

2ª Quinzena | Novembro de 2025 Ano XXII | no522 mercadoeeventos.com.br
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2ª Quinzena | Novembro de 2025 Ano XXII | no522 mercadoeeventos.com.br
O M&E desembarcou no destino para descobrir o que o torna tão desejado.


ENTREVISTA FEIRAS E EVENTOS 3
À frente da Embratur desde 2023, Marcelo Freixo faz um balanço de sua gestão, fala sobre o fortalecimento institucional da Agência e revela os projetos que ainda pretende implementar antes de deixar o cargo.
Páginas 6 e 7

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Edição de 45 anos da WTM London superou as expectativas em público, negócios e conteúdo. O novo estande do Brasil, com layout renovado, ganhou destaque e foi aprovado pelo trade presente.
FEIRAS E EVENTOS
Festuris 2025 reforça protagonismo de Gramado e movimenta R$ 552 milhões em negócios. Com crescimento de 15% e 17 mil profissionais reunidos, a feira encerrou sua 37ª edição com resultados expressivos.

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Presidente da Agência destaca avanços institucionais, desafios e legado que pretende deixar ao turismo brasileiro
Natália Strucchi
À frente da Embratur desde 2023, Marcelo Freixo conversou com o Mercado & Eventos durante a WTM London 2025. Na entrevista, o presidente fez um balanço de sua gestão, falou sobre o fortalecimento institucional da Agência e revelou os projetos que ainda pretende implementar antes de deixar o cargo, em abril de 2026, para disputar as eleições como deputado federal pelo Rio de Janeiro.
MERCADO & EVENTOSQual é o principal balanço que o senhor faz da sua gestão à frente da Embratur até agora?
MARCELO FREIXOQuando cheguei, encontrei uma agência praticamente sem recursos, com grandes dificuldades orçamentárias e operacionais. Hoje, entregamos estabilidade financeira, campanhas permanentes e resultados históricos. Quero deixar uma Embratur ainda mais sólida, eficiente e preparada para continuar batendo recordes.
M&E - O turismo brasileiro vive um momento de recordes. Quais resultados mais o senhor destacaria?
MARCELO FREIXO - Estamos muito próximos da marca de 8 milhões de visitantes internacionais e acredito que, até o fim do ano, chegaremos a 9 milhões. Isso representa um crescimento de cerca de 46% em relação a 2024. O avanço é resultado de novas rotas aéreas, maior conectividade e campanhas de promoção internacional. O turismo finalmente se tornou um assunto estratégico da economia brasileira — nossos números são manchete nacional e isso mostra o quanto o setor ganhou relevância.
M&E - O senhor mencionou recentemente uma nova campanha internacional sobre o oceano. Pode adiantar detalhes?
MARCELO FREIXO - Sim. Quero trabalhar a ideia de que o oceano é um destino, e não apenas um meio. O Brasil tem um litoral extraordinário, uma biodiversidade marinha riquíssima e um imenso potencial para o turismo náutico, de mergulho e de natureza. É hora de tratar o oceano com o mesmo respeito que damos à Amazônia. Essa campanha vai integrar as próximas edições das Galerias Visite Brasil e terá foco em sustentabilidade, cultura e experiências autênticas. O oceano é o pulmão do
planeta e pode ser símbolo de uma nova fase do turismo brasileiro.
M&E - Quais projetos estruturantes o senhor ainda pretende deixar encaminhados?
MARCELO FREIXO - Estou muito
focado na questão da conectividade aérea regional. Defendo que os novos aviões da Embraer adquiridos pela Latam sejam usados para integrar destinos do interior ao turismo internacional. Quero que o visitante estrangeiro chegue com facilidade a Bonito, ao Recôncavo Baiano, ao interior do Rio. Isso é descentralizar o turismo e gerar desenvolvimento regional.
M&E - Olhando para trás, como o senhor define o legado da sua gestão?
