Edição 161

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Quem vai beber Férias com emoção perto a água do daqui Marrecas

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4 Sartori pronto para o dolce far niente Quem sobrou em Caxias

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Volume máximo para ouvir música nenhuma

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Abraço: o remédio mais aplicado no Réveillon do hospital

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A estreia de Alceu Barbosa Velho

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moda e beleza

Cangas na galeria de arte

Fotos: 7, 11, 14, e 29: Paulo Pasa/O Caxiense | 9: Andréia Copini, Divulgação/O Caxiense | 18: Marcelo Aramis/O Caxiense

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Rua Os 18 do Forte, 422\1, bairro Lourdes, Caxias do Sul (RS) | 95020-471 | Fone: (54) 3027-5538 ocaxiense@ocaxiense.com.br

Resoluções de Ano Novo

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Felipe Boff Paula Sperb Diretor Administrativo

Luiz Antônio Boff

A equipe que brindou comigo o Ano Novo. Só não apareço porque odeio posar para fotos | Marcelo Aramis/O Caxiense

Eu odiava o Réveillon Há 3 eventos datados que eu odeio: verão, feriado no meio da semana e Réveillon. Quando os 3 se reuniram, fui fazer uma reportagem no lugar onde esperava encontrar gente tão contrariada pela data quanto eu. Esperava os felizes também, mas não imaginava que houvessem tantos de plantão, internados ou acompanhantes, no último dia de 2012, no Hospital Medianeira. Se a postura de repórter não garantisse minha neutralidade, talvez eu – somente eu – estaria torcendo o nariz para uma data que, por mim, poderia ter o mesmo tratamento de outra qualquer (ou alguém aí comemora a virada do mês?). Se quiser ver um repórter feliz, dê a ele a oportunidade de contar boas histórias. Ali, entre os corredores escuros de uma noite tranquila no hospital, elas brotavam a cada porta que se abria para atender a reportagem. Eram histórias do tipo que poucos lembram de contar, as preferidas – não as únicas – das páginas de O CAXIENSE. Eram dessas que, depois que as registramos, lamentamos por quantas equivalentes se perdem enquanto todos se preocupam em falar dos fatos de que todo mundo está falando. Algumas histórias do hospital, que na reportagem aparecem timidamente, para proteger as identidades e os diagnósticos de quem eu não entrevistei, ficaram lá, na penumbra dos corredores. Porque, às vezes, as fontes dizem mais quando calam. Porque algumas boas histórias ainda não estão prontas para serem contadas. Porque nem que eu conseguisse estar em todos os setores do hospital ao mesmo tempo, seria capaz de contar todas. Não entrevistei a mãe que acompanhava a única criança internada no setor pediátrico, com quadro grave, e pegou no sono antes da virada. Respeitei o silêncio de familiares de uma paciente, que descansavam nas cadeiras

de uma sala de espera – uma rotina de um mês inteiro dormindo no hospital. Ali, é mais frágil a linha que protege a dor e a privacidade das pessoas. Com ajuda de enfermeiras, andei sobre ela, pé ante pé. De alguma maneira, a apuração da reportagem que você lê a partir da página 18 mudou minha postura em relação ao Ano Novo. Vou comemorar os próximos. Saí do hospital com vontade de comemorar a virada de qualquer dia. Mas já passou. Como disse uma enfermeira, o climão da virada acaba depois do primeiro minuto do ano, quando o Réveillon passa a ser um dia comum. Até para quem está de plantão. “Um monte de gente faz plantão nesse dia, não só quem trabalha no hospital. E todos são importantes. Imagine se os técnicos de elevadores não estivessem de plantão no Ano Novo”, disse o médico pediatra Carlos Ely, depois do brinde da virada com a equipe do Pronto Atendimento. Carlos não lamentava por estar de plantão, nem eu, nem qualquer funcionário. Os pacientes, os únicos que estavam ali por falta de opção, tinham mais a agradecer do que a reclamar. Eles também não eram dignos de pena. “Quando atendemos um paciente, temos que nos colocar no lugar dele. Compaixão não é ter pena de alguém, é se colocar no lugar do outro”, discursou Carlos. O conselho aos médicos, serve também para jornalistas. Serve para qualquer pessoa. Espero que ninguém sinta pena das minhas fontes. A intenção desta reportagem, que não me fará comemorar todo dia que passa, mas certamente será lembrada na minha comemoração à chegada de 2014 (\o/), é inspirar compaixão. Que nos próximos brindes à saúde, possamos lembrar de quem não a tem. Boa leitura!

Editor-chefe | revista

Marcelo Aramis

Editora-chefe | site

Carol De Barba

Andrei Andrade Daniela Bittencourt Gesiele Lordes Leonardo Portella Paulo Pasa Designer

Luciana Lain

COMERCIAL Executiva de contas

Pita Loss

ASSINATURAS Atendimento

Eloisa Hoffmann Assinatura trimestral: R$ 30 Assinatura semestral: R$ 60 Assinatura anual: R$ 120

foto de capa Paulo Pasa/O Caxiense Modelo: Gustavo Henrique Pasa Bernardi

TIRAGEM 5.000 exemplares

Marcelo Aramis, editor-chefe (revista) 4.JAN.2013

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BASTIDORES

Aventura de fim de semana | O último dia de Sartori | O primeiro dia de Alceu | Chegadas e partidas | Batidão liberado

Como o Marrecas chegará às torneiras por Daniela Bittencourt tura e Samae para o projeto do Sistema Marrecas (R$ 150 milhões do Governo Federal, por meio do PAC 2 (Programa de Aceleração do Crescimento)). Em números que passeiam entre os

milhares e milhões, o Marrecas deve ser um marco no abastecimento de água. A promessa é que, com a construção do sistema, a distribuição de água se torne mais eficiente. Entenda como.

Arte: Luciana Lain/O Caxiense

Três anos foi o período de construção desta que, por enquanto, leva o título de maior obra de Caxias do Sul – pelo menos em investimento: R$ 250 milhões foram direcionados pela prefei-

Barragem

(em Nossa Senhora Aparecida, Vila Seca)

O paredão de concreto que mede 435 metros de comprimento e 60 metros de altura serve para represar a água do arroio Marrecas, acumulando 33 bilhões de litros de água em 215 hectares de lago. Para o sistema começar a operar,

é necessário que o nível da água atinja 35 metros – atualmente, o nível do lago está em 24 metros. De acordo com o engenheiro responsável pela obra, Gerson Panarotto, a tendência é que a barragem, que depende da chuva, atinja o nível ideal até março. Não há previsão de estiagem tão longa que possa atrasar o início da distribuição de água.

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Estação de Bombeamento de Água Bruta Na Ebab, localizada a 200 metros da barragem, a água captada é bombeada e segue por 7,2 km de canos, denominados adutora de água bruta, até a Estação de Tratamento de Água (ETA). O sistema tem capacidade para bombear 900 litros de água por segundo – mais do que o suficiente para encher uma piscina olímpica por hora.


Estação de Tratamento de Água

(em Morro Alegre, Vila Seca)

Na ETA, a água recebe o tratamento para se tornar ideal para o consumo. Inicialmente, são tratados mil litros de água por segundo, em dois módulos com capacidade para 500 litros cada. Com a previsão de receber a água de outros mananciais futuramente, a ETA pode aumentar sua capacidade com a instalação de até mais 4 módulos de tratamento. Os 924 metros do nível do mar onde está localizada garantem que a água desça até o Reservatório de Chegada movida pela força da gravidade em 19 km de canos, a chamada adutora de água tratada.

Reservatório de Chegada

(no bairro Jardim das Hortênsias)

Do reservatório, que pode armazenar

5 milhões de litros de água, o líquido

é distribuído para os bairros. Gerson conta que o sistema foi feito para atender à demanda futura. “Mas como não teremos 250 mil pessoas a mais na cidade de hoje para amanhã, o Marrecas será utilizado para aliviar um pouco os sistemas atuais”, afirma Gerson. Bairros da região Nordeste da cidade, que hoje são abastecidos pelo sistema Faxinal, receberão a água do Marrecas. O Faxinal abastecerá os bairros e a expansão de loteamentos na Zona Sul. A mudança é possível porque a rede do Reservatório de Chegada do Marrecas foi ligada à rede da ETA Parque da Imprensa, que trata a água do Faxinal. “Quando o Marrecas estiver ok, abre-se o registro da interligação e se desliga o bombeamento da ETA Parque da Imprensa. A população não deve perceber nenhuma alteração, porque a pressão e qualidade da água são similares”, explica o engenheiro.

Distribuição

Os primeiros bairros que receberão água do Marrecas, possivelmente em março, quando o sistema estiver pronto para operar, serão De Lazzer, São Ciro, Mariland, Século XX, Presidente Vargas, Serrano, Jardim das Hortênsias e Castelo. Ainda em janeiro, o Samae espera ter a aprovação do governo federal para construir a rede que seguirá pela Rota do Sol para abastecer os bairros Santa Fé, Fátima, Pioneiro, Colina Sorriso e Nossa Senhora da Saúde.

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TOP5

Férias longe do litoral

Criúva O distrito mais gaudério de Caxias tem atrações radicais escondidas sob a fama tradicionalista e a bandeira do Divino. Segundo Matheus, o lugar é ideal para quem curte aventura e natureza. O distrito oferece trilhas ecológicas, rapel, canionismo (uma maratona de caminhadas com 5 pontos de rapel, em 5 cachoeiras) e cachoeirismo, para quem está mais interessado no banho de rio depois do esforço. A noite pode acabar com um jantar ao luar. Qualquer pessoa maior de 12 anos e sem fobia de altura pode participar das atividades. É muito para um dia só? Consulte opções de hospedagem em www.criuvacasaverde.tur.br. Estrada do Imigrante Não é ano de Festa da Uva, mas as cantinas continuam com as portas abertas para receber os turistas de casa. Conforme Matheus, o passeio agrada vários gostos. O roteiro é uma boa oportunidade para aprender sobre a história e a cultura dos imigrantes, algo que quase todo mundo conhece. Nesse caso, deguste os vinhos. O passeio inclui rapel na gruta. Se beber antes, dispense a aventura.

