GP da Áustria

Dovizioso, o rei de Spielberg,

em corrida de cortar o fôlego

Na segunda ronda da jornada tripla do Mundial de MotoGP em agosto, os campeonatos de MotoGP, Moto2 e de Moto3 rumaram a Spielberg para o GP da Áustria. Como habitualmente, a pista da região da Estíria proporcionou corridas empolgantes.

Sem qualquer pausa, depois do GP da República Checa aconteceu o GP da Áustria levou os pilotos e equipas – quarta ronda da temporada para o MotoGP, e quinta para os Mundiais de Moto2 e de Moto3. O rápido Red Bull Ring tinha reservadas as próximas emoções de 2020. No Moto3, Albert Arenas (Valresa Aspar/KTM) chegava com 18 pontos de avanço sobre Ai Ogura (Honda Team Asia), começando já a ter uma vantagem expressiva no topo. O pelotão chegou na sua composição habitual, sem qualquer piloto a ter de ficar de fora. O homem do momento no Mundial de Moto2 era Enea Bastianini (Italtrans/Kalex), favorito na abordagem à prova austríaca depois de duas vitórias que o deixavam com 15 pontos de avanço sobre Luca Marini (Sky Racing Team VR46/ KTM) na dianteira. Dominique Aegerter teve de substituir novamente o doente Jesko Raffin na NTS RW Racing GP. Apesar do pior resultado da época, Fabio Quartararo (Petronas Yamaha SRT) mantinha-se sólido no topo do Mundial de MotoGP – com mais 17 pontos do que Maverick Viñales (Monster Energy Yamaha). Porém, o favorito era Andrea Dovizioso – o homem da Ducati ganhara duas vezes nos três anos anteriores e o construtor nunca tinha perdido desde o regresso de Spielberg ao campeonato em 2016. Miguel Oliveira (Red Bull KTM Tech3) procurava de novo uma boa exibição, enquanto Marc Márquez (Repsol Honda)

ficou de novo ausente por lesão – substituído por Stefan Bradl. Também ausente esteve Francesco Bagnaia (Pramac Racing/Ducati), rendido por Michele Pirro. Mesmo ciente de que a KTM poderia estar forte na Áustria por lá ter testado nas semanas anteriores, Quartararo assumiu o regresso aos pódios como meta: ‘É claro que teremos de ver quais são as condições quando chegarmos, uma vez que neste momento as previsões meteorológicas são muito mistas, mas acho que podemos adaptar-nos rapidamente e voltar ao pódio. Tentaremos definitivamente repetir, pelo menos, o resultado de top três do ano passado’. Oliveira podia vir do seu melhor resultado de sempre, mas queria fazer ainda melhor na Áustria: ‘Estou muito entusiasmado por ir para a Áustria, que é obviamente uma corrida caseira para nós. Penso que irá haver pouco mais de motivação extra para estar bem por parte da KTM e Red Bull. O ano passado foi uma das minhas melhores corridas, por isso espero que este ano, possa melhorar o resultado que tive a semana passada e lutar pelas posições de topo’.

MOTO3, TREINOS LIVRES: CHUVA AFETOU DUAS SESSÕES E ARBOLINO FOI O MAIS RÁPIDO

Para começar o programa do GP da Áustria, foi disputado o primeiro treino livre do Mundial de Moto3. Foi uma sessão com várias trocas de líder, tendo sido Andrea Migno (Sky Racing Team VR46/ KTM) o que mais tempo seguido esteve na frente – durante cerca de um quarto de hora. Porém, o mais rápido viria a ser Tony Arbolino (Rivacold Snipers Team/ Honda), que com um tempo de 1m36,550s perto do fim superou John McPhee (Petronas Sprinta Racing/Honda) por 0,291s. Na sexta-feira à tarde, o Mundial de Moto3 teve o FP2, em que as contas ficaram decididas cedo antes do aparecimento da chuva – quando com pouco mais de 13 minutos decorridos McPhee rubricou a melhor marca em 1m37,060s ficando 0,019s na frente de Gabriel Rodrigo (Kömmerling Gresini/Honda). Também o FP3 na manhã de sábado teve pista molhada, com Celestino Vietti (Sky Racing Team VR46/ KTM) a superar Ogura por 0,476s. A tabela do FP1 ditou em grande medida o combinado dos três treinos livres, com Arbolino a ser o mais rápido. Arenas, líder do campeonato, foi 11.º, enquanto o último lugar direto na Q2 foi de Filip Salac (Rivacold Snipers/Honda) – 14.º com 0,233s de avanço face a Stefano Nepa (Valresa Aspar/KTM).

