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Creche Luís Madureira

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CLIMA

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“Prestar à comunidade um serviço educativo de referência.”

Na Creche Luís Madureira, sabemos que as experiências das crianças nos seus primeiros anos de vida estão muito relacionadas com a qualidade dos cuidados que recebem. Também sabemos que estas experiências podem ter um verdadeiro impacto no seu desenvolvimento futuro. Os cuidados adequados durante a primeira infância trazem benefícios para a toda a vida.

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A infância é a etapa fundamental da vida das crianças sendo os primeiros 36 meses de vida particularmente importantes para o seu desenvolvimento físico, afetivo e intelectual.

ATIVIDADES A valência de Creche é tutelada pelo Ministério da Segurança Social e tem como documentos orientadores As Orientações Curriculares para a Creche e o Manual da Qualidade para Creche.

No ano de 2020, o Plano Anual de Atividades em articulação com o Projeto Educativo, incidiu sobre o tema, Das Emoções e Afetos aos Valores.

Desta forma, importa que o contexto de desenvolvimento se caracterize por um ambiente acolhedor e dinamizador de aprendizagens, onde a criança se possa desenvolver de forma global, adequada e harmoniosa.

Para que este desenvolvimento ocorra, é ainda importante que estas crianças se encontrem num local onde possam ser amadas e sentir-se seguras. É igualmente importante que tenham oportunidades para brincar, promovendo o desenvolvimento da sua autoestima, autoconfiança e capacidade de se tornar independente face aos desafios futuros com que irá sendo confrontada ao longo do seu desenvolvimento.

Com estes objetivos em mente, foram dinamizadas atividades que pretendem levar a criança a compreender e refletir sobre as suas competências emocionais. Para dar início a este trabalho foram apresentados os livros “O Monstro das Cores” e “Novelo das Emoções” e ainda a Caixa das Emoções. Os livros serviram de mote para as crianças de uma forma lúdica reconhecerem as suas emoções.

Citando António Damásio; “As capacidades afetivas são os alicerces da nossa mente.”

DETALHE DAS ATIVIDADES Em 24 de fevereiro de 2020, a Misericordia da Amadora abriu as novas instalações da Creche Luís Madureira, o que permitiu alargar o número de crianças de 42 para 84. A nova Creche dispõe de duas salas de bebés, com capacidade para 20 crianças, duas salas de 1 ano, com capacidade para 28 crianças e duas salas de 2 anos para 36 crianças.

Ao longo de 2020 muitas foram as atividades desenvolvidas pela Creche Luís Madureira, das quais se destacam, por exemplo: - Durante o mês de janeiro, tratou-se da preparação do espaço para acolher as nossas crianças num ambiente tranquilo e acolhedor, onde se sentissem felizes e amadas; - A 21 de fevereiro, reunimos com os pais das crianças que passariam a frequentar a Creche de modo a que pudessem conhecer o novo espaço; - A 24 de fevereiro, deu-se a abertura da nova Creche, sendo de salientar que todos estavam radiantes com as instalações, nomeadamente os pais; - Estávamos ainda no processo de adaptação quando surge a Pandemia, o que nos obrigou, em 18 de março, ao primeiro confinamento; - Nesta altura tivemos que repensar como dar continuidade ao nosso projeto pedagógico, em que os laços afetivos e as emoções, são a base do nosso trabalho, sendo por isso importante continuar o contacto com as famílias e com as crianças. Assim, em conformidade com os planos de grupo de cada sala e com a notável participação dos pais, a quem estamos muito gratos, iniciámos as sessões por zoom com diferentes atividades,

das quais destacamos as que são transversais a todas as valências da infância. - De 11 de março a 5 de abril decorreu a Caminhada da Quaresma; - Nos dias 19 de março e 2 de maio celebrámos o Dia do Pai e o Dia Mãe; - Abril foi o Mês da Prevenção dos Maus Tratos na Infância e Juventude. A Misericórdia da Amadora foi uma das Instituições Certificadas com a atribuição do selo Protetor, que distingue as Entidades que fazem um trabalho de elevada qualidade na defesa e proteção dos Direitos das Crianças. Nesta perspetiva, fez todo o sentido às diferentes respostas Sociais da Área da Infância, participarem numa das várias iniciativas, entre elas a construção de um Laço Azul. Dado na altura ainda se estar em confinamento, não foi possível dinamizar esta atividade nas várias Valências da Infância, pelo que se lançou o desafio às famílias para construírem o Laço Azul em casa; - Festejamos os aniversários das crianças; Surge a data para o desconfinamento 18 de maio, e simultaneamente as medidas a adotar para travar a transmissão do vírus Sarscov2.

