A eficácia da automação, da inteligência artificial e das tecnologias sucroenergética - OpAA73

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Índice

solos

a automação viabilizando

o manejo dos solos

Em discussões técnicas que comparam a evolução temporal da produtividade dos grãos com a da cana-de-açúcar, na última década, os resultados são muito desfavoráveis ao setor canavieiro. Enquanto no manejo de solos do setor de grãos, cada vez mais, agregam-se práticas de construção da fertilidade do perfil de solo e plantadoras/colhedoras de dezenas de linhas das culturas, implicando redução da compactação e, ambas, resultando no incremento do sistema radicular das plantas, a cultura da cana-de-açúcar é submetida à intensificação da compactação, com extrema redução do sistema radicular. Adicione-se que, nessa comparação com o setor de grãos, a produção a ser retirada das lavouras de soja é de 3 a 5 t/ha, a de milho é de 7 a 10 t/ha e a da cana-de-açúcar é de 70 a 100 t/ha. Quanto à cultura canavieira, no antigo cenário de colheita, corte manual com despalha a fogo, o conjunto de colheita, constituído pela carregadora e caminhão ou trator com compartimento de carga, transportava, em uma passada, a produção de cinco linhas de cana.

No novo cenário, o conjunto “colhedora + trator com transbordo(s)” trafega nas lavouras linha por linha, posicionando por entrelinha duas vezes a esteira da colhedora e duas vezes o rodado dos transbordos, ou seja, dez vezes mais, procedendo à colheita e transporte de alta densidade com cana picada das linhas individuais. Saliente-se, ainda, que o período da colheita da cana-de-açúcar estendeu-se para meses de maior umidade no solo (março/abril e novembro/dezembro). Assim, significativas diferenças entre as colheitas do período com despalha a fogo e sem despalha a fogo, embora atualmente com expressivo e inquestionável ganho ambiental, potencializaram exponencialmente a compactação do solo, implicando drástica redução do desenvolvimento do sistema radicular, resultando em menor infiltração das precipitações, com incremento do déficit hídrico pelo menor aproveitamento das precipitações, menor utilização dos nutrientes contidos no solo e proveniente das fertilizações, maior impacto negativo das pragas de solo e menor eficiência do controle de ervas daninhas, pela lentidão do sombreamento das entrelinhas, resultando no decréscimo da produtividade e longevidade das lavouras. Soma-se, ainda, pela extrema redução da condutividade hidráulica da superfície do solo, uma maior produção de enxurrada, ;

No novo cenário, o conjunto 'colhedora + trator com transbordo(s)' trafega nas lavouras linha por linha, posicionando por entrelinha duas vezes a esteira da colhedora e duas vezes o rodado dos transbordos, ou seja, dez vezes mais "

Jairo Antonio Mazza

Diretor da Athenas Agrícola

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