Despertar 78

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O DESPERTAR

Jornal do Centro de Aprendizagem em Comunicação Social do Agrupamento de Escolas de Vale D’Este

Direção | Raquel Mendes

Escola-Sede | Escola Básica e Secundária de Vale D’Este, Viatodos, Barcelos

Periodicidade | Semestral

Número 78 | maio. 2017

> Entre-Vistas: Entrevista ao Diretor, Prof. Luís Dias Ramos - pp. 20-22

> A Escola em ação Semana da Língua Portuguesa - pp. 12 e 13 Dia do Departamento de Matemática e Ciências Experimentais - p. 10

> Efemérides Zeca Afonso – 30 anos após a sua morte - p. 9

Livro Andante

Entre o sonho ea realidade

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A ESCOLA E O MEIO

Editorial Quando o jornal O Despertar, número 78, chegar às bancas, leia-se, quando for colocado em cima da mesa da sala dos professores, quase todos irão ver a capa, comentar se está ou não bonita, virar para ver a contracapa e, muito provavelmente, folhear algumas páginas. Depois, alguns levarão o jornal para o círculo de colegas, comentando os artigos, as fotos, os textos dos alunos. Outros irão fazer as perguntas já rotineiras, Quanto custa? Onde coloco o dinheiro? ou então Já posso levar o jornal para a minha turma? Com o passar dos dias, vamos observando o diminuir dos pequenos lotes distribuídos por turmas. Alguém ainda virá perguntar o preço do jornal, sem sequer o abrir ou levar para ler mais tarde. Alguém ainda passará os dedos pelas páginas sem reparar muito no que nele se apresenta. Mas outros vão lê-lo, vão comentá-lo e sobretudo mostrar à equipa do jornal o que ainda poderá vir a ser encontrado no próximo número, mas isso será outra história, outro editorial. Pelo recreio da escola ainda vamos ver os alunos todos entusiasmados por aparecerem nas fotografias, por terem escrito este ou aquele artigo, por terem participado nas diferentes atividades e até por terem tido a coragem de escrever um poema de amor. Durante o tempo que nos resta até ao fim do ano letivo, iremos ser brindados com elogios, com críticas construtivas e com outras que nem tanto. Antes de tudo isso, O Despertar teve que ser alimentado meticulosamente por toda a equipa que dele faz parte, por todos os colegas que nele quiseram participar e despenderam horas do seu tempo para nos presentear com as suas crónicas, os seus artigos. Por todos os alunos, que incentivados pelos professores ou por iniciativa própria escreveram para jornal. Foram escritos e reescritos artigos em que se fala do fervilhar sentido pelos alunos e professores nas diferentes visitas de estudo, outros ainda que relatam as diferentes atividades deste agrupamento, que continua a pulsar. Há ainda a entrevista ao Diretor do Agrupamento, o professor Luís Ramos, por altura do seu novo mandato, e a abertura de um novo curso profissional para o próximo ano letivo. E as fotos, um incontável número de sorrisos que tiverem de ser selecionados uma e outra vez. Depois de recebido todo o material, as páginas foram-se construindo, desconstruindo e construindo de novo. Seguiu-se a ida à gráfica, mais umas horas de trabalho para que este fosse o melhor de sempre. Ideia que se tenta manter, melhorar e aprender. Então, quando o jornal chegar à escola, dentro dele virão as palavras, as imagens, as ideias de cada um, sabendo que não tem dono este jornal, uma vez que é feito por cada um de nós. No fim, O Despertar, número 78, ficará guardado no gabinete do jornal junto com os seus 77 irmãos.

ORÇAMENTO PARTICIPATIVO DAS ESCOLAS DÁ VOZ AOS ALUNOS Através do Despacho n.º 436-A/2017, de 6 de janeiro de 2017, o Governo aprovou o Orçamento Participativo das Escolas em que pretende dar voz aos alunos.

Este Orçamento Participativo das Escolas tem como objetivos contribuir para as comemorações do Dia do Estudante e estimular a participação cívica e democrática dos estudantes, promovendo o seu espírito de cidadania e o diálogo, a mobilização coletiva em prol do bem comum e o respeito pelas escolhas diferentes, valorizando a sua opinião em decisões nas quais são os principais interessados e responsáveis, e, finalmente, permitindo o conhecimento do mecanismo do voto. O Orçamento Participativo é organizado, em cada ano civil, de acordo com os seguintes procedimentos: definição da coordenação e divulgação pública dos procedimentos e prazos para a apresentação de propostas (até ao final do mês de janeiro); desenvolvimento e apresentação de propostas (até ao final do mês de fevereiro); divulgação e debate das propostas (nos 10 dias úteis anteriores à votação); votação das propostas (no dia 24 de março); apresentação dos resultados (até cinco dias úteis após a votação); planeamento da execução (até ao final do maio) e execução da medida (até ao final do respetivo ano civil).

As propostas apresentadas são elaboradas por estudantes do 3.º ciclo do ensino básico e/ou do ensino secundário, nas quais identificam claramente uma melhoria pretendida na escola, através da aquisição de bens e/ou serviços que sejam necessários ou convenientes para a beneficiação do espaço escolar e/ou da forma da sua utilização; esses bens /serviços também poderão ser destinados a melhorar os processos de ensino–aprendizagem, os quais possam beneficiar ou vir a beneficiar toda a comunidade escolar. O montante do Orçamento Participativo da Escola para implementar o projeto é 500,00 €, no caso de estabele-

Na nossa escola, todos estes procedimentos foram implementados de acordo e nos prazos determinados pelo despacho acima referido. Assim, foram apresentadas quatro propostas de melhoramento, nomeadamente, as seguintes: A – Melhoria das casas de banho masculinas e femininas;

B – Remodelação da sala do aluno com a substituição do mobiliário e a remoção do expositor vermelho; C – Aquisição de mesas de matraquilhos para utilização nos dias festivos;

D – Colocação de redes nas balizas do campo de futebol.

Estas propostas estiveram sujeitas a sufrágio no dia 24 de março, das 9h00 até às 16h55. Num universo de 438 alunos, apenas votaram 76, ou seja, 17% dos alunos. Os resultados da votação foram os seguintes: Votos brancos: 0 - (0%) Votos nulos: 13 - (3%) Proposta A: 17 - (22%) Proposta B: 18 - (24%) Proposta C: 4 - (5%) Proposta D: 24 - (32%) De acordo com esta votação e da lei que suporta esta medida, a proposta de melhoria será implementada até ao final deste ano civil. Para a sua implementação, a nossa escola disporá de 500,00 €. O responsável pela coordenação local da medida e pelo esclarecimento das dúvidas à comunidade escolar é o professor João Oliveira, coadjuvado pelo professor João Luís Silva. Professor João Oliveira, Adjunto do Diretor

Técnica Propriedade Agrupamento de Escolas de Vale D'Este - Barcelos Sede: Escola Básica e Secundária de Vale D’Este, Viatodos, Barcelos Morada Rua das Fontainhas, n.º 175 4775/263 Barcelos Telf: 252960200 Fax: 252960209

e-mail: agrupamentoviatodos@ gmail.com jornalodespertar@gmail.com

Direção Professora Raquel Mendes Equipa Edição gráfica Professor Rui Oliveira Paginação Professor Rui Oliveira Colaboração Professores Amália Teixeira, Carolina Lemos e Jorge Pimenta. Alunos 6.º C Guilherme Carvalho Rita Pereira 6.º D Diogo Costa Mariana Martins Mariana Grenha Paulo Oliveira 9.º C Ana Margarida Bouças Ana Laura Garcia 9.º D Inês Silva Ana Sofia Silva 10.º A Angélica Fernandes Liliana Santos Isabel Silva Beatriz Peixoto Colaboração da Direção e dos Departamentos Tiragem: 700 exemplares.

A Direção D’O Despertar

Execução Gráfica: Oficinas S. José - Rua do Raio, Braga Telefone: 253 609 100

Cofinanciado por

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cimentos de ensino com menos de 500 alunos do 3.º ciclo do ensino básico e do ensino secundário, ou de 1,00 € por cada aluno do 3.º ciclo do ensino básico e do ensino secundário, no caso das escolas com mais de 500 alunos.

Ficha

e-mail: geral@oficinasaojose.pt

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A ESCOLA EM MOVIMENTO

AGRICULTURA BIOLÓGICA NA NOSSA ESCOLA

O projeto da estufa foi uma iniciativa dos alunos do 9.º A e do 9.º C, com a ajuda e colaboração da professora Rosa Maria Barbosa, do professor Fernando Marques e da professora Isabel Fonseca.

Na estufa produzimos em modo biológico para que a produção seja de elevada qualidade, saudável e, ao mesmo tempo, que promova práticas sustentáveis e de impacto positivo no ecossistema agrícola. Na agricultura biológica, não se recorre à aplicação de pesticidas nem adubos químicos de síntese, nem ao uso de organismos geneticamente modificados. Desta forma, é salvaguardada a saúde do consumidor, ao evitar resíduos químicos nos alimentos. O modo biológico apresenta inúmeras vanta-

gens, tais como: ser mais benéfico para a saúde, provir de um método de cultivo mais amigo do ambiente; os alimentos são mais saborosos, o método de produção respeita o bem-estar animal e são produtos que não contêm aditivos prejudiciais. Muitas pessoas não têm noção de como os químicos escondidos nos alimentos que ingerimos todos os dias são prejudiciais para a saúde. Apelamos a todos os alunos que continuem com este projeto nos anos seguintes, de modo a não se perderem os bons hábitos de uma alimentação saudável através da agricultura biológica na estufa da nossa escola.

Beatriz Araújo, Maria Costa, 9.º A

Projeto “Tecer a Prevenção” O Projeto “Tecer a Prevenção” é um projeto da autoria da Comissão Nacional para a Promoção dos Direitos e Proteção das Crianças e Jovens, ao qual a CPCJ de Barcelos aderiu e que pretende implementar no nosso concelho em conjunto com o Município de Barcelos e com a colaboração e orientação do Professor Doutor Manuel Sarmento, da Universidade do Minho.

A participação dos alunos implica a realização de duas Assembleias, uma para Crianças (alunos do 1.º e 2.º ciclos) e outra para Jovens (alunos do 3.º ciclo e Secundário), em que, cada Agrupamento de Escolas do Concelho estará representado por

20 alunos, 10 em cada Assembleia. A primeira ocorreu no dia 26 de abril, pelas 14h30m, e a segunda no dia 2 de maio, pelas 15h30m, no Auditório Municipal, com a duração de 2 horas.

Para cada Assembleia foi selecionado um aluno representante do Agrupamento, que teve uma preparação diferenciada. No nosso Agrupamento, foram selecionados os alunos n.º 8, do 6.º C, João Guilherme Cardoso Gomes de Carvalho, e n.º 24, do 10.º A, Sara Filipa Faria Fernandes. Estes alunos, acompanhados pela Professora Filomena Oliveira, participaram numa reunião preparatória que ocorreu no dia 19 de abril, pelas 10h, no Auditório Municipal.

Para participarem nas duas assembleias, foram selecionados os seguintes alunos:

Assembleia das Crianças: Sofia Costa Ribeiro (4.º ano), EB 1 de Carreira; Leonor Lopes Ferreira (4.º ano), EB 1 de Silveiros; Laura Soares Silva (3.º ano), Afonso Miguel Cruz Pinheiro (4.º ano) e Maria Araújo Almeida (4.º ano), todos do Centro Escola de Viatodos; João Guilherme Cardoso Gomes de Carvalho, n.º 8, do 6.º C; Rodrigo Ferreira Ramos, n.º 25, do 5.º B; Rodrigo Correia Oliveira, n.º 27, do 5.º D; Inês Garrido Coelho, n.º 13, do 6.º A; e Mariana Almeida Ferreira; n.º 16, do 6.º B.

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Assembleia dos Jovens: Sara Filipa Faria Fernandes, n.º 24, do 10.º A; João Paulo Campelo Gomes, n.º 11, do 8.º A; Manuela Alexandra Costa Pinto, n.º 11, do 8.º E; Tomás da Silva Miranda, n.º 19, do 9.º A; Ana Luísa da Silva Carvalho, n.º 1, do 9.º B; Maria Laura Fonseca Garcia, n.º 21, do 9.º C; Angélica Passos Fernandes, n.º 2, do 10.º A; Bruno Filipe Jardim Machado, n.º 5, do 10.º A; Manuel José Campos Guimarães, n.º 21, do 11.º A; e Pedro Miguel Martins Guimarães, n.º 26, do 11.º A. Professor João Oliveira, Adjunto do Diretor

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CLUBE EUROPEU

Clube Europeu No dia 9 de dezembro, no âmbito das atividades dinamizadas pelo Clube Europeu da nossa escola, a maior parte dos alunos do 11. A, do curso de Ciências e Tecnologias, conjuntamente com alguns alunos do 9. ano, rumaram até Lisboa para participar nos concursos ”Euroscola - Portugal Europeu” (alunos do secundário) e “Eu sou Europeu” (alunos do 3.º ciclo), promovidos pelo Gabinete de Informação do Parlamento Europeu (GPE) e pela Representação da Comissão Europeia (RCE), e integrados nas atividades do Espaço Europa. Por volta das 5h30m da manhã, abandonamos Viatodos.

A viagem foi tranquila e alguns alunos aproveitaram para recordar as capitais europeias assim como rever outros apontamentos pertinentes relativos à UE. Eram 10h quando, finalmente, chegamos a Lisboa.

Primeiramente, fomos visitar a Assembleia da República, tendo sido recebidos por uma guia que, durante duas horas, nos falou acerca da história do país e da própria Assembleia.

De seguida, dirigimo-nos até ao parque Eduardo VII, onde, com as nossas lancheiras, almoçamos em convívio à sombra das árvores. Da parte da tarde, às 14h, os alunos do

Secundário dirigiram-se ao Espaço Europeu, onde assistiram a uma palestra informativa acerca da UE e, seguidamente, fizeram um teste de avaliação de conhecimentos. Enquanto isso, os alunos do 9.º ano foram passear pelas imediações da cidade. Terminado o teste para o Secundário, foi a vez dos alunos do básico fazerem a sua prova e, da mesma maneira, nós, estudantes do 11.º ano, fomos passear. Subimos a Avenida da República até ao Marquês de Pombal, aproveitando para tirar as habituais fotografias para divulgar nas redes sociais. Assim que o teste dos alunos do 9.º ano terminou, descemos a Avenida e, a partir daí, fomos todos juntos passear pelos

vários pontos da cidade.

Descemos até à Praça do Comércio e depois fomos levados de autocarro até aos Jerónimos, tendo jantado no MacDonald’s. Lá, estivemos uma hora e visitamos também a tão famosa loja “Starbucks” e, obviamente, os alunos não deixaram escapar o seu copo assinado. Finalmente, às 8h30m, deixamos Lisboa e voltamos para o Norte, tendo chegado a Viatodos por volta da meia-noite. Fica um agradecimento às professoras que nos acompanharam e que foram, durante todo o dia, muito atenciosas e sempre bem-dispostas. Ângela Guimarães, 11.º A

A VISITA DE ESTUDO À NORMANDIA E PARIS Na sexta-feira, dia 7 de abril, por volta das 22 horas, deu-se início à viagem rumo a França. Uma longa viagem, cansativa mas que, com o sentido de humor bem apurado e a expectativa da aventura, se tornou mais ténue e realizada em menor tempo. No sábado, dia 8 de abril, ainda de manhã, visitamos Biarritz, uma bela vila; tal como pudemos constatar e conforme nos foi dado a conhecer, as belas praias de Biarritz são muito procuradas pelos surfistas devido às boas ondas para a prática de surf. Lá existe também um palácio que foi mandado construir por Napoleão III, em 1855, para a sua esposa, Eugénia de Montijo, cuja finalidade era destinar-se a uma casa de férias durante a Revolução Francesa. Esta “residência” em 1893 transformou-se no Hotel do Palácio (Hotel du Palais), que ainda hoje é um dos principais hotéis da cidade. Eu gostei muito de visitar esta bela vila virada para o mar. Posto isto, fomos em direção a Nantes, onde jantamos juntamente com emigrantes portugueses e onde passámos uma bela noite, entre cantorias e dança, animada pelo grupo português “Enigma”. No final da festa, dirigimo-nos à pousada, previamente reservada para a nossa primeira estadia em terras francesas, e lá recarregamos as energias necessárias para continuarmos as nossas visitas com entusiasmo e animação.

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No domingo, dia 9 de abril, fomos visitar o Mont S. Michel, património Mundial pela UNESCO. O Mont S. Michel é uma ilhota que fica na foz do Rio Couesnon que forma uma baía na costa. No monte, que tem 92 metros de altura, existe um mosteiro fortificado construído a partir do ano 708 e algumas casas, restaurantes e lojas de souvenires para turistas. Eu gostei muito de ter visitado este monte onde tirei fotografias e comprei uma lembrança para não me esquecer do dia em que o visitei. Na segunda e terça-feira, dias 10 e 11 de abril, visitamos Caen, apelidada de “A Cidade Dourada”: Começamos por conhecer o Memorial de Caen, através do qual pudemos reviver um pouco da Segunda Guerra Mundial, ao ver alguns dos seus vestígios, armamento, fardas entre outras coisas.

De seguida, na tarde de segunda-feira, fomos visitar as Praias do Dia D, assim designadas porque no dia 6 de Junho de 1944 foi dado o início à operação Overlord, que viria a pôr fim à Segunda Guerra Mundial na Europa. Ao longo da faixa litoral que cerca a Normandia, mais de 6000 veículos e 100 mil soldados, especialmente americanos, ingleses e canadianos, desembarcaram em terras francesas para lutarem na batalha que ficou conhecida como “Dia D”. Aquele era apenas

o começo de uma longa jornada até que as tropas aliadas derrotassem o exército nazista e libertassem, junto com a França, todos os outros países invadidos na Europa. As praias do Dia D foram palco para o início da vitória na Segunda Guerra Mundial. Não podíamos terminar sem visitarmos o cemitério de Colleville-sur-Mer, onde estão sepultados os soldados americanos que ali faleceram.

Na terça-feira, dia 11 de abril, iniciamos partida em direção a Paris. Fizemos uma passagem por Rouen, capital da Normandia. Rouen é conhecida por lá ter vivido Joana D’Arc, heroína militar que lutou pela França na Guerra dos Cem Anos. Esta cidade também é famosa por lá ter vivido o ilustre Monet, onde também instalou um atelier. Nesta cidade existe uma bela Catedral e o seu relógio astronómico, junto do qual enriquecemos o nosso registo fotográfico. Na quarta-feira, dia 12 de abril, visitamos Paris.

Quem não gosta de Paris, pelo seu glamour, pela sua beleza, história, arte e gastronomia? Com esta viagem visitei pela primeira vez tão bela cidade. A Torre Eiffel, o Arco Do Triunfo e o Museu do Louvre foram os monumentos que visitámos. Na quinta-feira, dia 13 de abril, desfrutamos do Parque Asterix.

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Normalmente, quando juntamos a cidade de Paris à ideia de um parque temático, surge de imediato o nome da Disneyland. Mas, na verdade, com o mesmo conceito e a poucos quilómetros de distância da cidade, existe um outro espaço, que, apesar de menos divulgado, foi construído com o mesmo intuito, o de divertir toda a família: é o Parque Asterix. Foi sem dúvida um dia bem passado, andamos na maior parte das montanhas russas e não conseguimos aproveitar mais e melhor porque o parque é muito grande e as filas de espera eram muito extensas. Na sexta-feira, dia 14 de abril, regressamos a Portugal.

Uma semana passada e a história repete-se, pois tínhamos de voltar para Portugal. Chegamos por volta das 14:30, cansados e com saudades de casa.

Para concluir, gostaria de agradecer ao Clube Europeu, que nos proporcionou uma bela viagem, durante a qual, pernoitamos em bons hotéis, visitamos belos sítios, pois tal como a professora Guilhermina nos disse, “França não é só Paris”, e tinha razão. Certamente, não me vou esquecer desta viagem. Obrigado por tudo.

Tomás Miranda, 9.º A


CLUBE EUROPEU

Viagem a França

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o passado dia 7 de abril de 2017, alguns alunos dos 8.º e 9.º anos da nossa escola partiram numa viagem para França. A viagem foi muito cansativa, pois foram várias horas, mas foi muito divertida. Quando chegamos, já no sábado, fomos visitar uma vila chamada Biarritz. A vila tinha paisagens incríveis e belas praias. Eu gostei de visitar esta vila, pois achei-a muito bonita e calma. Depois de uma noite descansada, fomos em direção ao Mont S.Michel. O Mont S.Michel é rodeado de mar, lá existe um mosteiro que tivemos a oportunidade de visitar e depois de passar pelas lojas das lembranças. Eu gostei muito, pois do cimo do monte tinha uma vista

incrível. Depois de visitar este monte, dirigimo-nos para Caen e passamos lá 2 dias, onde tivemos a oportunidade de visitar um memorial sobre a 2.ª guerra mundial e poder ver muitas coisas sobre essa época, como armas, fardas de militares, documentos escritos e um pouco de história de como tudo aconteceu. Em seguida, fomos visitar as praias do Dia D, grandes cemitérios de soldados americanos e vestígios que a guerra deixou por toda a cidade. Gostei muito de visitar Caen, pois aprendi mais um pouco sobre a 2.ª Grande Guerra e achei os cemitérios americanos lindíssimos. Na terçafeira, partimos em direção a Paris, mas

fizemos uma paragem em Rouen, que é a capital da Normandia e onde viveu e morreu a famosa Joana D’Arc. Na quarta-feira, dia 12 de abril, visitamos Paris. Eu adorei esta antiga, mas muito bonita cidade, principalmente a Torre Eiffel. O dia 13 de abril foi um dia mais relaxado; visitámos o Parc Asterix, onde nos divertimos bastante com os nossos amigos e sentimos muita adrenalina. Por isso, também apreciei bastante este dia.

Du 7 au 14 avril, le Club Européen de l’école a organisé une visite d’étude en France et plus précisément en Normandie. Ce voyage a eu comme principal objectif mieux comprendre la

nécessité de la construction de l’Union Européenne.

tous les participants.

L’activité s’est déroulé très bien ayant permis une excellente convivialité entre

Passado uma semana, voltamos para Portugal; quando chegamos os nossos familiares esperavam-nos já cheios de saudades. Eu adorei esta viagem, pois

Le Club Européen remercie les parents de la confiance qu’ils nous ont fait, seulement ainsi, une fois de plus, il a été

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visitámos um país que eu ainda não tinha tido a oportunidade de conhecer. Para terminar, gostaria de agradecer a todos os professores que nos acompanharam nesta viagem, mas especialmente à professora Guilhermina por todo o seu trabalho para organizar esta viagem e pelo seu esforço para que corresse o melhor possível e para que nós aprendêssemos alguma coisa e conhecêssemos um pouco mais de França para além de Paris. Obrigada! Mariana Miranda, 9.º A

possible de proportionner à nos élèves la découverte de lieux célèbres et des vécus qu’ils n’oublieront jamais. Le Club Européen

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CLUBE EUROPEU | O CANTINHO DAS LÍNGUAS

Quelques témoignages “Selon moi, ce voyage a été très gratifiant car, comme la professeure Guilhermina l’a répété plusieurs fois durant le voyage, “France n’est pas seulement Paris”, donnant ainsi à connaître aux élèves un autre point de vue de ce fameux pays. (...)