StrucchiM&E
Foto: Natália

MARCELO FREIXO - Quando assumi, o turismo ainda era visto apenas como lazer. Hoje, ele é reconhecido como parte da economia nacional, uma política pública de desenvolvimento. Quero deixar a Embratur preparada para continuar crescendo, fortalecendo a imagem do Brasil no mundo e mostrando que o turismo é um vetor real de geração de emprego, renda e orgulho nacional. Marcelo Freixo,


O ano de 2025 reforçou mais uma vez a importância das feiras e eventos de turismo como pilares essenciais para a geração de negócios, fortalecimento de relações comerciais e promoção de destinos ao redor do mundo. E o M&E esteve presente em todos os momentos decisivos dessa jornada. De janeiro a dezembro, cobrimos de forma completa e em tempo real um calendário intenso e estratégico, que envolveu alguns dos eventos mais relevantes da indústria global do turismo.
Estivemos na Fitur, Florida Huddle, ITB Berlin, BTL Lisboa, Anato, Seatrade, Abav TravelSP, WTM Latin America, MTM, Indaba, ILTM, BNT Mercosul, Expo Turismo Paraná, Festival das Cataratas, IPW, Expo Turismo Goiás, Minas Travel Next, Festur Alagoas, Avirrp, WTE Miami, FIT Buenos Aires, Abav Expo, BTM e WTM Londres, encerrando o ano no Festuris. Cada uma dessas feiras representa mais do que um encontro comercial: elas são aceleradoras de tendências, vitrines para destinos, espaços de diálogo e plataformas fundamentais para o desenvolvimento do turismo mundial.
Ao todo, foram mais de 50 mil exemplares de revistas especiais do M&E, impressas e distribuídas em feiras como Fitur, ITB, BTL, WTM Latin America, Abav Expo, FIT Buenos Aires e WTM Londres, todas adaptadas à língua local, reforçando nossa presença e relevância internacional. O material editorial somou mais de 800 páginas de conteúdo profundo: reportagens, análises, tendências, artigos, roteiros e perfis de mercados, além dos suplementos.
No ambiente digital, nossas coberturas especiais alcançaram números expressivos no portal do M&E, com forte engajamento e crescente interesse de anunciantes e profissionais do setor. O resultado não é apenas audiência: é geração de valor para marcas, destinos e expositores, consolidando o papel do M&E como o principal veículo de informação do turismo brasileiro.
TURISMO EM DADOS
As feiras de turismo são, por definição, forças-motor da economia. Elas geram emprego, movimentam hotéis, restaurantes, companhias aéreas e toda a cadeia produtiva do setor. Também são espaços de aprendizado contínuo, inovação e troca cultural. E sua realização impacta também as cidades que as recebem. Por isso, é fundamental seguirmos investindo em equipamentos modernos para eventos, maior conectividade aérea, e um modelo equilibrado entre feiras fixas e itinerantes, que favoreça a democratização da participação e impulsione ainda mais o turismo brasileiro, tanto dentro quanto fora do país.
A presença ativa de órgãos públicos como MTur e Embratur nas feiras internacionais também tem feito a diferença. O Brasil voltou a competir no cenário mundial com posicionamento forte, identidade clara e narrativa consistente - e isso já se reflete nos números, com o país próximo de alcançar 8 milhões de turistas estrangeiros ainda em 2025.
Esse avanço não é acaso. É fruto de esforço coletivo. Por isso, deixo aqui meu reconhecimento e agradecimento:
Parabéns a todos os profissionais, gestores, agentes, operadores, destinos, companhias, organizadores e expositores que estiveram presentes, investiram tempo, recursos e dedicação para promover o turismo brasileiro.
Parabéns também aos organizadores de cada uma dessas feiras, que seguem ultrapassando limites e elevando o padrão de qualidade do setor.
O M&E se orgulha de, há mais de 25 anos, estar onde o turismo acontece: registrando, analisando, valorizando e contando essas histórias.
Nos encontraremos novamente no próximo ano. Como sempre. Como tradição. Como compromisso. Até 2026!