MOTO3, QUALIFICAÇÃO: NOVA POLE POSITION DE RAÚL FERNÁNDEZ

A Q1 teve incerteza até ao fim, na definição dos últimos quatro presentes na Q2. Só mesmo nos derradeiros instantes é que Riccardo Rossi (BOE Skull Rider Facile Energy/KTM) rubricou a marca que lhe deu a liderança, sendo apurado

Dovizioso prolongou série vitoriosa na Áustria.

com Ayumu Sasaki (Red Bull KTM Tech3), Jeremy Alcoba (Kömmerling Gresini/Honda) e Deniz Öncü (Red Bull KTM Tech3). Nepa, em quinto, foi eliminado por escassas 68 milésimas. Öncü foi o mais rápido no início da Q2, mas no fim quem terminou com a pole position – depois de muitas batalhas e algumas trocas de líder – foi Raúl Fernández. O homem da Red Bull KTM Ajo completou a sua derradeira volta em 1m36,277s, o suficiente para garantir a pole 11 milésimas na frente de Arenas. McPhee ficou em terceiro a 0,028s, seguindo-se Jaume Masiá (Leopard Racing/Honda) a 0,094s. Arbolino foi oitavo, depois de ser o mais rápido nos treinos.

MOTO3, CORRIDA: O REGRESSO DE ARENAS AOS TRIUNFOS

O warm-up do Mundial de Moto3 foi liderado por Vietti, 0,125s mais veloz do que Masia. A corrida, horas depois, viria a ser empolgante. Arenas partiu de segundo e foi o mais forte no arranque para chegar ao comando, com Raúl Fernández em Arbolino no topo dos treinos livres de Moto3.

segundo e McPhee em terceiro. Formou-se um extenso grupo na luta pelos lugares cimeiros, entre eles Darryn Binder – o homem da CIP Green Power levou a sua KTM de 22.º à batalha pelo comando em apenas sete voltas. Ao longo de toda a prova, o desfecho foi incerto, com grande intensidade nas primeiras posições – mais de uma dezena de pilotos separados por menos de um segundo. No fim, quase teve de se recorrer ao photo finish para desempatar os dois primeiros – Arenas, que esteve constantemente no topo, cortou a meta em primeiro, mas com apenas 0,049s de avanço face a Masiá. McPhee – que chegou a ser

Albert Arenas de volta aos triunfos quase ao photo finish.

Polarity Photo 17.º - terminou em terceiro, sendo Ougra quarto e Vietti quinto. A classificação ficou substancialmente alterada nas posições cimeiras: Ogura e Vietto perderam uma posição queda, e Darryn Binder duas, por excederem os limites de pista na última volta. No rescaldo desta que foi a terceira vitória de 2020, Arenas comentou em comunicado: ‘As últimas duas curvas foram brutais. Estou muito satisfeito por esta vitória em casa da KTM, estou feliz por eles, pela minha equipa, pelo meu técnico Mauri que subiu comigo ao pódio… . Foi uma corrida muito louca, no início tentei estar à frente para correr riscos, mas era difícil porque todas as motos tinham um ritmo parecido. Tentei gerir o melhor possível, mas sentia-me confortável na frente’. Depois do GP da Áustria, Arenas passou a estar totalmente isolado na liderança do Mundial de Moto3, com 95 pontos – mais 28 do que McPhee, agora em segundo. O terceiro classificado, Ogura, estava a 30 pontos do topo.

MOTO2, TREINOS LIVRES: SAM LOWES VEZES TRÊS

O programa do Mundial de Moto2 no GP da Áustria principiou com Sam Lowes (EG 0,0 Marc VDS/ Kalex) em destaque. O britânico liderou grande parte da sessão – em que Remy Gardner (Onexox TKKR SAG Team/Kalex) foi o primeiro a comandar. Lowes assumiu o topo para nunca mais o largar com pouco mais de 17 minutos decorridos. Ficou 0,015s na frente de Marco Bezzecchi (Sky Racing Team VR46/ Kalex) e 0,044s acima do colega Augusto Fernández. Na tarde de sexta-feira, Lowes rodou ainda mais rápido no segundo treino. Houve diversos líderes ao longo da sessão, mas Lowes foi quem se impôs no fim com um tempo de 1m28,985s – superou o anterior líder Jorge Martín (Red Bull KTM Ajo/Kalex) por dez milésimas. Jake Dixon (Petronas Sprinta Racing/Kalex) foi 0,222s mais lento e ficou em terceiro. O FP3 concluiu os treinos – Marini liderou durante quase todo o treino, mas Lowes passou para a frente com pouco menos de 28 minutos decorridos e ficou no comando com o melhor tempo do fim de semana até então – 1m28,877s. Gardner foi segundo a 0,073s. Dixon, graças ao registo do FP2, garantiu o último lugar direto na Q2 sendo 14.º com 0,033s de avanço face a Stefano Manzi (MV Agusta Forward).

MOTO2, QUALIFICAÇÃO: GARDNER PELA SEGUNDA VEZ NA POLE POSITION NA CARREIRA

Na Q1, após todos completarem as primeiras voltas lançadas, a liderança pertencia a Hafizh Syahrin (Inde

Aspar/Speed Up), e depois alternaram no comando dois homens – Marcel Schrötter (Liqui Moly Intact GP/Kalex) e Joe Roberts (Tennor American Racing/Kalex). No fim, o alemão terminou no topo com o mesmo registo de Roberts. Os dois avançaram para a Q1 com Nicolò Bulega (Federal Oil Gresini/Kalex) e Lorenzo Baldassarri (Flexbox HP 40/Kalex). Depois de um atraso por motivos técnicos, começou a Q2. Gardner foi o primeiro a estar no topo, mas a luta pela pole position foi renhida – Bezzecchi, Marini, Arón Canet (Valresa Aspar/Speed Up), Bastianini e Martín passaram pela frente. A menos de cinco minutos do fim, Gardner estabeleceu o tempo que lhe deu a pole position – 1m28,681s, para superar Martín por 0,036s. Schrötter foi terceiro a apenas 0,064s, mostrando o quão renhida foi a sessão.