Foi elaborado o plano de contingência para as diferentes respostas sociais, os colaboradores da área da Infância, assistiram a Ações de Formação fomentadas pela União das Misericórdias e pela empresa INOVADORA.

No dia 18 de maio, dá-se a reabertura da Creche, como grande objetivo de colocar em prática todos os procedimentos, que abaixo se enunciam de modo a evitar contágios.

Procedimentos

. Todos os pertences das crianças são desinfetados á porta de entrada, . As crianças e adultos têm um calçado e roupa própria para circular na creche . São criados os circuitos de circulação de modo a que as crianças não se cruzem . Os horários de entrada e saída são desfasados . Não é permitida a circulação de Pais e Encarregados de . Utilizações de máscara uso obrigatório para todos os adultos . Medição da temperatura. . Higienizações das mãos . Etiqueta respiratória . Renovação do ar

Rotinas de limpeza e desinfeção:

. Espaços de uso comum - Casas de Banho, vestiários serão higienizados várias vezes ao dia, fazendo-se sempre o registo dessa higienização. . Sala de atividades – atendendo a que a cada sala corresponderá um grupo (efeito bolha) e que cada criança terá a sua cadeira devidamente identificada com a fotografia, será realizada uma rotina de limpeza e desinfeção dos espaços e dos brinquedos sempre que necessário. . WC/Vestiários/Balneários – Será procedido uma higienização intercalar dos balneários e WC, a cada hora, nas superfícies de toque frequente. . WC Crianças- só poderá estar um grupo de cada vez na casa de banho. Nota: (a cada espaço é atribuída uma cor, com essa cor identificamos o material de limpeza utilizado apenas nesse espaço, para evitar contaminação cruzada) . Nos diferentes dormitórios os catres são identificados com a fotografia de cada criança. . No final da sesta os lençóis de cada criança são acondicionados num saco hermeticamente fechado. . Áreas Comuns - As crianças não se podem cruzar nos espaços comuns (corredores).

Regras pessoal docente e não docente:

. As pausas deverão ocorrer de modo a garantir o afastamento físico entre funcionários; . Em caso de ausência de pessoal docente, sempre que possível, organizar-se-ão momentos de substituição recorrendo às equipas de pessoal não docente; . Em caso de ausência de pessoal não docente, ajustar-se-ão os horários de acordo com o número de profissionais presentes na Creche. Com a implementação das medidas a dinâmica na creche decorre com a normalidade possível e assim no dia, 16 de outubro, comemorámos o Dia Mundial da Alimentação; - Em 28 de novembro, com início da Caminhada de Advento retomamos o cantinho do Jesus nas salas; - A 18 de dezembro, realizámos a Festa de Natal. Vivenciando-se as experiências e tradições próprias da quadra festiva (decorar postais de Natal; ouviram-se histórias alusivas à época, realizou-se por sala uma pequena coreografia com as crianças vestidas de gnomos, renas e pai Natal, que filmámos e enviámos aos pais).

aprender & brincar

N.º de trabalhadores – 32 N.º de utentes/clientes – 604 Alunos/AEC – 765

ATIVIDADES DE ÂMBITO GERAL O ano de 2020 foi um ano atípico e de reinvenção do ATL devido à pandemia mundial de Covid-19 que marcou os últimos 10 meses de 2020. Iniciámos o ano com uma ação de formação outdoor para toda a equipa ABN, na qual fortalecemos a união entre as várias equipas e uniformizámos metodologias e processos de gestão das nossas valências ABN no seguimento do processo iniciado em 2019 que visa uma maior aproximação interna entre os pares. Tudo estava a evoluir e a decorrer muito bem, até que em março fecharam as escolas, mantendo-se o encerramento durante 3 meses nas nossas AAAF e 4 meses nas CAF e no Espaço Juvenil.

Ao longo destes meses reinventámo-nos enquanto profissionais e enquanto ATL SCMA que é como uma marca para os E.E. do concelho que puderam contar connosco nas suas casas, com novas ideias, com novos tipos de proximidade, em suma com uma nova relação ATL e crianças. Nesta fase foi também importante olhar para dentro e acompanhar a nossa equipa de 36 colaboradores entre CAF´s e AEC. Ninguém ficou desamparado ou isolado nestes tempos de isolamento e confinamento, foram realizadas várias reuniões e encontros ZOOM e, quando possível e seguro, reunimos de forma presencial ao nível das responsáveis das valências e a coordenação.

