Edição 128

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11.MAR.2012

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Quando o telefone toca no Alô, Caxias

4 Se vira nos 30: solteiros vão à caça antes de virar solteirões

12 O que tem de bom na Feira Mãos da Terra

Para Jeremy James, subjetividade tem limite

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Rock’n’roll das antigas

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Cinépolis pode exibir as Olimpíadas em 3D

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Para Gabriel Izidoro, o Caxias já é vencedor

A tecnologia que realiza o sonho da maternidade

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Peneirão Peñarol em Caxias

18 Música boa para ouvir na rua

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GASTRONOMIA Sabores do além-mar na cozinha da nona

Fotos: 12 e 4: Paulo Pasa/O Caxiense | 5 e 18: Maurício Concatto/O Caxiense | 20: Divulgação/O Caxiense. | 6: Carol De Barba/O Caxiense

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DIGA!

Rua Os 18 do Forte, 422\1, bairro Lourdes, Caxias do Sul (RS) | 95020-471 | Fone: (54) 3027-5538 ocaxiense@ocaxiense.com.br

Jornalismo não é só palavra | Ilustração criativa | Resgate e reflexão

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Diretor Executivo - Publisher

Felipe Boff Paula Sperb Diretor Administrativo

Luiz Antônio Boff

Rascunhos e esboços da página 30 | Paulo Pasa/O Caxiense

A palavra certa com o significado preciso, a narrativa que permite a imaginar uma cena real, o ritmo da escrita e o estilo são características que tornam um texto convidativo, ainda mais quando falamos de jornalismo. O CAXIENSE prima – além da responsabilidade, ética e transparência – pelo bom texto, uma meta constante da versão impressa. Mas não é só com uma reportagem bem escrita que se faz uma revista semanal. Precisamos de imagens tão boas quanto o tratamento que damos para a informação. Seja fotografia ou ilustração, os recursos visuais têm que ser tão ou mais atrativos que o texto, e a tarefa é bastante trabalhosa. Nesta edição, a designer Luciana Lain debruçou-se durante dias sobre o papel armada de lápis e caneta. Pesquisou referências que resultaram na ilustração que você confere na página 30. A coluna Gastronomia e Cozinha tem como principal tópico os restaurantes com cozinha internacional em Caxias do Sul, uma cidade onde a comida italiana é consenso na preferência. A Santa Ceia de Leonardo Da Vinci serviu como inspiração. A pintura de Aldo Locatelli, com o mesmo tema, também foi pesquisada, mas optou-se por seguir a tradicional de Da Vinci. Luciana começou fazendo um esboço do desenho e verificando a posição de cada apóstolo, que seria ocupado por um chef. Depois do rascunho, terminou a ilustração, que também tem as especialidades de cada cozinha espalhadas pela enorme mesa. No computador, o desenho foi colorido e finalizado para entrar na página. São chineses, japoneses, tailandeses, uruguaios, brasileiro, americano, italiano – no

centro, no lugar ocupado por Jesus, numa analogia ao caráter quase divino que a culinária italiana assume na região – e uma espanhola. Sim, uma mulher. Luciana teve a ideia de fazer uma brincadeira a partir das referências do Código Da Vinci, do escritor Dan Brown, que mostra que o apóstolo João seria, na verdade, Maria Madalena. A coluna serve de guia para quem quer provar sabores diferentes sem sair da cidade. E a gente recomenda: deguste, os pratos e os detalhes da ilustração. Na edição passada, O CAXIENSE estampou na primeira página uma fotografia com os “camisas pretas”, como eram chamados os membros dos grupos fascistas de Caxias do Sul. A história literalmente queimada do fascismo no município foi recuperada na reportagem principal, que agradou os leitores. Peterson Danda comentou:

“Parabéns por relembrar ao povo dessa terra sobre sua época de fascismo. É uma pena que alguns ainda guardem alguns traços dele.” Esperamos que o resgate do passado sirva, também, de reflexão ao presente. Paula Sperb, diretora de Redação

Editor-chefe | revista

Marcelo Aramis Editor-chefe | site

Jaisson Valim Subeditora

Carol De Barba

Andrei Andrade Fabiana Seferin Gabriel Izidoro Rafael Machado Robin Siteneski

Dimas Dal Rosso Gesiele Lordes Leonardo Portella Paulo Pasa Designer

Luciana Lain

COMERCIAL Executivas de contas

Pita Loss Suani Campagnollo

ASSINATURAS Atendimento

Tatyany R. de Oliveira Assinatura trimestral: R$ 30 Assinatura semestral: R$ 60 Assinatura anual: R$ 120

Foto de capa Paulo Pasa/O Caxiense

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BASTIDORES

Jeremy James e o teatro fora das entrelinhas |Som Fantasy Revival | Top 5 Mãos da Terra |Olimpíadas no cinema (e em 3D)

As vozes do Alô, Caxias

Mais do que intermediários, atendentes são responsáveis pela primeira impressão no contato entre a população e a prefeitura |

Paulo Pasa/O Caxiense

Confinados em suas cabines, o telefone como principal instrumento de trabalho, eles dedicam 6 horas diárias para ajudar a resolver problemas urbanos que afetam os caxienses. Atendem pessoas impacientes, aflitas pela resolução de seus impasses, e atuam como intermediários das ligações entre os cidadãos comuns e os funcionários do poder Executivo. Dão informações sobre concursos, horário de atendimento de órgãos públicos e escolas. Formam um grupo responsável por uma tarefa importantíssima: causar a primeira impressão no contato entre a população e a prefeitura. O Alô, Caxias é um serviço de reclamações, sugestões e informações do município, uma espécie de call center público. Administrado desde 2008 por uma empresa privada do ramo, conta com 16 atendentes, dividos em dois turnos – manhã e tarde. Segundo a monitora Míriam Gasperin, cerca de 1,5 mil ligações chegam todos os dias ao Alô, Caxias. O pico de movimento é no início da manhã e ao meio-dia. As campeãs de solicitações estão as linhas de esgoto e a troca de lâmpadas nos postes. Para responder às dúvidas dessas milhares de pessoas, os atendentes do Alô, Caxias passam por um treinamento em que aprendem os nomes dos secretários e as funções de cada Secretaria Municipal. “Só depois é que eles começam a operar. E ainda tem 4 horas todo mês de treinamentos extras para complementar o que já sabem”, explica Míriam.

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Completando um ano na atividade, o atendente Gabriel de Oliveira Elustondo, de 18 anos, revela que dentre as 19 Secretarias, a mais difícil de contatar é a da Receita Municipal.“Ela compreende diversos setores que não suportam muitas ligações. Normalmente, nós seguramos a ligação e pedimos para a pessoa aguardar na linha. Mas nem sempre elas são pacientes”, explica o jovem. A paciência – ou melhor, a falta dela – é justamente um dos grandes empecilhos na atividade. “As pessoas querem solução imediata. Mas quando nós não entendemos, temos que investigar, fazer inúmeras perguntas em vários setores para dar o caminho certo a quem liga”, diz Gabriel. Chaiany Rodrigues da Silva, de 21 anos, confirma liderança dos consertos na rede de esgoto entre as solicitações mais pedidas. Há 5 meses no Alô, Caxias, ela conta que em dias de chuva as ligações chegam a dobrar. “Em algumas áreas ocorrem enchentes e pequenos deslizamentos de terra, que afetam os moradores, então eles ligam para comunicar e pedir ajuda”, relata. Chaiany também revela que os telefonistas contam com seus próprios ajudantes. O principal deles é um sistema interno, acessado pelo computador, que lista os ramais e os funcionários de cada Secretaria. O programa também registra as solicitações por meio de um cadastro com os dados de quem ligou e um breve relato do problema. A ligação recebe um

número de protocolo que é repassado a quem está aguardando na linha e servirá, no futuro, para que os atendentes retornem o contato e verifiquem se o serviço foi realizado. É nesse momento que, segundo Chaiany, todo o trabalho é recompensado. “Quando as pessoas dizem que o problema foi resolvido e agradecem alguns parecem até pular de alegria”, dramatiza. Mas nem todas os problemas tem um final feliz. Enquanto visita o setor, a reportagem acompanha o telefone de um rapaz chamado Daniel. De forma educada, ele narra como está sendo prejudicado pela obra de um vizinho, que em dias de chuva causa deslizamentos e leva sujeira de barro à sua casa. Ele pede que uma equipe da Secretaria de Obras vá até o local analisar a situação e tente remediar a situação. Daniel recebe uma notícia nada animadora: como a construção já terminou, o órgão público não tem como intervir. Em outra ligação, uma moça quer apenas conversar com o secretário Osório Rocha, da famosa Receita Municipal. Quando a reportagem de O CAXIENSE já estava se despedindo da pequena sala abafada, o secretário de Recursos Humanos e Logística, Edson Mano, dispensa o telefone o vem pessoalmente trazer uma boa notícia. Até o fim do ano, a equipe crescerá, será transferida para um espaço maior – “com ar-condicionado”, ele garante – e terá támbém um serviço de solicitações por e-mail.


Maurício Concatto/O Caxiense

“É normal que cada um interprete a peça de uma forma diferente. Mas não é assim que deve ser”

Há cerca de dois anos, Jeremy James trocou as viagens que fazia como artista do Theatre du Soleil, na França, para fazer turnê pelo mundo realizando workshops. Na última semana, o canadense esteve em Caxias do Sul, onde ministrou aulas do projeto Corpo Espaço e Imaginação, um treinamento voltado para a Máscara Neutra, parceria do Teatro do Encontro com a Secretaria Municipal da Cultura e apoio da Sala de Ensaio. Disciplinado pelo teatro francês, o artista defende o estudo da arte e critica a ideia das múltiplas interpretações de um espetáculo, talvez uma desculpa para a falta de talento. O que você ensinou no workshop? Tentei mostrar a importância da co-

Você acha que a sociedade está se distanciando da literatura e das artes? De certa forma. Os novos sistemas de comunicação estão fazendo com que o mundo perca o costume de contar histórias. Isso interfere no desempenho do artista, que acaba perdendo a conectividade com as artes. A expressão do De que maneira isso pode ser aplicado? artista tem de ser de dentro para fora e A maioria dos atores enfrenta o mes- isso ocorre com o auxílio da leitura de mo problema: não consegue expressar clássicos, por exemplo. uma única coisa para a plateia. É normal que cada um interprete a peça de Aversão à tecnologia? uma forma diferente. Mas não é assim Não, mas acho que deve servir para que deve ser. O ator tem de ter a capaapoiar, e não dominar as pessoas. A teccidade de expressar o papel de maneira nologia é mais fácil. Para ler um livro é que não haja ambiguidade na interpre- preciso concentração, tempo, imaginatação. Às vezes, a peça é boa, porém, o ção. Isso não ocorre nas redes sociais. A ator não soube expressar direito. E a essencia da arte em geral não pode ser crítica considera tudo um fracasso. passada pelo computador. nectividade entre corpo e a respiração. Os participantes tinham de expressar suas emoções só com os movimentos do corpo. O rosto era coberto por uma máscara neutra. Os outros avaliavam. O objetivo era que todos tivessem a mesma interpretação.

