
O Presidente da República, Filipe Nyusi, diz haver condições para que banca comercial nacional desempenhe um papel mais relevante no financiamento à agricultura.
Segundo o Chefe de Estado, o sector financeiro pode conceder empréstimos a taxas de juro competitivas em áreas que reduzem o risco na agricultura, como infra-estruturas de irrigação, transporte dos produtos ligados à cadeia de agro-processamento, e em actividades que permitem identificar mercado para a produção.
O Presidente da República fez estes pronunciamentos ontem, 12/07, em Gaberone, Botswana, como painelista num diálogo de alto nível sobre a identificação de mecanismos que levem a um incremento da influência de África em cadeias de valor agrícola globais.

Na ocasião, o Presidente Nyusi referiu-se ao facto de Moçambique ter mais de 30 milhões de habitantes, dos quais 67 por cento, tal como acontece na generalidade dos Estados africanos, vivem da agricultura, sobretudo nas zonas rurais.
“Moçambique possui mais de 36 milhões de hectares de terra arável, dos quais apenas se exploram 17 por cento, o que significa que há potencialidades para que se possa fazer mais na agricultura. Este sector contribui com apenas 25 por cento para o Produto Interno Bruto (PIB), apesar de este indicador estar constantemente a evoluir”, disse.
Saliente-se que o debate ontem realizado partiu do pressuposto de que vários países africanos se deparam com

Filipe Nyusi:
Há condições para maior envolvimento da banca comercial no financiamento à agricultura
choques provocados pela alta de preços e insegurança alimentar, situação que levou a União Africana (UA) a adoptar políticas que estimulem o rápido crescimento do agro-processamento.

Aliás, este sector é também considerado pela UA como “crítico” na alavancagem da sua aumento da produtividade continental e na alavancagem da integração de África no âmbito da sua zona de livre comércio.

Na ocasião, o Presidente Nyusi reconheceu que Moçambique se confronta ainda com os desafios impostos pela Covid-19, desastres naturais cíclicos como ciclones e inundações, além do terrorismo em cabo Delgado. “São desafios que dificultam o alcance de algumas metas neste sector”, disse.

• Adriano Maleiane realça AfDB pela abordagem única para o desenvolvimento e parceria;

• O Primeiro-Ministro manifestou o seu apoio inequívoco à estratégia de desenvolvimento do Banco Africano de Desenvolvimento para o País.
Ao receber a Vice-Presidente do Banco para o Desenvolvimento Regional, Integração e Negócios, Marie-Laure Akin-Olugbade, no seu gabinete na última Quinta-feira, 06/07, Maleiane elogiou o Banco Africano de Desenvolvimento (AfDB, sigla em inglês) pela sua abordagem única para o desenvolvimento e parceria, que foi além do financiamento para humanizar as suas iniciativas.
A visita de cortesia de Akin-Olugbade ao Primeiro-Ministro faz parte de uma visita oficial de seis dias a Moçambique. A acompanhá-la estiveram a Diretora-Geral do Banco para a África Austral, Leïla Mokaddem, e o Representante Residente do Banco em Moçambique, Cesar Augusto Mba Abogo.
Akin-Olugbade elogiou o Governo de Moçambique pela implementação de várias reformas que ajudaram a manter a estabilidade do País, e por mostrar “forte resiliência face a choques exógenos como as alterações climáticas, Covid-19, conflito e terrorismo”.
Na Quinta-feira, 06/07, Akin-Olugbade e a sua equipa reuniram-se com parceiros de desenvolvimento em Maputo para discutir o apoio mútuo a Moçambique. Foram nomeadamente convidados a participar no encontro o Banco Mundial, a Agência Francesa de Desenvolvimento (AFD), Fundo Internacional para o Desenvolvimento Agrícola (FIDA), União Europeia, Reino Unido, Espanha, Suécia, KfW, o Escritório das Nações

Unidas de Serviços para Projetos (UNOPS) e a Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (USAID).
A equipa do AfDB também se reuniu com representantes do setor privado e com o Governo. As discussões com o Ministro da Economia e Finanças, Max Elias Tonela, no dia anterior, centraram-se na implementação da recente aprovacão da Estratégia do AfDB para Moçambique para o período 2023 – 2028.
Na ocasião, Tonela saudou o novo Documento de Estratégia Nacional e o seu alinhamento com as estratégias de médio e longo prazo do Governo de Moçambique para o desenvolvimento da economia e do setor privado. Ambas as estratégias se concentram na criação de empregos e no desenvolvimento social sustentável.
“Esta estratégia está preparada para apoiar fortemente Moçambique na implementação de reformas económicas cruciais, permitindo ao País realizar o seu imenso potencial e alcançar uma perspetiva económica positiva; servirá como um robusto enquadramento da nossa colaboração para impulsionar o crescimento tangível e capitalizar as abundantes oportunidades que temos pela frente”, observou Tonela.