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Ecoparque Cia. Aventura A 47 quilômetros de Caxias, há um parque (www.ciaaventura.com. br) que oferece todo o tipo de aventura, com atividades também adaptadas para todos os níveis de coragem. Menos emoção: passeio a cavalo, paintball, arvorismo e flooting (passeio em águas mansas do Rio das Antas, indicado para crianças e idosos). Mais emoção: rafting, tirolesa, rapel e pêndulo. Matheus explica a última atração, a mais emocionante do parque. “É como se fosse um bungee jumping, mas a pessoa não fica quicando, faz o movimento do pêndulo: um balanço gigante no abismo.” Hortênsias Agora que os turistas “do mundo inteiro” desafogaram as charmosas, europeias e fictícias ruas de Gramado e Canela, Matheus indica um roteiro que desvia as cidades cenográficas onde vivem o Papai Noel, o Coelhinho da Páscoa e outras criaturas que não existem. A primeira parada, preferida dos pais, é no Khadro Ling, o templo budista de Três Coroas. Depois do programa zen, as crianças podem gritar (agora sim) em parques temáticos: entre os dinossauros, no Parque Terra Mágica Florybal, no Gramado Zoo ou no radical para iniciantes Alpen Park. Bento Gonçalves O roteiro pelo Vale dos Vinhedos, na cidade vizinha, só cai para a 5ª posição pela falta de água. Aqui, ela se converte em vinho para agradar quem não gosta de banho de rio (alguém?) e para preencher os dias frios ou chuvosos do nosso instável verão. O passeio consiste principalmente em visitas e degustação em cantinas. Ideal para casais, o programa inclui uma viagem de Maria Fumaça com 1:30 de duração, de Bento a Carlos Barbosa ou o inverso. Crianças também gostam dessa parte.

Fotos: Divulgação/O Caxiense

Enquanto milhares de caxienses esvaziam a cidade para lotar o litoral, uma onda de melancolia (para alguns, alegria) atinge quem fica por aqui. A primeira impressão é de que não há nada para fazer. E a segunda – veja a agenda cultural – confirma a primeira. Matheus Corrêa, proprietário da agência caxiense Rupestre Turismo, aponta atrações no Interior e cidades vizinhas como alternativa para quem não foi à praia porque não pode ou simplesmente porque não gosta. Há água fresca que não a do mar.


11 horas na vida de... Sartori, no último expediente como prefeito

José Ivo Sartori |

Fotos: Paulo Pasa/O Caxiense

por Daniela Bittencourt No dia 1° de janeiro, José Ivo Sartori (PMDB) entregou o cargo de prefeito de Caxias do Sul a Alceu Barbosa Velho (PDT). Antes disso, recebeu os cumprimentos de colegas, entregou mais uma obra e assinou o tombamento do Campus 8: no dia 27 de dezembro, Sartori realizou seu último expediente na prefeitura, no cargo que ocupou durante 8 anos dos seus 36 de vida política. 7:20 Sartori chegou à prefeitura para os compromissos, na prática, de seu último dia de governo. Bem-humorado, encarava com tranquilidade o adeus à prefeitura. “Está sendo uma transição tranquila, pacífica. Não sei como vou ficar depois de 36 anos sem fazer nada (risos). Quem sabe, eu vá não me acostumar. Quem sabe, um dia desses eu

saia de casa e bata aqui na prefeitura 36 anos de vida pública, pelo que estou sem querer, não é? Depois de 8 anos...” vendo aí, estamos saindo bem. Estou muito satisfeito.” 8:00 Pela manhã, uma entrevista à im- 9:00 prensa, atividade que não tomou muito Em seu gabinete, o prefeito recebeu tempo do prefeito durante seus 8 anos familiares de Sady Sylvio Zini, ex-funde mandato, foi o primeiro compromis- cionário público já falecido, que entreso da disputada agenda. Próximo das garam uma placa de bronze de 1965. 15:00, quando recebeu a reportagem de A placa homenageia os presidentes da O CAXIENSE, Sartori deixaria trans- Festa da Uva de 1931 a 1961, e foi enparecer um leve cansaço. “O problema contrada nos entulhos da reforma do é que são muitas inaugurações, muitas prédio do atual Centro Administratiobras, gentilezas de muitas pessoas, en- vo. Orgulhoso de ter sido um prefeito tidades, instituições. Durante o período presente, Sartori garante que sempre como prefeito também foi assim, não buscou ser acessível. “Para mim, o traposso me queixar. Toda a comunidade, balho era manhã, tarde e noite. Nunca organizações, movimentos, especial- tive medo do serviço . Onde pude, estive mente minha equipe, sempre foram presente. E acredito também que, nessa muito gentis comigo, delicados e ofe- caminhada toda, não perdi o que meu receram o melhor da sua capacidade pai me ensinou desde pequeno: simpliintelectual para melhorar Caxias. Sou cidade e muita humildade, e saber que a uma pessoa de muita sorte. Depois de gente precisa dos outros.” 4.JAN.2013

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10:00 O único compromisso fora da prefeitura foi no bairro Fátima, na inauguração do novo hangar do projeto Caxias Navegar, um espaço voltado para recreação e formação de crianças em esportes náuticos. “A melhor coisa que acho da nossa política de governo é aquilo que não aparece muito. As obras – postão, saída para Flores da Cunha, entrada de Galópolis –, todas aparecem. Mas o trabalho social com as pessoas que mais precisaram consolidou o ponto de vista do nosso governo. Conseguimos socialmente aplicar uma boa política que atenda bem às pessoas. A maior alegria que a gente tem é quando consegue melhorar a vida das pessoas.” 12:30 Sartori deixou a Prefeitura perto das 12:30, um intervalo para o almoço. O retorno foi às 13:30, pois logo teria outro compromisso no gabinete. 14:00 Das mãos de Nestor Pistorello, secretário da Agricultura, Pecuária e Abastecimento e do Meio Ambiente, o prefeito recebeu o Plano Estratégico do Meio Ambiente, documento que apresenta diretrizes para até 2023. “Os colaboradores nossos foram todos valentes, criadores. Cuidando do dia-a-dia, mas com olho sempre no futuro. Acho

que moldamos uma administração um pouco diferente do tradicional, sob o ponto de vista até político-partidário. A gente olhou mais para o conjunto das necessidades do nosso município do que propriamente pelos interesses partidários de um e de outro. E quando se tem boas parcerias, fica mais fácil levar o trabalho para frente.” 15:00 O prefeito recebeu em seu gabinete Izidoro Zorzi, reitor da UCS, a quem entregou a Declaração de Tombamento do Campus 8 – documento que garante ao prédio um potencial de índice construtivo, que permite sua restauração. Apesar das realizações, Sartori afirma que não conseguiu fazer tudo que gostaria. “Na hora das prioridades a gente teve que estabelecer o desencaixe das finanças para determinadas obras. Você tem que deixar algumas coisas de lado e optar pelo fundamental. Para nós, o fundamental foi a questão da água, do esgoto tratado e do lixo. Evidentemente que eu queria ter feito um ginásio multiuso, mas mesmo assim conseguimos recuperar bastante o ginásio municipal. Outra questão que a gente desejava era em relação à biblioteca municipal. Conseguimos reformar e ampliar, o que significa que hoje ela passou a não ter tanta necessidade momentânea, mas daqui 10 anos com cer-

teza terá que ter uma nova biblioteca municipal.” 18:35 Após receber secretários e se despedir de sua equipe interna, com direito a fotografias, Sartori deixou a prefeitura. “No dia 1°, retorno para a transmissão do cargo e, em seguida, a primeira coisa que quero fazer é estar à noite jantando com a minha família. Agora vou ficar no dolce far niente. Só incomodar os amigos, aporrinhar os outros. Agora, chegou minha hora de devolver algumas coisas (risos). Não, não, não sou vingativo nem nada, acho que faz parte da luta política, do trabalho político. Os partidos me ajudaram a governar, mesmo aqueles que têm papel de oposição. Sua fiscalização sempre foi positiva: quando era do interesse do município, todos trabalharam juntos. E o processo de fiscalização deve ser muito normal no estado de direito e em um município como o nosso. A gente tem que respeitar e saber que isso nos ajuda também a cometer menos erros. Porque erros a gente comete, mesmo que não queira. Sobre a transição, não sei como vai ser depois, mas, por enquanto, para mim está dentro da normalidade arrumar as caixas, tirar as coisas, limpar. Já não tem nada meu aqui [no gabinete]. Tem que deixar bem livre para os que virão aqui depois de nós”.

“Agora vou ficar no dolce far niente. Só incomodar os amigos, aporrinhar os outros”, brinca o sempre bem humorado Sartori O secretário Nestor Pistorello e o reitor Izidoro Zorzi, visitas do último dia no gabinete | Paulo Pasa/O Caxiense

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11 horas na vida de... Alceu, no primeiro expediente como prefeito

Alceu recebe cumprimentos na chegada à prefeitura |

Andréia Copini, Divulgação/O Caxiense

por Daniela Bittencourt

12:00 O intervalo para o almoço durou cerApós as duas cerimônias que empos- ca de 1:15, já que às 14:00 o novo presaram a equipe que vai governar Caxias feito teria seu primeiro compromisso até 2016, no dia 1°, Alceu Barbosa Ve- externo. lho (PDT) teve seu primeiro expediente efetivo na quarta-feira (2). Apressado, 14:00 porém gentil, recebeu a reportagem de Acompanhado do vice-prefeito, AnO CAXIENSE para falar sobre as expec- tonio Feldmann, da primeira-dama e tativas e desafios da nova etapa. coordenadora de Comunicação da prefeitura, Alexandra Baldisserotto, de integrantes do Conselho de Administração 7:45 e do Conselho Fiscal, Alceu empossou a Alceu chegou à prefeitura pouco an- nova diretoria da Codeca, que agora tem tes da 8:00. A agenda teria somente um Valter Augusto Webber como diretorcompromisso oficial, à tarde. Mas isso presidente e Milton Luiz Balbinot como não significaria ausência de trabalho: diretor administrativo-financeiro. durante o primeiro expediente como prefeito, ele concedeu entrevistas, des16:00 pachou com secretários e recebeu cumOtimista, mas ciente dos desafios, Alprimentos. “O sentimento é de que nós ceu destacou a saúde pública como ponteremos um grande trabalho pela fren- to chave de sua gestão. “O grande dete, mas eu, pelo contatos que já fiz, vejo safio hoje é a questão da saúde pública, pessoas muito entusiasmadas. Essa tare- que envolve a verba e os servidores méfa vai ficar facilitada por isso. A estrutu- dicos. Mas a secretária [da Saúde, Dilma ra é muito grande para você, em um dia, Maria Tonolli Tessari] está conversando definir. Mas o que me deixa feliz é que com os médicos e servidores, porque eu vejo as pessoas dispostas, alegres e não posso imaginar que se faça a saúde querendo ajudar a fazermos este gover- só com médicos. Eu preciso de todos os no. Tanto a equipe que nomeei quanto servidores, do Samu, das ambulâncias, os servidores com os quais tive contato.” do Hemocentro. É todo um complexo

que está sendo motivado.” Lembrou, ainda, que precisa cumprir a Lei Orçamentária, mas que já está se organizando para colocar em prática seu Plano de Governo. “O prefeito que assume hoje, seja eu ou qualquer outro no Brasil, só vai dar conta de seus compromissos de campanha a partir do segundo orçamento, que já é orçamento feito pela sua administração. Eu, primeiro, tenho que ver bem o que vou realizar deste orçamento e aí já começar a colocar para o orçamento do ano que vem aquilo que está em nosso Plano de Governo: os viadutos, a construção da UPA [Unidade de Pronto Atendimento], a questão da escola integral. Mas, se eu conseguir realizar o que está no orçamento, já me encontro muito feliz.” 18:30 Alceu deixou a prefeitura próximo das 18:30, quando encerrou seu primeiro expediente como prefeito de Caxias. “Quem corre porque gosta, o corpo não cansa. Eu estou fazendo aquilo que gosto, aquilo a que me propus, e estou feliz. Alguns dias serão melhores, outros piores, alguns com mais trabalho, outros com menos. Mas é assim, vamos enfrentar.” 4.JAN.2013