MOTO2, CORRIDA: VITÓRIA DE MARTÍN EM CASA DA KTM DEPOIS DO CAOS

Martín deu cartas no warm-up, ao ser 18 milésimas mais rápido do que Tom Lüthi (Liqui Moly Intact GP/Kalex). Horas depois, na corrida, o espanhol foi mais forte do que Gardner na partida para assumir a dianteira, distanciando-se. Na quarta volta, quando Schrötter era segundo na perseguição a Martín, Bastianini sofreu um highside do qual saiu ileso. Mais atrás, Syahrin estava a sair de um cone de ar e não evitou embate na moto do italiano. Os destroços ficaram espalhados pela pista e foi necessário interromper a prova com bandeira vermelha. A prova foi retomada com mais 13 voltas. No reatar, Martín impôs-se no arranque e Marini seguiu no seu encalço. Um dos homens do grupo da frente era Gardner, que partira da pole position, mas uma queda afastou-o da prova – tal como aconteceu com Nagashima, o primeiro líder do campeonato. Dominador e autoritário na frente, Martín nunca deu chances aos perseguidores e cortou a meta 2,195s na frente de Marini para vencer pela primeira vez na carreira. Schrötter fechou o pódio a 4,782s. No fim da corrida, Martín não escondeu a sua felicidade por regressar aos êxitos – algo que conseguiu pela primeira vez na classe intermédia: ‘Estou muito feliz pela forma como este fim de semana correu.

Gardner rubricou segunda pole position da carreira no Moto2.

PSP/Lukasz Swiderek Pos. Piloto Equipa Moto Temp./Difer.

1.º Jorge Martín 2.º Luca Marini 3.º Marcel Schrötter 4.º Sam Lowes

Red Bull KTM Ajo Kalex 19m24,723s Sky Racing Team VR46 Kalex + 2,195s

Liqui Moly Intact GP Kalex + 4,782s

EG 0,0 Marc VDS Kalex + 7,249s

5.º Xavi Vierge 6.º Marco Bezzecchi 7.º Tom Lüthi 8.º Augusto Fernández Petronas Sprinta Racing Kalex + 7,325s Sky Racing Team VR46 Kalex + 7,771s

Liqui Moly Intact GP Kalex + 9,405s

EG 0,0 Marc VDS Kalex + 9,598s

9.º Arón Canet

Inde Aspar Team Speed Up + 10,023s 10.º Joe Roberts Tennor American Racing Kalex + 10,890s 11.º Lorenzo Baldassarri Flexbox HP 40 Kalex + 11,170s 12.º Dominique Aegerter NTS RW Racing GP NTS + 11,803s 13.º Somkiat Chantra Idemitsu Honda Team Asia Kalex + 13,002s 14.º Jake Dixon Petronas Sprinta Racing Kalex + 13,385s 15.º Héctor Garzó Flexbox HP 40 Kalex + 15,865s 16.º Nicolò Bulega Federal Oil Gresini Moto2 Kalex + 15,897s 17.º Stefano Manzi MV Agusta Forward Racing MV Agusta + 15,913s 18.º Marcos Ramírez Tennor American Racing Kalex + 16,222s 19.º Lorenzo Dalla Porta Italtrans Racing Team Kalex + 18,830s 20.º Simone Corsi MV Agusta Forward Racing MV Agusta + 22,614s 21.º Fabio Di Giannantonio Beta Tools Speed Up Speed Up + 25,079s 22.º Bo Bendsneyder NTS RW Racing GP NTS + 29,300s 23.º Kasma Daniel Onexox TKKR SAG Team Kalex + 36,648s NC Remy Gardner Onexox TKKR SAG Team Kalex 4 voltas NC Tetsuta Nagashima Red Bull KTM Ajo Kalex 3 voltas NC Jorge Navarro Beta Tools Speed Up Speed Up 0 voltas NC Enea Bastianini Italtrans Racing Team Kalex Não recomeçou NC Hafizh Syahrin Inde Aspar Team Speed Up Não recomeçou NC Edgar Pons Federal Oil Gresini Moto2 Kalex Não recomeçou NC Andi Farid Izdihar Idemitsu Honda Team Asia Kalex Não recomeçou

MUNDIAL MOTO3 - PÓS ÁUSTRIA

Pos. Piloto 1.º Luca Marini 2.º Enea Bastianini 3.º Jorge Martín 4.º Sam Lowes Equipa