Roy Taylor é Presidente do M&E
projeta crescimento sem precedentes
Natália Strucchi
A indústria global de viagens está prestes a viver uma década de expansão recorde. É o que revela o World Travel Market Global Travel Report, divulgado na WTM London 2025. O estudo, elaborado pela Tourism Economics — empresa do grupo Oxford Economics — aponta que o turismo crescerá a uma taxa média anual de 3,5% nos próximos dez anos, superando o ritmo de expansão da economia mundial, estimado em 2,5% ao ano. O M&E, media partner da feira, acompanhou todos os detalhes da apresentação. Segundo o relatório, até 2035 o setor deverá gerar mais de US$ 16 trilhões em todo o mundo, o equivalente a quase 12% do PIB global. “O turismo segue sendo um dos principais motores da economia mundial, impulsionado por uma mudança clara nas prioridades de consumo: as pessoas continuam dispostas a investir em experiências de viagem”, destaca o documento.
VIAGENS MAIS LONGAS E NOVOS COMPORTAMENTOS
A edição de 2025 marca a consolidação da recuperação do turismo global após a pandemia. As chegadas internacionais devem ultrapassar 1,5 bilhão neste ano, superando o recorde anterior de 2019. Uma das principais tendências identificadas é o aumento
Ao cobrir a WTM London 2025, evento que este ano teve a Inteligência Artificial como grande protagonista, vivi de perto um dos debates mais instigantes do setor: afinal, a IA é uma ameaça ou uma aliada do turismo? O tema, que dominou o Technology Summit, dividiu opiniões, mas deixou uma certeza inegável — o futuro das viagens será inevitavelmente moldado por algoritmos, dados e decisões automatizadas. Confesso que foi curioso ver a plateia reagir à provocação: de um lado, os que temem que a tecnologia roube o “caos mágico” das experiências humanas; de outro, os que a enxergam como uma libertação para profissionais e viajantes. No fim, o público votou maciçamente a favor da IA — um reflexo não tanto do presente, mas do futuro que se aproxima.
Durante o evento, ficou claro que as aplicações práticas já são inúmeras. Plataformas globais de viagens estão utilizando inteligência artificial para aprimorar o atendimento, interpretar o tom das mensagens dos clientes e até decidir quando é hora de transferir a conversa a um humano. Companhias aéreas, por sua vez, já empregam a tecnologia para prever demandas, de- tectar fraudes e otimizar rotas. É a IA deixando de ser tendência para se tornar infraestrutura.
O que mais me chamou atenção, porém, foi a dimensão ética e emocional dessa transformação. À medida que o setor adota soluções automatizadas, cresce a necessidade de discutir até que ponto a tecnologia deve interferir em escolhas subjetivas — como o destino de uma viagem, o ritmo de um roteiro ou o encanto de uma descoberta inesperada. O turismo é feito de emoção, de improviso e de conexões reais, e talvez o maior desafio da IA seja aprender a
respeitar o que não pode ser quantificado: o imprevisto que torna uma experiência memorável. Mas o entusiasmo vem acompanhado de alertas. Alguns especialistas chamaram atenção para o risco de dependência excessiva e para possíveis distorções no funil de vendas digital. Se hoje as agências online registram uma reserva a cada mil visualizações, o avanço dos modelos generativos pode tornar essa relação ainda mais desigual. Em outras palavras: a IA vai ampliar o alcance das buscas, mas pode dificultar a conversão em negócios concretos. Ainda assim, a palavra mais repetida ao longo do Summit foi personalização — embora muitos tenham preferido substituí-la por contextualização. Entender por que alguém viaja, e não apenas quem é essa pessoa, será o novo diferencial competitivo. A tecnologia pode ajudar nisso, mas sem empatia e sensibilidade humana, qualquer jornada perde o encanto que torna o turismo inesquecível.
Ao final dos debates, saí com a sensação de que estamos diante de uma virada de era. A IA não é o fim da experiência humana nas viagens — é a próxima ferramenta para aprimorá-la. Cabe a nós, jornalistas, profissionais e viajantes, aprender a utilizá-la com propósito e responsabilidade, lembrando sempre que a verdadeira essência do turismo continua sendo o encontro entre pessoas, culturas e histórias. A WTM London 2025 deixou uma mensagem clara: o futuro das viagens será mais tecnológico, sim — mas deve continuar profundamente humano.
Natália Strucchi é jornalista, pós-graduada em Hotelaria e Turismo e diretora de Redação do M&E
da duração das viagens — uma reversão em relação ao comportamento anterior, de mais viagens curtas.