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GENTE

Intercâmbio

Até o dia 14 de janeiro, o programa Ciência Sem Fronteiras recebe inscrições para bolsas de estudo no Exterior. Criado pelo Governo Federal, o programa incentiva e financia intercâmbios acadêmicos e científicos em 13 países, como Alemanha, Canadá, Japão, Hungria e Espanha. Em Caxias, a Universidade de Caxias do Sul (UCS) e a Faculdade América Latina (FAL) são cadastradas no projeto. Os estudantes da UCS podem se inscrever no Escritório de Intercâmbios, da Assessoria de Relações Interinstitucionais e Internacionais e na Central de Atendimento, pelo telefone 3218-2598, ou pelo e-mail esin@ucs.br. Na FAL, os interessados podem buscar mais informações sobre o ingresso no programa pelo telefone 3022-8600. A equipe de intercâmbio da Faculdade da Serra Gaúcha está trabalhando no credenciamento da instituição no projeto.

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Paulo Pasa/O Caxiense

BOA

Um líder dos negócios Mateus Formolo dedicou metade de sua vida ao empreendimento da família. De office-boy a assessor da diretoria do Grupo L. Formolo, ele aprendeu a lidar com situações delicadas ao longo da profissão. “Tu atende pessoas que acabaram de perder um familiar e, ao mesmo tempo, tu tem que ser humano para vender para ela. Aprendi a negociar”, conta. Na empresa da família, Mateus começou como office-boy aos 15 anos. Passou a agente funerário, atendente, até chegar à gerência de uma unidade da empresa, em 2005. “Foi trabalhando um pouco em cada departamento que aprendi muitas coisas. O começo foi mais complicado, ainda não tinha máquina de xerox. Então, cuidar da parte de documentação, uma das tarefas mais burocráticas da empresa, exigiu muita atenção”,

Fora da rota

Por não ter nenhuma instituição de ensino superior pública, Caxias não está na rota do Sistema de Seleção Unificada (Sisu), do Ministério da Educação. O programa oferece vagas em 101 instituições públicas para aqueles que tiraram mais que zero na redação do Enem. Para os caxienses que quiserem aproveitar, o período de inscrições vai da segunda (7) até sexta (11). As instituições mais próximas ficam em Farroupilha, Vacaria e Porto Alegre.

Oportunidade a distância

Diplomados em curso superior podem se candidatar para o preenchimento de vagas nos cursos de Pedagogia e Biblioteconomia até o dia 14 de fevereiro, na UCS. Ambos são ministrados na modalidade Educação a Distância, com polos presenciais em Caxias, Vacaria e São Sebastião do Caí.

Mensalidades Os estudantes estão de férias, mas as mensalidades não têm recesso. Não esqueça. Fora do prazo de pagamento, o boleto pode ser quitado nas agências bancárias de origem. A negativação do cadastro é realizada em atrasos superiores a 90 dias.

conta Mateus, que atualmente assessora a diretoria. O administrador trabalhou como agente funerário, fazendo o transporte do corpo até a funerária, vestindo os cadáveres e arrumando caixões. “É chocante, mas é a tua profissão. Vi muitas crianças, jovens da minha idade, que perderam a vida depois de baterem o carro”, relata. Aos 30 anos, ele se prepara para mais um desafio. Assume o comando da CDL Jovem, um departamento da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) que, desde 1999, busca integrar e capacitar jovens empresários. “É buscar novas práticas para o comércio caxiense. Isso que me motiva”, conta Mateus, formado em Administração pela Faculdade da Serra Gaúcha (FSG) e graduado em Gestão Empresarial, pela Faculdade Getúlio Vargas (FGV).

Faculdade da Serra Gaúcha

Dicção e Oratória. Inscrições até 4 de janeiro. Início em 7 de janeiro. Capacitação em Cuidador(a) de Idosos. Inscrições até 7 de janeiro. Início em 8 de janeiro. Estratégia de Vendas e Negociação. Inscrições até 25 de janeiro. Início em 28 de janeiro. Showcase – Básico. Inscrições até 13 de janeiro. Início em 14 de janeiro. Calculadora HP com Aplicações em Matemática Financeira. Inscrições até 22 de fevereiro. Início em 23 de fevereiro. Fotografia. Inscrições até 9 de janeiro. Início em 10 de janeiro. Televenda Ativa. Inscrições até 14 de janeiro. Início em 15 de janeiro.

+ VESTIBULAR

Faculdade de Tecnologia da Serra Gaúcha

Inscrições até 21 de janeiro, na instituição ou pelo site. Prova 22 de janeiro, às 19:00. R$ 25 WWW.UCS.BR. 3218-2800 | WWW.FSG.BR. 21016000 | WWW.PORTALFAI. COM. 3028.7007 | WWW. A M E R I C A L AT I N A . E D U . BR. 3022-8600 | WWW. FTSG.EDU.BR. 3022-8700

CAM

PUS


DJ´s da Saveiro em noite de patrão Paulo Pasa/O Caxiense

por Daniela Bittencourt Estacionado sob um quiosque, portamalas aberto virado para a entrada do sítio, os 12 alto-falantes do Gol vermelho anunciavam ao som do eletrofunk: “A festa vai começar! O papai chegou! O papai chegou, uh o papai chegou!”, o que, àquela hora, não era bem uma verdade. Na sexta-feira (21), às 22:30, uma hora e meia depois do horário marcado para o início do evento, a Festa de Chefe ainda demoraria cerca de uma hora para começar a receber rapazes com correntes no pescoço e cabelos arrepiados com gel, garotas de shortinho e carros turbinados – estes últimos, convidados especiais da festa. Seriam 12 horas de som automotivo liberado, conforme o flyer de divulgação. Mateus Campos, de 26 anos, o dono do Gol, havia chegado por volta das 22:00 à Cancha do Poletto, um sítio à direita da Estrada do Imigrante, no Interior de Caxias. Em pé ao lado do carro, protegendo-se da fina chuva da noite, ele só baixou o volume do som para conversar com a reportagem – o que não se repetiria durante o resto da noi-

te. Com a chegada dos outros veículos, os diálogos ocorriam aos gritos. Essa era a ideia da festa, explicou Anderson Andrade, de 18 anos, amigo de Mateus e proprietário de uma Saveiro: curtir a música – na percepção daqueles que não são adeptos da prática, barulho ensurdecer com uma batida esquizofrênica. Longe da área urbana, os amantes do som automotivo se encontram em eventos onde podem mostrar aquilo que têm de melhor: a potência do seu som. Os carros – rebaixados, com películas escuras nos vidros e adesivos com dizeres como Dá ou Desce, Terremoto e outros nomes de equipes de som – são o centro dos encontros. Bebida é fundamental e garotas são coadjuvantes, especialmente pela ausência de uma atração anunciada. As Garotas Lavacar, que no folder sensualizam ao redor de um Gol antigo, em trajes mínimos, foram dispensadas pela previsão de chuva. O mau tempo, que poderia até incrementar a performance molhada das garotas, poderia espantar o público, o que não justificaria o investimento. Desde que foram informalmente “expulsos” da cidade, em função de maior

rigidez na Lei das Contravenções Penais (desde 2010, o policial que definir como perturbador o som vindo de um veículo pode abordar o infrator sem precisar da comprovação de um decibelímetro, por exemplo), estas festas são as oportunidades para os proprietários da parafernália auditiva bombarem o som sem atazanar os vizinhos e sem se complicar com a polícia. “É melhor pagar em festas assim do que se incomodar na rua”, justificou Anderson. Melhor desembolsar os R$ 15 do ingresso (R$ 10 por pessoa e R$ 5 por carro) do que arriscar ter os equipamentos apreendidos. “O que nós curtimos é isso. Se a gente não vem para cá, vamos para onde? Na cidade, incomoda. Nos postos de gasolina, não pode. Aqui a gente tem nosso espaço”, argumentou o dono da Saveiro. Além disso, um local como o sítio, longe dos ouvidos alheios e grande o suficiente para abrigar dúzias de veículos, propício para explorar a potência máxima dos alto-falantes, justificaria os gastos com o hobby. Mateus conta que chega a direcionar 80% de seu salário como torneiro mecânico para a manutenção do carro – por ser rebaixado, constantemente pre4.JAN.2013

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cisa de reparos nas rodas, por exemplo. O som que leva no porta-malas foi um investimento de R$ 5 mil. “E ainda não é bom”, reconhece. Para apresentar um som de respeito, precisaria gastar mais do que o dobro. As competições podem reunir veículos integrantes de equipes, geralmente patrocinadas por lojas que vendem e instalam os equipamentos e que, em troca de desconto, divulgam a qualidade dos seus produtos; ou carros de meninos “de bairro”, rapazes que não fazem parte de equipes, e geralmente investem menos em equipamentos, como classificou Mayara Luiza da Silva, de 16 anos, frequentadora assídua dos eventos. “Não tem um final de semana em que a gente não venha. É sexta, sábado e domingo. Basta ter carona”, contou a jovem que, apesar do frio atípico daquela noite de dezembro, vestia short e camiseta, uniforme das gurias do eletrofunk. Deixou o salto em casa e optou pelo tênis, uma boa escolha para quem perambulava para lá e para cá no chão úmido de terra e brita, cumprimentando conhecidos. “A galera toda se conhece”, disse. Entre os meninos e meninas, as manifestações de amizade eram calorosas – iam de abraços tão apertados que levantavam as garotas do chão até trenzinhos ao som do pancadão. Danimar da Silva, de 19 anos, o amigo que acompanhava Mayara e mais duas jovens, foi um dos primeiros a chegar ao local pouco antes da meia-noite, quando o movimento no sítio começou a se intensificar.

