Edição 149

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Os candidatos a prefeito entrevistam os seus oponentes

13 O genuíno Queijo Serrano

A discreta Parada Gay caxiense

9 Quando a Igreja aprova o sexo por prazer

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A caxiense que faz o mundo dançar

4 A estreia de Eliane Brum em outra realidade

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O que fica depois que a barca passa

29 MODA E BELEZA

Imigração: Caxias, agora sim o País da Cocanha

Os calçados do verão

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Fotos: 4 e 11: Paulo Pasa/O Caxiense | 6: Vinícius de Vargas Bacichetto, Div./O Caxiense | 9: Fernando Kluwe Dias, Div./O Caxiense | 19: Lilo Clareto, Div/O Caxiense |

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Rua Os 18 do Forte, 422\1, bairro Lourdes, Caxias do Sul (RS) 95020-471 | Fone: (54) 3027-5538

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Jornalismo transmídia de interesse público Para assinalar o momento especial que é uma eleição, esta edição tem duas capas. Uma é a que está impressa, e você já viu. A outra, ilustrada e animada, deve ser visualizada de uma maneira diferente. Pode ser vista por quem fizer a leitura do código QR que estampa a primeira página. Para acessar o conteúdo especial, basta baixar qualquer leitor gratuito de QR para smartphone ou para computador convencional com webcam. O sistema é simples, como um código de barras no supermercado, e foi inventado nos anos 90. A novidade é a aplicação do QR com o conceito de transmídia (que vai além do multimídia que já praticamos). Para o sistema Android, recomendamos o aplicativo QR Droid; para usuários da Apple, indicamos o QR Reader; e para computadores, sugerimos o QRCode Scanner. Todos podem ser baixados gratuitamente e são encontrados através da busca de seus respetivos sistemas ou navegadores. Nossa narrativa jornalística, além de convergente, tem conteúdos especiais para cada plataforma, que se complementam. O impresso leva ao digital através do código QR para mostrar esta segunda capa especial. E, no site www.ocaxiense.com.br, o diálogo entre os candidatos também pode ser visto. O conteúdo especial que publicamos ao longo da semana, esta edição da revista e a cobertura ao vivo que faremos domingo na internet, com transmissão de entrevistas em vídeo direto da Redação, fazem parte de um projeto apoiado pelo International Center for Journalists (ICFJ), organização sem fins lucrativos com sede em Washington que promove o jornalismo de interesse público pelo mundo. Convidamos todos a navegar, seja nos smartphones ou tablets, nas redes sociais, no site e pela versão impressa, claro, para construirmos uma narrativa colaborativa e diferente em cada mídia. Como dizia o filósofo da comunicação Marshall McLuhan, o meio é a mensagem. E nossa mensagem é independente e plural.

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Tatyany R. de Oliveira Assinatura trimestral: R$ 30 Assinatura semestral: R$ 60 Assinatura anual: R$ 120 capa Arte de Luciana Lain sobre fotos de Alceu: Luiz Chaves, Assis: Júlio Soares, Possamai: Rubens Pires Junior, Daneluz: Janete Kriger, Corlatti: Foto Studio 7. TIRAGEM 5.000 exemplares

Paula Sperb, diretora de Redação 5.out.2012

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BASTIDORES Uma Parada de família

por Daniela Bittencourt A XII Parada Livre de Caxias do Sul teve drag queens, gogo boys, casais gays, famílias, casais héteros, show sertanejo, dança do ventre, churrasquinho e manifestação política. Só não teve beijo gay. Se teve, foi discreto a ponto de passar despercebido entre as 12 mil pessoas que tomavam a rua Marquês do Herval na tarde de domingo (30). Heterogêneo e contido, exceto por um ou outro grupo que se destacava com palmas e gritos, o público da parada livre de Caxias poderia ser facilmente confundido com o público da Feira do Livro, que acontecia ao lado, na praça Dante Alighieri. Não que o público heterossexual do evento tivesse qualquer preconceito contra casais gays, longe disso – todas as pessoas abordadas pela reportagem deixaram claro que cada um é livre quanto a sua expressão sexual. “Acho que qualquer forma de amor é válida, desde que o amor traga felicidade às pessoas”, defendeu Margarete Bender, 54 anos, pelo segundo ano expectadora do evento. “Em 2011 vim ver o show da Rosanna, estava muito bom. Acho o evento muito divertido, alegre. Não vejo nada demais, eles respeitam bastante”, afirmou, referindo-se à escassez de beijos entre os casais gays e

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acrescentando que manifestações de afeto, quando muito afogueadas, podem ser chocantes, mesmo entre héteros. “[o choque] é mais da atitude do que do casal em si”, disse. Para Reginaldo dos Anjos, de 66 anos, a Parada Livre era mais uma das boas oportunidades para ganhar algum dinheiro. As drags com seus vestidos coloridos, longos apliques de cabelo e saltos de 15 centímetros eram secundárias. Os casais gays também. O importante mesmo era vender churrasquinho e bebida – com a latinha de refrigerante a R$ 4 e o sol a 20°C (bem mais quente no meio do povo). “A gente vê em todos os lugares, né? Deixa eles, cada um tem a sua escolha. A minha religião não permite, sou evangélico, mas o importante é a felicidade”, opinou, enquanto recebia água da esposa, Marilene Basso, com quem está casado há 1 ano e meio. “Eu acho o evento bonito, alegre, diferente”, disse dona Marilene, compartilhando da opinião do marido: “Eu sou feliz à minha maneira e eles à maneira deles”,alegou antes de se colocar ao lado do marido para apreciar a apresentação de drag queens. Antes das performances, porém, o encontro da diversidade tomou ares de manifestação política. Micaela Simões,

Fotos: Paulo Pasa/O Caxiense

Sexo e prazer com a bênção da Igreja |Um queijo que só se faz aqui | Som caxiense nas pistas do mundo

Rainha da Parada Livre 2011, pediu o microfone para tornar públicas suas preferências para as eleições 2012. Jair Zauza, coordenador da Parada, também abriu seu voto, lembrando que esta era sua opinião política como eleitor, não a posição do evento, que buscava acolher a todos. A atitude desagradou o soldador Jalvi Rodrigues, de 43 anos, que estava com a esposa Madalena e a filha Jaiene, de 11 anos. Para ele, política é política e diversão é diversão. E naquela tarde eles foram à rua Marquês do Herval para se divertir e apoiar a causa gay. “Cada um faz o que gosta, né. Para mim, não tem nada de mais, tenho alguns conhecidos que têm isso aí, acho normal”, disse, referindo-se aos casais gays. Carinhosamente abraçadas, Débora Pereira e Franciele de Mello Susin, de 18 e 25 anos, que estão juntas há mais de 2 anos, elogiaram a programação do encontro e confirmaram que o evento tem contribuído para que casais como elas possam andar juntos na rua sem sofrer preconceito. Pelo menos, não tão escancarado. “Andamos de mãos dadas, é bem tranquilo. As pessoas estranham mais a mim”, sorriu Débora, com seu cabelo curto arrepiado. Franciele mantinha os fios loiros compridos e lisos, revelando que é mais fácil aceitar o que não foge aos padrões.


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Casto: o sexo abençoado pela Igreja

Vinícius de Vargas Bacichetto, Divulgação/O Caxiense

por Marcelo Aramis

ouvir o povo sobre o tema. Os entrevistados disseram que a Igreja estava A batida de Only Girl (In The World), ultrapassada, reclamaram da postura em de Rihanna, que vinha do último show relação aos anticoncepcionais, disseram da Parada Gay, ao lado da praça Dante, não ter nada de errado e tratar-se de asainda tentava invadir as portas fechadas sunto particular o amor entre 2 homens. da Catedral Diocesana quando o padre Ganharam argumentos claros e um disLeomar Brustolin deu a bênção final curso afiado do padre Leomar. Mas nem para a igreja lotada da última missa de sempre respostas diretas. Antes de abrir domingo (30). Depois da celebração, o debate, o padre explicou que o sexo, cerca de 140 jovens – que estavam na depois do Concílio do Vaticano II, nos missa, não na Parada – se dirigiram ao anos 60, também é aceito como forma espaço Mater Dei, anexo à igreja, para de prazer, não só em favor da procriação. debater sexualidade em mais uma edição “Castidade não é ausência de sexualidado Fé & Café, evento mensal que prede. Um casal que vive a fidelidade é casto tende sanar as dúvidas da nova geração. perante a Igreja, como o Papa. Castidade Ali, uma banda que tocava Rolling in é fidelidade a uma verdade”, aliviou. E The Deep, de Adele, dava as boas-vindas procurou evitar as palavras proibido e e anunciava o tom moderninho do enpecado em todas as orientações. “Antes contro. No tradicional vídeo de abertura, que me perguntem, ser celibatário é tão as imagens mostram o olhar de alguém difícil para o padre quanto a fidelidade é subindo uma escada. Ao som compassa- para os casais”, disse ele, ponderando que do de uma respiração ofegante e de uma é mais fácil ser fiel quando se encontra cabeceira de cama batendo na parede, a pessoa certa, no caso dos sacerdotes e calçados e roupas espalhadas pelos defreiras, Jesus. graus formam um caminho até o quarto. O primeiro rapaz a se pronunciar, talAbre-se a porta e é possível ver parte vez um seminarista – havia um punhado do colchão acompanhar o movimento. deles – fez mais um comentário do que A câmera sobe e mostra uma garotinha uma pergunta. Citou Santo Agostinho, com seu yorkshire brincando de pular um homem “que provou dos 2 lados”, na cama. Sexo não é brincadeira, diz a viveu a luxúria e a santidade. “Ama e faz mensagem. E o debate inteiro segue a o que tu queres”, disse o santo que seria mesma receita de quebrar o clima: mais citado mais uma vez durante o encondoce do que apimentado. tro, pelo padre Leomar – “Deus pode A organização do evento foi à rua virginizar a prostituta”. Para a Igreja,

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no entanto, não é tão simples assim. O sexo é visto com bons olhos, desde que feito dentro e só depois do casamento, que obedece os preceitos da liberdade, fidelidade (fora do casamento jamais), fecundidade (ambos devem ser férteis e não evitar filhos por métodos anticoncepcionais artificiais) e indissolubilidade (até que a morte os separe). “Só vale depois do casamento. Quem fez antes perdeu tempo”, brincou Leomar. “A Igreja quer que os namorados se amem e se queiram muito. Que vivam a sua sexualidade, mas sem a genitalidade”, explicou para os bons entendedores. A tão esperada genitalidade é fundamental para a consumação do casamento. Mas só depois da bênção. Divorciar também é permitido. Mas, embora não se negue a comunhão a ninguém na missa, é sinal de respeito que os divorciados que já estão em um novo relacionamento – portanto, não estão em comunhão com Deus – não comunguem. O padre citou um trecho da Bíblia: “O que come e bebe indignamente, come e bebe para sua própria condenação.” “É cruel, é horrível, eu sei. Mas é isso mesmo”, sentencia. O tema masturbação – muito pertinente à faixa etária dos presentes – também ganhou espaço. “A Igreja não demoniza, mas também não aconselha”, explicou o padre, reforçando o que havia dito no seu pronunciamento inicial,


que a sexualidade deve ser vivida para o outro, não para si mesmo. Então o problema seria o individualismo e não o desperdício de espermatozoides, o que alguém cogitou quando o papo chegou na fertilização artificial, também não indicada pela Igreja. “Não tem como fazer um só (embrião). E nem a ciência sabe quando a vida inicia, de fato. Por isso a Igreja prefere partir da fecundação”, explicou Leomar aos jovens e aos casais do curso de noivos, interessados especialmente no método Billings, aprovado pela Igreja, que consiste basicamente em abstinência sexual nos períodos férteis. Apesar da barulheira no lado de fora da igreja, os homossexuais quase ficaram fora da pauta. Mencionados sem qualquer pergunta direta, ganharam a seguinte explicação. “Pecado seria discriminar. Está no Catecismo: a Igreja deve acolher o homossexual. Mas aceitar não significa concordar com o modo de vida que eles têm”, disse o padre, sem entrar em detalhes. O tema voltou, via internet – o evento estava sendo transmitido online. Incluindo os héteros não-casados e os gays, queria saber se estes, quando se amam e são fiéis, são castos. Conforme o padre, não são. Os primeiros porque não se uniram perante Deus e os outros porque nem teriam essa possibilidade. “Vocês foram inteligentes não porque nos pouparam, mas porque não ficaram no ‘pode ou não pode?’”, foram aos fundamentos”, encerrou o padre Leomar. E já que havia sido poupado, fez o que chamou de provocação, “uma pulga atrás da orelha, do tamanho de um elefante”. Apresentou dados e falou do sucesso de políticas sanitárias voltadas à abstinência, castidade e fidelidade, que, na África, tiveram mais sucesso do que a

simples distribuição de preservativos. Já passava das 22:00 quando o Café com sabor de resposta, como diz o slogan do encontro, terminou com gosto de quero mais. Com a Praça Dante em silêncio, a banda do espaço Mater Dei falava mais alto na música de despedida. Fundamental é mesmo o amor. É impossível ser feliz sozinho.

uma resposta definitiva. Mas nós batizamos uma criança na fé dos pais, que têm de estar em comunhão. A sociedade não sabe fazer ritos e quer contratar um serviço religioso para isso. Mas os ritos não são eventos sociais.