Regressámos muito motivados, o que se revelou essencial para o que foi apelidado de o novo normal. Os espaços eram os mesmos, mas a realidade completamente diferente, as normas e orientações de funcionamento ditadas pela DGS eram a regra e os projetos pedagógicos passaram para 2º plano, a primazia era a segurança de todos entre adultos e crianças. Foram cerca de 6 semanas de adaptação para que toda a comunidade escolar evoluísse de o novo normal para o normal.

Essa evolução, agregada aos resultados muito positivos das normas de segurança da DGS, permitiu que abordássemos o mês de agosto com maior audácia e criámos um programa de verão para 96 crianças das nossas valências, privilegiando sempre a segurança de todos.

Para ir ao encontro das necessidades das famílias, no verão de 2020 encerrámos as nossas valências apenas 5 dias úteis. Em setembro abrimos portas ao novo ano letivo pós-confinamento. As famílias aos poucos foram recuperando a confiança e voltaram ao ATL. Em outubro já tínhamos um número de crianças muito próximo que existia antes do confinamento de março. Em novembro iniciámos a execução dos projetos e PAA que até então tinham sido relegados para segundo plano em prol da segurança com a organização das normas da DGS e a permanente oscilação do número de crianças em ATL. Terminámos o ano 2020 com algumas atividades reinventadas para tempos de pandemia, sem nunca negligenciar a proposta de olhar para dentro e cuidar também dos nossos colaboradores com ações de formação e atividades de exterior para manter a capacidade de Bem Servir.

DETALHE DAS ATIVIDADES Iniciámos o ano com uma ação formativa outdoor com toda a equipa ABN. Inspirámos o ar puro da serra para nos inspirarmos na troca de ideias e no trabalho em equipa e criar as sinergias necessárias entre as várias valências do ABN. Este foi o momento fulcral e fundamental para a organização desta resposta social.

Durante o confinamento tivemos duas preocupações: as crianças e os colaboradores! Foi criado um plano de ação para os colaboradores com dinâmicas e acompanhamentos via ZOOM visando manter a estrutura ABN lúcida e motivada num momento único nas nossas vidas: um confinamento total e desconhecido para todos. Alguns de nós foram destacados para outras áreas da SCMA durante estes meses de confinamento de forma a Bem Servir quem mais precisava. Após a estrutura estar alinhada e orientada com o planeamento de acompanhamento on-line, focámo-nos então no mais importante do nosso trabalho, as crianças das nossas valências. No sentido de criar maior proximidade em tempos de distanciamento, a estratégia por nós utilizada foi chegar às famílias através de vídeos dos nossos técnicos e auxiliares com várias matérias: histórias contadas, ginástica, trabalhos manuais, propostas de trabalhos a realizar em família, os quais posteriormente eram enviados através de fotografia(s) para o email do ATL. Foram três meses emocionalmente complicados para todos, mas os colaboradores do ABN desta Misericórdia foram fantásticos no seu empenho e entrega ao fazer do longe, perto.

O regresso ao ATL, em junho de 2020, foi provavelmente um dos maiores desafios destes profissionais nas suas carreiras, o desconhecido e as regras de um organismo externo (DGS) faziam com que todos os dias parecessem o primeiro. Mudaram-se os espaços, os hábitos, o brincar, a socialização com as crianças, entre as crianças e entre os profissionais, toda a comunidade sofreu uma enorme mudança e a respetiva adaptação,

“Ensinar com gosto, Acolher com alegria, Brincar com energia.”

que foi longa, veio a revelar-se uma vez mais um êxito para estes colaboradores, que além do mérito em tornarem o ATL um espaço onde as crianças são felizes, criaram um espaço de confiança para os E.E. que corresponderam muito positivamente às novas regras de funcionamento. No pré-escolar, sempre que possível tentámos manter os grupos de acordo com as suas salas de origem. No 1º ciclo, organizámos os grupos por anos letivos, no espaço juvenil organizámos 3 bolhas, 5º ano e 6º ano formaram dois grupos e o 3º ciclo um grupo.