O Representante Residente do Banco, Abogo, afirmou: “Com este Documento de Estratégia Nacional, pretendemos manter a nossa marca como parceiro estratégico de referência tanto para o Governo de Moçambique como para outros Parceiros de Desenvolvimento que, tal como o AfDB, apoiam este país a enfrentar o desafio de alcançar um crescimento inclusivo e sustentável.”
O Projeto de Cadeias de Valor Agrárias e Empoderamento dos Jovens (AVACYEP), financiado pelo AfDB foi visitado pela equipa. Este projeto apoia os jovens agricultores e as suas comunidades, fornecendo infraestruturas relacionadas com a horticultura, a irrigação e a pecuária. Após a visita, Akin-Olugbade salientou que a paz e a segurança são essenciais para o desenvolvimento económico sustentável.
O Complexo de Desenvolvimento Regional, Integração e Negócios do AfDB – que Akin-Olugbade gere – supervisiona a carteira de 30 mil milhões de dólares do Banco e os empréstimos nos seus cinco centros regionais. Proporciona liderança estratégica no âmbito do Banco em matéria de fragilidade e integração regional.
Mokaddem disse que a visita foi oportuna para reconhecer a posição significativa que Moçambique ocupa nas atuais iniciativas inovadoras do Banco.
“Temos exemplos, como as Obrigações de Investimento Indexadas à Segurança [do Banco], a Cimeira Alimentar de Dacar 2, e o apoio à liquidação dos atrasos no pagamento da dívida do Zimbabué através da plataforma de diálogo estruturado em curso com os credores e parceiros de desenvolvimento do País”, salientou.
O AfDB tem estado activamente envolvido em Moçambique há mais de 45 anos, com investimentos no país que ascendem a 3,6 mil milhões de dólares. Mais de metade deste financiamento foi concedido na última década.
A actual carteira do Banco para Moçambique tem um valor de 1,21 mil milhões de dólares e é a segunda maior na região da África Austral. Inclui 29 projetos nos sectores de energia, dos transportes, da agricultura e da governação social e económica.
Moçambique é um foco chave das várias iniciativas emblemáticas do AfDB, para a transformação de África, sendo uma delas o seu programa de Zonas Especiais de Processamento Agroindustrial.
Max Tonela
• É por isso imperativo que o país avance para a exploração de modelos e mecanismos alternativos de financiamento que ajudem a impulsionar o desenvolvimento de infraestruturas de saúde e a melhorar o acesso a serviços médicos de qualidade, disse o Ministro da Economia e Finanças;
• Moçambique precisa de cerca de 900 milhões de dólares americanos para concretizar esta iniciativa Um Distrito, Um Hospital.

Debruçando-se sobre os “modelos e mecanismos de financiamento para o desenvolvimento de infraestruturas de saúde”, na Conferência Internacional de Investimento do Sector da Saúde, o Ministro da Economia e Finanças, Max Tonela, disse que em termos reais, nos últimos cinco anos as alocações orçamentais para o sector de saúde sairam de 20 mil milhões de MT em 2017, ou seja, 10.7% da despesa total do Orçamento de Estado, para 43,3 mil milhões de MT em 2022, correspondente a 12.5%.


É preciso inovação nas abordagens de investimentos em infra-estruturas de saúde, afirmaMinistro da Economia e Finanças, Max Tonela
Para o ano de 2023 estão programados 13% da despesa total do Orçamento do Estado.
O Ministro disse que no contexto dos compromissos de Abuja, o Governo continua a desenvolver reformas estruturantes conducentes para o aumento do espaço fiscal por via de medidas constantes no Pacote de Aceleração Económica – PAE, tendo destacado a consignação de 35% do Imposto sobre Consumo Específico – ICE – para o sector de saúde e 15% para o sector do desporto;
“Essas medidas estão em linha com os compromissos assumidos a nível da declaração do diálogo nacional de alto nível sobre a mobilização de recursos internos para o financiamento sustentável do sector e cobertura universal de saúde”. Disse Max Tonela.
O Ministro da Economia e Finanças, disse no evento que a alocação de recursos do orçamento do estado, acrescidos de empréstimos internacionais, complementados por contribuições de recursos doados por parceiros têm sido a forma tradicional de financiamento de infraestruturas de saúde em Moçambique, mas apontou os enormes desafios prevalecentes, entre eles, o facto de Moçambique ser um país de baixa renda, com recursos financeiros limitados, que enfrenta adversidades para disponibilizar recursos para financiar infraestruturas sociais adequadas.