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Roque e Rocha selecionam o repertório da noitada de rock | Carol de Barba/O Caxiense

O rock não está morto por Carol De Barba Flores da Cunha até Nova Petrópolis –, fazendo festas próprias ou fornecendo a Quem passasse em frente ao Quinta aparelhagem e os operadores (junto com Estação e observasse melhor a longa fila seu bom gosto musical, lógico) para que descia até a Luiz Antunes na noite outros eventos. do último sábado (5) poderia muito Quase 30 anos depois, mais ou menos bem achar que seus olhos viam uma pela metade da fila para entrar na festaalucinação causada pela aproximação revival, a professora Daiane e o motorismáxima da Lua em direção à Terra. Mas ta Giorgio Pasquali, ambos de 26 anos dificilmente, ao baixar o vidro do carro e jaquetas de couro, nada conheciam e ouvir No nordeste as mina faz, no verão desta história, mas personificavam vai pegar, então faz o tchu tchá tchá, almuito bem o espírito da noite. “Vivo e guém acreditaria que a força que atraiu respiro rock’n’roll”, diz ele, como se não tanta gente vestida de preto àquele lugar bastassem a bandana na cabeça, a camiera mesmo o bom e velho rock’n’roll. seta de banda e o jeans surrado. Para o That’s all right, man. Apesar do som casal, há poucos lugares em Caxias onde da moda vazando de uma festa partié possível sair à noite e curtir o ritmo. cular em um dos salões, em instantes E a comprovação está bem ali, na gente aquelas pessoas adentrariam o ninho que não termina de se enfileirar atrás onde o demônio negro da música deles. “Quem está fora de moda são as plantou sua semente furiosa em Caxias. promotoras de evento, que acham que Uma balada onde princesa, donzela ou só tem procura por show de pagode e romance ruim não têm vez, onde a úni- sertanejo”, alfineta Daiane. ca coisa Gaga era a Radio: os domínios À frente do casal estava um legítimo do Som Fantasy. saudosista da Fantasy, o analista de sisCriada por Carlos Pereira, Roque Mo- temas Leonardo Galiotto, 46 anos. “Nas raes e Jaime Rocha – o maior fã caxiense colônias não tinha fila assim”, brinca, de Rolling Stones e dono da hamburreferindo-se à localidade de São Gotargueria que leva seu nome –, a sonorido, em Flores da Cunha, um dos lugares zação Som Fantasy surgiu no começo que a sonorização marcou a ferro com dos anos 80, ostentando como símbolo seu rock. Ele conta que as festas da Som máximo a língua lasciva do supraciFantasy eram diferentes de tudo o que tada banda inglesa. Os DJs andavam ele já viveu, e faz uma previsão certeira com seus vinis embaixo do braço por sobre o que aguarda do outro lado da todas as cidades da região – de Caxias e portaria: “Espero encontrar os amigos,

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ouvir bons rocks e reviver um pouco do clima da época”. “Is this the real life? Is this just fantasy? Caught in a landslide, no escape from reality.” Depois do susto do tchu-tchá, não há melhor recepção do que a da voz de Freddie Mercury e sua Bohemian Rhapsody, já dizia o sábio da montanha. A multidão de roqueiros se amontoava ao ponto do desconforto dentro do Quinta Estação e cantava em êxtase os versos do Queen. Em breve, estariam todos com os braços erguidos em direção ao telão como se fosse Meca, batendo as inconfundíveis palmas de We Will Rock You. Embora o leitor vá considerar um pecado interromper alguém para uma entrevista nesse momento sublime, há de convir que a resposta não poderia ser mais adequada. “O som”, grita Kelly Kahler, de 35 anos, que trabalha com maquiagem definitiva, para tentar explicar a magia da festa em que estava – e que a enfeitiçou quando ela tinha apenas 13 anos. “Meus pais deixavam, eram loucos”, ri. Kelly pondera sobre a única diferença que as pessoas ao seu redor veriam se a cena se passasse há 22 anos. “Naquela época os homens dançavam mais, agora não. E é muito dançante esse rock do Jaime!”, empolga-se. Os quadris balançando ao som de rock também trazem boas lembranças para o analista de qualidade Luiz Biasoli, de 34 anos. Só que o movimento é um pouquinho mais


suave. “Sou da época em que no final da festa o globo girava e o DJ tocava música lenta, para dançar junto”, lembra Biasoli, que deu seu primeiro beijo aos 14 anos, num desses momentos melódicos de fim de noite em São Gotardo. “Som Fantasy, para mim, sempre foi sinônimo de festa garantida”, resume. O metalúrgico e metaleiro Marco Antônio Paim, de 34 anos, só apreciava a festa no sábado, porém, já deu duro durante dois anos, em 1994 e 1995, nos bastidores da Som Fantasy. Marco era responsável por carregar os equipamentos de som, por isso, ganhou o apelido de Camelo. Quem o levou para trabalhar com a sonorização foi seu irmão, o The Doors – dispensa explicação. Os dois tinham, respectivamente, 16 e 18 anos. “Eu gostava de rock, então achei o máximo a oportunidade de trabalhar no negócio. E era loucura, festa todo o final de semana”, relembra. A melhor, na opinião de Camelo, era no clube Tiro ao Alvo, em Nova Petrópolis, pela qualidade do som e do público. Ele ressalta que Jaime resgatou os clássicos do rock na época em que as pessoas iam “à boate dançar bate-estaca”. Hoje, Marco pensa mais ou menos a mesma coisa. “Os pagodeiros, por exemplo, colocam

a roupinha de domingo e vão na festa para caçar, tem outro interesse. Roqueiro vem para a festa pelo rock, pelo som, pelos amigos. Não é para cuidar mina, se dar bem”, explica, generalizando mas referindo-se também ao ambiente em que se encontra. A esposa dele, Márcia, de 40 anos, era outra assídua das baladas da Som Fantasy – ainda que os dois não tenham se conhecido lá. “Quando tocava a 9ª Sinfonia de Beethoven executada pelo Deep Purple eu me ajoelhava, porque era um sonho, nunca tinha visto ninguém tocando daquele jeito, e no telão. Era muito emocionante”, precipita-se, quase indo ao chão para demonstrar o ponto de vista e fazendo gestos para descrever o uniforme das gurias que frequentavam a balada: deandê nos pés e camiseta de banda no corpo. Foi difícil manter a hiperativa dona de casa, habilidosa no preparo de cupcakes, parada para conversar com tantos “reencontros com a veiarada das antigas”. Márcia alimentou expectativas para a festa, literalmente, como um filho. Há 7 meses ela deu à luz o seu terceiro rebento e, antes do nascimento do guri, já tinha os ingressos da noitada reservados com Jaime Rocha. “Aqui me sinto em casa”, declara-se.

Marco Antônio e Márcia Paim | Fotos: Carol de Barba/O Caxiense

Giorgio e Daiane Pasquali |

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Paulo Pasa/O Caxiense

BOA

GENTE

esportivo CAM Debate De 6 a 9 de junho, professores

PUS

e estudantes de Educação Física da UCS debatem metodologias de ensino no Congresso Brasileiro de Pedagogia do Esporte. Para participar, os interessados devem fazer inscrição até 5 de junho pelo site www.ucs.br, no link Eventos.

Cine na criação

A 10ª edição do Cine Design da FSG, promovido pelo curso de Design, vai analisar cartazes e narrativas de filmes neste sábado (12), às 9:00, no auditório da instituição. Entre os cartazes, o encontro debate os clichês de cada gênero. O evento é aberto à comunidade.

+ VESTIBULAR

Um caxiense na Broadway Um tombo pode representar receio em novas tentativas, mas o caxiense Richard Biglia, de 20 anos, fez exatamente o contrário. Com apenas 16 anos, Richard chegou até a penúltima etapa de seleção para atuar na versão brasileira do filme High School Musicial, da Disney. A falta de experiência deve ter sido o motivo da tentativa frustrada do garoto apaixonado por teatro e dança desde os 6 anos. “Eu não estava maduro o suficiente nessa época para tamanha responsabilidade”, diz. Richard recomeçou no teatro, em Porto Alegre. Em 2009, atuou em Elefantilt Um Exército Brechtiano, com direção de Humberto Vieira e fez uma participação especial em uma minissérie produzida pela Ulbra TV. No ano seguinte, o jovem ator encarou o “maior e melhor” desafio de sua carreira: interpretar um jovem em crise com a sexualidade, em cenas de nudez, beijo homossexual e masturbação, na peça O Despertar da Primavera, dirigida por Zé Adão Barbosa. Com o fim da temporada, Richard apostou na dança e realizou o sonho de morar no Exterior. Em Nova York, fez um curso de 6 meses na Broadway Dance Center – balé clássico, dança contemporânea e canto. Indicado pelo seu professor, fez uma audição na renomada escola Manhattan Youtch Ballet e foi aprovado. Hoje, Richard vive nos Estados Unidos, mora em um apartamento com outros dois brasileiros e uma mexicana. “O público muda e o artista muda. Em Caxias, é impossível viver como ator ou como bailarino, seria mais uma questão de hobby do que profissão”, conta Richard, que agora tenta realizar o sonho que levou ao seu primeiro tombo: atuar em musicais.

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Faculdade de Tecnologia da Serra Gaúcha

Com 6 cursos de graduação tecnológica, a FTSG está com inscrições abertas para o Vestibular de Inverno até o dia 18 de junho. Interessados devem fazer a inscrição pelo site www.ftsg.edu.br ou nas unidades da instituição em Caxias e Bento Gonçalves. A taxa é de R$ 25.

Faculdade América Latina

As inscrições para o Vestibular da América Latina podem ser feitas pelo site www.americalatina.edu.br. A prova será realizada no dia 21 de junho, às 19:00, na instituição. A faculdade conta com 6 cursos: Administração, Ciência Política, Design, Jornalismo, Publicidade e Propaganda, Relações Internacionais, Jornalismo e Design.

Anhanguera

Seguem até o dia 25 de abril as inscrições para o vestibular da Faculdade Anhanguera, que podem ser feitas pelo telefone, no site www.anhanghera.com ou na unidade caxiense da instituição. A taxa é R$ 25.