Concluída a adaptação ao novo normal com resultados muito positivos no que respeita à segurança, planeámos um programa de verão para o mês de agosto. Neste programa tivemos insufláveis, teatro na escola, um circo na escola, workshops para as crianças, atividades desportivas não coletivas e idas à praia. Todas estas atividades foram planeadas respeitando com enorme rigor as medidas orientadoras da DGS. Foi mais um êxito desta equipa, que trabalhou imenso nestas três semanas para que nada falhasse e acima de tudo para manter a segurança em plena pandemia. O Bem Servir ao mais alto nível para promover o bem-estar nas nossas crianças que tiveram tantas privações ao longo do ano letivo.

Regressámos em setembro e connosco regressaram cerca de 532 crianças, mas três semanas depois eram já 567 crianças. As famílias sentiam-se de novo confiantes e as crianças voltaram para a escola e para o ATL. As novas diretrizes de funcionamento obrigaram a um reforço de recursos humanos e uma reorganização de rotinas e de métodos do brincar, lanchar, almoçar ou mesmo nas idas à casa de banho, era o novo normal! O mês de setembro foi apenas para organização e acolhimento das novas crianças, sendo o foco a segurança de todos, privilegiando-se o espaço exterior sempre que possível. Em outubro estabilizámos o número de crianças na casa dos 600, e começámos a planificação do PAA e de imediato a sua execução. Com uma grande capacidade de adaptação, as nossas equipas realizaram várias atividades no seu dia a dia que chegavam a casa das nossas crianças através de email ou vídeo. Apesar de todas as circunstâncias, conseguimos levar o Natal de 2020 até casa dos nossos E.E., sendo que os nossos festejos e vivências natalícias tiveram o principal objetivo alcançado: um enorme sorriso de felicidade nas crianças que frequentam as nossas sete valências do Aprender & Brincar Norte.

Foi um ano exaustivo ao nível psicológico e emocional ao invés do habitual cansaço físico que esta profissão exige, procurámos terminar o ano como começámos, juntos, mas em segurança, realizámos uma ação de reflexão com atividade outdoor de todos os colaboradores ABN onde o espírito e ambiente de equipa saiu ainda mais reforçado e motivados para 2021 com novas ideias e esperançosos de melhores tempos.

Tornámos um ano muito triste, num ano cheio de sorrisos e alegria para as nossas crianças, que nunca perderam a vontade de regressar ao ATL e que nos brindam com as suas brincadeiras e visões floridas da realidade, quando nós, por vezes, nos deixamos ir a baixo com uma pandemia que mudou a vida destes 32 colaboradores. Diziam “Vai tudo correr bem” e não é que correu mesmo tudo bem?!

aprender & brincar

N.º de trabalhadores – 32 N.º de utentes/clientes – 612 Alunos/AEC – 714

INTRODUÇÃO O presente relatório reflete as ações, eventos e atividades realizadas no período entre novembro de 2019 e dezembro de 2020, realçando que o Programa Aprender & Brincar (A&B) foi suspenso em 2020, nos meses de março, abril e maio e retomou a sua atividade no dia 01 de junho, no âmbito do Pré-escolar e no dia 29 de junho nos restantes ciclos do ensino básico (1º, 2º e 3º Ciclo). Esta situação foi decorrente do encerramento de todos os equipamentos escolares, decretado pelas autoridades oficiais, no dia 13 de março de 2020, devido à pandemia do SARS COV 2 – COVID 19.

As orientações da DGS para a reabertura dos espaços, obrigaram a realocar os recursos humanos a grupos de crianças e jovens, bem como, fazerem-se cumprir um largo conjunto de procedimentos e a introdução de Equipamentos de Proteção Individual (EPI) e de Medidas de Proteção Individual (MPI). Para este efeito foram dinamizadas sessões de formação, para todos os colaboradores, sobre o SARS COV 2 e dado a conhecer em pormenor os procedimentos do Plano de Contingência, as suas Fichas Técnicas e respetivos EPI e MPI, como ação de capacitação de adaptação ao “novo normal” em contexto escolar.

O contexto inesperado de confinamento e de emergência obrigou a repensar e a adaptar mecanismos que permitissem dar continuidade ao planeamento estratégico, encetado em outubro de 2019, alicerçado num plano de formação e capacitação interno e externo, com três fases de implementação e de intervenção: renovação de práticas pedagógicas; alinhamento com a cultura organizacional; reforço das competências pessoais e sociais dos colaboradores/as. O objetivo central foi e é a possibilidade de acrescentar propostas de valor pedagógico às atividades e projetos, para acompanhar a evolução do conhecimento sobre os benefícios emocionais, que a ocupação os tempos livres, através do brincar, assumem nas sociedades contemporâneas.

