Edição 131

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Chegadas e partidas na corrida eleitoral “Negrada do Juá”: a história se perde e o preconceito sobrevive 5 vinhos para aquecer a estação

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O Bairrista e o orgulho de ter nascido neste país

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A obra que o Samae prometeu, adiou e acabou cancelando

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Casamento marcado com a extravagância

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Fotos: 7, 8 e 16: Paulo Pasa/O Caxiense | 14: Ricardo Rech, Divulgação/O Caxiense

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O chafariz, o bêbado e o povo

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Arthur e outras 2 mil crianças precisam de creche

Dia dos Namorados e o consumo passional

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CBF e os novos – e exaustivos – capítulos de uma novela ruim

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MODA E BELEZA O presente perfeito para a alma gêmea

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DIGA!

Negros | Velhos | Criancinhas | Flores | Cachorros capazes de atender 240 crianças no total. A verba atrasou, mas chegou. Agora está parada aguardando licenças e a licitação da prefeitura. O que fazem as mães que precisam trabalhar e não podem pagar uma creche privada? Algumas estão recorrendo aos defensores públicos. Longas filas se formam em frente à Defensoria Pública Estadual. Depois de marcados, os atendimentos levam cerca de 3 meses. Uma grande parte dos pedidos é justamente por vagas em creches. Somente entre março e abril deste ano, cerca de 370 ações pediam vagas. Das 900 vagas criadas, 25% foram via judicial, conforme a Secretaria da Educação. O projeto Mão Amiga subsidia metade da mensalidade em creches para famílias de baixa renda cujos pais trabalham. São 345 crianças atendidas, mas 55 perderam o benefício por causa do aumento das mensalidades. Creches foram tema de capa da edição 68 O projeto, que faz o que o poder público não está fazendo, não conseguiu ajuda suficiente para suprir o reajuste. Frei Jaime Não faz muito tempo estava escutando Bettega, coordenador do projeto, dá uma a UCS FM 106.5 (recomendo!) e tocou sugestão aos sindicatos. As entidades pouma música que teve aquele efeito imederiam doar R$ 1 do que arrecadam com diato de identificação com a letra. Dizia cada folha de pagamento de servidores e assim a canção de Jorge Ben Jor, gravada assim colocar mais crianças em creches. em 1975, 10 anos antes de eu nascer: “Mas Mas qualquer um pode ajudar. Para ser eu preciso salvar os velhos, eu preciso padrinho basta fazer um cadastro pelo salvar as flores | Eu preciso salvar as crian- telefone (54) 3223-5420 ou pelo site www. cinhas e os cachorros”. Cantor e música maoamigacaxias.org.br e fazer doações não são meus preferidos (gosto é gosto, periódicas ou pontuais. As creches privaafinal), mas me obrigaram a refletir sobre das também podem colaborar oferecendo o porquê do sentimento de identificavagas ao programa, que pagará metade ção. Sempre me preocupei com questões da mensalidade. Atualmente, 45 escolas sociais que envolvem idosos, crianças, infantis integram o Mão Amiga. Esse cachorros (sim, ajudar cães não impede número, assim como as vagas municipais, de ajudar crianças, as causas não são expode aumentar muito. Todas essas inforclusivas) e meio ambiente. Provavelmente mações foram noticiadas no site da revista esse desejo de transformação social me le- O CAXIENSE www.ocaxiense.com.br. vou ao jornalismo. E, mais provavelmente ainda, a maternidade (meu filho João Na edição 131 da revista, a reportagem completará 1 ano em julho) despertou de capa também fala sobre minorias. mais preocupação com as políticas públi- Fomos até o Juá, uma terra que Caxias cas para a primeira infância. O que já me adotou e que quer ser anexada ao nosso preocupava antes, agora me comove com município, descobrir a história da populamais intensidade. Caxias do Sul tem um ção negra, nunca ouvida e nunca contada. déficit de 2 mil vagas em creches públicas. Boa leitura! O governo federal atrasou uma verba Paula Sperb, diretora de Redação que garante a construção de 4 creches

Rua Os 18 do Forte, 422\1, bairro Lourdes, Caxias do Sul (RS) | 95020-471 | Fone: (54) 3027-5538 ocaxiense@ocaxiense.com.br

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Tatyany R. de Oliveira Assinatura trimestral: R$ 30 Assinatura semestral: R$ 60 Assinatura anual: R$ 120 Foto de capa Acervo pessoal de Adriano Palhano/O Caxiense

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BASTIDORES

Déficit educacional | O show de Raul | Inverno combina com vinho | ABL: Academia Bagual de Letras

Idas e vindas da política Desde que Pepe Vargas (PT) foi convocado para assumir o Ministério do Desenvolvimento Agrário o cenário político de Caxias se transformou num grande labirinto. Depois de diversas reuniões e desentendimentos internos, os partidos parecem estar se organizando aos poucos. A desfiliação de 40 eleitores no PMDB pode não ter efeitos significativos, já que seu aliado PDT teve um acréscimo de 246 filiados. Veja as diferenças entre o número de filiados em março e em abril nos partidos envolvidos na disputa pelo governo municipal.

O tamanho das coligações Situação PDT, PMDB, PP, PHS, PT do B, PSB, PMN, PSDB, PSDC, PRP

16.491 filiados

número de filiados Partido PDT PT do B PC do B PSC PRP PT PTC PSB Psol PP PRTB PSD PV PSDC PSL PHS PR PMN PSDB PRB PPS DEM PMDB PTB

Março 2012 6.284 20 2095 279 270 3.257 41 1.178 107 1.808 0 19 122 31 115 227 812 14 1.903 474 1075 2.601 4.380 2.901

aumento de 376

Abril 2012 6.530 121 2176 355 317 3.301 63 1.200 123 1.811 2 19 122 31 114 226 811 13 1.902 473 1.072 2.596 4.340 2.814

Variação 246 101 81 76 47 44 22 22 16 3 2 0 0 0 -1 -1 -1 -1 -1 -1 -3 -5 -40 -87

Fonte: Tribunal Superior Eleitoral (TSE)

Indefinidos PPS, PSD, PTB, PSC, PR

Oposição PT, PV, PRB, PTC, PRTB, PSL

5.071

4.075 filiados

PC do B

aumento de 66

2.176 filiados aumento de 81

DEM PSOL

123 filiados

2.596 filiados

filiados

queda de 15

queda de 5

aumento de 16 Variação do número de filiados entre março e abril deste ano | Fonte: Tribunal Superior Eleitoral (TSE)

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9 meses na vida de... uma mãe que procura creche para o filho Niléia Gladis Luneburger tem 32 anos, um filho de 3 e um sonho: poder trabalhar e crescer na vida. Esta realização está nas mãos do poder público. Ela luta para encontrar uma vaga em uma escolinha para o pequeno Arthur. Em 2011, a prefeitura abriu mil vagas em creches por ordem judicial. Neste ano, das 900 vagas criadas, 25% foram resultao do mesmo processo. Até fevereiro de 2013, a Secretaria Municipal da Educação promete entregar 4 novas creches, que atenderão os bairros Pôr do Sol, Parque Oásis, Cidade Nova e Santo Antônio. Nenhuma resolve o problema de Niléia. Agosto de 2011 Fui obrigada a me desligar da empresa onde trabalhava como auxiliar de escritório. Minhã irmã havia decidido sair da cidade e eu não tinha com quem deixar meu filho Arthur, de 3 anos. Meu salário não permitia que eu pagasse uma babá ou uma escolinha.

que deveria ter me inscrito até setembro. É inaceitável um bairro grande como o Planalto ter apenas uma escolinha. Abril de 2012 Eu precisava mesmo de uma creche para meu filho. Diminui muito minhas visitas a clientes, que só aconteciam quando o pai do Arthur, que trabalha como pedreiro, podia ficar com ele. Algumas compradoras até vinham à minha casa. Bastava alguém chegar que meu filho já vinha ao meu redor e tentava chamar atenção a todo custo. Ele é filho único e acho que ele está passando da hora de conviver com outras crianças. Ele sente falta de ter com quem brincar. Fui até o Conselho Tutelar. Marcaram uma entrevista com uma conselheira no mês seguinte.