Moto Pontos Sky Racing Team VR46 Kalex 78 Italtrans Racing Team Kalex 73

Red Bull KTM Ajo Kalex 59

EG 0,0 Marc VDS Kalex 59

5.º Tetsuta Nagashima 6.º Arón Canet 7.º Marco Bezzecchi

Red Bull KTM Ajo Kalex 55 Inde Aspar Team Speed Up 43 Sky Racing Team VR46 Kalex 40

8.º Xavi Vierge 9.º Joe Roberts

Petronas Sprinta Racing Kalex 36 Tennor American Racing Kalex 35 10.º Lorenzo Baldassarri Flexbox HP40 Kalex 33 11.º Marcel Schrötter Liqui Moly Intact GP Kalex 32 12.º Remy Gardner Onexox TKKR SAG Team Kalex 25 13.º Augusto Fernández EG 0,0 Marc VDS Kalex 25 14.º Tom Lüthi Liqui Moly Intact GP Kalex 24 15.º Jorge Navarro MB Conveyors Speed Up Speed Up 19 16.º Hafizh Syahrin Inde Aspar Team Speed Up 17 17.º Stefano Manzi MV Agusta Forward Racing MV Agusta 13 18.º Nicolò Bulega Federal Oil Gresini Moto2 Kalex 8 19.º Bo Bendsneyder NTS RW Racing GP NTS 5 20.º Hector Garzó Flexbox HP40 Kalex 5 21.º Dominique Aegerter NTS RW Racing GP NTS 4 22.º Jake Dixon Petronas Sprinta Racing Kalex 4 23.º Fabio Di Giannantonio MB Conveyors Speed Up Speed Up 3 24.º Somkiat Chantra Idemitsu Honda Team Asia Kalex 3 25.º Marcos Ramírez Tennor American Racing Kalex 1 26.º Simone Corsi MV Agusta Forward Racing MV Agusta 1 27.º Edgar Pons Federal Oil Gresini Moto2 Kalex 0 28.º Lorenzo Dalla Porta Italtrans Racing Team Kalex 0 29.º Andi Farid Izdihar Idemitsu Honda Team Asia Kalex 0 30.º Jesko Raffin NTS RW Racing GP NTS 0 31.º Kasma Daniel Onexox TKKR SAG Team Kalex 0

Jorge Martín estreou-se a vencer em Moto2.

Depois de várias corridas, estamos finalmente de volta ao topo do pódio. Foi uma prova complicada, uma vez que tivemos de parar por causa da bandeira vermelha e repetir a partida esperando um pouco. Estou satisfeito com o nosso rendimento ao longo deste Grande Prémio. Temos de continuar neste mesmo caminho, dando passos em frente contínuos, e estarmos preparados para outra ronda na semana que vem’. Terminado o GP da Áustria, a lide-

SYAHRIN ESCAPOU DE MALES MAIORES

A violência do impacto de Syahrin na moto de Bastianini impressionou e fez temer lesões no piloto malaio. Porém, os exames médicos não detetaram sequer qualquer fratura – por incrível que pareça. Citado pela imprensa espanhola, Syahrin confidenciou que se sentia bem, apesar das dores: ‘Sintome bem e com sorte depois da queda porque não parti nada. Foi uma queda dura. Sinto dor nas pernas como se uma delas estivesse partida, mas confirmámos que não há fraturas’.

Polarity Photo

rança do Mundial de Moto2 mudou de mãos – Marini assumiu a dianteira com mais cinco pontos do que Bastianini. Com o triunfo, Martín passou a entrar nas contas da luta pelo título, ascendendo a terceiro com menos 19 pontos do que o líder. Jack Miller na Ducati da Pramac. O australiano foi 0,753s mais rápido do que Iker Lecuona (Red Bull KTM Tech3) e Oliveira ficou em terceiro a 0,946s – mostrando a KTM boa velocidade também com piso em condições mistas.

MOTOGP, TREINOS LIVRES DE SEXTA-FEIRA: POL ESPARGARÓ MAIS RÁPIDO NO PISO SECO

Depois da vitória em Brno, a KTM mostrou desde cedo que não foi um acaso no GP da Áustria. Logo no primeiro treino livre, Pol Espargaró comandou durante muito tempo – a partir dos nove minutos, só não foi o espanhol no topo durante alguns segundos – e fechou mesmo como líder. Para tal foi 0,044s mais veloz do que Andrea Dovizioso (Ducati), enquanto Takaaki Nakagami (LCR Honda) começou com um animador terceiro registo. Miguel OIiveira (Red Bull KTM Tech3) esteve constantemente entre os dez mais rápidos e foi sétimo. Com a pista molhada durante grande parte da sua duração, o FP2 do GP da Áustria não teve melhores tempos do que a sessão matinal. Durante grande parte do tempo o líder foi Oliveira – dos poucos a sair para a pista nos minutos iniciais – mas o líder acabaria por ser

MOTOGP, TREINOS LIVRES DE SÁBADO: OLIVEIRA DIRETAMENTE NA Q2 PELA PRIMEIRA VEZ

A sessão matinal de sábado – o terceiro treino livre – foi determinante para o acesso direto à Q2. A pista até começou por estar molhada, mas foi secando e melhorando, pelo que nos minutos finais os tempos foram

