Weekend Edição 25 De Agosto 2023

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Inicia em breve a construção do Porto Seco de Machipanda

O início, nos próximos dias, da construção de um porto seco, na fronteira de Machipanda, província de Manica, irá impulsionar a actividade empresarial da região, através do escoamento de mercadorias do porto da Beira, para os países do interland.

No último sábado, 19/08, o Ministro da Indústria e Comércio, Silvino Moreno, apresentou a comunidade empresarial das províncias de Manica e Sofala, o investidor chinês, Eternal Tsingshan Group, que vai implantar o porto seco, no posto administrativo de Machipanda, um investimento avaliado em cerca de 13 milhões de dólares norte-americanos, com uma duração prevista de 18 meses.

O grupo opera na República do Zimbabwe, na área de mineração, sobre tudo na produção de aço e níquel, cuja exportação é feita usando o porto sul-africano.

O porto seco de Machipanda vai manusear cerca de dois milhões de toneladas da sua carga, saindo de Zimbabwe para o porto da Beira, um número que poderá crescer com o manuseamento de outras cargas.

A implantação da infra-estrutura, é apontada para reduzir as longas filas de trânsito rodoviário e aliviar o nível de congestionamento na fronteira de Machipanda, constituindo assim, um ganho para o Grupo Eternal Tsingshan, uma vez que vai reduzir, tempo, distância e custos de manuseamento, usando o porto

da Beira.

De acordo com Silvino Moreno, esta é uma iniciativa que vai impulsionar a actividade empresarial, tendo apelado as autoridades locais, instituições públicas e ao empresariado a acarinharem o projecto.

A visita do governante é no seguimento das acções, no âmbito da realização do Fórum de Negócios Zimbabwe/Moçambique em Maio último naquele País vizinho. A fronteira de Machipanda, para além de Zimbabwe e outros países do interland, é importante para o desenvolvimento do Corredor da Beira.

Embora ainda sem datas para sua concretização, o Ministro avançou que como parte das soluções para os constrangimentos pore que passam os dioveros operadores económicos que usam actualmente o Corredor da Beira, o Ministro afirmou que a implementação da fronteira única é uma realidade e esforços neste sentido estão a ser feitos envolvendo os dois governos, por ser uma medida que vai aliviar o sofrimento dos utentes da fronteira e acima de tudo o desenvolvimento do corre dor da Beira.

O grupo de investidores chineses vão igualmente instalar um parque industrial no distrito de Dondo, província de Sofala, na sequência da assinatura de um memorando de entendimento rubricado com o Governo moçambicano.

25 De Agosto 2023 2 INFRA-ESTRUTURAS

Compartilhar no Facebook Moçambique já alcançou as condições de segurança necessárias para a retoma da construção da planta de produção de gás natural liquefeito, cujo projecto é liderado pela TotalEnergies em Palma, na província nortenha de Cabo Delgado. Que assim o diz é o Ministro dos Recursos Minerais e Energia, Carlos Zacarias, falando à margem do VIII Conselho Coordenador do MIREME, que decorreu até quarta-feira, 16/08, em Lichinga, província nortenha do Niassa.

Carlos Zacarias, assegurou também haver diálogo constante com a empresa francesa para que o empreendimento seja retomado o mais rapidamente possível.

Segundo o “Notícias”, o governante não avançou, entretanto, datas prováveis da retoma do projecto, interrompido em 2021 na sequência dos ataques terroristas à vila de Palma, nas proximidades do acampamento

da TotalEnergies.

A TotalEnergies lidera o maior investimento em África, orçado em 23 mil milhões de dólares norte-americanos.

“Depois de dois anos de muito trabalho feito pelas autoridades, há sinais claros de como as questões de segurança estão já criadas. Neste momento o Governo e a TotalEnegies estão a trabalhar, para que o mais depressa possível o projecto seja retomado”, indicou Carlos Zacarias, Explicou que por enquanto não podem ser avançadas datas da retoma do projecto, porque há variáveis que devem ser discutidas previamente.

O projecto de liquefacção de gás liderado pela TotalEnergies é visto como podendo responder às necessidades do mercado do Atlântico e da Ásia, para além de explorar a crescente procura de energia do Médio Oriente.

Moçambique tem três projectos de desenvolvimento aprovados para exploração das reservas de gás natural da bacia do Rovuma, classificadas entre as maiores do mundo, ao largo da costa de Cabo Delgado.

Dois desses projectos têm maior dimensão e preveem canalizar o gás do fundo do mar para terra, arrefecendo-o numa fábrica para o exportar por via marítima em estado líquido.

Um é precisamente esse liderado pela TotalEnergies (consórcio da Área 1) e outro é o investimento ainda sem anúncio à vista liderado pela ExxonMobil e Eni (consórcio da Área 4).

Um terceiro projecto concluído e de menor dimensão pertence também ao consórcio da Área 4 e consiste numa plataforma flutuante de captação e processamento de gás para exportação, directamente no mar, que arrancou em Novembro de 2022.

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ENERGIA E MINERAÇÃO
Há condições para a retoma do projecto de gás da Área 1 do Rovuma – Ministro de Energia

CFM lança braço para a

indústria

CFM Logistics

do Oil&Gas –

A empresa Portos e Caminhos de Ferro de Moçambique, E.P., (CFM), apresentou oficialmente a sua nova subsidiária a CFM Logistics, uma empresa que nasceu da orientação dada pelo Governo no contexto do mandato do CFM e tendo em conta as descobertas de importantes reservas de gás natural na Bacia do Rovuma, a que se juntam o potencial em produção na zona Sul, na região de Pande-Temane, colocando Moçambique na posição de um dos maiores produtores mundiais de Gás Natural Liquefeito. Assim, a CFM Logistics vai actuar em toda a cadeia de produção, logística e venda desses recursos energéticos.

A CFM Logistics coloca em evidência o facto de a indústria do petróleo e gás constituir um dos pilares para o progresso nacional, gerando um crescimento progressivo da economia e mais riqueza para os moçambicanos.

Foi perante esse quadro e após avaliação interna e diálogo com os clientes e parceiros, que o CFM encontrou na CFM Logistics a resposta à orientação do Governo para a participação e envolvimento na indústria de petróleo e gás, como um actor relevante.

25 De Agosto 2023 4 INFRA-ESTRUTURAS
PCA dos CFM, E.P., Agostinho Langa

“O CFM é um provedor logístico nato e tem uma experiência secular. Aliás, a participação do CFM como provedor logístico já fez história no nosso País e vem desde o tempo em que era um provedor logístico gigantesco, realizando, cumulativamente, serviços ferroviários, marítimos, portuários, de aviação civil e, ainda, de camionagem. Tudo isso numa só empresa!”, recordou Agostinho Langa, PCA dos CFM, E.P., na apresentação da CFM Logistics.

Agostinho Langa afirmou que presentemente o CFM está focado na logística e manuseamento portuário, apresentando-se como um actor privilegiado no sector de transportes e presença incontornável na logística de petróleo e gás, atendendo não apenas ao seu core business, mas também, a quantidade e qualidade de infraestruturas de logística de que é detentor, serviços e infraestruturas que os operadores e demais clientes da indústria de petróleo e gás têm à sua disposição.

Agora, a CFM Logistics, representa, para o CFM, uma excelente oportunidade para expandir e diversificar o escopo da actividade, renovar os serviços e construir novas infraestruturas ou reabilitar e ampliar as já existentes para atender às necessidades e a demanda de logística nessa indústria.

“A CFM Logistics é, no nosso entender, a resposta aos desafios que são continuamente apresentados pelas concessionárias, contratadas, sub-contratadas e demais parceiros. Na verdade, os vossos desafios constituem uma oportunidade para a CFM Logistics”, afirmou o PCA do CFM.

“É uma oportunidade de vos oferecer soluções personalizadas e dedicadas aos desafios que enfrentam no quotidiano”, ajustou.

O PCA do CFM recordou que é também mandato do CFM, contribuir para a implementação de todos os projectos de petróleo e gás em Moçambique, daí que a CFM Logistics reflecte, no seu entender, o comprometimento com o desenvolvimento de Moçambique.

“Estamos convencidos que os projectos de petróleo e gás são um catalisador fundamental para esse desenvolvimento, o que nos induz a considerar que, afinal, somos todos nós parceiros uns dos outros, buscamos, todos juntos, parcerias e soluções que estimulem o crescimento económico e promovam o bem-estar dos moçambicanos”, disse sobre a centralidade da CFM Logistics.

O PCA do CFM assegurou ao Governo que não obstante encarar o desafio lançado pelo Governo ter sido encarado com naturalidade, entretanto tal foi assumido com muita responsabilidade “na medida em que temos que garantir a implementação da estratégia de promoção do “conteúdo local” que, aliás, constitui um dos principais ganhos deste gigantesco projecto de exploração de petróleo e gás do nosso País”.

5 INFRA-ESTRUTURAS

Max Tonela: Empresas devem ser centros de receitas

“Nossa [Governo] visão é desencadear processos previamente estudados, caso a caso, para explorar de forma racional os recursos e as oportunidades colocados a disposição das empresas para que se transformem em centros de receitas para contribuírem melhor para o financiamento da economia e, ao mesmo tempo, cumprirem com o seu dever de é promover o desenvolvimento nacional e assegurar uma melhor equidade social”, disse o Ministro da Economia e Finanças Max Tonela quando procedia ao lançamento formal da Empresa CFM Logistics, uma subsidiaria da empresa pública Portos e Caminhos de Ferro de Moçambique – CFM, em evento decorrido quinta-feira, 25 de Agosto, na Cidade de Maputo.

COMÉRCIO E SERVIÇOS
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Ministro da Economia e Finanças, Max Tonela

“Nessa visão estratégica, decidiu-se incluir a reforma do sector empresarial do Estado como uma prioridade, por constatar que parte dessas empresas possuem um enorme potencial que devidamente aproveitado pode ajudar a contribuir mais e melhor para a promoção do desenvolvimento e o bem estar colectivo”. Disse o

No entender de Max Tonela, a criação do CFM Logistics enquadra-se perfeitamente nessa visão do Governo, por constituir uma plataforma que vai permitir que os CFM continuem focalizadas no seu objecto principal que é o transporte de ferroviário de pessoas e de mercadorias e o manuseamento portuário, ao mesmo tempo que vai poder participar em investimentos em diferentes segmentos logísticos que são imprescindíveis para promover um desenvolvimento mais acelerado da economia.