Mas o homossexual pode viver a sua sexualidade e ser cristão? Sim. Sexualidade sem o ato sexual.

Não fazer sexo durante o período fértil não é também fechar-se à vida? A ideia é escolher quando ter um filho. O sexo tem também a dimensão do prazer e da unidade do casal. A união física também é necessária para a união mental e espiritual. O problema não é você não ir à fonte da vida, é usar um método para fechá-lo. E alguns podem matar a vida.

Não é aconselhável que alguém que esteja em um relacionamento pós-divórcio comungue. Essas pessoas devem Um dia depois do encontro, O CAcontinuar frequentando a missa sem XIENSE conversou com o padre Leomar participar da parte principal? para fazer a réplica de algumas respostas Aconselhamos a viver solteiros. Se está dadas no evento, mais no estilo “pode ou em outro relacionamento, sugerimos que não pode”. frequente a igreja e faça a comunhão da Palavra, mas não do pão. Em alguns caUm homem ou uma mulher estéril sos o casamento não tem solução. Muiestão condenados a ser solteiros? tas vezes encaminhamos um processo de Não há uma proibição. Neste caso, não nulidade. Aqui em Caxias muita gente é uma questão de não querer ter filhos, está em uma segunda união, mas porque é a impossibilidade de tê-los. E pode ser o primeiro foi declarado nulo. que ocorra uma surpresa, como temos na Bíblia o caso de Isabel (prima de MaE quem, por exemplo, usa anticonria, que era estéril e deu à luz João, filho cepcional, o que a Igreja não aprova, de Zacarias, quando ambos já estavam também é de bom tom que não comunvelhos). gue? Existe uma gradualidade. São 3 os Qual é a opção ao homossexual para pecados mortais: assassinato, adultério e ser um cristão? apostasia, que é negar que Jesus é Deus. Ele pode e deve frequentar a igreja e E existem outros pecados, que, pela conprocurar aprofundar a sua fé. Não redu- fissão e arrependimento, a pessoa pode ziria a questão sexual à genitalidade. voltar a comungar.

O senhor citou um caso de um casal que convidou um casal gay para batizar o filho. O que ocorre nesse caso? A questão da homossexualidade é muito recente e a sociedade ainda está aprendendo a lidar. Da Igreja, não há

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Arquivo Pessoal, Divulgação/O Caxiense

BOA

GENTE

Uma caxiense na pista “Ser DJ é sentir e ser capaz de perceber as vibrações que a pista está pedindo”, conta a DJ Francesca Marcilio. Aos 24 anos, a caxiense – que deixou a família e os amigos em Caxias para se aventurar nas danceterias norte-americanas e europeias – produziu hits como Lets go to the dance (junto com Marcos Pilatti) e You Shine (feat. Maitê Cunha). “Eu e meus pais sempre gostamos muito de música, então cresci ouvindo OMD, Jean Michael Jarre e Pet Shop Boys”, relembra. Na adolescência, Francesca descobriu a música eletrônica. Aos 15 anos, a vontade de aprender a mixar fez com que ela procurasse cursos para se tornar DJ. “Estava quase indo para São Paulo fazer o curso, quando os

DJs Franco Francischini e Jamur Bettoni lançaram o curso por aqui. E foi aí que tudo começou”, conta Francesca, que atualmente mora na Flórida, nos Estados Unidos. Para uma gaúcha em terras americanas, o chimarrão no Central Park é uma das suas atividades favoritas. “Para qualquer gaúcho que visitar os Estados Unidos, é indispensável andar pela Times Square, fazer compras e curtir os clubs”, recomenda. Para se tornar DJ, Francesca conta que é necessário ter conhecimento musical, profissionalismo, técnica, feeling e manter-se sempre atualizado. “Ser DJ compreende um universo muito mais amplo que simplesmente mixar músicas ou colocar a galera para dançar”, ensina.

Época de pesquisas Extras de fim de ano Campeã Com recursos do setor público e privado, a UCS segue investindo em novos pesquisadores. Na última quarta (26), alunos de 12 escolas de ensino médio de Caxias e região se reuniram no Centro de Convivência da Cidade Universitária e apresentaram cerca de 60 trabalhos, desenvolvidos por estudantes de 13 a 21 anos na IV Mostra Científica e Tecnológica das Escolas de Ensino Médio da Serra Gaúcha (Mostraseg). Nos dias 23, 24 e 25 de outubro, a UCS realiza o XX Encontro de Jovens Pesquisadores da UCS e II Mostra Acadêmica de Inovação e Tecnologia, que reúne acadêmicos envolvidos em atividades científicas e tecnológicas. Juntamente com seus orientadores, os estudantes apresentam e discutem os resultados que as pesquisas mostram. Nos três dias do evento, os estudantes farão a apresentação oral dos seus trabalhos, seguidos de palestra com André Luiz de Oliveira, da Universidade de Santa Catarina (UDESC).

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O Conselho Regional de Contabilidade do RS promove no dia 10, das 9:00 às 12:00, na Faculdade da Serra Gaúcha, o curso sobre questões relacionadas ao 13° salário e férias individuais e coletivas. Acadêmicos de Ciências Contábeis e profissionais interessados podem se inscrever pelo site www.crcrs.org.br.

+ CURSOS Faculdade Inovação

A Faculdade Inovação (FAI) está com inscrições abertas para cursos de qualificação, com início neste mês. São eles: Atendimento ao Cliente, Gestão de Pessoas – ministrados pelo professor Ricardo Rubens –, Representação Gráfica Avançada e Composição de Ambientes – com o professor Diego Bueno. Inscrições na sede da FAI.

+ P S-GRADUA

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Universidade de Caxias do Sul

A UCS oferece curso de pós-graduação em Espiritualidade no Trabalho, dividido em 20 disciplinas. Com o objetivo de elevar o nível de conhecimento, a partir das organizações sociais, o curso coordenado pelos irmãos Jaime e Maria Lúcia Bettega

A escola Santa Catarina é a vencedora do Agitouch, game interativo que reuniu mais de 3 mil alunos na Faculdade da Serra Gaúcha (FSG). Como prêmio, os estudantes receberão R$ 5 mil para a cerimônia de formatura e a escola receberá uma TV LCD 42’.

abrange profissionais da área de recursos humanos, administradores, psicólogos, comunicadores e assistentes sociais. O investimento é de 24 parcelas de R$ 467, com 10% de desconto para alunos egressos de cursos de graduação da UCS. O início das aulas será em 28 de outubro, e terá 375 horas-aula (não incluídos seminários, painel e TCC).

+ VESTIBULAR Faculdade América Latina

Seis opções de cursos. Prova 12 de dezembro. Inscrições até 11 de dezembro. R$ 25

WWW.UCS.BR. 3218-2800 | WWW.FSG.BR. 2101-6000 | WWW.PORTALFAI.COM. 3028. 7007 | WWW.AMERICALATINA. EDU.BR. 3022-8600

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TOP5

Queijo Artesanal Serrano

Jaime Eduardo Ries, Divulgação/O Caxiense

Para conservar a tradição e as características de produção que fazem do queijo serrano um produto único, a Emater/RS criou o Programa de Qualificação do Queijo Artesanal Serrano. O projeto foi apresentado na última Expointer e visa valorizar a produção artesanal e preservar a cultura familiar. O zootecnista e assistente técnico regional da Emater/RS de Caxias, Jaime Eduardo Ries, destaca 5 características do produto, que já tem até regulamentação própria.

Região É produzido exclusivamente nos Campos de Cima da Serra do Rio Grande do Sul e no Planalto Sul-Catarinense, regiões muito altas e frias. Os solos rasos e ácidos conferem características específicas à pastagem das regiões e, consequentemente, ao leite do qual é feito o queijo. Artesanal O leite para a produção do Queijo Serrano vem de vacas de corte ou cruzadas, alimentadas durante a maior parte do ano nos campos nativos da região. A produção artesanal envolve 1.800 famílias de 11 municípios no RS e 18 municípios de SC, segundo dados da Emater/RS.

Antiguidade Registros indicam que o Queijo Serrano é produzido há cerca de 200 anos. Um documento de 1831 ao então Presidente da Província registra a produção do queijo mais de 40 anos antes da chegada dos imigrantes italianos no Estado. Origem A receita do Queijo Serrano chegou ao Sul junto com os portugueses e se mantém praticamente igual até os dias de hoje. A origem o diferencia dos denominados queijos coloniais, produzidos pelos descendentes dos imigrantes italianos. Diferenciado “As características da matériaprima, o tipo de gado e sua alimentação, associados ao conhecimento de produção e às particularidades do ambiente resultam em um queijo diferenciado”, defende Ries. É um queijo semigordo, de baixa umidade, com textura levemente amanteigada e aroma e sabor acentuados. 5.out.2012

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Determinada a encerrar a eleição já neste domingo (7), a campanha de Alceu Barbosa Velho (PDT) decidiu atacar (ou contra-atacar) seu único possível aliado em um eventual 2º turno: Milton Corlatti (DEM). A representação contra Corlatti feita esta semana p­ela coligação de Alceu, segundo a qual um diretor da Festa da Uva estaria trabalhando para a campanha democrata supostamente em horário de expediente, azedou de vez a relação entre os dois candidatos. Ou seja: Alceu aposta todas as fichas no 1º turno.

Publicidade transparente

Como já acontecera na edição de 17 de agosto, este número da revista O CAXIENSE traz publicidade eleitoral na capa. Mais uma vez, cabe a explicação: os espaços foram oferecidos a todos os candidatos e pelos mesmos valores. A publicidade eleitoral em veículos impressos informa até o preço que cada um pagou por anúncio e pode ser facilmente fiscalizada pelas autoridades. Quando feita exatamente de acordo com a legislação – como ocorre em O CAXIENSE –, é uma contribuição a mais para a transparência das campanhas. Paulo Pasa/O Caxiense

rio

All in

Responsabilidade social

No próximo dia 10 de outubro, o grupo Soprano comemora 1 ano do Instituto Adelino Miotti, que leva o nome do fundador da empresa, falecido em 2010. Com a missão de proporcionar formação pessoal e profissional, neste período foram implementados Programa Recriar e também a Biblioteca Sesi Imaginação. No Recriar, que dura 2 anos, uma turma de jovens desenvolve atividades de reforço escolar, esportes, informática e curso profissionalizante. Do quadro de aproximadamente 1,5 mil funcionários, 75 já estão cadastrados na Biblioteca Sesi e retiram regularmente livros de forma gratuita.

Gestão de qualidade

Além da revista O CAXIENSE, outras 13 empresas de Caxias receberão o Selo Bronze do programa Q-Comércio, uma parceria entre FCDL e Sebrae para promover a qualidade no setor. A premiação – durante a 43ª Convenção Estadual do Comércio Lojistas, no Plaza São Rafael, em Porto Alegre – será concedida também a Alamanda, Lojas São Diego, Casa das Armas, Centro Visual, Chalé Loja Infantil, ED Produtos de Limpeza, Escola Lecontando, Full Service Impressoras e Cartuchos, Foto Studio 7, Pioner Relojoaria e Ótica, Marli Trentin, Confeitaria Doce Marina e Serracel Telefonia.

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Táticas de guerrilha

Em nenhum lugar a campanha eleitoral deste ano foi tão pesada como no mundo virtual. Nas redes sociais, mais efetivamente no Facebook, disseminaram-se os piores ataques aos candidatos, produzidos por militantes e simpatizantes. Acusações sem provas, ofensas pessoais, brincadeiras de mau gosto e desrespeito à privacidade das pessoas deram forma a uma guerrilha eleitoral na internet, onde parecia valer tudo. A ação de busca e apreensão de equipamentos na prefeitura (foto) e na Secretaria do Turismo, a pedido do MP, na quarta-feira (3), estaria relacionada a atos desse tipo.

Sustentabilidade é sobrevivência Se existe um ranking Down Jones de Sustentabilidade certamente é por uma questão de sobrevivência, e não de tendência. Essa é a opinião do engenheiro carioca Fernando Almeida, que falou sobre Produção mais limpa no contexto da sustentabilidade no último dia 4, durante a Feira de Subcontratação e Inovação Industrial (Mercopar). Almeida acredita que já se teve progressos na consciência das questões ambientais e de sustentabilidade junto ao público e mídia, por exemplo, mas ainda não avançou em quem toma as decisões. Nos modelos de negócio e na administração pública o “marketing verde” ainda é mais forte. “O setor público padece de um problema sério que é a falta de continuidade”, coloca o consultor lembrando que ao entrar e sair gestões, projetos não são mantidos.