Faculdade América Latina

Segue até outubro as inscrições para o curso de Pós-graduação em Metodologia e Técnicas de Ensino em Quiropraxia na Faculdade América Latina. As aulas serão quinzenais, sempre às sextas-feiras, das 16:00 às 18:00 e 19:30 às 22:30, e aos sábados, das 8:15 às 12:15 e 13:15 às 17:15. FTSG: MARECHAL FLORIANO, 889. 30228700 | FSG: OS 18 DO FORTE, 2366. 21016000 | UCS: FRANCISO GETÚLIO VARGAS, 1.130. 3218-2800 | FACULDADE AMÉRICA LATINA: MARECHAL FLORIANO, 889. 3022-8600 | ANHANGUERA: SINIMBU, 2.590. 3223-3910


Maurício Concatto/O Caxiense

TOP5

Damos uma mãozinha: o melhor da Mãos da Terra Por R$ 5, a Mãos da Terra – Feira Internacional de Cultura e Artesanato te espera de braços abertos até domingo (13) nos Pavilhões. O CAXIENSE já tinha avisado que, entre 250 expositores de 15 países, é preciso garimpar para achar peças e culturas genuínas. O evento é basicamente cenográfico. Garimpamos. O bambu Depois que você faz um tour completo pela feira e se aproxima da saída, é fisgado por um ótimo ritmo musical. Lá estão dois músicos compenetrados no seu som, intercalando as próprias composições com clássicos do folk de Simon & Garfunkel e de Bob Dylan. O diferencial é que todo o repertório é executado em flautas de bambu. É ou não é um dos materiais mais versáteis de todos os tempos e culturas?

Confronto peruano Uma das primeiras bancas da feira é de artesanato peruano. Há diversos artefatos que mostram a cultura típica e a religiosidade do país, mas o mais legal de tudo são os tabuleiros de xadrez: de um lado os colonizadores espanhóis; de outro, os incas nativos.

Francês do Senegal Não há um lugar em Caxias para usar as psicodélicas roupas à venda na banca do Senegal. Talvez seu parente metido a hippie goste. Hélio dos Passos adoraria. As roupas divertem mas não convencem quase ninguém a comprar. O melhor da banca está no conteúdo chique para equilibrar o brega. Converse com os vendedores. Treine seu francês.

Mulheres africanas Uma savana em miniaturas de madeira – leões, elefantes, leopardos, javalis – que brigam pela conquista do território de um pequeno estande. No entanto, o homem é soberano ali. Na verdade, a mulher. A beleza das artesãs domina o espaço.

Um pedaço do Marrocos A banca do Marrocos lembra muito aqueles mercadões orientais de filmes de caça ao tesouro. O cenário tem quase todos elementos clichê do país: tapetes, versículos do Corão e o vendedor com um o típico traje dishdasha. De brinde, você ganha uma palestra sobre as mudanças do alfabeto arábico, desde os inícios dos tempos até hoje.

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Divulgação/O Caxiense

Olimpíadas em 3D

Detentora do direito de transmissão exclusiva em TV aberta, a Rede Record negocia com a rede Cinépolis a exibição diária das Olimpíadas de Londres nas salas 3D da rede – inclusive Caxias do Sul. A emissora tem a intenção de promover sessões, com imagens ao vivo e gravadas, num total de 60 horas de competição. A Olympic Broadcasting Services irá captar 230 horas de imagens em 3D.

O preço da gratuidade Se os números divulgados no fim do ano passado estiverem certos, o passe livre para os idosos entre 60 e 65 anos nos ônibus da Visate representa entre 5% e 6% do valor da passagem. Isso significa que o usuário sem benefícios paga em torno de R$ 0,15 para garantir a gratuidade para 18 mil beneficiários dessa faixa etária. O passe livre está sob ameaça desde a decisão do Tribunal de Justiça, que entendeu como inconstitucional por ter sido proposto pela Câmara de Vereadores.

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Sem “fazejamento”

Empresários carentes de mão de obra qualificada saúdam a parceria entre UCS e HSM Educação, assinada nesta semana durante a reunião-almoço da CIC. O convênio prevê, na primeira fase, a oferta de 7 cursos em gestão. O tom das aulas pode ser medido pela palestra do coordenador do MBA de Gestão de Projetos da HSM Educação, Luis César Menezes (foto), durante o encontro. Ele criticou o que chamou de “fazejamento”, prática ainda adotada por empresas que consiste em executar ações sem planejamento.

Cinematográfico Diversidade

Caso a parceria entre a Record e o Cinépolis se confirme, diferentes modalidades dos Jogos Olímpicos irão para as telonas em 3D. Os ingressos estarão à venda, mas ainda não há confirmação dos valores. A notícia, divulgada sem alarde pelo jornal Folha de S.Paulo nesta semana, entusiasmou amantes do esporte. As Olimpíadas ocorrem entre 27 de julho a 12 de agosto.

Se ainda havia alguma dúvida, número recém divulgado pelo IBGE derruba o mito de que Caxias só tem descendentes de italianos: quase 40% dos habitantes do município nasceram fora daqui. Em Porto Alegre, um terço da população é natural de outras cidades. A migração acentuada é resultado da pujança econômica e dos avanços na educação de Caxias.

Pensando no passageiro A prefeitura acena com a promessa de manter o passe livre para a faixa etária dos 60 a 65 anos, mas estuda restringi-lo por critérios de renda, conforme lei de 2009. Se a prefeitura fizer mesmo os

Promessa antiga

Pressionada pelo surto de homicídios, a Secretaria da Segurança Pública lançou um plano emergencial. Conforme o anúncio estadual, a Polícia Civil montará uma delegacia exclusiva para investigar os assassinatos. A estru-

Cerco à violência

O aperfeiçoamento da investigação ajudaria a estancar o crescimento preocupante dos assassinatos em Caxias. Um levantamento do Instituto Sangari mostra que a taxa de

cortes, os passageiros esperam que a medida se reverta em redução proporcional da tarifa de R$ 2,70. Está na hora de alguém pensar também no equilíbrio econômicofinanceiro do usuário.

tura funcionaria por 4 meses, com a perspectiva de prorrogação. A iniciativa é importante, mas chega tarde. Desde janeiro do ano passado, a cúpula da Polícia Civil fala em DP de Homicídios no município.

assassinatos subiu 82% em uma década. O número ultrapassou a média nacional na década 00, que se estabilizou na faixa dos 26 casos por 100 mil habitantes, e atingiu 28,2 mortes por 100 mil.

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na rio


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Carlos Pontalti, Divulgação/O Caxiense

O romance entre a pressa e a paciência

Como a geração que consagrou o bilhetinho procura o amor na noite caxiense

por Andrei Andrade

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Eles aposentaram a listinha onde elencavam e classificavam suas conquistas amorosas. Também deixaram de ensaiar coreografias dos sucessos da moda para dançar na pista até de manhã. O tempo passou, e agora que muitos deles e delas já conquistaram o emprego que queriam, têm carro próprio e deixaram a casa dos pais, a vida pode não se apresentar mais como um infinito horizonte de possibilidades. Mas está longe de parecer completa. Eles têm 30 e poucos anos, 40 talvez, ainda estão solteiros e disponíveis no mercado. Pois nunca é tarde para fazer da vida uma comédia romântica. Enquanto o baixo movimento das 21:00 da primeira quarta-feira de maio permitiu, a equipe do Mississippi Delta Blues Bar bateu um papo com O CAXIENSE. Falaram sobre o perfil dos frequentadores do bar, suas técnicas de abordagem ao sexo oposto e algumas loucuras que aquelas paredes bem frequentadas por retratos de grandes mestres do blues já assistiram. Acomodados ao redor do balcão, eles contaram que um dos clássicos da paquera boêmia – que tinha todos os motivos para estar aposentado devido às novíssimas formas de interação social – ainda é um expediente muito utilizado pelo quarentão-solteiro-contemporâneo-caçador: o bilhetinho. “Em qualquer noite mais movimentada rola algum bilhetinho, sempre de homem pra mulher. A maioria se limita a escrever um breve comentário elogioso, como ‘linda’, ‘belos olhos’, coisas assim. E eles geralmente pedem para não ser identificados. O mais importante é deixar o número do celular ou e-mail e apostar na curiosidade da moça”, conta Marcele Breda, uma das garçonetes mais experientes da casa, que comanda a contação de boas histórias da interminável temporada de caça nas noites do “Missi”. O homem que não adere aos bilhetinhos, mas também não está na noite à toa, recorre a outras estratégias bem conhecidas de aproximação, porém já não tão frequentes no universo das baladas da juventude. Pagar bebidas para as damas é uma delas, mais comum para

os mais abastados, naturalmente, que chegam a oferecer rodadas inteiras dos drinks mais caros para mesas cheias de mulheres. É uma tática que exige paciência do caçador, que assume o risco de não ter retorno do seu investimento. “O cara que paga bebidas, assim como o do bilhetinho, gosta de manter o mistério quanto à sua identidade. Deixa para se apresentar só mais tarde, quando o ambiente (e certamente as damas) já está mais descontraído. Dá certo muitas vezes, mas em outras as mulheres vão embora sem nem saber quem ele era”, observa a garçonete. Para os coroas se darem bem na noite não é preciso ser nenhum George Clooney, nenhuma Jennifer Aniston ou qualquer outro astro hollywoodiano desses acostumados a interpretar solteirões inquietos no cinema. É quase unânime entre paqueradores, paqueradoras e especialistas (neste caso, as garçonetes) o triunfo do conteúdo sobre a aparência nas faixas etárias mais experimentadas na vida romântica. É quase a era da vingança para aqueles que na juventude perderam amores por não serem tão bem desenhados ou destoarem dos padrões estéticos vigentes. Depois de uma certa idade, bonito mesmo é ser interessante. Habitué dos bares mais indicados para os solteiros que passaram dos 30, Henriette Vaccari, que prefere manter o mistério quanto à idade – “porque em Caxias, na minha idade, você TEM que estar casada e com filhos” –, diz que trocou as pistas pela mesa de bar quando percebeu que as novas gerações andavam deixando a desejar na hora da sedução. Para ela, o papo sóbrio vale mais. “Prefiro os ambientes que favoreçam a aproximação lenta, que comece com uma boa conversa e muitas risa-

das. Por isso não vou muito a estas festas onde guris que não sabem nem dar boa noite já chegam bêbados, querendo levar pro canto e agarrar”, argumenta a Princesa da Festa da Uva de 2000, que elege o Zarabatana e o Aristos como os lugares mais propícios para quem busca gente interessante na cena extra-baladeira. Henriette prefere conhecer homens mais velhos, ainda que eles sempre “venham com algum enrosco, como ex-mulher que fica em cima ou filhos que não deixam que eles façam nada”. Atualmente, está começando um relacionamento com alguém que conheceu em fevereiro deste ano, em uma dessas noites não tão despretensiosas pelos bares da cidade. Ele tem 42 anos. Ganhou o coração da Senhorita H, como ela se identifica no Twitter, com o charme da experiência. “Bem melhor que qualquer rapper de festinha”, defende a princesa. A equipe do Mississippi é unânime em reconhecer que predomina no bar o tipo que se garante mais pelo conteúdo do que pela beleza. “Aqui vem mais homem feio do que bonito (riso geral e aquiescência por parte das garçonetes), mas tanto homens quanto mulheres gostam de conhecer alguém que tenha algo a ensinar. A conversa é o mais importante, tanto que muitos clientes reclamam quando a música está muito alta”, conta Marcele. O dono do bar, Toyo Bagoso, que é a cara do ex-Nirvana e vocalista do Foo Fighters, Dave Grohl, corrobora a tese do homem que chega ao sucesso pelo charme das ideias e destaca que os hunters (caçadores, em inglês) sempre se dão mal com a mulherada. “São aqueles que chegam agredindo, não querem saber de conhecer a pessoa, só querem se dar bem. Quando um cara desses senta na mesa, as mulheres levantam e vão embora sem disfarçar.” Definitivamente, o público de bares 11.MAR.2012

