Mosaico 5º Edição - Janeiro e Fevereiro 2015

Page 1

Edição N.º 5 janeiro e fevereiro 2015

S, N E V O J DOS

PARA OS JOVE N

S



EDITORIAL

Novo ano, ideias novas!

C

om a quinta edição, o Mosaico inicia o seu ano de 2015. Em 2014 fundámos este projeto e depois de quatro edições lançadas, esta revista começa a ganhar forma. Através das várias entrevistas de rua, da presença em eventos, da divulgação de algumas iniciativas e de associações do concelho, conseguimos ir-nos aproximando da comunidade aos poucos. Hoje já são muitos os jovens que já ouviram falar do Mosaico. No entanto, ainda não somos suficientemente conhecidos. É por isso que para 2015 apostaremos cada vez mais na divulgação, mas também em preencher os teus dias com novidades, tentando sempre abordar novas temáticas, novos talentos e novas histórias. Um dos novos tópicos que abordamos nesta edição é sobre o nosso percurso escolar. Será que a educação que recebemos nos deixa preparados para o que vem a seguir? Deparamo-nos com um sistema de ensino muito mecanizado que se baseia apenas em “decorar” e fomenta muito pouco o espírito crítico e criativo dos jovens. Um siste-

ma que não dá a mesma importância às humanidades e às artes como dá às ciências, quando todas elas são igualmente importantes. Por isso achamos que faltam disciplinas que nos guiem, que incentivem ao debate e que nos ajudem a perceber melhor a sociedade à nossa volta. Cidadania, política, empreendedorismo são alguns dos temas que achamos que deviam ser abordados, de forma a ajudar os jovens a definirem o seu percurso, estudando as funções das diversas profissões e os caminhos para lá chegarem. E para ti? O que falta no sistema de educação? Faz ouvir a tua opinião!

Torna-te uma peça ativa deste Mosaico! (sabe como na última página)

mosaico@dinamo.pt

ÍNDICE

03 05 09 13

janeiro - fevereiro

15 Escrita Criativa 16 Moveing

Voluntariado em Sintra À descoberta de... Como é viver em Sintra Os Jovens Dão a Voz

17

Agenda Cultural

19

Entrevista Cultural

14 Vox Pop

02


O D A I R A T N U L O V EM SINTRA

ado, a de vo lunta ri iv t ia c in a m u er s-te a c o nhec este mês da mo Orga nizada pe la as so ciação Missão Mágica

Nesta edição mostramos-te a experiência de duas jovens voluntárias que decidiram passar o seu tempo livre no Natal a ajudar os Bombeiros Voluntários de Mem Martins através da angariação de fundos numa banca de embrulhos no Fórum Sintra. Esta campanha teve como parceiro o Pingo Doce e foi organizada pela associação Missão Mágica, um serviço profissional de comunicação e marketing para associações comunitárias que gere campanhas de voluntariado a partir da sua sede em Braga.

Débora Fernandes

N

ós soubemos desta iniciativa porque vimos um anúncio no final de novembro. Eu já costumo fazer voluntariado há mais anos, até porque sou irmã do rapaz responsável por esta iniciativa, por esta colaboração com o Pingo Doce para ajudar os Bombeiros de Algueirão – Mem Martins, então já sabia mais ou menos como é que era e quase todos os anos costumo vir ajudar e fazer estes embrulhos para angariar fundos. As pessoas dão o que podem, e se derem um determinado valor de donativo nós retribuímos com um brinde. A verdade é que há imensa gente que gosta de ajudar e isso é positivo. Mas também há imensa gente que só gosta de falar mal e que está sempre a criticar. Este ano estamos a ver que as pessoas estão muito afetadas pela crise, então só sabem dizer coisas negativas, e criticam imenso. Este trabalho tanto tem coisas boas como tem coisas más, porque tanto temos elogios e pessoas