O relatório cita o Oriente Médio como exemplo: a duração média das estadias na região cresceu cerca de dois terços em relação a 2019. Entre os fatores que explicam esse avanço estão o fortalecimento da Arábia Saudita como destino e os grandes investimentos em infraestrutura turística na região.
As mudanças climáticas também estão influenciando as decisões de viagem. Fenômenos como o calor extremo e os incêndios florestais têm impulsionado uma migração do turismo da alta temporada para os períodos de baixa. Surge daí o conceito das cool-cations, viagens para destinos de clima mais ameno, como Suécia, Noruega e Finlândia — países que devem registrar crescimento de 9% em 2025, superando os tradicionais destinos de verão.
DESTINOS CLÁSSICOS
SEGUEM FORTES, MAS NOVOS MERCADOS DESPONTAM
As chamadas “viagens dos sonhos” continuarão entre as preferências dos turistas. As 50 principais cidades do mundo devem registrar crescimento de 20% nas chegadas internacionais até 2030, com Dubai e Bangkok liderando a lista.
Ao mesmo tempo, o relatório desta-
ca o aumento da procura por destinos emergentes, com destaque para Albânia e El Salvador, que vêm conquistando visitantes em busca de experiências autênticas e melhor custo-benefício.
O FENÔMENO DAS “GIGTRIPS” CONTINUA EM ALTA Grandes eventos culturais e musicais seguem movimentando o setor. O estudo cita o impacto da turnê Eras de Taylor Swift como um dos motores de decisão de viagem em 2024 — uma tendência que continuará nos próximos anos. Segundo a Allied Market Research, a indústria de eventos ao vivo deve crescer quase 6% ao ano até 2030, superando o ritmo do turismo global. Destinos em todo o mundo têm investido em atrair artistas e eventos de grande porte, após o sucesso de megashows que movimentaram a economia local e o fluxo turístico.
EXPERIÊNCIAS CULTURAIS E PERSONALIZAÇÃO EM ALTA O viajante contemporâneo busca vivências mais autênticas, com imersão na cultura local, gastronomia regional e interação com moradores. Essa tendência está levando o setor a investir em experiências personalizadas, artesanais e com storytelling. “Os turistas querem algo mais profundo, que vá além do roteiro tradicional. Isso também tem levado a uma desconcentração, com maior interesse por destinos menos lotados e viagens em períodos alternativos”, aponta o relatório.
TECNOLOGIA E INTELIGÊNCIA
ARTIFICIAL TRANSFORMAM A JORNADA DO VIAJANTE
A tecnologia é apontada como uma das principais forças de transformação da indústria. Aplicativos de viagem, plataformas imersivas e ferramentas de inteligência artificial estão moldando experiências cada vez mais perso -
nalizadas — desde o planejamento e a reserva até a vivência no destino. A automação digital em aeroportos, com o uso de biometria e sistemas inteligentes de segurança, também contribui para processos mais ágeis e fluidos. “Três vezes mais profissionais do setor afirmam que o uso de IA tende a aumentar os gastos com viagens, e não reduzi-los”, revela o estudo.
AVIAÇÃO, CRUZEIROS E HOTELARIA IMPULSIONAM O CRESCIMENTO
O relatório também destaca o papel do aumento da capacidade global de transporte e hospedagem. A aviação segue em forte expansão, com mais de 15 mil novas aeronaves encomendadas à Boeing e à Airbus. O setor de cruzeiros, por sua vez, deve ultrapassar 38 milhões de passageiros em 2025, com 15 novos navios previstos para estrear ainda este ano — entre eles o lançamento da AROYA Cruises, voltada para o mercado árabe.
Na hotelaria, o crescimento também é expressivo: mais de 500 mil novos quartos devem ser inaugurados em 2025, e outros 1 milhão estão em construção ao redor do mundo.
DESAFIOS À VISTA
Apesar das perspectivas otimistas, o relatório alerta para desafios regionais — em especial na América do Norte. As chegadas internacionais aos Estados Unidos devem cair 6% em 2025, e o país só deverá recuperar os níveis de 2019 em 2029.