Paulo Pasa/O Caxiense

TERRA FÉRTIL PARA PLANTAR SONHOS

Em 2010, o IBGE contabilizou 732 estrangeiros em Caxias. E a cidade que tem um monumento para saudar seus imigrantes, volta a ser promessa internacional de uma vida melhor por Daniela Bittencourt Ele respondia com aqueles olhos de órbitas levemente escurecidas, diferentes do branco a que eu estou acostumada... Era como se a pele não desse conta de reter tanta cor e transbordasse o pigmento para dentro dos olhos. Falava pouco, com frases que respondiam somente o essencial – e somente quando era perguntado. Os gestos também eram contidos, não sei se pelo constrangimento ou por discrição. Mas, com certeza, não era por ter pouco a contar. Eu tinha mais dificuldade em entendê-lo do que em me fazer entender. “Documento”, dizia ele, enfático. “Todo problema é documento”. O homem – cujo nome embaralhado por fonemas estranhos à língua portuguesa será preservado – tem 27 anos. Está em Caxias há menos de 6 meses e ainda está aprendendo a usar o português no lugar do francês, língua

oficial do seu país. Veio ao Brasil em busca de emprego, com o objetivo de mandar dinheiro para a família no Senegal. Diz que lá se trabalha muito e ganha pouco. Mais meia dúzia de homens está com ele, todos quietos sob a justificativa de não falar português. Somente um deles tem mais de 30 anos, alguns têm filhos e outros têm mais de uma esposa. São um pequeno recorte daquele país, que tem 53% de sua população com menos de 20 anos, 95% muçulmanos e 20 etnias. O homem de nome difícil de pronunciar tenta ser meu intérprete, mas a conversa não flui. Após fazer uma pergunta, por conta própria, aos companheiros, em uma língua que desconheço, ele emenda um gesto definitivo com as mãos, reforçando que todos ali tem o mesmo foco: trabalho. É seu jeito de me avisar que eles não têm nada

mais para compartilhar. Caxias do Sul é acostumada a migrações. Com o processo de urbanização e industrialização, o município se tornou atrativo para aqueles que queriam sair da zona rural e se estabelecer na cidade, onde as oportunidades de emprego, infraestrutura, bem-estar e ascensão social pareciam mais acolhedoras. De acordo com estudos apresentados no livro Mobilidade Humana e Dinâmicas Migratórias, fruto de um seminário sobre migrações na Universidade de Caxias do Sul, em 2010, a primeira fase da migração em Caxias foi estimulada pela presença da política de colonização, quando o município recebeu imigrantes da Europa. Na metade do século XX, o êxodo rural levou os moradores do campo para a cidade e na dé 5.out.2012

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cada de 50 a industrialização estimulou a migração como desenvolvimento social e econômico. Caxias se tornou um polo de atração de mão de obra, principalmente pelo desenvolvimento do setor metalmecânico. O crescimento da cidade correu de boca em boca e, nos anos 90, já atraía migrantes de outros municípios e de outros estados. O que se sabe hoje sobre estrangeiros em Caxias é o que se ouve informalmente de assistentes sociais, estudiosos do assunto e outras pessoas que tentam preservar a estadia daqueles que buscam aqui a dignidade que não encontram nas suas terras, muitas vezes barrados pela dificuldade de regularizar sua situação. “A gente observa que é uma tendência Caxias se tornar um polo também para imigrantes estrangeiros. Tem possibilidade de trabalho e estrutura. E há saturação dos grandes centros. Caxias é considerada uma cidade média. As cidades médias, de forma geral, têm se tornado mais atrativas”, diz Maria do Carmo dos Santos Gonçalves, coordenadora do Centro de Atendimento ao Migrante (CAM) no município. O modelo de migração atual segue o fluxo urbano-urbano. Ou seja, os migrantes abandonam suas cidades por outras cidades onde há maior diversificação de empregos. Só que esse modelo diz respeito às migrações internas, regionais. “Essa migração internacional é algo bem recente. O Brasil mudou sua posição externa

nos últimos anos, construiu a visão de um país que cresce”, explica Vania Herédia, coordenadora do departamento de Sociologia da UCS. “A visão que nós temos do Brasil é muito diferente da visão que se tem lá fora”, afirma, lembrando que somos conhecidos como uma nação acolhedora e livre de preconceitos. Em 2010, o IBGE contabilizou 732 estrangeiros no município. No início do ano, Caxias recebeu um grupo de estrangeiros senegaleses, grande parte absorvida pelas empresas locais. “Tenho uma fila de empresas que querem receber estes imigrantes como trabalhadores. Eles vêm realmente com o foco de trabalhar, são disciplinados, são bons exemplos, não fumam, não bebem, não se atrasam”, revela a assistente social Vanda Ferreira Vittorazzi, do Abrigo Municipal de Caxias. Emprego e condições dignas de existência provavelmente são os motivadores da migração. Para um país como o Senegal, cuja população de 12 milhões de habitantes cresce 2,5% a cada ano, com expectativa de vida de 56 anos, o Brasil representa algo muito próximo de um Paraíso. Além disso, a nação verde e amarela tem mais a cara de casa do que a Europa. “Por que o Brasil?”, perguntei para o senegalês que mediava o tímido bate-papo. “Pessoas são boas, nos recebem bem”, limitou-se a responder. A dificuldade tem sido a regularização da permanência. Para vir ao Brasil, os senegaleses precisam do visto de trabalho, que é concedido ainda no Senegal

mediante comprovação de emprego no Brasil; visto de turista, que possibilita a permanência por até 90 dias ou visto de refugiado, este só concedido a cidadãos de países em conflito ou que tenham sofrido catástrofes naturais. Pobreza extrema e falta de emprego não se encaixam nestas categorias. Mas Caxias também tem se mostrado atrativa a outros imigrantes. O uruguaio Oscar Gilone Martinez, de 49 anos, está há quase 1 mês no Brasil e chegou no último dia 27. Diferentemente dos senegaleses, Oscar fala bastante. Conta boa parte de sua história, desde quando saiu de Montevidéu para Miami em busca do sonho americano, em 2002. Arranjou emprego, mandou dinheiro para a família e decidiu voltar à terra natal. Vendo que pouco havia mudado em seu país, fez o que mais gosta: foi embora. No dia 6 de setembro, chegou ao Chuí com o objetivo de se fixar em Porto Alegre, depois no Rio de Janeiro ou em São Paulo. Não gostou da capital gaúcha. “Mucha gente”, justificou. De carona, veio parar em Caxias do Sul, onde foi acolhido no Albergue Municipal em uma quinta-feira. Na quarta-feira seguinte, já tinha conseguido emprego. Oscar teve motivos diferentes dos senegaleses para escolher o Brasil. Ele quer ver a Copa do Mundo de 2014, de preferência ao vivo. Enquanto isso, o grupo dos senegaleses também cheios de sonhos busca um lar longe de sua pátria.

“É uma tendência Caxias se tornar um polo também para imigrantes estrangeiros. Tem possibilidade de trabalho e estrutura”, diz Maria do Carmo dos Santos Gonçalves O uruguaio Oscar Martinez |

Paulo Pasa/O Caxiense

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eles eles perguntam,

respondem

Na semana mais movimentada da campanha eleitoral, O CAXIENSE entrevistou cada candidato a prefeito de Caxias com perguntas que seus oponentes elaboraram previamente, sobre temas livres. Nas questões, enviadas à revista por e-mail, eles aproveitaram para falar de suas propostas e provocar seus concorrentes. As respostas, dadas pessoalmente ao repórter Andrei Andrade, podem ajudar os indecisos e até mudar a opinião dos decididos

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Alceu Barbosa Velho responde Implantar o projeto Gira Arte e tornar disponíveis também para a cultura os prédios da Maesa, Eberle e Gazola, progressivamente. Além disso, construir um novo Teatro Municipal, multiuso – já que a capacidade do atual é pequena – pois realizaremos anualmente em Caxias o Festival Nacional de Teatro. Qual a opinião do candidato Alceu sobre essas propostas? São propostas ótimas. O problema daquele prédio, da Maesa, é que hoje ele é do Estado. Eu, enquanto deputado, gestionei e não consegui nem ser recebido e poder falar a respeito da ocupação pelo Município. Acontece que a Procuradoria da Fazenda Estadual já teria entabulado negociações para que o Estado vendesse aquela área, transformando em dinheiro para construir a sede da Procuradoria do Estado. Então, eu não obtive uma receptividade por parte do governo para tratar deste assunto. Falei também com o secretário da Cultura, que me disse que se tratava um negócio difícil. Agora, se vencermos, é uma opção fazer esse tipo de coisa. Eu penso ainda mais. Acho que ali seria um grande mercado público, junto com esse equipamento de teatro, com essa coisa toda. Mas, sem dúvida nenhuma, é um bom projeto, uma boa ideia, que nós poderíamos inclusive ampliar. Esbarra nesta questão da cedência do Estado para o Município.

No nosso programa de governo, propomos a implementação da Agenda 21 na cidade, articulando o Município e a sociedade civil para um novo padrão de desenvolvimento, alicerçado na sustentabilidade ambiental, social e econômica, com efetiva participação de toda a sociedade. A sua coligação tem alguma proposta neste sentido? Nós já temos o Caxias 2030. Já estamos praticando isso. Esse ano, fizemos um documento com esse nome, que é uma espécie de Agenda 21. Quando se fez o Marrecas, se pensou 30 anos na frente. Quando se fez o aterro sanitário, se pensou 100 anos na frente. O tratamento de esgoto, a canalização, foi pensando na solução definitiva para a cidade. Além do Caxias 2030, nossas ações todas provam isso. Por exemplo, quando penso na Perimetral Sul-Leste, que já temos projetada, estou pensando 100 anos na frente.

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Como explicas a contradição do senhor em dizer que tem como prioridade a educação, em um eventual governo, mas ao mesmo tempo ter votado contra o piso nacional para os professores estaduais na Assembleia Legislativa? O que aconteceu foi que, aqui em Caxias, os professores municipais não têm absolutamente nada a ver com o piso. Eles ganham muito mais que o piso e, pela forma de reajuste que Caxias pratica, trimestral, o piso nunca vai alcançar o salário dos professores municipais. Agora, porque e como eu votei lá em Porto Alegre: o governo do Estado, do qual o meu partido faz parte, nunca colocou em votação o piso. Mandou um projeto de lei dando um aumento de 15,7% e disse que não ia pagar o piso. Entre não dar nada para os professores, eu preferi dar o aumento. Sabendo que elevava o salário ao nível do piso, mas sabendo também que era uma empulhação, porque, as vantagens que o professor tem, não incidem sobre este valor que chegou o salário, mas sim sobre a metade dele, que é o que tinha antes. Então, resumindo: o governo nunca mandou o piso para ser votado. Porque, se mandasse, eu seria a favor. O que mandou foi um aumento de salário. E eu, evidentemente, não ia votar contra o aumento de salário. Mas disse para o governo: mande o piso, que eu sou a favor é do piso.

O senhor é o único que não está prometendo cortar os Cargos de Confiança (CCs) da prefeitura. Em função do número de partidos que está coligado o senhor vai aumentar o número de CCs? Infelizmente, o candidato Miton, como ele até confessa, não tem nenhuma experiência política, não conhece nada do funcionamento da administração pública. Eu respondo que o fato de ter X números de CCs não significa que precise ocupar todos. Ele não precisa cortar nada, basta não nomear ninguém. Se tem 300 cargos à disposição, não precisa cortar 150. Basta nomear só 150. É isso que eu vou fazer. Não fico perdendo tempo com essa discussão, porque acho ela muito pequena. O Sartori e eu nunca usamos todos os cargos, sempre houve cargos vagos. Eu fico muito preocupado, sinceramente, com quem desenvolve um plano em cima disto. É uma gestão. Não precisa dizer nada, basta chegar lá e não nomear. Mas como se insiste demais, eu lembro – quando Daneluz e o Corlatti falam – do Fernando Collor de Mello, o famoso caçador de marajás. É isso que eles transmitem com essa história de falar sempre a mesma coisa. Eu fico receoso, porque isso é uma coisa rançosa, uma coisa antiga, que não tem lugar em uma cidade como Caxias. E tem mais: se for ver, no governo estadual e federal, veja quantos cargos eu aprovei, via lei, para o Tarso Genro. Porque o governo é que sabe a conveniência. E o nosso governo entendeu que esses cargos eram suficientes para manter a máquina funcionando. Se o próximo que ganhar for um deles, é só eles não nomearem ninguém.


