

Destino cearense está entre os mais desejados pelos turistas
Local atrai visitantes em busca de paisagens deslumbrantes e águas cristalinas.
Páginas 8 e 9
CEO fala sobre expansão da empresa no varejo, avanços em tecnologia e IA, novos formatos de atendimento e planos ambiciosos para fortalecer a presença da marca em todo o Brasil
Natália Strucchi
A CVC Corp vive uma fase de expansão e inovação em diferentes frentes de negócios. Em entrevista ao Mercado & Eventos, o CEO Fábio Godinho revelou que a companhia estuda ter um navio operando de forma permanente na costa brasileira a partir da temporada 2027/2028, reforçando sua aposta no segmento de cruzeiros. O executivo também adiantou a nova parceria com as Casas Bahia, prevista para 2026, e detalhou os investimentos da empresa em tecnologia, inteligência artificial e capilaridade para ampliar sua presença em todo o país.
MERCADO & EVENTOS -
A CVC planeja ampliar sua presença no mercado de cruzeiros. Quais são os planos para os próximos anos?
FÁBIO GODINHO – Esse é um segmento que a CVC sempre valorizou e no qual queremos crescer ainda mais. Estamos estudando a possibilidade de ter um navio operando durante todo o ano na costa brasileira, a partir da temporada 2027/2028. É uma ambição antiga da companhia, que começa a se tornar viável agora, com o movimento de expansão das armadoras no país. A prioridade é continuar negociando com as armadoras que já estão no mercado, como Costa e MSC. À medida que elas aumentam a oferta e trazem navios maiores, conseguimos trabalhar com mais tranquilidade. A ideia não é trazer novos players, mas fortalecer as parcerias existentes e garantir boa disponibilidade de cabines com preços competitivos.
M&E – O projeto prevê almodelo específico de operação?
FÁBIO GODINHO – Sim. Pensamos em algo semelhante ao que fazemos com voos regulares via block charter: um fretamento parcial. A CVC tomaria parte das cabines, compartilhando o risco com as companhias marítimas. É uma forma de viabilizar economicamente a operação e garantir exclusividade em parte das saídas.
de viagens, mas o serviço é oferecido ao cliente com a marca do parceiro. É algo parecido com o que fazemos para o Santander, Bradesco, PicPay e Privalia. As Casas Bahia seguirão esse mesmo conceito.
M&E – E na CVC Viagens, o que há de
novo em termos de inovação?
FÁBIO GODINHO – Estamos testando um piloto de IA capaz de analisar o perfil do consumidor e sugerir destinos personalizados. Esse sistema também direciona nossos times de vendas, que passam a oferecer produtos sob medida para cada cliente. Nossa meta é avançar na hiperpersonalização: as lojas da CVC funcionarão sete dias por semana, 24 horas por dia — quando estiverem fechadas, a IA assumirá o atendimento.
M&E – A CVC também tem investido na expansão da rede física e em novos formatos de atendimento, certo?
FÁBIO GODINHO – Exato. Hoje, distribuímos mais de 40 mil leads por dia e mapeamos 319 municípios com potencial para receber novas franquias. Vamos lançar o projeto Consultor de Viagens CVC, que conectará agentes a cidades sem loja física. Até 2027, queremos ter mais de 10 mil consultores vinculados à rede, com presença física ou digital em todos os 5.570 municípios brasileiros. Fabio
M&E – O que pode adiantar sobre o acordo com as Casas Bahia?
FÁBIO GODINHO – Essa é uma frente muito promissora. Estamos finalizando uma parceria com as Casas Bahia, prevista para ser lançada no início de 2026. A ideia é expandir nossa presença em grandes redes varejistas, aproveitando o modelo de white label que já utilizamos com bancos e marcas no Brasil e na Argentina. A CVC fornece toda a estrutura e gestão da plataforma
A aviação comercial nasceu com um propósito claro: encurtar distâncias e democratizar o acesso ao transporte aéreo. Nas últimas décadas, especialmente na América do Sul, avançamos pouco nesse propósito. O que vemos hoje é um movimento preocupante de retrocesso, representado pelas novas tarifas que retiram direitos básicos do passageiro sob o argumento de “reduzir custos”. A mais recente delas é a chamada tarifa Basic, anunciada pela Gol e já em vigor na Latam, que exclui até mesmo a bagagem de mão. A justificativa oficial é simples e tentadora: oferecer um preço mais acessível para quem “viaja leve”. Mas aqui cabe a pergunta essencial: quem, de fato, viaja sem bagagem?
Essa tarifação fragmentada é apresentada como inovação, mas na prática cria obstáculos para o consumidor, prejudica a experiência de viagem e gera insegurança jurídica e comercial. O impacto negativo não recai apenas sobre o passageiro, mas sobre toda a cadeia de turismo: agentes de viagens, operadores, parceiros e até destinos que dependem de competitividade aérea. No discurso das companhias, trata-se de oferecer “liberdade de escolha” ao cliente. Mas que escolha é essa baseada na retirada de um direito que sempre fez parte do serviço básico de transporte? No passado recente, já vimos a retirada da franquia de bagagem despachada ser vendida como caminho para tarifas mais baixas. Os preços diminuíram? Não. Os relatórios públicos e reclamações de consumidores mostram justamente o oposto: aumento de tarifação acessória, confusão na compra, cobranças surpresa e redução da transparência. Fala-se muito em “experiência do cliente” no setor aéreo. Mas onde ela está quando políticas comerciais são criadas sem considerar o impacto real sobre quem paga a conta? Estudos independentes conduzidos na Europa e nos Estados Unidos mostram que a economia prometida com tarifas
TURISMO EM DADOS
ultraflexíveis é diluída rapidamente por cobranças adicionais, levando o consumidor a pagar igual ou mais do que pagaria antes, porém com menos direitos. Onde estão esses dados no Brasil? Por que as companhias não divulgam estudos que comprovem os benefícios dessa política? Porque esses benefícios não existem do ponto de vista do consumidor.
Não se trata aqui de ser contra modelos competitivos ou contra iniciativas de eficiência. O problema é implementar estratégias que deseducam o mercado e passam a mensagem de que o essencial pode ser transformado em opcional. Cobrar por bagagem de mão é uma distorção grave de premissas históricas do transporte aéreo e caminha perigosamente para um cenário onde, em breve, pagaremos até mesmo para entrar no avião. Meio que já pagamos, não é? Com as taxas de embarques cada vez mais caras.
O setor turístico precisa reagir. Os agentes de viagens são os primeiros a enfrentar a irritação do cliente no momento da venda ou embarque, lidando com regras confusas e tarifas que geram frustração. A prática ainda compromete a imagem do mercado como um todo, pois adiciona complexidade onde deveria haver confiança.
A pergunta que devemos fazer é: estamos dispostos a aceitar a erosão gradual de direitos em troca de uma ilusão de economia? Democratizar o setor aéreo não significa cobrar menos e entregar menos. Significa cobrar de forma justa e entregar dignidade ao passageiro. O transporte aéreo é serviço de interesse público e deve ser tratado como tal. Precisamos parar de naturalizar retrocessos.
A tarifa que exclui bagagem de mão não é inovação. É retrocesso. E retrocessos precisam ser discutidos antes de virarem regra.
Janaina Brito é editora do M&E
Atividade sustentou 627,6 mil postos de trabalho, adicionou R$ 55,8 bilhões ao PIB e gerou R$ 8 bilhões em tributos diretos
Natália Strucchi
A locação por temporada movimentou R$ 99,8 bilhões no Brasil em um ano, sustentando 627,6 mil empregos e gerando R$ 8 bilhões em tributos diretos. Os dados fazem parte de um estudo que o Airbnb encomendou para a Fundação Getulio Vargas (FGV) a partir de dados de 2024. Somados efeitos diretos e indiretos, a atividade adicionou R$ 55,8 bilhões ao PIB do país em 2024. Os resultados foram calculados pela metodologia de insumo-produto, partindo dos gastos efetivos de hóspedes e anfitriões e estimando como esse dinheiro circula entre os demais setores da economia.