Le séjour à Nantes a été très intéressant car nous avons eu l’opportunité de mieux comprendre comment les émigrants portugais vivent entre eux. La visite au Mémorial de Caen et aux plages du Débarquement a aussi été très intéressante, avec les informations données par la guide nous avons mieux compris la matière abordée en cours d’histoire et connu des faits très intéressants de cette période de l’histoire.”

“Le voyage en France a été inoubliable du premier au dernier moment”

Maria Laura, 9.º C

“Je pense que ce voyage a servi pour approfondir mes connaissances, connaître de nouvelles choses, connaître de nouvelles personnes, créer de nouvelles amitiés et renforcer les liens d’amitiés déjà existants.” Susana Carvalho, 9.º C

Guilherme Carvalho, 9.º C

“Le voyage en France a été fantastique nous n’avons jamais pensé que cela être comme cela.

Le début a été merveilleux, voir tout sur la Seconde Guerre Mondiale, nous ne savions pas qu’elle a eu lieu dans plusieurs plages ni qu’il y avait, en France, des cimetières comme le cimetière américain (…) À Paris, nous avons aimé voir la Tour Eiffel bien que nous avions préféré les monuments de la Seconde Guerre Mondiale. On vous remercie d’avoir réalisé ce voyage en France.”

Les élèves de 8.º B

“Caen a été j’ai le plus aimé, particulièrement le cimetière. J’ai trouvé que c’était un cimetière simple mais très beau et je pense que faire un cimetière aussi beau c’était le minimum qu’on aurait pu faire pour tous ces soldats qui ont lutté pour nous.(…) Dans le cimetière il y avait une grande statue et une chapelle qui avait un plafond d’une beauté extrême. Sans aucun doute, visiter ce cimetière et cette chapelle a été ce que j’ai le plus aimé.” Inês Campinho, 9.º C

“Selon moi, ce voyage a été très intéressant et je pense qu’il devrait se réaliser à nouveau pour permettre aux autres élèves d’avoir l’opportunité de connaître la France et de savoir qu’il n’y a pas seulement Paris, mais d’autres endroits comme le Mont Saint Michel et les autres endroits en Normandie.” João Penedos, 9.º A

“J’ai tout aimé et de découvrir un peu plus sur la France sans être la Ville de l’Amour!” Ana Silva, 9.º D

“Les endroits visités ont tous été bien choisis car ils sont magnifiques et nous avons eu l’opportunité de voir d’autres endroits très beaux et pas seulement Paris. Le Mont Saint Michel a été l’endroit que j’ai préféré car je l’ai trouvé très beau et j’ai adoré sa construction.” Ana Margarida, 9.º C

Curiosités sur la France Tu as déjà entendu parler de la France et des français, mais est-ce que tu les connais vraiment?

Voici quelques curiosités sur la France ! Tu sais que:

1. Au Moyen Age, Versailles n’avait pas de toilettes. On jetait les fèces et le urines humaines par les fenêtres du château. Les beaux jardins qu’on peut admirer aujourd’hui étaient utilisés comme WC. 2. Une des attractions plus visités de Paris est un cimetière? C’est le cimetière du père Lachaise. Le

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compositeur Chopin et l’écrivain Oscar Wilde sont enterrés dans ce lieu.

3. La Tour Eiffel au premier étage a une boutique de souvenirs, au deuxième étage des restaurants et au troisième étage on peut voir la ville à 324 mètres de haut. 4. Le val de la Loire a la plus grande concentration de châteaux en Europe.

5. Le musée du Louvre a été construit en 1190, il a été utilisé comme une forteresse contre les raids vikings.

6. La Cathédrale de Notre Dame a des tours de 69 mètres.

7. Le procope a été, probablement, le premier café dans le monde. Il a été fréquenté par Napoléon Bonaparte et Voltaire et a été fondé à Paris en 1686.

8. En France, la machine à laver est toujours dans la salle de bains, comme chez les Italiens et les Anglais. En Espagne, elle est habituellement dans la cuisine. 9. Environ 45% des français non pas l’habitude de brosser les dents.

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10. Les chiens sont acceptés partout : restaurants, boulangeries ; magasins… 11. En France, il est illégal de vendre des poupées qui n’ont pas de visages humains. 12. 20% de la population a plus de 60 ans. Si tu as resté curieux, tu peux attendre et savoir un peu plus la prochaine fois. Fontes : http://promenade34.free.fr/ http://guiadoestrangeiro.com/


O CANTINHO DAS LÍNGUAS

Escola de Viatodos integra projeto “Make it possible!” da UMinho

À

luz do projeto “Make it Possible!” da AIESEC UMinho, a escola-sede recebeu uma estudante de Florianópolis (Brasil) para trabalhar, com os alunos do secundário, em projetos criados a partir dos objetivos globais da ONU (Global Goals). O projeto “Make it Possible!” visa fomentar e sensibilizar os jovens e a comunidade para problemas sociais e globais e desenvolver projetos de empreendedorismo social que permitam impactar as comunidades locais nas vertentes escolhidas pela escola e pelos alunos. Embora de cariz social, este projeto foi desenvolvido

na disciplina de Inglês, nas turmas 10.º A, 11.º A,10.º 1 e 12.º 1, tendo os alunos trabalhado diretamente com a estagiária para a elaboração dos projetos escolhidos. Ao longo de seis semanas, trabalharam em língua inglesa maioritariamente e em registo bilingue (língua inglesa e portuguesa) na apresentação dos projetos.

O projeto culminou na apresentação dos diversos trabalhos à comunidade escolar, na chamada Drawing Attention Week, que se realizou das dezoito às vinte e duas horas, do dia vinte e três de fevereiro;

posteriormente, foi enviado um relatório para Lisboa. As professoras responsáveis pela implementação desta iniciativa congratulam-se pela forma empenhada como os alunos agarraram este projeto e como desenvolveram bons trabalhos de cariz social, salientando que alguns continuam a trabalhar com as instituições para as quais os seus projetos eram dirigidos. Por outro lado, lamentam que a mesma não tenha despertado na escola e nos poderes locais afetos ao agrupamento o interesse aguardado. Coordenação projeto Make it Possible

VISITING RTP On March 29th 2017, 11.º A went to Oporto along with teachers Maria de Fátima Amaral de Oliveira and Helena Órfão. This trip, to RTP Porto and Palácio da Bolsa, took place as part of the English curriculum. At RTP the students visited several facilities and areas within the television production. They were in the Reggie where they saw the TV Director working, the Vision Mixers edit programmes live as they were being transmitted and were also able to observe other skilled professionals as they worked. Students had also the opportunity to take a look

at Antena 1 studios. Lastly, they were invited to join TV Presenters Jorge Gabriel and Sónia Araújo and watch the last 10 minutes of the live show “A Praça”. The visit was enriching and educational.

and it is used for cultural, social and political events of the city. The most prominent room in the Palace is the Salão Árabe where there are tributes to heads of state that visit the city.

It was an excellent day for the students’ After this visit the students went to knowledge and this is a visit highly Palácio da Bolsa where they got to recommended by these students. know the inside of this monument and Ana Catarina Pereira, n.º 1; Ana Sofia Miranda, could study / admire its architecture n.º 5; Fátima Catarina Silva, n.º 11 – 11.º A and its history. As the stock offices have been transferred to Lisbon, nowadays PS - As visiting RTP required a specific this Palace is also the headquarters of number of students, classes 10.º A and the Commercial Association of Porto 11.º 1 had to go on another day. So their

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visit took place on April 19th. They also had the opportunity to see the different TV professionals working including the make-up area where they saw a journalist being taken care of. Then they went into a studio and watched a bit of the news that was being broadcasted. Just before joining TV Presenters at the live show “A Praça”, students visited the Radio studios of Antena 1 and, in one of them, role-played for a while pretending to be Radio Presenters and their guests, creating the tone and style of radio output.

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O CANTINHO DAS LÍNGUAS | A ESCOLA EM MOVIMENTO

Visita de estudo a

Barcelona

En las vacaciones de la Semana Santa, los estudiantes de español de nuestro instituto, junto con las profesoras Natalia, Fátima y Raquel (de las asignaturas de Español, EMRC y OTET) estuvieron de visita a la ciudad de Barcelona en la Comunidad de Cataluña – España.

de MontJuic, donde vimos muchos monumentos. Visitamos el Parq Güell de Antóni Gaudí, la Sagrada Familia, que es uno de los monumentos más carismáticos y que está siendo construido desde 1866 – según informaciones su construcción terminará en 2026. Caminamos por las plazas más conocidas de la ciudad, como el Paseo de Gracia, la Plaza de España, la Plaza da Cataluña, la Plaza Colón, las Ramblas y muchas más... visitamos el Barrio Gótico, el Mercat y vimos la Pedrera, la Casa Batlló y la Casa Amatller, (obras de Antoni Gaudí, que tiene un estilo único y sus mayores obras se encuentran principalmente en Barcelona y se caracterizan por ser lo opuesto a lo común y con una arquitectura que todavía da un sentido de futuro). Visitamos el estadio del F. C. Barcelona - CampNou,

su museo y sus instalaciones.

En el último día, que fue el día más divertido, estuvimos en el PortAventura qué es el parque temático más grande de Europa, que se divide en cinco temas donde hay montañas rusas y muchos otras atracciones radicales, enormes y muy divertidas.

En nuestra opinión todos los sitios que visitamos eran increíbles y de una belleza incomparable desde los monumentos, que son muy ricos, de las calles de la ciudad qué estaban llenas de turistas de todo el mundo y también disfrutamos del tiempo que pasamos en el hotel. A nosotros nos habría gustado que este viaje durase más tiempo porque todos tenemos ganas de volver y terminar de ver todo lo que aún no vimos. Cómo las playas con

sus aguas del Mediterráneo, y muchos otros monumentos, pues Barcelona es una ciudad extraordinaria, que tuvimos ¡el placer de conocer! Los estudiantes de español están muy agradecidos a todos los profesores que nos han proporcionado esta maravillosa visita a Barcelona!

Cristina Ferreira, Diana Carriço, Joana Araújo, José Oliveira, Raquel Silva, Alexandra Pinto e Marisa Machado, 8.º E

Después de una noche larga y animada en el autobús llegamos a la gran ciudad de Barcelona. Durante los días que estuvimos allí, hicimos una visita panorámica por la ciudad, acompañados por un guía turístico que nos mostró los monumentos más emblemáticos de la misma. Vimos la ciudad desde su punto más alto Jardines del Mirador; visitamos el Parq

Sala de Estudo na Escola A Sala de Estudo é um espaço onde o aluno pode encontrar um ambiente educativo diferente daquele a que está habituado a viver nas áreas curriculares. É, consequentemente, um lugar de estudo e aprendizagem a ser rentabilizado, não só nos tempos livres, como também no decorrer dos tempos letivos, funcionando como uma ferramenta pedagógica que pode colaborar com todos as áreas do saber promovidas pela escola. Vejamos o que dizem os nossos alunos sobre a Sala de Estudo:

“A Sala de Estudo é muito importante, pois posso esclarecer dúvidas e aprender muitas coisas.”

Alex Lopes, n.º 3, 5.º D

“A Sala de Estudo foi uma excelente ideia!”

Simão Silva, n.º 20, 6.º C

“Eu acho que a Sala de Estudo é um ótimo local para fazer trabalhos de grupo ou trabalhos de casa.”

Renato Araújo, n.º 6, 6.º C

“Para mim, a Sala de Estudo é uma mais-valia para os alunos que queiram aprender e que precisem de ajuda.”

Sérgio Santos, n.º 21, 10.º 1

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“A Sala de Estudo é importante para podermos fazer os trabalhos e tirar dúvidas.” Margarida Silva, n.º 13, 7.º A

“A Sala de Estudo é importante para os estudantes, pois venho aqui para perceber um pouco mais a matéria das diferentes disciplinas.”

Tatiana Costa, n.º 25, 8.º C

´´Na minha opinião, a Sala de Estudo é uma mais-valia. Eu, enquanto aluna do Secundário, posso afirmar que é um grande apoio ter uma sala onde existem professores das diversas disciplinas à nossa disposição.” Ana Ferreira, n.º 4, 11.º A

espertar

“Para mim, a Sala de Estudo é importante, pois podemos tirar as nossas dúvidas e fazer os trabalhos de casa.” Bruna Costa, n.º 8, 7.º A

´´Eu acho que ter uma Sala de Estudo nesta escola é, de facto, uma mais-valia para todos os alunos. É uma maneira dos alunos mais novos estarem ocupados e dos alunos do Secundário terem um espaço onde podem estudar e tirar as suas dúvidas, sempre que possível.” Ângela Guimarães, n.º 6, 11.º A

“A Sala de Estudo é um bom local para o nosso estudo, pois está sempre disponível para nós.” Cláudia Novais, n.º 8 Grazielly Silva, n.º 13 Jéssica Cardoso, n.º 16 12.º A


EFEMÉRIDES

ZECA AFONSO

30 ANOS APÓS A SUA MORTE José Afonso, músico, compositor, poeta, combatente pela liberdade, o criador de “Grândola, vila morena” e que insistia “não ser tristeza”

BIOGRAFIA José Manuel Cerqueira Afonso, conhecido por Zeca Afonso, diminutivo que lhe foi dado pela família, nasceu no dia 2 de agosto de 1929, na freguesia de Glória, em Aveiro, filho de José Nepomuceno Afonso dos Santos, e de sua mulher Maria das Dores Dantas Cerqueira. Viveu em Aveiro até aos três anos, com os tios e com seu irmão João Cerqueira Afonso dos Santos. Precisamente aos três anos foi levado para Angola, onde nasceu a sua irmã Maria Cerqueira

Afonso dos Santos.

Conheceu Maria Amália de Oliveira, uma costureira, com quem casou em seNo ano seguinte, voltou para Portugal, gredo, pois a família não estava de acorindo viver em Belmonte com o tio. Em do. Em 1949, inscreveu-se no curso de 1939, os seus pais foram viver para TiCiências Histórico-Filosóficas, na Famor. Durante esse tempo, Zeca Afonso culdade de Letras da Universidade de não teve notícias dos pais. Coimbra. Em 1953, nasceu o seu priFrequentou o Liceu Nacional D. João meiro filho. Para sustentar a sua família, III e a Faculdade de Letras de Coim- Zeca Afonso deu explicações e fez revibra. Em 1948 completou o Curso Geral são de textos no Diário de Coimbra. Pela dos Liceus, após dois chumbos. Nesse mesma altura, gravou o seu primeiro período de estudo, começou a revelar disco: «Fados de Coimbra». Entre 1953 a talento para a música. 1955, em Mafra e Coimbra, cumpriu o

Serviço Militar Obrigatório. Iniciou as suas funções como professor em Lagos no ano de 1957, na Escola Comercial e Industrial Vitorino Damásio. Em 1956, foi colocado em Aljustrel e divorciou-se de Maria Amália. Em 1958, enviou os filhos para Moçambique, tendo estes ficado ao cuidado dos avós. Entre 1958 e 1959, foi professor de Francês e de História, na Escola Comercial e Industrial de Alcobaça.

OBRA / LEGADO Expulso do ensino por razões políticas, dedica-se mais assiduamente à música e inicia um período de gravações regulares com «Cantares do Andarilho» (1968). No ano seguinte, grava «Contos Velhos Rumos Novos» e, em 1970, publica «Traz outro Amigo Também» e visita Cuba. Um ano depois, edita «Cantigas do Maio» e tudo passa a ser como era na música portuguesa. Aliás, 1971 é um ano de luxo para a música portuguesa: Sérgio Godinho grava «Os Sobreviventes», Adriano Correia de Oliveira edita «Gente de Aqui e de Agora», José Mário Branco publica «Mudam-se os Tempos Mudam-se as Vontades», Luís Cília vê sair em França o terceiro álbum da série «A Poesia Portuguesa de Hoje e de Sempre». Ainda nesse ano recebe o terceiro prémio consecutivo da Casa da Imprensa pelo melhor disco. Em 1972, canta pela primeira vez na Galiza e participa no Festival Internacional da Canção do Rio de Janeiro, onde apresenta o tema «A Morte Saiu à Rua», dedicado ao pintor José Dias Coelho, assassinado pela PIDE. Edita «Eu Vou Ser Como a Toupeira». Participa ativamente no III Congresso da Oposição Democrática, em Aveiro, em Março de 1973 (quando estreia em público «O Que Faz Falta») e envolve-se na ação política com grupos de vários setores da Esquerda, desde o PCP à LUAR. Publica «Venham mais Cinco» (1973).

Em 29 de março de 1974, participa no Encontro da Canção, no Coliseu dos Recreios, onde a censura não lhe permite cantar mais do que duas canções: «Milho Verde» e «Grândola Vila Morena». Menos de um mês depois, a 25 de Abril, esta era a senha do Movimento das Forças Armadas para o início da que ficaria para a história

com o nome único de Revolução dos Cravos.

Ainda em 1974 faz sair «Coro dos Tribunais», mas só voltará a publicar em 1976 («Com As Minhas Tamanquinhas»). Nesses meses, percorre o país de ponta a ponta, num sem fim de «sessões», «ações de dinamização», «campanhas de

e Maria de Lurdes Pintasilgo (1985). Grava «Enquanto Há Força» (1977), «Fura Fura» (1979), «Baladas de Coimbra e Outras Canções» (1981).

Em 1982, visita Moçambique, onde é recebido pelo Presidente Samora Machel com honras semelhantes às de um chefe de Estado. É-lhe diagnosticada uma doença incurável (esclerose lateral amiotrófica), que se caracteriza A Morte Saiu à Rua, José Afonso pela destruição lenta e progressiva A morte saiu à rua num dia assim do tecido muscular. Entretanto, Naquele lugar sem nome pra qualquer fim viaja pela Roménia, Inglaterra e Uma gota rubra sobre a calçada cai Estados Unidos em busca de uma solução. E um rio de sangue dum peito aberto sai Em 1983, realiza os últimos espetáculos, nos coliseus de Lisboa O vento que dá nas canas do canavial e Porto. Publica o disco «Ao Vivo E a foice duma ceifeira de Portugal no Coliseu» e um belíssimo LP E o som da bigorna como um clarim do céu de originais, «Como Se Fora Vão dizendo em toda a parte o pintor morreu Seu Filho». Um ano depois, recebe dos doze participantes Teu sangue, Pintor, reclama outra morte igual no Concerto pela Paz e Não Intervenção na América Central, Só olho por olho e dente por dente vale realizado em Manágua, uma das À lei assassina à morte que te matou mais significativas homenagens: Teu corpo pertence à terra que te abraçou uma mensagem assinada, entre outros, por Pete Seeger, Chico Aqui te afirmamos dente por dente assim Buarque, Carlos Mejía Godoy, Que um dia rirá melhor quem rirá por fim Sílvio Rodriguez, Daniel Viglietti, Isabel Parra e Amparo Na curva da estrada há covas feitas no chão Ochoa. Nesse mesmo ano, foi E em todas florirão rosas duma nação editado o livro “As Voltas de um Andarilho”, de Viriato Teles, uma extensa reportagem sobre a vida e a obra alfabetização». Grava um disco em Itália de de Zeca. Em 1984, José António Salvador apoio à luta do jornal «República» e outro publica “Livra-te do Medo”, um outro para a LUAR («Viva o Poder Popular» trabalho biográfico sobre o poeta-cantor / «Foi Na Cidade do Sado»); ganha o - reeditado em 1994 em nova versão, mais Prémio Internacional de Folklore da ilustrada, com o título “José Afonso - O Academia Fonográfica alemã (1976). Apoia Rosto da Utopia”. as candidaturas à Presidência da República de Otelo Saraiva de Carvalho (1976 e 1980) Em 1985, publica o derradeiro disco,

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«Galinhas do Mato», onde já só dá voz a dois dos temas. Os restantes têm interpretações de Janita Salomé, Helena Vieira, Luís Represas, Né Ladeiras e José Mário Branco. Em 1987, morre, no hospital de Setúbal, com 57 anos, na madrugada de 23 de fevereiro. Zeca foi um artista da música, da poesia e da voz que pôs a sua arte ao serviço da cidadania de uma maneira desprendida e desinteressada, de forma a contribuir para uma sociedade sem muros nem ameias e “sem exploradores nem explorados”, como o próprio afirmava. Muito ativo na defesa dos valores da liberdade, dos valores da emancipação das pessoas, na defesa do poder popular, são dimensões perfeitamente impossíveis de esconder na sua obra. A Associação José Afonso foi criada a 18 de novembro de 1987, por amigos do músico, com o objetivo de ajudar a realizar as ideias do compositor e intérprete no campo das Artes. Diogo Costa, Mariana Martins, Mariana Grenha e Paulo Oliveira, 6.º D

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DIA DO DEPARTAMENTO DE MATEMÁTICA E CIÊNCIAS EXPERIMENTAIS | CIÊNCIA

DIA DO DEPARTAMENTO DE MATEMÁTICA E CIÊNCIAS EXPERIMENTAIS A oitava edição do Dia do Departamento de Matemática e Ciências Experimentais realizou-se no dia 24 de fevereiro. A Matemática, as Ciências, a Física e as Tecnologias de Informação e Comunicação abriram as salas de aula para que a Comunidade Educativa pudesse apropriar-se e partilhar o outro lado do conhecimento científico: o lúdico, a descoberta, a fantasia e a inovação existem quando os sabemos aplicar e reinventar no dia a dia. Trabalhámos para que neste ano o programa fosse ainda mais aliciante e inovador. Mas partamos à descoberta, num percurso que visa dizer-vos só um pouco do que foi o nosso dia, pois, para saberem como tudo aconteceu,

O Clube de Xadrez da Escola Básica e Secundária de Vale D´ Este, Viatodos, organizou um torneio de Xadrez, inserido nas atividades do Dia do Departamento de Matemática e Ciências Experimentais. A prova, que decorreu na biblioteca escolar, disputouse em cinco rondas, ao ritmo de 10 minutos para cada jogador e contou com a participação de 37 jogadores distribuídos por dois escalões (2.º ciclo

só mesmo estando lá… Na biblioteca, todo o Torneio de Xadrez era concentração, estratégia, desafio e saudável competição. E durante toda a tarde assim foi, até os alunos vencedores receberem os merecidos troféus com um sorriso aberto, que não disfarçava o orgulho que sentiam. No pavilhão C, as atividades da Matemática decorreram de forma intensa e motivadora. Nos “Ases da Matemática”, a competição e o entusiasmo mostravam-nos como a Matemática pode ser tão apaixonante e que todos podemos voar nos seus meandros; os “Jogos matemáticos” e “Imitando o Gráfico – Sensores” tinham uma sala sempre cheia, com gente interessada, curiosa e ativa.

No laboratório 1, as atividades de Físico Química foram, como sempre, aliciantes e inovadoras: “Ciência em Ação – Laboratório Aberto”: Refração da luz”, “Ilusões de ótica”, “Leite psicadélico” e “Bernoulli, vamos aprender a voar” cativaram os alunos, que, entusiasmados, encheram a sala e queriam experimentar tudo e aprender como tudo se faz, como que envoltos num ambiente de magia. No laboratório 2, desenrolou-se uma atividade no âmbito da disciplina de Ciências da Natureza, “Quem quer ser milionário”. Esta atividade partiu do currículo desta disciplina, dos 2.º e 3.º ciclos, para recriar o tão conhecido concurso. Todas as turmas destes ciclos participaram e adoraram, mesmo não tendo conseguido “ficar milionários”.

Stephen William Hawking é britânico e um dos mais consagrados cientistas da atualidade?

Atualmente, é diretor de pesquisa do Departamento de Matemática Aplicada e Física Teórica e foi o fundador do Centro de Cosmologia Teórica da Universidade de Cambridge, na Inglaterra.