Assis Melo responde O senhor tem sido visto frequentemente em Caxias. Como o senhor consegue cumprir o seu mandato como deputado federal e cumprir agenda de candidato? Fazendo as duas coisas. Indo a Brasília quando tem a pauta e fazendo campanha quando estou aqui. Isso, na verdade, foi uma dinâmica desde o início do mandato. Eu nunca morei em Brasília. Eu vou na terça e volto na quinta à noite, já estou acostumado. Já passei pelo período de experiência, que normalmente é de 2 meses, 3 meses, para ir se acostumando, como numa fábrica. Claro que quem não circula por dentro disso não sabe, que experiência tem de 30, 60 e 90 dias. E a dinâmica é aquilo que eu sempre fiz. Levantar cedo, estar na porta de fábrica, no sindicato, há 30 anos. Então, fazer campanha, para mim, já está no sangue. E eu não me canso. Sou um homem de trabalho, gosto de trabalhar, levantar cedo e dormir tarde. Estou tranquilo. Tenho feito meu trabalho lá na Câmara e minha campanha aqui. Uma campanha propositiva, sem me preocupar com as coisas dos outros, mas sim fazendo o debate político.

Trace uma relação entre ser um “gestor público” e um presidente de um sindicato. Na verdade, no sindicato, tu trabalhas na tua categoria. É uma parte bem pequena da sociedade, com uma visão corporativa: cuidamos da categoria dos metalúrgicos. Fazer um paralelo, não sei se tem como. É outra coisa. O sindicato faz uma luta basicamente econômica, trabalha em um segmento que aqui tem importância, mas em outras cidades já não tem. Em Caxias, o Sindicato dos Metalúrgicos tem esse destaque todo, mas a gestão pública é bem maior, tem que cuidar da cidade como um todo. O gestor público tem que ter a sensibilidade de compreender a política e atender as pessoas, principalmente as que mais precisam. Nós temos que usar a gestão pública para servir às pessoas, não nós nos servimos dela. Não tem como comparar com a gestão do Sindicato dos Metalúrgicos, pois são coisas totalmente diferentes.

Nós queremos criar um plano diretor de arborização urbana. Qual a sua proposta sobre este tema? Nós temos que, além desta questão da arborização e da revitalização – especialmente nas áreas ciliares, na beira dos arroios – pensar de forma que a gente possa ter, de fato, uma cidade com um clima melhor. Tem que, além de trabalhar o desenvolvimento da cidade, ter uma compatibilidade com o meio ambiente, pensar em fortalecer o meio ambiente. Nossos arroios, nossos rios, têm que ser protegidos e, na medida do possível, ser recuperados para que nós, futuramente, possamos garantir condições de desenvolvimento para nossa cidade. E a água, é claro que também é uma fonte de desenvolvimento. Nós temos que procurar preservar as fontes que nós temos.

A Barragem Marrecas é a maior obra da história da administração pública de Caxias do Sul e garante água potável para mais de 250 mil pessoas, no mínimo pelos próximos 30 anos. A Estação de Tratamento de Água Morro Alegre tem capacidade para tratar 1.000 litros de água por segundo, podendo ser ampliada para até 3.000 litros/segundos. Além disso, o Sistema Marrecas já está preparado para mais 3 bacias de captação: Piaí, Sepultura e Mulada. Quais são suas propostas para o futuro da cidade? Há uma participação efetiva do governo federal nesta questão. Não é uma obra só de Caxias. Nossa proposta não vê só o saneamento básico, ela vê também uma cidade que precisa se desenvolver em várias áreas, como, por exemplo, a mobilidade urbana. Precisamos, hoje, trabalhar a questão da mobilidade urbana, porque o trânsito precisa andar. Hoje, entram 800 carros por mês na cidade, e nós temos apenas um viaduto. A BR 116 está totalmente trancada. Eles não tiveram capacidade de fazer uma passarela, e quando digo isso é porque faltou condicionamento político a essa administração. Hoje estão dizendo que vão fazer a Perimetral Leste e não sei quantos viadutos, mas eu pergunto: “e não conseguiram fazer uma passarela?”. Tá certo que o computador aceita tudo. Acho que uma obra dessa importância é necessária, o gestor público tem obrigação de fazer isso. Mas ficar exaltando? Acho que não é mais do que o dever do gestor público fazer essas obras. E ficaram 8 anos na prefeitura. Não queriam fazer nada, nem com todos os recursos que vieram do governo federal? Eu não me vangloriaria por isso, mas já que estão fazendo, eu vou aplaudir o doutor, que se vangloria tanto de ter feito a principal obra desta cidade. Pena que não foi capaz de fazer uma simples passarela, enquanto pessoas estão morrendo ali. É preciso cuidar das pessoas. E nós vamos cuidar. Cuidar do futuro da cidade, para nós, é cuidar do principal patrimônio que ela tem, que são as pessoas. Queremos que a cidade se desenvolva, mas sempre cuidando das pessoas. 5.out.2012

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Lu s Fernando Possamai responde Por meio do Programa de Asfaltamento do Interior foram asfaltados mais de 170 km de estradas no Interior de Caxias do Sul, beneficiando milhares de famílias e agricultores, facilitando o escoamento da safra e trazendo o progresso. Todas as comunidades rurais agora estão interligadas à cidade por asfalto. O senhor considera importante este investimento nas comunidades rurais? Sim, considero importante. E nós temos uma visão de que aquilo que está correto tem que ser mantido e continuado. E nós vamos fazer isso, tanto no Programa de Asfaltamento do Interior quanto em outros que são muito bons. Entretanto, em se tratando de escoamento de produção e outras questões ligadas à área rural, nós temos a dizer que deixa muito a desejar, por exemplo, a preocupação com a manutenção das pessoas no Interior. Deixa a desejar a questão da proteção à colheita que o Município praticamente não investiu nada em benefício aos agricultores. Deixa a desejar a comunicação que, se de um lado, se facilita com o asfalto, por outro, o celular ainda não pega no Interior. Então, é preciso investir também nestas outras questões para que Caxias continue sendo destaque nessa área.

Oferecer contrapartida à UFRGS para se instalar na cidade, construir mais creches e implantar o contraturno – fora da sede da escola até que se disponha de infraestrutura para o turno integral – constam do nosso plano de governo. O que o senhor acha dessas propostas? Considero bem importantes. De certa forma, vêm de encontro com o que nós temos em nosso plano de governo. No turno inverso da escola, pretendemos implementar um projeto onde os estudantes poderão escolher entre as mais diversas atividades artísticas, culturais e esportivas. Vamos fazer com que as pessoas se desenvolvam nas áreas da sua escolha, dando toda a estrutura, tanto de local quanto de profissionais. Entendemos também que é importante o Município se integrar na preservação da UERGS, que está esquecida, e pretendemos abraçar a luta da UFRGS, que tem no deputado Assis Melo um dos líderes do movimento. O prefeito tem que ser o condutor desta ação e vamos junto com o deputado fazer a promoção e a defesa para que a UFRGS tenha em Caxias a sua base. Sobre as creches, há um déficit apontado pelo Tribunal de Contas do Estado de 10.122 vagas. Nós vamos resolver esta questão utilizando os prédios das associações de moradores, que ficam ociosos durante a maior parte da semana, para que sejam utilizados como creches. Também vamos equipar as escolas para que possam servir de creches, além de construir novas creches. Fato é que o Ministério Público e a Defensoria Pública não precisarão ingressar contra o Município para resolver este problema.

Vamos fazer uma administração valorizando servidores públicos, implantando o plano de carreira, com repasse da inflação trimestral, reduzindo 61 CCs, respeitando e dialogando com a entidade de classe. Quais são as suas propostas para os servidores? O PSOL tem como propostas um governo de braços dados com os servidores públicos municipais. Nós vamos implementar o plano de carreira dos servidores e também dos professores, que é uma velha reivindicação. Assinamos a cartacompromisso do Sindiserv e vamos trabalhar para cumprir seus itens. Também iremos mandar um projeto para a Câmara que vai tratar da lei do assédio moral, porque, em nosso governo, não iremos ameaçar servidor público nenhum. Vamos ter uma relação transparente, aberta e democrática, trabalhando com as diferenças e respeitando-as. Além disso, a valorização dos servidores também se dará na Secretaria da Segurança Pública, que nós vamos desmilitarizar, colocando um servidor da Guarda Municipal como secretário municipal. Nas secretarias da Educação e da Saúde, vamos nos reunir com os servidores e eles irão nos encaminhar uma lista de servidores. E desta lista iremos selecionar os secretários.

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O senhor tem criticado muito as alianças dos partidos chamando inclusive de macarronada. Que alternativa propõe para governar uma cidade como Caxias sem fazer aliança com outros partidos? Nós entendemos que um partido de esquerda, socialista, democrático, que luta por liberdade e garantia de direito das pessoas, tem que dar exemplo. Nós vamos governar Caxias com as pessoas. Nossa aliança tem que ser com os servidores, com os técnicos, com os profissionais de todas as áreas que quiserem ajudar no governo. Iremos escolher as pessoas não pela sua filiação partidária, mas pela qualificação e disponibilidade de ajudar o município a crescer. Nós vamos, por exemplo, ter um projeto que envolve os menores aprendizes. Através deste projeto, iremos oferecer às empresas condições de oportunizar aos jovens que aprendam alguma atividade, alguma profissão. Vamos propiciar também vagas nas empresas para aqueles com mais de 40 anos que não conseguem emprego; aos aposentados, que não conseguem sobreviver com o salário totalmente defasado, indecente, que recebem. Nós vamos nos preocupar com estas pessoas oferecendo um programa que beneficie as empresas com alguma isenção, desde que as pessoas sejam valorizadas.


Marcos Daneluz responde Em 2008, a Codeca foi a primeira empresa pública do Brasil a receber a certificação ISO 9001. Caxias foi pioneira na implantação da Coleta Mecanizada de Lixo. A coleta de material reciclável aumentou em 100% e a cidade ficou mais limpa e foi reconhecida nacionalmente. Para que a Codeca seja esse exemplo de empresa pública, ela deve ser bem administrada e servir aos anseios da nossa população. Como gestor, você vai manter os investimentos na Codeca?

Produzir alimentos saudáveis e preservar o ambiente. Essa é uma das diretrizes do nosso plano de governo. Incentivar a produção agroecológica, adotando um modelo de produção com menor impacto e assegurando a compra pública de produtos livres de agrotóxicos para merenda escolar, creches e troca solidária. O que o candidato Daneluz acha dessa proposta?

A Codeca não nasceu no governo do Sartori. É uma empresa pública que tem uma história em Caxias. Quando nós a administramos, na gestão do Pepe, foi uma empresa que se manteve com recursos próprios, sem precisar de mesada do Município, e fez serviços públicos de grande qualidade. Exemplo disso é que nunca deixou de recolher o lixo e fazer varrição na nossa cidade. O atual governo aportou recursos financeiros para a Codeca. Nos últimos anos, foram R$ 12 milhões de impostos do povo para fortalecer a estrutura da empresa. Obviamente, algumas coisas foram feitas. Por exemplo, a coleta mecanizada, que nós respeitamos e achamos que é um bom processo que está sendo desenvolvido. Na nossa época, compramos a primeira usina de asfalto para a empresa, um grande investimento, e a Codeca fez obras de asfalto que serviram como reguladora de mercado, com obras mais baratas para a comunidade. Nós temos o compromisso de continuar viabilizando a empresa pública, sim. Queremos aumentar a coleta mecanizada para outros bairros. Queremos que ela chegue ao povo mais pobre. Para isso, queremos mostrar que uma empresa pública, não precisa de incremento de dinheiro público a todo momento. Temos um desafio com a gestão, de torná-la competitiva, mas que tenha autonomia e que não dependa do Município para a sua sobrevivência.

Eu acho uma boa proposta. Acho que a agricultura ecológica, nos últimos anos, perdeu um grande espaço na nossa cidade. Porque ela tem dificuldade de manutenção, pois compete com um mercado muito complicado, onde a utilização indiscriminada de defensivos agrícolas e a alta produção tecnológica acaba derubando sua produtividade. Isso faz com que os negócios tenham poucos resultados. Portanto, se manter hoje, fazendo agricultura ecológica sem apoio do Município é um absurdo. Quando administramos esta cidade, nós viabilizamos a Feira Ecológica em Caxias. Tínhamos programas de incentivo que depois foram esquecidos, sucateados. Na minha gestão, a Secretaria de Agricultura vai voltar a ter intensa atividade em cima da agricultura ecológica. Ou seja, aquele programa de fortalecimento vai voltar a ser oferecido para nossos agricultores.

