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Moza Banco: É preciso partilhar o risco para financiar agricultura em Moçambique

O Administrador Executivo do Moza Banco, Jaime Joaquim, defendeu recentemente, em Maputo, durante a 1ª edição da Expo índia – Moçambique 2023 que os desafios relacionados com o financiamento à agricultura, no país, podem ter solução à vista se o risco associado à actividade for compartilhado.
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Jaime Joaquim explica que dada a escassez de seguradoras interessadas em cobrir o ramo agrícola, muito por causa das eventuais ocorrências de desastres e calamidades naturais, a banca fica, na maioria das vezes, com dificuldades de assumir, isoladamente, o risco de financiar a agricultura, o que condiciona sobremaneira o desenvolvimento do sector.
Entretanto, a fonte chama atenção à replicação de alguns modelos de financiamento praticáveis, com destaque para o que tem sido potenciado pela USAID (Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional) no qual a entidade propõe-se a cobrir, em garantias, pelo menos 50 por cento do financiamento, cabendo ao Banco assumir o resto.
“Com o modelo de financiamento potenciado pela USAID, nos casos em que o Banco concede financiamento a um determinado player do sector agrícola e, por ocorrência de alguma calamidade natural, esse player perde a capacidade de reembolsar o dinheiro ao Banco, podemos nos tranquilizar ao saber que temos a possibilidade de recuperar, no mínimo, 50 por cento do valor total financiado. Esse compartilhamento de risco permite que o Moza continue sendo um banco que aposta na agricultura e no agronegócio em Moçambique, fortalecendo seu compromisso com esses sectores fundamentais”, asseverou Jaime Joaquim.
De acordo com a fonte, isto coloca o Moza como um “Bancos da Agricultura” no país potenciando directamente várias culturas de consumo interno e de exportação, com destaque para a produção da Banana e da Banana Manga. E para abranger ainda mais o ramo agrário, o Moza estende a sua cobertura à pecuária, financiando a produção e criação do gado bovino e ovino e apostando na avicultura.
Jaime Joaquim refere, ademais, que o Moza também potencia a cadeia de valor do agronegócio, enfatizan- do o financiamento concedido indirectamente à produção de culturas como o gergelim, castanha de caju, soja e etc. “Financiamos empresas que potenciam estas culturas. Falo concretamente de entidades que produzem e distribuem insumos, garantindo que os agricultores tenham a matéria-prima necessária para o desenvolvimento das suas actividades”, acrescentou.
A concluir, a fonte apelou à reflexão conjunta para a necessidade da criação de um fundo Estatal que possa ajudar os diferentes intervenientes da cadeia de financiamento agrário, minimizando riscos e reforçando significativamente o interesse do sector bancário na agricultura e no agro-negócio.
Entretanto, O Moza reafirma o seu interesse estratégico em apostar na agricultura como um dos sectores-chave para o desenvolvimento. Enquanto parceiro confiável, o Moza Banco busca incessantemente contribuir para um futuro promissor, onde a agricultura floresça como um alicerce sólido para o progresso e o bem-estar de Moçambique e dos moçambicanos.
Sob o lema Unindo Culturas Através do Comercio a 1ª edição da Expo índia – Moçambique 2023, decorreu entre os dias 25 e 26 de Julho, com a participação de centenas de individualidades que, durante os dois dias, fomentaram entre si boas relações de negócio que seguramente irão reflectir-se no crescimento da economia nacional.
O Moza Banco é um dos principais bancos comerciais em Moçambique, oferecendo uma ampla gama de produtos e serviços financeiros para clientes corporativos, PMEs e particulares. O Moza Banco preconiza uma abordagem centrada no cliente, buscando impulsionar o desenvolvimento económico e promover a inclusão financeira.
Para o Moza, a instituição distingue-se dos demais bancos actuantes no país por possuir a maior percentagem de estrutura accionista moçambicana.
“Essa particularidade realça o compromisso do Banco em contribuir para o desenvolvimento económico de Moçambique, fortalecendo os laços entre o sector bancário e a comunidade local.”, Diz o Moza Banco.
Mozambique
• Estamos a trabalhar em todas as frentes, diz CEO da Total Energies, Patrick Pouyanne;
• Uma delas é com os empreiteiros, e espero que isso seja feito no segundo semestre deste ano. Então, teremos as respostas e espero que sejam positivas”, disse ele;
• “Actividade de realocação está quase concluída” e todo o trabalho de actividades de sustentabilidade social que a Mozambique LNG está a fazer é “realmente impressionante”, diz o CEO da Saipem, Alessandro Puliti;
• O CEO da Saipem afirma que está a trabalhar com a Mozambique LNG para “chegar ao preço certo” para o reinício do projeto.
Informações a que O.Económico teve acesso, dão conta de que a TotalEnergies está a intensificar as negociações com os seus parceiros no projeto Mozambique LNG, sobretudo no que concerne aos termos de custo dos seus contratos, num claro sinal de que a retoma do projecto está iminente enquanto trabalham para reiniciar o projeto, interrompido na sequência declaração de “ força maior” no projeto Mozambique LNG em Abril de 2021.

