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GP de Espanha

Quartararo

com arranque de sonho

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Os Mundiais de MotoGP retomaram em Jerez de la Frontera de 17 a 19 de julho com o GP de Espanha. Para a categoria rainha foi o começo da temporada, com Fabio Quartararo a começar em grande nível alcançando uma vitória que há muito estava à vista.

A pandemia do coronavírus tirou o motociclismo de alto nível aos adeptos durante meses a fio: depois dos testes de pré-época de MotoGP em fevereiro, foram praticamente cinco meses sem ação conjunta da categoria rainha. Por outro lado, os Mundiais de Moto2 e de Moto3 estiveram em inatividade desde o GP do Qatar no início de março, e a MotoE World Cup só conseguiu completar os testes em Jerez de la Frontera em meados de março antes da pausa forçada. Após alguns testes privados nas semanas anteriores e de treinos individuais de pilotos noutros tipos de motas, o interregno terminou oficialmente a 15 de julho com o dia de testes que reuniu no Circuito Ángel Nieto os pilotos de MotoGP, Moto2, Moto3 e MotoE. Foi um momento de preparação e de retoma de sensações depois de vários meses sem atividade nas motos de competição, que para os adeptos serviu de ‘aperitivo’ para a competição no GP de Espanha. No Moto3, Albert Arenas (Team Aspar) chegou ao GP de Espanha como líder depois do triunfo no Qatar, cinco pontos na frente de John McPhee – o britânico da Petronas Sprinta Racing que mostrou um bom nível também no dia de testes em Jerez na semana desta segunda ronda. Igualmente no Mundial de Moto2 o líder – Tetsuta Nagashima (Red Bull KTM Ajo) estava no comando com uma vantagem de cinco pontos face ao segundo, Jorge Navarro (Speed Up) graças aos resultados de Losail. Por outro lado, o Mundial de MotoGP e a MotoE World Cup partiam do zero para as suas primeiras rondas do ano. Na MotoE, o pelotão de 18 pilotos tinha uma grande novidade – tendo de assumir compromissos no

Granado não deu grandes chances à concorrência

PSP/Lukasz Swiderek MotoGP, Bradley Smith não pôde estar com a WithU Motorsport sendo substituído por Jakub Kornfeil. Matteo Ferrari (Trentino Gresini) entrava como campeão em título das motos elétricas, onde compete o brasileiro Eric Granado (Avintia Esponsorama). No Mundial de MotoGP, com naturalidade o alvo a abater em Jerez era Marc Márquez. O piloto é hexacampeão na categoria rainha e tem exercido um domínio avassalador nos últimos anos. A Yamaha refor-

Quartararo fez história no começo da época.

çou a aposta na satélite Petronas Yamaha SRT fornecendo material igual, tendo Maverick Viñales (Monster Energy Yamaha) e Fabio Quartararo (Petronas Yamaha SRT) como grandes esperanças. Os dois eram vistos à partida como grandes candidatos a incomodar Márquez, assim como Andrea Dovizioso (Ducati) que foi vice-campeão atrás do #93 de 2017 a 2019. Álex Rins e a Team Suzuki Ecstar, que demonstraram argumentos em 2019, ou as evoluídas Aprilia e KTM procuravam começar a dar provas definitivas da sua competitividade. Nas fileiras da KTM está o português Miguel Oliveira (Red Bull KTM Tech3), que enfrentava a sua segunda época no MotoGP com o intuito de lutar regularmente pelo top dez. Depois do dia de testes, Marc Márquez referiu que se sentia preparado para o começo: ‘Estou feliz. Tivemos uma pré-temporada dura, mas parece que no fim do teste do Qatar encontrámos algo, pelo que foi bom poder confirmá-lo aqui porque o Qatar é sempre uma situação única. Desde o início do dia que era a minha moto, a moto que tive em 2019, mas com uma evolução. O meu ombro também esteve bom e consegui ver que a velocidade existe’. Já Oliveira recordou antes do GP de Espanha que Jerez é um local especial para si: ‘Sinto-me muito feliz e obviamente estou empolgado por voltar a competir. Jerez sempre foi uma ronda muito especial para mim, porque é omais perto que tenho de casa’.

