Jornal da ABI - Prova dos 9

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sentido, ao ter uma referência concreta como base, merece credibilidade. Deve-se ter em conta que toda notícia é sempre uma apresentação parcial de um fragmento da realidade e que, portanto, só oferece um ponto de vista sobre algo maior. De toda forma, na prática do jornalismo, a credibilidade da notícia pode ser questionada em dois casos: quando a informação carece de fonte identificada e verificável e quando as opiniões substituem os fatos em seu conteúdo.

o diretor de uma certa publicação recebe muita publicidade e espaços de notícias para um prêmio que ele ganhou. Mas há algumas informações em que eu nunca acreditarei. Eu cobri o caso de Josef Mengele em São Paulo e ainda não estou convencido de que os ossos do assassino nazista foram achados em Embu. O médico legista que tratou do caso foi o mesmo que investigou a morte de PC Farias e os EUA enviaram representantes que trabalharam no assassinato de Kennedy.

Erick Torrico Villanueva, jornalista h á 16 anos, dirige o mestrado em Comunicação e Desenvolvimento da Universidade Andina Simón Bolívar.

Harold Emert, jornalista americano, com 30 anos de profissão, está há 25 anos no Brasil e trabalha como correspondente dos jornais Daily Express, Express on Sunday e Daily Star.

"Há informações que eu nunca acreditarei que foram verdadeiras"

apura e escreve deixa muito a desejar. Marcelo Auler, jornalista há 26 anos, é repórter do jornal O Dia.

"A princípio acredito, mas sempre é bom examinar muito bem" A princípio, sim. Mas com a indispensável atenção aos detalhes da notícia, no que se refere a texto, dados, fontes, perguntas e respostas.

"Depende sempre do veículo, do tema e do jornalista que assina"

Raimundo Filho, jornalista com 30 anos de profissão, é o editor de primeira página do Diário de Pernambuco.

"A coisa já foi pior. O leitor ficou mais exigente, mais crítico"

Marcelo Auler

Acredito na maioria das notícias que leio nos jornais. Mas já que eu leio pelos menos seis jornais por dia, eu posso cruzar as informações para conferir qualquer assunto que estiver lendo. Eu estou cansado, porém, de sempre ter que conferir se o veículo que noticia o fato não está promovendo a mensagem da sua empresa, e fico freqüentemente aborrecido quando

Saulo Moreira, jornalista há 2 anos, é repórter do Diário de Pernambuco.

Raimundo Filho

"Se não acreditasse não estava nesta profissão, mas leio interpretando"

HaroldEmert

junto ao leitor. Há situações, entretanto, em que é possível perceber um lado falso ou distorcido de uma notícia. A distorção pode ser criada por várias razões: questões políticas, má-fé, interesse, erro de abordagem ou, simplesmente, por um erro do profissional. De qualquer forma, é inegável que atualmente os jornais transmitem bem mais confiança. A coisa já foi pior. O leitor ficou mais exigente, mais crítico. Os veículos, conseqüentemente, se tornaram mais criteriosos.

Claro que acredito em notícia de jornal, afinal se não acreditasse não estaria nessa profissão. Mas entendo que, ao se ler um jornal, seja ele qual for, é preciso interpretar o que ele noticia. Não dá para acreditar piamente no que está escrito, principalmente hoje em dia, quando o nível de quem

Jorge Luis Bernetti Depende de que veículo, de que tema e de que jornalista (se encontro a assinatura). Não existe uma regra geral. A especialização temática, a competência profissional, a orientação ideológica são valores que cruzo para obter uma certeza quanto à veracidade da notícia.

Saulo Moreira Se não acreditasse no que é publicado, não trabalharia num jornal. Os jornais se sustentam na credibilidade que têm

Jorge Luis Bernetti, jornalista durante

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