03

super queridas e simpáticas que não nos podem ajudar mas tentam, como por outro lado temos pessoas que descarregam em nós a sua raiva e nós tentamos perceber que são coisas da vida e acabamos por aceitar. Eu já tinha feito voluntariado no Banco Alimentar e também já tinha estado num projeto para falar sobre a Sida nas escolas. Por cauda deste contacto, sinto que consigo comunicar melhor com os outros, consigo ter uma melhor forma de abordar as pessoas,consigo entendê-las melhor, e é sempre bom estar a ajudar alguém. Esta experiência mudou a minha forma de ver o mundo em vários aspetos, porque se calhar olhava para as pessoas de forma completamente diferente. Por exemplo, olhava para os bombeiros e pensava que eles eram pessoas completamente diferentes e que tinham um posto muito mais equipado, mas na verdade não têm qualquer tipo de ajudas e têm imensa

falta de material. O Pingo Doce nesta parceria participa mais com material, depois os bombeiros têm a parte da associação, que ajuda também na prevenção dos perigos. Se não fosse a associação a ajudá-los, os bombeiros não iam ter tempo nem iam conseguir estar sempre a tratar destas áreas.

Mosaico


Joana Brito

N

É a primeira vez que faço este tipo de voluntariado. Vi o anúncio que estava na Internet, inscrevi-me, fui a uma entrevista e depois ligaram-me para vir para aqui. Vim experimentar porque tinha disponibilidade para o fazer e gostei muito. Aqui há pessoas que nós percebemos que não ajudam porque não querem mesmo, e há outras que mesmo com pouco tentam sempre ajudar um bocadinho. Nós oferecemos brindes porque é uma forma de agradecer os donativos desse valor e é sempre algo que as pessoas podem oferecer a alguém. Neste voluntariado nós só vamos quando podemos, não é uma escala. Os nossos horários são das 8h às 16h, das 16h às 23h, e também há o horário das 12h às 20h durante a semana. Depois recebemos uma ajuda para alimentação e transporte. Eu já tinha feito voluntariado em vários sítios. Estive em Sintra, na floresta

janeiro - fevereiro

a prevenir fogos, também já estive nos bombeiros a fazer um estágio de voluntariado de verão e estou também a fazer voluntariado numa creche. Acho que ao fazer voluntariado aprendemos várias coisas que não estamos à espera, porque há pessoas que nós pensamos ser uma coisa mas depois são outra. Acho que o voluntariado ajuda a perceber melhor a sociedade.

QUERES MAIS? ER B SA Site dos Bombeiros : http://www.bvamm.pt/

04


À DESCOBERTA DE ...

Em cada edição vamos mostrar-te os vários clubes espalhados pelo concelho, onde podes participar em várias atividades e preencheros teus tempos livres!

F

oi em 1991 que foi fundado o Belas Rugby Clube, embora o rugby já fosse praticado na localidade desde 1975, que então fazia parte do Clube Desportivo de Belas, cuja secção se deve à iniciativa de Manuel Henrique Saraiva e António Bento, ex-jogadores do CDUL, e a Ruy Gonçalves, ex-jogador do Benfica. Desde que a modalidade começou a ser praticada que se tornou moda jogar Rugby entre os jovens de Belas. Hoje em dia, o Belas é uma referência na formação dos escalões mais jovens, garantindo a presença constante de atletas nas competições jovens a nível regional e nacional. Em 2008 surgiu a Academia Belas Rugby. As condições de treino evoluíram e, desde então, aumentou o número de atletas federados entre os escalões sub-8 e sub-16, que passou de 30 para 70 atletas. O crescimento do clube está, porém, dependente do crescimento de uma modalidade que em Portugal ainda vive muito na sombra do futebol. Ricardo Gordo, diretor desportivo do clube, lamenta que o clube não tenha, por exemplo, o mesmo acesso aos campos de que o futebol dispõe para os treinos. É uma modalidade que teve o seu “boom” em 2007 aquando do inédito apuramento de Portugal para o campeonato do mundo, uma equipa amadora no meio de profissionais. Para Fábio, atleta sénior do Belas, este momento poderia ter sido melhor aproveitado para se falar mais do Rugby, para colocar a

05

Fotografia retirada do Site do clube

Belas Rugby Clube

Mosaico


Ricardo Gordo, diretor desportivo

Diogo, 14 anos

Fábio, 25 anos

“O futebol é um desporto de cavalheiros praticado por brutos, e o rugby é um desporto de brutos praticado por cavalheiros.”

“O meu pai já tinha jogado, disse para eu vir experimentar e eu vim, e gostei. Na altura fui experimentar também futebol, mas gostei mais do espírito do Rugby.”