MOTOE, TREINOS LIVRES: ERIC GRANADO MAIS FORTE

Eric Granado esteve em bom plano desde o começo dos treinos livres do GP de Espanha da MotoE World Cup. Logo no FP1, o brasileiro da Avintia Esponsorama rubricou o melhor registo batendo Dominique Aegerter (Dynavolt Intact GP) por 0,130s. Com recorde de pista, Granado voltou a ser o mais rápido do FP2, desta feita superando Xavier Siméon (LCR E-Team) por 0,278s, enquanto no FP3 de sábado de manhã

Granado voltou a descer a sua marca para derrotar Granado por 0,127s.

MOTOE, E-POLE: MAIS UMA VEZ, GRANADO

A E-Pole da MotoE World Cup teve, como habitualmente, um piloto de cada vez em pista com apenas uma tentativa de atacar o tempo. Entre o primeiro e o último líder, o tempo por volta evoluiu praticamente dois segundos e meio. Kornfeil abriu a sessão com uma volta em 1m51,012s, que foi baixando – mais seis pilotos lideraram antes de Granado estabelecer a pole position em 1m48,620s. Superou Lukas Tulovic (Tech3 E-Racing) por 0,191s, com Aegerter a fechar a linha da frente da grelha.

MOTOE, CORRIDA: INÍCIO VITORIOSO PARA GRANADO

Com apenas sete voltas, a corrida de MotoE é uma prova de sprint – habitualmente intensa. Porém, a verdade é que Granado não deu grandes chances à concorrência. O brasileiro distanciou-se e no fim da corrida tinha 3,044s de avanço face ao campeão em título Ferrari. Este, por seu turno, ainda teve de se bater pelo segundo lugar, garantindo-o na frente de Aegerter. Tulovic acabou na quarta posição, enquanto Mattia Casadei (Ongetta SIC58 Squadra Corse) fechou o top cinco.

MOTO3, TREINOS LIVRES: GABRIEL RODRIGO BATEU RECORDE DE JEREZ

A sessão inaugural de Moto3 abriu as hostilidades na retoma dos Mundiais. Foi um treino com incerteza até ao fim, que teve Raúl Fernández (Red Bull KTM Ajo) no topo durante grande parte dos 40 minutos – o espanhol assumiu o comando com 8m35s decorridos e melhorou mais duas vezes. Só foi superado a poucos segundos da bandeira de xadrez por Gabriel Rodrigo (Kömmerling Gresini) que foi 0,430s mais rápido com aquele que era na altura um novo recorde. McPhee foi terceiro a 0,439s. O calor impediu a existência de melhorias no FP2 vespertino, mas mais uma vez foi Rodrigo a impor-se. Desta feita a liderança foi mais disputada, com vários pilotos a passarem pelo topo. O argentino voltou a levar a melhor na fase final, desta feita superando Tatsuki Suzuki Gabriel Rodrigo bateu o recorde de Jerez

Milagro

(SIC58 Squadra Corse) por apenas 29 milésimas, sendo Andrea Migno (Sky Racing Team V46) terceiro a 0,212s. No sábado de manhã, o FP3 seria decisivo para o apuramento direto rumo à segunda fase de qualificação. Depois de na primeira metade da sessão existirem diversas trocas de líder, Suzuki consolidou-se no topo, antes de ser batido por Celestino Vietti (Sky Racing Team VR46) já nos últimos dois minutos. Sem conseguir superar o recorde de pista, o italiano superou o compatriota Migno por 0,075s. Quase todos os pilotos fizeram as suas melhores marcas no FP3, sendo Kaito Toba (Honda Team Asia) o último a seguir para a Q2 diretamente – ficou em 14.º lugar 11 milésimas à frente de Tony Arbolino (Rivacold Snipers), apesar de não ter melhorado após o FP1.

MOTO3, QUALIFICAÇÃO: TATSUKI SUZUKI EM GRANDE ESTILO A ASSEGURAR A POLE POSITION

No início da tarde de sábado (18 de julho) a qualificação do Mundial de Moto3 fez subir a tensão em Jerez. Só na segunda metade da Q1 é que a generalidade dos pilotos saiu para a pista, com momentos intensos na busca pelas últimas quatro vagas na Q2. No último minuto, Romano Fenati (Rivacold Snipers) chegou ao topo para nunca mais de lá sair. Atrás de si estavam Ai Ogura (Honda Team Asia), Niccolò Antonelli (SIC58 Squadra Corse) e Arbolino – este último ainda sem certezas de se apurar, uma vez que Dennis Foggia (Leopard Racing) fez uma rápida última volta só para falhar o apuramento por 0,148s. Chegou então a Q2, decidindo os 18 primeiros lugares da grelha de partida. Suzuki abriu a sessão na liderança, com 0,187s de avanço face a Raúl Fernández, ao passo que Jaume Masiá (Leopard) se colocou em terceiro. A menos de dois minutos do fim, McPhee progrediu para chegar a segundo – insuficiente para superar Suzuki, que voltou a melhorar rodando em 1m45,465s para garantir não só a pole position, como também um novo recorde de volta. McPhee ainda se viu ultrapassado por Migno. Arenas, líder do campeonato, complicou ligeiramente a sua tarefa ao rubricar um modesto sétimo tempo na qualificação.