Max Tonela enalteceu na ocasião o facto de o CFM Logistics nascer com o que caracterizou de uma visão moderna, privilegiando um planeamento orientado para resultados. Observou que o facto de a empresa ter nascido antecedido de um vasto processo de estudo tendo em conta as oportunidades que existem no transporte de recursos da industria de hidrocarbonetos, assumindo os projectos que estão em pipeline, o projecto da central flutuante e a visão a médio prazo de ter o primeiro projecto em terra.

“Disso decorre a necessidade de em tempo útil, nos prepararmos para fazer os investimentos e aproveitar as oportunidades para a participação moçambicana nestes projectos”, anotou.

O Ministro aconselhou a CFM Logistics a equipar-se de um capital humano inovador e competente, por considerar que isso, é o que vai assegurar o sucesso da

iniciativa.

“Assumimos como pressuposto para o sucesso da iniciativa que todas as decisões a serem tomadas pela gestão da empresa tenham em conta o interesse nacional de maximizar o beneficio desta participação para capitalizar o processo de desenvolvimento nacional e o bem estar de todos”, exortou Max Tonela, dirigindo-se de modo mais particulares aos gestores da CFM Logistics.

“Os gestores da CFM Logistics devem por isso agir tendo em conta as exigências do mercado logístico nacional que já demanda serviços de padrão internacional”. Frisou

Max Tonela disse que o Governo anuiu a constituição da Nacala Logistics, por considerar pertinente o envolvimento da empresa na cadeia de valor da indústria do petróleo e gás, como forma de assegurar o aproveitamento e o empoderamento das empresas nacionais no contexto da política de conteúdo local e do desenvolvimento da cadeia de logística nacional.

Disse ainda o Ministro que é visão do Governo que as oportunidades geradas pela implementação dos grandes projectos no País deve gerar benefícios para os moçambicanos, razão pela qual o têm estado a ser encorajados todos os ramos de actividade económica nacional, do sector público e do sector privado, a se estruturarem para tirar maior proveito das oportunidades que advém da exploração dos recursos do sector extractivo.

“Desafiamos os demais gestores das empresas públicas e privadas identificarem e a explorarem as oportunidades, gerando mais negócios e mais empregos “.

COMÉRCIO E SERVIÇOS
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Especialista em logística adiciona Beira à sua rede marítima

A especialista em logística internacional, Unifeeder, acaba de adicionar o porto central moçambicano de Beira ao seu serviço Moçambique-Índia-Jebel Ali para impulsionar o comércio e a conectividade, noticia a AIM a partir de Londres, Reino Unido.

Segundo a agência, a nova rede transporta contentores no trajecto de ida e volta de Maputo, Jebel Ali (Dubai), Mundra (Índia), Nhava Sheva (Índia), Mombasa (Quénia), Beira e Maputo.

Em comunicado de imprensa, a que a AIM teve acesso, a Unifeeder enfatiza que Beira é um porto estratégico que desempenha um papel crucial na conexão dos países sem litoral, como Zimbabwe, Zâmbia e Malawi, ao comércio global. Acrescenta que “sua localização estratégica e infra-estrutura eficiente o tornam um hub fundamental para o comércio na região”.

Segundo a Unifeeder, como resultado da integração

de Beira à rede existente de cadeia de suprimentos, os clientes podem esperar serviços de transporte mais eficientes e confiáveis.

Em particular, “o fluxo contínuo de mercadorias e commodities entre a Índia, o Oriente Médio e a África Oriental não apenas reduzirá os tempos de trânsito, mas também diminuirá os custos, beneficiando empresas de todos os tamanhos. Essa conectividade aprimorada desbloqueará novas rotas comerciais, permitindo que as empresas explorem mercados inexplorados e expandam o seu alcance”.

A Unifeeder é uma subsidiária da DP World, uma empresa multinacional de logística que detém uma concessão de 30 anos para operar o terminal de contentores no Porto de Maputo até 2033, com opção de prorrogação por mais 10 anos. Globalmente, a DP World obteve um lucro de 651 milhões de dólares norte-americanos no primeiro semestre de 2023.

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INFRA-ESTRUTURAS

FACIM precisa de pelos menos US$ 250 milhões para sua modernização

A mudança da FACIM da Cidade de Maputo para Ricatlha, em Marracune, Província de Maputo, comportava a perspectiva de modernização da FACIM, elevando-a do ponto de vista da sua estrutura e funcionalidades, para standards de referência internacional, consolidando o papel do evento como o mais importante fórum de investimentos e negócios do País, com pelo, menos uma projecção regional.

O Governo lançou um concurso em 2021, para identificação, de um parceiro de desenvolvimento do projecto, mas não recebeu propostas minimamente aceitáveis, quer do ponto de vista financeiro como técnico.

Silvino Moreno, Ministro de Indústria e Comércio, reconheceu que a Feira Internacional de Maputo (FACIM), teve em tempos um grande projecto para modernização, que prévia hotéis, sala de convenções, entre outras facilidades, porém o projecto preliminarmente orçado em US$ 250 milhões não avançou por falta de financiamento.

“As propostas que recebemos não demonstravam haver capacidade técnica e nem financeira aceitável.”, disse o Ministro, que frisou que todas as proposta recebidas foram efectivamente desqualificadas.

Silvino Moreno afirmou que o Governo mantém viva

a intenção de investir na modernização da FACIM e está a trabalhar em novas formas que incentivem a participação de capital privado no desenvolvimento do projecto de modernização da FACIM, em regime de parceria público-privada.

O Presidente da CTA, Agostinho Vuma, por sua vez, disse sobre o mesmo assunto, em reacção, que a modernização da FACIM constitui uma enorme preocupação do sector privado, que até já esta organizada para fazer face à uma eventual participação, desta vez mais robustas financeiramente para promover um consórcio ou, uma Parceria Público Privado (PPP). Entretanto, o Presidente da CTA, apontou para aquilo que apelidou de pecado original do processo anterior, no qual o escopo do projecto não ficou claro.

“O grande pecado que gostaríamos que não se repetisse é quando nós estamos a lançar um concurso tem de ter a consciência que esse concurso deve promover transparência”, disse.

Vuma sugeriu que num primeiro momento o governo deve definir os pré-requisitos na base das quais as propostas concorrentes iriam se debruçar, cada uma delas, apresentando a sua mais valia para a materialização do desiderato, sugestão que o Ministro disse ser já nessa perspectiva em que se está a trabalhar.

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COMÉRCIO E SERVIÇOS

O Moza Banco concluiu, recentemente, o processo de migração de todos os seus cartões de crédito e débito para a nova operadora do sistema informático – Euronet. Trata-se de um marco significativo que reflecte um avanço estratégico rumo à excelência na entrega de produtos e serviços bancários, numa altura em que cerca de 70% das ATM do Moza já estão associadas à Euronet.

Por ser um dos primeiros Bancos a aderir a este sistema, o Moza ostenta, actualmente, uma das maiores redes de ATM associadas à Euronet em todo o território nacional.

Ao juntar-se à Euronet, o Banco passa a beneficiar de um sistema reconhecido internacionalmente pela competência na entrega de serviços financeiros com abrangência global, possibilitando ao Moza oferecer uma gama mais ampla e aprimorada de serviços bancários.

Ademais, todos os cartões linkados ao sistema Euronet estão equipados com a tecnologia contactless, permitindo que os clientes do Banco possam estar ainda mais seguros, não precisando colocar o PIN quando realizam pequenas transações corriqueiras.

Gradualmente, o Moza estende o seu parque de terminais de pagamento, estando actualmente com mais de 500 POS (acima de 18%) já prontos para transacções contactless.

“orgulha-nos anunciar que alcançámos mais um marco importante na busca pela excelência neste concorrido sector financeiro nacional. A transição para a Euronet foi acompanhada pela substituição e modernização das ATMS e POS, reforçando o nosso compromisso com a melhoria contínua da experiência dos nossos clientes”, sublinhou Manuel Soares, Presidente da Comissão Executiva do Moza Banco.

O sistema Euronet confere benefícios tangíveis para os clientes do Moza, simplificando o acesso aos serviços financeiros oferecidos pelo Banco, a partir de uma abordagem orientada para a agilidade, eficiência e eficácia.

Com este passo, o Moza posiciona-se como um banco atento às dinâmicas mundiais do sector financeiro, abraçando as inovações que contribuem para o avanço económico e social de Moçambique, potenciando a inclusão financeira de todos os moçambicanos.

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BANCA E FINANÇAS
Moza Banco conclui processo de migração de cartões para Euronet

FACIM 2023: CTA promete “Canto do Exportador”, o lugar a ser mais visitado durante o certame

O sector privado nacional representado pela Confederação das Associações Económicas de Moçambique, projecta uma participação expressiva nesta 58ª Edição da FACIM, na qual está prevista uma área específica para promoção dos exportadores nacionais.

A CTA coloca em evidência os resultados da XVIII edição da CASP realizada Junho último, para projectar uma participação na FACIM particularmente voltada para a promoção das exportações e trocas comerciais.

25 De Agosto 2023 12 COMÉRCIO E SERVIÇOS
Presidente da CTA, Agostinho Vuma

O Presidente da CTA, disse no evento do lançamento da FACIM 2023, que através do “Canto do Exportador”, seja proporcionado um espaço onde grande parte das parcerias sejam fechadas.

A CTA já conta com 79 exportadores para o market place com destaque para empresas que produzem e processam Óleo e bagaço de soja, Moringa, Mucuna, Beterraba, Banana, Batata-doce, Fruta Tropical Desidratada, paletas de madeira, arroz, açúcar, castanha de caju, gergelim, girassol, entre outros, cujos volumes de exportação variam de 50 a 100 mil toneladas por ano.

A CTA, revela que já tem registado 22 agentes económicos interessados em comprar produtos diversos como madeira, milho e soja, embalagem, sementes fortificadas, adubos, agro-químicos e maquinaria.