Na estradinha que dá acesso ao lugar, faróis formavam uma fila, reforçando a iluminação dos 3 ou 4 postes do local, enquanto os veículos recém-chegados se organizavam pelo gramado. “Agora está ficando top da balada”, ironizou uma menina que participava a contragosto do evento, convencida por um amigo. Naquele momento, já eram mais de 10 carros estacionados, ainda discretos, muitos com o porta-malas fechado. Bastou que um Uno preto mostrasse a potência de seus 8 alto-falantes para que Danimar respondesse com os R$ 3 mil de equipamentos instalados em seu Gol. Cerca de 10 minutos depois, todos os veículos haviam se transformado em verdadeiras boates e as letras dos eletrofunks se misturavam, indecifráveis. Os participantes não se importavam: as músicas não estavam ali para ser apreciadas, nem as letras são primorosas para merecer tal respeito. Os grupinhos de 5 ou 6 pessoas se reuniam ao lado de cada carro, com seus copos descartáveis, uma garrafa de uísque e um litrão de energético – o flyer do evento prometia um grátis para carros com 5 pessoas, mas, conforme o organizador foi um erro do convite. As bebidas eram adquiridas por qualquer participante do evento no bar improvisado em um anexo ao galpão do sítio. E tinha energético suficiente para garantir o pique na maratona do som. “A gente fica até 6, 7 horas da manhã”, contou Mayara. A competição sem troféus se ganha no grito (dos alto-falantes). Na tentativa

de abafar o som alheio, os DJs aumentavam o volume. A Saveiro prata de Bruno Silva (no Facebook, Bruno Equipe Terremoto, identificação comum dos competidores na rede social), de 21 anos, chamava atenção pelo paredão erquido na caçamba. Em 4 pares de 4 alto-falantes, o paredão de R$ 13 mil chegou protegido por uma lona e precisou de 3 rapazes para ser erguido. O polidor de carros, que investe em som automotivo há cerca de 2 anos, explicava a paixão em poucas palavras, uma característica dos participantes do evento. “O tri é curtir o som”, gritava. O empreendimento de Douglas Muller, de 24 anos, conhecido como Puera (escrito errado, como manda o figurino), é a união de hobby e profissão. Proprietário de uma empresa de som automotivo, ele estima ter gasto mais de R$ 300 mil em equipamentos em 8 anos de investimento. Hoje, possui uma Blazer com R$ 8 mil em som e está montando o que promete ser o mais temido paredão da região: um reboque com mais de 100 mil RMS de potência (um rádio comum tem 4 RMS). Quando se pergunta a um DJ de Saveiro sobre a força do seu som, ele responde em cifras. O reboque de Puera vai custar mais de R$ 80 mil. Sentiu a potência? Segundo ele, o dinheiro não poderia ser melhor aplicado. “No que mais eu vou gastar? Tenho que investir no que gosto. Não vivo sem isso, então para mim vale a pena”, argumentou, antes de aumentar o volume da Blazer “modesta”, abafando os demais competidores.

Bruno Silva |

Fotos: Paulo Pasa/O Caxiense

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na rio

Com a posse de Alceu Barbosa Velho (PDT), Vinícius Ribeiro (PDT) assume uma das 7 vagas do partido na Assembleia Legislativa, em cerimônia marcada para a quintafeira (3), às 14:30, depois do fechamento desta edição. Como outros 2 deputados, que ocupam cadeiras deixadas por novos prefeitos – Luciano Azevedo (PPS), em Passo Fundo, e Marco Alba (PMDB), em Gravataí –, Vinícius assume como titular da vaga. Marcos Daneluz (PT) assume como suplente na bancada petista, a maior da Assembleia, com 14 cadeiras, no lugar de Stela Farias (PT), secretária da Administração do Estado.

100 dias

é o prazo estimado pelo prefeito Alceu Barbosa Velho (PDT) para definir a equipe completa da administração. A meta foi divulgada por Alceu em coletiva de imprensa no dia 1°, na posse do prefeito e dos secretários. Até abril, devem ser nomeados todos os diretores de secretarias e outros cargos de confiança do terceiro escalão da prefeitura.

Panela de pressão

PAulo Pasa/O Caxiense

A tradicional queima de estoque do Magazine Luiza, que costuma criar filas em frente às lojas, ainda na madrugada, vai ocorrer na sexta-feira (11). As 4 filiais da rede em Caxias devem abrir por volta das 6:00 até as 13:00. Os clientes entrarão em pequenos grupos, de até 50 pessoas, conforme a capacidade de cada loja. A liquidação, que ocorre simultaneamente nas 743 lojas do Magazine Luiza, oferece eletrodomésticos, eletroeletrônicos, móveis, brinquedos, informática, utilidades domésticas e presentes com até 70% de desconto.

Tempo de liquidar

Ainda sem data agendada, o Liquida Tchê, liquidação promovida pela Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas do RS, coordenada em Caxias pela Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL), deve ocorrer no início de fevereiro em Caxias. Conforme a CDL, que está iniciando a divulgação entre os associados, cerca de 813 prêmios – motos, geladeiras, televisores, vales-compras no valor de R$ 1 mil e eletroeletrônicos – devem ser distribuídos em todo o Estado, mediante prenchimento de cupons no ato da compra, ainda sem regulamento estipulado. No ano passado, a campanha durou 19 dias.

Vanessa Gomes, Divulgação/O Caxiense

ple

Novas cadeiras

Primeiro longo dia

Eleito com 3.623 votos, o vereador e ex-secretário da Educação Edson da Rosa (PMDB) (foto) foi escolhido, por unanimidade, como presidente da Câmara de Vereadores. A sessão do dia 1° de janeiro começou às 15:00, com a posse do prefeito, vice e dos 23 vereadores, e foi interrompida para a transmissão de cargo na prefeitura, às 17:00. Depois da cerimônia, a sessão, que foi até as 23:00, foi reaberta. A Mesa Diretora foi escolhida antes que os 5 vereadores que não cumprirão seus mandatos – Vinícius Ribeiro (PDT), Adiló Didomenico (PTB), Edio Elói Frizzo (PSB), Renato Oliveira (PC do B) e Washington Cerqueira (PDT) – dessem lugar aos suplentes. Compõem a mesa Gustavo Toigo (PDT), como vice-presidente, Edi Carlos de Souza (PSB), como 2º vice-presidente, Flávio Cassina (PTB), como secretário, e Clair Girardi (PT), como 2º secretário.

45 mil trabalhadores da indústria caxiense ganharam férias no período das festas de final de ano e início de 2013. Duas das maiores empresas de Caxias diminuíram o ritmo. A Marcopolo deu férias coletivas de 22 de dezembro a 14 de janeiro. No grupo Randon, que iniciou as férias coletivas no dia 26 de dezembro e trabalha com plantões para atender aos clientes, a maioria dos funcionários retorna no dia 7 de janeiro. Segundo Getúlio Demori, diretor do Sindicato das Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e de Material Elétrico de Caxias do Sul (Simecs), a indústria perde 60% da força de trabalho neste período. O merecido descanso produz uma queda de 1/3 na economia caxiense. Veja outras aspectos de uma Caxias vazia na reportagem de capa, na página 14. 4.JAN.2013

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Para quem sonha em passar uns dias em uma ilha deserta, Caxias é uma boa opção. Só falta o mar por Andrei Andrade 14

Paulo Pasa/O Caxiense

CIDADE CHEIA. DE TÉDIO


Atrás do balcão de uma loja de roupas femininas, Daiane Fulcher mexe em seu smartphone com a cabeça repousada na parede mais ao fundo e escondida da loja. Para quem passa em frente, está quase imperceptível. Mas, nessa tarde de quinta-feira (27) – a primeira após o Natal –, quase ninguém passou para ver Daiane e suas tentativas desesperadas de fazer o tempo parecer passar mais rápido em um dia de baixíssimo movimento. O livro que ela comprou pela capa interessante – A Vida Sexual da Mulher Feia, da escritora gaúcha Cláudia Tajes – achou chato e abandonou sobre o balcão, bem antes de chegar à metade das 136 páginas. Daiane prefere a cronista Martha Medeiros e a romancista espírita Zíbia Gasparetto. Na tela do computador que está à sua frente, já assistiu a dois filmes – Minha Vida Sem Mim e A Vida Secreta das Palavras. Não se empolgou com nenhum deles. São 16:00 e ela ainda vai ter que ficar na loja até as 20:00, dividida entre as hipóteses de voltar ao livro chato, procurar mais um filme na internet ou ficar vendo as atualizações dos amigos no Facebook, sabe-se lá quantos deles na praia ou apenas em casa, deitados no sofá com um balde de pipocas. Daiane, que nem é a balconista titular, bem que poderia estar em uma dessas situações privilegiadas. Fisioterapeuta e instrutora de pilates, tirou folga nesse fim de ano porque a maioria dos seus 25 alunos foi curtir a chegada de 2013 na praia. Como a sua mãe, proprietária da loja, precisava de alguém para cobrir a folga da funcionária, lá foi Daiane sentir na pele como é ser um caxiense esquecido na deserta cidade dos que pegaram a estrada ou ficaram em casa curtindo folgas, recessos e férias. Na tarde pós-Natal e pré-Réveillon em que encontramos Daiane e tantos outros trabalhadores entediados, as ruas do Centro de Caxias pareciam viver o movimento comum de um feriado ou final de Copa do Mundo. Era possível até caminhar com certa paz. Símbolo da calmaria eram dois amigos que pa-

reciam se reencontrar após longo tempo sem notícias um do outro, sob a marquise de uma loja da Júlio de Castilhos. Por alguns minutos, conversaram tranquilamente, sem nem precisar fechar os guarda-chuvas – abertos mesmo sob a marquise. Algo inimaginável para um dia comum, em que desviar de pessoas e seus guarda-chuvas é um desafio que irrita muita gente – principalmente sob marquises. No sempre movimentado edifício Estrela, na rua Garibaldi, que reúne dezenas de escritórios de advocacia e consultórios médicos, o porteiro Edson Rohter mostra pelas câmeras de segurança os corredores vazios – exceção feita a alguns poucos em que equipes faziam a limpeza. “Essa época é boa para fazer manutenções maiores, que não dá tempo de fazer durante o resto do ano”, explica. Durante os 20 minutos que ficamos no prédio, a ascensorista de elevador Tatiele Pedroso, de 18 anos, fez apenas uma “viagem”. Segundo o porteiro, dos cerca de 25 advogados que atendem no prédio, apenas 3 estão trabalhando nesta tarde. Dos 15 médicos, apenas dois estão trabalhando. “Hoje dá para dizer que caiu em 90% o movimento aqui. Depois do dia 7, fica em 50%, só em março volta todo mundo”, comenta. Para espantar a preguiça nesse dia de marasmo, só mesmo contando histórias e piadas para as 6 funcionárias que circulam pelo hall do prédio (outras 6 ganharam folga). Na mesma tarde, entre vários restaurantes com portas e janelas fechadas, muitos desejando Feliz Ano Novo e indicando que não voltarão a abrir tão cedo, a banca de cachorro-quente da es-

quina da Júlio com a Visconde de Pelotas vende como nunca. Pois como quase tudo está fechado, resta pelo Centro o lanche rápido. “Até o dia 7, quando a maioria voltar a abrir, vem muita gente comer aqui. Desde o Natal que o movimento aumentou”, comenta a atendente Leonilda Viana. Na praça Dante Alighieri, centro nervoso de Caxias do Sul, a falta de movimento afeta até o flanelinha. Adriano Muller, de 34 anos, sofre com dias de menor circulação de carros. Nesta tarde, por exemplo, ganhou apenas R$ 2,00, o que não paga um cachorro-quente. Vai dormir sem comer, mas confessa que lamentaria ainda mais se o dinheiro não desse nem para uma cachacinha. Para Adriano, que mora na praça, os dias mais favoráveis são entre 5 e 10 de cada mês, quando a maioria dos trabalhadores recebem seus salários. “O pessoal vem pagar as contas no Centro, estaciona e não fica nem 10 minutos. Outros ajudam só por ajudar mesmo. Em um dia assim dá pra ganhar R$ 20, até R$ 30.” A véspera de Natal foi um grande dia para o flanelinha. “Acho que ganhei uns R$ 60. Fiz a festa!”, lembra, já com saudade da época mais generosa do ano. Quando o repórter diz que vai atravessar a rua e ir à igreja, sem saber que a visita é a trabalho, ele considera o ato nobre e deseja um Ano Novo com muita presença de Deus no coração. Após a missa das 19:00 na Catedral de Santa Teresa, que reuniu em torno de 60 pessoas, o padre Oscar Chemello contou que, do dia seguinte ao Natal até pelo menos o fim de janeiro, cai significativamente o número de frequentadores das celebrações. Principalmente 4.JAN.2013