Desde muito novo, Stephen Hawking se interessou pela Ciência, mas não era considerado um aluno brilhante na escola. Porém, quando cresceu, resolveu estudar Física na University College, em Oxford.

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Ao longo de toda a tarde, a escola fervilhou de atividade e alegria. Foi mais um dia em que todo o departamento se desdobrou para vos proporcionar algo de diferente que vos fizesse sentir cada vez mais a escola como a vossa “casa”, onde sabe tão bem permanecer…. A coordenadora do departamento Rosa Maria Cardona

e 3.º ciclo/secundário).

No 2.º ciclo, ficou em 1.º lugar o aluno Paulo Filipe Soares Oliveira do 6.º D, com 5 pontos, e em 2.º lugar o aluno Miguel Gomes Costa também do 6.º D, com 4 pontos. No 3.º ciclo/secundário, a prova foi ganha pelo aluno João Paulo Campelo Gomes do 8.º A, com 5 pontos e o 2.º lugar pertenceu ao aluno Hugo André Pereira Lopes do 7.º D, com 4 pontos.

O Diretor e a Coordenadora do Departamento entregaram troféus aos dois primeiros classificados de cada

Stephen Hawking SABIAS QUE…

Na sala de Informática, foi realizado um ”Workshop de Photoshop”, em que também todas as turmas participaram. Aprenderam a transformar fotografias com informação, ferramentas e inspiração. E não tiveram tempo de pôr à prova tanta criatividade.

Em 1966, em Cambridge, Stephen Hawking obteve o doutoramento e depois exerceu vários cargos, tais como o de professor e de investigador.

A sua vida sentimental nem sempre foi fácil, pois contraiu matrimónio duas vezes, mas nenhum deles resultou e acabou por se separar. Todavia, teve três filhos e uma vida intensa, apesar das suas limitações físicas, uma vez que sofre de esclerose lateral amiotrófica, doença degenerativa que paralisa os músculos do corpo, deixando-o “agarrado” a uma cadeira de rodas.

Ao longo da sua vida, Stephen Hawking tem recebido vários prémios,

tais como: medalha Albert Einstein (1979); medalha de ouro da Royal Astronomical Society (1985); prémio em Física da Fundação Wolf (1988); Fundamental Physics Prize (2012), entre outros. O cientista é conhecido mundialmente pelo seu trabalho. Chegou a afirmar que os buracos negros não existem. Em 2014, o cientista alertou que a manipulação do bosão de Higgs poderia levar à destruição do universo, o que o sujeitou a algumas críticas dentro da comunidade científica. 6.º A – Alunos do Apoio Educativo de Português

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escalão e diplomas de participação a todos os atletas. Professores José Alberto Pereira e Lígia Marques


CAMINHOS DA MEMÓRIA

Palestra “A Arqueologia no Concelho de Barcelos”

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endo como objetivos conhecer e divulgar o património arqueológico do concelho de Barcelos, sensibilizar os alunos para a preservação desse património e motivar para a aprendizagem da disciplina, o Grupo Disciplinar de História promoveu a realização de uma palestra sobre o tema “A Arqueologia no Concelho de Barcelos”.

A mesma, destinada aos alunos do 7.º ano, realizou-se no dia 23 de janeiro, na biblioteca, com duas sessões, às 10h05m e 11h45m , com a duração de 90 minutos cada.

A palestra foi proferida pelo Dr. Cláudio Brochado, responsável pelo Departamento de Arqueologia da Câmara Municipal de Barcelos, que,

de forma entusiasmada, percorreu a história da arqueologia do concelho de Barcelos e, com o objetivo abordar aspetos próximos das vivências dos alunos, focalizou a sua intervenção explorando os elementos arqueológicos da área de intervenção do nosso Agrupamento, nomeadamente, Mamoa de Chavão, Laje dos Sinais, Castro do Monte da Saia, Campa dos Mouros,

Machados de Viatodos, etc.

2.ª Classificada – Equipa 1: Simão Gomes, n.º 19, 7.º D; Rodrigo Machado, n.º 17, 7.º D; Inês Isabel Faria, n.º 13, 8.º D; Marisa Machado, n.º 23, 8.º E; Ana Alexandrina Capelo, n.º 2, 9.º A e Bruno Machado, n.º 4, 9.º B

Silva, n.º 3, 7.º B; Daniel Rodrigues, n.º 9, 7.º C; Gonçalo Oliveira, n.º 7, 8.º B; André Filipe Silva, n.º 3, 8.º C; Ana Luísa Carvalho, n.º 1, 9.º B e Lucas Osório, n.º 17, 9.º D

Os alunos estiveram concentrados e atentos, reconheceram a riqueza arqueológica da nossa região e ficaram sensibilizados para a defesa do património conforme se pôde verificar pelo inquérito preenchido após a realização da palestra. Professor João Oliveira

Olimpíadas da História

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o passado dia 30 de março, de acordo com o previsto no Plano Anual de Atividades, realizaram-se, na biblioteca da escola, as Olimpíadas da História. Participaram nesta atividade 36 alunos dos três anos de escolaridade do 3.º ciclo, distribuídos por seis equipas de seis alunos sendo dois de cada ano de escolaridade. Os participantes foram previamente selecionados pelos professores de História. A constituição das equipas foi definida por sorteio nos momentos que antecederam o início do concurso, de acordo com as orientações constantes do regulamento. Os alunos participaram de forma

entusiasmada, respondendo a questões que abrangiam os conteúdos programáticos do 3.º ciclo. Os participantes das três equipas melhor classificadas receberam prémios e todos os envolvidos na atividade receberam diploma de participação. Os docentes de História congratulamse com a forma como decorreu esta atividade e felicitam todos os vencedores. As classificações foram as seguintes: 1.ª Classificada – Equipa 2: Rafael Guimarães, n.º 17, 7.º A; Inês Oliveira, n.º 13, 7.º C; Catarina Pereira, n.º 13, 8.º D; Joana Araújo, n.º 4, 8.º E; Joana Cunha, n.º 8, 9.º A e Hugo Filipe Pinheiro, n.º 17, 9.º C

3.ª Classificada – Equipa 5: André Filipe

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Professor João Oliveira, Coordenador do Departamento CSH

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SEMANA DA LÍNGUA PORTUGUESA De 13 a 17 de março, comemorou-se a Semana da Língua Portuguesa, tendo o grupo disciplinar organizado e desenvolvido atividades que surpreenderam pela diversidade e pela componente cultural e literária.

Palestra

A falar nos entendemos Na tarde de 13 de março de 2017, tivemos o prazer de receber na Bibliote-

ca da nossa escola o Dr. Hilário Sousa, Presidente da Casa do Professor, em Braga. Veio apresentar-nos uma palestra sobre a importância da oralidade. No decorrer da mesma, percebemos a grande influência da linguagem gestual na comunicação com os outros e tivemos a oportunidade de experienciar e comprovar esta realidade com exemplos muito elucidativos. Visualizámos, também, dois pequenos vídeos explicativos sobre este mesmo assunto e pudemos esclarecer algumas dúvidas relativas à informação que ia sendo exposta durante a palestra.

transmitimos com a linguagem corporal, ou seja, a nossa postura, o modo como colocamos as mãos, se baixamos ou levantamos a cabeça, o olhar, a intensidade do cumprimento de mão, enfim, todos os nossos gestos e a atitude em geral dizem mais do que as palavras. Quanto mais informados estivermos,

melhor comunicaremos. Todos os alunos participaram com muito interesse, o que significa que o orador é um bom comunicador. Ana Ferreira n.º 1, Joana Araújo n.º 4, Marisa

Machado n.º 15, 8.º E

Na nossa opinião, este encontro foi muito interessante e tomámos consciência de que, na comunicação oral, as palavras que verbalizamos têm muito menos impacto do que aquilo que

Alimentação nos mosteiros e na Antiguidade No dia 14 de março, a historiadora Anabela Ramos veio à nossa escola. Tivemos a oportunidade de assistir a uma palestra sobre a alimentação nos mosteiros antes do século XIX. Falou-nos Hipócrates, um médico grego que nasceu

no ano 460 a.C., conhecido como o pai da medicina, e Galeno, médico e filósofo romano, nascido em 160 a.C. Diziam que um alimento para ser saudável tinha de estar longe do chão; por esse motivo, acreditava-se que os vegetais e o peixe faziam muito mal à saúde enquanto as aves e as outras carnes eram alimentos excelentes. A historiadora também nos ensinou que a base da alimentação era o pão, que estava presente em todas as refeições. Além disso, referiu que, para comer os alimentos intermédios como a fruta, era preciso temperá-los para os “corrigir”. Estes ensinamentos perduraram até ao século XIX. Como nesta altura não havia frigoríficos, era necessário usar outros métodos de conservação, por exemplo, o sal. Nesta altura, as pessoas recebiam uma parte do seu salário em sal, daí o nome salário. Também se recorria ao vinagre, ao fumeiro e à secagem dos alimentos.

Sentir a poesia…

Na manhã do dia 17 de março, algumas turmas juntaram-se na biblioteca para assistir a um momento musical de declamação de poesia, dirigido por dois admiráveis intérpretes convidados, Ivo Machado e António Sousa, que também são professores.

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Foram interpretados diversos poemas, de vários poetas, entre eles Florbela Espanca, Luís de Camões, Fernando Pessoa, António Gedeão e Manuel Alegre. Alguns textos foram declamados, enquanto outros foram musicados e acompanhados por uma guitarra. Vários poemas eram-nos familiares, no entanto, muitos eram, para nós, desconhecidos mas muito interessantes. Na verdade, tomámos consciência de que a poesia deve ser encarada na sua diversidade, podendo ser inspirada tanto no amor como na

Em suma, a visita da Dr.ª Anabela à nossa escola foi muito produtiva, pois nós aprendemos muito com a sua exposição. João Paulo Gomes e Bruno Silva, 8.º A

matemática.

Foi um momento descontraído, que nos proporcionou, também, a aquisição de conhecimentos e o alargamento da nossa cultura geral, pois, durante a apresentação, os convidados iam interagindo connosco, contando-nos histórias e partilhando a sua experiência e o seu saber. Ninguém ficou indiferente às suas revelações e provocações. Apreciámos bastante este momento e esperamos que atividades semelhan-

espertar

tes sejam dinamizadas em breve, pois permitem-nos perceber e sentir melhor a poesia! Angélica Fernandes, Beatriz Peixoto, Isabel Silva e Liliana Santos – 10.º A


SEMANA DA LÍNGUA PORTUGUESA

Conversas de palco: Abel Neves

A

tarde do dia 17 de março foi passada na agradável companhia de Abel Neves, dramaturgo que veio à biblioteca da nossa escola para nos presentear com um agradável momento de conversa sobre os meandros da escrita e do teatro. Partilhou com os alunos algumas questões relacionadas

com o processo criativo, dando especial ênfase às pequenas coisas da vida, afinal, as mais inspiradoras. Destacou a importância das raízes e o contacto com as pessoas genuínas da nossa terra, principalmente aquelas que têm um baú de vivências, que, certamente, nos fazem enriquecer a vários níveis.

A sessão contou, também, com um inesperado momento de leitura feita pelos alunos e com diversos momentos de partilha e interação. Foi, deveras, um momento enriquecedor e de aprendizagem, não só a nível cultural como pessoal e humano. Professora Carolina Lemos

À conversa com uma biblioterapeuta e um dramaturgo-poeta

C

omo encerramento da Semana da Língua Portuguesa, realizouse, na nossa escola, por volta das 21 horas do dia 17 de março, um encontro com a bibliterapeuta Sandra Barão Nobre. Para enriquecer o momento, contámos, também, com a presença do dramaturgo-poeta Abel Neves, que, durante a tarde já estivera na nossa escola numa sessão com os alunos. A conversa foi harmoniosamente conduzida pela professora Margarida Figueiredo, uma leitora atenta e uma moderadora espontânea e muito pertinente nas suas intervenções. O evento foi solene e agradavelmente iniciado com a atuação da companhia de música de Viatodos, que tocou e encantou os presentes.

Encarregados de Educação, alunos, professores, funcionários e outros convidados tiveram oportunidade de perceber como funciona a biblioterapia e quais são os seus efeitos benéficos. Como qualquer outra terapêutica, também esta implica a existência de pacientes (particulares ou empresas), que solicitam a intervenção da “especialista” para, através dos livros,

melhor ultrapassar os percalços da vida. Em causa, está uma atuação de índole emocional /reflexiva, que poderá trazer efeitos benéficos. Sandra Barão Nobre explicou que, após a definição do perfil da pessoa, se segue uma fase de pesquisa/análise, em que a mesma seleciona a terapia indicada para aquela situação específica. Raramente receita livros de autoajuda, optando mais por prescrever livros de ficção, de História, biografias e alguns romances. Dependendo do cliente da sua situação pessoal, os efeitos desejados da leitura far-se-ão sentir, geralmente, após o terceiro ou o quarto livro. Nem todos têm a mesma disciplina no que toca ao respeito da terapia, mas a biblioterapeuta partilhou connosco o quão gratificante é sentir os efeitos positivos das leituras que recomendou. Além de exercer sua atividade profissionalmente, também a exerce em regime de voluntariado, por exemplo, em hospitais onde lê para pessoas que se encontram a fazer tratamentos e, por isso, impossibilitadas de segurar um livro. Algumas destas pessoas estão sob monitorização, havendo registos dos

efeitos positivos da leitura. Falou-nos, também, de um projeto que brevemente será implementado nas unidades de neonatologia das maternidades, o qual implica a leitura para bebés recémnascidos, pois sabe-se que a separação abrupta e precoce destes bebés em relação ao ventre materno poderá ser amenizada através da musicalidade e da combinação das palavras.

Durante as intervenções, a moderadora da conversa ia lançando reptos e provocações ao outro nosso convidado, o dramaturgo Abel Neves, que, de forma espontânea e bem disposta, foi encetando reflexões sobre a importância dos livros, o papel dos escritores e o seu lugar numa sociedade cada vez mais voraz por tudo o que é efémero e superficial. A função dos autores em geral e do teatro em particular vai muito para além disso, pois serve um propósito bem mais nobre, como é o da transmissão de valores que dignificam a natureza humana e que nos fazem pensar e nos conhecer melhor a nós próprios e aos outros. A sua intervenção foi, também, marcada pela partilha das suas memórias e vivências

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com a gente sábia e genuína da sua terra, em Montalegre, pessoas que têm marcado de forma muito positiva a vida e a escrita do autor. Realmente, a simplicidade e profundidade com que estas pessoas vivem é inspiradora e depurativa para o autor; talvez por isso, tenha decidido voltar às raízes, à sua aldeia em Montalegre, onde presentemente vive, atento às pequenas coisas da vida e à grandeza da Natureza e das pessoas. A sua boa disposição e, simultaneamente, a sua partilha tão sincera e profunda acabaram por envolver todos os presentes. Assim, podemos, sem dúvida, afirmar que o encontro com os dois convidados exerceu sobre nós efeito terapêutico, pois todos saímos de lá com a alma mais rica. Para terminar a noite, houve ainda tempo para um chá e um bolinho, ou melhor, bolinhos gentilmente confecionados pelos pais e alunos do 8.º ano. Tudo estava delicioso! Grupo de Português (3.º ciclo e secundário)

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NÓS E OS LIVROS | OS LIVROS DA MINHA VIDA

Nós e os livros Sandra Barão Nobre (biblioterapeuta) – Rápidas e certeiras 1. Livro que está a ler no momento

“A Rainha de Sabá”, de André Malraux e “Como Proust Pode Mudar a Sua Vida”, de Alain de Botton. 2. Livro(s) que tenha lido várias vezes

“Os Maias”, de Eça de Queirós; “Como um Romance”, de Daniel Pennac; “O Amor nos Tempos de Cólera”, de Gabriel Garcia Márquez. 3. Livro que começou a ler, parou, recomeçou, tentou, mas nunca conseguiu ler até ao fim A Bíblia

4. Livro que escolheria para ler no resto da sua vida “As Memórias de Adriano”, de Marguerite Yourcenar.

5. Livro que gostaria de ter lido, mas que, por um qualquer motivo, nunca leu “D. Quixote”, de Miguel de Cervantes. 6. Livro cuja “cena final” jamais conseguirá esquecer

“Anna Karenina”, de Leo Tolstoi; “O Rapaz do Pijama às Riscas”, de John Boine; “As Vinhas da Ira”, de John Steinbeck; “Equador”, de Miguel Sousa Tavares.

7. Tipo de leitura na infância / adolescência Na infância, os clássicos da Disney, da literatura infantil francesa e portuguesa; Na adolescência, Eça de Queirós, Camilo Castelo Branco, Júlio Dinis, Isabel Allende, Gabriel Garcia Márquez, Milan Kundera. 8. Livro que achou aborrecido, mas que, ainda assim, leu até ao final “O Amor”, de Marguerite Duras.

9. Livro/autor preferido

Não consigo escolher um autor/a. Quanto ao livro, talvez seja “Memórias de Adriano”, de Marguerite Yourcenar. 10. Livro que, para si, tenha tido efeito terapêutico

“Projectar a Felicidade”, de Paul Dolan. 11. Como biblioterapeuta, o que mais a fascina

14. Livro que, geralmente, exerce o seu poder terapêutico

12. Por vezes, é complicado

15. Os livros podem ser uma boa terapia porque

Ver nos meus clientes a eficácia das leituras que recomendei.

Saber que nunca terei tempo para ler tudo o que quero. 13. Terapia que aconselha aos jovens estudantes “Conhece-te a ti mesmo”.

Os livros da minha vida As Aventuras de Robinson Crusoe As aventuras de Robinson Crusoe é um livro escrito por Daniel Defoe e que relata as aventuras de um homem (Robinson) que tem o sonho de navegar e acaba por embarca num navio, vivendo inúmeras peripécias.

Robinson nasce na cidade de Iorque em 1632. Era o terceiro filho e não tinha qualquer profissão; o seu pai pretendia que o filho estudasse leis, mas a sua ideia era contrária: ele queria navegar, por isso, decide fugir de casa e embarcar num buque (um barco de carga) com destino a Londres, mas, pelo caminho, é surpreendido por uma violenta tempestade; porém, nem o susto o faz desistir do sonho de navegar. Algum tempo depois, o barco no qual seguia é abordado por piratas e estes

fazem-no prisioneiro e escravizam-no; anos mais tarde, foge da escravidão e é recolhido por um barco comandado por um português, que o leva para o Brasil. Estes dois marinheiros tornamse grandes amigos. Robinson faz uma considerável fortuna no Brasil, criando um engenho de açúcar. Anos depois, é convidado por outros proprietários de engenhos a ser comandante de um navio que tinha como destino a Guiné com o objetivo de ir buscar escravos, cuja venda era ilegal; Robinson aceitou, mas outra grande tempestade fez o seu barco naufragar. Vê-se isolado numa ilha durante vinte e oito anos, na qual faz uma casa, aquilo a que chama «casa de férias», uma plantação, uma zona para prender lamas, das quais bebe o

O Japão é um Lugar Estranho O Japão é um Lugar Estranho é a história da viagem do escritor Peter Carey a Tóquio com o seu filho Charley. Com doze anos de idade e apaixonado por manga (a banda desenhada emblemática do Japão), Alexander anuncia ao pai que, quando for grande, irá viver na capital japonesa. Partem, então, os dois em busca de autores famosos de livros de manga. Durante a história, apercebemo-nos de que o Japão não é nada como nós temos

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noção, tal como sugere o título da versão original do livro “Wrong About Japan” (Errados sobre o Japão). Notamos que este país não tem nada a ver com aquela conceção de toda a gente andar vestida com quimonos ou que tudo está repleto de templos. Ficamos a perceber que é um país bastante desenvolvido, muito bem organizado, em que tudo e todos representam um papel importante na sociedade.

seu leite, veste as suas peles e come a sua carne. Tem como companhia um cão que vinha no navio; mais tarde, também se vê na companhia de um indígena (Sexta-Feira), o pai deste e um espanhol, todos salvos de canibais, graças a Robinson.

Consegue sair da ilha acompanhado de Sexta-Feira em direção à Inglaterra. Envia para a ilha, algum tempo depois, vários objetos e pessoas. A ilha estava tal como antes, apenas ocupada pelos espanhóis que deixara para trás, a quem confia a sua mercadoria. A ilha acaba por ser atacada por 300 canibais, que foram derrotados e assim termina o livro. Manuel Faria, 8.ºA

Penso que este livro é muito mais fácil de ser entendido por adolescentes do que por adultos. Também penso que é bastante interessante para todas as pessoas que tenham interesse por culturas orientais, especialmente a japonesa, ou que sejam fãs de anime e/ ou manga. Desfrutem da leitura!

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Bruno Machado, 10.º A

“O Homem em Busca de um Sentido”, de Viktor E. Frankl.

Serão sempre um espelho onde nos podemos ver.


DESPERTAR NA SALA DE AULA

Palestra Sobre os Direitos Humanos

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a Biblioteca Escolar, realizou-se, no segundo período, uma palestra muito interessante sobre Direitos Humanos. Quando se fala sobre este tema, parece que há sempre algo que pode ser acrescentado e, na maioria das vezes, não é pelos melhores motivos. No início, a palestrante explicou-nos

o que é a Amnistia Internacional e como surgiu, dando-nos a conhecer que é uma organização que tenta fazer justiça em situações de injustiça que acontecem pelo mundo. Nasceu em Portugal quando, durante a ditadura de Salazar, um grupo de estudantes portugueses brindava à liberdade e os seus elementos foram presos. Explicou o que é ser voluntário, e que todos, em situações do dia a dia, podemos ser ativistas desta organização. Esclareceu, também, o porquê de a vela ser o símbolo desta organização: a chama simboliza a vida e a vela tem espinhos à sua volta, o que representa o facto de as pessoas serem vítimas de situações de injustiça. Foram mencionadas algumas datas importantes relacionadas com os

Direitos Humanos Durante a sessão, foram identificadas pessoas que a Amnistia Internacional selecionou para defender e tentar resolver os seus casos de injustiça; foi realçada, em particular, a situação da criança Annie Alfred. De seguida, foram explicitados mais pormenorizadamente os Direitos das Crianças; foi realçado que, devido a serem mais vulneráveis e frágeis, os seus direitos são desrespeitados mais facilmente e, por isso, precisam de ser protegidas por adultos.

da nossa. Adoramos o filme visionado e toda a atividade, que nos permitiu alargar os nossos conhecimentos e ter do tema uma visão mais consciente e informada. Alexandra Pinto, 8.º E

Como a palestra incidiu nos Direitos Humanos das Crianças, revelou-se bastante interessante para nós, pois em causa estão situações relacionadas com pessoas cuja faixa etária é próxima

Querido diário No âmbito da disciplina de Português, e a propósito da atual problemática dos refugiados, os alunos foram convidados a criar textos sobre a temática em causa. A aluna Joana Araújo, do 8.º E, assumiu a identidade de uma refugiada e escreveu uma página do seu diário.