Maio de 2012 Na entrevista eu contei minha situação. Deram 10 dias para eu encaminhar todos os documentos necessários para ir até a Defensoria Dezembro de 2011 Pública e tentar agilizar o processo. Estava trabalhando com venda de Mas eu achei um absurdo pedirem roupas e até ganhava bem. Mas um atestado de pobreza! As escolilevar o Arthur junto não estava nhas particulares cobram mensalidando certo. Ele é muito agitado dades de R$ 500. É um valor muito e eu não conseguia dar a devida alto, eu não posso pagar... Mas atesatenção às minhas clientes. Quando tado de pobreza é ridículo. Mesmo tentei fazer a matrícula na creche assim eu preciso. Eu também quero perto da minha casa, me informapoder trabalhar e progredir. Isso é ram que não havia vagas e soube injusto. Niléia Gladis Luneburger |

Paulo Pasa/O Caxiense

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Maluco beleza no chafariz de vinho O “show” durou cerca de uma hora. Ele enfrentou o público de mais de 150 pessoas, dançou, gritou, banhou-se no chafariz e fumou cigarros oferecidos pelos presentes. Crianças e adultos disputavam um espaço à beira da fonte. Transformaram a praça em um circo. A plateia ria, gravava vídeos, tirava fotos e gritava para que Raul Seixas cantasse. No picadeiro, o homem se manteve isolado no centro do chafariz protestando pela sua permanência, contrariando os pedidos da Guarda Municipal e agentes do Centro de Atenção Pisicossocial. A conversa das autoridades contrastava com o a euforia do público, afoito por ação. As pessoas queriam mais do espetáculo – da degradação humana, visto por um ângulo mais sensato. E instigavam a crescente revolta de Raul com os servidores. Ele foi retirado do chafariz pelo esforço de 6 guardas municipais. Com a chegada da Samu, foi encaminhado para um posto de saúde. Após passar os efeitos da bebedeira, foi dispensado. Conhecido na rua como Raul Seixas (sua aparência justifica o apelido), Paulo Naur Siqueira, de 55 anos, disse que entrou no chafariz em busca de um relógio que tinha ganhado. Embriagado, quis provar se o equipamento era a prova d’água e o atirou na água. Naquele dia, a água estava bordô em comemoração ao Dia Nacional do Vinho. E o corante tornou impossível localizar o relógio. A destreza de Raul também não ajudou. Natural de Veranópolis, ele vive em Caxias desde 1994, como relatou a O CAXIENSE na última segunda (29), sentado na praça que é quase sua casa. Contou que vive na rua – vai para o Albergue Municipal, às vezes, quando precisa tomar banho – e trabalha ocasionalmente como pintor ou pedreiro. Raul insiste em dizer que não é criminoso. No dia do banho no chafariz, carregava a sua cópia de um boletim de ocorrência por perturbação da ordem pública. Tem outros iguais àquele. Cheio de anéis e de óculos novos (o que usava no dia foi perdido no fim de semana), o Raul da Praça Dante fala que é feliz do jeito que vive e não pretende sair das ruas. “Eu nasci há 10 mil anos atrás. E não morri, meu.”

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Fotos: Paulo Pasa/O Caxiense

CAM Economia O professor de economia Moisés

PUS

Waismann encerra o 5ª Diálogos da Comunicação com a palestra sobre o tema Discutindo o contexto econômico, na terça (5), a partir das 19:30, no miniauditório da CIC. A inscrição custa R$ 12,50 e pode ser feita pelo fone 3218-8042.

+ VESTIBULAR Universidade de Caxias do Sul

Inscrições até o dia 10 de junho. R$ 40. Prova: 24 de junho, 13:30.

Faculdade da Serra Gaúcha

Inscrições até 25 de junho. R$ 40. Prova: 26 de junho, 18:30.

Faculdade Fátima

Inscrições até dia 19 de junho. R$ 20. Prova: 20 de junho, 19:30.

Faculdade Inovação

Inscrições até o dia 18 de junho. R$ 20. Prova: 19 de junho, 20:00.

Anglo-Americano

Agendamento até 17 de agosto. R$ 35. Prova geral: 30 de junho, 14:00. Demais datas podem ser agendadas, às sextas-feiras, 19:00, até o dia 17 de agosto.

La Salle Business School

Inscrições até 22 de junho. R$ 20. Prova: 23 de julho.

Faculdade Murialdo

Inscrições até 25 de junho. R$ 25. Prova: 25 de junho, 19:00.

Faculdade de Tecnologia da Serra Gaúcha Inscrições até 18 de junho. R$ 25. Prova: 19 de junho, 19:00.

FTEC Faculdades

Inscrições até 15 de junho. R$ 25. Prova: 16 de junho.

WWW.ANHANGUERA.COM. 3223-3910 | WWW.ANGLOAMERICANO.EDU.BR. 08006060606 | CIC: ÍTALO VICTOR BERSANI, 1134. 3228-2786 | WWW.AMERICALATINA. EDU.BR. 3022-8600 | WWW.PORTALFAI. COM. 3028-7007 | WWW.FATIMAEDUCACAO.COM.BR. 2108-8344 | WWW.FSG. BR. 2101-6000 |WWW.FTEC.COM.BR. 3027.1300 | WWW.UCS.BR. 3218-2800 | WWW.LASALLE.EDU.BR/BUSINESS. 3220. 3535 | WWW.FACULDADEMURIALDO. COM.BR. 3039.0245 | WWW.FTSG.EDU. BR. 3022-8700 | WWW.VESTIBULARFTEC. COM.BR. 3027-1300 |

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GENTE

Paulo Pasa/O Caxiense

BOA

A irmã dos pobres

Quando o assunto é ajudar os mais necessitados, não há chuva ou tempo ruim que afastem a irmã Maria Appollonia Paniz, de 83 anos, do trabalho social. No último dia (10) ela recebeu na Câmara de Vereadores o Troféu Mulher Cidadã. Após terminar o colegial, ela escolheu dedicar-se aos doentes e entrou no curso de enfermagem. Trabalhou durante 3 anos no Hospital Dr. Del Mese, onde conheceu o padre João Schiavo. Foi ele que a convidou para integrar um grupo de jovens, que mais tarde se tornaria a Congregação das Irmãs Murialdinas. “Minha vocação sempre foi cuidar do próximo. Não dá pra ficar parada vendo alguém necessitando de ajuda”, diz. Em 1967, a religiosa deixou Caxias e a própria vida pessoal de lado. Devido aos registros alarmantes de crimes no bairro Cidade

de Deus, em Porto Alegre, ela passou a atuar naquela região, com adolescentes em situação de vulnerabilidade social. “Ia às casas, escutava os problemas de cada um”, conta. A semelhança do perfil do Cidade de Deus com o bairro caxiense Santa Fé a trouxe de volta a Caxias. “Eles também precisavam de ajuda.” Uma das suas maiores ações em Caxias foi em um abrigo do bairro, que hoje é o Centro Técnico Social. “No começo, o grande problema era assaltos e mortes, hoje é o vício nas drogas”, destaca. Maria atua na Associação Centro de Promoção Santa Fé, que atende 400 crianças de 6 a 14 anos. “Minha maior alegria é ver crianças saindo daqui felizes. Esses dias ficamos sabendo de um menino que estava com a gente e formou-se advogado. Isso não tem preço.”

TOP5

O inverno pede e O CAXIENSE ajuda a escolher o vinho. O sommelier Arlindo Menoncin, formado em Enologia pelo Centro Federal de Educação Tecnológica de Bento Gonçalves e em Sommelieria pela Federazione Italiana Sommelier Albergatori Ristoratori, recebeu o prêmio de melhor enólogo e sommelier de Caxias em 2011, pelo Guia Divina Cozinha Top 2011. É ele quem indica os vinhos brasileiros para aquecer a estação. Aracuri Cabernet Sauvignon Collector Vinho bom é vinho da região. Com 13,5% de teor alcoólico, o cabernet da Aracuri é elaborado com uvas dos Campos de Cima da Serra. Arlindo explica que a bebida tem um diferencial por ser envelhecida em barris de carvalho, que deixam o vinho mais aromático. Para acompanhar, o sommelier sugere pratos encorpados, como polenta, além do tradicional churrasco. Preço médio: R$ 30.

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Viapiana Marselan Expressões Uma mescla de frutas vermelhas – como morango, framboesa e amora – com pequenos toques de ervas e pimentas. Segundo Arlindo, a origem do Viapiana é francesa, mas “está se adaptando bem à região de Flores da Cunha, que sabe produzir vinhos elegantes”. O “elegante”, segundo Arlindo, combina com massas e risotos. Preço médio: R$ 42.

Valmarino Cabernet Franc Ano XIII Mais leve que o cabernet sauvignon, o cabernet franc se adaptou à Serra Gaúcha. Com coloração rubi escura e aroma intenso, o Valmarino é produzido em Pinto Bandeira. O sommelier indica o vinho com carnes vermelhas e massas com molhos mais intensos. Preço médio: R$ 45.

Lidio Carraro Dadivas Pinot Noir Para o sommelier, a acidez do vinho o torna especial. A variedade pinot noir – uma das uvas mais difíceis de se cultivar, por ser favorável ao clima frio e de maturação mais rápida – vem de Encruzilhada do Sul. A sugestão é combiná-lo com pratos leves, como peixes. Preço médio: R$ 40.

Don Laurindo Merlot De cor vermelho-púrpura, o merlot apresenta aroma frutado, com frutas vermelhas e especiarias. Diferentemente dos demais, pode ser consumido em outras estações também. Combina com carnes vermelhas e queijos. Preço médio: R$ 35.