“Para facilitar o acesso a informação, estamos a elaborar uma brochura com os critérios e requisitos para exportar para a Africa do Sul, Europa, EUA e Asia, assim como constará detalhes das empresas inscritas e seus produtos”, afirmou o Presidente da CTA, intervindo na “Industrialização: Inovação e Diversificação da Economia Nacional”, de 28 de Agosto a 3 Setembro, em Ricatlha, Distrito de Marracuene, Província de Maputo.

Sobre o “Market Place”, disse o Presidente da CTA, Agostinho Vuma, que este está concebido para pro-

porcionar aos compradores, vendedores e exportadores nacionais e estrangeiros a oportunidade de interagir sobre as oportunidades existentes no âmbito dos alimentos fortificados, abrindo deste modo perspectivas de novos mercados.

Para a materialização dos aspectos associados ao “Canto do Exportador”, a CTA está a trabalhar com a USAID ATI (USAID Africa Trade and Investiment Southern Africa Buy-In Activity), uma iniciativa sobre o comercio e investimentos do Governo dos EUA). A articulação com esta iniciativa visa, segundo a CTA, garantir que importadores da Africa do Sul, da região e Estados Unidos participem como potenciais compradores de produtos nacionais.

A CTA considera as acções a que se propõe realizar na FACIM 2023, decorrem da necessidade de assegurar a diversificação das exportações moçambicanas, na perspectiva de lograr um maior aproveitamento do mercado regional da SADC e da Zona de Comércio Livre Continental.

“Portanto, da 58ª edição da FACIM, temos elevadas expectativas de que para além de ser a montra da produção local, irá espevitar que mais empresas exportem assim, uma maior interacção entre os empresários o que pode proporcionar o estabelecimento de parcerias e mais negócios”, frisou Agostinho Vuma, Presidente da CTA.

13 COMÉRCIO E SERVIÇOS

A consultora BMI prevê que a economia de Moçambique cresça 6,5% neste ano e 4,2% no próximo, impulsionada pelo aumento da produção e das exportações de gás natural liquefeito.

“Prevemos que o crescimento real do Produto Interno Bruto (PIB) de Moçambique acelere de uns estimados 4,1% em 2022 para 6,5% em 2023 e 4,2% no próximo ano”, lê-se no comentário dos analistas aos últimos dados do Instituto Nacional de Estatística de Moçambique, que apontam para uma expansão de 4,2% no primeiro trimestre do ano, face ao homólogo.

“Apesar de Moçambique ter sido atingido pelo ciclone Freddy em março, o que causou estragos abrangentes à infraestrutura e abrandamento da atividade do sector privado, isso foi largamente compensado pelo forte crescimento de 8,2% do sector primário, principalmente o sector mineiro, que cresceu 32,6%”, acrescentam os analistas da consultora detida pelos mesmos donos da agência de notação financeira Fitch Ratings, na nota a que a Lusa teve acesso.

A estabilidade económica, concluem, “também reflete o forte momento das exportações do sector do gás natural liquefeito, que será um dos principais motores do crescimento económico neste e no próximo ano”, concluem os analistas.

Moçambique tem três projetos de desenvolvimento aprovados para exploração das reservas de gás natural da bacia do Rovuma, classificadas entre as maiores do mundo, ao largo da costa de Cabo Delgado.

Dois desses projetos têm maior dimensão e preveem canalizar o gás do fundo do mar para terra, arrefecendo-o numa fábrica para o exportar por via marítima em estado líquido.

Um é liderado pela TotalEnergies (consórcio da Área 1) e as obras avançaram até à suspensão por tempo indeterminado, após um ataque armado a Palma, em março de 2021, altura em que a energética francesa declarou que só retomaria os trabalhos quando a zona fosse segura.

O outro é o investimento ainda sem anúncio à vista liderado pela ExxonMobil e Eni (consórcio da Área 4).

Um terceiro projeto concluído e de menor dimensão pertence também ao consórcio da Área 4 e consiste numa plataforma flutuante de captação e processamento de gás para exportação, diretamente no mar, que arrancou em Novembro de 2022.

CONJUNTURA 25 De Agosto 2023 14
BMI Moçambique vai crescer 6,5% este ano e 4,2% em 2024

EMOSE Pagamento de sinistros reduz para perto de 50 milhões

No primeiro semestre, entraramu para EMOSE (Prémios Brutos Emitidos) cerca de 1,5 mil milhões, contra os 2,1 dos últimos seis meses de 2022.

Os pagamentos de sinistros da Empresa Moçambicana de Seguros (EMOSE SA) registaram uma queda na ordem dos 48 milhões de meticais (cerca de 751 mil dólares norte-americanos), no primeiro semestre de 2023, ou seja, passou dos anteriores 540 milhões nos últimos seis meses de 2022 para os 492 milhões de meticais, no primeiro semestre de 2023.

Apesar do cenário, o Presidente do Conselho de Administração (PCA) da EMOSE, Janfar Abdulai, avaliou positivamente os resultados, garantindo que a seguradora mais antiga do país continua “robusta”.

“O desempenho foi positivo, a EMOSE está numa situação de robustez jamais vista nos últimos anos e não há indícios de uma aparente falência, a EMOSE continua a ser uma empresa robusta, credível no mercado”, disse.

“Uma das coisas que melhorou bastante nos últimos tempos é a regularização de sinistros. Hoje, a EMOSE

é uma das melhores seguradoras exactamente porque consegue regularizar atempadamente os sinistros”, disse, na sua alocução durante a Reunião de Avaliação Semestral do Plano de Actividades e Orçamento para 2023.

Relativamente aos planos de negócio, disse perspectivar uma empresa “mais informatizada, queremos melhorar os nossos processos internos, capacitar mais a nossa mão-de-obra a todos os níveis” e também apostar na informação, tecnologias e melhorar do atendimento ao cliente para fazer face aos desafios do mercado.

No primeiro semestre, entraram para EMOSE (Prémios Brutos Emitidos) cerca de 1,5 mil milhões, contra os 2,1 dos últimos seis meses de 2022.

A Reunião de Avaliação Semestral do Plano de Actividades e Orçamento para 2023, que junta gestores e quadros seniores da empresa, tem a duração de dois dias e visa fazer uma avaliação do desempenho relativo ao primeiro semestre e projecção do segundo semestre do ano em curso.

CONJUNTURA
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Em 2022, em empresa Aeroportos de Moçambique, conseguiu uma recuperação significativa do tráfego em média de 25%, influenciado pelo incremento de voos quer nacionais quer internacionais, isto é, as companhias LAM, Archipelago Charts propiciaram mais voos comerciais domésticos, por outro lado, a SA Airlink, LAM e Ethiopian propiciaram mais ligações de voos internacionais.

Pesaram igualmente para a recuperação verificada no tráfego, a nova rota da companhia aérea sul-africana Airlink, Maputo-Capetown-Maputo, com a aeronave tido tipo Ernbraer 145 e o aumento de procura de voos para destinos turísticos, com maior expressão de procura para Benguerra, passando a ocupar o top 3 em 2022.

Dados compulsados pelo O.Económico, ao Relatório e Contas 2022, recentemente tornado público pela empresa, indicam que tráfego cresceu para 1,658,962 passageiros, representa um crescimento de 29.7% comparativamente a 2021, representando um acréscimo de 379,812 passageiros. Entretanto, o tráfego de 2022 ainda se encontra abaixo em 20.2% aos nú-

meros registados no período pré-pandemia. Ao nível dos voos a ADM registou um crescimento de 25.6%. Relativamente a 2019, o movimento de aeronaves foi inferior em 20.2%, ou seja, o movimento foi 56,320 voos.

No domínio da carga manuseou-se 11,416 toneladas, um decréscimo em relação a 2021 e 2019 de 0.1 % e 37.6%, respectivamente.

Estes dados traduziram-se num resultado líquido negativo de 820,448,888MT. O resultado líquido de 2021 foi um prejuízo de 212,553,962MT. “Impactado significativamente pelos ganhos cambiais não realizáveis”, refere a ADM que acrescenta que “expurgando o impacto das diferenças cambiais, os resultados registaram uma evolução positiva, através da redução de prejuízo em 74.75%.

“Num período difícil, marcado por volatilidade de preços nos mercados internacionais e interno que resultam em inflação de por enormes desafios mantivemos uma rigorosa disciplina, e fizemos com que os Fornecimentos e Serviços de Terceiros, bem como

INFRA-ESTRUTURAS 25 De Agosto 2023 16
Aeroportos de Moçambique mantém-se em terreno negativo, mas recupera trafego em 25%

com o que os Gastos Operacionais baixassem, levando a empresa a um Resultado Operacional negativo de 808,839,531MT.”. Diz a ADM

A ADM revela que realizou, em 2022, um volume de negócios de 3,219,599,382MT, “representando 112% do cumprimento do plano, significando 41% acima do realizado em 2021, e um decréscimo de 30% das registadas em 2019.

Contribuíram para o resultado operacional, as vendas resultantes da componente Aeronáutica, que representaram 89% do volume de negócios de 2022, fixando-se nos 1,977, 792,378MT, cumprindo com o planificado em 112%, representando um crescimento de 42.2% comparativamente ao exercício anterior.

A facturação não aeronáutica continua com uma fraca contribuição sobre as vendas da ADM, representando apenas 11% do volume de negócios da empresa. Estas fixaram-se nos 237,893,517 representando um desvio de 17% e um crescimento de 34% do registado em 2021.

I Semestre

Entretanto, dados fornecidos ao O.Económico pela ADM, indicam que no primeiro semestre de 2023, o movimento global de passageiros foi de 857855. Em relação ao planificado (904865), este representou um cumprimento do plano em 94,8% e comparativamente ao igual periodo do ano anterior situou-se em mais 12,2%, em em relação a 2019 houve uma redução em 17,6%.

Relativamente ao movimento global de aeronaves, no perido em análise, este fixou-se em 27396, em relação ao planificado (31343) representou 87,4% do cumprimento do plano, comparativamente a 2022 houve um acréscimo de 3,3% e em relação a 2019 um decréscimo de 21,1%, enquanto que o movimento global de carga foi de 7575.93 toneladas, que representa 92.2% do planeado (8217.08 toneladas). Em relação a 2022 houve um aumento de 16.7% e em relação a 2019 um decréscimo em 30.3%.