10 de fevereiro de 2017 Querido diário,

Mais um dia de longa caminhada. Estou exausta e farta de estar sempre com medo desta guerra no meu país, que, por muito tempo, foi o meu lar. Esta noite foi horrível, não consegui dormir devido aos meus pensamentos, os quais, por vezes, me fazem perder a esperança. De manhã, eu e a minha família abandonamos o local onde dormíamos para podermos continuar o caminho que, espero eu, nos leve para um lugar mais calmo, onde possamos todos descansar, pois

já não aguento carregar a minha mochila. Apesar de ser pesada, é o que ainda me permite viver. Os dias são todos iguais: tristes, cansativos e dolorosos. Durante todos estes meses de refúgio, já vi de tudo, desde pessoas a chorar por perderem os seus entes queridos que, neste momento, é a pior coisa que me poderia acontecer, até à felicidade de algumas pessoas que se reencontraram após terem sido obrigadas a separarse. Esta paisagem, que antes era composta por belos campos com flores de todas as cores e pelas grandes cidades iluminadas e alegres, agora está devastada pela

guerra: com árvores destruídas, incêndios que tornam o céu cinzento, flores completamente esmagadas pelos militares que lutaram pela sua pátria, edifícios abatidos e destruídos e estradas esburacadas pelas bombas. Enfim, é apenas mais um dia como os outros, à espera de chegar ao meu destino, onde eu possa ser acolhida por alguém que compreenda como é difícil a vida de um refugiado. Adeus, diário. Joana Filipa Gomes Araújo, 8.º E

O velho Durante as aulas de Português, os alunos foram desafiados a tirar uma fotografia e, a partir dela, criarem um texto. Esta foi a criação do Bruno Silva, do 8.º A.

O velho via o tempo a passar, não tinha ninguém. Sempre a olhar para o relógio, cada segundo passava devagar. Pensava na vida, o que fez e o que ia fazer. Não tinha ninguém: não tinha filhos, não tinha amigos, não tinha amada, apesar de a procurar incessantemente... Sempre mal vestido, o seu sonho era encontrar alguém perfeito, com cheiro a rosas e a jasmim, mas o seu sonho ia-se perdendo, aos poucos.

Certo dia, ele saiu de casa. Bem cedinho, foi procurar alguém possível para amar. Entrou no café perto da sua casa. Sentou-se, olhou à sua volta, não viu ninguém. Ao “É o mesmo de sempre?” do empregado, o velho acena afirmativamente com a cabeça. Passado pouco tempo, entrou uma senhora que conhecia bem, era sua amiga de infância. Ela sentou-se à sua beira e começaram a conversar. Desabafou com ele, a vida tem sido difícil, também não tem ninguém, vive triste.

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Eles continuaram a encontrar-se. Ela não tinha cheiro a rosas nem a jasmim.

Porém, passado um ano, estavam casados. Da sua própria história, o velho retirou uma grande conclusão: não há amada perfeita, há a amada perfeita para ele. A pessoa que importa é aquela com quem nós partilhamos o tempo. Bruno Silva, 8.º A

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A ESCOLA EM MOVIMENTO | VISITA DE ESTUDO

A poesia não é tão rara como parece No dia 16 de fevereiro, os alunos do 10.º ano da nossa escola foram assistir à peça de teatro “ A poesia não é tão rara como parece”, na Casa da Juventude, em Braga. Esta peça aborda a poesia de uma maneira muito descontraída e diferente do habitual. O objetivo é motivar para o estudo deste tipo de texto. Alguns dos poemas declamados já eram do conhecimento dos alunos, outros irão ser abordados durante o percurso escolar dos mesmos.

Sem sombra de dúvidas, esta peça contribuiu muito para alargar o nosso conhecimento no que à poesia diz respeito e enriqueceu o nosso vocabulário. A dinâmica da peça foi uma base fundamental para cativar todos os alunos e professores, nomeadamente, através da vertente lúdica, que prendeu a atenção dos espectadores e proporcionou boa disposição e gargalhadas ao longo de toda a dramatização. Os intervenientes da peça foram dois atores conhecidos da televisão portuguesa, que mostraram

que a poesia pode ser divertida e está presente no nosso quotidiano.

era ambicioso, mas a vontade de conhecer e explorar os recantos desta bela cidade foi ainda maior e, de forma incan-

sável e descontraída, partimos à aventura.

O que nos extasiou foi o facto de a peça ter sido interrompida propositadamente no prisma do contexto de toda a história, pois houve uma paragem intencional, que deixou confusos alunos e professores, porém, fazia parte da própria encenação e preparou um final algo inesperado e engraçado. No nosso ponto de vista, valeu a pena

a deslocação a Braga, pois a atividade contribuiu para alargar os nossos conhecimentos e proporcionou-nos momentos de convívio e diversão. Angélica Fernandes, Beatriz Peixoto, Isabel Silva e Liliana Santos, 10.º A

Visita de Estudo Porto - 12.º A

No dia 24 de abril, os alunos do 12.º A inscritos em EMRC foram visitar a cidade do Porto. O itinerário da Visita

Esta visita tinha como principais objetivos: promover aprendizagens significativas desenvolvidas em contexto das aulas de EMRC, alargar os horizontes culturais dos alunos, proporcionar momentos de lazer e de fruição estética, promover contextos de desenvolvimento da comunicabilidade e da socialização e reforçar o gosto pela conservação do património nacional. Logo pela manhã, partimos de comboio e, quando chegamos ao Porto, à Estação de S. Bento, aproveitamos para a visitar. De seguida, fizemos a travessia da Ponte D. Luís apreciando aquela vista pitoresca sobre a Ribeira. Descemos de Teleférico sobre o Rio Douro e

foi realmente emocionante poder partilhar esta experiência com os colegas e a professora. Já na Ribeira, visitamos de passagem uma das caves do vinho do Porto. Depois do almoço, subimos à torre dos Clérigos e aproveitamos para visitar também o museu. Passeamos pelos Aliados, visitamos a Livraria Lello e terminamos no Hard Rock Café. Foi um dia fantástico!

Alunos do 12.º A

Olhares de Rua No Porto, existe um edifício lindíssimo, que é a Antiga Cadeia da Relação, que eu e os meus colegas, das turmas A e E, do oitavo ano, tivemos oportunidade de visitar.

O edifício está dividido em duas partes, sendo uma relativa ao tribunal e outra à cadeia. Nesta existem três andares, correspondendo a diferentes realidades de outrora: no primeiro, ficavam os pobres, os loucos, os criminosos, apresentando o mesmo piores condições para os presos, pois o chão e as paredes eram de pedra, o andar era frio e húmido; no segundo andar, onde ficavam aqueles que tinham melhores condições económicas, o chão era de madeira e as paredes eram revestidas, o que o tornava mais confortável; no terceiro andar, havia quartos individuais e maior conforto para os que tinham muitas posses.

Na cadeia, não havia cantina, a comida era dada pela família ou pela Santa Casa da Misericórdia. Numa das celas, esteve preso Camilo Castelo Branco, um importante escritor portu-

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guês, autor da conhecida obra Amor de que o jardim é o lugar onde ele dorme, Perdição. é onde passa mais tempo, aquele banco No tribunal, havia muito cuidado com é sua casa. A outra foto apresenta umas a arquitetura, era monumental. Nesse simples botas, aspeto que me fez pensar edifício, fomos ao Centro Português de que uma pessoa desistiu do mundo, deFotografia, onde pudemos visitar a ex- sistiu de viver, de seguir em frente. posição “Olhares de Rua”, que apresenta a perspetiva de pessoas sem-abrigo em relação ao Porto. Há duas fotos das quais eu gostei mais: uma em que um senhor estava deitado num banco de jardim; ao observá-la, dei comigo a refletir

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Para terminar, ainda fomos visitar uma exposição de máquinas fotográficas antigas. Regressamos à escola de comboio, com os olhos e o coração bastante mais enriquecidos. Adorei esta vista de estudo. Bruno Silva, 8.º A


A ESCOLA EM MOVIMENTO | O SOM E A LETRA

Viagem à Zona Centro

Do Jurássico ao Renascimento Nos dias vinte e vinte e um de abril, nós, alunos do 10.º A, realizámos uma visita de estudo à zona centro do país. A atividade decorreu no âmbito das disciplinas de Português, Biologia e Físico-Química. A primeira paragem foi em Coimbra, nomeadamente, no “Exploratório da Ciência Viva, onde tivemos oportunidade de constatar alguns fenómenos biológicos e de realizar experiências. O que mais nos cativou foi a evolução do ovo da galinha. Constatámos as fases do processo

evolutivo, desde a fecundação do óvulo até ao nascimento propriamente dito do pintainho.

Seguidamente, realizámos uma visita guiada ao Mosteiro da Batalha, monumento que ficámos a conhecer melhor graças a uma visita encenada, que foi muito informativa e divertida. No percurso para a Pousada da Juventude de Santa Cruz, passámos por Óbidos, cidade que jamais perderá o seu encanto e onde encontrámos rostos da televisão.

No dia seguinte, de manhã, visitámos a Pedreira do Galinha, local que nos surpreendeu pelas marcas de pegadas de dinossáurios, que nos permitiram viajar no tempo e alargar os nossos conhecimentos em relação a estes antepassados ancestrais; posteriormente, aproveitámos para almoçar em Fátima. Na parte da tarde, fomos às grutas de Mira D’Aire, que nos encantaram pela sua beleza, mistério e profundidade. Todos os legados encontrados nas grutas sobressaíram aos nossos olhos pelo facto de ser algo

natural.

Foram dois dias muito produtivos visto que tudo aquilo que visitamos foi de extrema importância para nós a nível pessoal, cultural e académico.

A viagem foi repleta de risos, diversão e humor. Foram momentos de salutar convívio e aprendizagem, por isso, regressámos a Viatodos com um sentimento de realização e muito mais enriquecidos a diversos níveis. Beatriz Peixoto, Isabel Silva, Angélica Fernandes e Liliana Santos, 10.º A

A essência da Música Para mim, a Música é uma forma incrível de nos expressarmos, pois ela, mesmo sem repararmos, transmite-nos algo com que nos identificamos.

Eu toco um instrumento e, por isso, perceciono a arte em causa de forma especial. A música é o ar que respiro, é algo que me permite viajar através da sua essência. Porém, infelizmente, nos dias de hoje, está a perder o seu encanto, que é o seu efeito e significado. Atualmente,

a música é cada vez mais um comércio e cada vez menos tem o valor de outrora, quando esta era muito mais complexa e implicava que os músicos mostrassem o seu potencial através do que sabiam fazer, do seu talento, da sua capacidade de encantar através da combinação de melodias. Nos dias de hoje, muitas vezes, o que conta é a beleza exterior, o imediatismo e não o verdadeiro talento. Claro que também há bons artistas, bons compositores, mas são cada vez

menos. No entanto, são cada vez mais os artistas que se conhece.

Para mim, a música é muito importante, pois eu vejo-a como uma companhia, é algo de que nunca me farto e que está sempre presente na minha vida. Na verdade, podemos estar felizes, tristes, eufóricos, chateados, mas haverá sempre uma musica que nos acompanha e que reflete exatamente o que estamos a sentir no momento…

Alexandra Pinto, 8.º E

Concerto Didático

A Orquestra e os seus Instrumentos Sendo tradição nesta escola, os alunos do 6.º ano assistiram ao concerto didático “A Orquestra e os seus Instrumentos”. Este evento realizou-se no dia 26 de abril pelas 9.30h, no grande Auditório da Casa das Artes, em Vila Nova de Famalicão. Foi o mesmo oferecido pelos alunos mais novos que frequentam a Escola Profissional Artística do Vale do Ave -ARTAVE. Todos os presentes tiveram um comportamento cívico exemplar, acompanhando com muito interesse a apresentação dos instrumentos e suas famílias que fazem parte da Orquestra, bem como das peças apresentadas. Professor de Ed. Musical: Manuel leitão

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ROSA DOS VENTOS

A região dos Balcãs – Kosovo, Bósnia, Sérvia e Macedónia: o turismo de mãos dadas com a história… A Croácia é muito provavelmente o país mais conhecido e mais turístico dessa importante região da Europa do Sul também conhecida por “Balcãs”. Mas para lá da Croácia, os Balcãs escondem alguns segredos para todos aqueles que pretendem conhecer locais históricos e belezas naturais, ainda protegidos das multidões de turistas que afluem à Croácia e ao vizinho Montenegro.

Uma jornada pelos Balcãs poderá começar por uma das mais históricas e interessantes cidades da Europa: Sarajevo, a capital da Bósnia. Foi em Sarajevo, em 1914, que o arquiduque Francisco Fernando, herdeiro do Império Austro-Húngaro, foi assassinado por um nacionalista Sérvio, dando origem à primeira guerra mundial. Outro episódio marcante foi o ignóbil cerco que a cidade sofreu pelas tropas Sérvias entre 1992 e 1996, perante a vergonhosa apatia da União Europeia e dos EUA. Desde a Época Medieval que nenhuma cidade europeia sofreu um cerco tão longo e tão sangrento, elevando a resistência dos seus habitantes ao extremo. Sarajevo, a cidade mártir, não esquece esse período negro da sua história, com diversos museus e exposições que aludem ao tema, para além dos imensos cemitérios no coração da cidade. Por outro lado, a cidade como que renasceu da sua história, verificando-se uma sã convivência entre os diversos povos e religiões que desde tempos imemoriais a habitam, como os cristãos ortodoxos, católicos e muçulmanos ou não fosse Sarajevo a segunda cidade mais importante do Império Otomano, depois da sua capital, Istambul. Mas a Bósnia não se esgota em Sarajevo, pois a rota sul em direção à histórica cidade de Mostar mostra-nos um país lindíssimo, onde os lagos e rios fornecem um colorido azul no meio do verde predominante. Já a rota norte em direção a Belgrado, capital da Sérvia, se desvenda numa viagem de cerca de quatro horas através de montanhas e aldeias que parecem ter ficado no séc. XIX. A chegada a Belgrado anuncia-se pela presença de gigantescas torres de apartamentos construídos na época comunista, mas, à medida que nos aproximamos do centro, somos confrontados com uma cidade que em nada esmorece em relação às grandes capitais da Europa, com a vantagem

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de ter um nível de vida bastante acessível. Belgrado era a capital desse grande país chamado Jugoslávia, desmembrado devido aos nacionalismos que tantas trágicas consequências tiveram e que agora parecem querer germinar noutras zonas da Europa… De Belgrado para a Macedónia, a opção é o comboio noturno, que normalmente corre praticamente vazio, constituindo uma relíquia remanescente dos tempos em que a Jugoslávia era um só país e o general Tito garantia a ligação entre as diversas regiões que a compunham. A capital da Macedónia, Skopie, é por si só um caso único no mundo, pois toda a cidade está repleta de edifícios monumentais, em estilo clássico, ladeados por centenas de estátuas. Mas, afinal, todos aqueles edifícios, praças e estátuas são uma construção

Unesco. Prizen é uma cidade encantadora, com as suas mesquitas milenares e um centro histórico pedonal, atravessado pelo rio Lumbardhi, ponto de encontro preferido dos turistas Albaneses e Turcos que enchem a cidade durante todo o ano.

Depois de mais um par de horas de autocarro, chegamos à cidade de Peje, porta de entrada do desfiladeiro de Rugova, muito procurada para desportos de Inverno. A cidade e as montanhas em redor são o cenário ideal para quem procura cenários rurais autênticos e modos de vida que apenas se encontram em alguns recantos do mundo. A um par de quilómetros da cidade, encontram-se dois mosteiros sérvios ortodoxos, guardados pelas forças da ONU, de que Portugal também faz parte; num deles, no patriarcado de Pêc, apenas se entra mediante visita pré-marcada e debaixo de fortes medidas de segurança. No interior do mosteiro, os monges sérvios guiam-nos através das pinturas e frescos que revestem as paredes do templo principal. Aos domingos, abrem as suas portas e presenteiam os visitantes com cânticos gregorianos, os quais ecoam por entre os frescos milenares do mosteiro. Na hora da partida, fica a memória de um povo único, com uma histórica trágica mas de muita coragem, que no último século enfrentou a queda de um império, duas guerras mundiais, os desmandos comunistas e guerras nacionalistas… recente, numa opção muito questionável do governo macedónio, que pretende revestir a sua capital de uma aparência clássica, desvirtuando, assim, séculos de história…

Embarcamos noutro comboio histórico em direção ao Kososvo, uma antiga província da Sérvia que recentemente se proclamou independente contra a vontade dos Sérvios, a qual embora reconhecida por países como Portugal, não o é por mais de oitenta países, como por exemplo a Espanha. Depois de Belgrado ter sido bombardeado pelos EUA, os Sérvios terminaram finalmente a guerra sangrenta com o Kosovo, mas as ruínas de dois edifícios governamentais continuam expostos no coração de Belgrado, como forma de os Sérvios demonstrarem que não esqueceram esse episódio. Atualmente, a maioria muçulmana do Kosovo vive sob a proteção da União Europeia e da ONU, em que o euro é a moeda não oficial que circula pelo Kosovo. A sua capital, Pristina, é uma cidade muito jovem, vibrante, de grandes contrastes, ainda com vestígios dos anos de guerra, mas onde o elevado desemprego não impede que a população encha os inúmeros cafés, restaurantes e bares que preenchem as novas ruas da cidade, por entre os bairros antigos da cidade velha, as torres de apartamentos dos anos do comunismo e o fabuloso edifício da Biblioteca Nacional. A duas horas de autocarro, encontramos Prizen, a joia do Kosovo, uma cidade classificada como património mundial da Humanidade pela

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Professor João Luís Silva


CHEGAMOS SEMPRE AO LUGAR ONDE NOS ESPERAM JOSÉ SARAMAGO

Santa Cruz de la Sierra - o início e o fim de uma viagem

Santa Cruz de la Sierra foi a ideia de início da viagem. A escolha deveu-se ao facto de muito se ler e ouvir sobre o Trem da Morte que, partindo da fronteira brasileira de Corumbá, levaria a Santa Cruz por um dia ou noite de viagem que perpetuaria imagens de coisas do antigamente, onde tudo pode acontecer e acontece. Por fim, Santa Cruz de avião. Mais cómoda e rápida a viagem sem, claro, os atropelos carismáticos da tal viagem de comboio que, provavelmente, já mudara de figura, com carruagens de classes executiva e de primeira.

Santa Cruz, cidade quente, empoeirada, movimentada de buses, micro-buses, táxis e todos os tipos de transportes, sempre cheios. Também as ruas cheias de pessoas que se arrastam no impulso do comércio. Um comércio viciado e pobre que se mistura com cartazes de dentistas, ginecologistas e outros “istas”, a par da venda de fruta, roupas, carnes, peixes, cosméticos, detergentes, camisas, calças e outras coisas, onde também não faltam as manicuras que arranjam e pintam as unhas de pés e mãos em banquinhos, por passeios. Todas estas imagens desaparecem quando se chega à Plaza 24 de Septiembre. Aqui, o polimento do chão brilha como brilham as grandes caixas dos engraxadores por ali alinhadas, junto dos quais todos saem com sapatos a brilhar. Por aqui, os vendedores ambulantes, elegantemente enfarpelados de branco, circulam pelo piso brilhante, na venda sem alarido. Passam. A sua passagem é visível e chamativa por si só. Em redor da praça, limpa e arborizada, a Catedral ancestral, a Casa do Gobierno e a Casa da Cultura, esta que, a troco de nada, nos deixa ver exposições de artistas bolivianos num espólio fraco, por vezes em quadros emoldurados que lutam, pendurados na parede, tentando vencer a força da gravidade. A cidade é curiosa. O casario esconde os belos pátios interiores de casas coloniais que trazem toda a intimidade necessária ao ambiente familiar. Por fora, ao longo das fachadas, oferecem o conforto a quem passa como os seus telhados projetados sobre os passeios,

apoiados em colunas de pedra ou mesmo de madeira torneada. Chova ou faça sol, toda a gente circula sem preocupação de proteção. A cidade protege todos. Só o calor persiste. A cidade é quente, geralmente todo o ano. De uma maneira geral, o casario é térreo, excluindo algumas construções modernas de gosto duvidoso. A arquitetura dos anos 80 é desencantada, sem interesse, chocando com o casario antigo e só se não pode dizer que é feia e desinteressante pelas placas em bronze nas suas fachadas, tecendo elogios à sua contribuição para o modernismo da cidade. Lojas de produtos de marcas afamadas aparecem surpreendentemente em casas de fachadas que nada deixam antever, pelo aspeto empoeirado do exterior.

Santa Cruz foi o primeiro pouso e lugar de reflexão ao que fazer a seguir: Descer a Bolívia a Uyuni pelas maravilhas que aí se anteviam ou seguir a poente, onde La Paz, Titicaca e Machu Picho seriam também, sem dúvida, pontos a visitar. O tempo delimitava toda a viagem. Vinte e um dias por lugares desconhecidos era o tempo disponível. Dois deles já se esgotaram em Santa Cruz. O receio de regressar por Uyuni no final de viagem por estradas duvidosas, em que em tempo de chuvas poderia trazer atrasos, também era ponderado. A decisão foi seguir viagem para La Paz. Uma noite de desconforto em Buscama, que de cama nada tinha, depois da decisão da compra de bilhetes em agências desconhecidas. O alarido de nomes de terras ensurdecia ao atravessar a Bimodal – Terminal de buses y trenes – conduzindo as pessoas a uma escolha de transporte, quando nada se sabe do que será essa escolha.

– “Sucre, Sucre, La Paz, La Paz”, podiam decifrar-se a custo de entre a grande gritaria de umas outras tantas terras e localidades, ditas de forma mesmo impercetível, entre muita outra gente que expunha as ofertas de viagem. Comprar viagens de véspera não faz parte das suas técnicas de venda. Compra-se no dia e até na hora, entre toda aquela algazarra. • • •

Santa Cruz ficou para trás depois da compra do bilhete e boleto de ingresso que deu direito à passagem para o local onde os buses estão estacionados

Contam-se as pessoas já sentadas nos seus lugares e, pelos vidros não limpos, adivinham-se os vendedores autorizados a venderem os produtos para serem consumidos ao longo da viagem.

Pelo caminho, outros vendedores, deslocando-se em ziguezagues por entre as viaturas, avançam em direção aos buses em pontos de passagem de portagens, controles de polícia e outros locais de abrandamento. Sobressaem as chamadas cholas, mulheres nativas de saias coloridas, franzidas e rodadas, geralmente pelo joelho, cheias de roupas. São saias e folhos e, de tantas que usam, tornam-se redondas. Redondas de rosto, roliças de braços e pernas. Pernas robustas que tentam equilibrar todo aquele peso a que foi adicionado um manto colorido onde transportam os haveres às costas e, sobre a cabeça, um chapéu em equilíbrio. Muitas delas com chapéu de coco de abas arredondadas e curtas, sob o qual deslizam pelas costas duas enormes tranças negras e brilhantes terminadas por ornamentos caprichosos.

À saída, apercebe-se que o transporte busca mais alguém aqui e ali pela procura em ruelas que se cruzam mais ali e acolá. Uma hora depois, uma mulher grita repreensiva para o condutor. “Bamos! Temos que llegar a La Paz!”. O autocarro segue, por fim, viagem e a noite não nos deixa ver por onde andamos. Apenas os solavancos que jogam as pessoas de um lugar para o outro nos fazem entender que o caminho não é o melhor. Presume-se que seja estrada estragada ou estrada sem asfalto, estrada de buracos e irregularidades. A cada passo, a travagem brusca que nos acorda do dormitar para, depois do solavanco da via, retomar o ruim embalo e percurso. É escuro. Não se sabe por onde se vai, tenta-se desvendar pelos faróis amarelos que se cruzam se são estradas de terra ou se a floresta é mesmo aquilo que parece. Há muitas árvores e curvas, trepidações, mas a escuridão e os vidros sujos nada deixam desvendar. Tenta-se dormir. Dormir nunca, só as cholas o poderão fazer pelo hábito de tudo aquilo. Apenas dormitar e acordar. Uma e outra paragem. Nelas, o condutor propõe às pessoas irem a Baños a troco de um boliviano e onde, à entrada desses locais, nos esperam sucos tentadores de laranja, frutilla (morangos) e duraznos (pêssegos), entre outros, retirados das enormes caixas de plástico cilíndricas onde se adicionaram enormes cubos de gelo.

inteiro, que andamos algures pelas altitudes dos Andes. As paisagens, de tão vastas, apresentam-se de cores pastel ficando-nos na retina os beges, lilases e castanhos. Na verdade, os azuis e verdes lá estão, mas doseados de forma mais subtil. As casas de adobe surgem com telhados de zinco, seguros com grandes pedras. Presume-se que pela ventania da altitude. Também o pelo farto das pacíficas lamas e alpacas, assim como os agasalhos e gorros em bico, desenhados, que cobrem as orelhas dos homens que circulam pelas estradas empoeiradas, deixam antever o frio da altitude lá fora. Por todo o lado, cães ociosos, relaxados pelo chão, olham quem passa num preguiçoso sobrolho feito com esforço.