“As exigências de investimentos impõem a necessidade de adoptarmos mecanismos inovadores, para além das abordagens tradicionais de financiamento a que estamos habituados”. Frisou o Ministro da Economia e Finanças.
O governante revelou que o país precisa de cerca de 900 milhões de dólares americanos para concretizar esta iniciativa Um Distrito, Um Hospital, para além de mais recursos para dispor de centros hospitalizares de excelência.
“É por isso imperativo que o país avance para a exploração de modelos e mecanismos alternativos de financiamento que ajudem a impulsionar o desenvolvimento de infraestruturas de saúde e a melhorar
o acesso a serviços médicos de qualidade”, afirmou o Ministro.
Sugerindo soluções ou inovações o Ministro da Economia e Finanças, recomendou que fossem consideradas o estabelecimento de parcerias público privado robustas que permitam o acesso do financiamento para a construção, expansão e gestão de infraestruturas publicas, para ajudar a complementar os esforços do Estado na provisão de serviços de saúde de qualidade e acessíveis como já acontece em economias em desenvolvimento estão a fazer!
Par além disto, segundo o Ministro, “é essencial atrair o investimento directo estrangeiro, que tragam recursos financeiros adicionais, conhecimento especializado e tecnologia avançada para o fortalecimento do sector de saúde nacional”
Uma terceira alternativa apontada por Max Tonela, é a troca de dívida pública por investimento na saúde (debt to health swap) alocando valores resultantes em projectos de expansão da rede sanitária.
“Temos exemplos bem-sucedidos destas abordagens na região e no continente”. Fundamentou, acrescentando que o avançar sozinho nessa visão. “Devemos fazer uso da experiência e o conhecimento dos nossos parceiros, muitos dos quais aqui presentes”. Disse, indicando, os parceiros de cooperação, os doadores e operadores privados do sector a se unirem neste esforço de inovação no financiamento da saúde em Moçambique.
O governante sublinhou que para viabilizar as alternativas de financiamento é imperativo que sejam estabelecidas reformas adequadas no quadro regulamentar para o aproveitamento pleno das vantagens associadas.
“Somente com um esforço conjunto, envolvendo recursos, experiência e determinação colectiva, podemos criar uma realidade mais saudável e sustentável para a saúde dos moçambicanos, para assegurar que os moçambicanos tenham acesso a serviços de saúde de qualidade e apropriados às suas necessidades”. Concluiu
Industrialização
permanece estagnada e com um quadro sombrio, revela relatório do inquérito às indústrias manufactureiras
• O ambiente empresarial em que as empresas manufactureiras operam tem piorado ou permanecido o mesmo ao longo do tempo;
• O não cumprimento dos objectivos políticos estabelecidos há mais de 20 anos e a estagnação ou agravamento de muitas condições em que as empresas manufactureiras operam conduzem à necessidade de considerar políticas e programas renovados para apoiar as empresas.
O estudo constata que desde a década de 1990, o Governo tem promovido uma estratégia industrial e elaborado políticas que visam melhorar as condições para as empresas manufactureiras, contudo, a industrialização está, de acordo com as conclusões deste relatório, na melhor das hipóteses, estagnada.

Cada um dos capítulos do relatório analisa um assunto específico e, no geral, ilustra que os objectivos políticos do Governo relacionados com esse mesmo assunto específico encontram-se, no geral, longe da realidade de Moçambique actual.
“A maioria dos objectivos estabelecidos na década de
1990 não foram alcançados até 2022. A par de alguns grandes projectos industriais, a maioria das empresas estão concentradas nas mesmas indústrias e realizam trabalhos manuais básicos sem acrescentar muito valor. A maioria das microempresas parece estar presa a um equilíbrio de baixo nível, do qual é um desafio escapar. Consequentemente, o quadro geral é bastante sombrio, mas também delineamos vários desenvolvimentos positivos.” Lê-se no relatório.