O contratante EPC do projeto é a CCS JV, um consórcio entre Saipem, McDermott e a Chiyoda.
Recorde-se que no início deste ano, Patrick Pouyanne, CEO da TotalEnergies, disse que a empresa “não tinha pressa” para retomar o projecto, apontando que a segurança, os direitos humanos e os custos são os três principais elementos para tomar a decisão de retornar a Afungi na província de Cabo Delgado.
O CEO confiou a Jean-Christophe Rufin, especialista em acção humanitária e direitos humanos, uma missão independente para avaliar a situação humanitária na província.
Em Maio, a TotalEnergies divulgou o relatório sobre a situação humanitária, mas não indicou uma data para o reinício do projeto.
Mais recentemente, na semana passada, Pouyanne disse a analistas, durante a apresentação dos resultados do segundo trimestre da empresa, que a empresa e seus parceiros “estão a trabalhar em todas as frentes” para reiniciar o projeto.
“Uma delas é com os empreiteiros, e espero que isso seja feito no segundo semestre deste ano. Então, teremos as respostas e espero que sejam positivas”, disse ele.
O CEO da TotalEnergies disse anteriormente que alguns dos contratantes de Mozambique LNG precisam de ser “razoáveis” no que diz respeito aos termos de custo dos seus contratos.
“Estamos a trabalhar no relançamento, descongelando o financiamento. Portanto, acho que o objetivo para nós é chegar até você antes do final do ano e devemos ter clareza sobre o caminho a seguir ”, disse Pouyanne.
“Mas, novamente, sem pressa, custa antes, mas depois vamos fazer passo a passo corretamente, é o objetivo que temos, mas se precisarmos esperar mais um pouco, esperaremos”, disse ele.
“Progredindo na direcção certa”
Por sua vez, o CEO da Saipem, Alessandro Puliti, disse em Fevereiro deste ano que a empreiteira italiana esperava reiniciar os trabalhos no projeto Mozambique LNG liderado pela TotalEnergies em Julho deste ano.
A participação da empresa nos contratos onshore é de US$ 3,86 bilhões.
Puliti disse durante uma teleconferência da Saipem em 27 de Julho que havia visitado Afungi na semana anterior.
Ele disse que a “actividade de realocação está quase concluída” e todo o trabalho de actividades de sustentabilidade social que a Mozambique LNG está a fazer é “realmente impressionante”.

O CEO da Saipem disse ainda que a empresa está a trabalhar com a Mozambique LNG para “chegar ao preço certo” para o reinício do projeto.
“Isso significa que já tivemos uma ronda muito intensa de renegociação com nossos subcontratados. E há algumas actividades de licitação, novamente, com subcontratados que estão a acontecer, e esperamos ter resultados até o final do verão desta nova actividade de licitação”, disse ele.
“Então, no geral, podemos dizer que é um trabalho em andamento em Moçambique e na direção certa”, disse Puliti.