“O Rugby para mim é um hobby, um escape do dia a dia, porque eu estudo, estou no 1º ano de arquitetura e também trabalho, mas quando se gosta concilia-se o rugby com tudo. Não me vejo sem rugby na minha vida”

modalidade no auge, mas, por falta de apoios, acabou por cair um pouco no esquecimento. Considera também, que um dos problemas está no facto de o rugby não dar dinheiro nem ter uma grande mediatização: “Faltam-nos sempre incentivos, tanto ao nível financeiro como em termos de apoio logístico. Quando somos pequenos, a “primeira” coisa que os nossos pais fazem é darem-nos uma bola de futebol, porque se fala no Cristiano Ronaldo, no Figo, no Eusébio... eu próprio como jogador de rugby gosto de assistir a alguns jogos da nossa competição, mas o desporto de eleição pelo qual eu sofro é o futebol. Gostava que o rugby tivesse mais força a nível do desporto internacional, porque temos bons atletas e porque o rugby a nível de formação de pessoas forma muito boa gente”. Para o diretor desportivo do clube, Ricardo Gordo, o Rugby é uma excelente alternativa ao futebol, porque “os miúdos mais pesados são corridos para guarda-redes ou nem sequer têm tempo de jogo, e quando vão para o Rugby têm uma importância enorme e sentem-se inseridos e importantes para a equipa”. O Belas Rugby Clube alcançou o título de Campeão da II Divisão Nacional em

2005/2006, com a particularidade de os atletas que protagonizaram esse feito terem sido todos formados no clube. Porém, desceram de primeira divisão logo na época seguinte, e embora a sua presença na mesma tenha sido a conquista mais importante do Belas Rugby, quando questionado sobre os objetivos e planos para o clube, Ricardo Gordo preferiu salientar como principal objetivo “conseguir chegar às escolas e principalmente aos pais dos miúdos”, devido à existência do estigma de que o rugby é violento, o que faz com que os pais tenham medo e não deixem os filhos praticarem a modalidade. “A partir do momento que conseguirmos chegar aos pais e trazer os miúdos, dizendo-lhes que o desporto é saudável e seguro, o Belas está radicado. Vou às escolas os miúdos todos adoram os treinos, as atividades, ficam com vontade de jogar rugby, e depois os pais dizem “jogar rugby, partir cabeças? o meu filho não vai”, e nós ficamos a pensar ‘então, mas já foi ver o que é que é um jogo de rugby?’ “, refere o diretor desportivo. Fábio tem 25 anos e já pratica Rugby desde os 15. Confessa que em 10 anos de prática nunca teve uma lesão que fosse realmente grave, embora admita que aconteçam acidentes, uma vez que

se trata de um desporto que envolve contacto físico, mas que não é violento: “Nós não andamos ao soco e ao pontapé uns aos outros, é aliás um desporto de bastante respeito, onde uma das regras principais é respeitar o adversário. Eu digo aos pais para deixarem os filhos experimentar, porque fomentamos a prática do desporto e do rugby, e acima de tudo, pelo menos é o exemplo que eu tenho aqui do Belas, é que todos os jovens são acompanhados na escola, ou seja, exigimos que eles venham treinar, mas exigimos também que eles tenham boas notas”. A adaptação à modalidade e ao clube não é complicada, pelo menos é esta a opinião partilhada por Ricardo: “Temos dois ou três jogadores que entraram diretamente para os séniores, recentemente, o que não é fácil porque nesse escalão a competição começa com uma agressividade bastante maior, com pessoas com 130 ou 140 kg, e nós temos que nos meter à frente para pará-los! Só quem experimentar duas ou três vezes é que fica a perceber o que é o Rugby. O espírito é diferente. Os treinadores gritam com eles o treino todo mas são vistos como ídolos”, comenta. Falámos também com o Diogo, de 14 anos, e com o Alexandre, de 16, atletas dos escalões sub-16 e sub-18,