“As empresas passam muito tempo a lidar com processos burocráticos, a informalidade é mais elevada em 2022 do que em 2012, e a incidência do pagamento de subornos aumentou”. Diz
Moçambique tem ainda um longo caminho a percorrer. Numa perspectiva positiva, parece haver uma dinâmica algo positiva no sector produtivo moçambicano, no sentido em que empresas mais jovens e mais produtivas substituem as empresas que fecham. No entanto, as diferenças de produtividade entre empresas moribundas e novas empresas são bastante pequenas, ou seja, existe uma grande margem para melhorias.
Com uma população crescente de jovens à procura de emprego, o objectivo de Moçambique é criar muito mais empregos decentes no sector formal, refere o estudo, para, no entanto, constatar que a criação de emprego não está a acontecer entre as empresas manufactureiras que estão em funcionamento há mais de uma década.
“Pelo contrário, havia menos empregos neste sector em 2022 do que em 2012”. O número de postos de trabalho disponíveis diminuiu fortemente. Especificamente, as 355 empresas perderam quase 2.500 postos de trabalho em 10 anos, e as novas empresas não substituem totalmente os postos de trabalho perdidos.
Globalmente, o relatório apoia a observação de que o sector manufactureiro continua a ser potencialmente
instrumental para o crescimento económico de Moçambique. Contudo, o não cumprimento dos objectivos políticos estabelecidos há mais de 20 anos e a estagnação ou agravamento de muitas condições em que as empresas manufactureiras operam conduzem à necessidade de considerar políticas e programas renovados para apoiar as empresas e, em última análise, aumentar o crescimento económico.
O Relatório do Inquérito às Indústrias Manufactureiras Moçambicanas é um estudo cujo objectivo é fornecer uma descrição estatística e uma análise da dinâmica empresarial nos sectores informal e formal da indústria manufactureira moçambicana ao longo dos últimos 10 anos (2012 a 2022), com base na informação detalhada de três rondas de inquérito (2012, 2017, 2022) com um total de 1.056 empresas manufactureiras, descrevendo tendências e questões relevantes para o sector manufactureiro como um todo.

O Ministério da Economia e Finanças (MEF) através da Direcção Nacional de Políticas Económicas e Desenvolvimento (DNPED), em parceria com o Centro de Estudos de Economia e de Gestão (CEEG) da Universidade Eduardo Mondlane (UEM), Universidade de Copenhaga (UCPH), e a UNE-WIDER, realizaram o estudo cujos resultados estão expostos no documento designado de “Relatório do Inquérito às Indústrias Manufactureiras Moçambicanas (IIM 2022)”, enquadrado no Programa Crescimento Inclusivo em Moçambique (IGM).

COMETAL sinaliza que indústria
metalomecânica é viável e tem
futuro A Cometal uma empresa industrial que outrora, foi uma grande indústria de metalomecânica do País, tendo chegado a produzir nos seus momentos áureos, em média, cerca de 2500 vagões, e empregava cerca de 1000 trabalhadores, encontra-se numa espécie de regaste do seu passado, mas com os olhos


no futuro. A Cometal parece querer mostrar que a metalomecânica não é apenas viável, mas pode se tornar competitiva e sustentável
A Cometal de hoje é um exemplo de determinação, resiliência e empreendedorismo, num sector a braços com uma série de constrangimentos de mercado, do ponto de vista de políticas que confiram melhor situação competitiva e de sustentabilidade, face, igualmente, as oportunidades que ainda existem e outras novas que têm estado a surgir.

O Ministro da Indústria e Comércio, Silvino Moreno, visitou a fábrica, a nova Cometal, para testemunhar in loco o retorno desta, ainda que não a ribalta, nesta altura, mas possível esse cenário, se forem implementadas “políticas correctas”.
O Ministro disse após concluir a visita que as expectativas que tinha quando agendou a ida a Cometal foram correspondidas e mostrou-se bastante satisfeito.
Viu o Ministro, máquinas a serem reactividas ou recuperadas, produção voltada para o mercado interno, com destaque para vagões e atrelados complexos para serem usados nos sistemas de transporte de mercadorias.
Ministro da Indústria e Comércio, Silvino Moreno“Eles fizeram o exercício de readmitir as pessoas que estiveram a trabalhar em tempos, mas também fizeram o esforço de trazer juventude para que se faça a transmissão desse conhecimento”, referiu Silvino Moreno, destacando a qualidade da produção executada pela Cometal.
O governante considerou que a revitalização da COMETAL é parte dos esforços de recuperação da indústria nacional, especificamente da recuperação de uma indústria metalomecânica que teve muito impacto na economia e espera que a breve trecho as outras linhas de produção também sejam recuperadas.