A ADM, afirma que o tráfego registado durante o primeiro semestre de 2023 foi influenciado pelo ciclone Freddy, ocorrido no mês de Março, tendo se reflectido nos aeroportos da zona Centro, restringindo a mobilidade aérea em alguns dias, o que fez com que no mês de Abril se verificasse um aumento do tráfego em relação ao mês de Fevereiro em 6.4%, depois de

um aumento no mês de Março em relação ao mês de Fevereiro em 13.7%, em mobilidade na procura de resposta a este fenómeno, que por um lado restringe a mobilidade terrestre e a mobilidade aérea fica uma das principais alternativas de e para alguns pontos.

Por outro lado, o início de exploração de gás natural na bacia de Rovuma, é descrito pela ADM, como um factor que fez, por um lado animar a dinâmica de procura nos aeroportos nacionais, beneficiando principalmente o aeródromo de Pemba, aumentando o movimento de aeronaves em uma média de 600 voos mensais em 2019 para 990 mensais em 2023 (934 mensais em 2022). Também pesou sobre a dinâmica do tráfego , no I Semetre de 2023, a procura turística que teve como epicentro Vilankulo, fazendo o aeródromo movimentar mais aeronaves durante os meses de Janeiro a Junho de 2023 em relação ao igual periodo de 2022 e mesmo antes da pandemia (2019), o mesmo efeito verificou-se no aeródromo de Pemba.

A ADM explicou ao O.Económico que: “Os passageiros tiveram para alem dos aeródromos de Pemba e Vilankulo, os aeroportos de Maputo e Pemba, animados pela procura ligada a negócio, quer de exploração de vastos recursos, turismo e interesses de negócio, fazendo com estes dois aeroportos diminuíssem a distancia de passageiros registados em 2019 em 3% e 5% respectivamente nos mês de Maio para Maputo e Nampula, e no mês de Junho diminuído a distancia dos passageiros atendidos em 2019 em 3% e 11% respectivamente nestes aeroportos. Adicionado a este facto, os passageiros tiveram outro factor de análise o comunicado da restruturação da disposição da LAM, associado a esse factor, indagou-se o preço mensal do bilhete das rotas domésticas, regionais e intercontinental das companhias regulares, tendo como itinerário Maputo, tendo se verificado que a partir do mês de Março o preço do bilhete doméstico e regional fizerem percepcionar existência de uma relação de procura e preço, principalmente nos períodos de vale ou de pico.

Adicionado a este facto a recuperação económica Nacional, crescendo em em 4.2% no I semestre de 20223, a abertura do mercado chinês, que trouxe um alento a mobilidade aérea mundial, o prolongamento do conflito geopolítico entre a Rússia e Ucrânia (influenciando nos preços de mercadorias), e na incerteza do custo de vida (reportando-se em Maio que a inflação situou-se em 9.6%, influenciaram a procura do tráfego aéreo que tem o seu maior nicho de procura mobilidade aérea ligada ao negócio”.

INFRA-ESTRUTURAS 17

EMP-Búzi Hydrocarbons da Indonésia vai investir cerca de US$120 milhões para construir uma plataforma de produção de Gás Natural Liquefeito

Moçambique e Indonésia querem mudar a situação nas relações comerciais As trocas comerciais entre Moçambique e Indonésia já chegaram a atingir a fasquia de 178.7 milhões de dólares norte-americanos, em 2013, mas, já em 2016, situaram-se apenas em US$ 44.5 milhões, e com tendência decrescente.

O Presidente da República, Filipe Nyusi, que se mostrou desagradado com este nível irrisório de trocas comerciais bilaterais entre os dois Países, manifestou o desejo de ver as empresas da Indonésia a expandir os seus negócios para Moçambique, aproveitando as imensas oportunidades que o País oferece. Para o efeito, Nyusi convidou os empresários indonésios a reflectirem sobre o desafio de se instalarem em Mo-

Álvaro Massingue, Presidente da Câmara de Comércio de Moçambique (CCM), expressou que, para lá além do entusiasmo, a ansiedade em ver as empresas da Indonésia a expandir os seus negócios para Moçambique, há que aproveitar efectivamente as imensas oportunidades que aquele País asiático oferece, particularmente nos sectores de tecnologia e produtos financeiros.

çambique, encorajando-os a serem mais flexíveis na sua decisão.

“Estão todos convidados a investirem em Moçambique”, afirmou o Chefe de Estado moçambicano, garantindo que o Governo tudo fará para facilitar a entrada no País das empresas indonésias.

O Presidente da República realçou que para facilitar os investimentos estrangeiros em Moçambique estão a ser tomadas medidas no concernente a reformas na legislação a esse respeito, mas também citou as mais recentes medidas tidas como amigas e promotoras de um melhor ambiente para o florescimento da iniciativa privada, o Pacote de Aceleração Económica (PAE).

ENERGIA E MINERAÇÃO 25 De Agosto 2023 18
Presidente da Câmara de Comércio de Moçambique (CCM), Álvaro Massingue

“Trata-se de sectores que pudemos testemunhar o enorme potencial existente no empresariado indonésio, aquando da nossa missão empresarial realizada no ano passado naquele País”, recordou Álvaro Massingue.

Num contexto de parcerias assentes no reforço do já existente Acordo de Comércio Preferencial entre Moçambique e Indonésia para o fortalecimento das relações comerciais, redução tarifária e eliminação de barreiras técnicas ao comércio, assinado no dia 27 de Agosto de 2019, em Maputo, Álvaro Massingue, manifestou a vontade de ver o País beneficiar da experiência da Indonésia, nos sectores da agricultura e pecuária, com todas as condições agro-ecológicas que Moçambique oferece, aliado ao extenso potencial de mercado nacional, ao abrigo das inicitivas como a Zona de Comércio Livre Continental Africana, o “Africa Grouth Opportunity ACT” (AGOA) que permitem que a partir de Mocambique se possa aceder aos mercados continental e internacional, mas citou também os sectores de hotelaria e turismo, energia, mineração e hidrocarbonetos.

O Presidente da CCM, expressou o desejo ver ultrapassados os actuais níveis de trocas comerciais entre Moçambique e a Indonésia, substituindo-as por fortes ligações empresariais

“Achamos que a nossa partilha mútua da Orla do Índico pode alavancar estas relações comerciais, bastando apenas o nosso compromisso mútuo e o fortalecimento de parcerias para investimentos mútuos”, frisou Álvaro Massingue,

O Presidente da CCM, para além de encarar com bastante optimismo os resultados do fórum de negócios entre os dois Países, mostrou-se expectante em sair do evento com parcerias firmadas, particularmente no quadro do memorando de entendimento, que as câmaras de comércio dos dois Países rubricaram.

Por seu turno, os empresários indonésios consideraram o fórum de negócios, como sendo o combustível para incrementar a dinâmica que iniciou em 2009, quando os empresários daquele País asiático manifestaram o interesse de instalar os seus portfólios de investimento em Moçambique. “ Estamos prontos para investir e colocar muito investimento aqui”, disse Iman Soerjasantosa empresário indonésio e gestor de projectos da empresa EMP-Búzi Hydrocarbons da Indonésia, com concessão de 75% do interesse par-

ticipativo no Bloco de Búzi, em Sofala, com reservas estimadas entre 10 e 16 mil milhões de pés cúbicos de gás natural, por um período de 25 anos, que já realizou desde 2019 investimento de cerca US$ 65 milhões, em várias componentes tais como perfurações de pesquisa de gás na região.

Iman Soerjasantosa, deu a conhecer que a sua empresa, planeia investir cerca de US$120 milhões para construir uma plataforma de produção de Gás Natural Liquefeito (GNL).

“Neste momento temos um projecto em carteira de estudos sísmicos, e perfuração de um terceiro poço, por forma descobrir mais jazigos de gás”, informou Iman Soerjasantosa, para o gaudio da contraparte moçambicana expectantes por uma nova era de intercâmbio de negócios com a Indonésia, classificando o momento como “soberba oportunidade de fomento da cooperação”

Em contexto de recuperação do crescimento económico, ainda assim, Mocambique viu o Investimento Directo Estrangeiro (IDE), retrair no presente ano. Dados da Balança de Pagamentos do Banco de Moçambique, indicam. Nomeadamente para o I trimestre de 2023, um influxo de IDE em USD 460,1 milhões, o correspondente a um decréscimo em 66,8% em relação ao período homólogo de 2022, facto que impulsiona Moçambique a envidar todos os esforços para reverter este quadro.

A Indonésia, é a 16ª economia do mundo com um PIB de cerca de US$ 253 biliões. É a 32ª economia mais exportadora do mundo, US$ 167,4 mil milhões, 0,9% do total mundial.

ENERGIA E MINERAÇÃO 19

AFRICAINVEST Fundo de Investimento Privado de US$ 100 milhões lançado em Moçambique

Em contexto de escassez de financiamento sobretudo para as pequenas e médias empresas, e ainda a aguçar dos requisito nas estreitas oportunidades disponíveis, a AFRICAINVEST diz que vem para fazer a diferença, na medida em que considera ÁFRICA, uma geografia de oportunidades para o futuro. Trata-se de um fundo de investimento privado que tem sob a sua gestão 100 milhões de dólares para investir no continente africano.

Em moçambique o Africainvest chega sob auspícios da Confederação das Associações Económicas – CTA em contexto dos esforços que a mais representativa organização do sector privado empreende para encontrar alternativas de financiamento mais ajustadas a realidade do sector empresarial nacional e também ao próprio contexto económico do País.

JORGE PAIS Director do Africa Invest, para a África lusófona disse na apresentação da sua instituição no mercado moçambicano que a expectativa é consolidar a actividade e tornar-se num canal natural para o investimento em África, numa epopeia em que assumem que nenhum país africano será excluído, mas sublinha que, nessa epopeia, prioriza os países de língua portuguesa, começando por Angola, Moçambique, Guiné Equatorial e São Tomé e Príncipe.

Um estudo do projecto FSDmoz para perceber até que ponto a

INVESTIMENTOS
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Director do Africa Invest, Jorge Pais

preocupação relativamente as restrições de financiamento reiteradamente apresentadas pelo sector privado são legitimas, constatou que entre 2014 e 2015, haviam em Mocambique cerca de 300 milhões de dólares em linhas de crédito para as PME’s mas apenas 23%, ou seja, US% 69 milhões dessas linhas eram efectivamente desembolsadas pelos bancos comerciais para as empresas, por várias razoes conhecidas.