janeiro - fevereiro

06


Fotografia retirada do Site do clube Fotografia retirada do Site do clube

respetivamente - o primeiro joga há cinco anos no clube, e o segundo há sete. Ambos reconhecem os efeitos benéficos do rugby no dia a dia, tanto pelos valores de respeito e trabalho de equipa transmitidos como também o efeito anti-stress, e ambos enalteceram também o bom espírito vivido na modalidade, a amizade presente e a importância do trabalho conjunto como fatores atrativos da modalidade. Os jovens atletas confessaram-nos também os seus objetivos pessoais: o sub-16 ambiciona chegar à seleção nacional e ajudar a “fazer o clube andar para a frente”, enquanto o Alexandre tem mais o objetivo de vir a ser treinador. Com 10 anos de Rugby nas pernas, Fábio afirma que é uma modalidade que cria Homens, e considera que o tornou mais maduro. Para os jovens que acham já ser tarde para começar a praticar um desporto, deixa-nos o seu testemunho: “ O Rugby não tem idade, obviamente que quanto mais cedo começarem, melhor. Eu comecei com 15 anos, e estou aqui, por isso não acho que essa seja uma idade tardia. 07

Acho que se tiverem 40 anos, no Rugby Social, podem experimentar - aliás, há jogos de rugby com atletas de 70 e 80 anos, onde naturalmente o rugby é um pouco diferente a nível do contacto, mas enquanto tiverem pernas podem jogar, e o que importa é o convívio e a mítica 3ª parte do rugby. Nós costumamos receber equipas de Veteranos que vêm de França e Inglaterra, por vezes um misto de jogadores jovens e de jogadores mais velhos, disputamos um jogo sem outro objetivo sem ser a diversão”. Alexandre partilha do mesmo ponto de vista e deixa uma dica aos estreantes: “quando levar a primeira pancada a sério, não devemos criar medo”. De ressalvar, por fim, que o Belas Rugby tem uma parceria com o CAT (Centro de Acolhimento de Tercena) da Santa Casa que já dura há cinco anos, através da qual envia para o clube crianças com dificuldades, e que, segundo Ricardo Gordo, apresentam “uma enorme evolução com a prática do rugby que não se vê em outros desportos”. Fica o convite para virem ver os treinos com uma mentalidade aberta:

“Não se vão arrepender de certeza”, remata o diretor desportivo.

Informação sobre os treinos Sub 8/10/12/14 Terça-feira - 19.30 h - Campo desportivo do Sabuguense Quinta-feira - 18.30 h - Escola Miguel Torga em Queluz Sub 16 e 18 Segundas, Terças e Quintas-feiras 19.30 h - Campo desportivo do Sabuguense Seniores Segundas-feiras - 19.30 h Campo desportivo do Sabuguense Terças e Quintas-feiras - 20.30 h - Campo desportivo do Sabuguense

QUERES MAIS? ER B SA www.belasrugbyclube. com/academia-de-rugby/ informacoes/

Mosaico


Pertences a algum clube de Desporto Leitura Xadrez Artes ou outro tipo?

Queres que ele apareça no Mosaico? Fala conncosco! Envia um email para mosaico@dinamo.pt ou contata-nos atravÊs do Facebook.

DOS JOVENS, PARA OS JOVENS janeiro - fevereiro

08


COMO É VIVER EM SINTRA

Elvin Imbessi tem 22 anos e veio da Guiné-Bissau para Portugal há 5 anos. Hoje vive na Tapada das Mercês e admite que o facto de ser de outro país nunca fez com que fosse mal recebido. Depois de a sua mãe ter vindo para Portugal trabalhar, Elvin acabou também por sair da Guiné-Bissau e veio viver para o concelho de Sintra com a sua família. Com mais oportunidades em relação ao seu país de origem, veio sobretudo para estudar.

A

milhares de quilómetros do seu país, Elvin veio viver para o concelho de Sintra com a sua família (mãe, padrasto e irmã) principalmente porque as rendas eram mais baratas. Quando chegou à Tapada das Mercês, conta como “tudo era estranho”, pois via “novas caras e não sabia como devia agir com as pessoas”. Elvin confessa que não gostou de Portugal ao início: “quando cheguei cá não queria ficar. Dizia à minha mãe que queria voltar e que Portugal não era fixe”. Uma das principais razões era o facto de não ter amigos, depois ter deixado os que já tinha no seu país de origem. No entanto, apesar de ser um rapaz um pouco tímido, rapidamente se foi adaptando e fazendo novos amigos que o ajudaram na sua integração. Começou por estudar na Escola Leal da Câmara em Rio de Mouro, onde conheceu “colegas espetaculares” que desde o primeiro dia o acolheram como se já o conhecessem há mais tempo: “eles ajudaram-me com explicações na escola e com tudo o que eu precisava para me adaptar”. Quando chegou a Portugal, Elvin também não sabia falar muito bem português, mas ao longo do tempo foi aprendendo através do convívio com as pessoas. Quando passou para o horário da noite na Leal da Câmara, decidiu inscreveu-se no curso profissional de Ener-