Fotos: Divulgação/O Caxiense

Vinhos para o inverno


Ricardo Giusti, PMPA, Divulgação/O Caxiense

O terror dos brazileiros quer a Academia Bagual de Letras A maior publicação desde a Bíblia, segundo o XVI, Bento Papa, é um livro gaúcho. Talvez o mais gaúcho dos livros. Trata-se da antologia O Bairrista - As melhores notícias do país, lançado em janeiro deste ano (veja na página 2 como ganhar o livro). A obra reúne as postagens do blog homônimo que mais fizeram sucesso em 2011. Especialista em satirizar os principais mitos gaúchos, como o separatismo e o ufanismo (com brincadeiras como a citação do Papa à obra impressa do Bairrista), o blog criado e editado por Júnior Maicá é sucesso nas redes sociais desde junho de 2010, quando surgiu como um perfil no Twitter. Entrando na onda, O CAXIENSE entrevistou o criador da brincadeira que virou negócio e já tem atraído o olhar atento de gigantes da imprensa. Antes de começar essa entrevista, é bom tu saber que os caxienses estão reclamando a falta da cobertura do Bairrista na maior manifestação religiosa do mundo, a Romaria de Caravaggio, ocorrida domingo passado. Foi atraso no churrasco o motivo da ausência? Tchê! Final de semana a gente precisa tirar o tempo pra descansar. Mas na próxima certamente faremos a cobertura ao vivo. Falando em grandes eventos, qual o maior festival de música que o mundo já viu: o Woodstock ou o Cio da Terra? Na verdade a gente quer fazer o Planeta Bairrista, só com bandas gaúchas. Mas o Woodstock a gente sabe que é um festival histórico, porém pouco conhecido. Se fosse Gauchostock, com certeza seria um sucesso. O inverno está chegando. O

frio da Serra é o maior frio do mundo? Certo que sim! Inclusive, em Gramado os termômetros estão sempre 4 graus abaixo da temperatura real. Parece que a Suíça está se promovendo como a Gramado europeia. É um desrespeito com os serranos? É mais um país que copia o que temos de melhor na República Rio-grandense. Os caras não têm originalidade então vêm aqui beber da nossa fonte. Se O Bairrista se inspirasse na BBC e buscasse eleger “o maior gaúcho de todos os tempos”, quais seriam os favoritos para o prêmio? Seria um prêmio repartido entre Brizola, Teixeirinha e Paixão Côrtes. Inclusive, está em nossos planos fazer esse concurso. A propósito, qual seria o prêmio ideal para o maior gaúcho de todos os tempos? Uma cópia em tamanho real do Laçador, a nossa Estátua da Liberdade. O patriotismo como linha editorial nem sempre é bem compreendido. O Bairrista já sofreu ameaças de leitores rebeldes? Sim. Infelizmente temos alguns brazileiros infiltrados no Rio Grande do Sul, que não sabem entender o que estão lendo. As melhores matérias d’O Bairrista foram compiladas em um livro que já virou best seller. Vem Prêmio Pulitzer aí ou o da Associação RioGrandense de Imprensa (ARI) é mais importante? Ambos são interessantes, mas estamos ansiosos mesmo é pela cadeira na ABL - Academia Bagual de Letras. 1º.JUN.2012

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na rio

Prometidas para as próximas férias escolares, as melhorias na rede de abastecimento de água de São Pelegrino – que deveriam ter sido executadas pelo Samae ainda na abertura do shopping no bairro, em novembro de 2010 – não serão feitas até o fim da gestão atual. Segundo o diretor-presidente do Samae, Marcus Vinicius Caberlon, para não contrariar os moradores em uma questão ambiental. “Houve uma decisão da comunidade de manter o status quo”, afirma, referindo-se à movimentação para impedir o corte de árvores no lado direito da Av. Rio Branco. Elas teriam que ser suprimidas para modernizar o sistema de distribuição. “A rede de água está subdimensionada. Nesse momento, está dando conta, mas vamos ter que fazer a substituição a médio prazo”, aponta Caberlon. O custo da obra é estimado em R$ 10 milhões.

Faça amor, não faça dívidas

A forma mais utilizada para pagar os mimos de Dia dos Namorados deve ser o cartão de crédito, segundo os lojistas. Mas o gerente nacional de negócios da SPC Brasil, Ronaldo Guimarães, alerta que consumidores não devem considerar crédito ou cheque especial como fonte de renda. Em abril, o número de ocorrências e inclusões caxienses no SPC, que cresce desde janeiro, foi o maior do ano. A dívida de compradores da cidade é de R$ 34,2 milhões. São 67.799 CPFs cadastrados. 212.991 ocorrências foram registradas em abril. A média é de 3 débitos por CPF.

Elas devem mais, mas pagam mais

Segundo Guimarães, as mulheres representam 60% das inscrições no SPC no país. Elas, no entanto, também são as que mais conseguem quitar suas dívidas – representam 65% das exclusões. 30% dos devedores quitam as dívidas antes dos 13 dias necessários para a carta do SPC chegar, e 57,34% das inclusões são retiradas em 60 dias.

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Aliviando o cemitério A prefeitura licitará, no dia 27 deste mês, um crematório para restos mortais. O objetivo é liberar espaço no Cemitério Municipal. Depois de 5 anos, o poder público pode cremar corpos de indigentes, informa o secretário do Meio Ambiente, Nestor Pistorello.

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é o número de processos que a prefeitura enfrenta pedindo vagas em creches, informa o procurador-geral do Município, Lauri Romário da Silva. Destes, 372 ingressaram em 2011, e o restante este ano. No último trimestre, apenas de forma administrativa, o Conselho Tutelar pediu outras 498 vagas. O déficit é de 2 mil vagas.

Troca de presentes

Lojistas preveem crescimento de 12% em relação às vendas do Dia dos Namorados do último ano, segundo pesquisa da CDL. A expectativa repete o percentual de crescimento de 2011. Naquele ano, apaixonados escolheram calçados, roupas e chocolates como presentes preferenciais. Em 2012, aponta a pesquisa, os consumidores comprarão mais perfumes, flores e calçados.

Sinal vermelho

Desde a crise de 2008, o desempenho industrial de Caxias do Sul entrou em uma montanha-russa. Na última semana, o grupo Randon anunciou paralisações e férias seletivas para 1,3 mil funcionários. A economia caxiense como um todo – comércio, serviços e indústria – recuou 12% em abril, segundo levantamento da CIC/CDL.

Maurício Concatto, Arquivo/O Caxiense

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Adiadas e canceladas


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Juliana Novello e Alexandre Lamotte |

Fernando Macagnan, Divulgação/O Caxiense

A felicidade que o dinheiro compra

Os passos lentos até o altar passaram a representar uma disputada corrida entre os vendedores de serviços que transformam o dia mais feliz em um megaespetáculo. Entre as noivas, a competição é igualmente acirrada Elas olhavam entusiasmadas. Eles sorriam pouco mas não deixavam de demonstrar boa vontade quando suas namoradas apontavam artigos luxuosos ou maravilhosos vestidos brancos – vistos mais tarde também na passarela – que embelezavam o corredor do hotel InterCity Premium. Em cada estande, a possibilidade de tornar o casamento um espetáculo inesquecível. E de repente, toda a felicidade que os casais podem ter parecia estar ali, à venda. O Vitrine Requinte, evento promovido pela Revista Requinte de quinta (24) a domingo (27), movimentou cerca de 5

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mil pessoas entre apaixonados e profissionais de diversas áreas que hoje parecem indispensáveis para que a troca de alianças fique para sempre na lembrança, sobretudo dos convidados. “Você é noiva?”, era a pergunta que as mulheres ouviam logo na entrada do evento. Dali para dentro, essa seria a pauta de todas as conversas. Toda a estrutura tradicional do matrimônio estava fortemente representada, mas a inovação – como em qualquer segmento do mercado – chamava a atenção. Entre tantos panfletos e balcões, um dos estandes mais interessantes ficava

quase invisível. Em uma pequena mesa, o casal Cristiano Pavinato, de 37 anos, e Lakchmi Posser, de 29, apresentava um dos frutos de seu casamento: o site Presente Real, uma lista de presentes online em que o valor é revertido em dinheiro. A falta deste serviço em Caxias motivou Cristiano, que é dono de uma empresa de TI, a ingressar no e-commerce. Com o rendimento do “passar de sapato” pela web, os mais detalhistas podem pagar para ter sua coreografia personalizada. É nisso que o dançarino Rodrigo Scherer trabalha desde 2007.


Por cerca de R$ 70 por hora, ele ensina desde a tradicional valsa, muito dançada ao tema do filme Cidade dos Anjos, até mixagens de Lady Gaga, Kuduro, Mamonas Assassinas e Risca Faca. Rodrigo ainda faz stand up comedy, interpreta Alcione e se veste de Santo Antônio para animar o momento em que a noiva joga o buquê. Depois de passear com a vencedora ao som do Tema da Vitória de Ayrton Senna, sugere que o noivo jogue uma caixa de uísque vazia para os homens casados e solteiros. Quem consegue pegar a caixa ganha a bebida. Mas o glamour pode marcar mais que as coisas engraçadinhas. Ficar na lembrança é pouco para definir o efeito do casamento da dentista Juliana Novello com o empresário Alexandre Lamotte – ela pediu para não mencionar as idades. O casal trocou alianças em janeiro de 2011 e surpreendeu os seus 250 convidados, que aguardavam pelo início da festa no hotel Samuara. Os pombinhos chegaram voando, literalmente. Dispensaram limousine ou carros antigos e optaram por um helicóptero. Excepcionalmente, a ideia foi do noivo. Juliana aprovou. “Queria uma festa que as pessoas lembrassem, mas não de uma forma exibicionista e extravagante”, diz a noiva. De tudo que se projeta para um ca-