Como o senhor explica o voto contrário, quando vereador, aos servidores públicos municipais, tendo apoiado o “pacotaço” do governo Sartori? Com todo o respeito que tenho ao Possamai, ou ele não entendeu meu voto, ou não entendeu o projeto. Eu não apoiei pacotaço nenhum. Nós, quando recebemos o projeto dos servidores, trabalhamos no sentido de construir uma relação entre a Câmara e o Executivo. E conseguimos mudar muito o projeto original. Buscamos garantir conquistas para os servidores através do nosso voto. Portanto, quero dizer para o Possamai que nós temos um grande compromisso com os servidores, que não votamos a favor de nenhum pacotaço, mas sim a favor de projetos importantes para os servidores, que estão, ao longo dos anos, colocando mais recursos para eles. Nós vamos fazer uma administração dialogada. Iremos implementar o novo plano de carreira aos servidores públicos municipais, onde vamos reestudar algumas ideias do pacotaço e oferecer mais qualidade para o serviço público de Caxias.

Hoje a prefeitura tem 316 cargos de confiança. Tu estás prometendo cortar 61 CCs, portanto ficariam 255. Nós achamos esse número exagerado e vamos cortar a metade. Por que o senhor vai cortar somente 61? Porque eu conheço a gestão, tenho experiência. Durante 8 anos, ajudei a administrar a prefeitura sem esses 61 cargos, que foram um presente de grego do Alceu. Ele, junto com o Sartori, que colocou esses cargos. A minha avaliação é de que os cargos políticos, quando bem usados e em número correto, são importantes. Não sou contra, sou a favor dos cargos políticos competentes, para fazer o trabalho junto com os servidores públicos com respeito e com resultado. Portanto, quando apresento essa proposta é para cortar a gordura criada pelo Alceu, que impactou a folha de pagamento em torno de R$ 5 milhões ao ano. Na gestão do Pepe, provamos que é possível administrar bem sem esses cargos. O pior dos cargos políticos é quando eles são usados para fazer pactuações partidárias antes das eleições. Quando são usados justamente para buscar apoios políticos. 5.out.2012

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Milton Corlatti responde Corlatti, por que o “G6” foi dissolvido e você está saindo com “chapa pura” na eleição? Os fatos que foram revelados na semana passada já são a resposta. Nós tínhamos 5 partidos juntos conosco, que foram negociar com outro partido e acabaram dando apoio por trocas de cargos. Isso é uma coisa que nós combatemos. Dos 5 partidos que estavam conosco, 4 foram para a coligação Caxias para Todos. E os 4 estão com cargos de confiança na prefeitura. Eu não sou contra o cargo de confiança, sou sou contra o cargo político. Temos que acabar com o político profissional e profissionalizar o político. Porque o que está acontecendo é uma troca de cargos e de gentilezas com o dinheiro público. Nós estamos com uma grande aliança com o povo de Caxias, com os sindicatos, com as entidades, com quem realmente acredita que pode haver uma mudança. Enquanto houver “tu me apoias eu te pago”, a política não vai mudar. Nós não podemos criticar o mensalão em Brasília, o desvio de verbas no Estado, e em Caxias acreditarmos que está tudo bem. Nós temos que acabar com esse “mensalinho” que existe aqui. Se é prática na política isso, eu abomino.

Propomos instituir um sistema de participação popular que contemple diferentes mecanismos de participação da sociedade como o Orçamento Participativo, congressos, conselhos, audiências públicas, entre outras alternativas para a construção, qualificação e controle das políticas públicas. Como o senhor definirá os investimentos e as obras a serem realizadas? Nós propomos a criação de um conselho também. E o mais importante que estamos fazendo é a criação da Secretaria dos Bairros, que irá gerir o Orçamento Democrático. Os moradores irão parar as peregrinações em várias Secretarias, pois teremos unidades móveis circulando pelos bairros diariamente, onde elas detectam os problemas e nós vamos fazer um atendimento rápido. Não adianta ter um Orçamento Participativo se tu votas em 2007 e a obra não foi feita ainda. Temos que ter gestão para fazer. A Secretaria dos Bairros vai definir, junto com os conselhos, o que nós vamos fazer. Não podemos mais ficar nessa de “o presidente do bairro tal é do partido tal, entao não vai ter investimento lá...”.Vamos governar para todos e, por isso, estamos criando a Secretaria. Através dela, vamos regularizar loteamentos que estão parados, invasões que não foram regularizados por falta de vontade política. Existe o Estatuto das Cidades para isso, há verbas no Ministério das Cidades para podermos dar uma vida digna para estas pessoas que estão esperando atendimento.

Quando assumimos a prefeitura, Caxias tinha apenas 4% de esgoto tratado. No final do ano, vamos chegar a 86%. Foram construídas 5 novas Estações de Tratamento de Esgoto e também foi construído o novo Aterro Sanitário, que garante a destinação correta do lixo orgânico pelos próximos 100 anos. Esses cuidados com o saneamento básico terão vez no seu governo? Sem dúvida. O que foi feito de bom, nós vamos dar continuidade. Eu vejo que Caxias vem crescendo de uma forma rápida, mas começa a se desordenar. Temos que continuar investindo no que for necessário, mas nos preocupando com a gestão que tem que ser feita nas pequenas obras. Porque nós nao vamos viver só das grandes obras e esquecer das pequenas. No caso da infraestrutura, por exemplo, temos buracos abertos nas ruas, que seriam uma coisa fácil de se resolver e não se faz. Temos calçadas abertas que ficam 6, 7, 8 meses, como aconteceu lá do lado da minha casa. As grandes obras, com o orçamento que temos e onde nós podemos buscar dinheiro com projetos, todo e qualquer governo fará. Eu quero ver as pequenas coisas, pois a gestão é feita desde a pequena obra até a grande. Não podemos esquecer de muito trabalho refeito, como, por exemplo, na Perimetral. Foi feita toda a Perimetral, e depois o Samae abriu no meio para passar um encanamento. Falta gestão.

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O caos no SUS precisa ser enfrentado. Além de priorizar a saúde preventiva realizaremos um mutirão para colocar em dia os atendimentos das especialidades médicas. Ao mesmo tempo, iniciaremos o processo de descentralização (UPA + SAMU) nas 4 macro-regiões da cidade, além de implantarmos o hospital municipal. O que o senhor acha dessas propostas que constam do nosso plano de governo? As propostas se tornam muito semelhantes. Porque nós, desde o primeiro debate, falamos de vários assuntos que depois alguns candidatos colocaram em seus planos de governo. Nós acreditamos, sim, que a saúde de Caxias precisa ser vista com outros olhos. No momento, ela está na UTI. Além de recuperar a saúde, propomos tratar os profissionais da área, que estão doentes. Porque a pressão cai toda em cima deles. Hoje, uma consulta com um especialista demora de 7 meses a 1 ano. Então, temos um plano de construção, sim, mas, se não tiver um diálogo com os médicos e colocarmos eles a trabalhar, não adianta construírmos, construírmos e construírmos. Temos que fazer terminar essa greve, que está suspensa, que até foi negociada com o atual deputado Alceu, mas não foi cumprido o que foi negociado. É uma ronha que nós temos que acabar. Porque quem está pagando muito caro é a população.


PLATEIA

Como se recuperar depois de perder tudo | Chimarruts do lado de Cá | Bate-papo literário |Apontamentos coletivos

“Há certas realidades que só a ficção suporta”, diz Eliane Brum por Daniela Bittencourt Uma Duas é o nome do primeiro livro de ficção da jornalista Eliane Brum. Após mais de 20 anos de reportagem e mais de 40 prêmios na área, ela conta a história de duas personagens não menos reais que seus entrevistados. Publicado pela editora LeYa, o livro passeia pela relação entre a filha Laura e sua mãe Maria Lúcia. E, assim como essa relação, os capítulos são viscerais de tal forma que chocam e nauseiam, mas também divertem – pela ironia – e emocionam.

Eliane Brum |

Lilo Clareto, Div./O Caxiense

Você comentou que a escrita da ficção foi dolorosa, que você não via a hora de terminar. Existe fôlego para um novo romance? Cada experiência profunda deixa em nós uma marca para sempre. Nossa época tem uma relação mal resolvida com as marcas, que se explicita na dificuldade que temos de lidar com nossas rugas, por exemplo. Mas as marcas nos constituem, são a prova de que vivemos e mudamos. Uma Duas faz parte de mim como uma marca. A ficção é, para mim, uma experiência de possessão de dentro para dentro, ao mesmo tempo fascinante e muito assustadora. Durante todo o tempo que escrevi, senti que vivia na ficção e encenava a minha vida “real”. Por outro lado, esta agora é uma voz que faz parte de mim que, mesmo que quisesse, não conseguiria calar. Então, preciso escrever um novo romance. Não sinto como uma escolha, mas como uma necessidade.

Como a ficção tem lhe recebido? A gente escreve um livro porque tem algo a dizer. Não algo que pode escolher dizer, mas algo que precisa dizer para poder seguir vivendo. Depois que o livro está escrito e publicado, ele segue sua própria vida, é imprevisível e incontrolável. Nela, cada leitor escreve um outro livro a partir da sua leitura. Fico contente porque constato que o Uma Duas Em suas reportagens, você transparece tem tido uma existência bem movimentada e uma cobrança interna para ser o mais huparece que será longa, que é tudo o que um mana e honesta possível com seus entrevisescritor pode desejar. tados. Em Uma Duas, como foi essa cobrança em relação aos personagens? No jornalismo, os personagens e as hisÉ muito semelhante. E isso me surpreendeu tórias existem e você os escuta e conta. Na bastante. Sempre achei que fosse conversa de ficção, como eles surgem? escritor essa história de que os personagens A ficção surgiu como uma necessidade pro- têm vida própria. Mas eles têm. Fazem o que funda, a partir da minha experiência de dois bem entendem. Algumas coisas que a Laura, anos trabalhando com a morte na reportagem. a filha, fazia ou dizia me deixavam enjoada Surgiu a partir de uma constatação: há cer- pela semana inteira. Enjoo mesmo, vontade tas realidades que só a ficção suporta. A par- de vomitar. O (a) narrador (a) em terceira tir dela, eu precisei criar uma outra voz para pessoa escreve de um jeito que me irrita, não mim. Enquanto não comecei a escrever meu gosto do estilo dele (a). E a Maria Lúcia, a romance, tinha a sensação de que, a qualquer mãe, não deveria estar falando. Entrou na hismomento, um braço rasgaria minha barri- tória, narrando na primeira pessoa, por vonga, tinha a sensação física de que havia uma tade própria. Parece conversa de maluco, mas criatura dentro de mim. Depois, descobri que estou contando literalmente como as coisas se eram várias criaturas… A diferença é que, na passaram. Na reportagem, a relação é mediareportagem, é preciso se esvaziar para se deixar da pela existência autônoma das pessoas cujas possuir pela voz do outro. Na ficção, é seme- histórias contamos. Na ficção, os personagens lhante, mas com a direção oposta: é preciso ter tomam conta, o que, de certo modo, os torna a coragem de se deixar possuir pelos outros de ainda mais autônomos e mais reais. Não há si. De certo modo, escrever ficção é também um mínimo de mediação social, eles podem fazer uma apuração, uma investigação, mas de nos montar como se fôssemos cavalos se asnossos abismos mais profundos. sim o desejarem. 5.out.2012

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CINE

Leandro Hassum. Daniele Winits. De Roberto Santucci

Até Que a Sorte nos Separe Livremente inspirado no best-seller Casais Inteligentes Enriquecem Juntos, a comédia romântica conta a história de Tino e Jane, que vivem de esbanjar um prêmio de loteria. Dez anos até o último centavo. Agora ela está grávida e não pode ter fortes emoções. E Tino v ai precisar de um consultor financeiro para resolver o problema antes que ela descubra que o dinheiro acabou. Estreia. GNC 14:20-16:40-19:10-21:20 CINÉPOLIS 14:30-17:50-20:10-22:20

* Qualquer alteração nos horários e filmes em cartaz é de responsabilidade dos cinemas.

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Busca Implacável 2

LOOPER – ASSASSINOS DO FUTURO

Bryan Mills, um ex-agente da CIA extremamente talentoso, arriscou tudo para salvar sua filha Kim de sequestradores albaneses. O pai de um deles promete vingança pela morte do filho. Em uma viagem a Istambul, Bryan e sua ex-esposa são sequestrados. Desta vez, ele irá depender da ajuda da filha Kim para escapar, usando as mesmas forças táticas de sempre para salvar a todos e eliminar os sequestradores, um por um. Estreia.

Considerado um thriller eletrizante (mais um) por diversos críticos, o filme se passa em 2072, período em que a máfia, quando quer se livrar de alguém, manda o alvo 30 anos no passado, onde um “looper” – um assassino – está esperando para completar o serviço. Com Joseh Gordon-Levitt. Bruce Willis. De Rian Johnson. 2ª semana.