“Os números do estudo da FGV mostram uma realidade que já vínhamos percebendo nas cidades: quando uma reserva acontece, a economia do entorno também se move. É renda para famílias, vitalidade para destinos que querem receber mais e melhor e benefício para a economia local”, disse Fiamma Zarife, diretora geral do Airbnb para a América do Sul.
DA RESERVA AO BAIRRO: COMO O DINHEIRO CIRCULA
A reserva de um imóvel aciona uma cadeia no dia a dia da cidade e a FGV quantificou esse efeito: cada R$ 10 gastos na acomodação puxam outros R$ 52 gastos em outros setores da economia. Em 2024, isso ajudou a gerar R$ 28,3
Depois de meses de expectativas, debates e preparativos, chegou a hora de o Brasil brilhar no palco mundial. Em novembro, minha atenção — assim como a do mundo inteiro — estará voltada para Belém, no coração da Amazônia, onde acontecerá a COP30. Não se trata apenas de mais uma conferência climática, mas de um marco que pode redefinir a forma como enfrentamos os desafios ambientais globais. Depois de décadas de negociações, chegou o momento de transformar compromissos em ações concretas. E é emocionante saber que isso acontecerá aqui, no nosso país.
O Brasil vive um momento histórico. Estamos a menos de um mês de sediar um evento que coloca não só a Amazônia, mas toda a nação no centro das atenções globais. A conferência não é apenas um encontro de líderes e especialistas: é um chamado à responsabilidade coletiva diante das mudanças climáticas que já impactam a população brasileira — especialmente nas cidades, onde esses efeitos se fazem sentir com mais intensidade.
Para receber um evento dessa magnitude, Belém passou por uma transformação sem precedentes. O governo federal destinou R$ 4,7 bilhões em investimentos em infraestrutura urbana associada à COP30 — recursos que não apenas viabilizarão a conferência, mas deixarão um legado duradouro para a capital paraense. Somam-se a isso mais de R$ 90 bilhões em ações em todo o país, voltadas para drenagem urbana, mobilidade sustentável, prevenção de desastres e urbanização de favelas. Estamos falando de melhorias que continuarão beneficiando a população muito além do evento.
O entusiasmo dos moradores de Belém confirma o impacto transformador que essa conferência já está gerando. Uma pesquisa do Ministério do Turismo, em parceria com a Nexus - Pesquisa e Inteligência de Dados, revelou que 81% dos belenenses
acreditam que a COP trará benefícios econômicos para a cidade. Turismo, hotelaria e gastronomia aparecem como os principais setores que devem se beneficiar, seguidos por comércio e varejo. Setenta por cento da população local espera um impacto positivo ou muito positivo — um sentimento que traduz esperança e confiança no futuro.
Esse otimismo não é isolado. Ele reflete um momento promissor para o turismo brasileiro como um todo. Em 2025, ultrapassamos, pela primeira vez, a marca de 7 milhões de turistas internacionais, com projeção de alcançar mais de 10 milhões até o final do ano.
Dentro desse cenário, segmentos como turismo gastronômico, histórico-cultural e ecoturismo se destacam como grandes motores de desenvolvimento. Eles não apenas ampliam a visibilidade internacional da Amazônia, como também movimentam cadeias produtivas locais — da agricultura familiar ao artesanato, do transporte aos eventos. Ao unir sustentabilidade e economia, o turismo mostra seu poder de transformar territórios e gerar impactos positivos reais.
Por tudo isso, tenho grandes expectativas para a COP30. Espero que o evento seja não apenas um sucesso diplomático e ambiental, mas também um marco para o turismo brasileiro. Que os olhos do mundo, ao se voltarem para Belém, enxerguem a força de um país que tem muito a oferecer: natureza exuberante, cultura rica, um povo acolhedor e, acima de tudo, um compromisso renovado com um futuro mais sustentável. É hora de mostrar que o Brasil está pronto para liderar — com responsabilidade, criatividade e esperança.
Natália Strucchi é jornalista, pós-graduada em Hotelaria e Turismo e diretora de Redação do M&E
bilhões em renda para profissionais de diferentes áreas e pequenos negócios. Quem mais sente essa movimentação são os serviços (57,9%) e o comércio (24,8%). É uma engrenagem capilar, que se move com o fluxo de hóspedes e faz o dinheiro circular.
BRASIL INTEIRO NA ROTA: DESENVOLVIMENTO QUE SE ESPALHA O estudo ainda confirma que o Airbnb descentraliza o desenvolvimento, levando oportunidades para além dos grandes
polos tradicionais brasileiros. No mapa regional, o Sudeste puxa a fila com R$ 54,9 bilhões movimentados pela atividade em 2024, seguido do Sul (R$ 22,1 bilhões) e do Nordeste (R$ 16,9 bilhões). Centro-Oeste (R$ 4,7 bilhões) e Norte (R$ 1,2 bilhão) avançam no mesmo rumo.
A FGV também analisou o impacto em algumas capitais. No Rio de Janeiro, a atividade do Airbnb movimentou R$ 9,9 bilhões em 2024, sustentando 61,6 mil empregos e adicionando R$ 5,6 bilhões ao PIB local. Em Belém, que nos últimos anos vem se mobilizando para receber turistas da COP-30, a atividade do Airbnb movimentou R$ 300,3 milhões em 2024, gerando 1.800 postos de trabalho, R$ 82,5 milhões em renda adicional e R$ 166,2 milhões incorporados ao PIB municipal. A análise também mostra que o aluguel por temporada democratiza o turismo. Em dez anos, o número de anúncios ativos no Airbnb no Brasil passou de 23 mil para 500 mil, o que significa mais oferta e mais diversidade para quem viaja, com mais pessoas participando da economia do turismo. A FGV identifica ainda que os rendimentos dos anfitriões vêm crescendo de forma consistente, podendo
alcançar aproximadamente R$ 1.500 por mês, em média, por anúncio de imóvel inteiro. Para muitas casas, essa renda é a diferença entre atravessar períodos desafiadores ou não.
“A metodologia que usamos nos permite seguir o caminho do dinheiro. Partimos dos gastos efetivos de hóspedes e anfitriões e estimamos como eles se propagam na cadeia, somando impactos diretos e indiretos em nível nacional e regional. Com esse método, também foi possível calcular a contribuição fiscal da atividade. No final das contas, tributos diretos associados às estadias ajudam a financiar serviços públicos nas cidades”, explica Luiz Gustavo Barbosa, gerente-executivo da FGV Projetos.
Em 2024, a atividade de aluguel por temporada contribuiu com R$ 8 bilhões em tributos diretos no Brasil. A FGV também indica os lugares onde isso aparece com mais força. No estado de São Paulo, ao longo de um único ano, foram arrecadados R$ 2,5 bilhões. Capitais com forte vocação turística, como Rio de Janeiro e Florianópolis, receberam R$ 1,5 bilhão e R$ 389,8 milhões em impostos, respectivamente.
Resultado coloca o turismo brasileiro em um novo patamar, já que em apenas nove meses, o país já superou o total do ano passado
Janaina Brito
O Brasil atingiu, pela primeira vez em sua história, a marca de 7 milhões de turistas estrangeiros recebidos em um único ano. De janeiro a setembro de 2025, o país recebeu 7.099.237 visitantes internacionais, número 45% maior que o registrado no mesmo período de 2024.
O resultado coloca o turismo brasileiro em um novo patamar: em apenas nove meses, o país já superou o total do ano passado (6.773.619 visitantes) e ultrapassou a meta prevista para 2025 pelo Plano Nacional de Turismo 2024-2027, que estabelecia 6,9 milhões de turistas. O objetivo foi superado em 2,9% antes mesmo do fim do terceiro trimestre.