MOTO3, CORRIDA: DUAS EM DUAS PARA ALBERT ARENAS

No warm-up da manhã de domingo, 19 de julho, Suzuki foi o mais rápido 0,360s na frente de Deniz Öncü (Red Bull KTM Tech3), mas a corrida foi outra história. O japonês até fez o holeshot para permanecer na liderança após partir da pole position, enquanto mais atrás Foggia e Carlos Tatay (Reale Avintia) caíram logo na primeira curva. Como habitualmente no Moto3, formou-se um grupo extenso na luta pelos lugares cimeiros, criando incerteza e emoção. Mesmo Arbolino, que tinha partido de uma po-

sição mais recuada, chegou a esse lote de pilotos. Na quarta volta, Migno assumiu a liderança, havendo nova troca de líder definitiva na volta 11 quando Arenas passou para o topo. Porém, a três voltas do fim McPhee tornou-se no novo líder – mantendo posição quase até ao fim, quando caiu na saída da última curva. Arenas – segundo classificado na altura – aproveitou o infortúnio do escocês e levou de vencida, sendo o pódio completado por Ogura e Arbolino. No fim da corrida, em comunicado, Arenas comentou assim este seu segundo triunfo: ‘É incrível. Vínhamos muito motivados para Jerez, sentia os nervos de voltar à pista, de ver o que aconteceria, mas foquei-me em manter-me tranquilo e em fazer o meu trabalho. […]. Fizemos um trabalho de equipa incrível. […]. Na corrida tive boas sensações, consegui passar bem em curva. Estou muito satisfeito, na última volta pensava que era bom terminar no pódio, mas sabia que, se acertasse no momento adequado, podia ganhar. Quero dedicar esta vitória a todas as pessoas que estão a sofrer devido à pandemia’. Ao cabo de duas corridas, a liderança do Mundial de Moto3 estava na posse de Arenas com 50 pontos em 50 possíveis – mais 14 do que o seu perseguidor Ogura. Apesar da queda e abandono, McPhee ainda ficou em terceiro lugar, mas a 30 pontos de Arenas – que, assim, só poderia ser superado por Ogura na terceira ronda da época.

CLASSIFICAÇÃO GP ESPANHA - MOTO3

Pos. Piloto Equipa Moto Temp./Difer.

1.º Luca Marini Sky Racing Team VR46 Kalex 39m23,297s

2.º Tetsuta Nagashima Red Bull KTM Ajo Kalex + 1,271s

3.º Jorge Martín Red Bull KTM Ajo Kalex + 4,838s

4.º Sam Lowes EG 0,0 Marc VDS Kalex + 6,200s

5.º Arón Canet 6.º Hafizh Syahrin 7.º Remy Gardner 8.º Lorenzo Baldassarri Inde Aspar Team Moto2 Speed Up + 10,794s Inde Aspar Team Moto2 Speed Up + 15,578s Onexox TKKR SAG Team Kalex + 17,426s Flexbox HP 40 Kalex + 19,416s

9.º Enea Bastianini

Italtrans Racing Team Kalex + 19,505s 10.º Xavi Vierge Petronas Sprinta Racing Kalex + 19,590s 11.º Stefano Manzi MV Agusta Forward Racing MV Agusta + 21,269s 12.º Héctor Garzó Flexbox HP 40 Kalex + 21,405s 13.º Augusto Fernández EG 0,0 Marc VDS Kalex + 24,550s 14.º Nicolò Bulega Federal Oil Gresini Moto2 Kalex + 26,232s 15.º Simone Corsi MV Agusta Forward Racing MV Agusta + 27,303s 16.º Edgar Pons Federal Oil Gresini Moto2 Kalex + 32,566s 17.º Joe Roberts Tennor American Racing Kalex + 33,951s 18.º Jake Dixon Petronas Sprinta Racing Kalex + 36,432s 19.º Lorenzo Dalla Porta Italtrans Racing Team Kalex + 43,699s 20.º Andi Farid Izdihar Idemitsu Honda Team Asia Kalex + 43,889s 21.º Jesko Raffin NTS RW Racing GP NTS + 1m02,884s 22.º Kasma Daniel Onexox TKKR SAG Team Kalex + 1m09,455s 23.º Marcos Ramírez Tennor American Racing Kalex + 1 volta 24.º Tom Lüthi Liqui Moly Intact GP Kalex 20 voltas NC Fabio di Giannantonio HDR Heidrun Speed Up Speed Up 8 voltas NC Marcel Schrötter Liqui Moly Intact GP Kalex 7 voltas NC Marco Bezzecchi Sky Racing Team VR46 Kalex 6 voltas NC Bo Bendsneyder NTS RW Racing GP NTS 6 voltas NC Somkiat Chantra Idemitsu Honda Team Asia Kalex 5 voltas NC Jorge Navarro HDR Heidrun Speed Up Speed Up 0 voltas Arenas de novo vitorioso na segunda ronda de Moto3.