GNC 14:00-16:15-19:00-21:10 CINÉPOLIS 14:00-16:10-18:30-21:00

Headhunters Inspirado em romance do escritor norueguês Jo Nesbø, um dos principais nomes da literatura policial contemporânea. Roger Brown é o melhor caçador de talentos da Noruega. Ele vive uma vida de luxo e rouba objetos de arte para financiar seu estilo de vida. Quando sua esposa, dona de uma galeria de arte, apresenta um ex-mercenário que possui um quadro extremamente valioso, ele decide arriscar tudo para tomar a pintura. Com Aksel Hennie e Synnove Macody Lund. De Morten Tyldum. ORDOVÁS SEX, SÁB 19:30 12 DOM 20:00 1:38

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CINÉPOLIS 18:00-20:30 GNC 15:15 22:00

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HOTEL TRANSILVÂNIA Em um resort 5 estrelas, refúgio onde os monstros dencansam do árduo trabalho de perseguir e assustar os humanos, Conde Drácula convida os amigos para comemorar o 118º aniversário de sua filha. De Genndy Tartakovsky. 2ª semana. GNC 3D 13:20-15:30-17:50-19:50 21:50 CINÉPOLIS 3D 12:50 (SÁB. e DOM.) L 14:50-17:00-19:10-21:30 1:33

E A VIDA CONTINUA Um casal se conhece no meio da estrada descobre ter uma amizade tão sólida que ultrapassa os planos materiais. Baseado no livro de Chico Xavier. Com Samantha Caracante, Ana Rosa e Lima Duarte. De Paulo Figueiredo. 4ª semana. GNC 13:00 CINÉPOLIS 13:10-15:30

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TED O ursinho indecente que aborreceu o deputado Protógenes Queiroz rouba a cena em uma trama na qual seu dono quer um relacionamento sério, mas não consegue, justamente por causa do amigo de pelúcia com quem cresceu junto. Filme do criador da cultuada série Family Guy, Seth MacFarlane. 3ª semana. GNC 15:00-17:10-19:20-21:30 CINÉPOLIS 17:30-20:0016 22:30 1:46

RESIDENT EVIL 5: RETRIBUIÇÃO (3D)

Votorantim Cimentos/Engemix contrata:

Como todos os outros da saga, o filme se passa em uma das 4 estações, no caso, o inverno, encerrando o ciclo. Dessa vez, Tinker Bell (Sininho, para os mais antigos) e suas companheiras irão explorar o Bosque do Inverno em busca da ajuda de uma fada para revelar o segredo de suas asas. De Ryan Rowe. 3ª semana.

● Auxiliar

Administrativo Operacional

Ensino Médio Completo, desejável Curso Técnico Logística/Construção Civil Oferecemos: Salário+benefícios CV para: caroline.burigo@engemix.com.br Ou End.: Rua Dr. Calixto Maximiliano Rasia, 1500 - parte B Caxias do Sul. CEP: 95112-120 Fone: 54 3227-1464

GNC 3D 13:30 CINÉPOLIS 3D 13:30-15:40

L

1:15

OS MERCENÁRIOS 2

A inesgotável saga de caça a zumbis chega ao 5° título (sem contar os games). Mais uma vez, a sobrevivente Alice, vivida pela bela Milla Jovovich, é a esperança da raça humana na luta contra a ameaça dos mortos-vivos. Com Milla Jovovich, Sienna Guillory e Michelle Rodriguez. De Paul W.S. Anderson. 4ª semana. GNC 3D 18:00 | 3D 20:00 CINÉPOLIS 3D 17:40 | 16 19:50-22:00 1:37

UM DIVÃ PARA DOIS Filme que alcançou boa repercussão por falar de sexo na terceira idade de forma bem humorada. Quando Kay (Meryl Streep) finalmente consegue arrastar seu teimoso marido Arnold (Tommy Lee Jones) para o divã do Dr Bernie, nunca mais nada será como antes. 4ª semana. De David Frankel. 4ª semana. GNC 19:40

TINKER BELL: O SEGREDO DAS FADAS

12

1:40

À BEIRA DO CAMINHO Inspirado nas canções do rei Roberto Carlos. Caminhoneiro dá carona a um menino em busca do pai e os dois desenvolvem uma forte e emocionante amizade. 9ª semana. Com João Miguel, Vinicius Nascimento. De Breno Silveira. CINÉPOLIS 13:00-15:20

12

1:45

Uma seleção de ídolos do cinema de ação – Van Damme, Mickey Rourke, Chuck Norris, Jason Statham, Bruce Willis, Jet Li, Dolph Lundgren, Arnold Schwarzenegger – se une para vingar a morte de um amigo e evitar que o vilão consiga uma grande quantidade de plutônio enriquecido para a produção de armas nucleares. Chuck Norris daria conta sozinho. 4ª semana. De Simon West. GNC DUB. 17:40 | LEG. 21:40

16

1:42

A ERA DO GELO 4 Na 14ª semana em Cartaz, a aventura entra para a lista dos fenômenos nos cinemas caxienses, liderada pelos Smurfs. 14ª semana. De Steve Martino. GNC 13:40-15:40

3★

L

1:40

O exótico hotel Marigold Seis amigos decidem curtir a aposentadoria na Índia. Encantados com o exotismo do local e com imagens do recém restaurado Hotel Marigold, o grupo parte para lá e é recebido pelo jovem sonhador Sonny (Dev Patel). Nada era como parecia ser, mas as experiências que mudarão o futuro de todos. Com Judi Dench, Tom Wilkinson e Maggie Smith. De John Madden. ORDOVÁS QUA (10). 14 15:00 2:04 5.out.2012

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Divulgação/O Caxiense

MUSICA + SHOWS SEXTA-FEIRA (5) Dia do Rock com Infiltrados + King Jim 21:00. R$ 10 e R$ 12. Aristos

Santanna

23:30. R$ 15 e R$ 30. Arena

Junk Box

22:00. R$ 5 e R$ 10. Bier Haus

Dan Ferreti e Banda

23:30. R$ 10 e R$ 20. Boteco 13

Uscobayo

23:00. R$ 5. Cachaçaria Sarau

Sem Razão

23:00. R$ 20 e R$ 25. Havana

Rodrigo Ferrari

21:30. R$ 20 e R$ 45. La Barra

Tom da Primavera 22:00. R$ 10. Level

Lennon Z & The Sickboys

23:00. R$ 15 e R$ 20. Mississippi Rodrigo Dias e Giiuemer 23:30. R$ 25. Nox

Evânio e Gaita

22:00. R$ 6 e R$ 8. Paiol

Pré-Morrostock 2012

12 anos de Chimarruts

De Versos Simples a Saber Voar, o reggae da Chimarruts ultrapassou as fronteira do Rio Grande do Sul e alcançou sucesso nacional. Formada por Rafa (voz), Nê (vocais, flauta e harmônica), Tati (voz), Diego (bateria), Vinícius (percussão), Emerson (baixo), Sander (guitarra) e Rodrigo (guitarra), a banda gaúcha iniciou a carreira musical em 2000. Antes disso, os 8 amigos eram presença garantida nos parques de Porto Alegre, tomando chimarrão e tocando. Vencedora do VMB, da MTV, em 2009, na categoria reggae, a Chima já lançou 5 CDs e 2 DVDs. SEX. (5). 0:00. R$ 25. All Need Master Hall

23:00. R$ 12 e R$ 15. Vagão

Banda Disco

Paulo Pasa, Divulgação/O Caxiense

20:00. Entrada franca. Zarabatana

SÁBADO (6) Camnel e Os Canalhas 23:30. R$ 10. Aristos

House Prime

23:00. R$ 20 e 30. Arena

Izzi e Louise

22:00. R$ 5 e R$ 10. Bier Haus

João Villaverde e Filhos de Yê

23:30. R$ 10 e R$ 20. Boteco 13

Kiko Ferrer

23:00. R$ 5. Cachaçaria Sarau

Fer Costa e DJ Titi Branchi

22:00. R$ 15 e R$ 30. La Barra

Taxi Free

23:00. R$ 15 e R$ 20. Mississippi

¡Viva México

23:00. R$ 15 e R$ 20. Vagão

Instrumental na Praça

Desde 2005, os músicos César Casara (piano), Cristiano Klein (percussão), Rafael Scopel (acordeon) e Tomás Savaris (violão) enaltecem a música sul-americana, explorando sons em milongas, chacareiras e valsas, além dos clássicos da música portenha. Depois de dois CDs, o Quarteto Instrumental Yangos lançou em 2011 o primeiro DVD, restrito para divulgação, promovendo o espetáculo Una Noche en Buenos Aires. Confira esta e outras atrações musicais da 28ª Feira do Livro.

PALCO LEITURÁRIO SEX. (5). 12:15. Stellar SÁB. (6). 12:15. Os Oitavos

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PALCO CAFÉ CULTURAL SEX. (5). 19:30. Yangos (foto) SÁB. (6). 19:30. Velho Hippie


Psy nos 14 anos do Havana

+ SHOWS DOMINGO (7)

Considerado um dos 5 maiores DJs do mundo, Gabriel Serrasqueiro chega a Caxias mostrando uma de suas criações: o Psy Trance. Wrecked Machines é o primeiro projeto do brasileiro que se firmou nas principais danceterias e vem percorrendo o mundo. É sucesso na Alemanha, África do Sul, Portugal, Japão, Austrália e França. A noite – que comemora o aniversário do Havana – ainda continua com os DJs Fran Bertolussi, Flavinha Leite, Caio Busetti, Jhony Becker e VJ Doxxo.

Concerto Feira do Livro

14:00. Gratuito. Praça Dante Alighieri

Domingueira Zarabatana

16:00. Entrada franca. Zarabatana

TERÇA (9) Fher Costa Trio

23:00. R$ 15 e R$ 20. Mississippi

QUARTA (10)

SÁB. (6). 23:00. R$ 20 e R$ 30. Havana

Big Stuff

Jhonatan e Carlos

20:00. Entrada liberada. Paiol

QUINTA (11) Franciele Duarte & Banda

23:00. R$ 15 e R$ 20. Mississippi

Country ou pop

Paulo Pasa, Divulgação/O Caxiense

23:00. R$ 15 e R$ 20. Mississippi

Na verdade, Sugarland é o nome de uma dupla norte-americana que canta música country, que em 2011, subiu ao palco do Grammy para cantar Yoü and I com Lady Gaga. Mas a Sugarland caxiense é um mistura de pop com eletrônica, regada a doce. A festa terá balas e pirulitos liberados a noite toda e os 150 primeiros levam algodão doce. Pra animar a noite, os DJs Saulo Campagnolo, Marcelo Bacca e Samu P. são confirmados. SÁB. (6). 23:00. R$ 12 e R$ 15. Level

5.out.2012

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+LITERATURA SEX. (5)

A outra realidade de Eliane Brum

A colunista da revista Época é a maior atração desta Feira do Livro. Gaúcha de Ijuí, Eliane Brum é autora de Coluna Prestes – O Avesso da Lenda, A Vida Que Ninguém Vê (vencedor do prêmio Jabuti em 2007) e O Olho da Rua - Uma repórter em busca da vida real. Além de ser coautora dos documentários Uma História Severina e Gretchen Filme Estrada. Na feira, Eliane fala sobre sua carreira de sucesso no jornalismo e da sua estreia na ficção, com Uma Duas. SÁB. (6). 18:00. Bate-papo

José Clemente Pozenato: fortuna crítica

Divulgação/O Caxiense

Ilva Maria Boniatti. 17:00. Autógrafos O Cego e a Dançarina. João Gilberto Noll. 18:00. Bate-Papo

SÁB. (6) Em Silêncios

Divulgação/O Caxiense

feira do livro

Marcos Kirst.15:00. Autógrafos

Tempos Felizes

Gilmar Marcílio. 16:00. Autógrafos

DOM. (7) A Perfeição do Amor

Frei Jaime Bettega 15:00. Autógrafos

SEG. (8) Clara Averbuck Bate-papo.18:00

A Arte de Conviver

Regyna Gazzola.18:00. Bate-papo

Contra o preconceito

Carpinejar de avental

Cubano radicado na Bahia, Carlos Moore é autor de livros internacionais, como African Presence in the Americas. No Brasil, lançou os livros Racismo e Sociedade e A África que incomoda. Jornalista, Carlos também trabalhou como analista de assuntos latino-americanos na Agência FrancePresse.

Em Borralheiro, seu 19° livro, Fabrício Carpinejar retrata a mudança do comportamento masculino em um personagem que não se sente menosprezado por cuidar das tarefas domésticas, brincando com as diferenças do comportamento entre marido e mulher e destruindo condicionamentos do sexo e do amor.