SETEMBRO EM DESTAQUE
Somente em setembro, o Brasil recebeu 570.934 turistas internacionais, número 28,2% superior ao mesmo mês de 2024. Foi o maior volume da série histórica para o mês, superando com folga o recorde anterior, de cerca de 445 mil visitantes.
IMPACTOS PARA A ECONOMIA
O presidente da Embratur, Marcelo Freixo, comemorou o resultado. “Esse recorde histórico é fruto de um trabalho sério do Governo Federal para reconstruir a imagem do Brasil no mundo, como um destino de diversidade e sustentabilidade. O Brasil hoje é respeitado e desejado por turistas de todas as nacionalidades. Esse número recorde se traduz na vida dos brasileiros através de emprego, renda e oportunidade em cada canto do país”, afirmou.
O ministro do Turismo, Celso Sabino, destacou que o país vive um marco histórico. “Já superamos a meta anual com três meses de antecedência, o que mostra a força do nosso setor e a confiança do mundo no Brasil”, declarou.
PRINCIPAIS EMISSORES
A Argentina segue como principal emissor de turistas ao Brasil, com mais de 2,7 milhões de visitantes entre janeiro e setembro. Em seguida aparecem:
→ CHILE: 604.786 turistas
→ ESTADOS UNIDOS: 564.160 turistas
→ EUROPA (FRANÇA, PORTUGAL E ALEMANHA): 537.589 turistas somados.
GASTOS ATÉ AGOSTO
De janeiro a agosto deste ano, os visitantes de outros países deixaram no Brasil um total de R$ 29,1 bilhões (equivalente a US$ 5,448 bilhões), em despesas como hospedagem, alimentação, transporte, lazer e compras. O valor re-
presenta um crescimento superior a 11% em relação ao mesmo período de 2024. Somente no recorte de agosto, os visitantes internacionais injetaram US$ 565 milhões na economia. Em agosto de 2024, os valores chegaram a US$ 555 milhões. “São bilhões de dólares
que os visitantes estrangeiros deixam no mercado brasileiro anualmente e isso significa a movimentação de toda uma cadeia produtiva com crescimento de micro e pequenos empresários, que formam a grande maioria dos empreen-
dimentos do setor, e, principalmente, emprego e renda sendo gerados e mantidos para milhares de brasileiros que atuam na atividade turística”, pontua o presidente da Embratur, Marcelo Freixo.
A busca por sol e praia foi o principal tipo de lazer apontado pelos entrevistados, respondendo por 44,6% do total das viagens com essa finalidade
Natália Strucchi
Em 2024, assim como em 2023, foram registradas 20,6 milhões de viagens, ante 12,1 milhões em 2021 e 13,4 milhões em 2020. Dos 77,8 milhões de domicílios estimados no país em 2024, 15 milhões (19,3%) registraram a viagem de ao menos um morador. Esse valor se manteve estável em relação a 2023 mas, proporcionalmente, houve redução de 0,5 ponto percentual. Durante a pandemia de Covid-19, as proporções foram de 13,9%, em 2020, e de 12,7%, em 2021. Os dados são do módulo de Turismo da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) Contínua. Verificou-se pouca alteração em relação à finalidade das viagens: em 2020, 85,1% das viagens ocorreram por finalidade pessoal; em 2021, o percentual foi de 85,4%, em 2023 foi de 85,8% e em 2024 foi de 85,5%, incluindo viagens nacionais e internacionais.
A maior parcela dos domicílios em que houve viagem (4,48 milhões ou 29,8%) se encontra na faixa de rendimento domiciliar per capita de 1 a menos de 2 salários mínimos. A principal finalidade das viagens por motivo pessoal era o lazer (7,0 milhões ou 39,8%), seguido por visita ou eventos de familiares e amigos (5,67 milhões, ou 32,2%). Sol e praia ainda são o motivo mais frequente de lazer. E, independentemente de motivos pessoais ou profissionais, o maior percentual de hospedagens continua sendo casa de amigo ou parente.
GASTOS COM VIAGENS
ALCANÇAM R$ 22,8 BILHÕES
Os gastos totais em viagens nacionais com pernoite, em 2024, alcançaram R$ 22,8 bilhões, um crescimento de 11,7% em relação a 2023, quando os gastos somaram R$ 20,4 bilhões. “Tivemos o mesmo número de viagens e um gasto maior, o que significa que viajar está mais caro ou, então, as pessoas estão fazendo viagens mais caras”, comenta o analista da pesquisa, William Kratochwill. Nas viagens com destino à Região Sudeste, o gasto total foi de R$ 8,7 bilhões, seguido do Nordeste (R$ 7,4 bilhões) e Sul (R$ 4,1 bilhões). As Regiões Centro-Oeste
e Norte apresentaram os menores gastos totais, com R$ 1,7 bilhão e R$ 978,0 milhões, respectivamente.
Entre as regiões, os destinos que registraram os maiores gastos médios com viagens foram Nordeste (R$ 2.523), Sul (R$ 1.943) e Centro-Oeste (R$ 1.704), seguidas pelas regiões Sudeste (R$ 1.684) e Norte (R$ 1.263). Quanto à origem, os maiores gastos estavam entre viagens saindo da Região Centro-Oeste (R$ 2.182), Sudeste (R$ 2.128) e Sul (R$ 1.787), seguidas por Norte (R$ 1.451) e Nordeste (R$ 1.206). Como destino, Alagoas (R$ 3.790) foi o estado que apresentou o maior gasto médio no país. Já o Distrito Federal apresentou os maiores gastos médios com viagens de origem, com R$ 3.090.
PRINCIPAL MOTIVO DE NÃO VIAJAR FOI FALTA DE DINHEIRO
Em 2024, a pesquisa revelou que em 62,8 milhões de domicílios não houve viagem. Se por um lado houve desinteresse, falta de necessidade ou outro motivo para os moradores de 19 milhões de domicílios, por outro, a demanda por viagens nos outros 43,7 milhões de domicílios foi reprimida pela falta de dinheiro, tempo, saúde ou por terem outra prioridade.
A falta de dinheiro foi o motivo mais frequente, declarado por 24,6 milhões de domicílios (39,2%), seguida por 12 milhões por falta de tempo (19,1%). Na análise por rendimento, a falta de dinheiro foi superior à média brasileira em dois estratos: em 55,3% dos domicílios com menos de meio salário mínimo per capita e em 44,5% dos domicílios com rendimento de meio a menos de 1 salário mínimo. No grupo com 4 ou mais salários mínimos, em apenas 11,4% não houve viagem por não ter dinheiro.
Por outro lado, entre os domicílios que registraram viagem, apenas 11,3% pertenciam ao grupo de rendimento mensal domiciliar per capita inferior a meio salário mínimo. Este grupo representa pouco mais que um quinto dos domicílios pesquisados. Já o grupo de domicílios com rendimento per capita de 4 ou mais salários mínimos, que eram 7,4% do total de domicílios, representaram 17,5% dos domicílios em
que houve ocorrência de viagem. Os domicílios com rendimento de 2 a menos de 4 salários mínimos eram 13,9% do total e representaram 21,4% dos domicílios em que houve viagem de algum morador. Kratochwill comenta que, em 2024, houve aumento no rendimento domiciliar per capita. “Entretanto, isso não se refletiu na distribuição do número de viagens. Ou seja, apesar da diminuição das desigualdades, as viagens continuam concentradas no estrato da população com maior renda”. O percentual de ocorrência de viagem em cada grupo foi diretamente proporcional ao rendimento. O grupo de domicílios com rendimento domiciliar per capita de 4 ou mais salários mínimos teve ocorrência de viagem de algum morador em 45,7% de seus domicílios, sendo o grupo de maior incidência. A taxa de ocorrência de viagem nos domicílios com rendimento domiciliar per capita menor que meio salário mínimo foi de 10,4%, ou seja, em aproximadamente 90% dos domicílios nessa faixa de rendimento per capita não houve ocorrência de viagem. A falta de tempo foi o motivo mais indicado nos domicílios com maiores rendimentos, ocorrendo em 33,2% dos domicílios com mais de 4 salários mínimos e em 31,4% dos domicílios com 2 a menos de 4 salários mínimos de rendimento domiciliar per capita. Para o grupo de menor rendimento, em 7,4% dos domicílios foi alegada a falta de tempo para não haver viagem.