“Ainda que o turismo global esteja em ascensão, os ventos contrários econômicos e geopolíticos permanecem uma preocupação. As novas tarifas comerciais anunciadas pelo governo Trump estão pressionando os custos das empresas, elevando a inflação e comprometendo o poder de compra dos consumidores”, conclui o documento.
Objetivo é chegar a 31 mil brasileiros em 2025, com novas estratégias de promoção e foco em turismo sustentável

Giulia Jardim
O turismo brasileiro em Aruba vive uma fase de expansão acelerada. Até setembro de 2025, a ilha caribenha já havia recebido 21,4 mil visitantes oriundos do Brasil, e a meta é encerrar o ano com 31 mil turistas — um aumento de 70% em relação a 2024.
De acordo com Carlos Barbosa, diretor da Autoridade de Turismo de Aruba (A.T.A.) no Brasil, o avanço é resultado de um trabalho consistente de promoção e relacionamento com o trade turístico.
“O Brasil é um mercado estratégico e com grande potencial de crescimento. Temos investido em capacitação de agentes, campanhas cooperadas e ações que mostrem o que Aruba oferece além do sol e praia”, destacou. Entre os fatores que impulsionam o bom momento está o início do voo direto da Gol Linhas Aéreas, inaugurado em dezembro de 2024. A nova rota liga São Paulo/Guarulhos (GRU) a Aruba (AUA) três vezes por semana, sendo atualmente a única conexão sem escalas entre o Brasil e a ilha.

Para Ivan Calderon, diretor da A.T.A. para a América Latina, o objetivo é sustentar o crescimento com foco na qualidade da experiência. “Queremos que cada turista brasileiro volte com a sensação de que viveu algo único. Aruba é uma ilha diversa, segura e acolhedora, e isso é o que nos diferencia”, afirmou. Segundo o executivo, o Brasil é hoje o segundo mercado mais importante para Aruba em crescimento. O desafio, afirma, é ampliar não apenas o volume de visitantes, mas também o número de passageiros de alto valor, com maior
poder de compra. “O turismo representa 80% do PIB da ilha, então precisamos garantir que o benefício chegue a todos: hotéis, taxistas e restaurantes. É uma economia circular”, completou. Para 2026, uma das prioridades será o relançamento da marca Aruba, alinhada ao compromisso de tornar o destino 100% sustentável até 2030. “Estamos na fase de turismo responsável e queremos reforçar essa consciência nos visitantes: se não cuidarmos da ilha, vamos acabar com o que de melhor ela tem ”, concluiu Calderon.
Brasil é o mercado com mais tempo de visita e maior gasto médio em comparação com outros países
Beatriz do Vale
No dia 6 de novembro, o VisitBritain realizou um encontro exclusivo com diversos parceiros do trade brasileiro para conhecer as iniciativas que impulsionam o desenvolvimento regional e revelam as diferentes regiões da Grã-Bretanha.
Durante o almoço oferecido no restaurante Corrutela, no bairro da Vila
Madalena, foram apresentados destinos além de Londres, experiências autênticas e as novas oportunidades que estão transformando o turismo britânico.
“Queremos encorajar mais brasileiros a viajar, não só para Londres e Edimburgo, mas para explorar tantos outros destinos que temos a oferecer. Alguns ficam a apenas 10 minutos de distância de lugares mais famosos “, destacou Paul Gauger,


diretor para as Américas, Austrália e Ásia do VisitBritain.
O Brasil é o mercado mais importante na América Latina para a Grã-Bretanha.
Segundo Paul, os brasileiros são os visitantes que passam mais tempo visitando a ilha e os que mais gastam.
“Os brasileiros são ótimos. Vocês gastam mais tempo do que a maioria das pessoas. Vocês viajam por 11 dias, que é


mais tempo que a média. Isso é fantástico. Além de gastar mais do que a maioria das pessoas, que é ótimo também. Nós amamos os brasileiros, queremos ver mais de vocês por lá.”
Este ano, a expectativa é encerrar com 316 mil visitantes e um gasto de £355 milhões, o que representa um aumento, em relação a 2024, de 2% e 15% respectivamente.




