As tendências do sistema sucroenergético - OpAA67

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bioeletrificação veicular

o carro a álcool ... elétrico! Em 2016, durante os Jogos Olímpicos de Verão, a Nissan apresentou ao mundo, no Museu do Amanhã, no Rio de Janeiro, o conceito e-Bio. Primeiro veículo elétrico (EV) no mundo a utilizar o bioetanol em uma célula combustível. Esse veículo-conceito trazia resultados promissores: 600 km de autonomia com 20 L de etanol, livre de emissões nocivas à saúde e, acima de tudo, usava biocombustível renovável. Dessa forma, tínhamos, no horizonte, um EV que poderia ser abastecido em qualquer posto com etanol diretamente da bomba, sem dependência de infraestrutura, com rápido tempo de abastecimento, renovável e com uma pegada de carbono menor (emissões de “poço à roda” em comparação com veículos elétricos com uso de matrizes energéticas da Europa, EUA e China) do que veículos elétricos a bateria (BEV). No centro dessa tecnologia, estava a célula de combustível, mais especificamente, a SOFC (Solid Oxide Fuel Cell), desenvolvido em conjunto com a AVL, empresa de origem austríaca de tecnologia para mobilidade. A tecnologia SOFC, em si, não era uma novidade, objeto de estudo já há décadas. A inovação estava em associá-la a um reformador de etanol capaz de produzir o hidrogênio para alimentar a célula, integrar os sistemas, miniaturizar e embarcar

os setores envolvidos e o governo devem se questionar, avaliar e tomar uma decisão consciente se seremos protagonistas e donos da nossa estratégia de mobilidade sustentável ou apenas futuros clientes dessa tecnologia. "

Thomas Stefan Güntert Gerente de Desenvmto de Negócios na AVL South America

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em um veículo, um belo desafio à engenharia, com soluções elegantes de gestão energética desse sistema – veja imagem em destaque. Esse sistema, com pouco mais de 50 cm de comprimento, é capaz de converter etanol em 5 kW de potência elétrica continuamente, ou seja, provê ao carro elétrico energia direta para tração e/ou para recarga contínua das baterias, estendendo, assim, a autonomia do veículo de 200 km para 600 km, além de reestabelecer a carga da bateria em 100% do seu estado de carga. No diagrama – também em destaque –, podemos ver o funcionamento básico do sistema. O etanol, abastecido e armazenado em um tanque convencional, é injetado e vaporizado no reformador, um elemento-chave do sistema responsável pela reação do hidrocarboneto com água, sob alta temperatura para gerar hidrogênio e monóxido de carbono (gás de reforma). Esses produtos são, então, convertidos na célula combustível em vapor de água e dióxido de carbono (assim como a expiração humana), eletricidade e calor. Esse vapor de água produzido é reciclado para ser justamente utilizado no reformador. Já o calor resultante (reação exotérmica) é direcionado ao


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