LAZER FOI O PRINCIPAL MOTIVO DAS VIAGENS PESSOAIS
Em 2024, 85,5% das viagens realizadas eram pessoais, enquanto 14,5% tinham finalidade profissional. O percentual pouco se alterou em relação ao ano anterior, quando 85,8% eram pessoais e 14,2%, profissionais.
Entre as viagens profissionais, 84,7% eram para negócio ou trabalho e 11,8% para eventos e cursos para desenvolvimento profissional.
Entre as viagens pessoais, as que tinham como motivo o lazer foram as mais frequentes em 2024, com 39,8%, frente a 38,5%, em 2023, e 32,8%, em 2020. Já
visitas ou eventos de familiares e amigos foram o segundo principal motivo para viagens pessoais. Elas foram maiores em 2020, com 38,6%, caindo ao longo dos anos apurados. Em 2023, foram 33,0% do total das viagens pessoais, e, em 2024, esse número caiu para 32,2%. Tratamento de saúde ou consulta médica foi a finalidade pessoal que manteve uma estabilidade em relação às pesquisas anteriores. Em 2024, a porcentagem era de 20,1%; em 2023, 20,0%; em 2021, 19,9%. “Esse número está estável. Acredito que chegou a um nível que é o que a sociedade demanda para viajar para cuidados de saúde”, analisa Kratochwill.
SOL E PRAIA CONTINUAM SENDO AS PRINCIPAIS VIAGENS DE LAZER
A principal finalidade das viagens de lazer em 2024 foram os destinos de sol e praia, com 44,6%. Esta é a proporção mais baixa da série: em 2023, eram 46,2% e, em 2020, 55,5%. Ainda assim, foram a preferência em todas as classes de rendimento, alcançando a maioria de todas as viagens daqueles com renda de até meio salário mínimo, com 53,7%. Esse percentual diminuiu conforme o nível de rendimento aumentou, reduzindo para 39,1% das viagens daqueles que tinham 4 ou mais salários mínimos de rendimento domiciliar per capita.
“Quase a maioria da população prefere praia. Mas, o que era 55,5%, em 2020, passou para 44,6%, em 2024. Na situação sem crise sanitária e com rendimentos crescentes, as pessoas estão começando a buscar outros tipos de viagens”, comenta Kratochwill.
As viagens de lazer para cultura e gastronomia foram as únicas que cresceram ao longo de todos os anos da série histórica da pesquisa. Em 2020, eram 15,5% das viagens, passando para 21,5% em 2023 e alcançando 24,4% em 2024. Este aumento é verificado especialmente nos estratos mais altos de rendimento: enquanto, na faixa de 4 ou mais salários mínimos, o percentual atingiu 32,3%, entre aqueles com rendimento de até meio salário mínimo o número chegou a 14,7%.
Viagem apresentou hotéis, praias e cultura local sob o olhar da inclusão
Felipe Abílio
Na semana em que Curaçao se pintou de cores para celebrar a comunidade LGBTQIA +, dez agentes de viagens brasileiros participaram da Orinter Pride, uma imersão que apresentou o Caribe sob a perspectiva da diversidade. Organizada pela Orinter em parceria com a Lékè Representação e Turismo e
com apoio do Escritório de Turismo de Curaçao, a viagem reforçou o papel da ilha como referência em hospitalidade e inclusão no Caribe.
Logo na chegada, o grupo foi recepcionado no aeroporto por uma equipe exclusiva e conduzido ao Dreams Curaçao Resort, Spa & Casino, onde participou do almoço de boas-vindas. À noite, mergulhou na atmosfera festiva
da ilha durante o “Evento del Orgullo Drag Queen”, realizado na Hacienda Olivia, com performances e músicas que traduzem a energia vibrante do destino.
Segundo Wesley Lavezzo, executivo de vendas da Orinter, o objetivo da ação foi aproximar os agentes do turismo LGBTQIA+ e do próprio destino. “Queremos que conheçam Curaçao e seus produtos para que possam oferecer
aos clientes uma experiência segura, acolhedora e autêntica”, afirmou.
A programação seguiu com visitas a hotéis e pontos turísticos, misturando o colorido urbano de Willemstad às paisagens naturais do oeste da ilha. De motos elétricas da Iguana Ride, os agentes percorreram cartões-postais como a Handelskade e a Ponte Flutuante Rainha Emma, explorando o charme colonial que faz de Curaçao Patrimônio Mundial da UNESCO. O roteiro também incluiu inspeções nos hotéis Marriott Beach Resort, Zoëtry Curaçao Resort & Spa, Corendon Hotel e Renaissance Wind Creek, além de experiências no Kura Botanica, Saint Tropez Boutique e Art Boutique Hotel, novo empreendimento de luxo em Pietermaai.
Entre uma visita e outra, o grupo viveu momentos de descontração típicos do Caribe: uma pool party ao pôr do sol, almoço à beira-mar no Lions Dive Beach Resort e um cruzeiro com a Irie Tours, ao som de boa música e com o céu tingido de laranja. “Curaçao ainda é pouco conhecida entre os brasileiros, mas tem um potencial enorme. Quem pensa em Cancún pode começar a colocar Curaçao na lista, porque realmente surpreende”, disse o agente de viagem Lucas Garcia, da Portão 12.
Fernanda Passos, executiva de contas da Lékè Representação e Turismo, destacou a versatilidade da ilha. “Curaçao tem praias sem sargaço, cultura viva, gastronomia de alto nível e uma ho- telaria que atende todos os perfis. É um destino seguro, diverso e de fácil acesso. Mais do que sol e mar, entrega pertencimento”, afirmou.
O último dia da viagem foi reservado às praias de Cas Abao e Kenepa Grandi, ícones da ilha e cartões-postais do Caribe. A despedida aconteceu no Kontiki Beach Resort e no Cabana Beach Club, em clima de festa e integração. “Vivenciar Curaçao é completamente diferente de apenas estudar o destino. A energia da ilha é contagiante, a gente vai embora já com vontade de voltar”, concluiu Lavezzo.
AEROPORTO COMANDANTE ARISTON PESSOA, PRINCIPAL PORTA DE ENTRADA DO DESTINO, INTEGRA O PROGRAMA AMPLIAR, DO MPOR, E REFORÇA A CONECTIVIDADE E O CRESCIMENTO TURÍSTICO NO LITORAL CEARENSE
Natália Strucchi
Jericoacoara é, sem dúvida, uma das joias mais preciosas do litoral brasileiro. Com suas praias de águas cristalinas, dunas douradas e um pôr do sol que parece feito sob medida para o aplauso, a vila encanta viajantes do mundo todo. O destino, localizado a cerca de 295 km de Fortaleza, combina natureza exuberante, hospitalidade cearense e uma infraestrutura turística que cresce na mesma medida em que o fluxo de visitantes se expande ano após ano. De acordo com dados da Secretaria de Turismo do Ceará (Setur/CE), o estado recebeu 1,7 milhão de visitantes apenas no primeiro semestre de 2025, gerando R$ 6,6 bilhões em receita turística. Em Jericoacoara, o número de turistas gira
entre 600 mil e 700 mil por ano — um movimento que tem impacto direto sobre a economia local, fortalecendo setores como hospedagem, gastronomia, transporte turístico, esportes náuticos e artesanato. Parte desse sucesso se deve à melhoria da conectividade aérea. Inaugurado em 2017, o Aeroporto Comandante Ariston Pessoa, localizado no município de Cruz (CE), tornou-se a principal porta de entrada para quem visita Jericoacoara. Somente entre janeiro e julho de 2025, o terminal recebeu mais de 82 mil passageiros, um aumento de 36% em relação ao mesmo período do ano anterior, segundo dados da Anac.