09

gias Renováveis no APIEF (Centro de Formação Profissional para a Indústria Técnica, Energia e Ambiente). Porém como não houve alunos suficientes para abrir o curso, acabou por ir para Climatização e Refrigeração, curso que está a tirar atualmente e de que está a gostar. Há um ano atrás juntou-se ao Grupo de Teatro do Oprimido de Lisboa, pois sempre teve o gosto pelo palco. “Graças ao teatro deixei a timidez de lado e a soltei-me mais”, confessa Elvin, sendo que também o convívio com os outros elementos do grupo e com o público o ajudou a integrar-se cada vez melhor na comunidade onde vive.

Sintra

“Agora ando na rua e a maior parte das pessoas já me conhecem. Da minha parte sempre senti que fui bem recebido.” – Elvin e a sua família sempre foram muito bem aceites e correu sempre tudo bem. Em relação à diversidade cultural que marca o concelho de Sintra, Elvin gosta de viver num sítio que é habitado por várias culturas, dando-se com guineenses, com cabo-verdianos, com portugueses e angolanos. Por fim, confessa que está a contar ficar em Portugal. No entanto, se conseguir uma oportunidade profissional no seu país de origem, talvez regresse a Guiné-Bissau. Mosaico


Saíste do teu país para vir viver em Sintra? Como está a ser a tua experiência ?

Conta-nos a tua história! Queres aparecer no Mosaico? Envia um email para mosaico@dinamo.pt ou contacta-nos através do Facebook.

DOS JOVENS, PARA OS JOVENS janeiro - fevereiro

10


, S N E V O J OS

D

PARA OS JOVE N

S


SEGUE-NO

S EM:

a r t in .S o ic a s o M / m o .c k o www.facebo


O Ã D S N E V O J OS

Z O A V

O Ã IÇ

D E 4ª

Este é o teu espaço para te fazeres ouvir! Aqui tens a oportunidade de participar, de dizer o que pensas, de mostrar como vês Sintra, Faz-te ouvir através da discussão de temas que nos atingem no dia-a-dia, fotografias e passatempos.

13

Mosaico


VOX POP O Mosaico foi à rua para perguntar o que achas sobre...

DURANTE O TEU PERCURSO ESCOLAR, QUE TEMAS ACHAS QUE DEVERIAM SER TRATADOS PARA TE PREPARAR PARA O FUTURO?

Durante o meu percurso escolar não posso dizer que não tenha sido abordado algum tema que seja indispensável ao meu progresso no futuro, mas se tivesse que destacar alguma coisa da qual gostaria que tivesse sido desenvolvido, seria competências para apresentações em público e também para debates. E também competências em Excel que hoje bem preciso e para isso vou ter de fazer formação nas férias.

André B. 18 anos

No meu ponto de vista, acho que isso depende de cada aluno e nunca terá uma resposta única. Todos querem algo diferente para o seu futuro. Para mim, no ponto de vista do ensino profissional, os nossos cursos deveriam manter as disciplinas de inglês e de matemática até ao 12º ano, para termos mais bases para ir a exame ou então para irmos para fora do país. Quanto a temas, acho que depende muito de cada curso, mas para mim faltam sempre bases não só da eletrónica, como de coisas que temos de ser capazes de fazer no nosso quotidiano.

André L. 20 anos

Acho essencial incentivar a escola a fazer workshops, para podermos desfrutar de várias experiências, conhecer outras áreas e ter uma ideia mais concreta do que são os cursos. Há vários temas da actualidade que deviam ser abordados em várias novas disciplinas: os direitos humanos e a formação cívica, por exemplo, que são fundamentais para o nosso percurso para nos tornarmos cidadãos mais ativos. Uma boa divulgação e a comunicação também são fundamentais para o nosso futuro.