Essa constatação desencadeou esforços para buscar contornar essa situação, o que veio culminar numa solução de capital de risco, ou seja private equity que chega pela Forma do Africainvest.

Até então o mercado moçambicano não tinha registado no seu sistema financeiro nenhuma instituição do género. Entretanto, durante a XVII CASP a CTA anunciou o registo da primeira instituição gestora de fundos de investimento, que agora, está por detrás da viabilização da chegada do Africainvest ao mercado moçambicano, em parceria com a CTA.

A CTA afirma que a solução por si forjada que se materializa com a entrada do Africainvest através de um memorando rubricado entre as partes, que como sua parceira [A Africainvest] vai contribuir para colmatar as lacunas de financiamento que neste momento enfermam o empresariado nacional. A Ligacao entre a CTA e o Africa Invest é feita através do FADE – Fundo de Apoio ao Desenvolvimento Empresarial, portanto, lançado durante a XVII CASP.

Jorge Pais diz que o Africa Invest não trás soluções fechadas, antes, aposta em soluções a medida, igualmente, não excluindo sectores, olhando apenas para a credibilidade de cada projecto apresentado, a sua capacidade ou potencial para gerar valor, diz ainda que o Africa Invest, é uma entidade de porta aberta, e avesso a burocracias, incentivando desde logo os potenciais parceiros que buscam soluções alternativas de financiamento a se aproximar.

O Presidenta da CTA, explicou na ocasião da assinatura do memorando de entendimento e apresentação do Afriainvest que cabe a CTA a divulgação da linha e a recepção dos projectos para posterior canalização ao AfricaInvest para sua análise.

“Este lançamento acontece, numa altura na qual a CTA obteve do banco de Moçambique a aprovação do Fund Manager do FADE – Fundo de Apoio para o Desenvolvimento Empresarial, em Junho último. Assim, e no âmbito do acordo com AfricaInvest, comprometemo-nos a trabalhar em conjunto para viabilizar o FADE”, enfatizou Agostinho Vuma, descrevendo que o FADE tem uma meta de capitalização de 100 mi-

lhões de dólares americanos parcelados em duas fases, seguirá privilegiando o investimento em participações de capital das empresas.

“O FADE fornecerá, também, capital de crescimento às empresas em Moçambique que enfrentem, designadamente, a falta de financiamento de médio e longo prazo para start-ups e expansão de empresas (tanto dívida como capital próprio), termos e condições inadequados para crédito ou financiamento comercial de curto prazo, taxas de juros elevadas, financiamento insuficiente e outros instrumentos para apoiar as start-ups e jovens empreendimentos e, baixa capitalização e falta de garantias.” Ajustou

INVESTIMENTOS
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Presidenta da CTA, Agostinho Vuma

UNIFEEDER

A inclusão do Porto da Beira é descrita pela Unifeeder como visando melhorar a conectividade entre a Índia, o Médio Oriente e a África Oriental.

“Permitirá soluções mais eficientes e rápidas para a cadeia de abastecimento dos clientes que necessitam de serviços de transporte nestas regiões”, afirma a Unifeeder.

A Beira, um porto estratégico localizado em Moçambique, desempenha um papel crucial na ligação dos países sem litoral do Zimbabwe, Zâmbia e Malawi ao comércio global. A sua localização estratégica e as suas infra-estruturas eficientes fazem dele um centro essencial para o comércio na região,

Para a Unifeeder a inclusão traz inúmeros benefícios tanto para as empresas como para os indivíduos. Acçao justificada pelo acesso mais fácil ao mercado indiano. “Os clientes podem agora aproveitar as vastas oportunidades oferecidas pela economia indiana em expansão.

A melhoria da conectividade entre a Índia, o Médio Oriente e África abre novos caminhos para o comércio e a colaboração, promovendo o crescimento económico e o desenvolvimento nestas regiões. A sinergia

entre estas regiões criará, sem dúvida, um efeito de cascata, beneficiando não só as empresas envolvidas, mas também as comunidades que servem”acrescenta a Unifeeder.

Ao integrar o Porto da Beira a Unifeeder afirma que, os clientes passam a contar com serviços de transporte mais eficientes e fiáveis.

“O fluxo contínuo de bens e mercadorias entre a Índia, o Médio Oriente e a África Oriental não só reduzirá os tempos de trânsito como também diminuirá os custos, beneficiando empresas de todas as dimensões. Esta conectividade melhorada abrirá novas rotas comerciais, permitindo às empresas explorar mercados inexplorados e expandir o seu alcance”, explica a sobre as vantagens de decisão que consideram estratégica.

A Unifeeder posiciona-se como um provedor de soluções de transporte inovadoras. Foi fundada em 1977 na Dinamarca. Depois de operar uma única rota há mais de quarenta anos na Suécia, Dinamarca e Alemanha, a Unifeeder tornou-se agora uma operadora multiregional líder de serviços Feedering, Multimodal e NVOCC no mundo, servindo centenas de portos em muitas geografias, incluindo Europa, Ásia, Médio Oriente, África e Américas.

INFRA-ESTRUTURAS 25 De Agosto 2023 22
Porto da Beira vai amentar conectividade da Índia, diz

Depois do colapso do fornecimento de electricidade, e da ineficiência do sistema logístico por inoperância da Transnet, a próxima crise da Áftrica do Sul poderá vir pelo lado do abastecimento de água caso investimentos urgentes não sejam feitos.

Custará à África do Sul 140 mil milhões de rands para substituir a sua infraestrutura envelhecida de água e serão necessários 1,4 mil milhões de rands por ano para a manter, com o sector privado cada vez menos disposto a financiar devido ao que consideram de “má governação local, pagamentos pouco fiáveis, falta de competências e processos municipais complexos”.

A gestora executiva de negócios e inovação da Comissão de Investigação da Água, Valerie Naidoo, disse à eNCA que o sector privado teria de investir, uma vez que os municípios não dispõem de fundos ou competências para grandes projectos de infra-estruturas.

A investigação da comissão estima que o valor de substituição das infra-estruturas de água em deterioração no País é de 139 mil milhões de rands.

Naidoo disse que as autarquias estão a recorrer ao sector privado para financiar projectos, mas muitas têm dificuldade em atrair financiamento porque os investi-

dores não consideram que o retorno justifique o risco de emprestar dinheiro a uma autarquia.

Historicamente, os projectos locais de infra-estruturas de água e a sua manutenção têm sido financiados através de investimentos e empréstimos do sector privado.

As empresas do sector privado apontam a má governação local, a falta de retorno do investimento, a falta de fiabilidade dos pagamentos dos municípios e a falta de competências técnicas.

Por outro lado, os municípios desconfiam do investimento do sector privado, uma vez que as empresas tendem a impor condições rigorosas que não estão dispostas a cumprir.

Naidoo afirmou que o País está em conflito no que diz respeito ao investimento privado em infra-estruturas hídricas, uma vez que os políticos procuram maximizar a criação de emprego local, enquanto o sector privado pretende criar emprego sustentável, a longo prazo e altamente qualificado.

O sector privado não está disposto a criar muitos postos de trabalho ligados a projectos específicos, que se perderão quando o projecto estiver concluído.

Além disso, os municípios estão

relutantes em investir fortemente na manutenção das infra-estruturas, uma vez que estas não criam o mesmo número de postos de trabalho que os novos projectos.

Para resolver este impasse, o Development Bank of Southern Africa (DBSA) criou o Water Partnership Office para facilitar o financiamento do sector privado em projectos locais de infra-estruturas de água.

O gabinete tem como objetivo ajudar os municípios a aceder ao financiamento, fornecendo as competências necessárias para gerir grandes projectos de infra-estruturas, ao mesmo tempo que ajuda as empresas privadas a navegar nos complexos processos municipais.

“A diferença entre o planeamento e a execução é grande. Por isso, temos grandes atrasos em projectos grandes e pequenos”, afirmou Naidoo.

Outra questão prende-se com a cobrança de receitas e com a forma como os investidores privados obterão o retorno do seu investimento.

Os orçamentos para a água e o saneamento não estão delimitados, pelo que a atribuição de fundos depende do município, o que dificulta a estruturação do financiamento de projectos a longo prazo.

África
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África do Sul São necessários 140 mil milhões de rands para travar o colapso das infra-estruturas hídricas
BANCA E FINANÇAS 25 De Agosto 2023 24

Mercado mundial de smartphones atingirá o nível mais baixo de sempre, em 2023, mas a Apple poderá assumir o primeiro lugar, segundo um estudo

A Counterpoint Research afirma esperar que as remessas de smartphones em 2023 caiam 6% em relação ao ano anterior, para 1,15 bilhão de dispositivos, registando o pior desempenho em uma década; Este ano, a Apple poderá assumir o primeiro lugar a nível mundial em termos de vendas anuais pela primeira vez, segundo a Counterpoint; A Apple prepara-se para lançar o seu próximo smartphone topo de gama – o iPhone 15 – em Setembro. Este facto poderá permitir-lhe uma boa prestação até ao final do ano, segundo a Counterpoint.

Os fornecimentos globais de smartphones este ano estão a caminho de ser os piores em uma década, afirmou a Counterpoint Research num relatório publicado na última quinta-feira, 17/08, com o mercado a ser arrastado pelos EUA e pela China.

No entanto, a Apple poderá tornar-se o maior interveniente no sector dos smartphones este ano em termos de vendas, uma vez que as vendas do seu iPhone topo de gama continuam a ser resistentes, acrescentou o relatório.

TECNOLOGIA
25 De Agosto 2023 26

Medindo a procura esperada, as remessas não são equivalentes às vendas e representam o número de dispositivos que os vendedores de smartphones enviam aos retalhistas.

A Counterpoint Research disse que espera que as remessas de smartphones em 2023 caiam 6% ano a ano, para 1,15 bilhão de dispositivos.

“A Ásia é um dos principais obstáculos ao crescimento positivo, já que os ventos contrários interrompem a recuperação económica prevista para a China no início do ano, e a região mais ampla experimenta declínios intensos nos mercados emergentes”, disse a Counterpoint em seu relatório.