Neste sentido, foi desencadeado um conjunto de iniciativas e de decisões orgânicas, reinventados os modelos de comunicação digital à distância, para reforçar a comunicação interna e manter ativas as relações, com a preocupação de acompanhar, envolver e motivar os colaboradores, procurando identificar situações de necessidade de acompanhamento pessoal, social e emocional e também desenvolver atividades e desafios com as famílias.

Por outro lado, existiu também, ao longo deste período de relatório, a necessidade de ajustamento do quadro de recursos humanos em função da adequação do perfil técnico pretendido em novas admissões e equilíbrio nos rácios de utentes em cada resposta social.

ENQUADRAMENTO O relatório enquadra as seguintes respostas sociais e as equipas que compõem: Atividades de Animação e Apoio às Famílias (AAAF) do Jardim de Infância, da Componente de Apoio à Família (CAF) do 1.º Ciclo e das Atividades de Tempos Livres (ATL) do 2.º e 3.º Ciclo, do Agrupamento Vertical Almeida Garrett (AVAG) e Agrupamento Escolas Pioneiros da Aviação Portuguesa (AEPAP).

A realidade estatística de monitorização no desempenho de frequências/ utentes, perante o cenário de pandemia e de competências, revelou a necessidade de reestruturar o quadro de recursos humanos para, por um lado, assegurar e garantir a sustentabilidade das respostas sociais e, por outro, integrar a possibilidade de acrescentar valor formativo e experiência profissional em novas admissões, procurando melhorar a fase de seleção/ contratação.

O equilibrio entre os rácio de utentes e a qualidade formativa e profissional foi uma decisão orgânica, com o objetivo de conseguir melhor qualificação e experiência do perfil dos candidatos/as, enquanto estratégia de gestão e de planeamento, na resposta à existência de respostas sociais deficitárias, pela inadequação do seu quadro de recursos humanos ao número de utentes.

Por último, verificou-se, num ano atípico, que a meta da taxa de execução das mensalidade (95 %) e o equilíbrio financeiro foram alcançados através de medidas de gestão e adesão a linhas de apoio disponibilizadas pelo município e a medidas do programa de lay off.

PROJETOS E PLANOS DE ATIVIDADES A natureza da realidade pandémica alterou significativamente as relações e os comportamentos provocando o desafio de adaptar diferentes formas de dinamizar e executar projetos e atividades.

As mudanças impostas pelas regras inscritas nos normativos dos Planos de Contingência foram encaradas como desafios e janelas de oportunidade, com o objetivo de manter um trabalho de qualidade e de bem-estar junto das nossas crianças e jovens.

“Ensinar com gosto, Acolher com alegria, Brincar com energia.”

O desafio então lançando foi o de “olhar para dentro” face às contingências e identificar oportunidades para colocar em prática os conceitos e as aprendizagens adquiridas no percurso formativo desenhado na 1.º fase do programa de formação e capacitação Ativ@_ TE. Tendo sido apresentada em outubro/20, à Direção Geral, uma proposta de uma nova geração de atividades e filosofia de intervenção, que obteve aprovação e autorização para desencadear um processo piloto de registo de competências, contactos e atividades.

O propósito de interesse decorreu da necessidade de maximizar as competências das equipas e, ao mesmo tempo, garantir o bem-estar das nossas crianças e jovens, bem como, a segurança sanitária da comunidade educativa. Nesta medida, implementouse uma estratégia comum de atividades geradoras de confiança em dois níveis: compromisso de cumprimento dos Planos de Contingência e otimismo na adaptação das atividades ao contexto.

A estratégia pensada e executada, na medida do possível, em função dos constrangimentos específicos em cada resposta social, possibilitou a testagem de uma nova geração de atividades, que permitisse às crianças e jovens, a exploração do espaço escolar e dos seus recursos naturais, de forma orientada e com intencionalidades pedagógicas, tornando as atividades de tempos livres em laboratórios experiências ao ar livre, que possibilitassem ao mesmo tempo a imaginação e a criatividade nas crianças e nos jovens. Desta forma, a importância de brincar livremente ganhou escala e relevância como instrumento vinculativo ao espaço e garantia de mitigação dos efeitos da pandemia, concretizando-se em momentos que, através da renovação de estratégias, tornaram possível vivenciar livremente novas experiências e a descoberta de uma nova geração de brincadeiras que, pelo imaginário próprio dos nossos utentes, conseguiram reinventar os espaços de recreios, como por exemplo, a criação de novos campos e jogos de “futebol” com recurso a “tampinhas”.