Penso que poderiam ser abordados temas como: o que fazer para ter uma participação ativa na sociedade, como realizar um currículo ou que atividades fazer para além das aulas. Acho que o sistema de ensino devia procurar métodos de ensino mais práticos e mais cativantes para os jovens.

Andreia C. 22 anos

Tiago R. 17 anos

NA PRÓXIMA EDIÇÃO:

“Conheces a Casa da Juventude? Achas que devia haver mais espaços com atividades, dedicados especialmente para os jovens?

VEM AO FACEBOOK DEIXAR A TUA OPINIÃO!

janeiro - fevereiro

14


Espaço Escrita Criativa Autora: Maria Cintra Sobre o silêncio cá dentro Faz uma hora que já não é ontem. E que bela a noite. Noite que chama o enroscar dos amantes apaixonados, olhando a lua e pensando no maravilhosamente ridículo que é estarem ali os dois, quando em tempos não era esse o caso. Mas dedos juntos depressa se separam quando chega a tempestade. Há tempestade cá dentro. Vento, chuva, mas sobretudo uma mistura de sons, cheiros, imagens que torna impossível decifrar o que afinal se passa ou o que afinal nem se quer se passou. Há tempestade cá dentro. Os furacões multiplicam-se e não sabem porquê. Consiste em pegar em cada pensamento e fingir que é feito de plasticina: esticá-lo, dobrá-lo, virá-lo em todas as direcções, moldá-lo em tantas formas de si que deixa de se ser e passa então ao destino inevitável de ser coisa nenhuma. E de repente mata plasticina a recordação do minuto quase anterior, o pensamento pré-tempestade, o sabor de uma realidade ainda não distorcida num misto de coisa nenhuma. Coisa nenhuma é a que destrói a noite imediatamente anterior nas desavenças cerebrais da mente anónima dos dois. “E que foi afinal?” “Palavras.” Que silêncio se instala depois, primeiro azedo, depois dor - mas devagar chega o silêncio doce da mente que finalmente se

encontrou. Finalmente, calados, ouviram-se os dois. E de repente, a lembrança de que não foi há tanto tempo assim que não estavam ali os dois, que os seus dedos se encontravam desencontrados. E era ela ali, ele do outro lado, os dois procurando ouvir-se com o Atlântico pelo meio. E não havia tempo para tempestades na cabeça: havia a urgência de se verem das maneiras outras, já que não se podiam ver, de se ouvirem das maneiras todas já que se não conseguiam ouvir. “E que foi que se passou?” “Passou-se que já não havia isto há tempo demais” “Olá,” “Olá.” De repente, sim. De repente afinal não se passa nada, foi só vento e acalmou. Já cá estão outra vez e há tempestade cá dentro.

Este é o teu novo espaço de Escrita Criativa! Se gostas de escrever sobre vários temas, envia-nos os teus textos para mos aico@dinamo.pt. Solta o teu “bichinho de escrever”!

15

Mosaico


FLASH! Queres fazer parte da próxima edição do Mosaico?

NG O MOVIEI sugere... Gostas de Cinema? O Movieing é nova a rubrica que te sugere filmes sobre temas presentes na sociedade e que te faz refletir sobre eles.

Crash - Identidade Humana

MOSTRA-NOS O SÍTIO ONDE COSTUMAS PASSAR OS TEUS TEMPOS LIVRES COM OS TEUS AMIGOS! Envia-nos uma foto por mensagem privada pelo Facebook com uma pequena descrição do teu spot no concelho de Sintra. SÊ ORIGINAL, porque só uma será publicada na nossa edição!

SEGUE-NOS TODOS OS DIAS NO FACEBOOK! www.facebook.com /Mosaico.Sintra janeiro - fevereiro

Existe uma malha com diferentes cores, cada cor representa uma diferente cultura, língua, religião… No entanto, todos estes conceitos ou práticas estão interligados numa rede imensa - a sociedade. A identidade humana não só é a unidade e a individualidade, mas também o coletivo. Apenas com a influência do outro e da sociedade conseguimos criar a nossa própria identidade. Não acham interessante pensar que somos o homem egípcio, o escravo etíope, ou a empregada de quarto de uma rainha? Todos originamos de antepassados e costumes e com tudo isto vamos evoluindo até à atualidade, que apenas é originada de acontecimentos do passado. Um filme que sugestiona a interligação de vidas humanas é o crash, dirigido por Paul Haggins, que conta a história, que decorre em Los Angeles, de vários acontecimentos entre personagens que acabam por se cruzar e reforçar a ideia de rede. Aqui vos deixo com esta sugestão. Até à próxima, Beatriz Darame 16