Lá fora é frio. Estamos longe do calor de Santa Cruz e as montanhas abremse de quando em vez para vermos o perigo que lá por baixo nos espreita. São os Andes. Aquelas montanhas que se estudavam em compêndios de Geografia de há anos. Estão lá intactos e mais presentes do que nas próprias páginas estudadas. Passam-se povoações pequenas e desordenadas que dão as boas-vindas em cartazes que ocupam toda a largura da estrada, entre outras variadas propagandas. São semelhantes entre si. Sempre as casas de barro, a imagem da estrada com pó, as cholas, os lamas e a cachorrada variada e indolente. As povoações sucedem-se e anteveem a aproximação de La Paz. Por fim, por bairros de ruelas sujas onde se amontoam dezenas de cachorros saciando a fome em torno de sacolas de lixo, incrustadas, vale fora, sucedem-se as casas e bairros de tijolo descoberto que, aos olhos dos desprevenidos, fazem da capital mais alta do mundo a favela gigante que deixa para segundo plano as tão badaladas e históricas favelas do país vizinho. (continua)

Professor Zé Manel

Quando a madrugada se avizinha, apercebe-se a mudança da paisagem. O Altiplano passa a ser o ponto alto por onde se viaja e que nos lembra, a tempo

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ENTRE-VISTAS

ENTREVISTA AO DIRETOR LUÍS DIAS RAMOS

A mudança de mandato é sempre um momento oportuno para a elaboração de um balanço do trabalho desenvolvido e para a projeção do trabalho a desenvolver. Porque o Professor Luís Dias Ramos, neste ano letivo, iniciou o seu segundo mandato como Diretor deste Agrupamento, O Despertar resolveu entrevistá-lo para que a comunidade educativa fique a conhecer melhor as conquistas e as dificuldades enfrentadas assim como os projetos e desfios a que o nosso Agrupamento se propõe.

O Diretor – 1.º mandato Neste momento de transição de mandato, que balanço faz dos quatro anos na liderança deste agrupamento. Em minha humilde opinião, tentando não ser juiz em causa própria, acho que o balanço é positivo. Digo isto porque existiam algumas questões/desafios que não permitiam grandes margens de erro, sob pena de porem em causa a “sobrevivência” deste agrupamento consoante o conhecíamos. Missão cumprida, porém com trabalho árduo, preocupações constantes e responsabilidades desgastantes, sempre por mim assumidas, tanto nos bons momentos como nos mais difíceis.

Agora, volvidos quatro anos, as suas motivações iniciais para o desempenho deste cargo ainda se mantêm?

Embora tenha vindo a sofrer a erosão inerente ao cargo de Diretor, porque as mudanças operadas nem sempre colhem a anuência de todos, dado que mexem com interesses instalados, legítimos em todas as organizações, obrigando a negociações permanentes e, por isso, humanamente desgastantes, considero que a minha missão ainda não terminou, já que pretendo até ao fim deste segundo mandato concluir o desiderato que me levou à primeira candidatura – estruturar processos de maior participação e autonomização dos docentes, dos funcionários e das associações de pais, relativamente à vida do Agrupamento.

Quais foram os maiores desafios/dificuldades que enfrentou enquanto Diretor do Agrupamento?

O primeiro desafio foi iniciar mudanças inerentes ao caráter pessoal da minha liderança, feitas sem ruturas com a cultura de escola subjacente a esta Organização Escolar.

A segunda questão prendia-se com a manutenção do ensino secundário que relançava a imagem do agrupamento para outros patamares de visibilidade, alicerçando a sua autonomia como escola, junto da comunidade do território educativo em geral e do Ministério da Educação em particular. O terceiro desafio era resistir à drástica diminuição de alunos devido à queda da taxa de natalidade e ao fluxo de emigração provocado pela crise económica que se vivia, fazendo frente à concorrência doutras escolas públicas e, essencialmente, às ofensivas das escolas privadas, vizinhas, escudadas por orientações políticas que favoreciam o ensino privado com contrato de associação, financiando-o com regras de gestão diferentes das do ensino público.

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A quarta questão prendia-se com as consequências da crise económica que eclodiu entre 2011 e 2015 e fez nascer novos alunos carenciados para além dos já existentes. A “crise” entrou pela sala dentro trazendo problemas de vária ordem que o agrupamento teve de resolver da forma que soube e pôde, sempre dentro dos limites impostos pela legalidade e com os poucos recursos disponíveis, tentando minimizar o insucesso escolar que a onda de crise provocou. O quinto desafio exigia a construção de uma “metodologia de trabalho” de Direção, organizada e competente, que pudesse fazer face aos obstáculos de contexto vividos e que permitisse granjear a confiança de todos os agentes educativos, no novo Diretor.

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Que linhas de atuação privilegiou para as contornar/solucionar?

Sendo,em minha opinião,quase impossível a um Diretor ser um expert, com qualidade e perfeição, em todas as pastas/dinâmicas necessárias ao funcionamento da engrenagem de uma Organização Escolar, com a dimensão deste Agrupamento, preocupei-me em construir um clima de autonomização, através da criação de equipas de trabalho e ações-chaves que permitissem fazer funcionar o Agrupamento de forma autónoma, oleada e estruturada, escolhendo professores e funcionários a quem a Direção reconhecesse qualidades e profissionalismo para assumirem setores-chaves da Organização


ENTRE-VISTAS

Escolar, sempre com a minha supervisão e responsabilidade decisória em questões de maior dificuldade.

turmas; uma equipa para o trabalho relacionado com concursos e contratação de professores e funcionários; uma equipa para a autoavaliação do agrupamento; uma equipa para a sala de estudo; uma equipa para os problemas disciplinares da escola; responsáveis pelo plano de formação do agrupamento; responsáveis pelos projetos do agrupamento, matéria que ainda tem de melhorar e expandir-se.

Em 2013, quando assumiu a Direção deste Agrupamento, disse a O Despertar que “um Diretor e uma Direção empenhada devem ser capazes de implicar e envolver os alunos, os pais e os encarregados de educação, os professores e os diversos colaboradores”. Conseguiu concretizar essa sua linha orientadora?

Seria fácil dizer que sim e apresentar muitas coisas realizadas nesse âmbito ao longo destes quatro anos que já passaram. No entanto, o grau de “envolvimento” não corresponde, ainda, àquele que idealizei. Pois, considero que foram muitos os fatores externos à minha gestão que obstaculizaram os movimentos encetados nesse sentido: demasiadas mudanças nas políticas educativas, criando ceticismo nos alunos e dúvidas nos pais/encarregados de educação, bem como desgaste nos professores; o descontentamento e desânimo generalizado dos docentes, devido ao congelamento da progressão nas carreiras e à ausência das atualizações/reposições salariais; o mesmo se pode aplicar aos assistentes operacionais e técnicos; um corpo docente bastante envelhecido e cansado com uma geração estudantil irrequieta, pouco responsável e tecnologicamente dependente; uma nova escola que tem de ensinar os valores que a família supostamente deveria incutir,

para além dos conhecimentos e capacidades e das atitudes e valores que lhe compete; muitos pais e associações de pais desligados da sua contribuição para combaterem o insucesso escolar e preguiçosos quanto à sua participação cívica na vida da escola. Porém, já foram dados passos largos nesse sentido e penso que já foram criadas as condições para que esse envolvimento seja maior e mais efetivo!

Na mesma altura, também referiu “ser de profunda utilidade dar sequência às rotinas geradas, aos documentos construídos, às equipas, às dinâmicas criadas com vista a promover uma gestão/administração educativa de referência” A que rotinas deu continuidade e quais as que criou de novo?

Aceitando praticamente trabalhar com a equipa diretiva provinda da anterior direção, sugerindo, sensivelmente, os mesmos responsáveis para os órgãos de gestão intermédia, bem como incumbindo a maior parte dos trabalhadores das funções que já exerciam e fazendo ajustes pontuais aqui ou acolá, relativamente a determinados setores, simplesmente ajustei o meu modo de ser e o meu discurso em função das pessoas e das tarefas, tendo em linha de conta os objetivos que pretendia atingir a curto e médio prazo. Penso, sinceramente, que só alguns poucos trabalhadores da nossa Organização Escolar terão sentido diferenças assinaláveis nessa transição. Porém, pretendi não centrar na minha pessoa o domínio exclusivo das pastas estruturantes do funcionamento do Agrupamento, construindo, para o efeito, equipas ou trabalhando com responsáveis de setores, como por exemplo: uma equipa para a distribuição do serviço letivo; uma equipa para a elaboração dos horários; uma equipa para a constituição de

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Com vista a promover o menor ruído possível, relativamente à circulação da informação e às decisões trabalhadas em sede de Conselho Pedagógico elaborei, para cada reunião, um documento base em formato powerpoint que serviu de apoio a todos os coordenadores de departamento que o adaptaram às suas reuniões. Esta estratégia de trabalho gerou, a meu ver, mais e melhor tempo para se discutir de forma plural todos os assuntos levados a sufrágio em sede das diferentes reuniões, melhorando a comunicação tendo em conta o caudal de informação que uma escola tem de gerir hoje em dia e a quantidade de pessoas a quem ela tem de chegar com o menor enviesamento possível.

O que é que gostaria de ter modificado na vida da escola e ainda não conseguiu?

A forma como é visto o aluno com dificuldades de aprendizagem, o modo como são utilizadas as ferramentas pedagógicas colocadas à disposição dos senhores professores, pela direção, para fazer face às dificuldades diagnosticadas e a atuação precoce e atempada sobre essas dificuldades. Não se mudam mentalidades com a mudança de um diretor. Não se alteram as culturas de trabalho e rotinas instaladas através de ordens e imposições, porque obteremos resistências, visto que ninguém gosta de sair da sua zona de conforto. Só a persistência com um envolvimento feito ao ritmo de cada um poderá culminar no fruto que pretendemos. Eu bem sei, não fosse eu professor!

Desta sua experiência como Diretor, que momento/aspeto elege como o mais gratificante?

O momento que eu destacaria como mais gratificante prende-se com o final do meu mandato. Ao fim de quatro anos de liderança, não estava propriamente a pensar continuar nas minhas funções. Fui surpreendido, em sede de uma reunião ordinária do Conselho Geral, com a proposta e a vontade de me reconduzirem no cargo de Diretor do Agrupamento. Os conselheiros manifestaram, com essa atitude, apreço e reconhecimento pelo meu trabalho. O que é sempre muito bom.

Que mensagem gostaria de deixar aos alunos dos diversos níveis de ensino, afinal, os principais agentes deste Agrupamento? Acredito, indubitavelmente, nas capacidades de

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ENTRE-VISTAS todos os jovens que nos são confiados. Cada um tem de descobrir o seu caminho para o estudo e a aprendizagem. Uns conseguem fazê-lo com mais facilidade, outros levam mais tempo, mas sei que também vão conseguir! O Diretor foi aluno, é aluno e será sempre um aluno, também ele teve de aprender a trilhar o seu caminho, com medos e dúvidas e, por isso, entendo-vos muito bem e farei tudo o que está ao meu alcance para ajudar os funcionários e os professores a ajudar-vos.

O Diretor: que futuro? Quais os principais desafios com que o Agrupamento de Escolas de Vale D´Este se confronta num futuro próximo?

Considero que um dos primeiros desafios deste agrupamento é manter o número de alunos que temos atualmente e, dentro de uma conjuntura que aponta para uma certa melhoria das condições económicas, sociais e políticas, aumentar a nossa população estudantil, a fim de trabalharmos as turmas correspondentes à capacidade prevista para este agrupamento.

Dentro deste contexto é também importante continuarmos a ter as turmas de secundário que temos vindo a lecionar, com vista a fornecer ao território educativo, ainda muito carenciado economicamente, opções de conclusão da escolaridade obrigatória permitindo promover um melhor combate ao abandono e insucesso escolar.

O Homem e professor. Como Diretor deste Agrupamento, contacta diariamente com alunos. Porém, ser Diretor é diferente de ser Professor. O que é que mudou no seu quotidiano?

A forma de me posicionar perante qualquer situação é diferente. A maneira de analisar as coisas obrigame a indagar as diversas e diferentes possibilidades de serem observadas. Sou o advogado de Deus e de Diabo, buscando a negociação entre partes com vista a melhorar as coisas, nunca perdendo de vista os objetivos educacionais de uma Organização Escolar – fazer crescer quem quer que seja para o lado do bom senso, sabendo que um mesmo copo de água pode ser visto como estando meio-cheio ou meio-vazio em função da sede de cada um!

Rápidas e Certeiras. O Despertar desafia o Diretor a pronunciar-se, em respostas de uma só frase, sobre os seguintes tópicos:

Alterações curriculares/novos programas e metas curriculares.

As mudanças devem ocorrer depois de bem planeadas, preparando quem as vai executar e quem as vai absorver, explicando de forma cabal as razões que movem esse desiderato.

Avaliação dos professores.

É um bom mecanismo para melhorar a qualidade do ensino, quando devidamente assumido pelos senhores professores, devendo estes aperfeiçoar o modelo em vez de o criticar cegamente com medo de não serem avaliados em função das excessivas expectativas que, muitas vezes, têm sobre si próprios como profissionais.

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Municipalização do ensino.

Um pau de dois bicos em fase de arranque, já que só descentralizando é que se serve melhor os interesses locais, porém, muitas vezes, “outros interesses”, que não os públicos, interferem nas decisões, por parte de pessoas clubisticamente partidarizadas.

Autonomia de escola.

A desconfiança da tutela sobre as Organizações Escolares é visível no colete-de-forças imposto através da legislação, embora saibamos que são inúmeros os ilícitos perpetuados pelos trabalhadores de uma escola, obrigando as direções à criação de regulamentos apertados e, mesmo assim…

Resultados educativo.

escolares/sucesso

Esse binómio não é linear, porque existe uma grande diferença entre transitar ou ter um certificado de conclusão tout court e transitar porque domina e sabe e ter um certificado de conclusão com competências efetivamente adquiridas.

Exames nacionais.

Tendo por objetivo levar as escolas a ensinar melhor e os alunos a aprenderem mais, os exames nacionais podem, infelizmente, transformar-se em ferramentas de estratificação social, quando o setor privado se apropria deles, exclusivamente como mecanismo de seriação.

Ensino Secundário.

Um percurso que todos os alunos devem fazer e que todos os adultos, que pararam e desejam concluir, devem retomar, sem exceção, independentemente da modalidade formativa escolhida para o efeito.

Espaço físico da escola sede do Agrupamento.

As alterações e melhoramentos já feitos deram outra imagem à escola e estão

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planeadas outras intervenções para tornar este espaço ainda mais agradável e confortável para todos, desde que haja possibilidades financeiras para tal, como é óbvio.

Quinta-feira 10 de maio de 2017

O Diretor,

Luís Dias Ramos


BIBLIOTECA

Concurso Nacional de Leitura 2016/2017

A

leitura em ambientes digitais é uma prática cada vez mais presente, especialmente no dia a dia dos mais jovens. Este ano, a participação no Concurso Nacional de Leitura pretendeu também fomentar a leitura em suporte digital e, assim, envolver um maior número de alunos.

As obras a concurso foram: História de uma gaivota e do gato que a ensinou a voar, de Luís Sepúlveda (7.º ano); Saga, de Sophia de Mello Breyner Andresen (8.º ano) e O conto da ilha desconhecida, de José Saramago (9.º ano).

E os vencedores deste concurso foram: Catarina Ferreira da Silva (7.º B), João Paulo Campelo Gomes (8.º A) e Miguel Aguiar Lopes (9.º C), leitores atentos e cuidadosos que responderam em tempo recorde ao questionário sobre as obras obtendo a pontuação máxima! Grande vitória! O João Paulo, o Miguel e a Joana já participaram na 2.ª fase deste concurso, que decorreu na Biblioteca Municipal de Vila Verde, no dia 5 de maio. Todos estão de parabéns pela sua participação, especialmente o João Paulo, que ficou entre os cinco grandes finalistas

Concurso concelhio de Poesia

Pequenos Grandes Poetas 6.ª Edição

Bibliotecas Escolares de Barcelos, o qual é constituído por duas modalidades: produção de poema inédito e declamação de poema de autor de língua portuguesa.

Como vem sendo tradição desde a 1.ª edição, a nossa Escola envolveu-se, uma vez mais, na dinamização deste concurso promovido pela Rede de

No âmbito da declamação, no dia 22 de fevereiro, juntaram-se na Biblioteca os representantes das diferentes turmas para um espetáculo em que coube ao júri (constituído por vários professores da escola) a difícil tarefa de selecionar os vencedores que nos iriam representar na grande final concelhia. Os jovens declamadores contaram ainda com o apoio de um público entusiasta e, superando o grande nervosismo, presentearam os espetadores com a sua atuação.

Quanto à produção de poema inédito, foi um prazer descobrir, mais uma vez, a originalidade dos nossos alunos,

que criaram textos a ler e a reler com prazer. Divulgamos aqui os poemas que conquistaram o júri, vencendo o concurso nos vários ciclos de ensino.

Estão de parabéns todos − alunos e professores − que abraçaram com gosto este projeto de promoção da poesia! Professora Dionísia Costa-Rodrigues

A Biblioteca encheu-se. Todos queriam assistir ao espetáculo de poesia…

VENCEDORES DA 1.ª FASE

Modalidade de produção de poema inédito Vencedora 2.º Ciclo

Mariana Alexandra Araújo Martins - 6.º D Vencedora 3.º Ciclo

Márcia Patrícia Araújo Carvalho - 8.º C Vencedor Ensino Secundário

João Miguel da Silva Torres - 11.º A Modalidade de declamação Vencedor 2.º Ciclo

Simão Costa Miranda - 6.º C Vencedor 3.º Ciclo

Soraia Filipa Macedo Silva - 8.º E Vencedor Ensino Secundário

Os grandes vencedores – o João, o André, o Simão, a Soraia, a Márcia e a Mariana – juntaram-se para a foto de grupo. Parabéns a estes amigos da Poesia!

André Machado Araújo - 10.º 1

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BIBLIOTECA O MEU MUNDO O meu mundo é um paraíso, Cheio de paz e amor, As pessoas não sentem inveja, E o mundo acabou com as guerras!

ENCHE-SE O INSPIRAÇÃO

POETA

DE

Enche-se o poeta de inspiração como se de um ato divino se tratasse cada verso escrito uma reflexão e assim a poesia nasce

As pessoas não passam fome E têm roupa para vestir, Não há ricos, nem pobres E os mendigos têm abrigo!

A poesia é muito mais do que se vê muito mais que aquilo que se diga é expor aquilo que se sente é o mais puro estilo de vida

No meu mundo somos todos irmãos E o amor reina em cada coração! O ódio e a inveja não entram lá, Apenas as coisas boas podem ficar! Poderá o meu mundo existir? Ou talvez seja apenas uma ilusão? Nos meus pensamentos ele existe E permanecerá para sempre no meu coração!

É uma forma de arte especial é uma forma diferente de expressão escrever numa folha branca de papel as palavras que nos vêm do coração

ELE E ELA Ele amava Ela detestava Ele sorria Ela fugia… E ele sofria Se ela ria Ela lutava Ela não cedia… Mas, ele partiu E ela chorou! Márcia Carvalho

João Torres

Mariana Martins

Lutaram como Diabos: Barcelos na Grande Guerra No dia 30 de março, no decorrer da Semana da Leitura Concelhia, foi exibido na Biblioteca o documentário «Lutaram como diabos», produzido por Alberto Serra e realizado por Carlos Araújo. O argumento é do professor e historiador Manuel Penteado Neiva, que investigou não só a documentação oficial sobre este período da nossa História como também textos produzidos por alguns desses 600 homens que em 1916 partiram de Barcelos até à Flandres. Dessa pesquisa resultou um valioso conjunto de documentos diversos, como cartas, postais, diários, e também objetos usados pelos soldados,

como capacetes, máscaras de gás e cantis.

E é esta nota pessoal e sentimental o fio condutor do documentário que os nossos alunos do 9.º ano visualizaram na Biblioteca. Histórias contadas na primeira pessoa, histórias de quem viveu o horror da guerra sem ter sido preparado para o que ia encontrar. Estiveram presentes na sessão o realizador, Carlos Araújo, e Penteado Neiva, que não só apresentou o filme como mostrou parte do espólio que recolheu, enriquecendo deste modo a sessão com uma motivadora palestra. Cativados, os nossos

alunos estiveram atentos, descobrindo os caminhos percorridos pelo soldado que, de manhã bem cedo, sai de casa sem se despedir de quem fica. E muitos destes combatentes não regressaram. Já lá vão cem anos, mas a sua memória tem de ser resgatada, pois, como salientou Penteado Neiva, “com este filme estamos a chamar a memória desses heróis, de certa forma até, a reescrever um pouco a nossa História desse período, História essa que foi esquecida, abandonada, praticamente ignorada”. Professora Dionísia Costa-Rodrigues

Em primeiro plano, alguns objetos recolhidos pelo Dr. Penteado Neiva (na foto, em pé, ao lado de Carlos Araújo).

Evocação do centenário da Grande Guerra (1914-1918)

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omemora-se 100 anos de uma das épocas mais assustadoras que Portugal passou em toda a sua história. Com a colaboração de Manuel de Neiva, Carlos Araújo, que é realizador de filmes, fez um documentário sobre as histórias que não se relatam historicamente, entrevistando

familiares de antigos soldados, dando a conhecer diversas situações, cartas e postais sobre a Grande Guerra.

Muitos portugueses foram combater em nome da pátria para vários países da Europa, deixando para trás toda a sua família e amigos, sempre com muita saudade e medo de que pudessem não voltar. Foi realmente nisto que a palestra se focou mais, nomeadamente no que historicamente não se realça: as histórias próprias de cada combatente, a fome, a saudade, o medo…

O documentário suscitou muito interesse e atenção de todos os espectadores.

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Só da zona de Barcelos, partiram 54 combatentes para a guerra, tendo falecido 7 e ficado 17

soldados prisioneiros dos alemães.

Uma das histórias mais marcantes foi quando os alemães, numa invasão a França, mataram todos os que estavam na primeira linha, depois na segunda linha e, quando chegaram à terceira, não conseguiram aniquilar o inimigo, pois vinham de um ponto dezenas de tiros que nunca paravam. Então, os alemães atiraram uma granada para aquele local e, finalmente, conseguiram o seu objetivo. Com curiosidade, foram até esse ponto e verificaram que nesse local apenas estava um homem. Esse admirável combatente era português e chamava-se Manuel Silva, um barcelense. Lutou sozinho até não poder mais, defendo assim a sua pátria com a sua maior persistência e dedicação. Os alemães, emocionados e admirados com tal bravura, decidiram sepultá-lo juntamente com a sua

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metralhadora. Na sua sepultura, colocaram o seguinte epitáfio: “Aqui jaz um valente soldado português”.