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Julio de Castilhos, em 7 de novembro de 2012 e em 2 de janeiro de 2013 | Fotos: Paulo Pasa/O Caxiense

nas que costumam ser mais lotadas, ao meio-dia e às 16:00. Oscar explica que, como grande parte do público vem de bairros distantes e aproveita ocasionais idas ao centro para ir à igreja, em época de férias essas pessoas optam por ficar mais em casa, quando não vão viajar. “Claro que o padre sempre reza com o mesmo carinho, mas quanto mais pessoas assistindo, melhor. Porque facilita a interlocução, eu posso descer do altar e usar o microfone sem fio, fazer mais variações de voz. Com menos gente, fico até mais tímido”, confidencia. O processo de desertificação de Caxias no verão, intensificado na virada do ano, afeta também as lojas que precisam de trabalhadores temporários para o mês de dezembro. Segundo a Câmara dos Dirigentes Lojistas (CDL), pelo menos 800 vagas temporárias foram criadas. Pela falta de procura, apenas 200 foram ocupadas. “Todo mundo foi molhar a bunda na água”, brinca o presidente da CDL, Paulo Ricardo Magnani. Neste Natal, a previsão de aumento nas vendas era de 10% em relação ao mesmo mês do ano passado. Mas, como o aniversário de Jesus caiu em uma terça-feira, propiciando a muitas pessoas a oportunidade fazer um feriadão e aproveitar mais dias fora de Caxias, talvez a meta não seja cumprida. Só na primeira quinzena de janeiro

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é que será feita a avaliação. O comércio caxiense, que emprega cerca de 27 mil pessoas, aprendeu a lidar com a ressaca após o mês das compras de Natal. Na semana seguinte às festividades, muitas lojas passam a dar férias de 15 dias para seus funcionários. Em fevereiro, mês mais curto do ano e no qual muitas pessoas deixam a cidade, o Liquida Caxias ajuda a equilibrar a balança com os outros meses do ano. Na indústria, principal setor da economia caxiense, há o que o presidente do Sindicato das Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e de Material Elétrico de Caxias do Sul (Simecs), Getulio Fonseca, chama de “vazio da Randon, da Marcopolo e da Guerra”, as 3 principais metalúrgicas de Caxias. Não só estas, mas praticamente todas as indústrias do município concedem férias coletivas. A força de trabalho geral da indústria diminui em 60%, o que representa 45 mil trabalhadores a menos nas empresas na última semana de dezembro e primeira de janeiro. Com a mão de obra reduzida, a economia industrial tem uma queda de 1/3 no mês de dezembro. “As empresas aproveitam este período para manutenção das máquinas maiores, mais difícil de ser feita durante o ano. Quanto às perdas econômicas, há sempre um planejamento para recuperar ao longo do ano”, analisa Getulio. Do dia seguinte ao Natal até o fim de

“As empresas aproveitam este período para manutenção das máquinas maiores, mais difícil de ser feita durante o ano. Quanto às perdas econômicas, há sempre um planejamento para recuperar ao longo do ano”, explica Getulio Fonseca, presidente do Simecs


fevereiro, a Viação Santa Teresa (Visate) estima uma diminuição de 13,5% do número de passageiros, o que resulta em cerca de 650 mil pessoas a menos circulando de ônibus em dois meses. Com essa perda, a empresa tira 30 carros de circulação (11%) e reduz o pessoal em 7%, dando férias para motoristas e cobradores. Também há redução de horários em todas as linhas oferecidas. As paradas de ônibus menos movimentadas e o trânsito bem menos congestionado parece o cenário ideal para quem precisa se deslocar pela cidade. Daiane Fulcher, do início da reportagem, comemorou que o trajeto que faz da UCS até o centro, de ônibus, levou apenas 10 minutos, ao contrário dos 25 habituais. O motorista da Visate José Adriano Padilha, que trabalha na linha Serrano, normalmente precisa de uma hora e 25 minutos para percorrer o trajeto do Centro ao bairro e voltar. Nestes últimos dias, com menos passageiros nos pontos, menos carros e sem ônibus escolares para dividir as paradas, tem economizado 20 minutos. Apesar da agilidade, ainda prefere a tranqueira habitual. “Acho que eu gosto mais da pauleira mesmo”, brinca.

Se nem no trânsito o tédio deixa de ser um incomodo, imagine na Universidade de Caxias do Sul, abandonada na última semana do ano. Sem estudantes, sem professores e com boa parte dos serviços em recesso, durante a caminhada pelo campus o mais próximo de um ser vivo no habitat isolado eram os dinossauros que ficam em frente ao Museu de Ciências Naturais. Como os dinos não falam e o guarda não podia dar entrevista, só na farmácia e no xerox, únicos estabelecimentos abertos no Centro de Convivência, foi possível bater um papo sobre como é trabalhar apenas para cumprir tabela. As farmacêuticas Karin Cristina Schmitt e Raquel Giovanella e as balconistas Isabel de Oliveira, Vera Lúcia Rizzi e Anajara Prates aproveitam para reclamar. Segundo elas, não há opção de lugar para almoçar ou lanchar nesse período. “Tem que comer boia fria mesmo, ou fazer que nem a Isabel, que comeu panetone com banana no almoço”, brinca Vera Lúcia. Karin também afirma que os banheiros são outro problema. “Ninguém faz manutenção, por isso ficam sujos e às vezes falta papel higiênico”, ressalta a farmacêutica. No

centro de cópias, a balconista Angélica Pimentel já organizou tudo o que tinha para organizar. Passam das 16:00 e ela só atendeu a uma única pessoa desde que chegou, às 13:00. “É mais ou menos como nos sábados normais, que nunca vem ninguém”, comenta Angélica, que nem o Facebook pode usar, porque é bloqueado. Quando saímos, ela se despede e agradece por nossa visita ter tirado ela do tédio por alguns minutos. Assim é a realidade da terceira cidade mais populosa do Estado na época de veraneio e férias escolares. A tranquilidade para caminhar nas calçadas e trafegar no trânsito esvaziado convive com o marasmo do “nada para fazer”, que inclui a escassa programação cultural e os bares, em sua maioria, fechados ou abrindo com menos frequência do que no resto do ano. Quem não foi para a praia, opta por ficar em casa. No máximo, faz um passeio até o shopping. Na quase vazia praça de alimentação do Prataviera, no Centro, a funcionária da limpeza Ivete Petrin, de 48 anos, fala baixinho, mas resume bem o espírito que impera nessa época, a inveja de quem viajou. “Enquanto uns folgam, outros trabalham.”

Com poucos passageiros, a Visate reduz em 11% a frota de ônibus do Natal até fevereiro | Fotos: Paulo Pasa/O Caxiense

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O brinde da equipe do Pronto Atendimento | Marcelo Aramis/O Caxiense

OTIMISMO FAZ PLANTÃO NO RÉVEILLON Nem só de dor e tristeza se chora no hospital por Marcelo Aramis Ninguém reclamou do barulho dos foguetes naquela área onde o silêncio é guardado por lei. Mas os fogos, que começaram por volta das 22:00, não eram necessários para abrir as portas do Hospital do Círculo para o espírito do Réveillon, nem para lembrar ninguém de que 2013 estava logo ali. “2012 é um ano que eu quero esquecer”, disse o motorista Ronaldo Laurentino, de 32 anos, que teve o azar de baixar no hospital na véspera do Ano Novo. “Não era para eu estar aqui.” Com um dreno no pulmão, que muda a voz e causa dor a cada pequeno movimento do corpo, Ronaldo se recupera de uma pneumonia. E não é o seu maior problema. Vítima de um câncer no duodeno, diagnosticado em outubro, e debilitado pelos efeitos da quimioterapia – baixa imunidade, vômito, perda de peso, falta de apetite... “tive todas as reações, só não me caiu o cabelo” –, Ro-