“O aeroporto é essencial para aproximar o litoral oeste cearense dos grandes centros emissores de turistas do país,
além de facilitar o acesso de visitantes estrangeiros”, destacou a secretária de Turismo de Jijoca de Jericoacoara, Rosana Lima. Ela ressalta que o impacto é sentido diretamente no comércio e nos serviços locais. “Os turistas movimentam a economia municipal por meio da hospedagem nos mais de 350 hotéis e pousadas da vila e ainda impulsionam o uso de transportes turísticos 4x4, passeios como a Rota Leste e a Rota Oeste, além de fortalecer o artesanato e a vida noturna.”
Mas o que torna Jericoacoara tão especial vai muito além de sua infraestrutura: são suas belezas naturais e experiências únicas que transformam qualquer viagem em um espetáculo inesquecível. Entre os principais cartões-postais está a Pedra Furada, uma
formação rochosa esculpida pela natureza e moldurada pelo mar, onde o sol se põe exatamente no centro do arco em determinadas épocas do ano. Outro ponto imperdível é a Duna do Pôr do Sol, de onde moradores e turistas se reúnem diariamente para aplaudir o entardecer mais famoso do Ceará. Os amantes da natureza também se encantam com a Lagoa do Paraíso, de águas azuis e calmas, onde redes esticadas dentro da água convidam ao descanso. Já na Lagoa Azul, o cenário é ideal para quem busca tranquilidade e banhos refrescantes. Para os mais aventureiros, esportes como windsurf e kitesurf encontram condições perfeitas de vento e mar, atraindo praticantes do mundo inteiro.
A charmosa Vila de Jericoacoara com-
pleta a experiência, com suas ruas de areia, restaurantes sofisticados e bares animados que mantêm o clima rústico e acolhedor do destino. À noite, o vilarejo ganha vida com música, dança e o astral contagiante dos viajantes que vêm de todas as partes do mundo.
O terminal de Cruz, que atualmente opera voos regulares, está sob a administração da DIX Aeroportos e foi incluído no Programa AmpliAR, iniciativa do Ministério de Portos e Aeroportos (MPor) voltada à atração de investimentos privados em aeroportos regionais. O objetivo é consolidar esses equipamentos como motores de desenvolvimento local.
“O AmpliAR é importante para o fortalecimento regional, e a primeira etapa prevê investimentos iniciais de R$ 1,35 bilhão em 19 aeroportos do Norte e Nordeste”, afirmou o ministro Silvio Costa Filho.
O leilão do aeroporto de Jericoacoara, juntamente com o de Aracati (CE) — que dá acesso à também famosa praia de Canoa Quebrada —, está
previsto para o dia 24 de novembro, na Bolsa de Valores de São Paulo. Para o secretário de Turismo do Ceará, Eduardo Bismarck, a medida representa um passo importante no fortalecimento da aviação regional. “Os aeroportos aproximam nossos destinos dos visitantes, gerando emprego, renda e movimentando a economia local. Com investimentos e ampliação da infraestrutura, garantimos mais conectividade e oportunidades, consolidando o Ceará como potência turística mundial”, afirmou.
Assim, Jericoacoara segue se firmando não apenas como um refúgio paradisíaco, mas também como um exemplo de como o turismo sustentável, aliado à infraestrutura adequada, pode transformar realidades. Entre o vento constante que move as velas de kitesurf e o som das ondas que embalam as noites estreladas, Jeri prova que seu encanto vai muito além das paisagens — é também uma história de desenvolvimento, acolhimento e orgulho cearense. Jeri, como é carinhosamente chamada,
Após Latam, Gol lança categoria que permite apenas item pessoal a bordo; Senacon e Procon-SP investigam possíveis impactos ao passageiro
Janaina Brito
A ampliação das tarifas aéreas que excluem o direito à bagagem de mão no Brasil começa a gerar inquietação entre os órgãos de defesa do consumidor. O movimento, que teve início com a Latam e agora se estende à Gol, representa uma nova etapa na política de precificação das companhias aéreas, mas levanta dúvidas sobre transparência, equilíbrio nas relações de consumo e respeito aos direitos do passageiro.
Desde o dia 14 de outubro, a Gol passou a oferecer a tarifa Basic, que permite apenas um item pessoal pequeno a bordo, como bolsa ou mochila, sem acesso à tradicional bagagem de mão. O modelo já vinha sendo aplicado pela Latam em rotas internacionais, e agora tende a se consolidar como parte da estratégia comercial
das empresas. A Secretaria Nacional do Consumidor (Senacon), vinculada ao Ministério da Justiça, confirmou ao Mercado & Eventos que está acompanhando de perto a evolução da prática.
O órgão informou que tanto a Gol quanto a Latam já foram notificadas para prestar esclarecimentos sobre o formato da tarifa.
Em nota, a Senacon reforçou que o Código de Defesa do Consumidor se aplica integralmente ao caso, e que as empresas têm obrigação de oferecer informações “claras, precisas e ostensivas” sobre as condições de compra e despacho de bagagens.
“O consumidor deve ser informado de forma inequívoca sobre o que está sendo contratado. Caso haja dúvidas ou descumprimento das condições anunciadas, é recomendável acionar os canais de
atendimento da companhia e os Procons estaduais”, orientou o órgão.
TENDÊNCIA COMERCIAL OU RETROCESSO?
O Procon-SP também acompanha o avanço desse tipo de tarifa, mas vê com ressalvas a mudança. Para o órgão, embora a diferenciação de produtos e preços seja uma tendência legítima do mercado, a exclusão de benefícios que antes eram padrão, como a bagagem de mão, pode representar uma redução da qualidade do serviço sem contrapartida efetiva ao consumidor.
“O passageiro precisa compreender que o valor final da passagem pode acabar sendo mais alto, especialmente se ele for obrigado a contratar adicionais depois. É fundamental que as companhias apresentem todas as regras e custos adicionais de maneira clara, em língua portuguesa e antes da conclusão da compra”, destacou o Procon em nota.
A entidade alerta ainda que a cobrança por itens tradicionalmente incluídos no valor da tarifa aérea “pode gerar desequilíbrio contratual e induzir o consumidor ao erro”.
O QUE DIZEM AS COMPANHIAS?
A Gol justifica que a nova tarifa é voltada a viajantes que buscam economia e simplicidade, oferecendo mais liberdade de escolha. A categoria Basic permite apenas um item pessoal com até 10 kg, que deve caber sob o assento. Segundo a companhia, a modalidade será aplicada, neste primeiro momento, apenas em rotas internacionais com origem fora do Brasil e na rota entre o Aeroporto do Galeão (RJ) e Montevidéu (Uruguai).
A aérea assegura que as demais tarifas continuarão incluindo bagagem de mão e
afirma que o objetivo é ampliar o leque de opções para diferentes perfis de clientes. Já a Latam, que opera a tarifa Basic em rotas para a América do Sul e América do Norte, preferiu não comentar os impactos ao consumidor nem justificar a restrição. Em resposta ao M&E, limitou-se a informar que todas as condições estão disponíveis em seu site oficial.
POSSÍVEL EFEITO DOMINÓ
Especialistas em direito do consumidor apontam que a tendência pode se espalhar rapidamente pelo mercado brasileiro, à medida que as empresas buscam reduzir custos e segmentar a oferta. No entanto, há preocupação de que o modelo crie cobranças cumulativas, tornando a viagem mais cara do que aparenta no momento da compra.