A partilha de práticas entre as equipas concretizou-se na observação também de metodologias renovadas, como por exemplo: a transformação e (re)utilização de materiais, com impacto na diminuição significativa de trabalhados fotocopiados com desenhos impressos; na exploração do espaço exterior, com intencionalidade lúdica e pedagógica, na lógica de promover a descoberta, a curiosidade, o interesse e a criatividade nas próprias crianças e jovens, tornandose o adulto profissional um facilitador no processo de (co)construção e (co)criação de “brincadeiras”. Os produtos lúdicos desta nova abordagem e posicionamento na geração de atividades e de métodos de trabalho concretizaram-se em projetos inovadores, como por exemplo: “feiras populares” e jogos tradicionais reciclados; num carnaval ecológico; na reciclagem de elementos alusivos na época natalícia; em “colónias de férias para caracóis” nos canteiros dos recreios; na descoberta de pequen@s engenheir@s pela construção de pontes e castelos; na exploração da brincadeira nas poças que a chuva deixou; nas criações artísticas com materiais sazonais oferecidos pelas estações do ano; em brincar com lanternas no recreio aproveitando as sombras do entardecer; no dançar e coreografar músicas ao ar livre. A avaliação comum das equipas e dos pais e encarregados de educação encaminhou-se para a conclusão de que “as nossas crianças e jovens provaram-nos que é muito simples ser feliz!”

As respostas sociais desenvolveram assim a sua atividade de forma diversa e adaptada aos vários contextos escolares, em função da articulação pedagógica com a comunidade educativa, considerando como fator crítico de sucesso, o trabalho de parceria, baseado na capacidade de comunicação e de partilha de objetivos comuns, na definição objetiva de distribuição de tarefas e de responsabilidades de cada parceiro: Escola > ATL > Famílias.

A esperada nova identidade está ainda numa fase embrionária e em processos de modelagem formativa contínua e tem como propósito impulsionar a dinamização de projetos e atividades de tempos livres a partir da (re)atualização de metodologias, para que sejam possível tornar a oferta educativa diferenciadora e assente num modelo centrado e integrado nas necessidades, interesses, talentos e curiosidades das crianças e dos jovens.

O objetivo passa assim por apresentar propostas de valor lúdico que possam acrescentar aos nossos utentes e famílias, bem-estar afetivo e emocional e aos nossos parceiros confiança em novas abordagens pedagógicas e possibilidade de participação em projetos/ candidaturas inovadoras, acompanhando a evolução do conhecimento académico na área do brincar.

Importa referir que a execução e implementação desta estratégia e sua consolidação tem a participação e envolvimento, numa lógica de bottom up, de todos os/ as colaboradores/as no processo de (co)construção, reconhecendo a sua mais-valia em todas as suas fases. A exemplo do processo de participação colaborativa

foi a constituição de uma comunidade de prática, de reflexão interna entre equipas, que serviu enquanto espaço de partilha e de olhar coletivo para dentro, para as competências pessoais de cada um e para o interesse geral na mudança, que permitiu reconhecer a importância de transferir aprendizagens e de identificar desafios, refletindo-se de forma colaborativa sobre novas estratégias de intervenção e oportunidades de melhoria do serviço prestado, seguindo o mote: “pensando o presente, planeando o futuro”.

Relativamente ao mês de agosto e como tem sido habitual, registou-se um período de apoio à família com um programa de férias, onde 105 utentes inscritos tiveram a oportunidade de participar num conjunto diversificado de atividades de animação sociocultural, incluindo passeios e dias de praia, em que os sorrisos, a alegria e a diversão, esses sim, foram os sintomas mais contagiantes.

Por último, o ano 2020 foi totalmente atípico, face a todas as contingências vividas.

Contudo, deve-se um agradecimento muito especial a todas as equipas pelo seu sentido de compromisso no trabalho de qualidade que foi desenvolvido, que foi alicerçado na sua capacidade de resiliência, coragem e motivação perante o exigente contexto educativo.

PARCERIAS E CANDIDATURAS Ao longo de 2020 concertaram-se várias parcerias formais e informais focadas na operacionalização de projetos e atividades e desenvolvidas ações com o objetivo de mobilizar os parceiros para um efetivo trabalho em parceria.