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naldo tem muitos motivos para acreditar que 2013 só poderá ser muito melhor. Ele não tem previsão de alta, mas tem pressa. Espera ler esta reportagem no sábado (5), em casa. Não é da ceia que Ronaldo sente falta. Queria ter comemorado o Ano Novo na tradicional festa da família, na 3ª Légua, em um almoço no dia 1°. Ele e a esposa, a auxiliar de escritório Aline Biglia, de 30 anos, planejaram-se para o evento. Havia marcado a segunda quimioterapia para o dia 2, depois da festa. “Tu tem que estar 100% para fazer a quimio”, brinca Ronaldo sobre a ironia do procedimento. A pneumonia adiou o tratamento que Aline descreve com precisão de médica, assim como o diagnóstico. É ela quem cuida do marido e tranquiliza o filho, Maurício, de 12 anos. “Fui eu que contei para ele. Há um ano, uma vizinha morreu de câncer. E ele

enlouqueceu. Queria saber se aconteceria o mesmo com o pai”, lembra Aline. O otimismo dela, que levantou o marido quando ele “perdeu o chão”, e agora faz o filho perguntar ao pai quando vai cair o cabelo, em tom de brincadeira, sustenta os planos da família para 2013. “As pessoas associam o câncer à morte. Quando tu vais para a clínica, vê que tem um monte de gente igual e pior do que tu, com a mesma idade. O médico disse que, em homens da minha idade, é tão comum quanto gripe”, explica Ronaldo, com serenidade. “Muitos se recuperam. O médico disse que 50% da cura é a vontade de viver. E isso não me falta”, diz. “Se faltar, a gente empurra”, acrescenta a mulher. A designer de calçados Tannise de Oliveira, de 25 anos, acompanha o empresário Vinicius Boldrin, de 26 anos. Natural de Campo Bom, ela abdicou do Réveillon


com a família para garantir a vaga ao lado do noivo no hospital. “Minha família também queria passar a noite aqui, mas ela quer ficar”, diz Vinicius, feliz pela companhia desde o dia 23 de dezembro, mas chateado por interromper as férias da noiva. Ela não reclama, nem usa o leito desocupado, que fica mais longe do paciente do que a poltrona usada como cama. “Estou tranquila por a gente estar junto no Ano Novo. E porque nós sabemos que poderia ter sido muito pior”, diz. A não ser pelas dores causadas por 3 cirurgias, uma fratura no mindinho, duas no fêmur e uma na tíbia, Vinicius teria um Réveillon tão animado quanto os outros de sua vida. Teve a presença da família e dos amigos, diversas mensagens no celular e – não contem para ninguém – uma ceia: lentilha, arroz à grega, carne de porco, torta fria, pepino e frutas, inexplicavelmente trazidos com discrição pela família, substituíram os insossos sanduíche de queijo, leite e chá oferecidos pelo hospital. É uma injeção de ânimo para superar as decepções de quem está internado. “Disseram que no Ano Novo eu estaria em casa. Agora, é para eu sair amanhã, mas... não sei”, diz o paciente. Um dia antes da véspera de Natal, ele viajava de moto para Gramado, com um grupo de amigos. Um carro cortou a frente de Vinicius. A moto foi arremessada sobre outro veículo e ele voou até chocar-se contra uma árvore. E o trauma fez o rapaz praticar as reflexões de Réveillon com mais profundidade. “A gente aprende a dar mais valor à vida, a Deus, à família, aos amigos... Para de achar que só acontece com o vizinho.” Foi uma felicitação de Ano Novo que mais marcou o empresário na véspera de 2013. “Hoje, um senhor que estava acompanhando

a esposa, que ficou um mês internada e agora deu alta, entrou aqui, meio tímido. Desejou que em 2013 a gente queira mais o bem das pessoas, mesmo de quem não conhecemos”, emociona-se. “Eles são muito carentes. Hoje estão mais solicitantes, mais queixosos. Às vezes, com uma palavra de carinho, eles já melhoram 70%”, diz a técnica em Enfermagem Jaqueline Jardim, sobre o remédio mais aplicado na véspera de 2013. Antes de encerrar a conversa, interrompida pela campainha de algum paciente que provavelmente comunicaria o bom resultado de uma lavagem intestinal, Jaqueline conta que chorou bastante no primeiro Ano Novo longe da filha, Vitória. A emoção foi causada pelos “nós te amamos” da família ao telefone: basicamente, tudo o que ela conseguiu ouvir durante a barulhenta e curta ligação. Não podia falar por muito tempo, nem chorar tanto. “Os pacientes precisam que a gente esteja feliz.” A enfermeira Rosângela Padilha, responsável pelo setor naquela noite, também vivia o primeiro Réveillon longe da família, mas não ficou angustiada. “É claro que nossa presença é importante em casa, mas, hoje, somos mais importantes aqui. Fomos escolhidos para estar aqui”, conta Rosângela, que chora e sorri. Naquela tarde, ela ajudou uma família a aliviar a dor de perder alguém. “Um abraço é tudo o que a gente tem a oferecer. E vale muito. Em um dia em que todos estavam festejando, aquela família vivia uma enorme dor. E nos agradeceram pelo que fizemos. A viúva, quando saiu, passou por mim e desejou um Feliz Ano Novo. Só por isso, o dia todo valeu a pena”, conta, emocionada. No refeitório do hospital, que naque-

Aline Biglia e Ronaldo Laurentino |

la noite ofereceu uma ceia típica de Réveillon, a cozinheira Djair Terezinha Marques da Silveira, que trabalha há 6 anos na função, percebe que o dia tem algo especial além do cardápio. “Hoje tem pouco movimento aqui, mas o pessoal está mais alegre”, conta a cozinheira, que também absorve diariamente os dilemas de quem trabalha com a dor. No refeitório ou em pequenas salas em cada setor, grupos se reuniram para rápidos brindes a 2013. Outros ficaram em seus postos, por necessidade ou escolha. “Prometi a uma paciente que, na virada, a levaria para ver os fogos”, contou a técnica Daniela Giacomelli, que passaria o Réveillon ao lado da única paciente da ala pediátrica naquela noite. A garota dormiu, a mãe preferiu não acordar e Daniela fez a contagem regressiva com as colegas do setor, entre elas, Daniela Zampieri. Pouco antes da virada, as duas acompanhavam o primeiro Réveillon da prematura Eloísa – 20 dias, 1,830 kg – que ainda precisa aprender a mamar para ganhar peso e ir para casa com a família. “Há pouco eu estava com ela no colo, enchendo de beijos. De alguma forma, é um espaço que a gente preenche”, diz Daniela Zampieri. Na sala de espera ao lado da UTI, a mãe e o irmão de uma paciente internada há cerca de um mês dormem sobre as cadeiras na primeira madrugada de 2013. A família, geralmente a mãe e o pai da jovem de 28 anos, tem passado todos os dias e as noites no hospital, embora os 3 horários de visita somem apenas 1:30 de contato direto com a paciente. Durante a virada, eles foram liberados para acompanhar a jovem durante 15 minutos, porque situações como esta flexibilizam as regras do

Tannise de Oliveira e Vinicius Boldrin |

Fotos: Marcelo Aramis/O Caxiense

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hospital. Haveria como dizer não? Nesta sala cercada por 10 quartos fechados com vidro – 9 ocupados – e com aparelhos de um irritante sinal sonoro, em uma ilha central cheia de monitores, trabalha a técnica em Enfermagem Deise Minosso, que não gosta de Ano Novo. “Faço uma festa para a família no Natal. Réveillon não faz diferença para mim”, diz Deise. Mas nem ela consegue fugir da atmosfera comemorativa que invade até o departamento mais tenso do hospital. “Eu só não queria passar o momento da virada dentro de um box. E passei. Estava ajudando um paciente naquele minuto”, lamenta, mas não muito. Na UTI infantil, a chefe vive o contrário. A enfermeira Ronídia Hendler Schwank não gosta é do Natal. A sua data preferida, a mais festejada pela família, Ronídia passou vendo os fogos em Copacabana, diante da televisão, em uma sala perto da UTI. “O problema é só aquele minutinho. Depois que passa, já é um dia igual a qualquer outro”, diz a enfermeira. Depois de brindar com os colegas, a família com quem passa a maior parte do tempo, Ronídia voltou ao trabalho para desejar Feliz Ano Novo às 6 crianças da UTI, uma delas internada desde agosto. Também tem choro na ala mais animada do hospital, o Pronto Atendimento. Neste dia, o setor costuma receber pessoas que exageraram no champanhe (ou misturaram com outras bebidas), aci-

dentados com fogos de artifício e vítimas de dores tão fortes que tornam a ida ao hospital inadiável, como cólicas renais. Conforme a médica clínica geral Clair Battastini, também é comum receber idosos. “Os filhos ficam muito tempo sem visitar os pais e, quando visitam, nessa época, acham que estão doentes e trazem para o hospital.” “Os pais ficam emocionados com a visita e os filhos acham que é doença”, brinca a técnica em Enfermagem Zeli Stefan. Outro diagnóstico comum na data é a tentativa de suicídio, a depressão intensificada pela ditadura da felicidade, conforme explica o médico cardiologista Paulo Panazzolo. “A sociedade exige que as pessoas sejam felizes. Pela pressão, ou pela dificuldade de assumir que não são felizes, as pessoas acabam entrando em depressão”, analisa. Mas o dia 31 de dezembro de 2012 foi tranquilo no hospital, o que deu chance para que os funcionários do Pronto Atendimento lotassem uma pequena sala, ao redor de uma ceia improvisada, para comemorar a virada. Inevitavelmente vestidos de branco, com apropriado refrigerante em copos de plástico, brindaram o Ano Novo. E teve até discurso, comandado pela divertida assistente administrativa Héverli Gambim, que falou sério só nessa hora. “Todos estão aqui por opção, não por obrigação. Estamos aqui para cuidar das pessoas. Essa é a nossa meta todos os dias. E nós cuidamos uns dos outros também.”

“O problema é só aquele minutinho. Depois que passa, já é um dia igual a qualquer outro”, diz a enfermeira Ronídia, chefe da UTI infantil, que passou a sua data preferida entre os amigos do trabalho, longe da família, assistindo ao Réveillon de Copacabana pela TV

As equipes da UTI e da cozinha | Fotos: Marcelo Aramis/O Caxiense

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PLATEIA

Game no cinema | Tinta fresca no vagão| Ganguri de uruguaiana|Capelinhas para salvar a agenda

Criemos música, não pânico por Carol De Barba De tempos em tempos, a humanidade enfrenta medos coletivos. Quando começaram os estudos a respeito da clonagem: destinos hediondos para a reprodução de seres humandos. Das pandemias de gripe e outras doenças, o temor de um vírus que aniquilasse ou transfigurasse as espécies. Mas a tecnologia, esse néctar que alimenta o progresso, é responsável por boa parte dos pânicos onipresentes. A primeira linha de montagem automatizada trouxe dois temores: ou a máquina tomaria o lugar do homem, ou nos transformaríamos em criaturas no piloto automático. Depois, veio a inteligência artificial, que mimetizaria nossos sentimentos. Por fim, a Era da Informação, que transformaria até o sexo em uma fria e calculista combinação de zeros e uns. Esse é o dilema que Pablo Lucena Horn (guitarra e programação eletrônica), Leandro “Castor” Gitaci (baixo e teclado), eu e você, leitor que tem por volta dos 30 anos, vivemos. Fomos criados numa cidade ainda muito provinciana, com rua para brincar, brinquedos de madeira e telefone da vó para deixar recados: analógica. Porém, na adolescência, começamos a descobrir as maravilhas do computador e da internet, que passaram a ser ferramentas obrigatórias no trabalho, na escola e, consequentemente, no dia a dia. É uma nostalgia que nunca passa, uma impressão de que a linguagem

binária está comendo nossa personalidade, o demônio que os músicos exorcisam no primeiro álbum da Barracuda Project, que leva o nome da dupla. O CD começa com um texto inspirado no discurso de O Grande Ditador, de Chaplin (termina com a célebre “Vós não sois máquinas. Homens é que sois!”), só que como se fosse feito para o potencial criativo do ser. Questiona uma dita condição limitada de repetição, de receita pronta, de métrica, de 8 compassos – o que pode bastar para a Justiça brasileira condenar alguém pelo plágio de uma música, por exemplo. Ao longo das demais 8 faixas, fica claro que exercitar as possibilidades da mistura de instrumentos acústicos e virtuais, coisa que a dupla faz desde 2008, não é mais apenas laboratório. É a essência do processo criativo. Não ter fórmula é a fórmula e o ingrediente que dá unidade ao conjunto. As músicas rodando no aparelho de som são coesas como uma coleção de roupas na passarela. A guitarra e a programação eletrônica, de Pablo, e o baixo e o teclados, de Castor, são os hits da estação, que passam por altos e baixos, naturalmente. Novos elementos surgem (o trompete, a guitarra country e o órgão foram meus favoritos), sempre para enriquecer, nunca para dispersar a atenção. Cada um faz um compasso, que não é apenas uma forma matemática de representar um fenômeno tão subjetivo quanto a música. Juntos, contam história. Ou poderiam ser a trilha sonora para uma – a redenção da Matrix, quem sabe.

