Opiniões
na vanguarda do biometano no Brasil Uma empresa nacional – a paranaense Geo Energética – desenvolveu o biodigestor adquirido por uma usina brasileira, a Cocal, sediada em Narandiba (SP), para gerar biometano, a ser distribuído por gasoduto também construído pela iniciativa privada do País, a GasBrasiliano. Esses investimentos farão o biogás chegar a Presidente Prudente (SP). As demais cidades do oeste paulista também serão beneficiadas. Caminhões a gás já fabricados no Brasil – primeiro pela Scania – e operados por transportadoras aqui instaladas levarão o combustível para consumidores fora do trajeto do encanamento. Esse exemplo é emblemático de vários movimentos simultâneos em andamento no Brasil, que revelam o amplo leque de oportunidades e tendências do biogás no setor sucroenergético. Além de representar o pioneirismo da parceria dos produtores rurais com a indústria nacional para desenvolver novas tecnologias e fazer investimentos expressivos na geração de combustível renovável, o conjunto de iniciativas simboliza o potencial da circularidade “ponta a ponta” nessa atividade do agronegócio. A começar pelo plantio da cana-de-açúcar, considerada equivalente a uma “árvore” em um processo natural de reflorestamento. Na continuidade da produção de açúcar e etanol, esses produtores geram o biogás para ser vendido a outros setores, mas também para ser usado para abastecer suas frotas próprias de veículos.
Dentro de algum tempo, essa cadeia incluirá a utilização de máquinas e equipamentos movidos a biometano. Embora ainda não disponíveis para venda, equipamentos e máquinas agrícolas movidos a biometano fabricados no Brasil estão sendo testados no campo para validação das novas tecnologias, que são promissoras. Ao produzirem seu próprio combustível, o biometano, essas usinas poderão abastecer suas frotas e todos os maquinários. Terão o ciclo completo em um só lugar. Da produção de um combustível limpo sairá outro combustível, também renovável, para consumo próprio e das empresas, com forte política de sustentabilidade. Elas serão igualmente beneficiadas, pois passarão a contar com fontes de energia renováveis em suas cadeias produtivas. Da mesma forma, três a cinco indústrias de biodigestores já fornecem essas usinas para a produção do biogás. Tudo isso caminhando em paralelo com pesquisas para obter biometano por meio de outras fontes que não o bagaço da cana – a partir de rejeitos do processamento de papel e celulose, por exemplo. ;
desde a safra 2020, a LOTS, em parceria com a Scania, testa um caminhão a gás no setor sucroenergético. É apenas o pontapé inicial, pois as oportunidades que o agronegócio oferece para o avanço da produção e do consumo do biogás são múltiplas. "
Huber Mastelari Diretor-presidente da LOTS Group Latin America
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