Neste âmbito foram mobilizadas ações e realizadas 8 reuniões, envolvendo a Câmara Municipal da Amadora – Departamento de Educação e Desenvolvimento Sociocultural – Divisão de Educação, Direções dos Agrupamentos, Coordenações de Escolas, Corpo Docente e Associações de Pais e Encarregados de Educação e Responsáveis de ATL, para avaliação do trabalho, identificação de prioridades e melhorias do serviço prestado e ainda a aferição de eventuais parcerias em atividades e ações formativas comuns.

Os resultados das reuniões permitiram voltar a ativar compromissos de cooperação e colaboração entre todos os parceiros do Programa Aprender & Brincar e as coresponsabilidades de alcançar uma parceria sólida, suportada na partilha de recursos, na construção de uma identidade coletiva de apoio, nomeadamente na segurança e bem-estar de todos os alunos/ crianças/ utentes.

As oportunidades referenciaram a abertura para a realização de várias atividades conjuntas e inovadoras, como por exemplo: atividade de “Carnaval Ecológico”; o consórcio na candidatura ao programa “Eco Escolas”; desenvolvimento ações com a Fundação Luís Figo – Escolinhas de Futebol; candidaturas ao programa de responsabilidade social do grupo Aki & Leroy Merlin – Hortas pedagógicas e IKEA, para o patrocínio em materiais didáticos e de mobiliário. Em virtude do encerramento das Escolas, decretado pelas autoridades oficiais, motivado pela pandemia do SARS COV 2 – COVID 19, foram canceladas reuniões e iniciativas previstas na rede de parceiros.

Contudo, a vontade de fazer acontecer com inovação pedagógica, permitiu realizar candidaturas conjuntas, no 4.º trimestre de 2020, com entidades externas, associações de pais e encarregados de educação, para integração de várias redes de consórcios nos seguintes programas: PARTIS: Práticas Artísticas para a Inclusão Social, com o projeto “Radio(grafias)iguais” da Fundação Calouste Gulbenkian; “Bairros Saudáveis” – da Presidência do Conselho de Ministros; “Cidadãos Ativos”, da Fundação Calouste Gulbenkian & EEA Grants.

FORMAÇÃO E CAPACITAÇÃO O diagnóstico realizado em outubro de 2019 revelou que o quadro de recursos humanos sofreu alterações significativas, decorrentes de decisões anteriores na gestão do Programa A&B, comprometendo 90 % do seu universo, verificando-se a constituição, em set/19, de equipas totalmente renovadas e novas, sendo que num total dos 31 colaboradores/as, apenas 5 (16%) tinham entre 5 ou mais anos de serviço e experiência de trabalho na área.

Após reflexão interna e aferidos os deficits orgânicos, o desafio maior colocava-se na necessidade de reforçar a identidade da cultura organizacional, dos seus valores e do propósito que motivou o Programa Aprender & Brincar a alcançar o volume e impacto que apresenta, bem como, alinhar este processo a momentos/ espaços formativos conjuntos, que possibilitasse novamente a criação de redes de confiança, de envolvimento institucional e de motivação entre as equipas e os/as colaboradores/as.

Após consulta das equipas para a definição de prioridades e diagnóstico de necessidades formativas, foi identificado como principal objetivo estratégico, para o ano letivo 2019/2020, realizar ações que possibilitassem “envolver, conhecer e motivar” todas equipas, como fator crítico de sucesso de estabilidade interna e o fio condutor das ações consequentes.

Desta forma, foi proposto revisitar e adaptar o trabalho, iniciado em 2015 e 2016, pelo programa de formação, designado “Vivenciar o Otimismo, Ativar a Resiliência”, mantendo a estratégia de atuar nos domínios da capacitação das soft skils, no enriquecimento formativo de novas técnicas lúdicas-pedagógicas e no reforço da cultura organizacional. Deste processo resultou o programa de formação e capacitação, “Ativ@_TE Faz Acontecer”, em três fases: 1ª fase 19/20 “envolver, conhecer, motivar”; 2ª fase 20/21 “da prática ao modelo” e a 3ª fase 21/22 “inovar, organizar e disseminar”.

No decorrer das sessões de capacitação foi identificado pelas equipas a oportunidade de renovação da intervenção socioeducativa, através da aposta numa nova geração de atividades lúdicas e pedagógicas, com novas metodologias orientadas para atividades livres, autónomas e criativas, que estivessem centradas e integradas nas necessidades e nos interesses das crianças e jovens.

