Relatórios de Atividades e Contas SCMA | 2020

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ucci sagrada família O ano de 2020, pelo seu carácter disruptivo face aos anos anteriores, é marcado por uma alteração significativa da sua atividade, decorrente da pandemia COVID-19. A UCCI Sagrada Família, à semelhança das demais respostas da Misericórdia da Amadora, aplicou um conjunto de medidas restritivas à sua atividade durante o período pandémico, com impacto importante na qualidade de vida dos seus residentes e na relação que era promovida com os seus familiares. Porém, apesar destas limitações, ainda assim a equipa promoveu diversas atividades que, com as balizas necessárias à segurança dos seus residentes e profissionais, visaram mitigar os efeitos psicológicos e sociais decorrentes da mesma. Uma das maiores limitações impostas pela pandemia foi a restrição do acesso externo à UCCI, a impossibilidade de reunião de pessoas (utentes e colaboradores) e o condicionamento da livre circulação interna dos utentes. Também a implementação de medidas sanitárias, como a utilização de máscara e outras equipamentos de proteção individual (EPI), de acordo com o risco da exposição, determinou as práticas e as rotinas desta unidade. A impossibilidade de garantir os períodos de visitas aos utentes, habitualmente alargados, com recurso ao digital para obviar períodos em que estas estiveram suspensas (videochamadas), as restrições impostas às atividades de animação coletivas e à permanência nos espaços comuns, com maior confinamento dos utentes nos seus quartos, o recurso ao teletrabalho, sempre que aplicável, a não realização ou reconfiguração das festividades previstas para as datas celebrativas, a realização das conferências familiares de forma não presencial, com o recurso às TIC, ou a suspensão das reuniões de Equipa, da atividade “Dois Dedos de Conversa” e dos GAM, são exemplos que matizaram o impacto desta pandemia na atividade programada desta UCCI. O reforço das medidas de higienização dos espaços e dos equipamentos, as restrições impostas aos contactos entre os colaboradores, nomeadamente, durante as refeições e os momentos de socialização, o cumprimento rigoroso na utilização dos EPI, a vigilância ativa de quadros clínicos sugestivos de COVID, quer nos utentes, quer nos colaboradores, a aplicação dos isolamentos profiláticos, quer perante casos suspeitos, quer aquando admissões, consultas

externas ou episódios de urgência/internamento, a definição de circuitos, de áreas de isolamento e de Coortes COVID (para a eventualidade de surtos), a preparação de documentação individualizada para cada utente (a usar em caso de evacuação), a maior responsabilização da equipa no acompanhamento dos utentes aquando as consultas externas (habitualmente partilhada com a família), um maior destaque à comunicação interna através do e-mail semanal Movimentos&Informações, um incremento, sem precedentes, da informação diária/semanal a disponibilizar à ECRLVT ou à USP António Luz, a gestão dos rastreios, que se sucederam na linha do tempo, a centralização dos testes RT PCR na equipa da UCCI, em resposta às suas necessidades próprias e às da Instituição, ou a gestão difícil e persistente dos RH, num quadro de incerteza permanente, perante a necessidade de alterar modelos de escalas ou suprir faltas por doença COVID, isolamentos profiláticos ou apoios à família, determinaram o enquadramento e o fito da atividade desta UCCI para fazer face à prevenção de surtos, à identificação atempada de casos positivos e garantir a segurança dos seus utentes. A pandemia determinou, igualmente, uma alteração do perfil dos novos utentes, havendo uma redução de 43% no número de episódios de descanso do cuidador (DC) e um aumento dos internamentos para longa duração e manutenção (LDM), admitidos de unidades hospitalares. Este facto consubstanciou-se num aumento da complexidade clínica dos casos, com um consequente maior consumo de recursos, como por exemplo, de oxigénio, de fármacos, de apósitos para pensos ou a realização de MCDT. A necessidade de prevenir agudizações desnecessárias, de forma a prevenir o risco de infeção em contexto hospitalar para os utentes e, de forma indireta, para a UCCI, implicou uma intervenção mais pró-ativa da equipa de saúde e uma alteração de algumas práticas. Houve necessidade de aumentar a disponibilidade de recursos para fazer face às necessidades e à incerteza, como contentores para acomodar o lixo de categoria III e garantir uma reserva de oxigénio para fazer face a necessidades não esperadas. O confinamento dos utentes conduziu a um agravamento mais célere do seu estado geral e de dependência e, consequentemente, a um aumento do risco de UP, que se materializou no aumento de 67% na incidência de úlceras por

RELATÓRIO DE ATIVIDADES E CONTAS DE GERÊNCIA | SCMA


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