PSP/Lukasz Swiderek

MOTO2, TREINOS LIVRES: SCHRÖTTER IMPÔS-SE NO FP3

A primeira sessão de treinos livres do GP de Espanha de Moto2 teve Luca Marini como líder. A sessão contou com Nagashima no comando durante alguns minutos, passando também pelo topo pilotos como Sam Lowes (Estrella Galicia 0,0 Marc VDS) ou Jorge Martín (Red Bull KTM Ajo). Stefano Manzi (MV Agusta Forward) sofreu uma aparatosa queda, ficando a moto num mau estado – felizmente, o piloto conseguiu sair sem lesões de maior. A pouco menos de dez minutos do fim, Marini rodou numa volta em 1m41,410s para não mais ser destronado – batendo Navarro por apenas 48 milésimas. A segunda sessão de Jerez para a classe intermédia não foi tão rápida devido ao calor, mas mais uma vez foi a Sky Racing Team VR46 a ter supremacia. Marini chegou à liderança ainda na primeira metade do FP2 de 40 minutos, enquanto mais tarde o colega Marco Bezzecchi se colocou a 0,128s superando Nagashima – que há muito seguia na vice-liderança. Arón Canet (Team Aspar) acabou em quarto e Lowes foi quinto. No FP3 de sábado de manhã, com a zona de apuramento direto para a Q2 em jogo, era de esperar que existissem progressos na tabela de tempos. E foi o que aconteceu, com vários pilotos a rodarem abaixo dos seus registos de referência anteriores logo nos minutos iniciais. De facto, com pouco mais de cinco minutos volvidos Marcel Schrötter (Liqui Moly Intact GP) rubricou a melhor marca da sessão com uma nova volta recorde não mais batida. Perto do fim, Martín ainda se colocou a 88 milésimas, enquanto Bezzecchi foi terceiro a 0,192s. O 14.º lugar ficou para Remy Gardner (ONEXOX TKKR SAG Team), que segurou a última vaga direta na Q2 superando Xavi Vierge (Petronas Sprinta Racing) por 0,018s.

MOTO2, QUALIFICAÇÃO: JORGE MARTÍN PRECISOU DE UMA VOLTA PARA A POLE POSITION

Na primeira fase da qualificação disputaram-se as últimas quatro vagas na Q2. Hafizh Syahrin (Aspar Team) foi o primeiro a liderar e nunca per-

CLASSIFICAÇÃO GP ESPANHA - MOTO2

Pos. Piloto Equipa Moto Temp./Difer.

1.º Luca Marini 2.º Tetsuta Nagashima Sky Racing Team VR46 Kalex 39m23,297s Red Bull KTM Ajo Kalex + 1,271s

3.º Jorge Martín Red Bull KTM Ajo Kalex + 4,838s

4.º Sam Lowes EG 0,0 Marc VDS Kalex + 6,200s

5.º Arón Canet 6.º Hafizh Syahrin 7.º Remy Gardner 8.º Lorenzo Baldassarri Inde Aspar Team Moto2 Speed Up + 10,794s Inde Aspar Team Moto2 Speed Up + 15,578s Onexox TKKR SAG Team Kalex + 17,426s Flexbox HP 40 Kalex + 19,416s