Este ano, a economia da China tem-se ressentido e não correspondeu às expectativas de uma rápida recuperação, enquanto os consumidores continuam a ser cautelosos nas despesas.

As compras chinesas de smartphones, que costumavam atingir uma média de 450 milhões de dispositivos por ano no seu auge, diminuíram para 270 milhões por ano – contribuindo como uma das principais causas do declínio das vendas globais de smartphones, disse Karn Chauhan, analista sénior da Counterpoint Research, à CNBC.

A América do Norte continua a travar a recuperação global, com uma primeira metade do ano “decepcionante”, o que faz com que a região registe um declínio de dois dígitos durante todo o ano, segundo o relatório da Counterpoint.

“Apesar da força do mercado de trabalho e da queda da inflação, os consumidores estão hesitantes em actualizar os seus dispositivos, empurrando as taxas de substituição nos EUA e a nível global para máximos históricos”, afirmou a empresa de investigação.

A Apple está numa boa posição

O segmento premium do mercado, com aparelhos de preço mais elevado, manteve-se bastante resistente, apesar de uma queda nas remessas globais de smartphones.

A Apple prepara-se para lançar o seu próximo smartphone topo de gama – o iPhone 15 – em Setembro. Segundo a Counterpoint, este facto poderá dar à empresa uma boa imagem no final do ano.

“Mas estamos a observar o Q4 (quarto trimestre) com interesse porque o lançamento do iPhone 15 é uma janela para as operadoras roubarem clientes de alto valor. E com aquela grande base instalada do iPhone 12 disponível para promoções, as promoções serão agressivas, deixando a Apple em uma boa posição “, disse Jeff Fieldhack, director de pesquisa para a América do Norte da Counterpoint Research, em um comunicado à imprensa.

Chauhan disse que a empresa de análise espera que as remessas da Apple aumentem “marginalmente” em relação ao ano anterior, dada a demanda em mercados como a China e outros países asiáticos, onde há uma “tendência crescente de premiumização” – o que significa que as pessoas estão dispostas a pagar um preço mais alto pelos telefones.

A gama iPhone da Apple ajuda a Apple a actuar no segmento premium do mercado dos smartphones.

De acordo com a Counterpoint Research, a empresa norte-americana poderá, este ano, assumir, pela primeira vez, o primeiro lugar a nível mundial em termos de vendas anuais. A Samsung foi a maior empresa em termos de quota de mercado no segundo trimestre do ano.

“É o mais próximo que a Apple esteve do primeiro lugar. Estamos a falar de uma diferença que corresponde literalmente a alguns dias de vendas”, afirmou Fieldhack. “Supondo que a Apple não tenha problemas de produção como no ano passado, é realmente um empate neste momento.

A Apple fez um esforço para entrar em novos mercados, com a Índia sendo um ponto focal para a empresa em 2023, enquanto tenta capitalizar o apetite dos consumidores locais por dispositivos premium. A empresa americana abriu suas primeiras lojas físicas na Índia este ano, com o CEO Tim Cook visitando o país.

Segundo Chauhan, a capacidade da Apple de crescer no mercado também será um factor determinante para saber se a empresa se tornará o principal fabricante de smartphones este ano.

“A recepção do iPhone 15 e o crescimento nos mercados não essenciais do iPhone decidirão se a Apple ultrapassa ou não a Samsung ao longo do ano”, disse Chauhan à CNBC.

TECNOLOGIA
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As acções dos produtores agrícolas bateram as acções mundiais desde Julho; A crise do abastecimento alimentar é considerada uma das principais ameaças globais deste ano. As acções agrícolas estão a bater os seus pares globais neste trimestre, à medida que as condições meteorológicas extremas, a guerra na Ucrânia e o aumento do protecionismo fazem subir os preços dos alimentos. A exposição ao sector é uma boa proteção contra a inflação, dizem alguns investidores.

Um índice que acompanha os retornos totais de produtores agrícolas seleccionados superou o desempenho do MCSI World Index mais amplo em cerca de três pontos percentuais desde o início de Julho, segundo dados compilados pela Bloomberg. O sector teve um desempenho superior, uma vez que um indicador dos preços dos produtos alimentares registou o maior ganho em 16 meses no mês passado.

Os especialistas de investimento no mercado das accoes, têm estado a alertar aos investidores sobre uma certa exposição às acções do sector alimentar, à semelhança do que se faz normalmente com o sector petrolífero, como forma de seguro, disse Marc Elliott, especialista em investimentos na transição energética da Union Bancaire Privee, em Genebra. “Investir em nomes agrícolas é talvez uma boa forma de se proteger contra as alterações climáticas e certos riscos geopolíticos”.

Entre os factores que contribuíram para a subida dos preços dos produtos alimentares contam-se as fortes chuvas na Europa e na China, o tempo invulgarmente seco na Tailândia, a decisão da Rússia de anular o acordo sobre cereais com a Ucrânia e a decisão da Índia de proibir algumas exportações de arroz.

Há muitas razões para pensar que os preços vão continuar a subir. Uma crise de abastecimento alimentar é uma das quatro principais ameaças que o mundo enfrenta este ano, de acordo com o Global Risks Report 2023 do Fórum Económico Mundial, publicado em Janeiro.

“Com os padrões climáticos a tornarem-se mais voláteis, a nossa opinião é que os preços dos alimentos continuarão a subir a um ritmo mais rápido do que nas décadas anteriores”, afirmou Peter Garnry, Diretor de Estratégia de acções do Saxo Bank AS em Copenhaga. As perspectivas continuam a ser positivas para o sector, e mesmo as aquisições irão acelerar, afirmou.

AGRICULTURA
25 De Agosto 2023 28
Inflação alimentar impulsiona acções de produtores agrícolas em alta

Máquinas

Entre os principais beneficiários da inflação alimentar estarão as empresas produtoras de factores de produção agrícola, como o equipamento, segundo a Lombard Odier Investment Managers.

O agricultor tem estado a registar ganhos com a inflação moderada dos produtos de base e está ansioso por actualizar o equipamento, disse Conor Walsh, gestor de fundos para novos sistemas alimentares na Lombard Odier em Londres. “Empresas como a Deere & Co., a AGCO Corp. e a CNH Industrial têm estado bem posicionadas neste ambiente.”

As tendências a longo prazo também estão a trabalhar a favor da indústria, disse ele.

“Com a população mundial a atingir os 10 mil milhões de pessoas em 2050, temos de encontrar uma forma de satisfazer este aumento da procura de uma forma sustentável. Os mercados de acções estão a começar a ver os primeiros sinais de crescimento em áreas concebidas para produzir alimentos de forma mais eficiente e sustentável.”

Produtores de alimentos

O BNP Paribas Asset Management diz que privilegia as acções relacionadas com a produção e o comércio de produtos alimentares, uma vez que, até agora, têm feito um bom trabalho a transmitir a inflação aos seus clientes.

Especificamente, os produtores na Ásia “devem beneficiar-se do aumento dos preços das matérias-primas”, disse Minyue Liu, especialista em investimentos em acções asiáticas e da Grande China no BNP Paribas Asset em Hong Kong.

Ao mesmo tempo, os investidores também devem estar cientes de que os governos podem intervir para controlar os preços, enquanto a inflação dos alimentos pode conter o crescimento do volume e as exportações podem ser restringidas, disse ela.

A Índia, o maior exportador mundial de arroz, proibiu em Julho a exportação de diversas variedades deste produto de base para proteger o abastecimento interno. Esta medida fez subir os preços do produto fora do País e alimentou as tensões no mercado alimentar mundial. Os comerciantes receiam que

o açúcar seja o próximo a ser objeto de restrições à exportação.

Alguns dos stocks de produtos alimentares que podem beneficiar da subida dos preços incluem a australiana GrainCorp Ltd, a Wilmar International Ltd, cotada em Singapura, a indiana Shree Renuka Sugars Ltd e a produtora de arroz KRBL Ltd.

Supermercados

Segundo a Janus Henderson Investors, os supermercados e os retalhistas de desconto poderão ser outras empresas a lucrar com a inflação alimentar.

“A redução de preços tem sido uma caraterística, uma vez que o comprador tem de fazer com que o seu orçamento limitado vá mais longe”, disse Stephen Payne, gestor de fundos da gestora financeira em Londres. Os supermercados, os fabricantes de produtos de marca própria e os retalhistas de desconto “obtêm margens mais elevadas nas vendas de produtos de marca própria do que nas vendas de produtos de marca”, afirmou.

As cadeias de lojas de desconto, como a turca BIM Birlesik Magazalar AS, a russa Magnit PJSC e a portuguesa Jerónimo Martins SGPS SA, ganharam mais de 15% este ano, situando-se entre as de melhor desempenho num índice de retalhistas alimentares compilado pela Bloomberg Intelligence.

Pepsi, Hostess

De acordo com o JPMorgan Chase & Co., alguns dos maiores produtores mundiais de alimentos e bebidas podem também conseguir vencer os seus pares no novo mundo da inflação alimentar.

“A insegurança alimentar é o ‘novo normal’, com as alterações climáticas e a perda de biodiversidade a apontarem para crises recorrentes e para uma inflação alimentar estruturalmente mais elevada”, escreveram estrategas do banco, incluindo Joyce Chang, em Nova Iorque, numa nota de investigação deste mês.

O JPMorgan atribui notações de sobreponderação à PepsiCo Inc., à Hostess Brands Inc. e à Mondelez International Inc., na medida em que considera que as empresas “podem adaptar as receitas ao crescimento sustentável a um ritmo mais rápido do que a média do sector”, segundo a nota.

AGRICULTURA
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Divergência no crescimento e nos lucros sugere uma influência cada vez menor; O contágio financeiro da China é um factor mais importante do que os dados económicos.

Durante as últimas três décadas, a economia chinesa tem sido um factor dominante nos mercados emergentes para o crescimento económico e empresarial. Os estrategas do Goldman Sachs Group Inc. dizem que isso está agora a mudar.

O banco norte-americano considera que se trata de um “divórcio contínuo a longo prazo” e que o impacto do abrandamento e da degradação da segunda maior economia do mundo noutros países em desenvolvimento diminuiu “abruptamente” nos últimos três anos. Isto sugere que os actuais problemas macroeconómicos da China e a venda de acções podem não arrastar os mercados emergentes como no passado.