DOM. (7). 18:00. Bate-papo

TER (9) – 18:00. Bate-papo

Tico Santa Cruz

19:00. Bate-papo

QUA (10) II Sarau Literário

Divulgação/O Caxiense

Divulgação/O Caxiense

TER. (9)

19:00. Leiturário

Gol argentino

QUI. (11)

Em Caxias, Nasi vem para divulgar seu terceiro álbum solo, Perigoso, com regravações e canções inéditas e falar sobre a sua biografia, A Ira de Nasi, assinada pelos jornalistas Mauro Betting e Alexandre Petillo.

Eduardo Sacheri iniciou na literatura com histórias curtas de jogadores, onde encontrou um grande público graças à publicidade em programas de rádio na Argentina. O professor de História é autor de O Segredo dos Seus Olhos, transformado no filme que ganhou o Oscar de Melhor Filme Estrangeiro em 2010. Atualmente, Sacheri trabalha na adaptação de uma história para um novo filme, com o título Metegol.

QUA (10). 19:00. Bate-papo

QUI. (11). 18:00. Bate-papo

O mistério das folhas perdidas Elô Fernandes e Helô Bacichette 18:00. Autógrafos.

Louvor das Criaturas

Irmão Bonifácio. 18:00. Autógrafos

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Vida e obra de Nasi


PALCO

Clown de gente grande

Em Amostra Grátis, Ana Fuchs – que pela estatura veste bem o nome da peça – interpreta uma palhaça solitária que busca um amor em um catálogo de homens. Acompanhada no palco por um manequim, a atriz – com talento que não cabe em si – dá vida aos sonhos e fantasias românticas da personagem. SÁB. (6). e DOM. (7). 20:00. 14 Teatro do Sesc 0:45

Alice à brasileira

Dirigido pela boa e velha parceria de Márcio Ramos e Tefa Polidoro, ALI-SE... aqui ou acolá..., é um infanto-juvenil livremente inspirado na obra de Lewis Carrol. A adaptação transforma o Coelho em operário, Os Gêmeos em dupla sertaneja, o Chapeleiro em uma Carmem Miranda do lixo e a Lagarta em uma procissão de carpideiras. Mistura teatro físico, clown e contemporâneo. O espetáculo garante diversão para todas as idades, mas é recomendável para espectadores a partir dos 9 anos. QUI. (11). 9:30 e 14:30. R$ 10 e R$ 5. L Teatro São Carlos. 0:50

Bonecos em 4 contos e 3 sessões A Cia. Gente Falantefaz humor com as imperfeições e as comédias humanas através do teatro de bonecos. Nos contos O Invento Maravilhoso, Doces ou Travessuras, O Soluço e A Alma Penada, o grupo valoriza a simplicidade para criar uma linguagem acessível para toda a família. SEG. (8). 15:00 e TER. (9). 10:00 e 15:00. L Gratuito. Teatro São Carlos. 0:40

Som sobre tom

Aline Tanãa Tavares, Odelta Simonetti e Vinicius Dalla Rosa Padilha, do Trompim Teatro, apresentam Marilu, a história de uma menina cinza que aprende a se colorir. Com poucas palavras, o espetáculo baseado na obra de Eva Furnari usa a música e a gestualidade clown. . QUA. (10). 16:00 e 20:00 e QUI. (11). 16:00. L Gratuito. Teatro Municipal. 0:50

5.out.2012

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ARTE

Comemoração em conjunto Obras conjuntas e individuais mostram um diálogo de artistas na exposição que comemora os 30 anos da Casa da Cultura. Organizada pelo Núcleo de Atividades Visuais de Caxias do Sul (NAVI), a exposição – que segue até 31 de outubro – reúne o trabalho de 21 artistas. Cada uma criou 10 obras na forma de marcadores de livros, formando uma obra coletiva. A grande tela foi ponto de partida para 18 obras individuais com técnicas variadas. Apontamentos

Coletiva do NAVI. SEG.-SEX. 8:30-18:00. SÁB. 10:00-16:00. Galeria Municipal

A cor da luz no Olhar de Mauro de Blanco

Devaneios Digitais

Arte Postal

Coletiva. Até QUI. (11).SEG.- SEX. 9:00 às 19:00. SÁB. 15:00 às 19:00. Ordovás

Mauro de Blanco. TER.-SÁB. 9:0017:00. Museu Municipal Coletiva. Até QUI. (11). SEG.-SEX. 9:0019:00. SÁB. 15:00-19:00. Ordovás

CXJ17092012

Theo Bennett. Até SEX. (5). SEX. 8:00-22:00. Campus 8

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Monumentos de uma trajetória

Tiago MArcon. A partir de QUI. (11). SEG.- SEX. 8:00-22:00. Campus 8

Bruno Segalla. SEG.-SEX. 9:00-12:00 14:00-17:30. Instituto Bruno Segalla

Gênese

O grito das formas e o rastro das coisas

Libertando os pensamentos

Rodrigo Treviso. SEG.-SEX. 9:0019:00. SÁB. 9:00-12:00. Farmácia do Ipam

Jaque Pauletti. SEG.-SEX. 9:00-12:00 e 13:30-19:00. SÁB. 9:00-15:00. Espaço Cultural da Cristiane Marcante.


os

cinemas: CINÉPOLIS. AV. RIO BRANCO,425, SÃO PELEGRINO. 3022-6700. SEG.QUA.QUI. R$ 12 (MATINE), R$ 14 (NOITE), R$ 22 (3D). TER. R$ 7, R$ 11 (3D). SEX.SÁB.DOM. R$ 16 (MATINE E NOITE), R$ 22 (3D). MEIA-ENTRADA: CRIANÇAS ATÉ 12 ANOS, IDOSOS (ACIMA DE 60) E ESTUDANTES, MEDIANTE APRESENTAÇÃO DE CARTEIRINHA. | GNC. rsc 453 - km 3,5 - Shopping Iguatemi. 3289-9292. Seg. qua. qui.: R$ 14 (inteira), R$ 11 (Movie Club) R$ 7 (meia). Ter: R$ 6,50. Sex. Sab. Dom. Fer. R$ 16 (inteira). R$ 13 (Movie Club) R$ 8 (meia). Sala 3D: R$ 22 (inteira). R$ 11 (meia) R$ 19 (Movie Club) | ORDOVÁS. Luiz Antunes, 312. Panazzolo. 3901-1316. R$ 5 (inteira). R$ 2 (meia) |

MÚSICA: ABSOLUT BAR. Rua Engenheiro Euclides da Cunha, 355. Rio Branco. 9143-8579 | arena. bruno segalla, 11366, são leopoldo. 3021-3145. | Aristos. Av. Júlio de Castilhos, 1677, Centro 3221-2679 | Bier HauS. Tronca, 3.068. Rio Branco. 3221-6769 | BOTECO 13. Dr. Augusto Pestana, s/n°, Largo da Estação Férrea, São PelegrinO. 3221-4513 | bukus anexo. Rua Osmar Meletti, 275. Cinquentenário. 3215-3987 | COLVALE. Rua Coronel Flores, 172, Centro. 3021-1687 | COND. Rua Angelo Muratore, 54, Bairro De Lazzer. 3021-1056 | HAVANA. DR. AUGUSTO PESTANA, 145. mOINHO DA ESTAÇÃO. 3215-6619 | LEVEL CULT. CORONEL FLORES, 789. 3223-0004. | Mississippi. Coronel Flores, 810, São Pelegrino. Moinho da Estação. 3028-6149 | NOX VERSUS. Darcy Zaparoli, 111. vilaggio Iguatemi. 8401-5673 | PAIOL. FLORA MAGNABOSCO, 306. 3213-1774 | Place des sens. 13 DE MAIO, 1006. LOURDES. 3025-2620 | Portal Bowling. RST 453, Km 02, 4.140. Desvio Rizzo. 3220-5758 | SARAU. Coronel Flores, 749. Estação Férrea. 3419-4348 | teatro municipal. Doutor Montaury, 1333. Centro. 3221-3697 | VAGÃO CLASSIC. JÚLIO DE CASTILHOS, 1343. CENTRO. 3223-0616 |

CA

MA RIM

Marcelo Aramis

Tintas na calçada

As artistas plásticas Cristiane Marcante e Madia Bertolucci dividem sua arte com o público na próxima quinta (11), a partir das 15:00, na Vitrine Cultural da Casa da Cultura. Programação da 1° Feira Coletiva de Arte, promovida pelo grupo 005 Arte, o Artistas em Ação pretende levar a essência do ateliê dos artistas para a galeria. Cristiane e Madia devem pintar ao vivo na calçada. E Cristiane adianta: se os visitantes quiserem pintar também, ela passa o pincel.

TEATROS: teatro municipal. Doutor Montaury, 1333. Centro. 3221-3697 | Teatro são carlos. r. feijó junior, 778. são pelegrino. 3221.6387 | teatro do sesc. rua moreira césar, 2462. 3221-5233 | galerias: campus 8. Rod. RS 122, Km 69 s/nº. 3289-9000 | Espaço Cultural da Cristiane Marcante Decoração. Feijó Junio, 1006. Via Decoratta | FARMÁCIA DO IPAM. DOM JOSÉ BAREA, 2202, EXPOSIÇÃO. 4009.3150 | GALERIA MUNICIPAL. DR. MONTAURY, 1333, CENTRO, 3221-3697 | instituto bruno segalla. r. andrade neves, 603. centro. 3027-6243 | museu municipal. VISCONDE DE PELOTAS, 586. CENTRO. 3221-2423 | ORDOVÁS. Luiz Antunes, 312. Panaz­zolo. 3901-1316 |

Duração

Avaliação ★ 5★

Classificação

Cinema e Teatro Dublado/Original em português Legendado Ação Animação Artes Circenses Aventura Bonecos Comédia Documentário Drama Fantasia Ficção Científica Infantil Musical Policial Romance Suspense Terror

Música Blues Coral Eletrônica Erudita Funk Hip hop Indie Jazz Metal MPB Pagode Pop Reggae Rock Samba Sertanejo Tradicionalista Folclórica

Dança Clássico Folclore Hip hop

Contemporânea Forró Jazz Salão

Flamenco Dança do Ventre

Artes Acervo Fotografia

Desenho Grafite

Cida Moreira já esteve em Caxias em 2010, ao lado de Sandra Dani, Antonio Carlos Brunet, e Zé Adão Barbosa no musical Cabarecht, uma homenagem a Berthold Brecht. No próximo dia 26 a paulistana, uma das grandes vozes do Brasil, volta ao palco do Teatro Municipal para o solo A Dama Indigna, seu 10° CD, sucesso de crítica. Cida leva ao palco seu inseparável piano, a sua força teatral, a dramaticidade da rouquidão da sua voz, as rosas, o charuto e o conhaque. Repete o clima de cabaré, sobre o qual falou apaixonadamente à Rolling Stone em abril deste ano. “É onde se dança, se canta, se bebe, se ama e se choram as dores do homem. É o teatro cantado, o exagero, a poesia, a inteligência. Para ser de cabaré, uma música precisa refletir um homem e seu espírito”, disse a cantora. Em A Dama Indigna, Cida interpreta canções de Gonzaguinha, Chico Buarque, Caetano Veloso, Toquinho e Guarnieri, Renato Barros, David Bowie, Tom Waits, Gershwin e Amy Winehouse. Os ingressos antecipados custam R$ 20. Imperdível.

Legenda

Cida outra vez

Divulgação/O Caxiense

Endere

Diversas Gravura

Escultura Pintura

5.out.2012

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ARQUIBANCADA Corridas, lançamentos e saltos no Sesi | Grenás em Goiânia | Juventude de olho na tabela | + ESPORTE Futsal Campeonato de Futsal dos Jogos do Sesi – Série B SÁB (6). 14:00. Sesi

Atletismo Jogos abertos de Atletismo SÁB. (6). 10:00. Sesi

Futebol Abertura do Campeonato Municipal de Futebol Sub-13 e Sub-15 SÁB. (6). 14:00. Estádio Municipal

Ciclismo Domingo na faixa

DOM. (7). 10:00. Perimetral Norte ESTÁDIO ALFREDO JACONI: HÉRCULES GALLÓ, 1547 | estádio municipal: júlio de castilhos, 4390 | ESTÁDIO SERRA DOURADA: AVENIDA JOSÉ FUEDD SEBBA, Nº 1.170, GOIÂNIA (GO) | SESI: CYRO DE LAVRA PINTO, S/N°, BAIRRO FÁTIMA

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Caxias vai para o tudo ou nada

O empate diante do Madureira (RJ) complicou os planos do Caxias na busca pela classificação à próxima fase da Série C do Brasileiro. O time vai a Goiânia (GO) enfrentar o Vila Nova no compromisso de vencer para continuar dependendo somente de si para garantir o futuro na competição. Vai desfalcado. Na lateral direita, o jovem Luiz Felipe, de 18 anos, pode entrar em campo, já que Alisson cumpre suspensão e Michel se recupera de lesão. Por outro lado, Léo Gamalho está de volta ao ataque grená. O time projeta entre 7 e 9 pontos nos próximos 12 disputados para a classificação. SEX. (5). 20:30. R$ 20. Estádio Serra Dourada, Goiânia(GO)

Ju se despede da primeira fase da Copinha

Ainda sem saber se perderá pontos pela escalação irregular do meia Deoclécio diante do Ypiranga, dia 22 de setembro, o Juventude entra em campo diante do Milan, de Júlio de Castilhos (RS), na última partida pela primeira fase da Copa Hélio Dourado. Para não se preocupar com o julgamento na Federação Gaúcha de Futebol (FGF), o clube vai em busca de uma vitória para garantir uma boa posição na tabela de classificação. SÁB. (6). 15:30. R$ 10. Estádio Alfredo Jaconi


Paulo Pasa/O Caxiense

a

re

na Rafael Machado Tênis continua em alta em Caxias. Depois do Caxias Open que ocorreu no Recreio da Juventude em setembro, encerrase neste domingo (7) o Brisa Open Clube, no Juvenil. O torneio faz parte da 6ª etapa do Circuito de Tênis da Serra Gaúcha e soma pontos para o Ranking da Federação Gaúcha de Tênis.