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Romântico: no Mississippi, o velho bilhetinho e “uma bebida para a moça daquela mesa” ainda estão em vigor | Paulo Pasa/O Caxiense

como o Mississippi – Aristos, Boteco 13, Buku’s, Portal Bowlling, Zarabatana, entre outros – não é o mesmo da balada tradicional, com pista de dança e DJs disparando ritmos alucinantes em volume ensurdecedor, favorecendo apenas os beijadores compulsivos, que não estão pelo debate. “Menina mais nova, quando vem aqui, é mais pra ver a banda”, resume uma das garçonetes. Naquela noite, os músicos que fariam a jam session ainda não tinham chegado. Já eram 22:00. O clima agradável levou a maioria dos clientes para as mesas do ambiente externo. Muitos jovens passaram em frente ao bar, olharam mas não entraram. Depois da aula na faculdade vizinha, apenas desfilaram seus 20 e poucos anos ou menos em frente ao Mississippi no caminho para casa. Ou para outro bar. Em uma das mesas do deck, entre o bar e os trilhos, próximo à porta que dá acesso ao ambiente onde fica o palco, 3 homens conversavam animadamente, embalados por algumas rodadas de cerveja. São casados e pediram para não se identificar, mesmo estando reunidos apenas para jogar conversa fora. Eles têm 29, 34 e 40 anos. E foi justamente o mais velho, aparentemente fora do mercado, que resumiu a dinâmica da busca do amor na idade da razão. “É melhor do que na juventude, porque é mais objetivo, não tem aquele joguinho de paquera adolescente. Tu não sai para tentar. Ou é ou não é, ou a mulher quer ou a mulher não quer. Ninguém tem tempo a perder”,

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filosofa. A opinião do quarentão certamente encontra simpatizantes em ambos os sexos. Mas está longe de ser consenso. Ainda há quem não dispense o bom e velho flerte – termo que a nova geração talvez desconheça – para criar um clima que anuncie relacionamento à vista. Assim como defende a estilista de cabelo – não cabeleireira – Juçara Rodrigues, que aos 47 anos está solteira e pronta para encontrar na noite o par perfeito. “Pessoas da minha idade não saem para caçar, mas é claro que também somos humanos e queremos conhecer alguém. Para isso tem que haver uma conversa de bom nível, que o homem pode introduzir pela música que está tocando ou pelo cardápio que o lugar oferece”, comenta Juçara, que tem no Boteco 13 seu bar preferido para descontrair e esperar pelo homem ideal, que certamente não será dado aos lugares-comuns da paquera universal. “Acredita que ainda tem quem chegue e pergunte ‘você vem sempre aqui?’. Aí é deprimente!”, lamenta. “Nem todo homem é sem-vergonha”. Foi com essa impetuosa afirmação desferida por um rapaz de 26 anos, numa improvável tarde de domingo, que o Mississippi viu nascer uma bonita história de amor. Na mesa em que a psicóloga Raquele Collares, de 31 anos, bebia com duas amigas, a pauta era as lamentações de uma delas, que havia brigado com o marido e disparava contra ele e todos os homens sua ira de mulher queixosa. Quando a outra amiga tentou consolá-

“Tu não sai para tentar. Ou é ou não é, ou a mulher quer ou a mulher não quer. Ninguém tem tempo a perder”, diz um quarentão casado, sobre a objetividade da paquera pós-30


la dizendo que não havia jeito, pois todo homem era sem-vergonha, foi a deixa para Rodrigo Gregoletto, de 26 anos, que estava na mesa ao lado com dois amigos, entrar na conversa sem ser convidado, em defesa dos filhos de Adão. E consequentemente cavar seu espaço entre as moças que agora teriam oposição em suas deliberações sobre a semvergonhice do macho. “Claro que achei aquilo terrível. ‘Que guri arrogante’, pensei. Mas ele acabou se mostrando muito querido conversando conosco na mesa, aí isso evoluiu para uma janta de toda a turma no meu apartamento (proposta por Rodrigo), e logo surgiu o relacionamento”, conta a psicóloga. Essa história ocorreu em março de 2007. Eles casaram em janeiro do ano passado. Aos 36 anos, Raquele valoriza a atitude do marido naquele dia. Diz que foi corajoso sem ser invasivo. E acrescenta que o bom humor da abordagem acabou sendo fundamental para que houvesse uma identificação, superada a primeira impressão pouco elogiosa. “Deu certo porque ele conseguiu remendar a situação, mas acho que não é a melhor forma para se chegar em alguém desconhecido”, brinca. Há uma linha tênue entre a atitude que as mulheres exigem e a falta de sutileza que elas abominam quando se sentem desrespeitadas por um estranho que não sabe como se apresentar. Mas toda tentativa é válida. Quando os mais experientes vão à caça, levam algo do ímpeto da juventude e muito da paciência que o tempo os ensinou a ter. Voltar sozinho para casa pode ser melhor do que mal acompanhado. Um dia aparecerá a pessoa certa. Nunca é tarde para encontrar o bilhetinho premiado.

Rodrigo e Raquele, no bar onde se conheceram | Carlos Pontalti, Divulgação/O Caxiense

“Acredita que ainda tem quem chegue e pergunte ‘você vem sempre aqui?’. Aí é deprimente”, diz Juçara, abominando a cantada mais manjada de todos os tempos

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Cátia Soldatelli |

Fotos: Maurício Concatto/O Caxiense

Mãe a qualquer custo Cerca de 15 milhões de casais brasileiros são inférteis. Para muito deles, a família só fica completa com um filho, de preferência biológico. Recém-casados cansam de ouvir a cobrança: e o bebê, vem logo? Quem recorre à ciência paga caro – de R$ 4 a R$ 20 mil – mas tem até 70% de chance de responder positivamente à pergunta

por Gesiele Lordes O quartinho da bagunça foi organizado. Provisoriamente, virou sala de estar. Mas o objetivo era que o espaço se transformasse no dormitório do novo integrante da família. Como indicava uma placa para a porta, feita sob encomenda, ele se chamaria Eduardo. Estava tudo encaminhado para a chegada do filho – desejado pelo casal, cobrado pela família – exceto um detalhe: a concepção. Os fracassos de uma ano inteiro de tentativas deram início a uma triste suspeita confirmada pelo médico. Cátia Aline Soldatelli, de 27 anos, não poderia engravidar naturalmente. O diagnóstico foi de endometriose, uma doença que compromete a mucosa que reveste o útero e prepara-o para o desenvolvimento do embrião. A descoberta foi em 2006, depois de 2 anos casada com Júnior Soldatelli, de 28 anos, quando decidiu que estava na hora de aumentar a família. Ela nunca havia des-

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confiado de nenhuma anormalidade. Já estava acostumada com as cólicas fortes durante os períodos férteis que só diminuíam com a aplicação intravenosa de remédios. O resultado do exame não foi tão alarmante por que ela havia se informado e soube que muitas mulheres que sofrem do problema conseguem reverter a situação e engravidar. Infelizmente, não era seu caso. Suas trompas estavam bloqueadas e a tentativa de desobstruílas não surtira efeito. Nem mesmo as injeções de R$ 5 mil a curaram. O médico havia orientado Cátia a procurar um método de reprodução assistida, mas a ideia não lhe agradava. “Não! Eu vou engravidar sem essas coisas”, era no que ela tentava acreditar quando pegava o papel com o endereço da clínica de fertilização. A resistência durou 5 anos de ansiedade: 30 quilos a mais. Em uma das tentativas, foi a Santa Catarina à procura do médium conhecido por ter

supostamente colaborado com a cura do câncer de Ana Maria Braga. Não funcionou. E “aquele vazio”, como ela define, continuava a atormentá-la. Depois de muito ouvir que era sua expectativa demasiada que impedia a gravidez, recolheu a plaquinha artesanal da porta. Meg, sua cachorra vira-latas, ganhou um espaço no quarto do casal e passou a ser tratada como membro da família, uma alternativa para Cátia poder chamar o marido e a si mesma de pai e mãe. Em dezembro do ano passado, a medicina passou a ser aceita por Cátia como penúltima alternativa para ser mãe. A última seria a adoção. A desculpa de que os gastos com a faculdade de Contabilidade comprometeriam a criação de um filho já não colava mais para a família, que fazia questão de um herdeiro e nem imaginava a o real motivo da demora. “Todo mundo espera que nos primeiros anos de casados você já tenha


um filho”. Os R$ 20 mil que o tratamento poderia custar ameaçavam sua felicidade, pelo menos a curto prazo. O salário dela como contadora e o do marido, que é auxiliar administrativo, não eram suficientes. Com apoio da Art Baby, extensão da Conception - Centro de Reprodução Humana que oferece descontos para casais de menor poder aquisitivo, Cátia pode iniciar o atendimento. Depois de fazer seu cadastro e comprovar sua renda, conseguiu reduzir em 50% os custos: R$ 10 mil bem investidos. Quando o médico disse que tanto seus óvulos quanto o esperma de seu marido eram bons, ela ficou ainda mais entusiasmada. No dia 30 de março desse ano, veio a boa notícia. Um dos dois embriões colocados em seu útero havia vingado. Cátia está na 9ª semana de gestação. No dia 31 deste mês fará uma ecografia morfológica, que determinará se a placa com o nome Eduardo será aproveitada. . “Se for menina, será Aline. Todas as Alines que eu conheço são delicadas”, planeja Cátia. A estimativa do Ministério da Saúde é que no Brasil mais de 15 milhões de casais sejam inférteis. Se o governo realizar suas propostas até o fim do ano, usuários do Sistema Único de Saúde (SUS) devem ser beneficiados com a implantação do método de fertilização in vitro. A questão ainda está sendo discutida pela pasta e detalhes não foram divulgados. Atualmente 8 hospitais em todo o país oferecem o procedimento pelo SUS. No Rio Grande do Sul, dois hospitais, de Porto Alegre, oferecem a fertilização in vitro, mas os medicamentos são pegos pelo paciente – valores que

