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Opiniões
vivemos tempos de bons desafios A agricultura brasileira tem passado por uma intensa transformação na última década. Com isso, a tecnologia ganhou protagonismo nos ganhos de produtividade, e as inovações vêm surgindo numa velocidade nunca antes vista. Em se tratando do setor sucroenergético, essa evolução tecnológica também tem ocorrido em alta intensidade, desde o início da mecanização da colheita de cana-de-açúcar, até os atuais sistemas digitais de monitoramento e controle das operações. Ao se olhar para a última década do setor sucroenergético, observamos dois momentos muito distintos. No primeiro, por volta de 2010, o desenvolvimento tecnológico aconteceu de forma atrapalhada, correndo contra o tempo para adaptar o sistema produtivo às demandas impostas pelas mudanças na legislação e para solucionar novos desafios operacionais/agronômicos que surgiram no transcorrer do processo de mecanização. Dentro desse contexto, podemos citar os diversos equipamentos para o plantio mecanizado de cana-de-açúcar que entraram e saíram do mercado em pouco tempo e, também, as novas práticas agronômicas para manejo de pragas e plantas daninhas que não existiam ou eram muito raras no sistema de produção com emprego do fogo. Todo esse movimento, mesmo de maneira desordenada, tornou o setor resiliente e ávido pela busca por soluções inovadoras.
Inúmeras empresas, desde startups até grandes potências da área de tecnologia, têm dedicado esforços para encontrar soluções que deixem nossa atividade mais eficiente e produtiva. E, nesse aspecto, a sensação que fica é que, não necessariamente, o céu é o nosso limite. "
Rodrigo Rodrigues Vinchi Diretor de Tecnologia Agrícola da ATVOS
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E é nesse ambiente que entramos num segundo momento da nossa “revolução tecnológica” ocorrida na última década. Solucionadas, ou muito bem encaminhadas, as questões que surgiram no decorrer do processo de mecanização passaram a dar espaço à busca incessante por melhorias de processo e ganhos de produtividade na área agrícola. Tudo isso com o objetivo de reequilibrar nossos custos operacionais face às intempéries mercadológicas pelas quais passamos. Sob o aspecto agronômico, ideias com ótimo potencial de retorno, como é o caso da Meiosi (vide nota 1), passaram a ser viabilizadas a partir do desenvolvimento tecnológico. A consolidação do uso do Sistema de Posicionamento Global (GPS) no sistema produtivo de cana-de-açúcar fez com que essa prática se tornasse uma aliada importante no ganho de produtividade e, consequentemente, na redução de custos. Ainda nesse contexto, vale citar a retomada das boas práticas de viveiros de mudas, impulsionada pelo desenvolvimento tecnológico para produção de mudas pré-brotadas, a partir de origem sadia. Mudas essas que também podem ser usadas em sistema de Meiosi. Além disso, a inteligência geoespacial também vem abrindo caminho para sermos mais eficientes e sustentáveis nas intervenções que fazemos para controlar pragas e plantas daninhas. Os drones que sobrevoam nossos canaviais são ca-