mãos sem o agito dos surfistas. Tem umas barracas pequenas e o clima é de pôr do sol com pé na areia e cerveja gelada.
QUIXABINHA
Pequena, quase escondida entre o Bode e a Cacimba, aparece só na maré baixa. É praticamente uma piscininha natural, cercada por pedras e silêncio. Um daqueles lugares que a gente encontra por acaso e não esquece mais.
BAÍA DOS PORCOS
Dispensa apresentações. São só 100 metros de praia, acessados por pedras, e o visual é de outro planeta. O mar, de um azul esmeralda, contrasta com as formações rochosas e os Dois Irmãos logo à frente. Não tem estrutura, e ainda bem. Aqui, o luxo é o silêncio.
PRAIA DO SANCHO
Sete vezes eleita a mais bonita do mundo, e dá pra entender o porquê. O acesso se dá por uma escadaria entre falésias, e o visual lá de cima já é de tirar o fôlego. No mar, os tons de azul e verde mudam conforme a luz do dia, criando um espetáculo natural constante. A vida marinha é intensa, tornando o snorkel praticamente obrigatório. Os sete títulos foram do Tripadvisor, por meio do prêmio Travellers’ Choice Best of the Best.
BAÍA DOS GOLFINHOS
Um dos lugares mais protegidos da ilha. O acesso é apenas por trilha e a visita é feita de mirante, sem descer até o mar, tudo para preservar o habitat dos golfinhos-rotadores. Nas primeiras horas da manhã, dá pra ver dezenas deles brincando nas ondas. É uma das experiências mais marcantes de Noronha, daquelas que fazem a gente ficar em silêncio, só observando.
BAÍA DO SUESTE
Um dos pontos mais emblemáticos de Noronha para observar tartarugas, tubarões e arraias em seu habitat natural. A
enseada, cercada por morros verdes e de águas translúcidas, fica dentro do Parque Nacional Marinho e tem acesso controlado, com presença constante de monitores ambientais. Desde 2022, o banho foi suspenso para estudo do comportamento dos tubarões, mas a visita continua possível, e o visual, visto da areia, continua sendo um dos mais bonitos da ilha.
PRAIA DO LEÃO
Selvagem, imensa e poderosa. O nome vem de uma pedra na beira do mar que lembra um leão deitado, e o rugido das ondas faz jus. É uma das praias mais lindas e intocadas, com areia rosada e mar aberto. Entre dezembro e julho, é área de desova das tartarugas marinhas, então o acesso pode ser restrito.
PONTA DAS CARACAS
Um visual de outro planeta. As falésias de origem vulcânica se encontram com o mar num tom de azul quase irreal. O mar aqui é bravo e o vento constante, o que cria uma paisagem de força e movimento. Não é praia para banho, é pra contemplar, e entender por que Noronha parece um pedaço vivo da Terra ainda se formando.
ATALAIA
Um dos lugares mais famosos para snorkel em Noronha, com acesso controlado pelo ICMBio e horários definidos. Na maré baixa, forma-se uma piscina natural de água cristalina onde é possível ver peixes coloridos, moreias e até pequenos tubarões-lixa sem precisar mergulhar fundo. A visita só pode ser feita com guia credenciado, o número de visitantes é limitado e o tempo de permanência na água é restrito, tudo para preservar esse ecossistema único.
PRAIA DO PORTO DE SANTO ANTÔNIO
A praia com mais estrutura da ilha, ponto de chegada e partida dos passeios de barco. Dá pra alugar stand up, fazer mergulho ou só sentar num quiosque e

observar o vai e vem. Apesar de ser a área mais movimentada, o mar é lindo e ótimo pra banho. Tem clima de “fim de tarde local”, com os moradores se encontrando depois do trabalho.
PRAIA DA BIBOCA
Pouco lembrada, fica entre o Porto e o Cachorro. Tem acesso por trilha e é marcada pelas ruínas do antigo presídio. O mar é mais agitado, mas o visual tem um charme rústico e histórico, mostrando um lado diferente de Noronha, menos cartão-postal, mais memória.
É PRA TODOS OS BOLSOS?