em torno de R$ 10 mil, ainda inacessíveis para muitos. A engenheira ambiental Márcia Dalle Grave, de 28 anos, é uma das clientes do escritório de contabilidade de Cátia. Elas têm muito em comum. O mesmo sonho e o mesmo obstáculo: a endometriose. O caso de Márcia é ainda mais delicado, pois, além da doença do útero, um exame de sangue detectou um desequilíbrio hormonal, que torna ainda menores as chances de gravidez. “Todos me diziam para desistir, tirar isso da cabeça”, lembra. Ela descobriu a doença em 2009, depois que trocou de ginecologista. Passou todo o ano de 2010 buscando a cura por meio de medicamentos e até passou por uma cirurgia . Viu a cunhada e a irmã engravidarem sem planejamento. Em janeiro deste ano decidiu procurar ajuda na mesma clínica que Cátia. Há 20 dias está tomando remédios que fazem parte do tratamento e, se tudo der certo, ela e o marido, Ivan José Dal Corno, de 34 anos, devem coletar material em junho. Para realizar o sonho do filho próprio, o casal vai investir cerca de R$ 15 mil. Já fizeram cadastro para receber descontos e aguardam retorno do Probem, programa de apoio a casais de baixa renda. Se não conseguir o desconto, Márcia já conta com o apoio financeiro do pai e do sogro. Se necessário, também pretende vender o carro. O único método que Márcia pode usar é a fertilização in vitro, quando o óvulo é fecundado em laboratório e o embrião é introduzido no útero. É o mais caro e o que oferece mais chances de sucesso: até 70%, conforme explica o diretor da Conception, Fábio Pasqualotto. A inseminação artificial, um proce-

Tatiane Rodrigues Silva |

Maurício Concatto/O Caxiense

dimento mais simples em que o óvulo é fecundado no organismo da mulher, é indicada em casos de doenças leves. A mais comum é quando o corpo produz anticorpos que destroem os espermatozoides. No entanto, ainda é relativamente cara – cerca de R$ 4 mil – e as chances de gestação são de até 25%. O médico explica que a reprodução assistida está deixando de ser um tabu, mas o fato de que o Brasil não produzir medicamentos e a tecnologia necessária torna o custo alto, uma forte limitação. “Normalmente os homens não querem por causa do dinheiro”. Em um dos casos mais marcantes, ele recorda de uma mulher que já havia tentado a fertilização in vitro 10 vezes – as 6 primeiras em outra clínica. Quando finalmente engravidou, teve um aborto nos primeiros meses de gestação. Tatiane Rodrigues Silva, de 27 anos, tem as trompas obstruídas e, antes de recorrer à fertilização também sofria com a autocobrança. “Se não desse certo, eu ia me separar. Eu queria que ele (o marido) tivesse uma família”, conta a mulher, insatisfeita com famílias formadas apenas por marido e mulher. Com exceção do problema nas trompas, o sistema reprodutivo de Tatiane é perfeito, como ela descobriu quando recebeu uma ligação da médica que acompanhava o tratamento. “Parabéns, você está gravidíssima!” “Eu não comparo o amor que tenho pelos meus filhos com o de ninguém. Ser mãe é uma coisa inexplicável”, comemora Tatiane com Breno e Valentina nos braços, os dois embriões que vingaram há 1 ano e 9 meses.

Márcia Dalle Grave |

Maurício Concatto/O Caxiense

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PLATEIA

Batalha Naval de alienígenas| Michel Teló e Gota D’Água | Matheus Brusa em Instância 5 | Jeitos de Ser Brasil

O som das ruas

Irish Fellas | A etapa de Caxias do Sul do Festival Brasileiro de Música de Rua começa nesta quarta-feira (16). O festival quer aproximar os artistas do público e fortalecer a música de rua como opção – e não última alternativa – de carreira. O evento terá shows nas paradas de ônibus, parques e outros pontos movimentados da cidade, oficinas e debates sobre música e exibições de filmes. Dentre as principais atrações estão as oficinas dos músicos Roger Canal, sobre poéticas de som e imagem usadas nas intervenções dos artistas, e a do grupo carioca Ciclo Natural, que ensinará a construir instrumentos usando materiais alternativos. Nos shows, além da grande oportunidade para as bandas da cidade, um destaque é o grupo portoalegrense Irish Fellas, que toca músicas tradicionais da Irlanda. O festival também mostrará o documentário Volume Um: Em Bom Som, que traz boa parte da história musical da cidade.

Shows Quinteto de Sopros da Orquestra Municipal de Caxias do Sul QUA (16). 10:00. Bergson

Tomás Seidl

QUA (16). 15:00. Circuito Pontos de Ônibus

Quarteto de Saxofones da Orquestra

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de Sopros de Caxias do Sul

QUA (16). 17:00. Av. Júlio de Castilhos DOM (20). 15:00. Parque dos Macaquinhos

Mahabharata

QUA (16). 17:30. Camelódromo DOM (20). 15:00. Parque dos Macaquinhos

Irish Fellas

QUI (17). 10:00. Praça Dante Alighieri QUI (17). 15:00. Circuito Pontos de Ônibus

Marcelo Armani

QUI (17). 17:30. Praça João Pessoa SEX (18). 17:30. Praça Dante Alighieri DOM (20). 15:00. Parque dos Macaquinhos

Rutera

QUI (17). 17:30. Camelódromo

Roger Canal

QUI (17). 17:30. Praça Dante Alighieri SEX (18). 17:30. Circuito Pontos de Ônibus DOM (20). 15:00. Parque dos Macaquinhos

Coletivo Shanghai

SEX (18). 17:30. Camelódromo DOM (20). 15:00. Parque dos Macaquinhos

Quinteto de Metais da Orquestra Municipal de Caxias do Sul

SEX (18). 17:30. Av. Júlio de Castilhos

Chicabon Blues Trio |

Fotos: Divulgação/O Caxiense

SÁB (19). 16:00. Visate DOM (20). 15:00. Parque dos Macaquinhos

Poetas Divilas

DOM (20). 15:00. Parque dos Macaquinhos

Massari Project

DOM (20). 15:00. Parque dos Macaquinhos

Ciclo Natural

DOM (20). 15:00. Parque dos Macaquinhos

Bluegrass Porto-Alegrense

DOM (20). 15:00. Parque dos Macaquinhos

Oficinas Oficina Demonstrativa de Construção de Instrumentos Musicais com Material Reaproveitado e Alternativo Palestrante: Ciclo Natural DOM (20). 10:00. Bergson Hotel

Oficina Poéticas Visuais-Sonoras

Palestrante: Roger Canal QUA (16). QUI (17). SEX. (18). 19:30. Coletivo LABs

Debate

Medialunas

Painel Economia da Música

Camareta Brasileira

Filmes

Pindorália

Di Melo, O Imorrível

SEX (18). 17:30. Praça João Pessoa DOM (20). 15:00. Parque dos Macaquinhos SÁB (19). 10:00. Praça Dante Alighieri SÁB (19). 16:00. Praça Dante Alighieri DOM. (20). 15:00. Parque dos Macaquinhos

Chicabon Blues Trio

SÁB (19). 19:00. Zarabatana

QUI (17). 19:00. Zarabatana

Volume Um: Em Bom Som

QUI (17). 19:30. Zarabatana


CINE

De Peter

Lord e Jeff Newitt

PIRATAS PIRADOS O Capitão Pirata – originalmente tem a voz de Hugh Grant, mas em Caxias só tem a cópia dublada – tem o sonho de ser o mais temido dos 7 mares. Para concretizar seu desejo, o capitão terá que derrotar os rivais Black Bellamy, Cutlass Liz e até a rainha Vitória. No desafio, conta com uma fiel tripulação. Para atrapalhar. Animado em stop motion, o filme é do mesmo diretor de A Fuga das Galinhas. Estreia, marujos. CINÉPOLIS 12:50-15:00-17:20-19:30 GNC 13:50-15:40-17:30-19:30

* Qualquer alteração nos horários e filmes em cartaz é de responsabilidade dos cinemas.

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1:28

OS VINGADORES

PRECISAMOS FALAR SOBRE O KEVIN

O diretor da S.H.I.E.L.D., Nick Fury, organiza um grupo composto por super-heróis para salvar o planeta do vilão Loki. Além dos heróis principais, como Homem de Ferro, Hulk e Thor, outro destaque são as curvas de Scarlett Johansson. Sempre que a Viúva Negra aparece, a câmera faz uma forcinha para mostrar os atributos físicos da moça. O sucesso do filme é tão grande que a Disney já discute a possibilidade de uma sequência. 3ª semana.

O longa mostra, em flashbacks, a história de Eva Khatchadourian (Tilda Swinton), uma mulher de espírito aventureiro que casa e, a contragosto, acaba cuidando da família. O seu primeiro filho é Kevin, garoto problema com que sempre teve uma relação difícil e, no futuro, foi diagnosticado como psicopata. 2ª semana.

CINÉPOLIS 3D 14:30-18:00-21:00 3D DUB. 13:00-16:00-19:00 GNC 3D 19:00-22:00 3D DUB 13:00-16:00 LEG 16:10-18:50-21:40 DUB 13:10-15:50-18:40

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2:16

PARAÍSOS ARTIFICIAIS Segundo o diretor Marcos Prado, o filme é um grito contra a caretice do cinema brasileiro. O roteiro aborda o relacionamento dos jovens Nando e Erika e o universo das drogas consumidas em festas. 2ª semana. CINÉPOLIS 13:30-16:45

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1:36

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ORDOVÁS SEX (11). 19:30. SÁB (12). 20:00. DOM 16 (13). 20:00. 1:52

ANJOS DA LEI A comédia é baseada na série de TV homônima do final dos anos 80. Conta as aventuras de dois policiais desajeitados, interpretados por Channing Tatum e Jonah Hill, que após fazer uma prisão incorreta, são transferidos para uma nova unidade onde o objetivo é infiltrar policiais nas universidades para descobrir criminosos. O filme teve a 3ª maior arrecadação das bilheterias do final de semana, com R$ 1,17 milhões. 2ª semana. CINÉPOLIS 19:50 GNC 21:30

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O BANHEIRO DO PAPA É 1998 e a cidade do Melo, na fronteira entre o Brasil e o Uruguai, está asiosa pela visita do Papa. A população vê o evento principalmente como uma oportunidade de vender comidas, bebidas e souvenirs. Mas o contrabista espertalhão Beto vai além: ele quer construir o banheiro do Papa, para as pessoas poderem se aliviar durante o longo evento.