samento, são muitas as opções oferecidas. O vestido de noiva, no entanto, ainda é o mais importante. E usar um traje alugado está cada vez menos aceitável. A proprietária da Cozzire Noivas, Eliana Schiavenin Gavazzoni, trabalha no ramo há 15 anos e diz que a locação está perdendo espaço para a compra justamente por esta competição. “Elas não querem que ninguém tenha usado o vestido delas”, garante. Para a confecção de cada peça, ela dedica cerca de um ano de paciência com as provas e mudanças. O zíper é colocado na última semana. A maquiagem também mudou. O cabeleireiro Jeferson Hoffman percebe que nos últimos 5 anos a sedução também está adentrando a igreja. Olhos escuros e batons vermelhos acabaram com a mocinha representada por outras gerações de futuras esposas. Para ele não só o casamento, mas as festas em geral, viraram uma grande indústria. “As amigas (da noiva) não querem ficar devendo e acrescentam uma coisa ou outra quando casam”, conta o cabeleireiro, que também é solicitado para cuidar da noiva e dos convidados durante a festa, um luxo de R$ 150 por hora de cada profissional. As novidades do mercado do matrimônio são tantas que os preparativos passaram da noiva e sua mãe para a ce-

rimonialista, profissional encarregada de evitar o estresse dos noivos. Cláudia Boeira é relações públicas e trabalha há 6 anos com casamentos. Ela verifica que a procura pelo serviço vem crescendo não só pela falta de tempo do casal, mas também dificuldade dos anfitriões em administrar tantos serviços. Uma bela cerimônia pode ser feita com R$ 60 mil e servir bem a 150 convidados. Mas a sede pela extravagância eleva este valor a R$ 150 mil, com direito a cabine fotográfica, garçons, banda e filmagem em 3D. Até contratar circos está ficando ultrapassado... Nem o arrasador trash the dress escapou. O ousado ensaio fotográfico que coloca os noivos ao ar livre, sem se preocupar em estragar o vestido – aliás, a ideia é mais ou menos essa – já tem concorrente. Para os super atualizados, a moda é valorizar o vestido e mantê-lo longe da lama, de preferência em lugares luxuosos: é o cherish the dress. E é assim, sob o olhar comercial, que o casamento está perdendo o título de instituição falida. A cada celebração, o mercado descobre mais um meio para lucrar. São novidades efêmeras como um amor de verão. Se o investimento em um espetáculo aumenta o prazo do “felizes para sempre”, ainda não se sabe. Mas o impacto do dia do sim tem completado algumas bodas.

Vitrine Requinte |

Ricardo Rech, Divulgação/O Caxiense

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Se os pretos quisessem dançar ao som do baile dos patrões, que o fizessem longe da festa. Essa era a regra da segregação institucionalizada, que cessou só na década de 70. Mas o preconceito, agora velado, permanece no berço dos descendentes de escravos na região. Com pouca história registrada, a “negrada do Juá” conta por que o apelido se consolidou sem resistência

por Andrei Andrade

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Acervo pessoal de Adriano Palhano /O Caxiense

O SALÃO BRANCO PROIBIDO PARA NEGROS


Enquanto o gaiteiro castiga a gaita, o público que lota o salão da pequena comunidade dança animado. Conectado à caixa acústica que amplifica o som do conjunto, um fio se estende salão afora e percorre 100, 150 metros morro acima até se conectar a outra caixa, que reproduz a música tocada pela turma do gaiteiro. Lá em cima, outro grupo de pessoas dança igualmente animado, sem constrangimento por estar do lado de fora. Porque o tempo os deixara acostumados com sua condição de excluídos. São negros. Trabalhadores rurais que, de fora do salão, só têm direito a ouvir as festas dos brancos, em maior parte donos de terras que alguns talvez nem saibam por que são suas. É um baile do Juá, distrito de São Francisco de Paula, fronteiriço com 4 localidades de Caxias do Sul: Criúva, Vila Oliva, Vila Seca e Fazenda Souza. Não foi ontem, mas foi por muito tempo. Durou até 40 anos atrás, quando negros e brancos passaram a frequentar o mesmo salão de festas. À “negrada do Juá”, descendentes de escravos que ajudaram a povoar a Serra, não só o acesso ao baile ou à mesa do patrão foi negado. Eles têm uma história que a região insiste em desvalorizar, com a facilidade com que se chama alguém, pejorativamente, de “negro do Juá” – expressão que ainda vigora – sem saber de quem está falando. A trajetória dos negros do Juá tem ligação umbilical com a história dos negros e mestiços em Caxias. Ela começa com a ocupação pelos escravos de um território chamado de Cadeinha – que ironicamente lhes dava alguma liberdade – no interior do distrito, onde formaram um quilombo em algum período difícil de precisar do século XIX. Eles chegavam fugidos de fazendas dos municípios de Taquara, São Sebastião do Caí e São Francisco de Paula e não se sabe ao certo por que foram parar justo naquelas bandas. A hipótese mais con-

tundente é de que as terras pertenciam a fazendeiros abolicionistas, que teriam cedido o espaço em uma espécie de compadrio. Não era incomum a existência de quilombos nos Campos de Cima da Serra. Sabe-se que existiram outros em Santa Lúcia do Piaí e Criúva, mas há poucos registros que ajudem a detalhar estas ocorrências. O passar dos anos fez com que aumentasse a população negra no Juá, que deixou de se concentrar no quilombo para ocupar terras mais próximas dos municípios que começavam a crescer por perto. Com a abolição da escravatura, em 1888 – 13 anos após a chegada dos imigrantes italianos –, a maioria dos negros livres permaneceu na região. Eles se tornaram mão de obra barata. Muitos fazendeiros tiveram filhos bastardos com escravas, impulsionando o crescimento da população mestiça, que passava a migrar para municípios como Canela e Caxias em busca de oportunidades de uma vida melhor longe das fazendas. Naqueles primeiros anos de liberdade, o negro tinha basicamente dois caminhos de ascensão social: o tropeirismo e o exército. E nestas duas funções eles se inseriam na sociedade, se misturando aos poucos com os brancos. Num segundo momento, o processo de industrialização nos anos 20 e 30 contribuiu para trazer grande parte dos moradores do Juá para o município. Eles trabalhavam em serrarias e madeireiras,

que eram o principal negócio da época, e foram importantes como trabalhadores braçais na abertura de estradas de chão e, posteriormente, de ferro. Ainda sim, viviam isolados, separados até dos colonos com quem dividiam funções operárias, muito em função da língua, já que os imigrantes se comunicavam em dialeto italiano, incompreensível para os negros. Estudioso e defensor da cultura dos negros, índios e mestiços – a sufocada tríade de pelos-duros entre os italianos “fundadores” da região –, o economista e historiador caxiense Luiz Antônio Alves já publicou mais de 80 livros que buscam reconstituir parte da história da colonização da Serra, especialmente pelo viés dos excluídos. Mantém uma página na internet em que reúne artigos, documentos, genealogias e todo tipo de memória de diversas localidades cujo desenvolvimento tenha ligação com estas etnias. O nome bem-humorado e satírico do portal, Free University of Juá (Universidade Livre do Juá, da qual Luiz se intitula reitor), contrasta com o tom sério que o historiador imprime em seus comentários sobre o que a cidade faz com o legado das minorias não italianas que trabalharam para ajudar a escrever a história do município. “Há um descaso, que é fruto de um preconceito da sociedade caxiense com o trabalho que índios e negros prestaram pela região. Deveria 1º.JUN.2012

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Adriano Palhano |

Flávio da Silva | ser dada maior importância, pois é um legado histórico riquíssimo”, comenta. Luiz critica principalmente a facilidade com que se destrói as marcas deixadas por índios e escravos. “A quantidade de informação que se perde com a destruição de moradias, taipas e cemitérios construídos na época da escravidão é assombrosa. Parece que as autoridades pensam ‘se foi feito por escravo, pode passar a patrola por cima’.” Em uma tarde de domingo, O CAXIENSE reuniu um grupo de antigos habitantes do Juá, que relembrou a época em que o preto e o branco não combinavam nas festas do distrito. Distribuídos em círculo na área da casa de Maria Irene Palhano, os mais velhos sentados, falando, os mais jovens de pé, escutando, contaram como era participar de uma sociedade em que vizinhos eram afastados pela cor da pele ou pelo tipo de cabelo. Nos bailes, principais eventos de qualquer comunidade interiorana, as diferenças ficavam mais evidentes.