Miguel Oliveira dispensou passagem pela Q1 depois do sétimo lugar nos treinos.

mesmo mais rápidos do que os de sexta-feira. Isso também se refletiu em diversas trocas de líder, mas no fim foi Maverick Viñales (Monster Energy Yamaha) a ficar na liderança. Com uma volta em 1m24,317s foi o mais rápido com 0,046s de avanço face a Miller. Oliveira rubricou o quinto tempo a 0,191s – o que lhe valeu o sétimo lugar no combinado dos treinos e a presença na Q2. O último a consegui-lo foi Fabio Quartararo (Petronas Yamaha SRT) em décimo 0,044s na frente de Johann Zarco (Esponsorama Racign/Ducati). De fora ficaram, entre outros, Danilo Petrucci (Ducati), Valentino Rossi (Monster Energy Yamaha) e Cal Crutchlow (LCR Honda), relegados à Q1. Pol Espargaró foi o mais rápido dos treinos 0,044s na frente de Dovizioso. No sábado à tarde, antes da qualificação os pilotos tiveram uma última chance de se prepararem – não só para a corrida, como também para a qualificação, devido ao menor tempo com pista seca nos primeiros três treinos. Com menos de cinco minutos decorridos, Pol Espargaró assumiu o comando, melhorando nas duas voltas seguintes para nunca mais ser destronado. Rossi foi quem ficou mais perto do espanhol da Red Bull KTM – a 0,152s – enquanto Oliveira rubricou a décima marca

Maverick Viñales impôs-se na qualificação do GP da Áustria

sendo 0,632s mais lento. O líder do campeonato, Quartararo, ficou em nono.

MOTOGP, QUALIFICAÇÃO: VIÑALES OBTEVE A PRIMEIRA POLE POSITION DE 2020

Depois de vários nomes de peso terem ficado fora do apuramento direto para a Q2, a primeira fase da qualificação teve motivos de interesse acrescidos. Na disputa por uma das últimas vagas estiveram homens como Zarco, Rossi, Petrucci ou Crutchlow. Logo na sua terceira volta, Zarco estabeleceu o registo que lhe valeu a liderança e, consequentemente, o apuramento. Os outros lutaram à centésima até ao fim: Rossi ficou na segunda posição a 0,026s, e com 0,024s de avanço face a Petrucci para seguir em frente. Aleix Espargaró (Aprilia Racing Team Gresini) e Crutchlow foram outros que não conseguiram apurar-se. Na Q2, Viñales esteve constantemente superior. O espanhol só não esteve no comando – ao todo – durante pouco mais de dois minutos dos 15 da sessão. Foi por isso com alguma naturalidade que obteve a pole position, mas os rivais não lhe tornaram a vida fácil. Miller ficou a apenas 68 milésimas, ao passo que Quartararo foi quarto a 0,087s. Oliveira nunca teve ritmo para se bater pelas posições mais adiantadas e acabou em 11.º a 0,489s da pole position.

MOTOGP, CORRIDA: DOVIZIOSO PROLONGA REINADO DA DUCATI; ACIDENTE APARATOSO MARCOU A PROVA

O warm-up na manhã de domingo teve Joan Mir na liderança, com o espanhol da Team Suzuki Ecstar a ser duas milésimas mais rápido do que Pol Espargaró. Mas as grandes emoções do dia viriam horas depois, no culminar do programa do GP da Áustria. Na fase inicial da corrida, Miller assumiu a liderança, perseguido de perto por vários adversários – entre eles Pol Espargaró, que viria mesmo a passar para a frente na sexta volta, deixando para trás também Dovizioso – que posteriormente viria a ultrapassar Mir e Miller para chegar a segundo. Oliveira foi ganhando posições até ser quinto. Foi quando aconteceu o momento mais dramático – e polémico – do fim de semana. Franco Morbidelli (Petronas Yamaha SRT) e Zarco envolveram-se num incidente que provocou a queda de ambos. As suas motos saíram disparadas e por muito pouco não bate-

Pos. Piloto Equipa Moto Temp./Difer.

1.º Albert Arenas 2.º Jaume Masia 3.º John McPhee 4.º Ai Ogura 5.º Celestino Vietti 6.º Darryn Binder 7.º Tony Arbolino 8.º Deniz Öncü Valresa Aspar Team KTM 37m25,323s