“As repercussões das revisões do crescimento chinês parecem estar a diminuir ao longo do tempo”, escreveram os estrategas Caesar Maasry, Jolene Zhong e Lexi Kanter numa nota na tornada publica na última segunda-feira, 21/08 “Os dados sobre os lucros por acção, juntamente com os diferenciais de crescimento divergentes dos mer-

cados emergentes ex-China e da China, sugerem que está a ocorrer um divórcio lento – uma observação que pensamos que a maioria dos investidores terá consolo, dadas as preocupações actuais.

A China ocupa cerca de um terço do peso nos principais índices de acções e obrigações dos mercados emergentes, enquanto os activos de muitos países, como a África do Sul, são sensíveis aos dados e às declarações políticas provenientes de Pequim. Isto significa que os índices podem ser distorcidos por pequenas alterações no desempenho da China. A enorme dimensão da China, com um mercado de acções de 10 biliões de dólares e um mercado de obrigações de 19 biliões de dólares, também afasta os fluxos de fundos para os mercados emergentes.

Mas agora, as ligações estão a desvanecer-se devido à natureza doméstica e orientada para os serviços dos confinamentos da China no ano passado e à subsequente reabertura da sua economia, disseram os estrategas. Os desempenhos relativos das acções estão no centro desta divergência.

Este ano, o índice MSCI China registou duas “descidas” de 10% cada uma, devido a números de crescimento pouco animadores,

mas o índice MSCI ex-China registou um ganho durante o primeiro episódio, em maio, e caiu menos no segundo, em agosto, afirmaram.

“As actuais preocupações com as recentes falências onshore e com a falta de pagamentos das empresas financeiras provocaram uma onda mais forte nos mercados globais do que as preocupações com uma procura interna mais fraca no início do ano”, afirmaram.

Uma análise da Goldman das revisões das estimativas de lucros mostra correlações elevadas entre a China e os mercados mundiais durante o período de 2010-2018, mas esta situação cedeu no período de 2019-2023, quando as revisões dos resultados por ação (EPS) na China tiveram pouca ou nenhuma correlação com o resto do mundo.

Embora algumas das correlações estejam a normalizar-se e as nações do mundo emergente ainda mostrem sensibilidade à China, o declínio geral da influência da economia chinesa e das alterações dos lucros continuará, segundo os modelos do Goldman. As acções do Médio Oriente e da Índia podem ser “locais atractivos” para se esconderem dos problemas da China, enquanto a Coreia é uma escolha de topo, afirmaram.

ECONOMIA GLOBAL
25 De Agosto 2023 30
Mercados emergentes resistirão aos problemas económicos da China, diz a Goldman Sachs

Os preços do arroz atingiram o seu nível mais elevado em quase 12 anos, depois de a oferta do principal alimento básico da Ásia ter sido limitada pela proibição da exportação de arroz da Índia e por condições climatéricas adversas;

Os elevados stocks mundiais de produtos alimentares, particularmente na Ásia, ajudam a isolar a volatilidade da produção e a minimizar o impacto económico do ponto de vista do consumidor, afirmou o Morgan Stanley num relatório;

O Nomura afirmou que as Filipinas são o país “mais vulnerável” da Ásia-Pacífico ao aumento dos preços dos produtos alimentares, devido à elevada percentagem de produtos alimentares no seu cabaz de inflação dos preços no consumidor, 34,8%.

Poderá estar a formar-se uma tempestade perfeita na Ásia.

Os preços do arroz atingiram o seu nível mais elevado em quase 12 anos, depois de a Índia ter proibido a exportação de arroz e as condições climatéricas adversas terem afetado a produção e o abastecimento do principal alimento básico da Ásia, de acordo com a agência alimentar da ONU.

“O preço do arroz a nível mundial é particularmente

preocupante”, disse Qingfeng Zhang, diretor sénior do Banco Asiático de Desenvolvimento (BAD), à CNBC. “O que parece ser claro é que a volatilidade dos preços dos alimentos vai continuar nos próximos meses”.

Para além da Índia, a inflação alimentar tem sido relativamente moderada na Ásia até agora este ano.

Mas uma confluência de factores está a alimentar o receio de que a escassez de oferta de arroz possa marcar o regresso a um aumento generalizado dos preços de outros produtos alimentares na Ásia.

Entre eles: o clima extremo provocado pelo aquecimento global, juntamente com o aparecimento do El Niño pela primeira vez em sete anos, a retirada da Rússia da iniciativa relativa aos cereais do Mar Negro e as políticas alimentares proteccionistas sob a forma de restrições comerciais.

O El Niño é um fenómeno meteorológico desencadeado pelo aquecimento das temperaturas da água no Oceano Pacífico equatorial oriental e central, que provoca condições meteorológicas extremas que têm causado estragos a nível mundial.

AGRICULTURA
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Preços do arroz disparam, alimentando o receio de um aumento da inflação alimentar

AGRICULTURA

No auge da crise dos preços dos alimentos de 20102012, o Banco Asiático de Desenvolvimento estimou que uma subida de 30% nos preços internacionais dos alimentos em 2011 se traduziu num aumento de 10% nos preços dos alimentos na Ásia em desenvolvimento e retirou 0,6 pontos percentuais ao crescimento do produto interno bruto de alguns países importadores de alimentos da região.

Para sublinhar a forma como os preços mais elevados dos alimentos corroem o poder de compra, o BAD sugeriu na altura que um aumento de 10% nos preços internos dos alimentos na Ásia em desenvolvimento empurraria 64,4 milhões de pessoas para a pobreza, com base no limiar de pobreza de 1,25 dólares por dia. Isto significaria um aumento da taxa de pobreza de 27% para 29% durante esse período.

As disponibilidades do arroz É certo que a maioria dos países asiáticos será capaz de suportar um choque de oferta apenas de arroz.

“Os preços subiram definitivamente, o que está a contribuir para o alarme e também para histórias anedóticas de pessoas que entram em pânico”, disse Erica Tay, economista do Maybank que cobre a Tailândia e a China. “Mas se olharmos para os números globais da oferta e da procura, os países asiáticos estão numa posição muito favorável para enfrentar este choque de preços e de oferta no mercado do arroz”.

As nações estão a aperceber-se de que, quer se trate de choques comerciais ou de choques no fornecimento de produtos agrícolas, têm de estar preparadas para enfrentar estas perturbações, disse Erica Tay, economista Maybank.

A Comissária salientou o facto de alguns países da região – como a Tailândia, o Vietname, Myanmar e o Camboja – serem exportadores líquidos. A China, o maior mercado de arroz do mundo, importa apenas 1% das suas necessidades de arroz, em grande parte do Vietname e de Myanmar, pelo que é “minimamente afetada” por qualquer escassez de oferta da Índia, acrescentou Tay.

Além disso, este aumento dos preços do arroz está a ocorrer num contexto de baixa generalizada dos preços dos produtos alimentares. De acordo com Tay, os preços dos alimentos em geral, segundo o índice de preços dos alimentos da FAO das Nações Unidas, baixaram cerca de 23% em relação ao pico registado em março último.

O abastecimento de arroz na China esteve ameaçado depois de terem sido aumentados os níveis de alerta de inundação em três províncias, que normalmente representam quase um quarto da produção de arroz do país. No entanto, Tay salientou as existências de arroz do país, que representam, no mínimo, oito meses das suas necessidades anuais.

“Este é um dos legados da Covid”, disse Tay. “As nações estão a perceber que, quer se trate de choques comerciais ou de choques no abastecimento agrícola, têm de estar preparadas para enfrentar estas perturbações. Na verdade, aprenderam com os últimos três anos a acumular reservas formidáveis”.

A China também tem vindo a apostar na segurança alimentar. O Presidente Xi Jinping considera a necessidade de importar alimentos como uma fonte de risco para a segurança nacional.

“Mas penso que, mais além, estamos atentos aos padrões climáticos do El Niño”, disse Tay. “E quando isso acontecer, como previsto para o segundo semestre deste ano, poderá haver algumas perturbações mais generalizadas no abastecimento agrícola”.

A principal preocupação, segundo Tay, é que não só o abastecimento de arroz seja afetado, como também a produção agrícola em geral. “Isso pode levar a um maior risco de subida da inflação dos preços no consumidor”, acrescentou.

População mais vulnerável

Numa nota datada de 3 de agosto, o Morgan Stanley afirmou que os elevados stocks mundiais de produtos alimentares, em especial na Ásia, ajudam a isolar a volatilidade da produção e a minimizar o impacto económico do ponto de vista do consumidor.

Consequentemente, o banco de investimento sediado nos EUA espera que a volatilidade em torno do El Niño se manifeste primeiro através da inflação e depois através dos saldos comerciais líquidos.

Isto deve-se sobretudo ao facto de os alimentos representarem uma grande parte – cerca de 30% a 40% – do cabaz do índice de preços no consumidor na maior parte da Ásia emergente.

Com exceção da Austrália, da Índia e da Tailândia, a maioria dos países da Ásia-Pacífico são importadores

25 De Agosto 2023 32

líquidos de produtos alimentares. Singapura e Hong Kong dependem das importações para 100% das suas necessidades de consumo de arroz.

A longo prazo, penso que temos de aceitar que as perturbações relacionadas com o clima serão cada vez mais frequentes, disse Erica Tay – ECONOMISTA, MAYBANK

Segundo a Nomura, este facto torna as economias da Ásia-Pacífico “altamente expostas” a um aumento global dos preços dos produtos alimentares, embora o seu impacto possa não se materializar totalmente nos valores da inflação até meses mais tarde.

Este atraso deve-se provavelmente a medidas governamentais, como controlos de preços e subsídios, que serão utilizadas para atenuar o impacto da subida dos preços dos produtos alimentares nos mercados nacionais. No entanto, é provável que isto também exacerbe as pressões globais sobre os preços dos produtos alimentares.

“Os desfasamentos diferem de país para país, mas, em média, verificamos um desfasamento de seis meses entre a inflação global dos preços dos produtos alimentares e a inflação alimentar do índice de preços ao consumidor (IPC) na Ásia”, escreveram os economistas da Nomura, Sonal Varma e Si Ying Toh, numa nota datada de 11 de agosto. Prevêem que estes desfasamentos possam variar entre três meses na Indonésia e nove meses na Coreia do Sul.