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Eles ocorriam no salão da Sociedade Vera Cruz, onde só brancos entravam. Aos negros, cabia se contentar em ouvir a música pelas caixas de som. Quem quisesse bebidas, tinha que pedir pela janela do salão, o mais próximo que se podia chegar da festa dos brancos. “Se havia dúvida quanto a cor do sujeito, passavam a mão no cabelo. Se fosse crespo, era negro, e não entrava. Tinha que ter cabelo liso”, lembra o agricultor Flávio José da Silva, de 60 anos, que na juventude frequentou o baile dos excluídos. Nem na morte os negros podiam ocupar o mesmo espaço que os brancos. Tem-se notícias de que, em outras vilas, eles eram sepultados em locais especiais. Nos cemitérios de brancos, ficavam do lado de fora. Quem conta a história hoje prefere dizer que os cemitérios mais afastados da vila eram para os pobres e não sócios da igreja. Então, a cor da pele seria só uma coincidência, até porque, mais tarde, os brancos menos abonados passaram a ser enterrados no mesmo chão, justificando de um jei-

Maria Irene Palhano |

Fotos: Paulo Pasa/O Caxiense

to torto a tolerância. A segregação nos bailes durou até o início dos anos 70. Segundo contam os juazenses, só terminou graças ao casal Napoleão e Cecília Rodrigues, que, como festeiros em um ano que ninguém lembra exatamente qual foi, decidiram que a festa seria mais divertida se os negros também participassem. Os incomodados que se retirassem. “A gente sabia que tinha que tratar os negros da mesma forma que os brancos, mas fomos muito criticados, queriam expulsar a gente da organização dos bailes”, lembra Cecília, que aos 84 anos ainda mora na mesma casa que dividiu por 58 anos com o esposo, falecido no ano passado, em Vila Oliva. No ano em que foram festeiros, Napoleão e Cecília convidaram a dupla Nelson e Jeanette para tocar em um dos bailes. O fato da acordeonista ser mulata teria desagradado alguns brancos, que se retiraram em protesto. Neste ponto, os moradores e o historiador divergem. Para os juazenses, este fato teria causado o declínio da so-


ciedade Vera Cruz, a dos brancos. Para Luiz Antônio Alves, rixas entre famílias é que teriam levado a sociedade ao final, nos anos 70, época em que os bailes segregados tiveram fim. Se na vila o preconceito era sentido na hora da festa, na cidade era principalmente na hora de procurar trabalho. Aos 84 anos, o mais experiente e falante do grupo, Divo Rodrigues – primo-irmão de Napoleão –, lembra que sua geração penava quando tentava a sorte em municípios como Caxias e Canela. Por serem mestiços “sem eira nem beira”, nas palavras de Divo, sofriam discriminação pela origem pobre. “Na hora de fazer entrevista, perguntavam pro candidato: quem é o teu avô? Se descobriam que era do Juá, aí a coisa ficava difícil”, comenta. Não é demais acrescentar que a pergunta sobre a descendência das pessoas ainda é comum em Caxias. Em uma pesquisa recente, Luiz Antônio Alves traçou o perfil atual dos filhos do Juá. Em Caxias do Sul, estão mais concentrados nos bairros Cruzeiro e Sagrada Família, mas Divo Rodrigues acrescenta que no bairro Serrano também é proibido falar mal do Juá. Entre as profissões mais comuns aos descendentes do distrito estão a de pedreiro, professor e veterinário. Também há muitos filhos do Juá na área de manutenção de eletrodomésticos. Segundo os moradores, alguns traços de racismo dentro da comunidade do Juá ainda persistem, mas são pouco evidentes se comparados com o passado. “O preconceito hoje em dia é mais discreto. Todo mundo convive bem, mas nunca escolheram um casal de negros para festeiros”, exemplifica Flávio da Silva. Nos bailes populares, os próprios festeiros nomeiam seus sucessores. O padre Adriano Palhano, filho da anfitriã Maria Irene e responsável por reunir a turma, corrobora a opinião de Flávio. “Quem vem de fora não percebe, mas quem convive na comunidade sabe que ainda há diferenças.” Os bailes, que eram realizados diversas vezes durante o ano, hoje ocorrem em duas datas no CTG Laço Velho, erguido onde era o antigo salão Vera Cruz. No de fevereiro, os brancos honram a São João de Deus. No de maio, os negros honram a Nossa Senhora do Rosário. Todos se divertem juntos. Porém, os moradores comentam que os negros, que participam ativamente da organização da festa dos brancos – nunca na dianteira –, não contam com a mesma parceria na festa de maio.

Cecília e Napoleão Rodrigues (primeiro casal à esquerda) em um baile no Juá |

Acervo Pessoal de Cecília Rodrigues/O Caxiense

Cecília Rodrigues |

Fotos: Paulo Pasa/O Caxiense

Divo Rodrigues | 1º.JUN.2012

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PLATEIA

Branca de Neve heroína |Tributo a Cazuza e rock com quentão | De novo as damas | Vinho de guarda

Fotos: Paulo Pasa/O Caxiense

Coral tecnológico Presente de aniversário pelos 35 anos do Coral Municipal de Caxias do Sul, a exposição Polifonia – Vozes Múltiplas entrou em cartaz no início da semana. O público é convidado a entrar em uma atmosfera que mescla história com tecnologia. A exposição vai até o dia 26 de junho. Confira tudo o que pode ser encontrado em Polifonia.

Baldes sonoros

Quando a pessoa para de caminhar para apreciar algum objeto exposto, surge uma música. Ao procurar pela origem do som, descobre-se que ele vem de baldes que ficam sobre a cabeça de quem passa. No total, são 6 baldes, instalados como luminárias, com um sensor de movimento, caixa de som e um aparelho de mp3. Espalhados pela galeria, cada um toca uma composição diferente.

A história com um toque

Logo na entrada da exposição o visitante se depara com uma grande tela, deitada em uma bancada, sensível ao toque. Nela, pode-se viajar pela história do Coral Municipal desde a sua criação, em 1977, até os dias de hoje. O programa apresenta o grupo e depois oferece, por um menu, a liberdade para conhecer os espetáculos produzidos e as participações em eventos. Vídeos e muitas fotos ilustram tudo.

Sua música na voz do coral

Palco exposto

O tablado é representado por cenários e figurinos dos espetáculos do coral. Algumas peças de roupa ganharam manequins, como as de Gota D’Água e Pare, Olhe e Escute. Outras estão em cabides sob um globo de festa. Dentre os cenários, apenas a mesa de bar de Gota D’Água e a árvore de folhas douradas de Romancero Gitano foram expostas.

A atração mais requisitada, principalmente por crianças, é um piano de 8 teclas instalado no chão da galeria. Cada Coral premiado uma das peças representa uma nota musical na voz do coral. Para finalizar, as premiações do Coral ficam em um arO visitante compõe sua própria música pisando nas teclas. mário. As principais, como o leão com asas de águia, vindo Quando cada nota é acionada, a imagem do piano dá lugar de Veneza em homenagem aos trabalhos do Coral, ganham a fotos do coral. uma bancada especial

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CINE

Kristen

Stewart. Charlize Theron. Chris Hemsworth. De Rupert Sanders

BRANCA DE NEVE E O CAÇADOR Nesta nova adaptação do tão conhecido conto, Chis Hemsworth vive o caçador Eric. Ele é contratado pela rainha Revenna (Charlize Theron) para assassinar Branca de Neve (Kristen Stewart), mas acaba ministrando aulas sobre arte da guerra para a jovem. No longa, o príncipe não tem a função de acordar Branca de Neve de um sono profundo com o beijo do amor verdadeiro, mas sim, iniciar uma rebelião para derrubar a rainha. Estreia. CINÉPOLIS 13:20-16:20-19:20 DUB. 12:50-15:20-18:10-21:30 GNC 14:10-16:40-19:15-21:40 DUB. 13:15-16:00-18:30-21:00 * Qualquer alteração nos horários e filmes em cartaz é de responsabilidade dos cinemas.

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OS VINGADORES Um grupo de heróis luta para salvar o mundo do deus Loki. O filme fez tanto sucesso que até outros atores que fazem super-heróis da Marvel querem participar de uma provável sequência, caso de Andrew Garfield, o espetacular Homem Aranha. 6ª semana. CINÉPOLIS SEX. (1°).-QUA. (6). 18:50 3D SEX (1°) e SEG (4)-QUA (6). 14:30. SEX. (1°)-SEG. (4) e QUA. (6). 21:50 GNC 21:30 15:30-18:45

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De Walter

Carvalho e Evaldo Mocarzel

RAUL SEIXAS: O INÍCIO, O FIM E O MEIO O documentário conta a curta mas intensa vida de Raul: o rock, as drogas, a magia negra e a sociedade alternativa. O longa tem depoimentos de familiares, fãs e amigos, como Paulo Coelho, Zé Ramalho e Caetano Veloso. E Pedro Bial. Estreia. CINÉPOLIS 14:10-17:00-20:30

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PROMETHEUS É a volta do diretor Ridley Scott ao universo de Alien. A tripulação comandada por Janek e Elizabeth Shaw intercepta uma mensagem de uma possível civilização extraterrestre. Ao chegar no ponto de encontro, descobre o que poderá ser o fim deles e da própria Terra. O ator Michael Fassbender faz David, o androide similar a Ash, do primeiro longa. Pré-estreia. CINÉPOLIS QUI (7) 22:00

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De Eric

Darnell e Conrad Vernon

Will

Smith. Tommy Lee Jones. Josh Brolin. De Barry Sonnenfeld

MADAGASCAR 3

HOMENS DE PRETO 3D

Os amigos Alex, Marty, Melman e Gloria deixam a África para voltar a Nova York. Um erro de percurso os leva para a Europa. Logo de cara, são perseguidos por uma agente de controle de animais. A solução é tentar voltar para casa fugindo com o circo e conseguindo uma turnê para os Estados Unidos. Pré-estreia.

O filme foi o primeiro, em um período de quase dois meses a conseguir desbancar Os Vingadores nas bilheterias brasileiras. O agente J descobre que o seu parceiro morreu e a Terra será destruída. Para impedir a catástrofe, ele volta aos anos 60. E descobre que tem um dia para salvar o mundo. 2ª semana.

