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editorial de abertura
consolidação da tecnologia de produção de etanol 2G – desafios e oportunidades Como resultado da fotossíntese, as plantas produzem basicamente açúcares, que são usados principalmente como fonte de energia para seus processos, mas uma parte desses açúcares é polimerizada e usada na estrutura das plantas. Na indústria sucroalcooleira (1G), utilizamos basicamente os açúcares que a planta armazena para períodos de necessidade. O processo de etanol de segunda geração (E2G) se propõe quebrar os polímeros da estrutura da planta e utilizar os monômeros (glicose e xilose) para produzir etanol. A biomassa lignocelulósica consiste em três componentes principais: celulose (polímero de glicose C6), hemicelulose (polímero misto de C6 e xilose C5) e lignina (polímero de álcoois, Guaiacol, Syringol e Catechol). O etanol 2G é produzido a partir dos açúcares da celulose e hemicelulose, e a lignina é obtida inalterada em estado sólido.
Como podemos notar no quadro em destaque, algumas tentativas foram feitas nos últimos anos, não só com pesquisas de laboratório, mas também com a construção de plantas em escala industrial. EVOLUÇÃO: A decisão de implantação foi tomada pela Raízen em 2012, e, em 2013, os primeiros testes da tecnologia e da planta foram iniciados. A planta, em 2022, já opera na capacidade nominal de processamento de biomassa, e o rendimento de etanol por tonelada de biomassa já é da ordem de 90% do projetado. A próxima fase é de ajuste fino dos processos e verificação dos gaps de eficiência de cada etapa. A evolução da produção passou por várias etapas. • Pré-tratamento: uma série de problemas ocorreu no início da operação, principalmente quanto ao ajuste dos parâmetros processo e corrosão do equipamento. • Separação de lignina: A separação da lignina previa, originalmente, o uso de filtros de placas, mas foi preciso alterar o projeto.
O setor sucroalcooleiro é naturalmente um excepcional candidato para implantação do E2G: primeiro, pela abundante produção compulsória de biomassa, e, segundo, pela sinergia entre as plantas de 1G e 2G, principalmente quanto à utilização econômica de resíduos (vinhaça) e energia. "
Antonio Alberto Stuchi
Consultor especialista em tecnologias do setor sucroenergético
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