Segundo especialistas, o risco é o passageiro achar que está pagando menos, mas acabar desembolsando mais por itens básicos como bagagem, assento marcado e check-in presencial.
A Senacon e os Procons estaduais devem seguir monitorando a prática e poderão abrir investigações formais caso sejam identificadas irregularidades ou indícios de práticas abusivas. A expectativa é de que o tema volte a ser debatido também no Congresso Nacional, diante da repercussão e do potencial impacto sobre milhões de passageiros brasileiros.
Enquanto o mercado tenta se equilibrar entre competitividade e direitos do consumidor, uma coisa é certa: a forma de voar — e de pagar por isso — está mudando rapidamente no Brasil, e os próximos meses devem ser decisivos para definir até onde as tarifas “sem bagagem” podem ir.
Latam acelera expansão e mira liderança regional com frota Embraer, novas rotas e foco no cliente
Companhia aposta em eficiência, conectividade e parcerias estratégicas para se tornar a “favorita da América do Sul”
Janaina Brito
A Latam Brasil vive um momento de crescimento sólido e transformador. A companhia, que tem reforçado sua presença na América do Sul e aprimorado sua operação no Brasil, aposta em eficiência, inovação e um foco cada vez mais claro no passageiro. Durante a Abav Expo 2025, a diretora de Vendas e Marketing da empresa, Aline Mafra, conversou com o Mercado & Eventos sobre os planos para o futuro, a chegada da nova frota Embraer E2 e a ambição de se consolidar como a companhia aérea preferida dos sul-americanos.
“Sonhamos muito com essa frota. Foi um dos anúncios mais marcantes da história recente da Latam”, afirmou Aline, referindo-se aos 24 aviões Embraer E2 já encomendados, com entregas previstas para o último trimestre de 2026, e ao potencial de compra de mais 50 unidades.
A executiva explica que os novos jatos permitirão uma expansão mais eficiente e flexível, conectando cidades médias e reduzindo a dependência dos grandes hubs de São Paulo e Rio de Janeiro. “Esses aviões atendem com mais assertividade o tamanho da demanda e viabilizam novas ligações diretas. Não se trata apenas de novos destinos, mas de novas conexões entre cidades que hoje dependem de longas conexões”, destacou.
Segundo ela, o projeto vem acompanhado de um redesenho do mapa de oportunidades da empresa. “É uma lista viva. Estamos constantemente estudando
novos aeroportos. Passamos de 44 para 59 localidades mapeadas e conhecemos bem esse portfólio”, disse. Atualmente, 35 aeroportos estão no radar da companhia, sendo 25 deles no Brasil — o que reforça o protagonismo do país na estratégia regional da holding. A nova frota Embraer também simboliza uma etapa de fortalecimento da aviação regional, com foco em sustentabilidade e capilaridade. “Essa expansão consolida o papel da Latam na conectividade doméstica e abre caminho para novos fluxos turísticos e econômicos. Queremos crescer com equilíbrio e propósito”, completou. No cenário internacional, a Latam tem mantido um ritmo consistente de crescimento. Mesmo sem grandes ampliações na frota wide nos últimos anos, a empresa conseguiu aumentar a oferta de assentos e otimizar o uso das aeronaves. “Hoje temos voos diurnos da Europa para o Brasil, algo que antes não fazíamos, o que melhora a eficiência operacional. Nossa rede internacional está saudável, com destaque para a América do Sul e para a Europa”, explicou Aline. Entre as novidades de rotas, a companhia inaugurou recentemente o trecho Guarulhos–Bariloche sazonal (de junho a agosto) e lançou Porto Alegre–Aeroparque, Rio–Ezeiza e Fortaleza–Lisboa. Até o fim do ano, estão previstas novas ligações como Guarulhos–Córdoba, Guarulhos–Rosário, Recife–Ezeiza, Florianópolis–Lima, Florianópolis–Buenos Aires, além de uma operação sazonal Belém–Bogotá, voltada à COP30. “A Argentina continua
sendo um mercado estratégico. Mesmo sem operação doméstica lá, nossas rotas internacionais têm ótima performance e satisfação dos passageiros”, destacou.
Para Aline, a competição com as low costs é bem-vinda e tem estimulado a Latam a aprimorar produtos e serviços. “A competição é saudável e nos obriga a evoluir. O produto da Latam está forte para competir tanto no lado premium quanto no mais acessível. Oferecemos internet a bordo, embarque prioritário, salas VIP e, ao mesmo tempo, mais eficiência e assentos para democratizar a aviação”, disse. Com a alta temporada se aproximando, a companhia prepara uma operação reforçada. Serão 2 mil voos extras, com foco no Nordeste, partindo principalmente dos aeroportos de Santos Dumont e Congonhas. “É uma operação que exige planejamento detalhado. Precisamos equilibrar malha corporativa e de lazer e manter aeronaves reserva em locais estratégicos como Brasília e Guarulhos”, explicou.
Um dos principais desafios da empresa segue sendo a judicialização do setor aéreo. “O Brasil representa metade da operação da holding, mas responde por 98% dos processos judiciais. Queremos que o passageiro tenha seus direitos garantidos, mas é importante tratar de forma justa eventos fora do nosso controle, como condições meteorológicas ou fechamento de aeroportos”, ressaltou a executiva. Quanto às parcerias estratégicas, a aliança com a Delta Air Lines é apon-
tada como exemplo de sucesso. “É um casamento que deu certo. Preferimos parcerias realmente complementares, que tragam eficiência e conectividade. Além da Delta, temos acordos com bancos e marcas premium que falam com o mesmo público”, explicou.
No campo do marketing e reputação, Aline afirma que a Latam vive uma fase positiva. “Hoje, muitas marcas nos procuram para associar imagem. Isso é resultado direto da confiança e da entrega. Parcerias com o Rock in Rio ou atletas de grande alcance nos ajudam a ampliar o conhecimento da marca. Queremos ser a companhia favorita da América do Sul, a primeira escolha do passageiro”, reforçou. Para sustentar esse crescimento, a empresa anunciou quatro grandes investimentos: a implementação de Wi-Fi em toda a frota wide até 2026 (US$ 60 milhões); a construção de uma nova sala VIP em Guarulhos, com 4,7 mil m² e investimento de US$ 20 milhões; o lançamento de uma nova cabine intermediária entre econômica e executiva, prevista para 2027; e o retrofit dos A319, para padronizar conforto e conectividade. Segundo Aline Mafra, todos esses investimentos se refletem diretamente na experiência do cliente. “Nosso NPS subiu de 19 para 56 pontos. Isso mostra que estamos crescendo com equilíbrio, propósito e cuidado. O passageiro percebe o investimento em conectividade, amabilidade e produto. É isso que sustenta o nosso propósito: sermos a companhia favorita da América do Sul”, concluiu.
Curitiba é a cidade mais desejada pela companhia, no entanto, a abertura de novas rotas depende da expansão da frota
Natália Strucchi
A TAP vive um momento histórico. Em 2025, a companhia completa 80 anos de operação e celebra o marco reforçando os laços com o Brasil, seu principal mercado fora da Europa. “O Brasil é o nosso mercado mais importante. Somos a companhia aérea internacional que mais voa para o país, com mais de 100 voos semanais no verão europeu e operações para 13 capitais brasileiras”, afirmou Carlos Antunes, diretor da TAP para as Américas.
Nos últimos 12 meses, a TAP inaugurou três novas rotas: Belém–Lisboa, Manaus–Lisboa e a retomada de Porto Alegre, consolidando uma malha aérea sem equivalente entre Europa e Brasil. “Nenhuma outra companhia, nem mesmo brasileiras, mantém essa amplitude de conectividade”. Nesse mesmo período, a empresa transportou 2 milhões de passageiros nas rotas entre os dois países.