CINÉPOLIS SÁB. (2). DOM. (3). 14:00-16:30 QUI. (7). 13:30-16:10-18:30

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1:33

CINÉPOLIS 15:00-17:30-20:00 | 3D 13:00-16:00-19:00 GNC 3D 19:00-21:50 | 3D 14:00-16:30 | 13:3015:40-17:50-20:00-22:10 | 13:00-15:10-17:20-19:30-22:00

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PIRATAS PIRADOS

OS NOMES DO AMOR

O Capitão Pirata deseja muito conseguir o título de Pirata do Ano, mas primeiro terá que derrotar vilões e furar os bloqueios da rainha Vitória. O aventureiro conta com a ajuda de uma tripulação atrapalhada que inclui Charles Darwin, que deixa de lado os seus estudos para se aliar à missão. 3ª semana.

Bahia Benmahmoud é uma ativista que dorme com homens conservadores para torná-los liberais. O próximo na mira é o quarentão Arthur Martin. O longa ainda traz algumas piadas internas, como a aparição do ex-primeiro-ministro francês Lionel Jospin. 2ª semana.

GNC 13:40

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ORDOVÁS SEX (1°). 19:30 SÁB (2). DOM (3) 20:00 QUI (7). 19:30

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Daliana Mattana, Divulgação/O Caxiense

MUSICA + SHOWS SEXTA-FEIRA (1) Marcelo Duani

22:00. R$ 10 e R$ 20. Boteco 13

Sai Dessa

23:00. R$ 10 e R$ 20. Portal Bowling

Tributo a Whitesnake

23:00. R$ 10 e R$ 12. Vagão Classic

First Friday Night

23:00. R$ 12 e R$ 15. Level

Vibe Rock

23:00. R$ 10 e R$ 20. Taha’a

SÁBADO (2) Jam Session: Fer Costa, Rafa Schuler & Jayson Mross

22:00. R$ 12 e R$ 18. Mississippi

Izzi e Louise

22:00. R$ 10. Bier Haus

Rebelde sem causa

A noite terá o objetivo de homenagear um dos músicos mais importantes do Brasil. Quem fará o som nostálgico na festa Tributo a Cazuza é a banda de mesmo nome comandada por Thiago Aver, no vocal e com direito performances, junto dos músicos Francisco Maffei (bateria), Paulo Biglia (guitarra), Jorge Macedônia (baixo) e Maurício Pezzo (teclado).

João Villaverde e Filhos de Yê

SEX. (1°). 23:00. R$ 20. Havana

22:00. R$ 10 e R$ 20. Boteco 13

A4

23:00. R$ 10 e R$ 20. Portal Bowling Emerson Foguinho, Divulgação/O Caxiense

O Desempate

23:00. R$ 25 e R$ 40. Havana

Festa da Tequila

23:00. R$ 10 e R$ 12. Vagão Classic

Season Finale

23:00. R$ 10 e R$ 12. Level

Luciano R

23:00. R$ 10 e R$ 20. Taha’a

Latinos

A Los Infernales fará uma mistura de rock com pop latino. As músicas variam desde Creedence e Barão Vermelho, até Los Autenticos Decadentes. A banda é formada pelos experientes Hernan Gonzales (Vera Loca), Nino Henz (Lucille Band) e Diego Romanini. SEX. (1°). 22:00. R$ 10. Bier Haus

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Magda Rabie, Divulgação/O Caxiense

+ SHOWS TERÇA-FEIRA (5) Robledo Rock e Domênico Anzolim

22:00. R$ 10. Bier Haus

QUARTA-FEIRA (6) Creedence Clearwater Revival Tribute

22:00. R$ 12 e R$ 18. Mississippi

Fher Costa e Trio

22:00. R$ 10. Bier Haus

QUINTA-FEIRA (7) HardRockers

22:00. R$ 10. Bier Haus

Contramão

23:00. R$ 10 e R$ 12. Vagão Classic

Bluegrass com estilo inglês

Quem representará o bluegrass com grande estilo na noite caxiense é o músico Renato Velho. Multi-instrumentista, já ganhou o Prêmio Açorianos de Música 3 vezes, em 2002, 2003 e 2005. Grande parte da influência musical de Renato Velho foi adquirida no tempo em que ele viveu na Inglaterra, nos anos 90, e dos clássicos do gênero. No repertório estarão os sons de seus dois Cds Estratosférico e Astenosférico. SEX. (1°). 22:00. R$ 12 e R$ 18. Mississippi

O mundo de Alice

ERRAMOS

A festa Sonha, Alice tem a proposta de trazer o mundo da fantasia de Lewis Carroll para a noite caxiense. O objetivo é fazer com que todas as Alices acabem a balada trocando um papo com coelhos e gatos. Para que isso aconteça, drinks com o nome da protagonista da história e da rainha de copas serão oferecidos ao público. Quem comandará o som da noite são os DJs Régis Valença, Mary ‘N, Bê Alencastro e Paulinho S. QUA. (6). 23:00. R$ 15 e R$ 20. Aristos

Rock quentão Na edição 129 da revista, a foto acima, da banda Mahabarata, saiu sem o crédito. A autoria da imagem é de Paulo Pretz.

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Quem quiser entrar na onda de São João, a pedida é a festa Arraiá do Vagão. Mas não pense que encontrará quadrilha e doces de amendoim. O garantido é o rock e quentão, se o tempo ajudar com um friozinho. O som é por conta da banda Disco, formada por Mark (vocal), Caldo (guitarra), Wood (baixo e vocal) e Robledo Rock (Bateria). No set list, Queen, Jamiroquai e muitos outros. QUA. (6). 23:00. R$ 10 e R$ 12. Vagão Classic


Divulgação/O Caxiense

PALCO

Trapalhadas no dilúvio

O espetáculo infantil O Macaco Cozinheiro da Arca de Noé, com roteiro e direção de Luiz Arthur, tenta passar uma mensagem sobre a importância de contar histórias no teatro para melhorar o convívio social dos pequenos. Na história, o ator Marcelo Dusi entra na pele de Chico Bananada, o macaco, e também controla os fantoches de todos os outros animais da arca. DOM (3). 16:00. R$ 20. Teatro Municipal

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Novo espetáculo, novos personagens

A peça Primeiro as Damas 2 trará os stand-ups dos atores Emerson Magro, Mariana Del Pino e Rafael Albuquerque. O espetáculo conta com novos personagens – imitações de Silvio Santos, Paulo Ricardo e outras sátiras – e novas piadas. Segundo o diretor, Eduardo Holmes, a sequência é totalmente diferente da primeira. Os textos são de Renato Pereira. SEX (1°). SÁB (2). DOM (3). 20:00. R$ 40. Teatro São Carlos

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A busca pelo eu

O espetáculo Dizeres abrirá as comemorações do aniversário de Caxias do Sul. A coreografia foi criada pelos bailarinos na Cia Municipal de Dança para expressar os enigmas da personalidade de cada músico e a busca para desvendar os mistérios do ego. A escuridão do cenário ajuda a produzir a ilustração. A concepção e direção artística são de Sigrid Nora. As performances sonoras são de Siane Salvador e Maria Cleuza Gobetti. SEX (1°). 20:00. Entrada Franca. Teatro Municipal

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Márcia Dall’Ago, Divulgação/O Caxiense

ARTE

Tudo sobre vinho

Retratar toda a história e homenagear o vinho é a principal premissa da exposição Dia do Vinho, realizada pelo Museu Municipal e instituições de produtores na região. O público que chega para a visitação encontra de cara uma variedade de rótulos, garrafas, barris e diversos objetos utilizados na fabricação, além de fotos dos grandes parreirais da região nas 4 estações. E para completar, 33 artistas, coordenados pelo Atelier Livre de Porto Alegre, produziram obras que retratam a produção do vinho, desde a plantação até o engarrafamento. Dia do Vinho Coletiva. SEG-SEX. 8:30-18:00 SÁB. 10:00-16:00. Museu Municipal

A Consciência por trás do Homem Cristiana Livotto. A partir de TER. (5). SEG-SEX. 9:00-19:00 SÁB. 9:00-12:00. Farmácia do Ipam

Faces

Marina Venâncio. SEG-SEX. 8:0022:30. Galeria Universitária

Corpo em Fuga

Lucas Auller. SEX. (1°). 9:00-19:00 SÁB. (2). 9:00-12:00. Farmácia do Ipam

Jeitos de Ser Brasil

Antonio Giacomin. SEG-SEX. 8:30-18:00 SÁB. 10:00-16:00. Galeria Municipal

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Capelinhas – Memória e Fé TER-SEX. 8:30-17:30. Museu dos Capuchinhos

Polifonia – Vozes Múltiplas

Coletiva. SEG-SEX. 9:00-19:00. SÁB. 15:00-19:00. Ordovás

Monumentos de uma Trajetória Bruno Segalla. SEG-SEX. 9:0012:00 14:00-17:30. Instituto Bruno Segalla

Na beleza de Caxias... as revelações da natureza

Coletiva. SEG-SÁB 8:30-22:30. DOM. 09:00-21:00. São Pelegrino Shopping Mall.