Esta palestra e documentário fizeram-nos perceber que realmente uma guerra é um acontecimento dramático que afeta todos, mas particularmente aqueles que vão para o campo de batalha; guarda muito sofrimento e histórias frias e cruéis que ninguém, a não ser os soldados, pode imaginar, porque “ sempre que falamos em guerra, vamos encontrar na sua base um montão de cadáveres”. Foi uma atividade muito interessante, uma lição de história e de vida, que nos fez refletir e perceber que, numa guerra, na verdade, não há vencedores, mas há muitos heróis. Ana Sofia Silva, 9.º D


BIBLIOTECA O ESCRITOR PEDRO SEROMENHO VEIO À NOSSA ESCOLA

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a tarde do dia 2 de fevereiro, nós, alunos do quinto ano, tivemos um encontro com o escritor e ilustrador Pedro Seromenho na Biblioteca Escolar.

No início do encontro, o autor começou por se apresentar e falar sobre o seu percurso como escritor. Contou-nos a história A Cidade que queria viver no Campo, um livro com 10 anos e que demorou cerca de um ano a ser escrito e ilustrado. Sobre esta obra, desenhou-nos uma ilustração, enquanto nós contávamos até trinta. Num instante, do papel saiu um tubarão a comer um peixinho e uma menina a voar num balão em forma de coração. O autor ofereceu estes trabalhos à nossa Biblioteca. Ainda nos contou a história do seu livro mais vendido: Por que é que os animais não conduzem.

Este livro lido por nós não tem muita piada, mas por ele é muito engraçado!

Como nós tínhamos trabalhado a obra As gravatas do meu pai nas aulas de Português e já tínhamos estudado a sua biografia, colocamos-lhe algumas questões sobre algumas curiosidades com que tínhamos ficado. Ficamos a saber que, quando tinha a nossa idade, queria ser ajudante de pintor. Perguntamos-lhe então por que tirou o curso de Economia e obtivemos a seguinte resposta com um grande sorriso no rosto: “gostava muito de escrever e de desenhar e, este sim, era o seu grande sonho!” Ficamos a saber ainda que a obra que lhe deu mais trabalho a realizar foi 900 histórias de um rei, porque exigiu muito trabalho de pesquisa sobre a vida de D.

ATIVIDADE DESENVOLVIDA EM PARCERIA COM A BIBLIOTECA MUNICIPAL DE BARCELOS

Afonso Henriques. Por fim, deixou-nos alguns conselhos: para quem quiser seguir a carreira de ilustrador, tem de gostar muito de desenhar e treinar todos os dias. Para se ser escritor, tem de se gostar muito de ler e de escrever, mas não escrever logo o que nos vem à cabeça, porque isso dá mau resultado. É preciso pensar bem nas ideias antes de as escrever. No final deste encontro, houve uma sessão de autógrafos para os alunos que tinham comprado os seus livros e ainda tivemos direito a uma ilustração e a uma foto com o autor. Adoramos este encontro passamos uma tarde incrível!

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Alunos do 5.º D

O teatro veio à escola! No dia 28 de março, os alunos do segundo ciclo assistiram à peça de teatro Os Piratas, da autoria de Manuel António Pina, trazida à escola pela associação cultural Tin.Bra. Atentos, os mais novos seguiram toda a trama, tentando

perceber se o encontro com os piratas tinha sido real ou apenas um sonho. Mas como poderia um sonho ter deixado um lenço vermelho na cabeça do Manuel? Cabe aos espectadores decidir… Professora Dionísia Costa-Rodrigues

Entretanto, deixamos-vos alguns comentários de alunos do 5.º B. Eu gostei muitíssimo, a história fez-me estar atento, queria descobrir o que ia acontecer. E também me ri bastante com algumas “bocas” e asneiras das personagens. Gonçalo Ambriz

O livro está à vossa espera na biblioteca. Requisitem-no!

Eu gostei da peça, das mudanças de cenário e também adorei que não nos tivessem contado o fim da história. Quero descobrir por mim se foi um sonho ou realidade! Aconselho-vos a verem esta peça! Soraia Pereira

A peça teve momentos bons que me fizeram rir, mas também houve momentos em que as coisas se tornavam sérias e havia um estranho silêncio, e isso acontecia sempre que falavam do naufrágio… Rodrigo Ramos

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Gostei que, no final do espetáculo, os atores tivessem falado connosco e nos tivessem contado os seus medos e receios. Eram tímidos, e entrar num grupo de teatro ajudou-os a falar sem medo em público. Até se tornaram tagarelas… Ana Rita Pereira

A peça não me agradou muito, não percebi a história que as personagens estavam a viver… Aquilo foi um sonho do Manel ou era uma realidade? Estavam numa ilha ou num barco? E o Manel era sonâmbulo ou aquilo foi um erro da peça?... Leonardo Ramos

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CRONICAGEM

A luta dos que apenas anseiam pela Paz sobreviver no país natal, reconstruindo as suas casas, outros procuram abrigo nos países vizinhos ou na Europa, tentando encontrar aceitação e novas oportunidades.

As demonstrações antigovernamentais na Síria começaram em março de 2011, fruto da Primavera Árabe. Porém, estes protestos, inicialmente pacíficos, foram rapidamente repreendidos por uma ação violenta da parte do governo de Bashar al-Assad e vários grupos armados começaram a combater entre si. Em julho do mesmo ano, é criado o exército livre da Síria. As divisões entre combatentes seculares e religiosos e diferentes grupos étnicos não param, o que complica ainda mais os contornos deste conflito. 11 Milhões de pessoas já morreram ou foram forçadas a abandonar as suas casas. Uns lutam para

De acordo com a ONU, cerca de 2,5 Milhões de refugiados sírios têm menos de 18 anos. Há meses que não vão à escola, quem sabe até anos. Os mais novos estão confusos e receosos, sentem falta da sua casa e da tranquilidade de uma vida estável. Os mais velhos são forçados a crescer demasiado rápido, a encontrar trabalho e a tomar conta das suas famílias em circunstâncias desesperadoras.

Dão tudo o que lhes resta para pagarem uma viagem que não sabem se terá um final feliz. Vêm amontoados como mercadorias sem sentimentos, sem comer. Entre eles estão adultos, mulheres grávidas, crianças e até mesmo recém-nascidos. Fazem tudo isto para tentarem ter uma vida nova sem o som de balas e bombas como se fossem os ponteiros do relógio que marcam cada hora, cada minuto, cada segundo…

Quando tudo corre bem e chegam à Europa, festejam, pois acreditam que agora vão ser, finalmente, felizes e vão ter paz. Mas, por vezes, ao contrário disso, são massacrados pelos europeus, que têm medo de que estes seres humanos indefesos lhes tirem o trabalho, a casa, os direitos… Puros atos de xenofobia da supremacia branca, enquanto manifestação de medo, de aversão e de profunda antipatia face aos estrangeiros orientais. Desconfiam pela cor dos rostos, agridem pelo Deus a quem rezam envoltos em preconceitos pacóvios e ignorantes.

Aos olhos da Carta dos Direitos Fundamentais da União Europeia, a diversidade cultural, religiosa e linguística (Art. 22.º) deve ser respeitada e a discriminação em razão é proibida (Art. 21.º) – defende-se a igualdade de direitos, de género e de raça; a liberdade para todos os cidadãos e a paz como elemento fundamental. Enquanto seres humanos, todos temos direito a ser respeitados e protegidos, pois a dignidade do ser humano é inviolável (Art. 1.º). No entanto,

atualmente, são várias as cimeiras feitas para discutir o destino destes homens e mulheres, que pelos objetivos desta União seriam claros, não sendo necessária toda esta burocracia diplomática. Estes refugiados são seres humanos como nós, que precisam de se alimentar, que precisam de carinho, de uma mão amiga. São, diariamente, repreendidos e massacrados porque invadem e passam as fronteiras apenas à procura de uma nova vida estável e feliz. Ana Miranda, 11.º A

O turismo em Portugal: horizonte 2020

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ortugal dispõe, desde 2007, de um Plano Estratégico Nacional do Turismo (PENT), que foi desenvolvido para o horizonte temporal 2006-2015, tendo sido objeto de duas revisões. O PENT identificou os dez produtos turísticos estratégicos do turismo português: Sol e Mar, Touring, City Beaks, Turismo de Negócios, Turismo de Natureza, Golfe, Turismo Náutico, Resorts (incluindo turismo residencial), Saúde e Bem Estar e Gastronomia e Vinhos, incluindo as respetivas estratégias para cada um destes produtos. Neste ano de 2017, o governo lançou um novo documento, denominado “Horizonte 2020”, que se fundamenta no setor privado do turismo: no querer ser o destino mais ágil e dinâmico da Europa. O que é que isto quer dizer? Essencialmente, duas coisas: criar condições para que as receitas auferidas pelo setor privado do turismo cresçam em Portugal acima da média dos nossos concorrentes e ser um dos dez destinos mais competitivos do Mundo. Os princípios transversais a todo o documento corporizam e enformam toda a lógica operacional das seis modalidades com que expressam a ambição de qualificação (crescer mais do que a concorrência) e competitividade (figurar no top-10 dos destinos mais competitivos a nível mundial) do nosso destino Portugal: um destino sustentável e de qualidade, um destino de empresas competitivas, um destino empreendedor, um destino ligado ao Mundo, um destino gerido de forma eficaz e um destino que marca.

No Índice de Competitividade em Viagens e Turismo, Portugal posiciona-se em 15.º lugar num ranking global de 141 países. Em termos objetivos, perante um cenário

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prospetivo de expansão moderada do turismo no período entre 2015-2020, Portugal tem ao seu alcance um crescimento médio anual de 2,4% nas dormidas a nível de hotelaria nos próximos cinco anos, para um total de mais de 50 milhões de dormidas. Paralelamente, Portugal pode ambicionar um crescimento médio anual de 3,6% das receitas turísticas internacionais, para um total de cerca de 13,4 mil milhões de euros. Realce-se, com vigor, que este cenário não constitui nem uma previsão nem um objetivo, mas tão-somente um cenário indicativo para que possa ter-se uma ordem de grandeza do desafio que temos pela frente.

Este documento expressa a pretensão de tornar Portugal no destino turístico mais ágil e dinâmico da Europa. Queremos ser mais competitivos e crescer mais nas receitas do setor privado. Esta ambição materializase em seis formas diferentes, que no seu conjunto se complementam:

1. Um destino sustentável e de qualidade, onde crescimento turístico é compatível com a produção de benefícios para o território e as comunidades e onde o Estado, na preservação do território, deve saber cumprir o seu papel;

2. Um destino de empresas competitivas, onde um ambiente saudável para a iniciativa privada promove a concorrência e inovação na atividade turística; 3. Um destino empreendedor, munido de todas as competências e conhecimento que lhe permita ser o país campeão do empreendedorismo turístico; 4. Um destino ligado ao Mundo, onde a conetividade e a mobilidade dos turistas são ferramentas importantes na ativação da

procura;

5. Um destino gerido de forma eficaz, onde a definição clara das competências de cada agente não deve ser um entrave à iniciativa privada, à exploração de sinergias e intensificação da transversalidade do turismo; 6. Um destino que marca, cujas estratégias de promoção e comercialização devem resultar de visões técnicas e não políticas no sentido de almejar a eficiência.

Cada uma destas ambições impõe desafios, pressupõe atuação e implica esforço. O turismo vive uma concorrência feroz e crescente à escala planetária e está particularmente sujeito a novas tendências de mudança: sociodemográficas, económicas, ambientais, tecnológicas e nos transportes. Os desafios que o setor enfrenta, se bem que podem ser genericamente identificados, assumem contornos mutáveis, muito dependentes de circunstâncias externas, sensíveis a intervenções públicas e privadas de vários níveis, sujeitos à inovação, sempre imprevisível, e à concorrência, nem sempre previsível. Em particular, temos de retirar as devidas ilações das mudanças que, em maior ou menor grau, afetarão o quotidiano das pessoas, o mesmo é dizer, dos turistas, senão, vejamos: o ritmo de mudança irá acelerar; boa parte das mudanças serão imprevisíveis, quer quanto à sua natureza, quer quanto ao seu impacto; as atividades que, agregadamente, convencionámos designar por Turismo, serão cada vez mais diversas e heterogéneas; o número de agentes económicos e outros com atividade ligada ao Turismo será cada vez maior; volatilidade nas condições de procura nos nossos mercados emissores em função da

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ocorrência de eventos políticos, naturais ou económicos.

O turismo é hoje a mais importante atividade de serviços à escala global e aquela em que com mais propriedade se pode falar de uma verdadeira concorrência à escala planetária, que vive de fronteiras abertas e que permite a antípodas competir pelo mesmo turista.

A larga maioria dos países da OCDE possui um setor do turismo forte e a quase totalidade dos países em vias de desenvolvimento elegeu o turismo como atividade estratégica essencial para o seu desenvolvimento futuro.

Este contexto, que vigorará no período de 2016 a 2020 a que este documento se reporta, conduz diretamente a duas conclusões importantes: o turismo continuará a crescer à escala global e a concorrência entre destinos alternativos será cada vez mais intensa. Num contexto de cada vez maior concorrência, é de esperar maior dificuldade em diferenciar cada destino, exatamente numa altura em que um posicionamento distintivo assume maior importância na captação de turistas. Por outro lado, o conceito de diferenciação é dinâmico: o que hoje é distintivo pode amanhã ter sido adotado por um ou mais dos destinos concorrentes e deixar de ser relevante.

É também esta a questão estratégica principal que se coloca ao turismo em Portugal: definir um fator diferenciador relevante e criar as condições para que ele possa evoluir e manter-se relevante ao longo do tempo face à concorrência. Adaptado de “Horizonte 2020”

Professor João Luís Silva


CRONICAGEM

Artes e Humanidades As artes e humanidades são, cada vez mais, vistas como algo inútil e dispensável na sociedade. Ou como cursos para pessoas “menos inteligentes”, que querem “fugir à Matemática” ou até mesmo pessoas sem futuro. É verdade que não sou aluna de artes nem mesmo de humanidades, contudo, não o sou muito devido a esta mentalidade. Sem sombra de dúvidas que a última decisão foi sempre minha e, se estou em Ciências, a mim se deve, mas posso, com toda a certeza, dizer que não foi a decisão mais acertada. Lembro-me perfeitamente da reação de inúmeras pessoas quando no meu nono ano disse que estava a ponderar ir para Humanidades. Foram espantosas as palavras que me disseram e a forma como imediatamente me tentaram fazer mudar de ideias.

Cá em casa, a mentalidade era exatamente igual: “Humanidades? Para que serve isso? Queres ir para o desemprego?”. A maior ironia disto tudo é que sempre me ensinaram que devemos seguir o que gostamos, aquilo que nos faz felizes e que, se formos realmente bons e dedicados em

alguma coisa, conseguimos resultados. Confesso que em nenhum momento me foi imposto nada, todavia, quando não temos uma decisão definitiva, a opinião dos que mais gostamos e nos conhecem melhor é tida muito em conta. E as Artes? Para imensas pessoas, as Artes são as Ciências, tudo o que envolve números e contas complexas. O que realmente custa às pessoas que são apaixonadas por esta área não é o facto de os pais e amigos lhes dizerem isso, é terem a consciência que toda a sociedade o pensa, e não só o pensa como o diz. O que as pessoas que nos rodeiam não entendem é que, ao contrário do que imaginam, a vida é feita disto mesmo, a própria vida é arte e tudo o que a envolve também. E nós? Nós não somos nada mais nada menos que uma obra de arte?

Quanto às Humanidades e à desvalorização das mesmas, eu própria vejo isso com uma angústia enorme, é um erro e um problema grave. Não escondo que, por vezes, a saída profissional não é a esperada mas as pessoas não compreendem que isso,

As séries da minha vida Rewrite é um anime (série feita a partir de um mangá, banda desenhada japonesa) que possui 6,4 de IMDb.

Rewrite falanos de um rapaz chamado Te n n o u j i Kotarou que possui o poder de se reescrever, podendo assim

ser mais rápido, mais forte, mais resistente que qualquer um. Porém, este poder tem um custo, embora ele ainda não saiba qual e, por esse motivo, evita usá-lo. Mas a história não anda à volta disto, a verdadeira história é muito mais profunda. Kotarou, um dia, encontra uma rapariga misteriosa de cabelos brancos e a partir daí ele passa a sonhar todos os dias que essa rapariga o mata e, sempre que isso acontecia

cada vez mais, se passa em qualquer curso e se dia após dia continuarmos a desvalorizar o essencial, estamos a desvalorizarmo-nos a nós mesmos, ao nosso bem estas e à nossa vida. Apesar das Ciências terem um inconfundível papel na sociedade atual, a base de tudo está nas Humanidades e nas Artes e há conhecimentos dentro das mesmas que são indispensáveis. Creio que se prolongarmos isto, iremos viver num mundo mais pobre, incompreendido e com uma enorme perda de conhecimento. A cada dia que passa, as pessoas tornam-se mais indiferentes pelo saber e pensam somente em fazer algo diferente. Mas o que é a ciência sem a sabedoria, sem a criatividade, sem o querer e o desejo? Mas, afinal, que nos adianta ter a carroça e não ter os cavalos? “E não, nós que estudamos Artes e Humanidades não vamos para um curso X porque há emprego Y. A gente vai porque não consegue viver sem issoé a nossa paixão. Não podemos fazer nada acerca disso, caros Engenheiros e Doutores, desculpem…” gosto

particularmente desta citação e mesmo como aluna de Ciências assusto-me com a realidade que vivemos. Qual de nós não gosta de ter um quadro bonito na parede do quarto, de ouvir música depois de um dia difícil de trabalho, de tirar fotos diferentes ou de se vestir bem e de forma elegante? E isto não é arte?

Quem não gosta de viajar para outro país e se sentir em casa e à vontade com a língua do mesmo? Quem não lê o jornal ou ouve as notícias diariamente? E sabiam que estudar o passado é dar asas ao futuro? Isto é Humanidades! E agora digam-me conscientemente, isto é indispensável na vida de cada um de nós? “A educação tem de ser global: não basta construir saber, é preciso buscar uma sabedoria!”

Maria João, 11.º A

no sonho, ele acordava e via-a no seu quarto. Mais tarde, ele acaba por descobrir que essa rapariga é a “Chave”, um monstro que pode trazer a destruição da humanidade, mas as descobertas não ficam por aqui. Ele descobre que existem duas organizações secretas que sabem da existência da “Chave”: uma é a Gaia, que deseja a destruição da humanidade e a outra é a Guardian, que a quer proteger e, para isso, quer a

“Chave”. Porém, Kotarou acaba por se envolver com a “Chave” e descobre que na verdade a Kagari (o nome verdadeiro da “Chave”) é um mecanismo de defesa do próprio planeta que faz com que a civilização antiga termine para poder vir uma nova e mais evoluída, mas o planeta já não tem mais forças para uma nova evolução. Então, Kotarou decide ajudar Kagari a evitar a destruição da vida, pois esta seria a última vez que ela reapareceria e, sem vida, o planeta morre.

sufoca, prolonga-se inevitavelmente no tempo. Encontro a tristeza com maior frequência: encerrada num olhar vazio, fundida com duras palavras, acompanhada pela dolorosa falta de esperança. Não existem momentos de tristeza, mas sim vidas tristes.

ter sentido, não existiriam sonhos nem desejos. Por sua vez, a durabilidade da tristeza move-nos a lutar contra esta e a ultrapassar os nossos próprios limites.

João Paulo Campelo Gomes, 8.ºA

Felicidade vs Tristeza Considero-me alguém especial: não por ser melhor que os outros, mas por ser diferente. Diferente ao ponto de deixar a minha mente divagar e se questionar, durante o silêncio da noite, sobre os mais diversos assuntos. Esta noite, a minha mente dividiu a sua atenção em dois temas: a felicidade e a tristeza. Passo-lhe, então, a palavra…

A felicidade e a tristeza são, a meu ver, sentimentos que, embora contrários, possuem uma relação de elevada proximidade pelo facto de pertencerem ao mesmo género sentimental, tal como o amor e o ódio. Contudo, apesar desta proximidade de género, estes dois sentimentos não contrastam apenas no significado, mas também na duração. Pois bem, é sobre esta diferença de

duração que esta noite me questiono e procuro uma resposta.

A felicidade é um sentimento maravilhoso, que nos permite esquecer tudo o que nos rodeia e centrar a nossa atenção na razão da felicidade. Encontro várias vezes este sentimento no caminho incerto que insisto em seguir; encontro-o escondido nas páginas de um livro, oculto no ecrã de cinema, misturado com o aroma do mar ou camuflado num simples abraço. Porém, a felicidade que tanto desejamos não se prolonga no tempo, é resumida apenas a momentos, que marcam mas que têm um fim próximo; não existe felicidade plena, apenas momentos de plena felicidade. Em oposição, a tristeza, que nos

Mas não deveria funcionar de maneira oposta?! Não deveria ser a felicidade duradora, interrompida por escassos momentos de tristeza?! Talvez não! Talvez a natureza tenha amaldiçoado o ser humano e talvez este lhe deva um genuíno agradecimento.

Obrigada, silêncio da noite, por me permitires sonhar. Boa noite! Maria Barbosa, 12.º A

De facto, é devido à existência de apenas momentos de felicidade que o Homem vive sempre com o intuito de os alcançar, pois se esta fosse permanente, a vida deixaria de

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CRONICAGEM

Passam às vezes umas luzes vagas No meio d’esta noite tenebrosa… Na longa praia entre o rugir das vagas, Transparece uma forma luminosa… A alma inclina-se, então, por sobre as fragas, A espreitar essa aurora duvidosa… Se é d’um mundo melhor a prophecia, Ou apenas das ondas a ardoutia. Excerto do original de “Odes Modernas” Publicado em 1876 In Biblioteca Nacional Digital

Antero Tarquínio de Quental nasceu em Ponta Delgada, no dia 18 de abril de 1842.

Nos anos setenta do século XIX pertence a um grupo de reflexão que pretende renovar a mentalidade portuguesa. Profundamente humanista e dotado de uma personalidade complexa, desenvolveu um conjunto de

obras que vão desde a poesia à reflexão filosófica.

Antero de Quental, acompanhado do seu amigo, o escritor e diplomata Jayme Batalha dos Reis, viveu em Santa Cruz, em agosto e setembro de 1870. Vítima de uma doença do foro psiquiátrico, regressa aos Açores, onde se suicida, em 11 de setembro de 1891.

“As Tendências Gerais da Filosofia na Segunda Metade do século XIX.” “Eu não conheço fisionomia mais difícil de desenhar. Se fosse possível desdobrar um homem, como quem desdobra os fios de um cabo, Antero de Quental dava alma para uma família inteira. É sabidamente um poeta na mais elevada expressão da

palavra; mas ao mesmo tempo é a inteligência mais crítica, o instinto mais prático, a sagacidade mais lúdica que eu conheço. É um poeta que sente, mas é um raciocínio que pensa. Pensa o que sente, sente o que pensa.” Oliveira Martins

Foi feita a pergunta...

F

oi feita a pergunta «Por que escreves?» a alguns ícones da literatura; se algumas respostas foram soberbas, outras foram um pouco vazias, talvez porque não saibam o motivo pelo qual escrevem, ou talvez escrevam, tal como eu, porque é algo que os atrai e isso basta para que façam da escrita as suas vidas. Sempre me ensinaram que devemos fazer o que nos desperta interesse, para, assim, sermos mais felizes; então, por que não haveria eu de escrever?