Leopard Racing Honda + 0,049s Petronas Sprinta Racing Honda + 0,447s

Honda Team Asia Honda + 0,121s Sky Racing Team VR46 KTM + 0,292s

CIP Green Power KTM + 0,275s Rivacold Snipers Team Honda + 0,487s

Red Bull KTM Tech 3 KTM + 1,083s

9.º Raúl Fernández

Red Bull KTM Ajo KTM + 1,136s 10.º Tatsuki Suzuki SIC58 Squadra Corse Honda + 1,177s 11.º Gabriel Rodrigo Kömmerling Gresini Moto3 Honda + 2,221s 12.º Andrea Migno Sky Racing Team VR46 KTM + 1,924s 13.º Ayumu Sasaki Red Bull KTM Tech 3 KTM + 2,596s 14.º Jeremy Alcoba Kömmerling Gresini Moto3 Honda + 2,228s 15.º Stefano Nepa Valresa Aspar Team KTM + 2,609s 16.º Sergio García Estrella Galicia 0,0 Honda + 2,866s 17.º Romano Fenati Sterilgarda Max Racing Team Husqvarna + 2,920s 18.º Riccardo Rossi BOE Skull Rider Facile Energy KTM + 3,486s 19.º Niccolò Antonelli SIC58 Squadra Corse Honda + 4,276s 20.º Kaito Toba Red Bull KTM Ajo KTM + 4,309s 21.º Dennis Foggia Leopard Racing Honda + 5,776s 22.º Carlos Tatay Reale Avintia Moto3 KTM + 8,485s 23.º Alonso López Sterilgarda Max Racing Team Husqvarna + 10,963s 24.º Ryusei Yamanaka Estrella Galicia 0,0 Honda + 23,563s 25.º Maximilian Kofler CIP Green Power KTM + 23,814s 26.º Yuki Kunii Honda Team Asia Honda + 23,970s 27.º Davide Pizzoli BOE Skull Rider Facile Energy KTM + 23,929s 28.º Jason Dupasquier CarXpert PruestelGP KTM + 24,064s NC Filip Salac Rivacold Snipers Team Honda 22 voltas NC Barry Baltus CarXpert PruestelGP KTM 6 voltas NP Khairul Idham Pawi Petronas Sprinta Racing Honda Não partiu

MUNDIAL MOTO2 - PÓS ÁUSTRIA

Pos. Piloto Equipa Moto Pontos

1.º Albert Arenas 2.º John McPhee 3.º Ai Ogura 4.º Tatsuki Suzuki 5.º Raúl Fernández 6.º Celestino Vietti 7.º Tony Arbolino Gaviota Aspar Team

KTM 95 Petronas Sprinta Racing Honda 67 Honda Team Asia Honda 65 SIC58 Squadra Corse Honda 50 Red Bull KTM Ajo KTM 43 Sky Racing Team VR46 KTM 41 Rivacold Snipers Team Honda 40 8.º Jaume Masiá Leopard Racing Honda 39 9.º Gabriel Rodrigo Kömmerling Gresini Moto3 Honda 35 10.º Dennis Foggia Leopard Racing Honda 32 11.º Jeremy Alcoba Kömmerling Gresini Moto3 Honda 30 12.º Darryn Binder CIP Green Power KTM 27 13.º Niccolò Antonelli SIC58 Squadra Corse Honda 21 14.º Andrea Migno Sky Racing Team VR46 KTM 19 15.º Romano Fenati Sterilgarda Max Racing Team Husqvarna 14 16.º Sergio García Estrella Galicia 0,0 Honda 13 17.º Deniz Öncü Red Bull KTM Tech3 KTM 13 18.º Stefano Nepa Gaviota Aspar Team KTM 13 19.º Kaito Toba Red Bull KTM Ajo KTM 12 20.º Filip Salac Rivacold Snipers Team Honda 8 21.º Ayumu Sasaki Red Bull KTM Tech3 KTM 8 22.º Ryusei Yamanaka Estrella Galicia 0,0 Honda 7 23.º Alonso López Sterilgarda Max Racing Team Husqvarna 5 24.º Carlos Tatay Reale Avintia Moto3 KTM 3 25.º Yuki Kunii Honda Team Asia Honda 0 26.º Barry Baltus CarXpert PrüstelGP KTM 0 27.º Maximilian Kofler CIP Green Power KTM 0 28.º Riccardo Rossi BOE Skull Rider Facile Energy KTM 0 29.º Jason Dupasquier CarXpert PrüstelGP KTM 0 30.º Khairul Idham Pawi Petronas Sprinta Racing Honda 0 31.º Davide Pizzoli BOE Skull Rider Facile Energy KTM 0 32.º Dirk Geiger CarXpert PrüstelGP KTM 0

ram em Rossi e Viñales, que quase seguiam nas trajetórias das mesmas enquanto elas rodavam pelo ar. Morbidelli foi retirado de maca do local, mas felizmente – tal como Zarco – saiu sem lesões significativas. O francês ainda viria a ser operado à mão direita dias depois. Tudo isto provocou uma interrupção com bandeira vermelha, tal a quantidade de destroços em pista. Com a pista limpa, a corrida reatou depois de alguns minutos para mais 20 voltas. Miller impôs-se no recomeço para ascender ao comando. Atrás de si seguiram Pol Espargaró, Dovizioso, Mir, Álex Rins (Team Suzuki Ecstar), Oliveira, Brad Binder (Red Bull KTM) e Nakagami. Dovizioso ia galgando posições, enquanto Oliveira se mantinha em sexto. Pol Espargaró viria a começar a perder ímpeto e, a 12 voltas do fim, esteve em luta direta com Oliveira. O luso, atrás, tentou ultrapassar, mas os dois colidiram e o incidente significou o abandono de ambos. Ao comando tinha acabado de chegar Dovizioso – que nunca mais o viria a largar. Rins acabou por cair pouco depois, e três homens destacaram-se na frente – Dovizioso, Miller e Mir. Se na dianteira Dovizioso nunca foi verdadeiramente incomodado, a luta pelo segundo posto foi empolgante. Estiveram envolvidos Mir e Miller e, no final, nas últimas curvas Mir levou a melhor sobre o australiano para inscrever o seu nome no pódio pela primeira vez com um segundo lugar – a 1,377s de Dovizioso. Miller

CLASSIFICAÇÃO GP ÁUSTRIA - MOTGP

Pos. Piloto Equipa Moto Temp./Difer.