Na sua visita a Cometal, o Ministro testemunhou a entrega do primeiro atrelado articulado e bastante complexo à empresa Tropigália que vai usar o equipamento nos seus trabalhos de distribuição e logística comercial. Para o Ministro, o acto que acabava de presenciar é o que Programa Industrializar Moçambique (PRONAI), busca promover.
Silvino Moreno, disse que empresas como a Cometal receberão da parte do Governo os incentivos necessários para que possam crescer e tornarem-se competitivos, mas realçou o facto de que a Cometal estar a fazer o seu trabalho e não a espera de incentivos. Sem avançar muitos detalhes o Ministro remeteu, num primeiro momento, as isenções de direitos aduaneiros na importação de matéria prima, mas igualmente outros tipos tipo incentivos dentro da Lei de Investimentos e do Código de Incentivos Fiscais.

Falando sobre o actual momento e perspectivas, o líder da unidade industrial, Amade Camal disse que a Cometal está com olhos não apenas para o mercado interno, como também para o mercado regional. A Cometal tem capacidade de fabricar cinco atrelados complexos por mês.
Amade Camal diz-se com os pés bem assentes no chão e reconhece os desafios, recusa-se a falar de sucesso, para já, reconhecendo que a estratégia está no caminho certo e começa a dar alguns bons resultados. Particularmente sobre os desafios, referiu-se a escassez de mão de obra qualificada para este sector. “ O País tem défice de mão-de-obra industrial qualificada, pois a Cometal tem recebido estudantes do nível técnico profissional, porém com alguma insuficiência de conhecimento empírico, o que se materializa em baixa produtividade, mas paulatinamente vai-se contornando esse desafio”, considerou e empresário, que acrescentou que em termos de oportunidades o mercado nacional é apetecível e tem capacidade para absorver tudo que se produz, mas reconheceu igualmente que o mercado está cada vez mais exigente

“A qualidade é um factor crucial. Não basta ter um produto com bandeira de Moçambique, ou um produto com o selo made in Mozambique, porque os consumidores compram o que tem qualidade e é competitivo”. Disse.


• O estudo aponta as dívidas ocultas e a corrupção ligada as instituições públicas e aos grupos políticos de elevado estatuto, como a principal causa da desaceleração económica acentuada em Moçambique na última década;
• O apoio do Banco Mundial centrou-se principalmente na capacidade técnica e institucional e não foi suficientemente adaptado para reflectir a economia política subjacente e os riscos associados.
As avaliações independentes da Assistência do Banco Mundial (GBM) para a Gestão das Finanças Públicas e da Dívida e Mobilização dos Recursos Financeiros Nacionais consideram que ainda existe fragilidade na gestão das finanças, investimento e dívida pública em Moçambique, considerando que, a dada altura “a história de sucesso de Moçambique se desviou”.
A revelação foi feita quarta-feira, 12/07, no decurso de um evento cujo objectivo central foi a divulgação do Relatório de Avaliação do Programa do Banco Mundial em Moçambique, após um período de 3 ciclos de assistência ao País (2008 – 2021).
O Relatório em causa, intitulado “Lições de uma História de Sucesso que se desviou” procura apresentar e divulgar os resultados dos estudos levados a cabo pelo Grupo de Avaliação Independente do Grupo Banco Mundial (IEG) e pelo Centro Internacional de Crescimento (IGC) analisando assim a relevância e efetividade do desenvolvimento resultante do engajamento do Grupo Banco Mundial com o Estado Moçambicano (estratégias, programas e políticas) e até que ponto o apoio do Grupo do Banco foi relevante para os principais desafios de desenvolvimento de Moçambique, no período em causa.