9.º Enea Bastianini

Italtrans Racing Team Kalex + 19,505s 10.º Xavi Vierge Petronas Sprinta Racing Kalex + 19,590s 11.º Stefano Manzi MV Agusta Forward Racing MV Agusta + 21,269s 12.º Héctor Garzó Flexbox HP 40 Kalex + 21,405s 13.º Augusto Fernández EG 0,0 Marc VDS Kalex + 24,550s 14.º Nicolò Bulega Federal Oil Gresini Moto2 Kalex + 26,232s 15.º Simone Corsi MV Agusta Forward Racing MV Agusta + 27,303s 16.º Edgar Pons Federal Oil Gresini Moto2 Kalex + 32,566s 17.º Joe Roberts Tennor American Racing Kalex + 33,951s

18.º Jake Dixon Petronas Sprinta Racing Kalex + 36,432s 19.º Lorenzo Dalla Porta Italtrans Racing Team Kalex + 43,699s 20.º Andi Farid Izdihar Idemitsu Honda Team Asia Kalex + 43,889s 21.º Jesko Raffin NTS RW Racing GP NTS + 1m02,884s 22.º Kasma Daniel Onexox TKKR SAG Team Kalex + 1m09,455s 23.º Marcos Ramírez Tennor American Racing Kalex + 1 volta 24.º Tom Lüthi Liqui Moly Intact GP Kalex 20 voltas NC Fabio di Giannantonio HDR Heidrun Speed Up Speed Up 8 voltas NC Marcel Schrötter Liqui Moly Intact GP Kalex 7 voltas NC Marco Bezzecchi Sky Racing Team VR46 Kalex 6 voltas NC Bo Bendsneyder NTS RW Racing GP NTS 6 voltas NC Somkiat Chantra Idemitsu Honda Team Asia Kalex 5 voltas NC Jorge Navarro HDR Heidrun Speed Up Speed Up 0 voltas

Marini somou primeira vitória do ano na retoma.

PSP/Lukasz Swiderek

deria um lugar de apuramento. Porém, ainda foi superado por Fabio di Giannantonio (Speed Up) e por Vierge, que com os dois primeiros registos também seguiram em frente – di Giannantonio foi 0,048s mais rápido do que Vierge. Joe Roberts (Tennor American Racing) segurou o quarto posto e também seguiu em frente. Tom Lüthi (Liqui Moly Intact GP) ficou surpreendentemente de fora ao ser quinto a 0,088. Seguiu-se então a Q2, com a decisão da pole position. Logo na sua primeira volta lançada, Martín fechou o assunto ao rodar em 1m41,384s para não ser batido até final. Navarro foi o que ficou mais perto de roubar a pole position ao compatriota, ficando a 0,181s nos últimos instantes. Lowes garantiu o terceiro lugar à partida superando mesmo no derradeiro suspiro Marini. Nagashima defenderia a liderança do campeonato desde o oitavo posto na grelha.

MOTO2, CORRIDA: VITÓRIA IMACULADA DE LUCA MARINI

O warm-up foi liderado por Lowes 0,041s na frente de Marini, enquanto os pilotos acertaram os últimos pormenores para a corrida. Essa começou poucas horas depois assistindo a um arranque meteórico de Canet para chegar a segundo, enquanto Navarro abandonou logo na primeira volta devido a um incidente com Bezzecchi. À quarta volta, Marini passou para o topo e Nagashima seguia em terceiro – eram quatro os pilotos no grupo da frente, com Canet e Bezzecchi. Este último viria a abandonar quando tinha acabado de chegar em terceiro, devido a queda. O seu colega de equipa, Marini, tinha melhor sorte, consolidando a sua posição de liderança enquanto os rivais discutiam posições. Numa exibição isenta de erros, Marini amealhou o triunfo. Nagashima acabou por conseguir chegar a segundo e ficar algo tranquilo nas voltas finais – consolidando, assim, o comando do campeonato. Cortou a meta a 1,271s do vencedor. Martín acabou em terceiro a 4,838s. Na reação à vitória em parque fechado, Marini sustentou que o triunfo começou a desenhar-se no FP1: ‘Estou muito contente. Fizemos um grande trabalho nos testes e especialmente na sexta-feira de manhã, e penso que ganhámos a corrida aí. […]. A velocidade foi um pouco mais baixa do que esperava e o Nagashima foi rápido e precisei de atacar um pouco mais durante algumas voltas, mas estou muito contente com este resultado’. Duas rondas volvidas e Nagashima continuava no comando do Mundial de Moto2 com 45 pontos – mais 17 do que Lorenzo Baldassarri (Flexbox HP40), que nesta prova foi o oitavo classificado. Marini assumiu o terceiro lugar colocando-se a 20 pontos do topo.

