2021 - Notícias - Março/Abril

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ARTIGO

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SÃO JOSÉ NA MISSÃO DA VIDA RELIGIOSA CONTEMPLATIVA

Igreja é convidada a celebrar o “Ano de São José”, convocado e proclamado pelo Papa Francisco, através da carta Apostólica Patris corde – Com o coração de Pai. Por ocasião do 150º Aniversário da declaração de São José como Padroeiro universal da Igreja. A carta Apostólica Patris corde, tem como objetivo “aumentar o amor por esse grande Santo, para nos sentirmos impelidos a implorar a sua intercessão e para imitarmos as suas virtudes e o seu desvelo” (p.24). Pio IX confiou a Igreja, à especial proteção do Santo Patriarca São José, “a Igreja, depois da Virgem Santíssima, esposa dele, teve sempre em grande honra e cumulou de louvores o Bem-Aventurado José e no meio das angústias, de preferência foi a ele que recorreu”. (São João Paulo II, Redemptoris Custos, n. 23). E logo, expõe o Papa Leão XIII: “O Bem-Aventurado José deve ser considerado especial Patrono da Igreja, e a Igreja, por sua vez, deve esperar muitíssimo da sua proteção e do seu patrocínio, provém principalmente do fato de ele ser esposo de Maria e pai legal de Jesus”. São José, humilde carpinteiro de Nazaré, foi escolhido por Deus para uma missão especial e sublime que é a de ser “Guardião do Redentor” e de Maria. A Igreja reconhece na figura de São José, castíssimo esposo da Virgem Maria, modelo e exemplo para a vocação matrimonial, celibatária e a virgindade consagrada, para toda a comunidade cristã. Mas quais são as virtudes que São José tem para ensinar na missão da vida religiosa contemplativa? Nos Evangelhos pouco se relata sobre São José, mas talvez o pou-

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co que se fale foi o suficiente para reconhecer este grande santo, justo, prudente e fiel na missão que o Senhor na sua providência designou para ele. Escolhendo viver o primado da vida interior, São José realizou sua missão escondida na contemplação do “Verbo de Deus que se fez carne” (Cf. Jo 1, 14), nada antepôs ao amor de Jesus e Maria. Aqui, gostaria de mencionar o nosso Seráfico Pai São Francisco, que escolheu viver na simplicidade evangélica, se fez pobre e humilde, levando-o a ser querido e conhecido por todo o povo de Deus. A religiosa que habita no silêncio do claustro é também chamada a nada antepor ao amor de Deus. Ela constantemente O busca, nas Sagradas Escrituras, na Eucaristia, na sua doação e na fraternidade. Assim como a Virgem Maria que “guardava e meditava todas as coisas em seu coração” (LC 2,19). São José também teve que guardar todos esses fatos, em seu coração. Ele é o pai adotivo do Verbo Encarnado, Filho do Altíssimo e Maria, Mãe de Deus. É no coração, “sede” do encontro com Deus, que decantamos os fatos da vida no caminho de Deus. São José viveu sua missão no silêncio sem alardes. No seu trabalho havia um clima de silêncio e recolhimento. Como é necessário o silêncio especialmente na vida da religiosa de vida contemplativa, pois somente no silêncio é que se escuta a voz de Deus que fala no coração. (Os 2,16). “A opção pelo Absoluto e Deus é envolvida por um constante clima de silêncio e de contemplação”. Sendo da estirpe de Davi, São José pertencia ao povo eleito, cuja herança é o Senhor. Depois que o anjo lhe apareceu em sonho, São José assumiu sua paternidade com total abandono aos desígnios de Deus, como


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