★★★★★ Ordovás. QUI. (17), 15:00

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1:37

AMERICAN PIE: O REENCONTRO

A franquia chega ao seu 8° filme, mas os produtores gostariam de Taylor Kitsch, Alexander Skarsgård, Rihanna. De Peter Berg esquecer os 4 últimos, pois não fizeram sucesso e foram direto para as locadoras. Havia até a sugestão de batizar o longa com o nome BATTLESHIP American Pie 4, na tentativa de enterrar o passado fracassado e realMais um filme com uma grande luta entre humanos e extraterresçar o sucesso dos 3 primeiros filmes. No enredo, os personagens ori- tres. Tem espaço para criatividade: o longa de Peter Berg (Hancock) ginais da série se encontram para fazer uma grande festa. 4ª semana. foi baseado na lógica do jogo de tabuleiro Batalha Naval. Além do conflito entre as duas frotas de planetas diferentes nos mares cali14 GNC 21:15 1:54 fornianos, ele mostra as aventuras do tenente Hopper, que terá de se mostrar um herói para ganhar o respeito do comandante do navio e pai de sua namorada. Estreia.

UM HOMEM DE SORTE No Iraque, um sargento do exército americano encontra a foto de uma mulher entre os escombros. “Cuide-se”, diz a mensagem no verso, que ele lê um segundo antes de de uma bomba explodir a poucos metros. A foto vira um amuleto e, quando ele retorna do Iraque, procura pela mulher. Depois o filme cai no melodrama com direito a todos os clichês românticos: passeio de barco no lago (ela de chapéu, claro –, beijo no pôr do sol, sexo sob mosquiteiro. Aos mais interessados, a produtora lançou um aplicativo para celulares onde o usuário pode colocar Zac Efron em uma foto sua. 2ª semana. CINÉPOLIS 21:50 GNC 14:10

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CINÉPOLIS LEG 15:30-18:30-21:30 DUB 14:15-17:30-20:30 GNC LEG 13:40-16:30-19:20-22:10 DUB 13:30-16:20-19:1010 21:50 2:15

O ARTISTA Enquanto o astro do cinema mudo George Valentin teme a própria decadência com a chegada dos chamados talkies, os filmes falados, a bela dançarina Peppy Miller começa a tornar-se uma estrela justamente nesse tipo de película. O longa foi premiado com o Oscar de Melhor Filme em 2012. Ordovás. QUI. (17), 19:30.

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MUSICA + SHOWS

Samba erudito

A proposta dos músicos, Kiki Marcellus e Igor Fernando, é unir o samba com elementos da música erudita para, segundo eles, mostrar a diversidade da cultura brasileira. No repertório terá bossa nova, choro e clássicos de cantores como Paulinho da Viola, autor da música que batizou a banda.

SEXTA-FEIRA (11)

SEX (11) e SÁB (12) 22:00. R$ 10 e R$ 20. Boteco 13. DOM (13) 22:00. R$ 10 e R$ 20. Portal Bowling

Fernando Aver Jazz Trio

20:00. Entrada Franca. Zarabatana Fotos: Divulgação/O Caxiense

Jhonatan & Carlos

21:00. R$ 6 e R$ 8. Paiol

Blackbirds

22:00. R$ 12 e R$ 18. Mississippi

Elas Brilham na Pista

22:00. R$ 20 e R$ 40. Cathedral Bistrô

Festival Pro-College Rock

23:00. R$ 8 e R$ 12. Aristos

Festa Latina

23:00. R$ 10 e R$ 12. Vagão Classic

Barbarella

23:00. R$ 10 e R$ 20. Portal Bowling

Rebel Dance

23:00. R$ 12 e R$ 15. Level

SÁBADO (12) Orquestra Municipal de Sopros de Caxias do Sul – Projeto Caxias do Som 09:00. Entrada Franca. Escola Municipal São Victor

Electric Blues Explosion

22:00. R$ 12 e R$ 18. Mississippi

Guns gaúcho

A banda porto-alegrense Crazy Guns vem para Caxias do Sul fazer o Tributo a Guns n’ Roses. O grupo é formado por Marcelo Gunner (voz e piano), Eduardo Rimoli (guitarra solo), Lukee Trapp (baixo), Marcelo Wylde (guitarra base), Révisson Reed (teclados e percussão) e Alê (bateria). Os caras são convincentes: o vocalista se veste como Axl e o guitarrista principal tem o mesmo cabelão do Slash. E o set list todo mundo já conhece. SÁB (12) 23:00. R$ 10 e R$ 12. Vagão Classic

Ataque Relâmpago

23:00. R$ 8 e R$ 12. Aristos

Naguilé

23:00. R$ 10 e R$ 20. Portal Bowling

Orelhão

23:00. R$ 12 e R$ 15. Level

Local House

23:00. R$ 25 e R$ 40. Havana

Assim você me mata Michel Teló deu uma fugidinha da fama e vai apresentar em Caxias todas as versões de Ai, se eu te Pego e os outros sucessos que ele tinha antes de se tornar cantor de uma música só, como Tiririca e Rosana. Notícias da pegajosa: nas últimas semanas o hit subiu na lista das mais ouvidas nos EUA, foi da 91ª para 81ª posição. DOM. 20:00. De R$ 25 a R$ 70. Pavilhões da Festa da Uva

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+ SHOWS TERÇA-FEIRA (15) Tea for Three

22:00. R$ 12 e R$ 18. Mississippi

QUARTA-FEIRA (16) The Blugs

22:00. R$ 12 e R$ 18. Mississippi

QUINTA-FEIRA (17) HardRockers

22:00. R$ 12 e R$ 18. Mississippi

Alma Serrana

23:00. R$ 10 e R$ 20. Portal Bowling

O retorno da grande estreia O Coral Municipal de Caxias do Sul fará uma adaptação para coro do famoso musical dos anos 70, escrito por Chico Buarque e Paulo Pontes, Gota D’Água. Baseado na tragédia grega de Eurípides, Medéia, os coristas cantarão a história de Joana em uma favela brasileira, a separação do marido, o malandro Jasão, o novo amor dele pela filha de Croente e finalmente a grande vingança da protagonista. O espetáculo marcou a estreia do coral no formato de coro cênico. A peça foi adaptada para o coro por Regina Lucatto, tem direção musical e regência de Cibele Tedesco e direção cênica de Volnei Canonica. DOM (13) e SEG (14) 20:00. R$ 10. Teatro Municipal

Rock minimalista

U2 perdeu o título de banda com o nome mais curto para eles. A banda Z, quarteto formado no ano passado, tocará The Killers, King of Leon, Franz Ferdnand, Snow Patrol, Coldplay, entre outras. A balada ainda terá a participação do Dj Negadalucas, que tocará música eletrônica na pista. SEX. 23:00. R$ 20 e R$ 25. Havana

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ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL

PODER JUDICIÁRIO

Edital de Citação - Execução

1ª Vara Cível - Comarca de Caxias do Sul.

Prazo: 30 (trinta) dias. Natureza: Execução de Título Extrajudicial. Processo: 010/1.07.0029004-7 (CNJ:. 0290041-96.2007.8.21.0010). Exequente: Gilberto Leonardo Demari. Executado: Zanotto Indústria e Comércio de Papéis Ltda. e outros. Objeto: citação de Gilberto Luiz Zanotto, atualmente em lugar incerto e não sabido, para que no prazo de três (03) dias, efetue o pagamento do débito e demais cominações legais, ficando ciente(s) de que havendo o pagamento integral no prazo legal, a verba honorária arbitrada será reduzida pela metade. Poderá(ão) o(a)(s) executado(a)(s) oferecer embargos no prazo legal de quinze (15) dias, contados do término do prazo de presente edital. No prazo dos embargos, reconhecendo o(a)(s) executado(a)(s) o crédito do exequente e comprovando o depósito de no mínimo 30% (trinta por cento) do valor exequendo, inclusive custas processuais e honorários advocatícios, poderá(ão) o(a)(s) executado(a)(s) também requerer seja(m) admitido(s) a pagar o restante em até seis (06) parcelas mensais, acrescidas de correção monetária e juros de 1% (um por cento) ao mês. Caxias do Sul, 20 de abril de 2012. Servidor: Miriam Buchebuan Lima, Ajudante Substituta. Juiz: Darlan Élis Borba e Rocha.


Brincadeira folclórica

Carine Panigaz, Fábio Cuelli, Filipe Mello e Priscila Webber Massairo interpretam crianças em uma brincadeira típica da idade. Munidos de um lençol branco – que pode se transformar em qualquer coisa – eles criam uma aventura: salvar os filhos de Dona Sancha, presos pelo gigante Jó. E enfrentam personagens das histórias e cantigas de roda, como o Sapo Cururu, o Soldadinho de Chumbo, Zé Pereira e o Astronauta. Na sessão de segunda-feira (14), especial para grupos agendados, os ingressos custam R$ 5. SÁB (12). DOM (13). SEG (14). 15:00. R$ 20. Casa de Teatro

Maurício Concatto, Divulgação/O Caxiense

L

0:50

O melhor do arquivo e uma estreia Matheus Brusa juntou coincidências numéricas – o 5° mês, 5 coreografias, 5 bailarinos e 5 músicos no palco – para dar nome ao espetáculo Dança Arquivo – Instância 5. E não termina aí a brincadeira com os números. Das 23 pesquisas do grupo surgiram 32 pesquisas. Some todos os algarismos: o resultado foram 10 espetáculos. Instância 5 readaptou as coreografias, trilha sonora e figurino de Léxico, Manteiga, O Outro Nascimento e Electrões. Falta um. O espetáculo marca a estreia de Superfacial. QUI. (17). 20:30. R$ 10. 10 Teatro Municipal 0:40

Diego Bregolin, Divulgação/O Caxiense

PALCO

Esperar para sempre

Tefa Polidoro é a mãe solteira e a filha que esperam pelo chefe da família. Ele partiu e jamais deu notícias. E, (E)Terno, dirigido por Márcio Ramos, a aflição da mulher se mistura com os anseios da criança – projetados pela mãe – em conhecer o pai. É um espetáculo sobre o vazio, uma palavra simplista demais para definir a intensidade da angústia que Tefa mostra no palco: uma ausência capaz de encher o teatro. SÁB. (12). 20:00. 1 Kg de alimento. Sesc

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0:45

11.MAR.2012

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MA RIM

Marcelo Aramis

Aquarela do Brasil O artista plástico Antonio Giacomin e o jornalista Nivaldo Pereira percorreram, em cada região do Brasil, uma capital e uma cidade do interior. Em aquarelas e textos, eles retrataram as paisagens, a religiosidade, a gente, o trabalho e o cotidiano do país visto por um ângulo incomum. A aventura deu origem ao livro Jeitos de Ser do Brasil (Belas-Letras), com financiamento do Ministério da Cultura. Os originais de Giacomin integram a exposição de mesmo nome. Jeitos de Ser Brasil Antonio Giacomin. A partir de QUI (17). SEG-SEX. 08:30-18:00 SÁB. 10:00-16:00. Galeria Municipal

Capelinhas – Memória e Fé A partir de TER (15). TERSEX. 08:30-17:30. Museu dos Capuchinhos

Os Desenhos do Arco da Velha

Corpo em Fuga

Recorte Étnico

Monumentos de uma Trajetória

Urbanos

Neuza Andreazza

Videoarte BR

Lucas Auller. SEG-SEX. 09:00-19:00 SÁB. 09:00-12:00. Farmácia do Ipam Bruno Segalla. SEG-SEX. 09:00-12:00 14:00-17:30. Instituto Bruno Segalla SEG-SÁB. 8:00-22:20. Faculdade Inovação.

