melhor conservação...). Vejo que representantes da cadeia florestal têm certo receio em mostrar nas redes sociais e em campanhas uma árvore sendo colhida, o que é natural pois faz parte do ciclo. Assim como plantamos e depois colhemos arroz, soja, milho... E entendo, porque esta é exatamente a imagem que a mídia e as pessoas, por consequência, associam com desmatamento ilegal, com a destruição da Amazônia – mesmo que a árvore esteja bem longe daquele bioma.

Ensaio especial

Mas não é tapando os olhos e fingindo que esta etapa não existe que iremos resolver a questão. Vejo bastante esforço em mostrar que o setor florestal contribui para a fauna, que gera produtos de alta qualidade, usados por arquitetos em obras belíssimas.

E esta madeira toda brota na indústria? Ela não teve de ser colhida, carregada, transportada em caminhões, processada até se tornar material para aquela obra de encher os olhos?

E o pessoal que está lá no mato, não merece destaque? O motorista, mecânico de máquina pesada, operador, engenheiro florestal, quem planta. Estas histórias e a lida deles não deveriam ser material de propaganda positiva para o segmento de base florestal? Contando a história toda, afinal nosso ciclo é completo. Vamos mostrar o setor florestal, do plantio à colheita, da pesquisa genética à industrialização, das ações junto às comunidades locais às histórias de quem trabalha duro no campo.

Como este setor e seus produtos impactam positivamente. Ou seja, comunicar de forma consistente e real, como o setor florestal funciona. Sem fugir de assuntos, teoricamente, sensíveis. Mas tirar o pano preto de cima. Apresentar informações comprovadas por pesquisa. Pode ter certeza de que vão gerar opiniões mais condizentes com o que nosso segmento realmente entrega. Afinal, os fertilizantes e defensivos são ou não como que um remédio para as plantas?

Tenho convicção que todos os agentes do setor, tanto empresas, como entidades, têm condições de investir em diferentes frentes.

Lógico, comunicação em escala nacional custa dinheiro, mas traz muitos benefícios. Mas se organizado de forma cooperada, falando a mesma língua, mostrando de forma clara todas as etapas nas quais a cadeia participa, e como elas são realmente eficientes, eficazes, produtivas, cuidadosas e com o maior ESG que se pode alcançar, e gerando produtos que todas as pessoas necessitam e realmente utilizam, em todas ações e etapas do seu cotidiano, fica fácil mudar as opiniões.

Assim, temos de furar nossa bolha para avançar na maneira, conhecimento e no conceito que as pessoas têm sobre nosso setor. Pode ter certeza, as conversas no almoço de família serão muito mais embasadas quando o assunto for sobre florestas. n

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Se

além do sistema florestal, sua empresa é fornecedora do sistema bioenergético, esta é uma boa oportunidade para mostrá-la.

O Anuário de Sustentabilidade do sistema Sucroenergético da Revista Opiniões tem o objetivo de registrar as centenas de ações sociais e ambientais, diariamente realizadas pelas empresas produtora de etanol, açúcar, bioeletricidade, biogás, biometano, biohidrogênio, por todo o Brasil.

O Guia de Compras é a vitrine ideal para apresentar a marca, os produtos e os serviços da sua empresa para este público.

Fechamento: 30 Set 2025

Opiniões Opiniões Opiniões

2025

anuário de sustentabilidade

Guia de Compras das empresas de base florestal do sistema florestal brasileiro & 2025

Opiniões Opiniões Opiniões

2024

anuário de sustentabilidade

Guia de Compras das empresas fornecedoras do sistema bioenergético &

Plano de Pautas 2025

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Divisão Bioenergética Opiniões Opiniões

as novas rotas do sistema bioenergético

de Sustentabilidade & Guia de Compras do setor bioenergético Como as empresas estão se preparando para conviver com os eventos climáticos

Divisão Florestal

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