Paralelamente e de forma complementar surgiu a oportunidade de integrar, com o estabelecimento de uma parceria de formação com o AVAG, um módulo em Educação Artística para a exploração de técnicas de expressão artística: plástica; movimento; teatro e música.

Entre os meses de confinamento (março, abril, maio e junho) houve uma necessidade reinvenção e foi desenhado o projeto “Juntos & Ligados”, como instrumento de adaptação à nova realidade, para que através do desenvolvimento de sessões online, os/as colaboradores/as, durante o período de suspensão, beneficiassem de atividades regulares e semanais nos domínios da atividade física e desportiva, de formações, de reuniões e de acompanhamentos psicossociais.

Este projeto, ao longo destes meses, esteve alinhado com a estratégia pensada inicialmente, porque quando os relacionamentos profissionais de proximidade estavam suspensos, foi uma espécie de upgrade, para manter ativas a redes de contactos entre todos os colaboradores/as e desta forma foi um veículo de acompanhamento, envolvimento e motivação dirigido às equipas e sobretudo de atendimento disponibilizado para a questões pessoais, sociais e emocionais que emergiam.

Na retoma do novo ano letivo 2020/2021 e seguindo as orientações da Direção Geral, após aprovação da proposta de uma nova geração e filosofia de intervenção, iniciou-se um processo piloto de registo de competências, contactos e atividades.

Assim e dadas as circunstâncias que o contexto de pandemia exigia fazer cumprir, foi criada uma “Comunidade de Prática” online, incidindo a sua ação, em sessões mensais, focadas no desafio de manter os laços entre as equipas e sobretudo, na reflexão interna de olhar para dentro, para colaborativamente, identificar competências e oportunidades de melhoria. A comunidade permitiu transferir aprendizagens e inúmeras possibilidades de novos projetos, adaptar e refletir novas estratégias de intervenção e o sentimento de compromisso institucional.

Por último, estava definido no final do ano, realizar uma ida ao Teatro, que foi adiada e juntava as equipas numa atividade culturalmente útil. O seu cancelamento resultou da avaliação do nível de risco elevado de contágios em dezembro e, portanto, a necessidade de adoção de comportamentos individuais e sociais mais responsáveis. Esta decisão surgiu como exemplo da gestão para a necessidade premente de reforço das MPI e utilização dos EPI, como elementos fundamentais na mitigação da pandemia, não só nas escolas, mas sobretudo em outros domínios e círculos sociais. DESAFIOS FUTUROS O ano letivo 2020/2021 é um ano atípico e desafiante, que vai obrigar à dupla função de responder eficazmente aos exigentes efeitos da pandemia e pressão sobre os recursos humanos, como garantia de segurança das comunidades educativas e ao equilíbrio do bem-estar afetivo e emocional de equipas e utentes.

Em virtude da fase pandémica e das exigências colocadas, julga-se igualmente desafiante reforçar a comunicação interna e o acompanhamento das equipas para mitigar eventuais efeitos pessoais a nível emocional, decorrentes do desgaste e da pressão a que estão sujeitas, colocando-se a saúde mental como um importante desafio institucional que importa atender.

A esta urgência de resposta, reforça-se o desafio de manutenção do eixo estratégico da instituição na “Aposta no Potencial Humano”, consolidando a sua operacionalização, em ações que concorram para mitigar eventuais efeitos, com a preocupação pela capacitação profissional, emocional e familiar de cada colaborador.

Um outro desafio fundamental de sustentabilidade organizacional é a perspetiva administrativa, na sua capacidade de gerar equilíbrios pela cobrança de mensalidades e de maior rigor na inatividade de utentes e cancelamento de emissão de recibos, com o objetivo de não geração de dívidas.

Os desafios futuros são múltiplos para melhorar o serviço prestado e para isso é necessário entender que as mudanças no contexto educativo são desejáveis e assim possibilite a apresentação de renovados serviços educativos, suportados em projetos e atividades, seguindo modelos integrados e inclusivos, mas onde os afetos e os princípios humanistas deverão ter uma relevância cada vez maior nas sociedades modernas ocidentais.

O maior e continuo desafio institucional é procurar estar mais bem preparado para responder às necessidades humanas e assim bem servir e a ser caminho de esperança no presente e no futuro dos nossos utentes, famílias e colaboradores.

3ª e 4ª IDADE

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