CURITIBA AINDA
SEGUE NO RADAR
Questionado sobre os próximos destinos brasileiros que poderiam entrar na malha da TAP, Carlos Antunes foi direto: Curitiba é a cidade mais desejada pela companhia. No entanto, a abertura de novas rotas depende da expansão da frota, algo que ainda está em planejamento.
“Temos operações grandes no Brasil, na África e nos Estados Unidos, onde voamos para 12 cidades e também com 100 voos semanais. A frota está superutilizada. Entre querer e fazer há um grande planejamento”, ponderou.
Apesar disso, o executivo reconhece o potencial do Paraná e o desejo da companhia em atender a região. “A comunidade paranaense tem forte demanda para a Europa. Hoje ela faz essa conexão por São Paulo, mas poderia ter um voo direto pela TAP no futuro”, disse.
Outro tema em destaque na conversa com o diretor foi o processo de privatização da TAP Air Portugal. O governo português vai vender 44,9% das ações da companhia a um investidor estratégico, mantendo 50,1% sob controle estatal, enquanto 5% serão destinados aos funcionários.
“A TAP vai ser privatizada para crescer, ganhar escala e se tornar ainda mais competitiva. Mas o comprador precisa ter peso: só poderão participar grupos com receita bruta superior a 5 bilhões de euros nos últimos cinco anos”, explicou Antunes.
Ele reforçou que o processo visa garantir sustentabilidade e expansão, sem comprometer a identidade e a expertise conquistada pela empresa ao longo de oito décadas. “A TAP está apresentando bons resultados e tem toda a experiência
necessária. O novo parceiro virá para somar e ampliar a presença global”, afirmou.
MERCADO NORTE-AMERICANO E READEQUAÇÃO DE FROTA
Mesmo com a recente mudança no comportamento de turistas internacionais e a menor procura por destinos nos Estados Unidos, a TAP ainda não registrou impacto direto nas suas operações. “Os
Carlos Antunes revelou planos da TAP ao M&E
voos entre Estados Unidos e Europa seguem com ótima ocupação. O que percebemos é uma redução na demanda doméstica americana, mas nosso tráfego transatlântico continua forte”, disse o
diretor. Antunes acrescentou que a malha aérea para 2026 ainda está sendo desenhada, mas não há planos de redução nos voos para os EUA nem de realocação de capacidade para o Brasil.
Mais de 100 agentes se reuniram para homenagear a operadora em São Paulo
Beatriz do Vale
A noite do dia 2 de outubro foi marcada pela celebração de 10 anos da TBO no Brasil. Mais de 100 convidados se reuniram para homenagear a trajetória da operadora em um ambiente exclusivo do Tivoli Mofarrej, no bairro Jardim Paulista, em São Paulo.
Quando chegou à TBO, há pouco mais de um ano, Gerardo Del Rio, presidente de Negócios Internacionais da operadora, tinha como propósito aprimorar os processos de crescimento do negócio mundo afora. “A primeira tarefa que fizemos foi duplicar a força de venda. E hoje temos o dobro de força de venda nos últimos 12 meses. Desenvolvemos
ferramentas que facilitam a vida do agente de viagem, intuitivas e fáceis de usar”, exemplificou.
Já Rodrigo Sienna atua como country manager Brasil da operadora há um ano e meio. Durante este tempo, tem trabalhado na atuação de algumas equipes em termos de divisão de atividades, processo e foco para uma maior agilidade na execução dessas tarefas: “Eu te confesso que eu dei bastante sorte, porque eu cheguei na TBO e ela já estava bastante pronta para crescer. A minha missão era acelerar, alinhar algumas peças e perfis”. Ao comparar a base de clientes atual com a de dois anos atrás, a TBO teve um crescimento de 35%. “Algumas necessidades nós conseguimos acelerar
Evento destacou a planta e o projeto do evento, principalmente aos patrocinadores
No último dia 30 de setembro, a Associação Latino-Americana de Gestão de Eventos e Viagens Corporativas (Alagev) promoveu um jantar exclusivo de apresentação das cotas de patrocínio do Lacte 2026, no Espaço L’Atelier, no bairro do Brooklyn, e também para compartilhar, em primeira mão, as oportunidades de participação e protagonismo da próxima edição.
“A iniciativa de hoje foi lançar o conceito do evento, a planta e o projeto,
muito. Dos 120 países nos quais a TBO atua, o Brasil é provavelmente o que mais cresce”, completou. Rodrigo atribui esse resultado à combinação de uma forte oferta de serviços e produtos, da eficácia do atendimento e do portal. “Estamos conseguindo ajudar mais e mais clientes no Brasil, ajudando o agente a ser mais eficiente, ter mais produtos, ganhar mais dinheiro e ter acesso a conteúdos e ferramentas. Eu fico feliz por isso”. Ana Vainstein é vice-presidente de vendas da TBO e acompanhou a trajetória da operadora desde o início: “Nós tivemos muitos acertos e também correções a serem feitas. Existem pessoas que hoje não estão conosco na empresa, mas que também fazem parte dessa história”.
NOVIDADES A CAMINHO
A operadora adquiriu recentemente a Classic Vacations, da The Najafi Companies, com sede nos Estados Unidos. A negociação, avaliada em US$ 125 milhões, faz parte do investimento estratégico da TBO no mercado de viagens de luxo. “Estamos trabalhando o produto premium, mas com essa sinergia que haverá com eles, obviamente haverá expansão dentro da região das próprias contas dos Estados Unidos, que tem acesso no resto da América Latina”, destacou Ana.
10 ANOS DE TBO NO BRASIL
Atualmente a TBO possui 120 funcionários no Brasil. Seus resultados expressivos ao longo dessa primeira década de operações fazem parte da meta que se estende para os próximos anos. “O mercado ainda vai ver muita coisa boa da TBO vindo por aí”, disse Ana. “Temos um caminho a percorrer. Há muitos clientes que não temos. Há muitos hotéis com os quais queremos trabalhar ainda mais. Então, agora estamos muito focados em eficiência”, afirmou Gerardo.
principalmente para os patrocinadores dos últimos dois anos e os nossos associados, que são fornecedores, para dar oportunidade para todo mundo ter a visibilidade de onde ele pode patrocinar o Lacte, como é que ele pode estar no evento”, explicou Luana Nogueira, diretora-executiva da Alagev.
A ideia do evento é prestigiar e ao mesmo tempo proporcionar a mesma oportunidade para todos aqueles que acompanham a Associação há mais
tempo, mas que se sentiam preteridos por não conseguir as melhores cotas.
A última edição do Lacte, que celebrou 20 anos,registrou recordes, com níveis elevados em todos os aspectos: de discussão, formato, cor e multidisciplinaridade.
“Eu quero chamar todas as pessoas que têm oportunidade para patrocinar o Lacte porque é uma entrega para o mercado. Nós criamos esse evento para entregar valor para o mercado,
maiores benefícios, maior profissionalização e elevar a discussão para níveis superiores. Você cria negociação e vai gerando relacionamento e promovendo, principalmente, patrocínio de ações e sustentabilidade social. As pessoas começam a criar um círculo virtuoso de relacionamento porque elas compram por propósito e nós temos que sair dessa discussão de comprar por preço, temos que comprar por valor e por propósito”, finalizou.
Foram realizadas mais de mil reuniões nas rodadas de negócios, com a participação de 30 compradores internacionais de 15 países
Fotos:
Números grandiosos marcam a realização da Abav Expo 2025. Ao longo de três dias (de 8 a 10 de outubro), a feira reuniu mais de 42 mil visitantes (31.916 somente nos dois primeiros dias), 354 jornalistas, 366 criadores de conteúdo e 14 destinos internacionais: 13 países, incluindo China, Cuba, Costa Rica e Japão pela primeira vez) e uma região: Los Cabos, no México, movimentando a economia e o trade turístico em um ambiente de negócios, conhecimento e conexões.