AGENDA CULTURAL Em Sintra acontece...

janeiro 2015 S

5 12

Local: Centro Cultural Olga Cadaval Dias: 27 de janeiro e 24 de fevereiro, das

19:00 às 21:00 Preço: 5,00€

6 13

Q

7

14

Q

S

1

2

8

9

15

S

D

3

4 11

10

16 17 18

18 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31

‘Clube de Leitura’ com Raquel Ochoa Ideal para aqueles que gostam de ler e que querem partilhar as suas ideias acerca das obras em debate.

T

fevereiro 2015 S

2 9

T

3

10

Q

4

11

Q

S

5

6

12

13

S

7

14 20 21

16 17 18 19 23 24 25 26 27 28

D

1

8 15 22

Espetáculo dos Instantâneos Neste espetáculo, os Instantâneos contam com a presença de Daniel Nascimento, Os Improváveis e Ignácio Lopez

Concerto dos D.A.M.A Um concerto da banda portuguesa do momento. A não perder!

Local: Centro Cultural Olga Cadaval Dias: 27 de Fevereiro às 22:00 Preço: 10,00 € (desconto de 2,00€ para

menores de 18 anos)

Local: Centro Cultural Olga Cadaval Dias: 6 de fevereiro às 22:00 Preço: 10,00€

17

Mosaico


Ateliê de Iniciação à Pintura Artística Aprendizagem das bases para a criação artística.

Local: Casa da Cultura de Mira Sintra Dias: Todas as quintas-feiras do mês de

janeiro, das 14:00 às 17:00 Preço: Gratuito

‘Diverte-te em Estado Zen’ Atividade de yoga para todos aqueles que gostam ou que querem experimentar.

Local: Centro Lúdico de Rio de Mouro Dias: 17 de janeiro às 15:30 Preço: Gratuito

Apresentação do projeto ‘Saffra’ FF apresenta o seu novo projeto que mistura a música tradicional portuguesa com o fado.

Local: Centro Cultural Olga Cadaval Dias: 16 de janeiro, às 22:00 Preço: Cadeira de Orquestra - 17,50€, 1ª

plateia - 15,00€, 2ª plateia – 12,50€

Sínodo de Poetas Atividade para reunir vários poetas da zonza de Sintra numa tertúlia sobre poesia.

Local: Legendary Café, em Sintra Dias: 15 de Janeiro às 22:00 Preço: Gratuito

janeiro - fevereiro

18


ENTREVISTA CULTURAL

Desta vez, o Mosaico falou com a banda Reckless Society, que nos revelou vários aspetos sobre si e o seu processo criativo.

CHECK www.facebook.com/recklesssocie ty IT OUT! www.youtube.com/user/Re

cklessSocietyband

Mosaico (M) - Como surgiu a banda? Reckless Society (R.S.) - A ideia inicial de formar uma banda de rock surgiu do Diogo Sá, tendo sido materializada a partir de um encontro casual com o Vítor Silva, ambos guitarristas da banda, onde se colocou a hipótese de avançar com o projeto. A partir daí, os ensaios começaram a acontecer com uma formação prévia, ainda em busca de vocalista e baixista, mas que incluía já o primeiro baterista Cristóvão Brazette. Mais tarde, entrou para a banda o baixista João Tomázio e o primeiro vocalista, Gonçalo Tavares. O Cristóvão manteve-se na formação até fevereiro de 2013 e o Gonçalo até agosto de 2014. Ambos deram lugar, respetivamente, ao Hugo Luzio e ao Luís Judícibus, que são parte da formação atual. M - Porque é que batizaram a banda de Reckless Society? R.S. - O nome da banda surgiu dois meses após os ensaios começarem a decorrer, depois de ser criada a primeira música original da banda “Set Me Free”. Esta é, fundamentalmente, uma crítica ao consumismo de mercado. O nome da banda decorreu do tom crítico da música. Uma sociedade irreverente é aquela que não segue as próprias regras que formula, e portanto, achámos por bem adotar este conceito como nome do projeto. M - Como definem o estilo musical dos Reckless Society? R.S. - Os Reckless Society tocam, fun-

damentalmente, um tipo de rock característico, baseado no rock standard das 19

grandes bandas dos anos 70 e 80, com algumas passagens pouco óbvias por outros estilos musicais, o que torna a nossa sonoridade muito distintiva.