MOTOGP, TREINOS LIVRES DE SEXTA-FEIRA: MARC MÁRQUEZ ABRIU NA FRENTE; OLIVEIRA DISCRETO

Cerca de oito meses depois do último GP de 2019, o FP1 do GP de Espanha marcou o regresso da competição no MotoGP. E a sessão revestia-se de importância, uma vez que o calor da parte da tarde significava que os melhores tempos deveriam sair dessa sessão. Viñales e Jack Miller (Pramac Racing) lideraram numa fase inicial, em que Oliveira chegou a ser o melhor KTM. Nesta altura, Quartararo estava fora de pista, uma vez que por uma infração em treinos pessoais durante a pausa foi penalizado perdendo os primeiros 20 minutos deste FP1. Só nos derradeiros dez minutos é que existiram mais mudanças – aí, impôs-se Marc Márquez (Repsol Honda), que superou Viñales por apenas 24 milésimas. Cal Crutchlow (LCR Honda) foi terceiro e Andrea Dovizioso levou a sua Ducati a quarto na frente de Joan Mir (Team Suzuki Ecstar). Quanto a Oliveira, mais do que a classificação – foi 20.º apenas na frente de Danilo Petrucci (Ducati) e de Bradley Smith (Aprilia) – destacou-se pelo ritmo constante entre 1m38s alto e 1m39s baixo. Tal como se antevia, não existiram melhorias na tabela de tempos no segundo treino livre, com o calor intenso a pairar sobre Jerez de la Frontera. Quartararo passou pela liderança, tal como Marc Márquez, nos primeiros minutos, mas a um quarto de hora da bandeira de xadrez era mesmo Quartararo na frente do espanhol. Os pilotos iam aproveitando para trabalhar para a corrida – aproveitando as condições semelhantes às que se esperavam. Nos derradeiros minutos, Franco Morbidelli conseguiu superar o colega Quartararo por 0,027s, enquanto Brad Binder (Red Bull KTM) surpreendeu com o terceiro registo acima de Marc Márquez. Oliveira teve de novo dificuldades para sair dos últimos lugares, terminando em 17.º. Sem embargo, conseguiu novamente ter uma prestação constante – agora no 1m39s. No fim de sexta-feira, Marc Márquez ocupava a liderança da tabela combinada 0,024s na frente de Viñales. Binder tinha provisoriamente o último lugar de apuramento direto para a Q2 ao ser décimo 0,017s acima de Johann Zarco (Hublot Reale Avintia). Quartararo foi o único a melhorar do FP1 para o FP2 ficando em 15.º, enquanto Oliveira foi 20.º.

MOTOGP, TREINOS LIVRES DE SÁBADO: QUARTARARO NO TOPO DO FP3, MARC MÁRQUEZ LIDEROU FP4

Na manhã de sábado – 18 de julho – esteve em jogo o acesso direto à Q2, pelo que os pilotos atacaram desde logo as melhores marcas. Foram diversos os homens a passar pela frente, mas Quartararo destacou-se sendo o primeiro a entrar no 1m36s neste fim de semana. Na altura superou Mir no FP3 e na tabela combinada. Sempre distante da frente, Oliveira estava com dificuldades para lutar pelo top dez. As marcas desceram nos derradeiros minutos, mas ninguém fez melhor do que Quartararo – que ficou 0,052s na frente de Miller, enquanto Mir ainda chegou a terceiro no final. Dovizioso assinou o décimo tempo e deixou Pol Espargaró (Red Bull KTM) de fora da Q2 por 0,038s. Rins e Petrucci estiveram também entre os relegados à Q1, enquanto Oliveira não foi além de 21.º da sessão e do combinado, apesar de um andamento constante no 1m38s. Ao início da tarde, o quarto treino livre deu uma chance aos pilotos de prepararem a corrida numa hora semelhante à da prova do dia seguinte. Por isso, como habitualmente, os tempos eram secundários. Marc Márquez assumiu a liderança cedo para nunca mais ser superado, ficando uma milésima acima de Viñales. Mir foi terceiro. Quanto a Oliveira, ficou em 15.º e perdeu alguns minutos ao sofrer problemas na sua KTM RC16. Novamente, estabeleceu um ritmo consistente ao rodar entre 1m38s alto e 1m39s baixo.

