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Como está a ‘blindagem’ do Brasil contra a Influenza Aviária

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Ariel Mendes, FACTA e ABPA, comenta sobre o Plano de Contingência contra a Influenza Aviária

Ariel Mendes “Para o setor de postura comercial, onde predomina a produção por produtores pequenos e médios, o fundamental é a conscientização dos mesmos e dos técnicos que atuam na atividade a fim de que redobrem os cuidados de biosseguridade nas granjas”.

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OMinistério da Agricultura tem um plano de contingência contra a Influenza Aviária para o setor avícola que é atualizado periodicamente com base em discussões realizadas por um grupo de trabalho que conta com a participação do governo e do setor privado.

Quem explica o tema é Ariel Antônio Mendes, Presidente da Fundação Apinco de Ciência e Tecnologia Avícolas (FACTA) e membro do Conselho Consultivo da Associação Brasileira de Proteína Animal.

Com exclusividade à Revista do OvoSite, Mendes afirmou que no plano de contingência são definidas as ações de prevenção para evitar a entrada do vírus no Brasil, o programa de monitoria passiva e ativa e os procedimentos para a erradicação de focos caso ocorram surtos em nosso país. “No caso do setor privado, especificamente, a ABPA, tem um Grupo de Trabalho chamado GPIA, ou Grupo de Prevenção de Influenza Aviária onde são detalhadas as ações de prevenção a nível das empresas”, disse Ariel Mendes. “Um robusto programa de treinamento foi realizado nos últimos anos para conscientizar as empresas sobre os riscos da enfermidade e para prepara-las para mitigar os prejuízos econômicos em caso de surtos. Uma parte importante do plano é o programa de comunicação onde são detalhados os procedimentos a serem adotados pela ABPA para apresentar para a sociedade e para os importadores

O programa de compartimentação é uma ferramenta excelente e que deveria ser implementado pelo menos pelas empresas exportadoras

as ações que serão realizadas para a erradicação de focos caso a enfermidade ocorra em nosso país”, afirmou.

Ariel Mendes contou ainda que como a Influenza Aviária é uma enfermidade transfronteiriça, no momento a ABPA está trabalhando junto com a ALA – Associação Lationamericana de Avicultura, num plano de contingência para a região do Mercosul Ampliado, a fim de definir as ações a serem desenvolvidas para a erradicação de focos caso ocorram surtos na região. Esse plano está sendo elaborado com a colaboração da Regional da OIE e do IICA.

É preciso manter a máxima atenção à prevenção à Influenza Aviária para evitar prejuízos enormes ao setor

O sucesso dos programas de erradicação de focos ocorridos em vários países é o diagnóstico precoce e a preparação do serviço oficial e do setor privado. Para isso, o setor tem que ter pessoal treinado, laboratórios de diagnóstico equipados e EPIs para atuar nos focos. É o que explica Ariel Mendes. “Se a doença não for erradicada rapidamente haverá perdas de mercados para a exportação e corremos o risco de ter de conviver com o vírus circulando de forma endêmica em nosso país”, disse. “Atualmente, as empresas médias e pequenas tem seus próprios planos de contingência bem detalhados e sabem o que fazer para prevenir a entrada do vírus em seus planteis e para auxiliar o serviço veterinário oficial na erradicação. Mas, esse trabalho precisa ser coordenado por uma equipe especial da empresa, a qual deve contar com o apoio incondicional da alta direção pois os investimentos são altos”, detalhou.

Ainda segundo Ariel Mendes, em nível macro, o programa de compartimentação é uma ferramenta excelente e que deveria ser implementado pelo menos pelas empresas exportadoras. “Atualmente, todas as casas genéticas de corte e postura estão compartimentadas, bem como a unidade da Seara de Itapiranga em Santa Catarina. Outras empresas têm processos em andamento. Mas, temos que fazer um esforço para que no curto prazo pelo menos as granjas de avós implementem o programa para facilitar a circulação de material genético caso ocorram surtos no Brasil evitando um colapso no abastecimento de pintos de um dia”, afirmou.

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