1.º Andrea Dovizioso 2.º Joan Mir

Ducati Team Team Suzuki Ecstar Ducati 28m20,853s Suzuki + 1,377s

3.º Jack Miller Pramac Racing

Ducati + 1,549s 4.º Brad Binder Red Bull KTM Factory Racing KTM + 5,526s 5.º Valentino Rossi Monster Energy Yamaha MGP Yamaha + 5,837s 6.º Takaaki Nakagami LCR Honda Idemitsu Honda + 6,403s 7.º Danilo Petrucci Ducati Team Ducati + 12,498s 8.º Fabio Quartararo Petronas Yamaha SRT Yamaha + 12,534s 9.º Iker Lecuona Red Bull KTM Tech 3 KTM + 14,117s 10.º Maverick Viñales Monster Energy Yamaha MGP Yamaha + 15,276s 11.º Aleix Espargaró Aprilia Racing Team Gresini Aprilia + 17,772s 12.º Michele Pirro Pramac Racing Ducati + 23,271s 13.º Bradley Smith Aprilia Racing Team Gresini Aprilia + 24,868s 14.º Álex Márquez Repsol Honda Team Honda + 24,943s 15.º Cal Crutchlow LCR Honda Castrol Honda + 27,435s 16.º Tito Rabat Esponsorama Racing Ducati + 28,502s 17.º Stefan Brdal Repsol Honda Team Honda + 28,609s NC Álex Rins Team Suzuki Ecstar Suzuki 10 voltas NC Pol Espargaró Red Bull KTM Factory Racing KTM 8 voltas NC Miguel Oliveira Red Bull KTM Tech 3 KTM 8 voltas NC Franco Morbidelli Petronas Yamaha SRT Yamaha Não recomeçou NC Johann Zarco Esponsorama Racing Ducati Não recomeçou

MUNDIAL MOTOGP - PÓS ÁUSTRIA

Pos. Piloto Equipa Moto Pontos

1.º Fabio Quartararo

Petronas Yamaha SRT Yamaha 67 2.º Andrea Dovizioso Ducati Team Ducati 56 3.º Maverick Viñales Monster Energy Yamaha MGP Yamaha 48 4.º Brad Binder Red Bull KTM Factory Racing KTM 41 5.º Valentino Rossi Monster Energy Yamaha MGP Yamaha 38 6.º Takaaki Nakagami LCR Honda Idemitsu Honda 37 7.º Jack Miller Pramac Racing Ducati 36 8.º Franco Morbidelli Petronas Yamaha SRT Yamaha 31 9.º Joan Mir Team Suzuki Ecstar Suzuki 31 10.º Johann Zarco Esponsorama Racing Ducati 28 11.º Danilo Petrucci Ducati Team Ducati 20 12.º Álex Rins Team Suzuki Ecstar Suzuki 19 13.º Pol Espargaró Red Bull KTM Factory Racing KTM 19 14.º Miguel Oliveira Red Bull KTM Tech3 KTM 18 15.º Álex Márquez Repsol Honda Team Honda 16 16.º Aleix Espargaró Aprilia Racing Team Gresini Aprilia 11 17.º Francesco Bagnaia Pramac Racing Ducati 9 18.º Iker Lecuona Red Bull KTM Tech3 KTM 7 19.º Tito Rabat Esponsorama Racing Ducati 7 20.º Bradley Smith Aprilia Racing Team Gresini Aprilia 7 21.º Cal Crutchlow LCR Honda Castrol Honda 7 22.º Michele Pirro Pramac Racing Ducati 4 23.º Stefan Bradl Repsol Honda Team Honda 0 NC Marc Márquez Repsol Honda Team Honda 0 foi terceiro, seguido de Brad Binder, enquanto Rossi fechou o top cinco. Quartararo ficou em oitavo, logo na frente de Lecuona – que, assim, somava os seus primeiros pontos na classe rainha. No seguimento desta que foi a vitória número 50 da Ducati no MotoGP, Dovizioso – que na véspera anunciara a saída da equipa, mostrou-se naturalmente feliz, até porque ficava relançado na luta pelo título: ‘Foi uma corrida muito peculiar dado a interrupção devido ao mau acidente do Zarco e do Morbidelli. A minha sensação com a moto não foi particularmente boa, mas em algumas áreas senti-me forte e consegui fazer a diferença. O fim de semana começou bem, mas não tinha a certeza se podíamos ganhar a corrida: conseguimos ser imediatamente competitivos, e encontrei boas sensações, mas ainda nos falta algo comparando com anos