Barracuda Project |

Silas Abreu, Divulgação/O Caxiense

4.JAN.2013

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Fotos: Divulgação/O Caxiense

litoral + eventos Coral Municipal de Torres

SÁB. (5). 22:00. Gratuito. Praça da Emancipação. Arroio do Sal

Praiano de Beach Soccer

DOM. (6). 10:00. SESC. Arroio do Sal

Ginástica na Praia

SEG., QUA. E SEX. 9:00. Arroio do Sal TER. e QUI. 9:00. Areias Brancas

Ginástica da 3ª Idade

QUA. 15:00. Arroio Seco. Arroio do Sal

Raffting no Mar

SÁB. 10:00. SESC. Areias Brancas DOM. 10:00. SESC. Areias Brancas

Arroio pira

Na mesma linha do sertanejo universitário de Fernando & Sorocaba, Edu e Renan também lançaram a sua versão de As Mina Pira. No clipe da música, os dois são perseguidos por mulheres desesperadas querendo casar com... Edu. Ao embarcar em um táxi, ele é sequestrado e levado à força ao altar. Só que a noiva não contava que o padre seria... Renan. Usando Porto Alegre como cenário, a dupla natural de Arroio do Sal, que teve a carreira impulsionada pelo quadro Olha a Minha Banda, do Caldeirão do Hulk abre a programação de eventos no destino preferido dos caxienses. SÁB. (5). 22:00. Gratuito. Praça da Emancipação. Arroio do Sal

Psy do Alegrete

Guri de Uruguaiana pode até mirar em sucessos do momento, mas não perde o tradicionalismo. Seu sucesso mais recente chama-se Ganguri Style, versão do Canto Alegretense com direito a um clipe bem feito com a paródia do hit Gangnam Style, do sul-coreano Psy. O vídeo estrangeiro já conta com mais de 9 bilhões de acessos na internet. A versão gaúcha é mais modesta: não passou de um milhão e meio. Mas o guri lá da fronteira representou bem os gaúchos ao participar do programa Agora é Tarde, na Band. Já começou com piadinha em relação ao programa, fazendo uma espécie de striptease gaudério e não esqueceu da cuia e da chaleira. SEX. (4). 21:00. R$ 20 e R$ 40. Centro de Eventos da Ulbra. Torres

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CINE

Ingrid Guimarães. Bruno Garcia. Maria Paula. De Roberto Santucci.

DE PERNAS PRO AR 2 Alice (Ingrid Guimarães) ficou desempregada, perdeu e recuperou o marido e abriu uma rede de sex shop no primeiro filme, em 2010. Na continuação, ela tem um colapso nervoso tentando conciliar casa, trabalho e família, e é internada em um spa, justamente no momento em que sua empresa pode fechar um grande negócio em Nova Iorque. Workaholic, ela foge do spa e viaja para os Estados Unidos com a desculpa de curtir com a família. Basicamente o mesmo mote, só que fora do Brasil. 2ª semana. CINÉPOLIS 12:30-14:10-15:00-16:30-17:20-18:40-19:40-21:00-22:00 GNC 14:10-16:10-18:10-20:10-22:10

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1:35

* Qualquer alteração nos horários e filmes em cartaz é de responsabilidade dos cinemas.

John C. Reilly. Jack McBrayer. De Rich Moore.

DETONA RALPH Ralph, o vilão de um jogo de videogame, se cansa de ser malvisto e decide mudar esta imagem. Para isso, sai do game onde vive e invade um moderno jogo de tiro com o objetivo de completar uma missão: conquistar uma medalha e ser visto como herói. Com direito a participação de tradicionais vilões dos games, como Zangief, Browser Koopa e os fantasmas de Pac-Man. 2ª semana CINÉPOLIS 3D 11:30 (somente SÁB. e DOM) | 12:50-14:00-15:20-16:40-17:50-19:10-20:20 L GNC 3D 13:00-15:10-17:40-19:50 | 3D 22:00 | 13:10-15:20-17:30-19:40 1:41 4.JAN.2013

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Martin Freeman. Ian McKellen. De Peter Jackson. Irrfan Khan. Gerard Depardieu. De Ang Lee.

AS AVENTURAS DE PI Visualmente impecável, o longa dirigido por Ang Lee já conquistou 3 indicações (merecidíssimas) ao Globo de Ouro 2013 – melhor drama, melhor diretor e melhor trilha original – e também disputa uma vaga como finalista ao Oscar em melhores efeitos visuais. Na década de 70, o jovem Piscine Patel deixa a Índia em direção ao Canadá, mas o navio que transportava Pi, sua família e os animais de seu zoo naufraga. Sobrevivendo em um bote salva-vidas, ele passa 227 dias na companhia de um tigre de bengala (como lidar?). 3ª semana.

★★★★★ CINÉPOLIS 3D 13:00-18:50 | 3D 16:00-21:50 GNC 3D 13:50-16:30 | 3D 19:00-21:40 | 13:30-16:0010 18:45-21:30 2:10

O HOBBIT: UMA JORNADA INESPERADA Assim como a Trilogia do Anel, que no início dos anos 2000 marcou época, a nova sequência de Peter Jackson baseada nos livros de J.R.R. Tolkien tem sido um presente para os fãs – pela qualidade do longa, mas também por toda a cultura que envolve o universo da obra. O Hobbit conta a jornada de Bilbo Bolseiro até a Montanha Solitária, 60 anos antes de A Sociedade do Anel, durante a qual ele se depara com o Um Anel pela primeira vez. O longa é adaptado do livro homônimo, publicado em 1937. 4ª semana.

★★★★★ CINÉPOLIS 3D 21:40 | 13:30-19:00 GNC 13:40-17:00 | 20:30

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2:49

Marcelo Adnet. Eduardo Sterblitch. De Andrucha Waddington. Naomi Watts. Ewan McGregor. De Juan Antonio Bayona.

O IMPOSSÍVEL Uma história de esperança é o que se pode esperar do longa de Juan Antonio Bayona. Durante o Natal de 2004, na Tailândia, a família de Maria, Henry e seus 3 filhos pequenos é separada pelo tsunami que varreu o lugar. Enquanto luta pela própria sobrevivência, o grupo tenta se reencontrar. 3ª semana. CINÉPOLIS 17:00-22:30

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1:47

OS PENETRAS Na vida real o Réveillon já passou, mas no cinema Marcelo Adnet e Eduardo Sterblitch continuam tentando entrar de penetras em uma badalada festa de Ano Novo. O objetivo dos moços é fazer com que a ex-namorada de Beto (Adnet), que está curtindo a festa, aceite o rapaz de volta. Se quiser assistir a uma comédia nacional, melhor correr para pegar o último horário de Os Penetras do que investir no recém-chegado De pernas pro ar 2. 6ª semana. GNC 21:50

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1:37


Lu Ruzzarin Basso, Divulgação/O Caxiense

MUSICA + SHOWS SEXTA-FEIRA (4) Vibe Rock

22:00. R$ 10. Bier Haus Maicon Rodrigues + Pura Ousadia +

DJ Gilson

22:30. R$ 20. Portal Bowling

Lennon Z & The Sickboys

23:00. R$ 20 e R$ 15. Mississippi

SÁBADO (5) Hardrockers

22:00. R$ 10. Bier Haus

DJ Rodrigo Dias + DJ Giiu Emer

Festa Welcome 2013 23:30. R$ 13 a R$ 25. Nox

Vibe Rock + Banda Moog + DJ Eddy 22:30. R$ 20. Portal Bowling

Bop-A-Lula Trio

23:00. R$ 20 e R$ 15. Mississippi

Vagão repaginado

O Vagão Classic não abriu na última semana de 2012 sob promessa de que a direção estava trabalhando nas novidades para esse ano. E quem chegar para a primeira festa de 2013 irá encontrar muita coisa diferente: pelo menos 30 novas placas e quadros, móveis, mais opções de petiscos no cardápio e ainda algumas surpresas que só quem for irá ficar sabendo. O que não muda é a atmosfera roqueira característica do bar. O primeiro show do ano fica por conta da banda Toolbox, de Caxias, comandada por Sasha Zavistanovicz (guitarra) e Rodrigo Marenna (vocais).

SEGUNDA-FEIRA (7)

SEX. (4). 00:30. R$ 15 e R$ 12. Vagão

Lonely Hearts Club Band

Divulgação/O Caxiense

22:00. R$ 18 e R$ 12. Mississippi

Rock da sorte

Em Caxias do Sul, Baú do rock é sinônimo de Jaime Rocha, o DJ, radialista, enciclopédia e fã incondicional de rock’n’roll (sobretudo Rolling Stones) que, de tempos em tempos, ressurge nos bares tocando os sons que agitam os roqueiros de todas as idades. Para a primeira edição da festa em 2013, a banda convidada é a Agente Ed, também da terrinha. Dizem os supersticiosos que quem for garante um 2013 de muito rock. SÁB. (5). 23:30. R$ 15 e R$ 12. Vagão

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Pagode e mais

+ SHOWS QUARTA-FEIRA (9)

Instrumental Best Dream

22:00. R$ 18e R$ 12. Mississippi

Jhonatan e Carlos

21:00. Gratuito. Paiol QUINTA-FEIRA (10)

The Barbas

22:00. R$ 10. Bier Haus

Divulgação/O Caxiense

Jakson & Luh Anne +DJ Gilson 21:30. R$ 20. Portal Bowling

Grupo Macuco – Festa de reabertura do Paiol 22:00. R$ 5 e R$ 15. Paiol

Com 10 anos de carreira e um álbum e um DVD lançados, os paulistas do grupo de pagode Cupim na Mesa animam a noite no ConD com uma mistura bem eclética de ritmos baladeiros. As influências destes pagodeiros incluem samba, pop, sertanejo, funk e axé. Para dar uma ideia, o último CD da banda, lançado em 2012, inclui versões de Eu Sei, do Papas da Língua, e Uma Carta, do LS Jack. O grupo é formado por André Marinho (ex Broz (!) e fundador da banda), Du e Wah. QUI. (10). 23:00. R$ 20 e R$ 15. Cond

