MondoBrutal#5

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Como foi a experiência de ter alguém além fronteiras a masterizar o vosso disco, ainda para mais quando se trata de um engenheiro de som que já trabalhou com bandas que dão que falar no metal underground internacional, como Tombs, ou 16? Vocês estão bem informados! Bem, a ideia era o toque final ser feito por alguém experiente e totalmente isento. Assim poderia limar tudo o que nós não nos lembraríamos. E foi bastante fácil trabalhar com a Masterdisk. Eles comunicam bastante com os seus clientes, o Graham Goldman fez um sample para mostrar a visão dele e receber o nosso feedback e em pouco tempo já tínhamos o nosso álbum concluído. Aconselhamos vivamente o trabalho eles.

Acreditam no mito de que é sempre melhor deixar passar (pelo menos) 10 anos de banda antes de gravar um álbum, ou se tivessem tido oportunidade mais cedo acabariam por o ter feito sem arrependimentos?

Não acreditamos em mitos. Cada banda tem o seu tempo e ritmo. Se podíamos ter gravado o álbum mais cedo? Talvez. Mas será que ficaria como desejávamos? Porque no fim de contas o que interessa é se estás satisfeito com o que produziste. E nesse aspecto, estamos plenamente satisfeitos com o resultou no “Ecila”. Somos sempre apologistas do velho ditado “mais vale devagar e bem”.

Tool parece ser uma ferramenta essencial no kit de inspiração da banda, muito pelo equilíbrio resultante de todas as vossas distintas influências. Costumam ouvir associações à banda americana com alguma frequência? Talvez surpreenda um pouco, mas na verdade só metade da banda é que houve regularmente Tool. Aliás, um dos membros nem gosta do som deles. E ainda bem que assim é, pois não queríamos ser a cópia de algo já existente (e ainda por cima tão singular). Tool apenas é uma das muitas bandas e intérpretes que nos influenciam, não tem nenhum lugar especial nas nossas preferências. Temos noção que realmente a junção de todas as nossas influências acaba por vezes em resultar a algo semelhante a Tool mas noutras vezes não tem nada a ver. Não é comparação que nos aborreça de modo algum, é até uma associação lisonjeadora, como outras que já nos fizeram.

De certeza que, ainda para mais quando as vantagens palpáveis não são muitas, ou evidentes, houve momentos em que pensaram baixar os braços. O que vos tem motivado e feito perseverar? Realmente às vezes nem sabemos como ainda cá andamos. Pertencer a uma banda amadora é realmente um mundo de sacrifício e muito trabalho. Mas também já tivemos doses de divertimento e sensações únicas que era impossível ter de outro modo. Pensamos que a explicação mais simples é que nos sentimos como se fossemos irmãos. Uma família. E não podes deixar cair uma família, porque sem ela não és nada...

Ainda assim deve ter sido bom, na altura, quando viram que o vosso EP, apesar de completamente produzido pela banda sem recurso a meios ‘profissionais’, teve tão boa recepção ao ponto de chegarem a fazer uma segunda edição. Como foi que tal aconteceu? O que vos passou pela cabeça quando viram tal reacção ao vosso primeiro registo?


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