No cotidiano, as revelações da natureza...

Coletiva. SEG-SEX. 13:30-22:00. Faculdade Anhanguera

Garrafas Pet e Topiaria

Coletiva. SEG-SEX. 9:00-19:00 SÁB. 9:00-12:00. Térreo do IPAM


cinemas: CINÉPOLIS: AV. RIO BRANCO,425, SÃO PELEGRINO. 3022-6700. SEG.QUA.QUI. R$ 12 (MATINE), R$ 14 (NOITE), R$ 22 (3D). TER. R$ 7, R$ 11 (3D). SEX.SÁB.DOM. R$ 16 (MATINE E NOITE), R$ 22 (3D). MEIA-ENTRADA: CRIANÇAS ATÉ 12 ANOS, IDOSOS (ACIMA DE 60) E ESTUDANTES, MEDIANTE APRESENTAÇÃO DE CARTEIRINHA. GNC. rsc 453 - km 3,5 - Shopping Iguatemi. 3289-9292. Seg. qua. qui.: R$ 14 (inteira), R$ 11 (Movie Club) R$ 7 (meia). Ter: R$ 6,50. Sex. Sab. Dom. Fer.R$ 16 (inteira). R$ 13 (Movie Club) R$ 8 (meia). Sala 3D: R$ 22 (inteira). R$ 11 (meia) R$ 19 (Movie Club) | ORDOVÁS. Luiz Antunes, 312. Panazzolo. 3901-1316. R$ 5 (inteira). R$ 2 (meia) | MÚSICA: arena: bruno segalla, 11366, são leopoldo. 3021-3145. | Aristos. Av. Júlio de Castilhos, 1677, Centro 3221-2679 | Bier HauS. Tronca, 3.068. Rio Branco. 3221-6769 | BOTECO 13: Dr. Augusto Pestana, s/n°, Largo da Estação Férrea, São PelegrinO. 3221-4513 | CATHEDRAL BISTRÔ: Feijó Junior, 1023. Espaço 03. São Pelegrino. 3419-0015 | HAVANA: DR. AUGUSTO PESTANA, 145. mOINHO DA ESTAÇÃO. 3215-6619 | LEVEL CULT: CORONEL FLORES, 789. 3536-3499. | Mississippi. Rua Augusto Pestana, S/N°, Moinho da Estação. 3028-6149 | NOX VERSUS: Darcy Zaparoli, 111. vilaggio Iguatemi. 8401-5673 | pavilhões da festa da uva: ludovico cavinatto, 1431. 3021-2137 | PAIOL. FLORA MAGNABOSCO, 306. 3213-1774 | Place des sens: 13 DE MAIO, 1006. LOURDES. 3025-2620 | Portal Bowling. RST 453, Km 02, 4.140. Desvio Rizzo. 3220-5758 | Taha’a bar. matheo gianella, 1444. santa catarina. 3536-7999. | VAGÃO CLASSIC. JÚLIO DE CASTILHOS, 1343. CENTRO. 3223-0616 | TEATROS: casa de teatro: Rua Olavo Bilac, 300. São Pelegrino. 3221-3130 | teatro municipal: Doutor Montaury, 1333. Centro. 3221-3697 | SALA DE TEATRO DO ORDOVÁS: Luiz Antunes, 312. Panazzolo. 3901-1316 | teatro do sesc: moreira césar, 2462. centro. 3221-5233 | galerias: campus 8: Rod. RS 122, Km 69 s/nº. 3289-9000 | GALERIA MUNICIPAL. DR. MONTAURY, 1333, CENTRO, 3221-3697 | galeria universitária: francisco getúlio vargas, 1130. Petrópolis. 3218-2100 | FARMÁCIA DO IPAM. DOM JOSÉ BAREA, 2202, EXPOSIÇÃO. 4009.3150 | museu municipal. VISCONDE DE PELOTAS, 586. CENTRO. 3221-2423 | PRATAVIERA SHOPPING: Av. Júlio de Castilhos, 2030. 3028-2029 | ORDOVÁS. Luiz Antunes, 312. Panaz­ zolo. 3901-1316 |

Legenda Duração

Avaliação ★ 5★

Classificação

Cinema e Teatro Dublado/Original em português Legendado Animação Ação Artes Circenses Aventura Bonecos Comédia Drama Documentário Ficção Científica Infantil Policial Romance Suspense Terror Fantasia

Música Blues Coral Eletrônica Erudita Funk Hip hop Indie Jazz Metal MPB Pagode Pop Reggae Rock Samba Sertanejo Tradicionalista Folclórica

Dança Clássico Forró Hip hop

Contemporânea Folclore Jazz Salão

Flamenco Dança do Ventre

Artes Artesanato Desenho Fotografia Grafite Pintura Vídeo

Diversas Escultura Gravura Acervo

CA

Paulo Pasa/O Caxiense

Enderecos

MA RIM

Marcelo Aramis

Circo poético O Teatro do Sesc lotou na última quarta (29). Merecidamente. O espetáculo Circuits Fermés, da Cia Defracto, levou ao palco um duo de malabares cuja definição pelo gênero de arte circense é reducionista demais para descrever a performance. Guillaume Martinet e Minh Tam Kaplan aliam a técnica apurada – movimentos estudados e esteticamente impecáveis – dos homens de circo à linguagem universal da expressão dos homens de teatro. Dançam e atuam poeticamente enquanto dão show de malabares. É um desses espetáculos inclassificáveis, diferente de tudo o que Caxias já viu. Ainda assim, é capaz de encantar espectadores estreantes. É desse jeito que se forma plateia.

Divã

Cláudio Cunha, o Analista de Bagé, não gostou da entrevista que O CAXIENSE publicou na última semana. Esclareceu que respeita profundamente o dono do personagem. Quando disse que o humor de Luis Fernando Verissimo era velho, referia-se à idade do livro. Quando disse que era chulo, quis dizer isso mesmo. Como defensor do tradicionalismo, odiou a metáfora “Ele não honra as bombachas que usa”, que a revista usou para falar de alguém que interpreta o Analista há 27 anos e diz que “ninguém mais está ‘nem aí’ para o livro”. O real motivo do telefonema – com palavrões impublicáveis – era um convite para que um repórter ou este colunista comparecesse ao teatro para vê-lo detonar a revista diante da plateia lotada. Não enviamos ninguém. Se eu considerasse que a atração se enquadra na categoria teatro, teria ido para resenhar. 1º.JUN.2012

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ARQUIBANCADA Sábado de bocha e basquete | Esportes náuticos | Aquele jogo com a peteca

Daniel Rodrigues, Divulgação/O Caxiense

+ ESPORTE BOCHA Jogos do Sesi

SÁB. (2). 9:00, 13:00 e 16:00. Sesi.

BASQUETE Jogos do Sesi

SÁB. (2). 11:00. Sesi.

RUGBY Copa RS de Rugby

DOM. (3). 14:30. Campo do Walkirians.

FUTEBOL Campeonato Municipal de Futebol SÁB. (2) e DOM (3). 13:15. Estádio Municipal, Enxutão, Campo da Frangosul, Campo do Estrela, Campo do Sagrada Família e Campo do Madri.

SESI E REPRESA SÃO MIGUEL: CYRO DE LAVRA PINTO,S/N°, FÁTIMA | CAMPO DO WALKIRIANS: RIO BRANCO, S/N°, SANTO ANSELMO, ANA RECH | ESTÁDIO MUNICIPAL: JÚLIO DE CASTILHOS, S/ N°. CINQUENTENÁRIO | ENXUTÃO: LUIZ COVOLAN, 1.560. MARECHAL FLORIANO | CAMPO DO ESTRELA: LUDOVICO CAVINATTO, 680. NOSSA SENHORA DA SAÚDE | CAMPO DA FRANGOSUL: GUERINO VETTORAZZI, 540. DESVIO RIZZO | CAMPO DO MADRID: ELOY FARDO, S/ N°. PLANALTO RIO BRANCO | CAMPO DO SAGRADA FAMÍLIA: CÂNDIDO JOÃO CALCAGNOTTO, S/N° SAGRADA FAMÍLIA

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O resultado das aulas mais divertidas

A represa São Miguel, junto ao Sesi, vai sediar a Copa Navegar, evento que integra a Semana do Meio Ambiente. Competirão os alunos do Projeto Navegar, iniciativa da prefeitura que proporciona vivências e formação em esportes náuticos e atende cerca de 450 crianças da rede pública de ensino municipal nas modalidades de canoagem, remo e vela. SÁB. (2). 9:00. Gratuito. Represa São Miguel

Estreia do badminton Pela primeira vez integrando os jogos escolares organizados pela Secretaria Municipal de Esportes e Lazer (SMEL), as partidas de badminton tiveram boa procura pelos estudantes. Ao todo, são 131 atletas inscritos, que realizarão 193 jogos. O palco será o ginásio do Enxutão. O badminton é um esporte que pode ser praticado individualmente ou em duplas, semelhante ao tênis e ao vôlei de praia, praticado com raquete e uma peteca. SÁB. (2). 16:00. Gratuito. Ginásio do Enxutão


na Rafael Machado Prefeitura, CIC, Câmara de Vereadores e clubes esportivos de Caxias estão se mobilizando para garantir a cidade como subsede da Copa do Mundo de 2014. Estamos na torcida. O clima tenso entre o atacante Vanderlei e a direção do Caxias. O atleta está treinando separado dos demais colegas, sem saber por quê. Vanderlei tem potencial para contribuir muito com o Caxias na Série C. Se estiver motivado.