O Melhor dos Mundos Possíveis

Nara Amelia Melo. SEG-SEX. 08:00-22:30. Campus 8

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Lipe Albuquerque. SEG-SEX. 09:0019:00. SÁB. 15:00-19:00. Ordovás Coletiva. SEG-SEX. 08:30-18:00 SÁB. 10:00-16:00. Museu Municipal Beatriz Balen Susin. SEGSEX. 08:30-18:00 SÁB. 10:0016:00. Galeria Municipal Diana Domingues. SEG-SEX. 09:0019:00. SÁB. 15:00-19:00. Ordovás

O primeiro notável

“Quando eu ganhei esse coral de presente, eu não imaginava o que seria. Mas sabia que alguma coisa muito boa poderia acontecer”, conta a regente Cibele Tedesco, sobre a oportunidade de transformar o esquecido Coral Municipal em um talentoso coro cênico na estreia de Gota D’Água, em 2004. Um pouco tímidos com a dança e a encenação, os 18 integrantes do coro subiram ao palco para mudar a história do grupo. E atrairam multidões – gente que pisava pela primeira vez em um teatro – para consumir cultura. Depois veio Romancero Gitano. Aproveitou o sucesso do antecessor e gravou CD. Na sequência, o coral estreou o fenômeno Celebration. E ninguém fica tão surpreso com as 63 sessões lotadas do musical. Ainda vieram mais 3 espetáculos com casa lotada. Gota D’Água, o espetáculo que teve menos sessões e talvez o mais importante do repertório, volta nesta semana. Agora com 34 cantores/ atores no palco, o musical foi readaptado, tem novo cenário – de Roberta Tiburi – e a mesma empolgação da estreia. Imperdível. Maurício Concatto/O Caxiense

CA

ARTE

Novas Joanas

Uma das participações mais marcantes da estreia de Gota D’Água é a de Mirta Gomez, que interpretou a sofrida Joana, amante do malandro Jazão na “tragédia da vida brasileira”, de Chico Buraque e Paulo Pontes. Há dois anos Mirta deixou o coral. O papel da protagonista será interpretado por Simone Boniatti, no elenco da estreia, e Dâmaris Agnes Giannis, que deve entrar em outras sessões. E elas têm um grande desafio: sofrer com a mesma verdade de Mirta, que atuou à altura de Bibi Ferreira, a atriz da versão original do espetáculo.


Rodrigo Marques, Divulgação/O Caxiense

A

Enderecos cinemas: CINÉPOLIS: AV. RIO BRANCO,425, SÃO PELEGRINO. 3022-6700. SEG.QUA.QUI. R$ 12 (MATINE), R$ 14 (NOITE), R$ 22 (3D). TER. R$ 7, R$ 11 (3D). SEX.SÁB.DOM. R$ 16 (MATINE E NOITE), R$ 22 (3D). MEIA-ENTRADA: CRIANÇAS ATÉ 12 ANOS, IDOSOS (ACIMA DE 60) E ESTUDANTES, MEDIANTE APRESENTAÇÃO DE CARTEIRINHA. GNC. rsc 453 - km 3,5 - Shopping Iguatemi. 3289-9292. Seg. qua. qui.: R$ 14 (inteira), R$ 11 (Movie Club) R$ 7 (meia). Ter: R$ 6,50. Sex. Sab. Dom. Fer.R$ 16 (inteira). R$ 13 (Movie Club) R$ 8 (meia). Sala 3D: R$ 22 (inteira). R$ 11 (meia) R$ 19 (Movie Club) | ORDOVÁS. Luiz Antunes, 312. Panazzolo. 3901-1316. R$ 5 (inteira). R$ 2 (meia) | MÚSICA: arena: bruno segalla, 11366, são leopoldo. 3021-3145. | Aristos. Av. Júlio de Castilhos, 1677, Centro 3221-2679 | Bier HauS. Tronca, 3.068. Rio Branco. 3221-6769 | BOTECO 13: Dr. Augusto Pestana, s/n°, Largo da Estação Férrea, São PelegrinO. 3221-4513 | CATHEDRAL BISTRÔ: Feijó Junior, 1023. Espaço 03. São Pelegrino. 3419-0015 | HAVANA: DR. AUGUSTO PESTANA, 145. mOINHO DA ESTAÇÃO. 3215-6619 | LEVEL CULT: CORONEL FLORES, 789. 3536-3499. | Mississippi. Coronel Flores, 810, São Pelegrino. Moinho da Estação. 3028-6149 | NOX VERSUS: Darcy Zaparoli, 111. vilaggio Iguatemi. 8401-5673 | pavilhões da festa da uva: ludovico cavinatto, 1431. 3021-2137 | PAIOL. FLORA MAGNABOSCO, 306. 3213-1774 | Place des sens: 13 DE MAIO, 1006. LOURDES. 3025-2620 | Portal Bowling. RST 453, Km 02, 4.140. Desvio Rizzo. 3220-5758 | Taha’a bar. matheo gianella, 1444. santa catarina. 3536-7999. | VAGÃO CLASSIC. JÚLIO DE CASTILHOS, 1343. CENTRO. 3223-0616 | TEATROS: casa de teatro: Rua Olavo Bilac, 300. São Pelegrino. 3221-3130 | teatro municipal: Doutor Montaury, 1333. Centro. 3221-3697 | SALA DE TEATRO DO ORDOVÁS: Luiz Antunes, 312. Panazzolo. 3901-1316 | teatro do sesc: moreira césar, 2462. centro. 3221-5233 | galerias: campus 8: Rod. RS 122, Km 69 s/nº. 3289-9000 | GALERIA MUNICIPAL. DR. MONTAURY, 1333, CENTRO, 3221-3697 | galeria universitária: francisco getúlio vargas, 1130. Petrópolis. 3218-2100 | FARMÁCIA DO IPAM. DOM JOSÉ BAREA, 2202, EXPOSIÇÃO. 4009.3150 | museu municipal. VISCONDE DE PELOTAS, 586. CENTRO. 3221-2423 | PRATAVIERA SHOPPING: Av. Júlio de Castilhos, 2030. 3028-2029 | ORDOVÁS. Luiz Antunes, 312. Panaz­ zolo. 3901-1316 |

Legenda Duração

Classificação

Avaliação ★ 5★

Cinema e Teatro Dublado/Original em português Legendado Animação Ação Artes Circenses Aventura Bonecos Comédia Drama Documentário Ficção Científica Infantil Policial Romance Suspense Terror Fantasia

Música Blues Coral Eletrônica Erudita Funk Hip hop Indie Jazz Metal MPB Pagode Pop Reggae Rock Samba Sertanejo Tradicionalista Folclórica

Dança Clássico Forró Hip hop

Contemporânea Folclore Jazz Salão

Flamenco Dança do Ventre

Artes Diversas Pintura

Escultura Artesanato Fotografia Grafite Desenho Acervo Vídeo

Carol De Barba Cidade tricotada

A Anselmi inspirou-se na atitude rock’n’roll e no universo urbano para conquistar o centro do país com sua nova linha jovem de tricô, a Ambicione. E a ambição não ficou só no objetivo ou no nome. Para fisgar os consumidores paulistas – principalmente os formadores de opinião do mundo da moda –, a malharia investiu em uma campanha belíssima, baseada na arte de tricotar a cidade – a guerrilla knitting, knit graffitti ou ainda yarn bombing, criada e muito divulgada pela norte-americana Magda Sayeg, do grupo Knitta Please. Para fotografar as peças e gravar um vídeo, a Ambicione literalmente envolveu o concreto cinza do centro de São Paulo com suas tramas coloridas. Aqui na foto, um belo aperitivo. Na versão online da coluna você confere o vídeo e mais imagens.

Repaginada

É puro luxo – como a genética da grife – a nova loja que a Carmen Steffens inaugurou no Iguatemi, na última quinta-feira (10), e que a partir de hoje já está aberta ao público. O espaço segue a linha das unidades conceituais que a marca já possui na famosa Rua Oscar Freire, em São Paulo, e em Gramado – que a coluna visitou e amou, lembram? Além de encher os olhos, a expectativa é que a reformulação impulse as vendas da Carmen Steffens em até 40%, diz a gerente Cláudia Rajaro. 11.MAR.2012

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ARQUIBANCADA Peñarol seleciona atletas caxienses | Etapa de recuperação no Municipal de Futebol | Jogos abertos de bolão e bocha Divulgação/O Caxiense

+ ESPORTE BOLÃO Aberto de Bolão Masculino – Série A

SEX. (11). 19:30. Gratuito. Salão Paroquial dos Capuchinhos e Clube União Forquetense

Aberto de Bolão Masculino – Série B QUA. (16). 19:30. Gratuito. Salão Paroquial da Igreja São Francisco

BOCHA Jogos Abertos de Bocha Ponto Rafa e Tiro Feminino

SÁB. (12). 8:30. Gratuito. Salão Paroquial do bairro Santa Lúcia

FUTEBOL Campeonato de Futebol Sete Master SÁB. (12). 10:00 e 10:45. Gratuito. Sesi

SESI: CIRO DE LAVRA PINTO, S/N°. FÁTIMA. 3229-6500. ESTÁDIO MUNICIPAL: JÚLIO DE CASTILHOS, S/M. CINQUENTENÁRIO | CAMPO DO MADRID: ELOY FARDO, S/ N°. PLANALTO RIO BRANCO | CAMPO DO ESTRELA: LUDOVICO CAVINATTO, 680. NOSSA SENHORA DA SAÚDE | SALÃO PAROQUIAL CAPUCHINHOS: GENERAL SAMPAIO, 161. SÃO PELEGRINO | SALÃO PAROQUAL SANTA LÚCIA: RUA JACOB LUCHESI, S/N°. SANTA LÚCIA | CLUBE UNIÃO FORQUETENSE: AVENIDA ARTHUR PEROTONI, 1403. FORQUETA | SALÃO PAROQUIAL DA IGREJA SÃO FRANCISCO: ANTÔNIO FANTINEL, 177. KAYSER

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Peneirão internacional

O clube Peñarol, do Uruguai, pentacampeão da Copa Libertadores da América e 3 vezes Campeão Mundial de Futebol, promove uma peneira especial em Caxias, neste domingo (13). A seleção será para meninos nascidos entre 1993 e 1998 e terá supervisão do ídolo uruguaio Doroteo Silva. A organização cobra R$ 50 de inscrição, que devem ser pagos no local. Os meninos devem estar acompanhados dos responsáveis, além de estarem munidos de identidade, atestado médico e fardamento completo – com camisa, calção, meia, caneleira e chuteira. A peneira acontece mesmo com chuva. DOM (13). 8:00. R$ 50 (inscrição). Estádio Municipal

Recuperação

Os jogos do Campeonato Municipal de Futebol – Séries Ouro e Prata que foram cancelados em razão do mau tempo serão recuperados neste final de semana. As partidas serão disputadas em três campos. SÁB (12). 13:15. Gratuito. Estádio Municipal, Campo do Madrid e Campo do Estrela.