M - Quais são as vossas principais influências musicais? R.S. - Cada membro da banda tem gostos diversificados, o que é positivo para a riqueza musical do que produzimos, mas, em génese, todo o rock clássico, de Led Zeppelin a Guns’N Roses, com alguns laivos do rock standard dos anos 90, são as sonoridades que nos inspiraram a tocar o que tocamos. M - Qual a fonte de inspiração para as letras? R.S. - As letras são metáforas de momentos concretos e reais, do dia a dia de cada um de nós, de alguns sonhos e objetivos por atingir. Temos também sempre em conta alguma tendência crítica que incutimos no que queremos dizer. M - O que sentem nas atuações? R.S. - Atuar é uma experiência única e, ao mesmo tempo, muito individual. Cada um vive-a à sua maneira, tem a sua forma particular de abordar o palco e o público e é isto que torna uma experiência musical ao vivo mágica. Nas atuações, sentimo-nos reconfortados e com prazer quando percebemos que o público que nos está a ouvir se sente envolvido nas músicas, quando há unificação entre o artista e o público, entre o que se toca e o que se ouve. M - O que é mais importante para vocês ao longo deste percurso como banda?

R.S. - Uma parte significativa de estar numa banda é, para além da parte estritamente musical, conviver e partilhar experiências pessoais com os restantes membros. O nosso percurso é evidência não só de uma progressão musical notável mas de um aprofundamento das nossas relações pessoais. Esta é, em verdade, uma condição necessária para que a banda mantenha uma dinâmica e equilíbrio saudáveis. M - Ao longo da vossa carreira, qual foi o momento mais marcante? R.S. - Desde o início da banda, em 2011, um dos momentos mais marcantes pelo qual passámos foi, sem dúvida, o concerto que demos em abril de 2014, no Hard Rock Café em Lisboa, no âmbito do concurso «Hard Rock Rising», no qual chegámos às semi-finais. Não só pela oportunidade de tocar num espaço conceituado e para um júri constituído por alguns dos mais importantes músicos portugueses da atualidade, como pelo facto de termos conseguido encher quase completamente o espaço com fãs da banda, o momento foi indubitavelmente marcante. M - Qual o vosso palco de sonho? R.S. - Nacionalmente, era muito posi-

tivo dar um concerto no Coliseu dos Recreios. Para além do espaço assumir uma relevância histórica e musical muito significativa, acusticamente é um palco de alto nível. Internacionalmente, claro que podemos sonhar mais alto. Adoraríamos dar um concerto completamente lotado em Wembley, mas isto fica para 2016. Mosaico


JÁ LESTE A NOVA CARTA DE RECOMENDAÇÕES?

DO QUE ESTÁS À ESPERA?

http://is s uu.com/dinamo.pt/docs/ sms_rpjs_2013 janeiro - fevereiro

20


FICHA TÉCNICA Coordenador de Redação: Sofia Pereira Editora: Cintia Costa

Com o apoio:

Redação: Miriam Inácio, Raquel Gomes, Frederico Medonça, Margarida Catarino Grafismo e Produção de Imagem: Íris Santos

Produção e Edição de Video: André Rijo Colaboradores externos: Bea Darame 21

Mosaico


És de Sintra? Torna-te uma peça ativa deste Mosaico! VEM COLABORAR CONNOSCO! Queres ser: • Jornalista • Editor • Designer • Fotógrafo janeiro - fevereiro

Ou ainda colaborar connosco de forma externa como Jornalista (freelancer) ou Fotógrafos?

JUNTA-TE A NÓS E TRANSFORMA A TUA COMUNIDADE! 22


ACOMPANHA-NOS NO FACEBOOK! TODOS OS DIAS TEMOS ALGO NOVO PARA TI!

www.facebook.com/Mosaico.Sintra

23

Mosaico


Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.