MOTOGP, QUALIFICAÇÃO: QUARTARARO REPETENTE NA POLE POSITION; OLIVEIRA EM 17.º

Na Q1, 12 pilotos decidiram as últimas duas vagas na Q2. Depois das primeiras tentativas, os lugares de

Honda Racing Corporation Marc Márquez mais forte no primeiro dia de época

apuramento eram ocupados pelas Red Bull KTM de Pol Espargaró e Binder. Ambos viriam a ser superados por Rins, que liderou mesmo a Q1 por 0,195s. Pol Espargaró ainda aguentou o terceiro lugar apesar de não melhorar, enquanto Binder caiu para terceiro e ficou de fora – tal como Petrucci, quarto classificado. Mais atrás, Oliveira não foi além do sétimo registo a mais de sete décimas do apuramento, ficando relegado a 17.º na grelha. Mais atrás, Álex Márquez (Repsol Honda) assegurou o 21.º posto à partida da sua corrida de estreia. A Q2 abriu como tinha terminado o FP3 – com Quartararo na frente, só para depois ser superado por Marc Márquez que foi 58 milésimas mais rápido. Nas últimas voltas, Quartararo mostrou que a pole position do ano passado em Jerez não foi um caso isolado, estabelecendo um novo recorde do traçado andaluz para partir da frente – 1m36,705s. Deixou Viñales a 0,139s, enquanto Marc Márquez teve de se contentar com o terceiro posto à frente de um surpreendente Francesco Bagnaia (Pramac Racing). A sessão foi azarada para Rins, com o homem da Suzuki a sofrer uma queda feia na curva 11 tentando evitar Miller que também caíra. Uma lesão num ombro viria a afastá-lo da corrida. Depois da qualificação, apesar da pole position Quartararo confessou

CLASSIFICAÇÃO GP ESPANHA - MOTOGP

Pos. Piloto Equipa

Moto Temp./Difer. 1.º Fabio Quartararo Petronas Yamaha SRT Yamaha 41m23,796s 2.º Maverick Viñales Monster Energy Yamaha Yamaha + 4,603s 3.º Andrea Dovizioso Ducati Team Ducati + 5,946s 4.º Jack Miller Pramac Racing Ducati + 6,668s 5.º Franco Morbidelli Petronas Yamaha SRT Yamaha + 6,844s 6.º Pol Espargaró Red Bull KTM Factory Racing KTM + 6,938s 7.º Francesco Bagnaia Pramac Racing Ducati + 13,027s 8.º Miguel Oliveira Red Bull KTM Tech 3 KTM + 13,441s 9.º Danilo Petrucci Ducati Team Ducati + 19,651s 10.º Takaaki Nakagami LCR Honda Idemitsu Honda + 21,553s 11.º Johann Zarco Hublot Reale Avintia Racing Ducati + 25,100s 12.º Álex Márquez Repsol Honda Team Honda + 27,350s 13.º Brad Binder Red Bull KTM Factory Racing KTM + 29,640s 14.º Tito Rabat Hublot Reale Avintia Racing Ducati + 32,898s 15.º Bradley Smith Aprilia Racing Team Gresini Aprilia + 39,682s NC Marc Márquez Repsol Honda Team Honda 21 voltas NC Iker Lecuona Red Bull KTM Tech 3 KTM 19 voltas

NC Valentino Rossi Monster Energy Yamaha Yamaha 18 voltas NC Aleix Espargaró Aprilia Racing Team Gresini Aprilia 2 voltas NC Joan Mir Team Suzuki Ecstar Suzuki 1 volta

Quartararo repetiu feito de 2019 com pole position do GP de Espanha.

que a vitória não era uma obsessão: ‘Sabemos que somos fortes e que a vida do pneu é boa, mas os nossos adversários também são muito fortes. Estou focado no trabalho que preciso de fazer e oxalá sejamos capazes de lutar pela vitória. No entanto, não estou obcecado com a minha primeira vitória

PSP/Lukasz Swiderek no MotoGP, o nosso objetivo é estar no pódio’. Oliveira admitiu no fim da qualificação que teve um sábado difícil: ‘Tivemos novamente dificuldades para encontrar aderência. No FP4 conseguimos finalmente dar um passo em frente e planeámos fazer o melhor

Celebração de Quartararo no seu primeiro triunfo em MotoGP.

possível na qualificação. Penso que precisaria de um pouco mais de tempo com a configuração desta moto. Mas, no final, demos um passo em frente, então isto é importante. O nosso ritmo é forte’.