The Blugs

Paulo Pasa/O Caxiense

22:00. R$ 18 e R$12. Mississippi

100% algodão

Mais do que uma banda de blues, a The Cotton Pickers (os colhedores de algodão, nome que homenageia os trabalhadores que deram origem ao blues) é uma reunião de um grupo de amigos unidos para celebar o gênero que é a cara de Caxias. A banda é formada por Tomás Seidl (vocal, guitarra e lap steel), Toyo Bagoso (harmônica), Gustavo Viegas (baixo) e Jayson Mross (bateria). TER. (8). 22:00. R$ 18 e R$ 12. Mississippi

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Fotos: Paulo Pasa/O Caxiense

ARTE

Fé e História

Após inaugurar sua fase itinerante, a exposição Capelinhas: Memória e Fé, promovida pelo Museu dos Capuchinhos, segue aberta para visitação no Museu Municipal de Caxias do Sul. O visitante poderá se envolver com as histórias e as memórias das zeladoras e das 15 capelinhas da Paróquia Imaculada Conceição, além de obras com a imagem da Virgem Maria. Capelinhas: Memória e Fé

Coletiva. TER.-SÁB. 9:00-17:00. Museu Municipal

Para dislexia digito 34753942

Coletiva. SEG.-SEX. 9:00-19-00. Ordovás

UCS 45 anos – Homenagem Desenhada

Coletiva. SEG.-SEX. 8:30-18:00. SÁB. 10:00-16:00. Galeria Municipal 4.JAN.2013

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Endere

os

cinemas: CINÉPOLIS. AV. RIO BRANCO,425, SÃO PELEGRINO. 3022-6700. SEG.QUA.QUI. R$ 12 (MATINE), R$ 14 (NOITE), R$ 22 (3D). TER. R$ 7, R$ 11 (3D). SEX.SÁB.DOM. R$ 16 (MATINE E NOITE), R$ 22 (3D). MEIA-ENTRADA: CRIANÇAS ATÉ 12 ANOS, IDOSOS (ACIMA DE 60) E ESTUDANTES, MEDIANTE APRESENTAÇÃO DE CARTEIRINHA. | GNC. rsc 453 - km 3,5 - Shopping Iguatemi. 3289-9292. Seg. qua. qui.: R$ 14 (inteira), R$ 11 (Movie Club) R$ 7 (meia). Ter: R$ 6,50. Sex. Sab. Dom. Fer. R$ 16 (inteira). R$ 13 (Movie Club) R$ 8 (meia). Sala 3D: R$ 22 (inteira). R$ 11 (meia) R$ 19 (Movie Club) | ORDOVÁS. Luiz Antunes, 312. Panazzolo. 3901-1316. R$ 5 (inteira). R$ 2 (meia) |

MÚSICA: Bier HauS. Tronca, 3.068. Rio Branco. 3221-6769 | cond. Angelo Muratore, 54. Dellazzer. 3229-5377 | Mississippi. Coronel Flores, 810, São Pelegrino. Moinho da Estação. 3028-6149 | NOX VERSUS. Darcy Zaparoli, 111. vilaggio Iguatemi. 8401-5673 | PAIOL. FLORA MAGNABOSCO, 306. 3213-1774 | PORTAL BOWLING. RS 453, KM 2, 4140. SHOPPING MARTCENTER. 3220-5758 | VAGÃO CLASSIC. JÚLIO DE CASTILHOS, 1343. CENTRO. 3223-0616 TEATROS: teatro municipal. Doutor Montaury, 1333. Centro. 3221-3697 | CASA DE TEATRO: Rua Olavo Bilac, 300. São Pelegrino. 3221-3130 galerias: campus 8. Rod. RS 122, Km 69 s/nº. 3289-9000 | FARMÁCIA DO IPAM. DOM JOSÉ BAREA, 2202, EXPOSIÇÃO. 4009.3150 | GALERIA MUNICIPAL. DR. MONTAURY, 1333, CENTRO, 3215-4301 | instituto bruno segalla. r. andrade neves, 603. centro. 3027-6243 | museu municipal. VISCONDE DE PELOTAS, 586. CENTRO. 3221-2423 | ORDOVÁS. Luiz Antunes, 312. Panaz­zolo. 3901-1316 | SESC. MOREIRA CÉSAR, 2462. pio x. 3221-5233 |

Legenda Duração

Classificação

Avaliação ★ 5★

Cinema e Teatro Dublado/Original em português Legendado Ação. Animação. Artes.Circenses. Aventura. Bonecos. Comédia. Documentário. Drama. Fantasia. Ficção.Científica. Infantil. Musical. Policial. Romance. Suspense. Terror.

Música Blues. Coral. Eletrônica. Erudita. Folclórica. Funk. Hip.hop Indie. Jazz. Metal. MPB. Pagode. Pop. Reggae. Rock. Samba. Sertanejo. Tango. Tradicionalista

Dança Clássico. Contemporânea. Flamenco. Folclore. Forró. Jazz. Dança.do.Ventre. Hip.hop Salão.

Artes Acervo. Fotografia.

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Desenho. Diversas Grafite. Gravura. Instalação

Escultura. Pintura.

CA

MA RIM

Marcelo Aramis

Encontro de verão

O Teatro do Encontro promove, de 7 a 11 de janeiro, o curso de verão Corpo e Voz para a Cena. A bailarina Kátia Salib, pesquisadora de técnicas corporais cênicas, educação somática e cultura popular brasileira, ministra o módulo Uso do Corpo e do Movimento. O músico Rafael Salib, professor na faculdade de EST, fala sobre Musicalização e Técnica Vocal para Atores. O tema do curso da atriz Caxiense Tefa Polidoro é Jogos Cênicos e Improvisação. O investimento é de R$ 200 e o curso oferece 15 vagas. Informações pelo telefone (51) 9715-9045 ou (54) 8406-5736.

Bolsa cultura

No segundo semestre de 2013, o Governo Federal deverá começar a pagar o Vale Cultura, benefício sancionado pela presidente Dilma Rousseff na última quinta (27). Da apresentação do projeto pelo Congresso, em 2009, até a aprovação, o valor já perdeu 16,9% do poder de compra, conforme o Índice de Preços ao Consumidor da Fundação Getúlio Vargas, motivo de choradeira e mais demora para a implantação. O vale, com adesão opcional, terá R$ 45 custeados pelo governo, por renúncia fiscal. O restante será pago pelos trabalhadores ou pelas empresas que optarem por custear. Sem contar com a aquisição de produtos – livros, CDs, obras de arte –, em Caxias o benefício é suficiente para um bom pacote cultural. Nesta época do ano, até sobraria dinheiro. Quem aderir ao benefício, terá grana para 3 sessões de cinema no GNC e Cinépolis (de segunda a quinta, exceto em salas 3D) ou 10 sessões no cinema do Ordovás; 5 espetáculos no Teatro Municipal, Sesc, Casa de Teatro e Ordovás (valor médio para meia-entrada, a mais vendida) ou um espetáculo global/ comercial. Faça as suas escolhas.


por Carol De Barba

Arte na canga Depois que a saída de praia – seja short, saia, caftã, quimono, camisa, vestidinho, enfim – foi inventada, a boa e velha canga perdeu seu status no guarda-roupa praiano. Para os mais radicais, virou sinônimo de breguice. Para outros, foi rebaixada a um mero paninho que protege o corpo da areia e do plástico da cadeira. A coluna resgatou esse assessório e te mostra 4 jeitos de usar que vão deixar a canga esquecida no fundo do armário irreconhecível. Eles também podem ser uma alternativa para quem está querendo investir pouco no look férias litorâneas: à beiramar, uma canga está custando R$ 25 (se negociar, sai por R$ 20).

Blusa

A B A+B A D

C

B

C

01 Coloque a canga sobre o pescoço.

D

02 Puxe as pontas de fora (A e B).

B

C

A

D

04 Una as pontas (A 03 Cruze as pontas

e B) na frente, na altura da cintura.

(A e B) nas costas e traga-as novamente para frente.

C

D

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Saruel A+B

A+B C

02 Passe as duas

D

pontas de baixo (C e D) entre as pernas deixando a dobra um pouco abaixo dos joelhos.

C D

C+D

02 Traga as pontas 01 Use uma canga

retangular. Amarre duas pontas (A e B) nas costas, na altura da cintura, como um avental.

Vestido A

A B

02 D锚 a volta

B

no corpo, na altura do busto, e traga as duas pontas para frente.

A+B

01 Enrole

a canga no corpo segurando uma das pontas (A) sobre o ombro.

30

D

D C

02 Com, as duas

pontas superiores (A e B), fa莽a um n贸 sobre o ombro.

(C e D) para frente e junte-as com um n贸 na altura da cintura.


Maio A+B A+B

02 Passe as pontas

D

C

C

inferiores (C e D) entre as pernas e traga-as para frente.

D

C+D

01 Enrole a canga no

03 Una das pontas

corpo, na altura do busto, e faça um nó nas costas com as pontas superiores.

(C e D) na altura da cintura.

Produção: Carol de Barba | Fotos: Paulo Pasa | Modelo: Thaís Gaspari | Locação: Galeria Municipal

VITRINE Retrô

Ondas

Com modelagem frente única, decote profundo e alças largas cruzadas nas costas, esse maiô é sinônimo de rhyqueza: para quem sai da areia direto para o circuito jet setter (ou coloca um shortinho e vai às compras no super da praia).

Com cara de antiguinho, esse modelo de bojo tomara que caia torcido e hot pants vai te transformar numa verdadeira pin up à beira-mar.

Dafiti Premium | Adriana Degreas | R$ 439,90

Bronze O modelo não tem nenhuma novidade e é o mais amado pelas loucas por bronzeado: top cortininha e calcinha de lacinhos. Mas o charme dessa peça é a estampa, que combina até com quem ainda está branquinha. theboutique.com.br | Triya | R$ 100,80

Proteção

O índice de radiação ultravioleta está predominante alto no verão, portanto, proteção é fundamental. Esse chapéu de aba larga em crochê garante a sombra em regiões sensíveis do corpo com muito estilo. E-closet | Daniela Cutait Atelier | R$ 384

Fotos: Divulgação/O Caxiense

theboutique.com.br | Adriana Degreas | R$ 256,20

Ouro

Pulseiras, colares e anéis são um problema sob o sol – ninguém quer ficar com uma marca gigante no colo ou no pulso, certo? Se você não dispensa assessórios, trocar as bijous por um adorno de cabelo metalizado pode ser uma alternativa. Esse, com aplicações de folhas douradas, é inspirado em baús de tesouros. theboutique.com.br | Lool | R$ 236,30

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