“Eu escrevo poesia porque gosto de cantar quando estou só (…) Eu escrevo poesia porque a minha cabeça contém uma multidão de pensamentos (…) Eu escrevo poesia porque não há razão, não há porquê. Eu escrevo poesia porque é a melhor forma de dizer tudo o que me vem à cabeça no intervalo de um quarto de hora ou de toda uma vida.” Allen Ginsberg

“Posso dizer, sem exagero, sem fazer fita, que não sou propriamente um escritor. Sou uma pessoa que gosta de escrever, que conseguiu talvez exprimir algumas das suas inquietações, dos seus problemas, que os projectou no papel, e fez uma espécie de psicanálise dos pobres, sem divã, sem nada.” Carlos Drummond de Andrade “Eu tive desde a infância várias vocações. Uma delas era escrever. E não

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sei por que foi essa que segui. Talvez porque para as outras eu precisaria de um longo aprendizado, enquanto que para escrever nós aprendemos com a própria vida. É que eu não sei estudar. E, para escrever, o único estudo é mesmo escrever. Desde os sete anos que escrevo, no entanto, cada vez que vos escrever, é como se fosse a primeira vez. Cada livro meu é uma estreia feliz. A esta capacidade de me renovar toda à medida que o tempo passa, é o que eu chamo de viver e escrever.” Clarice Lispector

“Tenho a impressão de que se eu soubesse responder a essa pergunta deixaria de ser escritor. Não haveria condições, pois isso está além da minha compreensão. Esta pergunta é tão grave como se perguntassem “Porque vive? Porque ama? Porque morre?”. Talvez eu escreva para atender a essas três presenças que são as únicas que existem na vida de um homem. No verso de Eliot: “Birth, copulation and death”; eu diria “ nascimento, amor e morte”. Não sei porque escrevo. Eu nasci, virei homem e vou morrer.” Fernando Sabino “Porque escrevo é um negócio complicado… Eu tenho a impressão de que escrevemos por dois motivos. Ou por excesso de ser- é o tipo de escritor transbordante, como a maioria dos

Antero de Quental Antero de Quental permanece vivo no nosso tempo. O contributo dado ao pensamento moderno português não foi em vão. A atração que a sua personalidade, forte e rica, despertou nos contemporâneos continuou a manifestar-se nas gerações seguintes; o seu pensamento e a sua obra literária têm sido frequentemente estudados, comentados e interpretados. O seu temperamento opulento e flexível, o seu caráter fundamentalmente reto e sincero, embora declamatório, a sua vida acidentada e cheia de aspirações, a sua sensibilidade sempre alerta e sempre ansiosa, a sua imaginação de fogo, o seu pensamento envolto no torvelinho do século, as suas ambições de reforma social apesar do seu desejo de recolhimento e de quietação, a própria doença da sua vontade e da sua nevrose, o valor da sua obra literária, tudo isso e tudo o mais que a sua personalidade sugere têm constituído um ponto de interesse que frequentemente chamou a atenção dos críticos literários e dos historiadores da cultura.

escritores, é uma atitude completamente romântica- ou por falta de ser. Eu sinto que me falta alguma coisa. Então, escrever é uma maneira que tenho de me completar. Sou como aquele sujeito que não tem perna e usa uma perna de pau, uma muleta. A poesia preenche um vazio existencial. Às vezes, eu escrevo porque quero dizer algo que acho que não foi dito ou porque me interessa que conheçam o meu ponto de vista. Às vezes, escrevo também por prazer.” João Cabral de Melo Neto

Orientado por um entusiasmo poético, o filósofo expressa no soneto ODES MODERNAS essa revolução espiritual, que se verifica no seu poema que Eça rememora: “...os transcendentes recantos, Aonde o bom Deus se mete, Sem fazer caso dos Santos, A conversar com Garrett!”

Cf. este poema em Eça na sua obra; “Notas Contemporâneas.”

No meu parecer, este vulto VIVE sempre no rumo da nossa cultura, quer pelas obras que escreveu na segunda metade do século XIX, quer pelo legado filosófico, histórico e cultural. Ecletismo e Sagacidade nunca lhe esvaíram a mente, mas sempre a completaram. Raciocínio e sensação nunca o subestimaram, mas sempre o fortaleceram. Seria ótimo que muitos de nós se tornassem “ANTEROS de QUENTAIS!”. Tenho dito...

Professor Tiago Cerqueira

não gostamos? Escrevo porque é uma necessidade inevitável da alma de expressar o que sinto ou penso. É um desejo de gritar os pensaFotografia: Jorge Pimenta mentos num “Antes eu dizia: «Eu escrevo porque pedaço de papel, é uma forma de me não quero morrer.» Mas agora eu libertar de um mundo em que toda a mudei. Escrevo para compreender.” gente fala mas ninguém escuta. Escrevo José Saramago para compreender e leio para ser com“Acho que para cada escritor há uma preendida. Escrever é alimentar a alma, razão diferente. No meu caso, num certo atrevo-me a dizer que às vezes sinto sentido, é o desejo interior de dar um testemunho do meu tempo, da minha que se não escrever não vivo. Escrever gente e principalmente de mim mesma: é viver, não só a nossa vida, mas tameu existi, eu sou, eu pensei, eu senti, e bém as das personagens, é ir em busca eu queria que soubessem. No fundo, da tranquilidade, da realização pessoal e é esse o grito do escritor e de todo o da atenção do próximo. artista. Todo o artista se quer fazer ver. Eu existo, olha para mim, escuta o que Jamais serei capaz de traduzir gostos ou eu te quero dizer. Creio que é por isso sentimentos, por isso, nunca ponderei que escrevemos.” Rachel de Queiroz responder qual a verdadeira razão Se eu pudesse condensar um pouco de porque escrevo ou até mesmo porque cada citação, faria a minha resposta qua- isso me apaixona. se ideal à pergunta “Por que escreves?”. Eu escrevo essencialmente por paixão, Porque escrevo? Nem eu sei… afinal qual é a piada de fazermos o que Maria João, 11.º A

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ARTES

Papel da arte na sociedade A arte é algo bastante complexo, que transborda beleza e subjetividade e que marca a sua presença em diversos aspetos da sociedade. A arte tem uma grande capacidade de se camuflar nas mais simples situações: oculta-se no ecrã de cinema, dança pelas páginas de um livro, funde-se com as tintas de uma pintura e infiltra-se nos acordes de uma guitarra, e tudo isto se deve ao seu poder e importância na sociedade.

se ria perante uma cena engraçada de um filme, se revolte com a situação retratada numa violenta peça de teatro e se solte a voz acompanhada pela música favorita! Concluindo, penso que a arte nos autorretrata, nos permite experimentar as mais belas sensações e

mudar aquilo que nos incomoda, ensinando-nos a ser melhores. A arte permite que a sociedade voe, mesmo quando lhe cortam as asas! Maria Barbosa, 12.º A

Sim, porque a sociedade é movida pela arte, sendo que esta é capaz de mudar o mundo, alterar realidades, ou mesmo, aperfeiçoar a humanidade. De facto, são imensas as obras que são adaptadas ao cinema ou representadas no teatro com o intuito de chegar a um público maior, provocar a reflexão e incentivar à mudança; são várias as pinturas abstratas pintadas com a urgência de que alguém possa ver nelas o caminho a seguir. Também a música, muitas vezes, pretende expressar uma realidade menos boa e incentivar à sua mudança, tendo, como exemplo, as imensas canções de revolta portuguesas que pretendiam criticar o Estado Novo.

Por outro lado, para além de ensinar, a arte permite que as pessoas se exprimam, que se deixem invadir pelos sentimentos que a mesma transmite; permite que se chore perante um desfecho trágico de um livro,

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ARTES

Andy Warhol e os Velvet Underground Falar de Andy Warhol sem falar dos Velvet Underground e Nico é impossível, da mesma forma que não se pode passar pelos Velvet Underground e Nico sem, pelo menos uma vez, escrever o nome Warhol.

Em 2017, comemoraram-se duas datas de números bem redondos: 30 anos da morte de Andy Warhol, no dia 22 de fevereiro, e os 50 anos da edição do álbum, Velvet Underground and Nico, com a tão famosa capa da banana, feita por Warhol, no dia 12 de março. Comece-se, então, pelo primeiro; filho de emigrantes checoslovacos. Andrew Warhola nasce em Forest City, Pensilvânia, algures entre 1928 e 1931, são indicadas várias datas para o seu nascimento, afirmando o próprio Warhol que a data de 1930 no seu registo de nascimento estaria incorreta. Em 1949, termina o curso com o título de “Bachelor of Fine Arts” e começa por trabalhar como desenhador publicitário para as revistas Vogue e

Harper´s Bazaar; trabalha ainda como decorador de montras e executa os primeiros desenhos para um fabricante de sapatos. Por esta altura, abrevia o seu nome para Andy Warhol.

A primeira exposição individual em Nova Iorque remonta ao ano de 1952 e a coletiva ao ano de 1954. Por esta altura, pinta o cabelo de cor loiro-palha, adquirindo assim a sua imagem de marca que o acompanhou até à morte. Warhol continua a fazer desenhos e a participar em exposições coletivas ou

individuais, recebe algumas distinções como desenhador e como desenhador publicitário. Em 1960, juntamente com Roy Lichtenstein, executa os primeiros quadros a partir de bandas desenhadas e as duas primeiras garrafas de cocacola. Começa, então, a desenhar-se o movimento de arte, Pop Art.

Passados dois anos, aparecem as primeiras telas das latas de sopa Campbell, da nota de dólar. Warhol cedo se apercebe que a pintura a acrílico é mais demorada a concluir e começa a fazer as primeiras serigrafias, dedicadas às estrelas americanas, Elvis Presley, Marilyn Monroe, Elizabeth Taylor, Jackie Kennedy, às quais se seguiram outras personalidades internacionais como Mao Tsé Tung e Mick Jagger. Constrói e expõe ainda mais de trinta caixas de Sopas Campbel.

Completamente rendido à serigrafia, Warhol aluga um armazém que se torna célebre como Factory e nesse local inicia a produção em massa de serigrafias, bem como a produção de filmes, com a ajuda do seu assistente, o poeta Gerad Malanga. Entre 1962 e 1964, a Factory produz mais de 2000 trabalhos e, nos anos que se seguem, são realizados mais de 75 filmes. A Factory e o seu mentor tornam-se o centro de todas as atenções em Nova Iorque; toda a gente conhecida, menos conhecida ou prestes a ser conhecida se quer cruzar com o pai da Pop Art, frequentar o seu nicho criativo e, com um bocado de sorte, ser fotografado pela sua máquina de polaroides e vir a ser uma serigrafia gigante ou um conjunto de serigrafias coloridas.

Apesar de ser uma pessoa discreta e tentar passar despercebido na multidão, Warhol vê-se rodeado de poetas, músicos, atores, artistas de todas as áreas. Também começam a aparecer os seus inimigos e, por volta do ano de 1964, um dos seus quadros sofre um atentado, uma mulher armada dispara sobre os quadros de Marilyn Monroe. Por esta altura, o músico de formação clássica, John Cale, juntamente com

Lou Reed, que tinha começado por aprender a tocar piano clássico em miúdo, e Sterling Morrison, formam os Velvet Underground. Na formação inicial, o baterista Angus MacLise seria substituído pela menina franzina e de cabelo cortado à rapaz, Moe Tucker, em 1965. Os Velvet Underground são muitas vezes arrumados em “estantes” como grupo de rock avant-garde, música underground, música alternativa ou experimental. Em 1967, cruzam-se os caminhos de Andy, Lou e Cale. Andy financia a gravação do primeiro álbum dos Velvet Underground, mas impõe a entrada da sua amiga, cantora e modelo alemã, Nico. O álbum tem o nome de The Velvet Underground & Nico e na capa um desenho de uma banana amarela, feita pelo próprio Andy Warhol. Apesar de ter sido um fracasso comercial no lançamento, pelo seu lado experimental e pelas composições controversas, como na letra da música Heroin, a revista Rolling Stone considera-o um dos álbuns mais influentes e bem-sucedidos da história, figurando o 13º lugar na lista dos 500 Maiores Álbuns de Todos os Tempos. A verdade é que, mesmo passados 50 anos, nunca mais se ouviu algo como All Tomorrow´s Parties, em que a voz doce de Nico se cruza com o som estridente da viola de arco de John Cale, ou o clássico Sunday Morning, uma melodia doce que apetece ouvir todos os domingos quando a vida nos obriga a acordar cedo.

Em 1968, o segundo álbum do grupo White Light/White Heat afasta Andy Warhol dos Velvet Underground e a Nico acaba por ser expulsa da banda. Depois do lançamento deste álbum, John Cale acabaria por abandonar o grupo, após uma luta renhida pela liderança com Lou Reed.

“A minha filosofia é a seguinte: cada dia é um novo dia. Não me interrogo muito sobre a Arte ou sobre a vida: isto é, a guerra e as bombas dão-me muito que pensar, mas geralmente não se pode fazer muito contra isso.” “Sou extremamente passivo. Aceito as coisas como elas são. Limito-me a olhar; eu observo o mundo.” Andy Warhol

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Warhol continuou o seu trabalho em massa e em grande escala; atualmente, as suas obras são reconhecidas mundialmente e copiadas vezes sem conta. O pai da pop-art ainda deu a conhecer ao mundo o artista Jean Michel Basquiat. Em 1987, Andy acabaria por morrer um dia após uma simples operação à vesícula. Os Velvet Underground terminariam em 1973, com Lou Reed e John Cale a seguirem os seus projetos a solo. Em 1989, Reed e Cale juntam-se para gravar um disco de homenagem a Warhol, Songs For Drella, apelido de Warhol, numa mistura de Drácula e Cinderela. Entre 1990 e 1994, os Velvet ainda dão alguns concertos, culminando e terminando com o álbum duplo Live MCMXCIII. Professora Raquel Mendes


A ARTE NA ESCOLA

Mariana Martins, Daniela Silva, Joana, Paulo Oliveira, Gonçalo, Sandra, 6.º D

Mariana, Inês Oliveira, Tânia Sofia, Iara, Leonardo, Bruno, 6.º B

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BD

Maria Sousa, 7.ยบ D

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EFEMÉRIDES | A ESCOLA EM MOVIMENTO

500 Anos da primeira exibição do Auto da Barca do Inferno terá, eventualmente, morrido em 1537. Terá sido, talvez, uma espécie de organizador de espetáculos durante cerca de 35 anos nas cortes de D. Manuel I e D. João III. Foi durante esse tempo que escreveu a maior parte das suas peças, incluindo o Auto da Barca do Inferno.

No ano transato, 2016, a maior peça de Gil Vicente, Auto da Barca do Inferno, fez 500 anos desde a sua primeira exibição.

Foi no Natal de 1516, nos Paços da Rainha D. Leonor, que a peça foi exibida pela primeira vez.

O seu autor, Gil Vicente, um grande autor dramático português, deixa muitas dúvidas sobre a sua vida, tanto a nível pessoal com a nível profissional. Além de escritor, supõese que tenha sido também ourives devido à assinatura deixada na Custódia de Belém, uma peça muito valiosa na História de Portugal. O dramaturgo nasceu, provavelmente, por volta de 1465, em Guimarães, e

Gil Vicente foi realmente o criador do teatro português devido ao impacto que a referida obra teve e continua a ter na sociedade. É uma peça que visa principalmente criticar a mentalidade da época de transição entre a Era Medieval e o Renascimento.

É uma obra composta por 12 cenas, em que estão sempre presentes o Diabo, o Anjo e o respetivo “condenado”, nomeadamente: o Fidalgo de Solar (vaidoso, arrogante e explorador dos pequenos), o Onzeneiro usurário (usura= empréstimo de dinheiro, cobrando juros elevados, que viveu do lucro desenfreado), o Sapateiro (que ouviu missas e morreu confessado mas roubou o

povo com o seu mister), o Frade (sensual e galante), a Alcoviteira (que “criava” as meninas para a prostituição), o Judeu (que foi marginal perante a igreja católica), o Corregedor (subornável e corrupto), o Procurador (desonesto e cúmplice do Corregedor), o Enforcado (condenado em vida por roubo e era também subornável) - estes seguiram para o Inferno. Apenas o Parvo (que não errou por malícia) e Quarto Cavaleiros (que morreram a combater em África pela fé de Cristo) seguiram para o Paraíso. Com esta obra, Gil Vicente mostrou que, na sociedade da época, mereciam a salvação os tolos e os mártires. O seu teatro tinha como objetivos divertir, criticar e corrigir (“ Ridendo castigat mores” – A rir se castigam os costumes).

Por isso, esta obra teve e continua a ter um grande impacto na sociedade, fazendo soltar imensas reflexões e gargalhadas nas maiores salas de espetáculos do nosso país. Ana Sofia Silva, 9.º D

DIABO: À barca, à barca, houlá! Que temos gentil maré! DIABO: Quem reze sempre por ti?!... Hi, hi, hi, hi, hi, hi, hi!... Tu que viveste a teu prazer, Pensando cá guarnecer Por aqueles que lá rezam por ti?!.. DIABO: À barca, à barca, senhores! Oh! que maré tão de prata! Um ventozinho que mata E valentes remadores! DIABO: Ora muito me espanto por ver Não vos salvar o dinheiro!... DIABO: Oh! Que gentil recear, E que divertido para mim!... DIABO: Ó onzena, como és feia E filha da maldição! PARVO: Ao Inferno?... Espera lá.... Ui! Ui! É a Barca do cornudo!!! Pêro de Vinagre! Beiçudo, Lenhador de Alverca, uh, uh!

Ida ao Teatro Auto da Barca do Inferno No âmbito da disciplina de Português, no passado dia 10 de fevereiro, os alunos do 9.º ano viajaram até Braga, nomeadamente até ao Theatro Circo, para assistir à dramatização da peça de Gil Vicente, Auto da Barca do Inferno.

Esta obra já tinha sido estudada nas aulas, por isso, as nossas expectativas de ver em palco a concretização do que lemos, analisámos e comentámos nas aulas eram elevadas. Inicialmente, o cenário e a ação causaram-

nos alguma estranheza, mas rapidamente percebemos que se tratava de uma versão alternativa da peça, que, afinal, é intemporal. O elenco que a representou era constituído por atores muito engraçados e peculiares, sendo impossível ficar indiferente à sua performance em palco e ao seu profissionalismo. O Diabo captou logo a nossa atenção, pois tratava-se de uma personagem muito dinâmica, que, com as suas ações inesperadas e cómicas, conseguiu pôr toda a gente a rir, tornando assim a peça

mais apelativa e hilariante.

Na nossa opinião, esta atividade contribuiu para que conseguíssemos entender melhor a peça e a intencionalidade crítica de Gil Vicente, que denuncia os vícios da sociedade do seu tempo e nos faz refletir que, afinal, muitos desses vícios ainda se mantêm atuais. Consideramos, portanto, que os objetivos delineados para esta atividade foram atingidos e que valeu bem a pena nossa deslocação até Braga, não só tendo em conta a qualidade do espetáculo como a majestosa

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sala onde a peça foi dramatizada: guardamos na memória todo o dourado e vermelho, o veludo das cortinas, o requinte da decoração, aspetos que retratam a elegância e o luxo e que nos fizeram lembrar os tempos passados, permitindo-nos sentir como se pertencentes à alta nobreza. O Theatro Circo é, deveras, um espaço encantador, propício à realização de espetáculos memoráveis. Ana Margarida Bouças N.º 2 Maria Laura Garcia N.º 21 9.º C

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ENTRE NÓS E AS PALAVRAS

A NATUREZA

É difícil educar!

Na natureza Existem plantas e animais, Mar, vento e nuvens, Maravilhas fenomenais.

Não há hora nem lugar Sendo pobre ou sendo rico Como é difícil educar Muito admirada eu fico!

Quando a chuva aparece O ambiente escurece, As pessoas escondem-se Mas a vegetação agradece.

Sinto gosto e admiração Quando vejo alguém a educar Mas também desilusão Ver outros a desrespeitar

Quando o sol se põe A lua nasce, O céu fica estrelado Com um brilho celeste.

Para educar não é preciso curso Não há sexo nem idade Nem é um grande discurso Que mostra autoridade

Quando eu me deito Fico a pensar, O que será do mundo Se o continuarmos a estragar?

A sociedade é egoísta Nada fazendo para melhorar Tanta falta de educação Todos tentam ignorar

A natureza é bela, Por isso vamos tentar As atitudes mudar, Para que as próximas gerações Possam vivenciar A beleza que lhes estamos a deixar!

Gonçalo Soares Vilas Boas, 6.º D

O amor depende de ti, Depende daquilo que dás. Só te permites ser feliz Se as tuas intenções não forem más. Amar a pessoa errada é devastador É experimentar a dor na sua imensidão. Não dês tudo de ti de uma só vez Para o teu coração não sofrer em vão. Quando amas, sentes-te completo, Sentes-te realizado, Mas não te esqueças de ti, Para não acabares desanimado…

AMOR… A tua bondade, Os teus problemas, A tua originalidade e os teus enganos Deixam-me louco…

Angélica Fernandes, 10.º A

Ignoram sim, é verdade Muitas vezes sem pensar Outros por não ter autoridade Como é difícil educar! Se chamam alguém à atenção Esse alguém põe-se a chorar Tirando por vezes a razão A quem o quer educar Todos somos educadores O exemplo temos que dar Com os nossos e com os outros Temos que ajudar a educar Janeiro, 2014 Natália Ferreira

Joca Gomes, 11.º 1

O AMOR É…

A tua fofura, A tua dureza, O teu conhecimento e o teu cheiro Deixam- me louco…

O amor é um sentimento, Cheio de magia. O amor é um momento Que causa alegria.

As tuas ilustrações, A tua parte mais escura, O teu tom de azul mais forte e A tua energia Deixam.me louco…

O amor é uma palavra Simples, mas complicada. O amor para uns é tudo E para outros não é nada. O amor é um mistério Ainda por resolver. O amor está à nossa frente, Mas nem todos o querem ver.

E sim, estou a falar de ti: “Física 10”, da Raíz Editora para o 10.º ano. Henrique Alvelos- 10.º A

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Fazes-me tão bem... Não sei porquê, Não sei o que tens Mas fazes-me bem... És tudo para mim, E se te tiver comigo Não preciso de mais nada... Vejo em ti Tudo o que preciso para viver, És o meu ar, A minha luz E já tudo depende de ti.... Dependo completamente de ti, E apesar de não ser saudável Sou feliz assim... Porque te tenho, E se te tenho a ti Tenho tudo... E fazes-me tão bem...

Mariana Grenha, 6.º D

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ENTRE NÓS E AS PALAVRAS

UM POEMA

UM POEMA

Poemas são tristezas, Expressam falhanços de uma vida… Poemas são lágrimas, Lágrimas sentidas…

Vai e vem Vem e volta, Qual será o motivo desta grande volta?

Na vida, passei por muito E hoje não sou feliz Embora tenha tudo o que sonhei, Tudo o que sempre quis.

O que será que fazemos aqui Neste mundo encantado? Será uma passagem para uma vida melhor do outro lado?

Não sei o que fazer, Estou perdido na minha vida, Não sei o que pensar, Não vejo mais saída…

Mas o que é isto que nos mantém? Qual o sentido de estarmos aqui? Porque não nos leva, Já que foi Ele que nos pôs aqui? Qual a nossa missão? Qual o sentido de tudo isto? Será preciso um cais para decidir para onde vamos? Céu, Inferno, Valhala! Tudo isto e muito mais, O porquê de descurar de sentimentos E de coisas banais! Maria Laura Garcia – 9.º C

De onde eu vim, Relações valem mais do que contas. Conta mais aquilo que eu sinto Do que aquilo que me contas. De onde eu vim, Acreditamos no carma São três dedos contra ti Cada vez que apontas para a distância…

O FUTEBOL

POEMA

Por vezes, o Futebol faz-nos sofrer, Mas não é por isso que deixamos de o ver!