MOTOGP, CORRIDA: ESTREIA DE QUARTARARO NOS TRIUNFOS E OLIVEIRA IGUALOU O MELHOR RESULTADO

O domingo de MotoGP no GP de Espanha começou com Marc Márquez a liderar o warm-up 0,051s na frente de Morbidelli, com Oliveira em 12.º. Infortúnio para Crutchlow, com o britânico a sofrer uma violenta queda nos últimos segundos ficando de fora da corrida. Mais tarde viria a saber-se que o piloto fraturara o osso escafóide do braço esquerdo. De tarde, chegou a tão ansiada primeira corrida da época de MotoGP. Viñales arrancou melhor para chegar à liderança, com Marc Márquez, Miller, Quartararo e Bagnaia atrás de si. Mir caiu na segunda volta e ficou de fora, numa altura em que Viñales e Marc Márquez discutiam o comando. O #93 acabou mesmo por exceder os limites saindo para a gravilha, o que o despromoveu a 16.º. Viñales ficava na liderança, mas Quartararo subiu de andamento e na volta seguinte superou Miller, para depois aproveitar erros de Viñales e chegar ao topo. Até ao fim, mais ninguém conseguiu destronar Quartararo. Enquanto isso, Marc Márquez ia assinando uma recuperação notável, enquanto Viñales perdia a vice-liderança para Miller. Em grande nível, Oliveira esteve desde cedo na disputa pelo top dez, chegando mesmo a esgrimir argumentos com Marc Márquez e Valentino Rossi (Monster Energy Yamaha) – que, posteriormente, abandonaria com problemas na sua YZR-M1.

avid Goldman/Gold and Goose Photography

Miguel Oliveira igualou o seu melhor resultado pessoal.

A recuperação de Marc Márquez terminou no terceiro lugar, quando tentava atacar Viñales – este já tinha recuperado posição a Miller depois de algumas voltas em terceiro. Na pressão para chegar à vice-liderança, Marc Márquez exagerou e caiu na segunda curva, fraturando mesmo o úmero do braço direito. Alheio a isso estava Quartararo destacado na frente, acabando por ganhar 4,603s na frente de Viñales. Dovizioso completou o pódio depois de uma boa recuperação. Quanto a Oliveira, constante entre os dez primeiros, por poucas décimas que não fez o seu melhor resultado de sempre – igualando o melhor ao ser oitavo colado a Bagnaia. Após este seu primeiro triunfo – conquistado de forma clara – Quartararo era naturalmente um homem feliz: ‘É incrível. […]. Foi uma corria fantástica e fomos muito consistentes, embora a pista estivesse mesmo má. Houve pouca aderência e os pneus quebraram muito rápido. Senti-me bem na moto, então obrigado à minha equipa, aos parceiros e à Yamaha por isso. Tive um dos momentos mais assustadores da corrida no mesmo sítio em que tive o problema no ano passado, estava preocupado que acontecesse outra vez! Tudo estava bem, mas as dez últimas voltas pareceram demorar muito a completar-se. Todas as voltas que ficávamos mais perto do fim, sentia-me cada vez melhor, simplesmente a divertir-me’. Depois do segundo lugar na retoma, Viñales comentou: ‘Estou tão feliz com a partida e as primeiras voltas, porque estive mesmo lá na frente. Assumi a liderança e tentei escapar. […]. Quando perdi a frente pela primeira vez, comecei a viajar, especialmente no limite do pneu. Não conseguia virar a moto. Então, esse é o aspeto em que precisamos de melhorar. Talvez o pneu macio na frente não tenha sido a melhor decisão, mas trouxemos a moto até ao fim em segundo, que é o mais importante’. Por seu turno, Dovizioso ficou mesmo surpreendido com o pódio: ‘Este pódio é como uma vitória para mim. Foi uma corrida desafiante e não pensava que conseguisse obter este resultado, mas felizmente não desisti até ao fim e consegui não cometer quaisquer erros. […]. Infelizmente ainda não me senti completamente confortável na moto e, acima de tudo, faltou-me velocidade’. Depois de conseguir igualar a sua melhor prestação de sempre, Oliveira vincou o seu contentamento: ‘Foi um final muito, muito feliz deste fim de semana. Depois de ter algumas dificuldades nos treinos livres, penso que merecemos este bom resultado. Começar a época com um top dez é melhor do que o esperado’. Uma ronda volvida, e Quartararo estava na liderança do Mundial de pilotos com mais cinco pontos do que Viñales, sendo Oliveira oitavo a 17 pontos do topo. Entre os independentes, Quartararo era naturalmente o líder, numa classificação de dez pilotos em que Oliveira estava rigorosamente a meio no quinto posto – a cinco pontos da vice-liderança.