Maurício Concattio/O Caxiense

a

re

na Gabriel Izidoro

O Caxias já ganhou Se existe algum clube neste quadrante do universo que não pode se dar ao luxo de manter sequer contato visual com a mais remota instância de corte desportiva, ainda está para nascer outro que supere a SER Caxias. O zveitaço no caso Figueirense, em 2002 foi apenas a piéce de résistance antecipada de uma série de episódios que só podem ser definidos como a consagração do surreal. É difícil de se imaginar que algum outro clube no mundo, além do Caxias, consiga ser punido com perda de mando de campo por ter o estádio vandalizado pela torcida adversária. Depois, até se conseguiu reverter a decisão, mas na primeira instância ela estava lá: estabelecendo o jeito como as coisas são. Na Série B de 2005 o Caxias teve de provar ao tribunal que não havia escalado um jogador suspenso pelo terceiro cartão amarelo. Pelo simples e elementar fato de que o atacante Bebeto, então, não havia recebido nem cartão de visita do árbitro Manoel Moita. A súmula só foi desmentida por um vídeo do jogo. Na íntegra. O Caxias já foi punido pelo arremesso de uma moeda em campo. É fato que escapou outras

vezes, quando havia perpetrado imbecilidades dignas de castigo exemplar só pela ideia – levante a mão quem pensou “caixãozinho”. Mas, em geral, o clube costuma ter um certo azar para tribunais. E acredite: nada do que você já viu em campo se compara ao Caxias num tribunal. Na Série C do ano passado, o Caxias chegou a ser desaconselhado pela CBF quanto à escalação do zagueiro Souza, vindo do Joinville, contra o próprio Joinville. Foi só passar o jogo no Centenário – empate, a duríssimas penas – para se descobrir que Souza poderia ter atuado tranquilamente. Apesar do retrospecto, é absolutamente compreensível que uma razoável parcela de torcedores grenás, em particular aqueles do círculo de conselheiros mais próximos ao presidente, exija tributo em sangue do Inter no tribunal, pela escalação ilegal – ou não, pouco importa – de Oscar no primeiro jogo da final do Gauchão. E porque Deus tem senso de humor, apenas para que fosse o autor do gol de empate. Contudo, na obra de arte jurídico-desportiva cometida por CBF, Inter, São Paulo, TST e – livrai-nos do mal – até o esforço de alguns setores do jornalismo-dancinha da Metrópole, o pior que

o Caxias poderia fazer era chegar perto de um tribunal. A verdade, indo mais a fundo, é que não há uma miserável decisão certa que o clube possa tomar neste caso. Todas podem – e vão – dar errado. Pelo que, logicamente, qualquer uma pode ser absolvida. É compreensível, vale repetir, que os torcedores exijam da direção do clube uma postura agressiva e insistente no caso. Do mesmo modo, porém, que um recuo estratégico seria perfeitamente aceitável. Porque há quase nada (e o “quase”, aqui, sendo mera formalidade) que se possa tirar de bom disso tudo. Os grenás estão agora diante daquele axioma de Papillon: a sociedade não quer justiça, a sociedade quer vingança. Justiça, o clube pode esquecer, que não terá. E a vingança, como o torcedor sabe, nunca é plena. Portanto, esqueçam Oscar e tratem de pensar na Série C. O Gauchão já está vencido. Ou no campo, realizando uma epopeia para ser transmitida por gerações. Ou no tapetão, deixando claro tudo que se precisou fazer para subjugar um time pequeno dos colonos do Interior. Dane-se o título. Faça-os sofrer para ganhar o jogo, Caxias! 11.MAR.2012

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GASTRONOMIA E COZINHA Paladar poliglota ou refrigerante, escolher as travessas que deixarão a comida mais apetitosa ainda. Até, finalmente, saborear. O ápice de um prazer que começa, às vezes, com 24 horas de antecedência – no momento de macerar os temperos e colocar a carne para marinar. O objetivo desta coluna, caro leitor – gourmet ou simplesmente bom garfo –, é justamente aumentar a tortura de quem

se entrega sem culpa aos prazeres da carne, da massa, do risoto; de quem trata suas panelas e facas – sim, as facas – como donzelas intocáveis; de quem é louco por novidades, como utensílios de design inovador, mas sabe dar valor ao segredinho de quem encostava a barriga no fogão à lenha. Nesta edição de estreia, a tentação é a gastronomia internacional – exceto a italiana, porque, bem, a Itália é quase aqui. Confira.

Arte: Luciana Lain/O Caxiense

Comer, na casa da nona, não é só o ato de sentar-se à mesa e mangia che te fa bene. Muito pelo contrário. Quanto mais cedo os convivas chegarem, melhor. Conforme adentram a grande cozinha – porque toda cozinha italiana é enorme –, cada um ganha uma tarefa no preparo da refeição – cortar, fatiar, amassar, misturar, ferver, arrumar a mesa, distribuir pratos e talheres, selecionar os copos de quem toma vinho

Cachaçaria Água Doce Brasil | Desde 1999 João Adami, 238, Pio X Especialidade: escondidinho de carne de sol Outros: feijão tropeiro, bobó de camarão Preço: R$ 46,20 a R$ 67 Brasil Chinês China | Desde 2011 Bento Gonçalves, 1348, Centro Especialidade: carne com legumes, frango a xadrez, peixe empanado, frango agridoce, macarrão com shoyu e arroz misto

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Preço: R$ 10,90 (livre) a R$ 21,90 (quilo) Pequim Express China | Desde 2005 San Pelegrino Shopping Especialidade: rolinho primavera, frango a xadrez e yakissoba Outros: Formosa (frango a xadrez, yakissoba e legumes refogados + pão chinês, rabanada ou mini pastéis) Preço: R$ 13,90 a R$ 31,90 (quilo) Jin Jin

China, Japão e Tailândia | Desde 2009

Shopping Iguatemi Especialidade: peixe empanado (filé de peixe com cebolinha e molho tártaro) Outros: yakissoba, frango a xadrez Preço: R$ 13,90 a R$ 15,90 Me Gusta Casa de Tapas Espanha | Desde 2011 D. José Baréa, 2478, Exposição Especialidade: paella (risoto com frutos do mar) Outros: jamón (presunto cru), falafel (bolinho de grão de bico com tempero marroquino) Preço: R$ 9 a R$ 22

Missisippi Estados Unidos | Desde 2006 Largo da Estação Férrea Especialidade: Filet Jack Daniel’s Sauce (medalhões de filé com cogumelos da estação flambados no Jack Daniel’s, arroz três grãos e fritas) Outros: onion rings (anéis de cebola), Hushpuppies (bolinho de milho) Preço: R$ 11 a R$ 26 Kamaki Temakeria Japão | Desde 2012 San Pelegrino Shopping Especialidade: kamaki (espé-


cie de sushi na tigela) Outros: temaki completo de salmão, sushi Preço: R$ 8 a R$ 17,90

Outros: sushi (15 unidades), sashimi (16 fatias), yakissoba de frutos do mar Preço: R$ 35 a R$ 60

Osaka Japão | Desde 2009 Coronel Flores, 776, São Pelegrino Especialidade: combinado salmão (10 sashimis, 6 sushis, 1 gunkan, 4 enrolados, 2 uramakis de salmão e 2 shakemakis)

Sushiaki Japão | Desde 2011 San Pelegrino Shopping e Shopping Iguatemi Especialidade: temaki (cone de algas com arroz) Outros: yakissoba Preço: R$ 11,50 a R$ 18,90 Umai-Yoo

Japão e Tailândia | Desde 2009 Marquês do Herval, 315, Madureira Especialidade: rodízio de sushi e sashimi Outros: camarão e polvo Preço: R$ 45 a R$ 65 La Barra Uruguai | Desde 2006 Coronel Flores, 810, Estação Férrea Especialidade: filé crosta de

SECOS E MOLHADOS

a fome “É algo simples, mais rústico, e também por estar ligada à tradição italiana, por ser a única coisa que se encontrava para comer antigamente.”

O kit com 6 taças coloridas da linha Retrô, da Coza, deixa qualquer jogo de louça branca mais divertido. Com capacidade de 150ml, são perfeitas para porções individuais de sobremesas, servir aperitivos ou complementos que ficam na mesa durante as refeições. Coza | Coza online | R$ 21

Panela de vó

Todas as panelas da coleção My Lovely Kitchen, da Linha VivaCor, da Tramontina, tem esse estilo nostálgico, como se fossem herança da avó. A estampa dessa chaleira, por exemplo, parece aqueles armários de fórmica típicos dos anos 70 e 80, mais retrô impossível. A capacidade do produto é de 1,9 litros, o corpo é em alumínio, com revestimento interno em antiaderente Starflon e externo em poliéster. Pode ser utilizada tanto em fogões a gás quanto elétricos.

Fruteira do Conde

Formado por 6 anéis e um disco redondo de metal, o design inteligente e requintado desta fruteira da Riva é para ambientes sofisticados. Dá até pena de colocar fruta. Tem grande e bem grande, em aço inox ou prata (que é um pouco mais cara).

La Vaca Del Sur Uruguai | Desde 2008 Shopping Iguatemi Especialidade: Parrilla Premium Angus (servida com uma grelha na mesa) Outros: risotos, massas Preço: R$ 28 a R$ 74 (o casal)

Polenta

Sobremesa divertida

Tramontina | Via Inox Online | R$ 70,41

chorizo (com risoto de funghi e cogumelos recheados com gorgonzola) Outros: pizza uruguaia Preço: R$ 55 (média)

a vontade de comer Chocolate

“É algo que todo mundo tem vontade de comer, mesmo que ainda não tenha feito a refeição, antes ou depois do salgado sempre dá vontade de chocolate.”

por Mauro Cingolani, chef instrutor da Escola de Gastronomia UCS–Icif

Dica da Nona Para tirar a acidez do molho de tomate caseiro, é só utilizar uma colher de sopa de leite, uma pitada de fermento em pó ou açúcar. Mas cuidado: muito açúcar pode deixar o sugo com gosto de ketchup.

Riva | Riva Online | De R$ 260 a R$ 306

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