Jogão de futsal entre Carlos Barbosa (ACBF) e Orlândia, do craque Falcão, pela Liga Futsal segunda(28): 7 a 4 para a ACBF. Lembrou os velhos tempos do time de Carlos Brabosa. Deu saudades do futsal caxiense também.

semanas de episódios diários de desrespeito aos desportistas brasileiros. Quando a CBF divulgou que ia suspender Brasil (Pelotas) e Treze (PB) de competições até que retirassem suas ações da Justiça comum, alguns até acreditaram que tudo estava resolvido. Grande engano. Orgulhosos, os clubes seguem com a birra, alheios aos prejuízos gerados aos próprios colegas de trabalho. Sem

Toma que o filho é teu Parece jogo de empurra. E na moita. Desde que começaram todas as peraltices de Brasil (Pelotas), Treze (PB), Santo André (SP) e Rio Branco (AC), a CBF se manteve quietinha. Posições oficiais sobre os fatos eram raras. O site da entidade sequer citou, durante esse

período todo, a paralisação das séries C e D do Campeonato Brasileiro. E só publicou algo referente às punições ao Brasil e ao Treze quando passou a bola para a Conmebol. Punição, aliás, que ainda não saiu da conversa. Por enquanto, só serviu como pressão moral.

falar no Santo André (SP) e no Rio Branco (AC), que correm por fora. Esse último protagonizou mais um capítulo dessa enfadonha novela, ganhando na Justiça comum o direito de disputar a Série C. E agora, vai ser punido também? Quem vai punir? A poderosa CBF ou a Confederação Sulamericana de Futebol (Conmebol), que entrou de gaiato na jogada e também quer aproveitar para aparecer?

Pagando o pato

No final das contas, quem paga por toda essa bagunça que virou o futebol brasileiro são os clubes. Caxias e Juventude tiveram até dificuldades para fazer sua programação semanal. Afinal, como planejar um trabalho sem saber o que vai acontecer? A qualquer momento, tudo pode ser paralisado por alguma novidade vinda lá de cima.

Fechando o grupo verde

Ao menos esse tempo maior de trabalho está ajudando o Juventude a encontrar a última peça – pelos planos da diretoria – para fechar o grupo para a Série D. Depois de estar próximo de acertar com Diogo Acosta e Lê, o clube segue em busca de um centroavante. Até o fechamento da edição, o nome do novo reforço não havia sido divulgado. O goleiro Paulo Musse (foto), lesionado, deixou o clube na terça-feira (29).

Edgar Vaz, Divulgação / O Caxiense

re

Cansamos da sucessão de peripécias da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) envolvendo os clubes das séries C e D. A protagonista da trama atua como aquela senhora das novelas mexicanas que se julga soberana, acima de tudo e de todos – Usurpadora!? –, que ameaça, instiga a competição e a malandragem entre os filhos só para exercer seu poder. Quando chega a hora de agir, se cala. Já são duas

Geremias Orlandi, Divulgação / O Caxiense

a

Dramalhão

Fechando o grupo grená

Já o Caxias prevê encerrar seu ciclo de contratações trazendo um goleiro para ser o reserva imediato de Paulo Sérgio. Vaná, que disputou o Gauchão pelo Canoas, chegou a assinar pré-contrato, mas acabou indo para a Chapecoense (SC). O ataque é o setor que mais ganhou atenção. A última novidade foi a chegada de Neilson (foto), que vem do Avaí (SC) por empréstimo até o final da Série C. 1º.JUN.2012

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MODA E BELEZA

por Carol De Barba

Amor à primeira prova É normal que os artigos de vestuário não estejam no topo da lista de presentes mais procurados para o Dia dos Namorados (leia mais sobre as previsões para a data romântica na coluna Diretoria, na página 12). É muito difícil dar roupas de presente, especialmente quando se quer impressionar. Tanto uma peça básica demais quanto uma cujo estilo não tem nada a ver com o de quem irá ganhá-la podem transparecer que você não conhece tão bem quanto deveria o companheiro ou companheira – ou, em casos extremos, que não estava muito afim de dedicarse à escolha de um mimo que vale muito mais pelo simbolismo do que pelo preço. Mas não criemos pânico! A coluna preparou algumas dicas para te ajudar nessa hora – afinal, a relação fica muito melhor com uma pitada de emoção. Um presente útil é mais surpreendente que apenas uma roupa bonita. Pense na rotina do seu namorado/ namorada. Identifique o dress code exigido no local de trabalho, a atividade física que pratica, o tipo de lazer que costuma procurar, e

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escolha uma peça que se encaixe em algum desses momentos. Quando for ao shopping ou passar em frente a alguma vitrine, fique atento/a às peças que chamam a atenção do seu par. Uma delas pode se tornar o presente, ou servir como referência para escolher algo parecido. Informe-se sempre sobre os procedimentos de troca na loja e deixe bem claro ao companheiro/a que não há problema nenhum que ele/a faça isso se o presente não agradou. Se não sabe o tamanho ou o número do calçado, pergunte. Se não quiser estragar a surpresa, vale pedir ajuda a mãe, irmãos, amigos... Sempre útil para eles: camisetas (as divertidas são a sensação do momento), camisas, cintos, cárdigã. Para elas: slipper (o calçado queridinho das fashionistas nas últimas temporadas), camisas e acessórios para o inverno, como mantas, pashminas e luvas.

Clodovil Véra Zattera não estava exagerando quando disse que o Documenta Costumes comemoraria sua maturidade recebendo uma exposição de um estilista de renome nacional. No dia 26 de junho, quando começa a Maratona de Moda, o espaço abrirá mostra com croquis, criações de acervo pessoal e peças de clientes do costureiro Clodovil Hernandes. A exposição ficará em cartaz até 11 de julho.

Bazar A Pó de Pimenta promove uma venda especial de saldos de meia estação nesta segunda (4), terça (5) e quarta (6), das 15:00 às 19:00, na própria confecção. A Pó fica na Santo Coltro, 126, em Lourdes. Mais informações pelo 3228-7011.


VITRINE

Foi só ao programar uma mudança de layout no seu ateliê que a estilista Rache Martini se deu conta da quantidade absurda de peças de coleções passadas que guardava na fábrica. Surgiu, assim, primeiramente para abrir espaço às novidades, a ideia de promover um Outlet, sábado (2), das 10:00 às 19:00, e domingo (3), das 14:00 às 19:00. A confecção fica na Rua Pio XII, 1042,

bairro São José. A liquidação, além de ter parte da renda revertida para a Liga de Combate ao Câncer, de quebra estimula o consumo consciente – peças de qualidade e autorais como as de Rache são para a vida. Veja duas sugestões de looks completos que a estilista selecionou especialmente para a coluna dentre as 3 mil peças que estarão no bazar.

Manta em tricô multicolorida | R$ 35 Anima a produção em qualquer dia cinza do inverno.

Parka de linho encerado | R$ 100 Atemporal, para enfrentar o frio faça chuva ou faça sol.

Colete em lã soft | R$ 60 Feito na moulagem, tem modelagem ultramoderna. Quando aberto, demonstra assimetria e deixa o charmoso forro de cetim à mostra. Quando fechado, causa o efeito da desejada saia peplum. Blusa em tecido com fibra natural de bambu, rebordada à mão | R$ 55 O trabalho artesanal e o uso da cor são assinaturas de Rache.

Moda é para quem não se acomoda!

Reciclar, reelaborar e resignificar o repertório de informações sobre moda e criação dos profissionais e estudantes da área. Esse é o objetivo do curso Processos Criativos, que será ministrado na UCS pela estilista e consultora Karlla Girotto. Além da grife que leva seu próprio nome, Karlla já atuou em empresas como Ellus, Reinaldo Lourenço, Animale e Cavalera. O curso ocorre em dois finais de semana (15 e 16 e 29 e 30 de junho), das 19:00 às 22:00 nas sextas e das 9:00 às 12:00 e das 13:00 às 18:00 nos sábados. O investimento é de R$ 658 a R$ 676 reais. Matrículas pelo site da UCS ou pelo telefone 3289-9005.

Saia de lã com estampa pied-de-poule | R$ 65 Tecido, padronagem e modelagem clássicas.

Ben Hur Ribeiro, Divulgação/O Caxiense

Calça cargo em veludo cotelê | R$ 90 O tecido é objeto de desejo deste e do próximo inverno.

Blusa em malha de lã | R$ 60 Parece básica, mas tem uma gola chaminé comprida que pode virar echarpe ou fazer amarrações no corpo.

blazer preto

“Combina com tudo, desde o estilo mais formal até algo bem despojado”.

UM LUXO

bolsa de matelassê da Chanel.

“É atemporal, sempre combina com qualquer look, mas a marca e tudo que ela significa (qualidade, elegância, etc.) faz toda a diferença”.

por Débora Bregolin, acadêmica de Design de Moda que tirou o 2° lugar no Prêmio Festimalha com uma peça inspirada em Oscar Wilde. 1º.JUN.2012

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