Erro primário do Juventude na contagem dos cartões do meia Deoclécio causou preocupações desnecessárias no Jaconi. Paralelamente, a possibilidade de punição do Riopardense por escalação irregular de atletas mostra a desorganização que vive a Federação Gaúcha de Futebol (FGF). Tudo isso em uma competição organizada às pressas e de fórmula um tanto esquisita.

Não tinha mais clima Foi uma boa decisão do presidente Osvaldo Voges o desligamento de Marcus Vinicius Caberlon do Caxias. O diretor de futebol estava desgastado com a torcida e já não tinha mais clima para a sua permanência no Centenário. Por outro lado, me preocupa justamente o mal-estar entre torcida e diretoria grená, justamente em um momento que o clube precisa de união

Erro zero

O Caxias não pode dar chance ao azar. O negócio é o time ir a Goiânia (GO) determinado a vencer o Vila Nova, por mais difícil que isso seja. Derrota ou empate não eliminam as possibilidades matemáticas de classificação, mas deixar para decidir tudo em casa e buscar a classificação fora do Centenário contra o Duque de Caxias (RJ) é arriscado demais. O problema são os desfalques. Mais uma vez, o time vai destroçado e improvisado para a partida, justamente no momento mais delicado da competição.

para buscar o acesso à série B. Quando os torcedores passam a influenciar de forma tão decisiva nas questões administrativas, há grande chance das coisas saírem do controle. As críticas da torcida à Caberlon ganharam força com a contratação de Picoli, o que, para mim, não Em campo, o Juventude gafoi um erro. Ou alguém acha que se Mauro Ovelha ficasse nhou forma definitiva após a vitória no Ca-Ju pela Copa o Caxias estaria melhor? Hélio Dourado. Mas isso não é motivo para tranquilizar a torcida. A atuação no clásnovos rumos à formação da sico, por mais que a partida equipe grená. A chegada do tenha sido fraca, deixou basatacante Cléberson, que esta- tante a desejar. Esperava-se va no Paulista (SP), e a pos- muito mais do time alviversível vinda do lateral Jackson, de. A preocupação que fica é que estava no Cianorte (PR), com os mata-matas, já que a mostram que ele já está tra- competição se afunila e ganha balhando. Resta torcer que qualidade técnica. E a próxihaja tempo hábil para surtir ma partida do Juventude será efeito na Série C, enquanto contra o modesto Milan, de Júlio de Castilhos (RS), que ainda é possível classificar. não é parâmetro de qualidade para quem precisa vencer a copinha. projeto de redução de custos que vai unificar os departamentos de futebol profissional e amador do clube. E mais demissões devem ocorrer nos próximos dias. Uma situação chata, mas inevi- A negociação de Alex Telles tável e, no momento vivido estava praticamente acertada com um grupo de investidores pelo Juventude, necessária. de Porto Alegre (RS), que pretendia levá-lo para o Internacional. Mas na hora de bater o dorsal do time de Lisca. O martelo o empresário do jogaproblema é que, no contexto dor simplesmente sumiu. Viageral, o time carece de cria- jou, alegando a necessidade de tividade e tem pecado muito resolver problemas pessoais. E nas finalizações. O pessoal nunca mais deu as caras. Pior ainda tem muito trabalho para o atleta, que perdeu uma pela frente para buscar o tí- baita oportunidade, a melhor tulo da competição estadual. da carreira até o momento.

Evoluir é preciso

Nas mãos de Amauri O bom é que a função de buscar novos jogadores, antes centralizada em Caberlon, ficará com Amauri Hickmann, gerente de futebol grená. Ele foi lateral direito entre 1979 e 1990 e conhece os atletas, além de ter formação em gestão empresarial voltada ao esporte. Tem preparo para encarar a função e pode dar

Enquanto corre a barca... Se no Centenário a barca levou Caberlon, ela também passou pelo Jaconi e levou o supervisor Renato Tomasini, o gerente de futebol Tulio Cunha Lima e o coordenador das categorias de base, Fabiano Rodrigues. As demissões fazem parte de um

Eixo alviverde

Como pontos fortes ficam a segurança da dupla Rafael Pereira e Bressan na zaga, a qualidade de Alex Telles pela esquerda, a movimentação de Jardel no meio e o oportunismo de Zulu na frente. Ao meu ver, são a espinha

5.out.2012

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MODA E BELEZA

Sustentabilidade real

No ano em que comemora 20 anos de existência, o curso Design de Moda da UCS colhe mais um fruto de uma de suas iniciativas de maior projeção nacional, o Simpósio de Moda e Tecnologia. A cada dois anos, o evento traz para o Campus 8 a nata do mundo criativo e alguns dos melhores pesquisadores e estudiosos desse universo – do sociólogo francês Michel Maffesoli ao estilista Ronaldo Fraga. A quarta e mais recente edição do Simpósio resultou na publicação do livro Moda, Sustentabilidade e Emergências (Educs, 2012), organizado pelas professoras Ana Mery Sehbe De Carli e Bernardete Susin Venzon. A publicação é composta por 18 artigos de autores como Andrea Saltzman, diretora do curso de Design de Indumentária e Têxtil na Universidade de Buenos Aires; Carlo Vezzoli, professor do Polotécnico de Milão e coordenador da Rede Italiana de Centros Educacionais sobre Design Sustentável; a reconhecida jornalista de moda, escritora, consultora e coolhunter Carol Garcia; o diretor superintendente da Abit (Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção), Fernando Pimentel; a diretora do Polo de Moda da Serra Gaúcha, Gilda de Ross; a diretora do Centro de Artes e Arquitetura – Campus 8, Mercedes Manfredini; as próprias organizadoras, entre outros.

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Não é uma leitura fácil nem leve – exceto, talvez, pelo olhar de Carol Garcia sobre a iconografia de Versace para H&M, mais pela viralização da parceria entre a marca e a rede de fast fashion do que pelo conteúdo, bem acadêmico. Os principais textos abordam cases e conceitos de temas que, além de caros para garantir o futuro da sociedade e do planeta – isso é muito sério, gente –, merecem estudo atento dos acadêmicos de Design – assim, em letra maiúscula, indicando uma vasta área do conhecimento –, porque são, sim, possíveis de serem colocados em prática. Estão lá sustentabilidade social, economia solidária, associativismo, cooperativismo popular, economia criativa, empreendedorismo social, design e sistemas de inovação e identidade local, todos demonstrados nos ótimos resultados do Banco do Vestuário de Caxias do Sul, do ProModa/UCS, do Asas (Artesanato Solidário no Aglomerado da Serra) e da pesquisa sobre identidade regional do Polo. Prova de que, como afirma a secretária de Economia Criativa do Ministério da Cultura, Cláudia Leitão, citada por Ana Mery, o patrimônio cultural – e imaterial, tão valioso e digno de preservação quanto o polêmico Moinho demolido em Ana Rech – é insumo e resultado da economia criativa.

3%

deve ser a nova alíquota de ICMS para produtos têxteis do Estado. O governo promete anunciar o número oficialmente ao empresariado do vestuário nos próximos dias. A medida é fundamental para combater o crescimento da informalidade no setor. A redução de imposto permite às empresas saírem do Simples e entrarem na tributação normal sem que isso represente uma taxação muito discrepante às organizações, analisa o presidente da Fitemasul (Sindicato das Indústrias de Fiação, Tecelagem e Malharias da Região Nordeste do Rio Grande do Sul), Carlos Graça de Araújo. Se a alta carga tributária prejudica a concorrência com outros estados – especialmente Santa Catarina e Rio de Janeiro –, imagine enfrentar a China. Daliana Mattana, Divulgação/O Caxiense

Ben Hur Ribeiro, Divulgação/O Caxiense

por Carol De Barba

Criançada estilosa

A grife infantil Atelier Meny Doggy apresenta a nova coleção de Primavera/Verão 2012-2013 – e aproveita para homenagear os pequenos próximo ao Dia das Crianças, claro – na exposição Sweet Child O’Mine, em cartaz a partir de sábado (6), no San Pelegrino Shopping Mall. Com a elegância característica da marca, as peças carregam uma forte proposta desta estação: as candy colors. As fotos são de Daliana Mattana.


VITRINE

Inverno ameno PHYTON

Com detalhe em couro com estampa de cobra – o tal phyton de que as fashionistas andam falando tanto –, é o tipo de calçado que chama a atenção, e provavelmente vai arrancar só elogios, do trabalho à balada. Luíza Barcelos | a partir de R$ 350 | Ateliê do Sapato

CONFORTO

Esdra é sinônimo de conforto e maciez, sem perder a elegância ao caminhar. Para combinar com este modelo superverão, aposte em roupas leves. Detalhe para o design do salto.

A Dalane Tricot, de Farroupilha, já lança nova coleção para o Outono/ Inverno 2013. A grande aposta – e tendência que devem seguir a maioria das malharias locais – é nos fios mais leves, já que frio foi o que faltou no inverno de 2012. São 4 linhas: Confort, minimalista; Étnica, com jacquards e silks, Woman, com texturas resinadas e brilhos; e Home Made, com fios mais pesados e maxi pulls.

Esdra | a partir de R$ 450 | Ateliê do Sapato

Shutz | a partir de R$ 200 | Ateliê do Sapato

DESTAQUE

Apesar de ser meia pata, o modelo tem o salto um pouco mais delicado. As cores são perfeitas para o verão. É capaz de dar um up em qualquer calça jeans e camiseta branca. Schuz | a partir de R$ 400 | Ateliê do Sapato

LUXO

Capaz de deixar qualquer mulher nas alturas, essa gladiadora em dourado reluzente é cheia de detalhes e acessórios. Shutz | a partir de R$ 400 | Ateliê do Sapato

Weslei Torezan, Divulgação/O Caxiense

A transparência refresca a sapatilha fechada e a transforma em um calçado que combina muito bem com o calor. Além disso, é investimento: o recurso pisou nas passarelas internacionais como tendência para o Verão de 2014 já, em marcas poderosas como Valentino e Givenchy.

Fotos: Paulo Pasa/O Caxiense

TRANSPARÊNCIA

Atitude

Para sua segunda coleção, a estilista Gabriela Basso deixou sua mulher mais suave e feminina, mas não perdeu de vista elementos que fazem parte de sua identidade como criadora: versatilidade, atemporalidade e modelagem impecável da alfaiataria. Os principais materiais são malhas e sedas leves e fluidas, e a cartela de cores mistura tons suaves e vivos. As peças estão à venda no Ateliê Ciela (Visconde de Pelotas, 695, 9º andar). Confira mais looks no site gabrielabasso.com. A foto é de Weslei Torezan. O cabelo e o make up são de Jefferson Hoffmann e Daniel Lima de Carvalho (Estúdio Jefferson Hoffmann). A modelo é Georgea Gazzi (Cast One).

conforto

“No dia a dia, a sensação de roupa do fim de semana”.

emoção “Peças que têm afeto, que são mais do que uma roupa ou um acessório. É um novo conceito de sustentabilidade, porque são peças que duram mais no armário. É mais importante essa carga de emoção do que seguir uma tendência de moda.” por Ana Mery Sehbe De Carli, professora do Centro de Artes e Arquitetura da UCS, doutora em Comunicação e Semiótica pela PUC-SP, idealizadora e coordenadora do Simpósio Nacional de Moda e Tecnologia da UCS, uma das organizadoras do livro Moda, Sustentabilidade e Emergências, em parceria com Beth Venzon. 5.out.2012

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