Isto significa que qualquer aumento dos preços dos produtos alimentares só se traduzirá numa inflação alimentar no final deste ano ou no início de 2024.

A Nomura identificou as Filipinas como o país “mais vulnerável” a um aumento dos preços dos produtos alimentares, devido à elevada percentagem de produtos alimentares no seu cabaz de inflação dos preços no consumidor (34,8%) – só o arroz representa 8,9% do cabaz.

As famílias com baixos rendimentos serão, sem dúvida, as mais afectadas, quer se encontrem ou não em países desenvolvidos ou em desenvolvimento, afirmou Paul Hughes, economista-chefe agrícola e diretor de investigação da S&P Global.

“Estes agregados familiares tendem a gastar uma maior percentagem do seu rendimento em alimentos. Quando os preços sobem, não têm outra opção senão

reduzir as despesas noutras áreas, se possível”, afirmou Hughes por correio electrónico.

Culturas mais vulneráveis

Os observadores do mercado estão atentos a algumas categorias de alimentos.

As condições de seca que o El Niño deverá trazer para grande parte da Ásia no final deste ano terão impacto nas culturas de arroz. A Tailândia – o segundo maior exportador de arroz do mundo – já está a encorajar os seus agricultores a plantar menos desta cultura, numa tentativa de poupar água.

As mesmas condições de seca afectarão também a produção de óleo de palma na Malásia e na Indonésia – um ingrediente fundamental para o óleo alimentar – bem como o trigo e a cevada australianos, de acordo com Hughes da S&P Global.

A “relação dinâmica” entre os preços do trigo e do arroz também sublinha a necessidade de acompanhar de perto os preços do trigo, disse Zhang do BAD. Ele também identificou os preços do milho e dos fertilizantes.

“A subida dos preços do trigo em países [como o Paquistão e o Uzbequistão] incentiva os consumidores a optarem pelo arroz, o que exerce uma pressão ascendente sobre os preços do arroz no mercado interno”, afirmou.

Para sublinhar o impacto das condições meteorológicas adversas nos preços dos produtos hortícolas, a Índia está a enfrentar uma crise do tomate, uma vez que os preços subiram mais de 300% após as inundações nos principais Estados produtores de tomate, como Andhra Pradesh, Maharashtra e Karnataka.

“A longo prazo, penso que temos de aceitar que as perturbações relacionadas com o clima serão cada vez mais frequentes”, afirmou Tay, do Maybank.

“Na verdade, os cientistas têm vindo a desenvolver variedades de arroz mais resistentes ao clima e a tentar incentivar os agricultores a adotar métodos agrícolas mais resistentes ao clima”, acrescentou.

“Por isso, penso que, à medida que a adoção se for concretizando, isto deverá devolver alguma previsibilidade aos abastecimentos agrícolas, bem como aos meios de subsistência dos agricultores.”

AGRICULTURA
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Qantas Airways aproxima-se da encomenda de um novo Boeing 787 para aviões de grande porte

A Boeing está perto de garantir uma encomenda de mais aviões 787 Dreamliner à australiana Qantas Airways, disseram fontes do sector.

A encomenda de um número indeterminado de 78710 aprofunda a presença da família de aviões de alta tecnologia Dreamliner na companhia aérea de bandeira da Austrália e poderá ser anunciada já este mês, disseram as fontes.

As fontes alertaram para o facto de as negociações serem normalmente muito morosas e de nenhuma decisão ser definitiva até ter obtido a aprovação do conselho de administração da companhia aérea.

O negócio seria a primeira encomenda da Qantas do modelo 787-10, uma versão alargada do 787-9 com um alcance mais curto, concebido para competir com o Airbus A330.

Vanessa Hudson, nova CEO da Qantas, afirmou em Junho que a transportadora iria lançar um concurso

para substituir os actuais jactos A330 até ao final do ano.

A Qantas, cuja decisão inicial de optar por um Boeing 787 mais pequeno em 2005 levou a uma revisão da estratégia de fuselagem larga da Airbus, é considerada um dos compradores de aviões mais influentes.

Em 2022, a transportadora australiana anunciou uma encomenda histórica de uma dúzia de A350-1000 – o maior jato europeu de fuselagem larga capaz de efetuar voos sem escalas de Sidney para Londres e Nova Iorque – no âmbito da sua iniciativa de longo curso “Project Sunrise”.

Fontes disseram que o próximo acordo do Dreamliner faz com que as encomendas voltem a favorecer a Boeing com a maior variante do 787. A Qantas fez a última encomenda de um Dreamliner em 2018, quando assinou um acordo para seis jactos destinados a substituir os restantes Boeing 747. Neste momento, a companhia opera 14 modelos 787-9.

INFRA-ESTRUTURAS
25 De Agosto 2023 34

SADC considera gás crucial para garantir o aprovisionamento energético; Plano quinquenal ainda requer financiamento e outras etapas.

A Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral (SADC) adoptou um plano de infra-estruturas de gás natural no valor de 17 mil milhões de dólares para reforçar o abastecimento de energia num continente onde quase metade da população não tem acesso à eletricidade, revela a agência Bloomberg.

Composta por 16 membros, a SADC, aprovou um projecto de investimento em infra-estruturas, tais como gasodutos e terminais para fornecimentos locais e importados, segundo a agência, que acrescenta que, embora ainda não seja uma fonte importante de gás, A SADC, alberga algumas das mais significativas descobertas de gás natural com projectos em várias fases em Moçambique, na Tanzânia e na África do Sul.

O plano ainda requer financiamento, numa altura em que o financiamento do abastecimento de combustíveis fósseis se torna cada vez mais difícil devido a preocupações ambientais e a uma mudança global para fontes de energia mais limpas.

Ainda de acordo com a Bloomberg, os atrasos nos projectos podem também constituir um obstáculo,

como demonstrado pelos projectos de gás natural liquefeito da TotalEnergies SE e da Shell Plc na região, que se atrasaram anos em relação ao seu objetivo inicial de iniciar a produção.

“Os Estados membros da SADC têm populações em crescimento e uma necessidade urgente de impulsionar o crescimento económico inclusivo, reduzir a pobreza e a desigualdade de rendimentos e criar prosperidade e bem-estar para todos”, cita a Bloomberg. Nesse contexto, gás natural pode fornecer uma fonte complementar de energia, “acelerando o desenvolvimento da rede eléctrica em áreas ricas em recursos renováveis”, afirmou.

A agência noticiosa internacional acrescenta que o plano considera que são necessários mais de 9 mil milhões de dólares de investimento em Moçambique para construir projectos de energia e infra-estruturas, aproveitando as descobertas na Bacia do Rovuma

A Bloomberg observa que, grande parte do projeto depende da elaboração pela África do Sul de um novo roteiro energético, conhecido localmente como Plano Integrado de Recursos, que inclui o fornecimento regional de gás. A nação, de longe o maior consumidor de energia do bloco, publicou seu último Plano Integrado de Recursos (IRP, em inglês) em 2019.

ENERGIA E MINERAÇÃO
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SADC concebe plano de infraestrutura de gás orçado US$ 17 mil milhões

na cimeira do G20

O Presidente dos EUA, Joe Biden, tenciona defender reformas do FMI e do Banco Mundial durante a cimeira do G20 em Nova Deli, no próximo mês; O objetivo é proporcionar um melhor apoio e opções de financiamento aos países em desenvolvimento, como alternativa ao que considera de “empréstimos coercivos e insustentáveis” da China através da iniciativa “Uma Faixa, Uma Rota”; Os EUA irão propor o aumento do poder de empréstimo do Banco Mundial e do FMI em 200 mil milhões de dólares.

O Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, vai apelar a reformas do FMI e do Banco Mundial que sirvam melhor as necessidades dos países em desenvolvimento na cimeira do G20 em Nova Deli no próximo mês, disse terça-feira a Casa Branca.

O Conselheiro de Segurança Nacional da Casa Branca, Jake Sullivan, disse que é preciso oferecer uma

melhor alternativa para o apoio e financiamento do desenvolvimento ao que ele chamou de “empréstimos coercivos e insustentáveis” da China por meio da Iniciativa Cinturão e Rota de Pequim.

“Ouvimos em alto e bom som que os países querem que intensifiquemos o nosso apoio face aos desafios sobrepostos que enfrentam”, disse Sullivan aos jornalistas.

No G20, Biden “vai realmente concentrar grande parte de sua energia enquanto estiver lá na modernização dos bancos multilaterais de desenvolvimento, incluindo o Banco Mundial e o FMI”, disse ele.

O objetivo é garantir que os bancos de desenvolvimento ofereçam “soluções de alto nível e de grande influência” para os desafios que os países em desenvolvimento enfrentam, afirmou.

CONJUNTURA INTERNACIONAL
25 De Agosto 2023 36
Biden vai insistir nas reformas do FMI e do Banco Mundial

O Presidente da Comissão Europeia classificou as duas instituições como “altamente eficazes e transparentes”, comparando-as com a Iniciativa “Uma Faixa, Uma Rota” de Pequim, um programa com uma década de existência que visa alargar o peso da China no desenvolvimento global e que envolveu grandes empréstimos para infra-estruturas e indústria aos países mais pobres.

“Estou a sugerir que o Banco Mundial e o FMI são uma alternativa positiva e afirmativa ao que é um método muito mais opaco ou coercivo” de financiamento do desenvolvimento que a China está a oferecer, disse.

Os EUA vão apresentar propostas em Nova Deli que aumentarão o poder de empréstimo do Banco Mundial e do FMI em cerca de 200 mil milhões de dólares, afirmou.

Mas Sullivan sublinhou que, como membro do G20 e parceiro-chave do FMI e do Banco Mundial, a China é fundamental para a modernização de ambas as instituições.

“Por isso, o nosso apoio ao Banco Mundial e ao FMI não é contra a China”, afirmou.

Sullivan fez os seus comentários numa altura em que decorre em Jonannesburgo, África do Sul, a cimeira do BRICS, um grupo considerado pelos EUA como dominado pela China.

“Não estamos a olhar para os BRICS como uma espécie de rival geopolítico dos Estados Unidos ou de qualquer outro País. Trata-se de um conjunto muito diversificado de países”, afirmou Sullivan.

CONJUNTURA INTERNACIONAL 37

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