Noronha carrega a fama de destino caro, e é verdade em alguns pontos, mas dá pra viver a ilha de forma mais leve, sem abrir mão da experiência.
Logo na chegada, é cobrada a Taxa de Preservação Ambiental (TPA) de R$ 101,35 na primeira noite, com valor crescente por dia. A medida ajuda a controlar o turismo e preservar o paraíso.
PRAIAS DENTRO DO PARQUE
Além da TPA, quem quiser visitar as áreas do Parque Nacional Marinho precisa pagar uma taxa à parte de R$ 192 por adulto, com validade de 10 dias. Essa taxa dá acesso a locais como Sancho, Sueste, Atalaia, Baía dos Porcos e outras praias protegidas — o dinheiro é revertido em preservação, e vale cada centavo pra manter esse paraíso como está.
HOSPEDAGEM
Existem hostels simples, com diárias a partir de R$ 130, ideais para quem viaja sozinho ou quer sentir o clima local. As pousadas domiciliares, com café da manhã feito na hora e aquele papo de varanda, ficam na faixa de R$ 400. Já as pousadas de charme e hotéis boutique passam fácil dos R$ 2.000 por noite. Uma dica de hospedagem é a pousada Mar Atlântico, bem localizada, café da manhã com várias opções e ótimo custo-benefício.
QUANTO CUSTA COMER?
Na alimentação, dá pra equilibrar bem. Um PF caprichado começa em torno de R$ 38, e há boas opções entre R$ 60 e R$ 80. Nos restaurantes mais badalados, um jantar com bebida e sobremesa chega perto dos R$ 250 por pessoa. As praias fora do Parque Nacional, como Cachorro, Conceição, Boldró e Cacimba do Padre, oferecem serviço de praia, mas o conforto tem preço: os guarda-sóis variam de R$ 120 a R$ 180 o dia.
PASSEIOS IMPERDÍVEIS
Entre os passeios, o Ilha Tour é o mais clássico e completo, operado pela Atalaia Noronha. Custa em média R$ 345 e percorre 12 praias, passando por cerca de 80% da ilha. É o jeito mais prático de entender a geografia e o encanto de Noronha logo nos primeiros dias. O mergulho com cilindro é uma das experiências mais intensas, cerca de R$ 1.600, com 40 minutos lá embaixo explorando a vida marinha em águas de visibilidade impressionante. Já o batismo, voltado para quem nunca mergulhou, varia entre R$ 940 e R$ 1.050 e inclui o transfer (geralmente às 13h45), 30 minutos de navegação e mais meia hora de mergulho.
VALE MUITO A PENA
No último dia, enquanto o avião ganhava altitude, olhei pela janelinha e ainda dava pra ver o contorno da ilha cercado por um azul brilhante. Noronha tem esse poder: ela não se mostra inteira de uma vez, vai se revelando aos poucos, no silêncio, nas marés, nos encontros. Dizem que aqui é o lugar onde o tempo desacelera, mas a verdade é que é a gente que aprende a andar no ritmo certo. Cada praia tem um jeito próprio de lembrar que o essencial é simples: o vento, o sal, o céu, a vida. Voltar para casa depois de Noronha é como acordar de um sonho que continua ecoando. Porque algumas viagens a gente não traz nas fotos, traz na pele. E essa, com certeza, é uma delas.
Dez agentes de viagens participaram de uma imersão em Fernando de Noronha, em uma famtrip promovida pela Noronha Brasil em parceria com a Cenav, no começo do mês. Durante o roteiro, o grupo conheceu pousadas icônicas da ilha e vivenciou o Ilha Tour, passeio mais completo do arquipélago,
com paradas em cartões-postais como o Morro Dois Irmãos, Praia do Leão e Praia do Sancho. A iniciativa buscou aproximar os profissionais do destino e oferecer uma atualização sobre suas experiências e infraestrutura. “Noronha é uma reciclagem para o agente, para que ele volte a ven-
der o destino de forma mais atualizada”, explicou Luis Leite, diretor Comercial da Noronha Brasil. Já Mara Augusto, da Cenav, destacou o foco em capacitação: “Nosso propósito é levar os agentes a conhecerem o Brasil e o mundo, vivenciando de perto cada destino.”