‘ZARCO É QUASE UM ASSASSINO’ - MORBIDELLI

O acidente na curva três do Red Bull Ring durante a corrida não deixou mazelas físicas de maior aos pilotos envolvidos, mas podia ter sido bem pior. Zarco parece fechar o caminho a Morbidelli, e o italiano na poupou nas críticas, citado pelo site Motorsport.com: ‘Quando tentei travar, o Johann mudou de trajetória provavelmente para se proteger. Não pude fazer nada porque fui sugado pelo cone de aspiração. O Zarco é quase um assassino, travar daquela maneira a 200km/h só para alguém sem amor próprio e por aqueles contra quem se esta a competir’. Valentino Rossi, que por um triz não foi atingido com uma moto, deu a entender que acredita que Zarco podia ter tido mais respeito: ‘Acho que o Red Bull Ring é perigoso em alguns sítios […]. E há curvas tão

anteriores. Esta pista adequa-se às características da nossa Desmosedici GP, mas teremos de trabalhar para dar outro passo em frente e colocar-nos em posição de lutar pela vitória em todas as corridas vindouras’. Estreante absoluto nos pódios, Mir era o rosto da satisfação por um sonho cumprido depois de muito o perseguir: ‘É um dia incrível. Sabia há algumas corridas que tinha o ritmo para estar no pódio, mas várias coisas aconteceram impedindo-o. Obtive a minha primeira vitória da carreira nesta pista no Moto3, e para mim este resultado também é como uma vitória! Estou tão feliz por obter o segundo lugar. Quero dizer um grande obrigado a todos os membros da equipa que estão aqui e a trabalharem tão arduamente para me darem a melhor moto possível, e também ao pessoal que está em casa a ajudar-me. Passámos por maus momentos juntos e este é um ótimo resultado para todos eles’. Para Miller este foi o primeiro pódio de 2020, que no seu entender foi um resultado merecido depois de passar praticamente toda a prova entre o top cinco – chegando mesmo a liderar: ‘Estou muito feliz, uma corrida fantástica, a moto esteve muito rápida e conseguimos alcançar o resultado que esperávamos e merecíamos’. Depois do GP da Áustria, Quartararo continuou na dianteira do Mundial de MotoGP, mas com uma vantagem substancialmente menor – mais 11 pontos do que o novo vice-líder, Dovizioso. O italiano galgou posições, deixando Viñales em terceiro. Brad Binder ascendeu a quarto colocando-se a apenas 26 pontos do topo. Depois do segundo abandono de 2020, Oliveira caiu para 14.º, ficando a 49 pontos de Quartararo – sendo sexto entre os independentes.

apertadas que temos pilotos a vir no sentido oposto. É um sítio com um potencial de perigo muito grande. Mas acho que mais importante que a segurança da pista é o respeito dos pilotos entre si, quando não existe isso é mais perigoso que qualquer pista’. A Avintia saiu em defesa do seu piloto Zarco dias depois, assegurando em comunicado ter provas de que o #5 não quis prejudicar ninguém: ‘Os dados da telemetria mostram que no momento do acidente o Zarco trava mais tarde na curva três do que no resto das outras voltas da corrida, pelo que esta análise comprova que em nenhum momento foi sua intenção prejudicar a travagem de Morbidelli e perturbar a trajetória dele’.

MIGUEL OLIVEIRA MUITO FRUSTADO

Pela segunda vez em três corridas, Miguel Oliveira foi forçado a abandonar na sequência de um incidente com outra KTM. Depois de cair no GP da Andaluzia devido a um incidente com Brad Binder, no GP da Áustria foi com Pol Espargaró que se envolveu num incidente. Quando chegou à garagem descarregou a sua ira no material e, mais tarde, justificou: – Tenho sentimentos e estava muito frustrado por toda a situação. É a segunda vez que caio com outra moto KTM. Aliás, a terceira se contarmos a do ano passado com o Zarco. Quando estas coisas acontecem de forma repetida é frustrante. Não há motivos para tal. É frustrante chegar à garagem e saber que podíamos lutar por um top cinco ou mesmo pelo pódio, mas que não o pudemos fazer porque caímos com um piloto da KTM, quer dizer…como devem entender é muito frustrante para mim. Já em declarações ao Canal+, Oliveira comentou: ‘Não quero atacar ninguém ou o Pol, mas acho que ele fica demasiado emocional e, se calhar não pensa o suficiente. Infelizmente, nem todos nasceram com a mesma inteligência. Às vezes é complicado durante a corrida porque estamos a competir, há muita adrenalina, mas ao mesmo tempo temos de gerir os nossos pensamentos. Não é algo que é dado a todos’. O dirigente da Red Bull KTM Tech3 – equipa de Oliveira – Hervé Poncharal, teve um tom apaziguador, não atribuindo culpas a nenhum dos envolvidos ao falar de um infortunado incidente de corrida: ‘Devo dizer que se trata de um incidente de corrida infeliz. Infelizmente esta é a segunda vez que duas KTM colidem numa com a outra depois do que aconteceu em Jerez e em ambos os casos acabou no fim da corrida para ele, o que é uma pena’.