revista #20 magazine MiratecArts

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Uma Viola, ao possuir 12 pontos sobre o braço, permite obter uma oitava musical, avaliando a distância da corda tocada solta até à corda tocada/pressionada no 12.º ponto. Quer isto dizer que temos um maior número de notas que podem ser tocadas sobre o braço, onde a execução é mais facilitada do que nos pontos por cima do tampo. As Violas da Terra mais antigas que conhecemos, de registos fotográficos, dos nossos museus ou mesmo na posse de colecionadores, apresentam esta característica. Actualmente, no caso do Arquipélago da Madeira, por exemplo, mas também em outras Violas Portuguesas, começaram-se a construir Violas com os 12 pontos no braço, sendo algo afirmado como uma “evolução” para uma maior exploração do instrumento. No caso da Viola Brasileira (Caipira), descendente das Violas Portuguesas, essa evolução dos 10 para os 12 pontos também ocorreu há décadas, como uma necessidade de exploração maior do instrumento. Como podemos explicar que, nos Açores, a Viola tenha essas características há pelo menos século e meio? Será que é daí que resulta termos a Viola com mais repertório tradicional instrumental de todas no nosso País? São questões que, normalmente, não parecem fascinar os investigadores, mas que reflectem uma evolução, no caso da Viola Açoriana, séculos antes das suas congéneres Continentais e Madeirense.


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