O estudo aponta as dívidas ocultas e a corrupção ligada as instituições públicas e aos grupos políticos de elevado estatuto, como a principal causa da desaceleração económica acentuada em Moçambique na última década. Acrescenta que Moçambique ainda sofre de necessidades de primeira ordem.
Realizando uma retrospectiva sobre a evolução das estratégias do GBM de apoio a Moçambique de 2008-21, o relatório ilustra que a 1ª. Estratégia – Estratégia Nacional do GBM para 2008-11 esteve centrada na prestação de apoio à gestão das despesas públicas, saúde, educação, água, eletricidade, infraestruturas e regulamentação

Há fragilidades na gestão das finanças públicas, considera avaliação do Banco Mundial
das empresas, agricultura e resposta a catástrofes. A 2ª., a Estratégia nacional do GBM para 2012-16 procurou manter os domínios de apoio do período de estratégia anterior, mas introduziu o apoio à transparência das actividades extractivas e medidas de protecção social, bem como, a transformação da resposta a catástrofes em adaptação às alterações climáticas.
E por fim, a 3ª. e última, a Estratégia nacional do GBM para 2017-21 que também procurou manter as tendências anteriores, introduziu o apoio à gestão da dívida pública e do investimento público, bem como prestou um maior apoio multissectorial às regiões com elevados níveis de pobreza.
Entretanto quatro aspectos se destacaram como sendo os maiores constrangimentos aos objectivos de desenvolvimento do País e consequentemente a materialização das estratégias definidas, dentre os quais: a existência e persistência de instituições e governação frágeis, a vulnerabilidade do País às alterações climáticas e às catástrofes naturais, a baixa produtividade agrícola existente no sector e o acesso desigual aos serviços básicos por parte da população.
Das causas dos constrangimentos acima mencionados destacam-se: a Gestão inadequada das Finanças Públicas, Pouca capacidade de gerir a dívida, Má gestão do Investimento Público (GIP), Pouca Monitorização dos sectores extractivistas e de hidrocarbonetos, Lacunas de regulamentação na Gestão de Empresas Públicas, Descentralização Incompleta, Pouco controlo interno e externo e a existência de grupos de interesses poderosos, interessados em manter o seu status quo. Todo este conjunto de factores contribui para a utilização ineficaz dos recursos públicos e uma posição de risco fiduciário.
Olhando para o balanço da cooperação entre o Grupo Banco Mundial e o Estado moçambicano, indica que este último beneficiou-se do Grupo do Banco Mundial, designadamente, de uma melhoria da gestão das despesas públicas (e-SISTAFE); Funções de controlo interno e externo a nível central, cobrança e administração de receitas a nível municipal, quadro regulamentar para a gestão das indústrias extractivas e cumprimento da Iniciativa das Indústrias Extractivas (ITIE), com maior notoriedade e Gestão da divida, reforma das empresas publica, gestão do investimento público, quadro de descentralização e regras fiscais e um fundo soberano para gerir as receitas do sector extrativo.
O relatório diz que o apoio do Banco Mundial centrou-se principalmente na capacidade técnica e institucional e não foi suficientemente adaptado para reflectir a economia política subjacente e os riscos associados.

O relatório aponta também que não se registaram melhorias significativas na produtividade agrícola. A ausência de tecnologia moderna, a gestão de recursos naturais inadequada e desflorestação, a infraestrutura rural inadequada, a política fundiária antiquada ou discriminatória, o fraco acesso aos mercados e as disparidades de género são os factores por detrás desta baixa produtividade agrícola.
“É necessário prestar especial atenção à afectação de recursos humanos e à correção das disparidades entre homens e mulheres”. Recomenda o relatório.
Segundo o estudo, ao longo do período em análise, o Banco Mundial contribuiu positivamente para aumentar o acesso aos serviços básicos nas zonas rurais e ajudou a reduzir as desigualdades regionais no acesso aos serviços básicos em cada sector.
“Num contexto caracterizado pela corrupção e instituições públicas geridas em benefício de grupos de elevado estatuto, as soluções técnicas para a gestão das finanças e divida pública têm pouca probabilidade de alcançar os resultados desejados, a menos que sejam tidos em conta os principais condicionalismos subjacentes a nível governamental”. Refere o relatório, e acrescenta que “são essenciais diagnósticos centrais para informar a priorização de reformas, mas tais iniciativas requerem um acompanhamento coordenado e deliberado”.
Mais de um quarto dos empregos no conjunto dos países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento (OCDE) dependem de competências que poderiam ser facilmente automatizadas na próxima revolução da inteligência artificial, e os trabalhadores temem perder os seus empregos para a Inteligência Artificial (IA), disse a OCDE na terça-feira, 11 de Julho.

A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) é um bloco de 38 membros, abrangendo principalmente países ricos, mas também algumas economias emergentes como o México e a Estónia.