“A Abav Expo é muito mais do que uma feira: é um encontro que impulsiona o turismo brasileiro, promove o intercâmbio global e inspira inovação. O Rio de Janeiro nos recebeu mais uma vez com sua energia única, e os resultados desta edição comprovam o poder transformador do turismo como vetor de desenvolvimento econômico e social”, afirmou Ana Carolina Medeiros, presidente da Abav Nacional. “O sucesso da feira este ano mostra a força do nosso evento. Já comercializamos 60% dos estandes para a próxima edição, o que só reforça nossa ótima expectativa”.
A diretora de turismo, hotelaria e alimentação do SESC RJ, Adriana Homem de Carvalho, disse que a Abav Expo
2025 consolidou o Rio de Janeiro como o grande palco do turismo brasileiro e se tornou um símbolo da força desse setor na economia fluminense. “O evento reafirmou a vocação do estado para unir negócios, inovação e hospitalidade, fortalecendo sua presença no cenário nacional e internacional. Os resultados refletem esse protagonismo, evidenciando que o Rio vive um novo ciclo, com o turismo deixando de ser sazonal para se tornar permanente”.
Bruno Mattos, subsecretário municipal de Turismo, ressaltou a importância da parceria da Prefeitura com Abav Nacional e Sistema Fecomércio RJ. “A integração entre poder público e iniciativa privada é responsável pelo grande sucesso desse evento. Já é a maior feira da América Latina e vai crescer ainda mais”.
O evento - que já está confirmado na cidade novamente em 2027, 2029, 2030, 2031 e 2032 - movimentou fortemente a hotelaria carioca. De acordo com levantamento exclusivo realizado pelo HotéisRIO, a taxa de ocupação no período entre os dias 8 e 10 de outubro dos hotéis na Região Sudoeste chegou a 88,22%.
RAIO X DO SETOR
No último dia da feira foram apresentados os dados do Censo dos Agentes de Viagens, um levantamento realizado pela Abav Nacional que representa um
verdadeiro raio x do setor. Os dados mostram que as agências de viagem do Rio de Janeiro se destacam pela maturidade e resiliência, já que a maioria atua há mais de sete anos e superou os desafios da pandemia. O estudo revela que 10% das agências são de grande porte, embora o perfil predominante seja de micro e pequenas empresas (78%) — uma característica que diferencia o estado da média nacional.
Além disso, 64% das agências atuam prioritariamente no turismo de lazer individual e familiar, enquanto os segmentos receptivo e corporativo ganham força com maior profissionalização e oferta de serviços especializados.
A pesquisa revela ainda a diversificação do portfólio como principal estratégia de crescimento: 72% das agências atuam em múltiplos segmentos, combinando lazer doméstico, experiências locais e nichos premium, como luxo, lua de mel e gastronomia — com ticket médio até 40% superior ao do turismo tradicional. Entre as tendências em expansão, o levantamento aponta o avanço do ecoturismo, turismo gastronômico, religioso e de melhor idade, enquanto Sol & Praia e Turismo Cultural e Histórico seguem como pilares consolidados da oferta nacional.
BALANÇO DE 2025
Foram realizadas mais de 3.254 re -
uniões nas rodadas de negócios, com destaque para a participação de 30 compradores internacionais de 15 países no Abav Buyers Club.
Com cinco arenas temáticas e mais de 60 sessões de conteúdo e capacitação, o Abav Talks foi um dos grandes destaques da programação, reunindo especialistas para debater temas como inteligência artificial, sustentabilidade, diversidade, inovação e tendências globais.
Novidade deste ano, o Abav Exclusive, espaço dedicado ao turismo de luxo — segmento que representa 25% do mercado latino-americano e cresce cerca de 7% ao ano —, consolidou a presença de marcas premium e compradores qualificados.
Outros espaços oferecidos pela primeira vez, como o Abav Creators (voltado à economia digital e à influência no turismo) e Espaço do Agente Abav, área exclusiva para associados, complementaram a experiência.
A Jornada Turismo 2030 reforçou o compromisso da Associação com a sustentabilidade, apresentando práticas de turismo responsável e debatendo a integração de critérios ambientais, sociais e de governança nas operações do setor.
COBERTURA EM TEMPO REAL
O M&E realizou a cobertura do evento em tempo real, com matérias e fotos sendo publicadas diretamente da feira. Como de costume, o veículo distribuiu gratuitamente milhares de exemplares da sua revista especial produzida para o evento. Em seu estande, a equipe de Redação e Comercial do M&E recebeu amigos e parceiros ao longo dos três dias.
CONFIRA A COBERTURA COMPLETA CLICANDO AQUI.
ABAV EXPO 2026
Durante o evento, foi apresentada a planta da próxima edição, que começa a ganhar corpo. Prevista para acontecer de 30 de setembro a 2 de outubro, no Expo Center Norte, em São Paulo, a próxima edição ocupará os pavilhões verde e vermelho e já demonstra forte adesão do mercado: 60% da planta foi comercializada durante a Abav Expo 2025. A expectativa é reunir 35 mil visitantes e cerca de 2 mil marcas expositoras, consolidando o evento como o maior encontro do turismo brasileiro e o mais relevante da América Latina.
CVC CORP - A CVC Corp reforça sua área de Tecnologia da Informação com a chegada de Carlos Eduardo Arruda, conhecido como Cadu. Com mais de 25 anos de experiência, ele liderará uma equipe de cerca de 20 profissionais, focando na consolidação da estratégia digital da companhia. Antes, Cadu atuou na Azul Viagens, onde comandou projetos voltados à eficiência operacional e integração de produtos.
GRUPO LUCK - O Grupo Luck amplia sua presença na América do Sul com a contratação de Vanessa Gomez Fernandez como nova executiva de vendas. Vanessa terá a missão de fortalecer parcerias e expandir os negócios da operadora na região, alinhando-se à estratégia de crescimento do grupo.
GRUPO ÁGUIA - Após mais de uma década à frente de cargos de liderança, Paulo Castello Branco deixa o posto de presidente de Projetos Especiais do Grupo Águia para assumir uma nova função como consultor estratégico. A decisão foi tomada em comum acordo com os acionistas e marca o início de uma nova fase de colaboração entre o executivo e o grupo.
DRAGONPASS - Angela Alves assume a liderança global de operações de concierge da Dragonpass com a missão de criar um modelo mais digital, escalável e inteligente, apoiado em tecnologias de IA e personalização de dados. Com mais de 20 anos de experiência em concierge e turismo de luxo, Angela busca transformar o serviço em uma marca referência em conveniência global.
LIVÁ - A Livá anuncia Juan Andrade como novo diretor de Vendas, Revenue Management e Distribuição. A contratação visa fortalecer o plano comercial da operadora, ampliando sua atuação no mercado e melhorando a distribuição de seus produtos.
AGENDA | PRÓXIMOS EVENTOS
O Brazil Travel Market (BTM) 2025 acontece nos dias 23 e 24 de outubro, no Centro de Eventos do Ceará, em Fortaleza. Maior feira B2B de turismo do Nordeste, o evento reúne profissionais, empresas e destinos nacionais e internacionais para discutir tendências, promover negócios e fortalecer o setor turístico.
De 4 a 6 de novembro de 2025, o ExCeL London recebe mais uma edição da WTM Londres. O evento reúne a comunidade global de viagens e tur- ismo para troca de ideias, geração de negócios e novas conexões. É uma das principais vitrines internacionais para destinos, empresas e tendências do setor.
De 7 a 10 de novembro de 2025, Gramado (RS) recebe mais uma edição do Festuris. Reconhecido como um dos principais eventos de negócios turísticos das Américas, o encontro conecta marcas, destinos e profissionais, impulsionando o desenvolvimento do setor com networking, tendências e inovação.
Latam aposta na eficiência e no cliente: “Queremos ser a companhia favorita da América do Sul”
Barreirinhas no lugar que ela merece: cidade referência, não só no Maranhão, mas no Brasil e no mundo
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