Poema, poema, Que rara beleza Escrever esses teus versos intensos Que a vida mascara com subtileza.

Quando temos amor a um clube, Qualquer coisa sobre ele é sempre uma virtude… Não é por perder que deixarei de o amar, Mas em qualquer lugar irei sempre lá estar…

Escondes do mundo a tua grandeza, Mas lá no fundo dos teus imensos versos Existe a memória contigo conciliada…

Quando entras em campo, dou a vida por ti, Pois irei sempre confiar na alegria que senti!

Que te diz a memória? Talvez a caneta seja mais forte que a espada…

É com orgulho que canto sobre a tua Vitória, É com respeito que te vejo ter a Glória!

Muitas guerras se evitaram com tratados, etc. Mas no meio disso tudo O mais radical do mundo É a vida de um poeta!

Nunca te deixarei voar sozinho, Estarei sempre contigo, não importa o perigo!

Perdido na escuridão, Com os meus sonhos de menino Tenho medo de quase tudo, Tenho horror de ficar sozinho. Magoaste-me muito, Agora não vou atrás, Segue com a tua vida, Que agora quero paz! Ainda mexes comigo, Esta ferida vai sarando. Mas, enquanto não sara, Aos poucos me vai matando… São 5 h. da manhã, Não consigo sorrir… Talvez a madrugada seja Para pensar e não dormir.

André Oliveira, 9.º D

João Araújo, 9.º D

Ana Francisca Silva, 9.º C

Paixões e discussões. Está tudo ao revés, Mas nós aguentamos tudo

Porque não há povo como o PORTUGUÊS. Remámos mares e marés, Sempre com grande emoção, Sempre soubemos que ia ser duro, Mas temos instinto puro. Há uns quantos anos, Notei a diferença, Seguem para outros países Em busca de recompensa… Desculpem a revolta Nestas linhas que fiz, Mas não aceito que, para uma vida melhor, Um português tenha de deixar o seu país…

Metafisica do tangível A morte em cada frase em cada plano inclinado, a impressão das sombras mesmo sem o transparecer, um mundo subterrâneo, lugares estritos e a celebração de tudo quanto se extingue, tudo na simplicidade absurda de se ser sem se saber o quê ou porquê... Professor Jorge Pimenta

Paulo Alexandre Coelho, 9.º C

Fotografias Professor Jorge Pimenta

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A VOZ DOS MAIS PEQUENOS

Concurso de Poesia Concelhio No passado dia 31 de março, pelas 21 horas, realizou-se a final do Concurso de Poesia Concelhio, promovido pelo Município de Barcelos e pela Rede de Bibliotecas Escolares de Barcelos.

O Auditório da Câmara Municipal encheu-se para receber os “Pequenos Grandes Poetas” prontos a declamar poesia.

As representantes do nosso agrupamento na modalidade de Declamação foram, no Escalão A | PréEscolar, Sofia Santos Ferreira Viamonte Silveira, do Centro Escolar de Viatodos que declamou o poema Se a panela tem asas, de Luísa Ducla Soares; no Escalão B | 1.º Ciclo, Carolina Campos Ferreira da Silva e Mariana Carvalho da Silva, da Escola Básica de Negreiros, com o poema Onde tudo aconteceu, de António

Mota. A vencedora da modalidade de Criação de Poema Inédito, no Escalão A | 1.º Ciclo, foi a aluna Jéssica Pereira, do Centro Escolar de Viatodos, que escreveu o poema Tarde Fria. Foi com uma enorme satisfação que vimos as nossas alunas da modalidade

de Declamação, quer do Pré-escolar, quer do 1.º ciclo, a serem as grandes vencedoras nesta final concelhia. MUITOS PARABÉNS PARA ELAS! Muito obrigada pela participação! Professora Glória Braga

Olhares sobre os nossos direitos Os alunos dos 3.º e 4.º anos de Covo S.ta Eulália foram convidados escolaridade da Escola Básica de Rio a participar numa atividade levada a cabo pela Biblioteca Municipal de Barcelos, em parceria com o museu de Olaria, numa abordagem aos direitos das crianças. Após uma apresentação em powerpoint sobre a convenção dos direitos das crianças, centrou-se a atenção no art.º 32.º, que destaca a proteção das crianças do trabalho infantil. A atividade prosseguiu com um debate sobre este artigo, com posterior ilustração

em suporte de papel. Este trabalho, juntamente com outras ilustrações de diversas escolas, abordando diferentes artigos, serão utilizadas pela equipa do Museu de Olaria, recorrendo à técnica de azulejaria, para a construção de um painel, conforme já existe em algumas escolas do concelho.

Foi uma experiência diferente e a tomada de conhecimento de uma estimulante. Para além do trabalho nova técnica de expressão plástica. em equipa realizado pelos alunos, Professora Anabela Barbosa estes ficaram mais enriquecidos com

Ler é a base do saber A Escola Básica de Rio Covo S.ta Eulália orgulha-se de participar em projetos/atividades com um impacto qualitativo nas aprendizagens dos seus alunos/crianças, em articulação com os diversos intervenientes, nomeadamente toda a comunidade educativa e instituições concelhias, criando elos e sinergias muito valiosas para o sucesso escolar dos alunos. Com o objetivo anteriormente referido, as crianças do jardim de infância e os alunos do 1.º ciclo empenharam-se na elaboração de poemas inéditos e na declamação de outros de autores

conhecidos, participando no concurso concelhio de poesia “Pequenos/Grandes Poetas”. Enquadrado no incentivo à leitura e em articulação com a escola, os pais recorreram às obras literárias recomendadas nas metas curriculares para decorar chapéus com motivos alusivos às mesmas. As obras de arte daqui resultantes puderam ser admiradas na exposição da “Festa da Isabelinha”. Continuando com o desiderato da importância da leitura no desenvolvimento de capacidades das crianças, comemoramos a semana da leitura com um conjunto de atividades, das quais se destacam a visita à Biblioteca Municipal de Barcelos para participar na atividade “Hora do Conto: histórias que marcam” e leitura em espaço escolar com momentos de “prazer de ler ao ar livre”. As atividades realizadas proporcionaram um conjunto de experiências estimulantes na área da leitura, no desenvolvimento da imaginação e criatividade. Professora Anabela Barbosa

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EDUCAÇÃO PARA A SAÚDE

Dia Mundial da Alimentação 16 de outubro

O dia 16 de outubro é o Dia Mundial da Alimentação.

Esta comemoração assinala a fundação da FAO (Food and Agriculture Organization), organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura, em 1981, e este dia é, na atualidade, celebrado em mais de 150 países com a intenção de consciencializar a opinião pública sobre questões globais relacionadas com a nutrição e a alimentação.

Neste ano, os alunos do 6.º A foram desafiados pela professora de Ciências Naturais a construir uma Roda dos Alimentos com alimentos “reais”. Tornou-se necessário fazer uma ressalva em relação ao Grupo dos Prótidos: como as carnes são alimentos altamente perecíveis, decidimos representá-lo, preenchendo o seu espaço apenas com ovos e latas de atum. A “Roda” esteve exposta na Biblioteca durante todo o dia, atraindo a atenção de todos os que

por lá passaram. A Roda dos Alimentos tem por objetivo reforçar os bons hábitos alimentares das pessoas. A Dieta Mediterrânica, tradicional em

em 2013. O nosso padrão alimentar é visto como o mais saudável e mais sustentável do mundo. No entanto, nas últimas décadas, assistiu-se a diversas alterações nos hábitos alimentares da população da zona mediterrânica, verificando-se uma diminuição do consumo de alimentos tradicionais da sua dieta. A Dieta Mediterrânica sobressai pela sua diversidade e sazonalidade e tem as seguintes características:

• Consumo elevado de alimentos de origem vegetal (cereais pouco refinados, produtos hortícolas, fruta, leguminosas secas e frescas e frutos secos e oleoginosos);

Portugal, Espanha, Marrocos, Itália, Grécia, Chipre e Croácia foi reconhecida pela UNESCO como Património Cultural Imaterial da Humanidade

• Consumo de produtos frescos, pouco processados e locais, respeitando a sua sazonalidade; • Utilização do azeite como principal

gordura para cozinhar ou temperar alimentos; • Consumo baixo a moderado de laticínios;

• Consumo frequente de pescado e baixo e pouco frequente de carnes vermelhas; • Consumo de água como bebida de eleição e baixo e moderado consumo de vinho a acompanhar as refeições principais;

• Realização de confeções culinárias simples e com os ingredientes nas proporções certas.

Educar em casa é algo extremamente importante. Muitos pais restringem o termo educação apenas para a ética e moral, mas há muitos outros valores a ser transmitidos; entre estes está a educação para a saúde. Coord Ed Saúde

Professora Mª Carmo Andrade + 6.º A

Debate sobre

A influência das Redes Sociais na atualidade No dia 30 de março, os alunos do 6.º D participaram num debate sobre “a influência das Redes Sociais na atualidade”.

Decidiram ilustrar o debate com cartazes, usando o logótipo das diferentes redes sociais. No nosso debate, alguns alunos eram contra a utilização das redes sociais, enquanto outros eram os seus obstinados defensores. Também contamos com um juiz, um júri, fotógrafos e jornalistas. Depois de uma interessante troca de argumentações sobre as redes sociais, os jornalistas redigiram o breve questionário que se segue: “Qual é o teu comportamento nas redes sociais? És daquelas pessoas que costumam postar vários comentários e fotos de toda a família e amigos?”

O debate foi muito renhido. Concluímos que hoje já não conseguimos viver sem as redes sociais. Contudo, todo cuidado é pouco para que não nos comprometamos ao publicar uma mensagem, um comentário ou até mesmo postar uma imagem inapropriada na internet. É que quando se fala em internet, é tudo muito rápido...

É verdade que esta ferramenta proporcionou inúmeras formas de comunicação entre as pessoas. É possível, com apenas um clique, interagir a qualquer momento com pessoas de todo o mundo e ficarmos a saber os mais recentes acontecimentos a nível internacional. A distância já não existe mais. Acreditamos que a internet aproximou as pessoas.

A internet é um território livre onde todas as pessoas podem expor ideias e opiniões sobre qualquer assunto. No entanto, as redes sociais, se mal utilizadas, também oferecem perigos, podendo mesmo ser usadas contra nós e prejudicar a nossa imagem.

Ao nos cadastrarmos nas redes sociais,disponibilizamos dados que, desde que não sejam pessoais e usados com moderação, não são um problema. Mas, se as pessoas não souberem fazer uma utilização adequada das Redes Sociais, poderão ter problemas. É muito arriscado expormos aí a nossa vida particular, pois há muita gente que se aproveita disso… Devemos ter cuidados redobrados com a publicação de fotos e com cometários que deem indicações sobre as nossas rotinas e os hábitos dos nossos familiares, onde moramos, se vamos de férias, etc.

a sua origem, o motivo pelo qual a pessoa está a adicionar-nos e quais as relações com o nosso perfil. Cuidado com falsos perfis!!! Sim... há quem os use.

Exposição - é comum postarmos fotos e dados pessoais, tais como o endereço de nossa casa, local onde estudamos, telefones, etc. Estas atitudes, aparentemente inofensivas, podem ser utilizadas para os mais diferentes fins. É muito importante prestarmos atenção às informações que postamos e refletirmos se essa exposição é realmente necessária.

Consideramos que o tema gerou muito entusiasmo entre todos. A atividade decorreu muito bem e foi útil porque tomamos conhecimento de perigos sobre os quais nunca havíamos refletido. No final, a professora Mª do Carmo tirou-nos uma foto para que possamos relembrar o momento.

Do nosso debate, ficaram os seguintes alertas sobre os perigos que esses ambientes podem oferecer:

Cyberbullying - corresponde a toda a prática que utiliza a internet para divulgar textos e imagens com a intenção de constranger, humilhar ou perseguir pessoas. Infelizmente, assim como o bullying, esse tipo de ação tem-se tornado comum. O que pode começar com uma simples brincadeira pode gerar graves consequências.

Professora Mª Carmo Andrade + 6.º D

Privacidade - na maioria das redes sociais, podemos controlar quem pode ver e ter acesso aos nossos dados pessoais. Devemos autorizar somente os nossos amigos, familiares e pessoas em quem realmente confiamos. Hoje, existe uma certa competição entre os jovens para ver quem tem mais amigos ou mais seguidores nesses espaços. Antes de adicionar qualquer contacto, devemos analisar

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FEIRA DA ISABELINHA

Feira da Isabelinha A origem

No início do séc. XX, na localidade de Viatodos, existia uma pensão cuja proprietária era usualmente apelidada de Isabelinha. Os viajantes, vindos das diversas localidades vizinhas, que por aqui passavam, a caminho das diversas feiras que na região e época se realizavam, faziam desse local um ponto de encontro obrigatório, onde saciavam a fome, matavam a sede e alguns até por lá pernoitavam, descansando das suas longas caminhadas a que os seus modos de vida forçavam. Era tão grande a quantidade de forasteiros que por aqui passavam, que o nome Isabelinha por vezes se confundia com o nome da própria localidade. A assegurar este facto, não eram raras as vezes em que os jornais da região, quando apresentavam notícias que se relacionavam com a freguesia de Viatodos, a identificavam como Isabelinha. Beneficiando da localização geográfica da sua terra, que

se situava num ponto estratégico de cruzamento de diversas estradas com ligação a Barcelos, V. N. Famalicão, Póvoa de Varzim e Braga, a pensão Isabelinha andava na boca de toda a gente.

Desde tempos longínquos, todas as segundas-feiras, realizava-se na localidade de Viatodos a feira semanal. Inserida numa região cujas terras eram solos férteis, esta feira tornavase num importante mercado para o escoamento dos produtos da atividade. Em 1933, da iniciativa das pessoas da sua terra, um grupo de jovens decide realizar uma feira franca. Tendo sido muito bem-sucedido, o evento repetiuse anualmente ao longo dos anos seguintes. Realizavam-se mostras de artigos produzidos na região, feiras de gado, concursos para a melhor junta de bois, melhor cavalo corredor e melhor porco, fogo-de-artifício, corridas de bicicleta, bazar de oferendas e cantares ao desafio davam também cor e alegria

à festa. Próximo do final da década de sessenta, promoveu-se a iniciativa de realizar o primeiro espectáculo no domingo à noite, véspera do dia da feira anual. A festa começa a adquirir então importância e relevo ao nível do concelho de Barcelos. Já em 1976, foi tomada a iniciativa de arrancar com as comemorações da festa no sábado à noite, com a colaboração do núcleo desportivo “Os Alertas de Viatodos”. Realizaram-se espetáculos com os grupos da terra “Pauta 5” e “Grupo Coral”, e nasceu a tradição da leitura sarcástica do testamento do Judas. Em 1977, promovem-se as primeiras exposições de artesanato e pintura, na escola secundária, já existente na altura e realiza-se o primeiro prémio de atletismo. Deste modo, este festejo torna-se referência no concelho, e muitas vezes é referido a nível nacional, atraindo à localidade, uma vez por ano, na época da Páscoa, milhares de forasteiros que desfrutam de algum

convívio e entretenimento lúdico.

Nos nossos dias…

Nos nossos dias, a festa continua a manter o mesmo vigor e dinamismo que a identifica desde há já longos anos, continuando a atrair à localidade de Viatodos milhares e milhares de forasteiros e pessoas da terra. Orgulhoso da sua tradição, o povo da terra, ano após ano, une-se num esforço coletivo de melhoria contínua da sua projeção na região. Para tal, as pessoas esforçam-se por cada vez mais diversificar e melhorar qualitativamente o seu programa da festa. Atualmente, as comemorações da Feira da Isabelinha iniciam-se na Sexta-feira Santa, à noite, e prolongam-se até à ancestral tradição da Segunda-feira de Páscoa. Com um vasto cartaz muito diversificado, a feira alegra todos os anos a vida dos habitantes da terra e redondezas. Guilherme, Rita e Simão Miranda, 6.º C

Exposição da Feira da Isabelinha D

ecorreu entre os dias 14 e 17 de abril, em Viatodos, a tradicional festa da “Feira da Isabelinha”, à qual a nossa Escola, e todo o Agrupamento, se associou com a organização de uma exposição de trabalhos realizados pelos alunos de todo o Agrupamento. Esta nossa participação tem sempre como grande objetivo divulgar, junto da comunidade educativa e do meio envolvente, uma parte do trabalho desenvolvido pelos nossos alunos ao longo do ano.

Este ano a nossa exposição, coordenada pelo Prof. João Oliveira, contou com a participação dos Departamentos da Educação Pré-escolar, do Primeiro Ciclo, de Línguas, de Ciências Sociais e Humanas, de Matemática e Ciências

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Experimentais e das Expressões bem como da Educação Especial, do Centro de Aprendizagem em Comunicação Social e da Direção.

A abertura oficial da exposição fez-se no dia 15 de abril, pelas 17.00 horas. Esteve aberta ao público nos dias 15 e 16 de abril, das 17 às 24 horas e no dia 17 de abril, das 10 às 20 horas, e, como é habitual, foi visitada por milhares de pessoas tendo-se registado uma enorme afluência. Para além dos habituais forasteiros que se deslocam a Viatodos, a “Nossa Exposição” foi visitada por muitos pais e encarregados de educação, alunos, antigos alunos e antigos professores; pelos testemunhos recolhidos, muito apreciaram a qualidade da exposição

e dos expostos.

trabalhos

A “Nossa Exposição” é valorizada pela c o m u n i d a d e envolvente. Ela serve de pretexto para muitos pais voltarem a pisar a escola onde andaram e recordarem, com os filhos, nossos alunos, episódios marcantes da sua vida académica. Ela é o epicentro de passagem nos diferentes dias de festa da Isabelinha.

Professor João Oliveira, Coordenador da Exposição

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FEIRA DA ISABELINHA

Durante os dias em que se comemorou e homenageou a benfeitora da terra, as nossas “repórteres de serviço” (Angélica Fernandes, Beatriz Peixoto, Isabel Silva e Liliana Santos, do 10.º A) recolheram o parecer de alguns habituais frequentadores desta festa.

Qual é a sua opinião em relação ao cartaz da Feira da Isabelinha deste ano?

Na minha opinião, o cartaz deste ano é bastante atrativo e apelativo. É muito abrangente e destina-se a todas as faixas etárias. Foi uma aposta ganha, visto que esta festa teve muita afluência este ano.

Considera que o Agrupamento de Escolas de Viatodos deveria dinamizar outras atividades, durante estes dias, para além da exposição? Se sim, quais? Sim. Penso que deveriam decorrer atividades com professores e alunos também. Na minha opinião, os monitores

da exposição deveriam ser alunos da escola.

Costuma visitar esta festa todos os anos? Acha que a tradição se tem mantido? Sim, visito esta festa todos os anos desde muito jovem. Este ano vi a tradição ser mantida, pois voltou a feira do gado.

O nome desta festa homenageia Isabelinha. Conhece a história desta viatodense?

Sim conheço. Isabelinha era uma viatodense que dava estadia a peregrinos e ficou conhecida pela sua generosidade e bondade. A sua casa é onde atualmente é a farmácia

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Isabelinha. Houve algum ano que a tenha marcado particularmente? Se sim, qual? Esta festa marca-me todos os anos, pois é uma altura em que toda a população local sai à rua e é quando os nossos entes mais queridos voltam as origens para festejar não só a Páscoa como também a Feira da Isabelinha. É uma altura do ano marcada pelo convívio das “nossas gentes”. D. Maria Miranda

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FEIRA DA ISABELINHA

Como visitante habitual desta festa, considera que a tradição se tem mantido?

No global, penso que não, pois esta festa tem tentado ajustar-se a várias faixas etárias para que o público-alvo seja toda a comunidade; porém, no fundo, a essência é a mesma e isso é o mais importante.

Considera que o Agrupamento de Escolas de Viatodos deveria dinamizar outras atividades, durante estes dias, para além da

exposição? Se sim, quais?

Penso que sim. Poderia ser um organismo mais participativo nessa festa.

Qual é a sua opinião em relação ao cartaz da Feira da Isabelinha deste ano? Acho que está bastante completo e diversificado. O auge deste ano é mais direcionado aos jovens, mas penso que é justo. Sr. António Araújo

DAVID CARREIRA EM ENTREVISTA

No dia 16 de abril, domingo de Páscoa, subiu ao palco principal da Feira da Isabelinha o artista David Carreira, filho do conhecido cantor Tony Carreira. David Carreira canta em Português e Francês e o seu público-alvo são jovens.

Após o primeiro concerto da 3 world tour, que se realizou em Viatodos, estivemos à conversa com este artista e desafiamo-lo a dar-nos uma entrevista para o jornal da nossa escola. Mostrou-se bastante disponível para responder às nossas perguntas e marcou-nos pela sua boa disposição e simpatia. - Boa noite, David; antes de mais, parabéns pelo excelente concerto e obrigada por nos receberes! - Boa noite! Obrigada, foi um concerto incrível. Para mim é um prazer!

- O que achaste do primeiro concerto da 3 world tour? - Os primeiros concertos da tour são sempre os mais exigentes. Ainda não dominamos bem o programa e, por vezes, temos de fazer mudanças no alimento ou em algumas coreografias

para os próximos concertos. Mas têm um sabor especial, pois é bom estar de volta aos palcos. É onde me sinto em casa. - O que sentiste antes de entrar em palco pela primeira vez? Continuas a senti-lo?

- Sinceramente não me lembro. Mas, provavelmente, aquilo que sinto sempre. Um nervoso miudinho, mas uma alegria enorme e muita adrenalina. Adoro cantar e dançar, o palco é a minha “praia”. - Tens alguma rotina antes ou depois dos teus espetáculos?

- Antes de entrar em palco, aqueço sempre a voz. É fundamental. Depois de acabar os espetáculos, dou beijos doces como este (o cantor aproximouse de uma das repórteres do nosso jornal e deu-lhe um beijo na face).

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- Sentiste-te, de alguma maneira, influenciado a entrar no mundo da música, dado que o teu pai e o teu irmão já estavam nele? Tiveste o seu apoio? - De certa forma sim, porque eu cresci sempre acompanhado pela música e é inevitável não me associarem ao meu pai ou ao Mikael. Mas eu tenho o meu próprio estilo de música e fui mais influenciado pelos meus cantores favoritos. - Também atuas muitas vezes em Paris. Notas alguma diferença entre os fãs portugueses e os franceses?

- A maioria dos meus fãs são raparigas e tenho a dizer que as fãs francesas não são tão bonitas como as portuguesas. (Risos). Estou a brincar. Noto pequenas diferenças ao interagir com elas. Por exemplo, as minhas fãs do sul do país e a maioria das minhas fãs francesas

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são serenas e envergonhadas. Já as da zona de Paris e as minhas fãs do Norte de Portugal são mais “malucas” e estão logo à vontade. E mesmo nos concertos deliram mais. (Risos) - Tens algum conselho para os jovens que queiram entrar para o mundo da música? - Não façam isso (risos). A sério, estudem e tenham bons empregos. É um mundo muito exigente, muito cansativo e, para vingar, é preciso serse muito bom. Mas, se esse é mesmo o vosso sonho, lutem. Quem tem talento é sempre compensado pelo seu trabalho!


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