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as tendências da transição energética
Opiniões
na era da energia de baixo carbono A adaptação às mudanças, sejam elas tecnológicas, institucionais, comportamentais ou de outra natureza, há muito tempo, tem sido fundamental para garantir o sucesso das empresas nos mais diferentes setores da economia. É possível ressaltar inúmeros exemplos de companhias referências em seus segmentos que deixaram de existir por não se ajustarem a essa dinâmica. No campo energético, uma nova onda de transformação já começou: trata-se da busca por energias de baixo carbono. A necessidade de mitigar os efeitos das mudanças climáticas e as preocupações com o meio ambiente se intensificaram nos últimos anos e passaram a pautar o debate público, as exigências dos consumidores e as ações empresariais. Não se trata de uma discussão científica circunscrita ao meio acadêmico, mas de uma macrotendência sem volta.
Nesse contexto, cabem algumas reflexões acerca do posicionamento da cadeia sucroenergética diante do novo paradigma da energia limpa. Em primeiro lugar, é impressionante como um setor que esteve associado ao início das atividades econômicas no Brasil ainda apresenta enorme potencial para se estabelecer como uma das soluções no combate ao aquecimento global. A consolidação dessas oportunidades, entretanto, passa pela definição de ações prioritárias e pela manutenção de esforços coordenados em toda a cadeia, diante dos desafios que serão impostos por esse movimento mundial. Assim, sem ter qualquer pretensão de esgotar o tema a partir de um texto sucinto e objetivo, cabe explorarmos algumas dessas ações e desafios em três vertentes distintas: na produção, no uso da energia e na relação dessa indústria com o mercado financeiro. No âmbito da produção, os desafios da cadeia sucroenergética remetem à necessidade de esforço árduo e consistente para reduzir a disparidade técnica entre as empresas; restabelecer e ampliar a eficiência do sistema produtivo; desenvolver novos produtos energéticos; consolidar arranjos produtivos diferenciados, que exploram as especificidades e matérias-primas locais; e aumentar a eficiência energético-am; biental dos produtos gerados.
Em 2020, a comercialização de créditos de descarbonização movimentou cerca de R$ 600 milhões – um valor nada desprezível para o seu primeiro ano de operação. " Luciano Rodrigues Professor de Economia e Métodos Quantitativos na Esalq/USP
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