Há poucas evidências de que o surgimento da IA esteja tendo um impacto significativo nos empregos até agora, mas isso pode ser porque a revolução está em seus estágios iniciais, disse a OCDE.
Os empregos com maior risco de serem automatizados representam 27% da força de trabalho em média nos países da OCDE, com os países do leste europeu mais expostos, disse a organização com sede em Paris em seu Employment Outlook 2023.
27% dos empregos em alto risco devido à revolução da IA, diz OCDE
Os empregos de maior risco foram definidos como aqueles que usam mais de 25 das 100 competências e habilidades que os especialistas em IA consideram que podem ser facilmente automatizadas.

Três em cada cinco trabalhadores, por sua vez, temem perder o emprego para a IA nos próximos 10 anos, constatou a OCDE em uma pesquisa no ano passado. O inquérito abrangeu 5 300 trabalhadores em 2 000 empresas da indústria transformadora e financeira de sete países da OCDE.

Threads
de utilizadores
O Twitter resistiu a meses, se não anos, de má gestão, bem como demissões em massa, interrupções frequentes de serviços e um êxodo dos principais anunciantes, mas o lançamento de um aplicativo rival da Meta pode ser a gota d’água.
Os tópicos ultrapassaram os 100 milhões de utilizadores este fim-de-semana, menos de uma semana após o seu lançamento, anunciou esta segunda-feira o CEO da Meta, Mark Zuckerberg, marcando um feito impressionante para qualquer rede social e que a coloca a caminho de ultrapassar rapidamente a audiência do Twitter.
Enquanto isso, vários analistas de tráfego da internet relataram quedas notáveis no uso do Twitter nos últimos dias. Os resultados ressaltam o risco que a Meta representa para os negócios do Twitter e levantam questões sobre como, ou se, o Twitter pode conter suas perdas.
O tráfego do Twitter já vinha caindo há meses, de acordo com dados da empresa de infra-estrutura de internet Cloudflare e da empresa de análise da web Similarweb. Mas o ritmo de declínio parece ter acelerado nos últimos dias, disseram ambas as empresas, provavelmente reflectindo o forte interesse na Threads e uma migração em massa da plataforma de Elon Musk para a administrada por Zuckerberg.

Alimentando o rápido crescimento da Threads tem sido o uso do Instagram pela Meta como um trampolim para inscrever novos usuários, juntamente com o que muitos usuários da Threads identificaram como uma insatisfação com o Twitter.
A Threads começou com várias contas de celebridades pré-povoando sua plataforma, mas desde então ganhou mais usuários de alto perfil, incluindo Kim Kardashian e Jeff Bezos. Uma conta que havia sido banida do Twitter que rastreia os movimentos do jato particular de Musk também se juntou à nova plataforma.

ameaça futuro do Twitter, ultrapassa os 100 milhões
Mais de 100 legisladores dos EUA também se inscreveram, informou o Axios na semana passada, embora poucos líderes mundiais pareçam estar no Threads no momento.
Zuckerberg e o chefe do Instagram, Adam Mosseri, enfatizaram que o Threads é mais do que substituir o Twitter e que o aplicativo busca atingir públicos fora da base tradicional de usuários do Twitter. Isso significa que a Threads não elevará activamente notícias ou conteúdo político, disse Mosseri, descrevendo esses tópicos como “que não valem de todo o escrutínio, negatividade (sejamos honestos) ou riscos de integridade que vêm junto com eles”.

No fim-de-semana, a posição de Mosseri sobre notícias e política desencadeou um debate sobre a abordagem de Threads a esses tópicos. Alguns usuários elogiaram como uma forma de tornar a plataforma mais acessível para usuários comuns, que talvez nunca tenham abraçado o Twitter antes. Outros argumentaram que muitos dos tópicos que Mosseri caracterizou como não-políticos, incluindo música, moda e entretenimento, são sua própria fonte de notícias e podem ser inerentemente políticos.
Mesmo que os executivos da Meta procurem colocar alguma luz do dia entre a Threads e o Twitter, a rápida ascensão da Threads só parece ter aprofundado a rivalidade de longa data de Musk com Zuckerberg. O lançamento do aplicativo provocou ameaças de litígio, já que o Twitter acusou a Meta de roubo de segredos comerciais, sem mencionar as conversas sobre uma briga de gaiola física entre Musk e Zuckerberg.
