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EDITORIAIS
TURISMO EM DADOS
A força de um setor
Clia: número de passageiros será de 25,8 milhões em 2017
Roy Taylor Dia nt e d a di m en s ão d a crise política e econômica, que deve ainda se arrastar por um bom tempo, só resta a iniciativa privada procurar fazer a sua parte, e levar adiante seus projetos e estratégias para manter as contas em equilíbrio. Neste cenário de incertezas, até mesmo os bons resultados – ainda que tímidos – dos primeiros meses do ano - não garantem um futuro promissor e estão s eria mente a meaçados s e o quadro atual não se estabilizar rapidamente. E não há quem se arrisque a fazer previsões até que o Governo atual alcance alguma estabilidade. Nenhum especialista tem condições de estimar a cotação do dólar nas próximas 24 horas. Tudo pode mudar de uma hora para outra. Mais do que nunca o setor privado precisa de união e repres ent at iv idade para defender os interesses dos diferentes s egmentos que integram a cadeia produtiva do turismo. Neste sentido, a refor mulação do Conselho Nacional de Turismo deve ser uma das medidas para que as entidades venham a reivindicar junto ao Governo. A ideia original da criação do Conselho Nacional do Turismo na década passada, era garantir voz ativa as associações e entidades do trade. Mas isso jamais aconteceu, simplesmente p elo motivo que o modelo adotado – de dar voz a todas entidades, fossem elas representativas ou não - não funcionou. Para s e ter uma ideia da ineficiência do atual Conselho Nacional do Turismo, numa das últimas reuniões, a pau-
ta foi suspensa para que os integrantes viessem assistir a uma apresentação política de um partido, em Brasília. Se o trade deseja de fato contar com um órgão que possa gerar resultados eficientes, capaz de representar os anseios e atender as reivindicações do setor, urge mudar já o modelo atual do Conselho Nacional do Turismo. Urge dar lugar apenas a lideranças e órgãos representativos e não transformá-lo simplesmente num balcão de negociações, como acontece at ualmente, s em qualquer resultado concreto. Mais do que nunca as lidera nça s da s a s s ociações e entidades necessitam se fazer presente, seja junto ao Ministério do Turismo, seja no Congresso Nacional, onde questões relevantes têm sido discutidas como a transformação da Embratur em agência, b em como o aumento de capital est rangeiro na s áereas nacionais, sem contar a reformulação da Lei Geral do Turismo e o projeto de flexibilização dos vistos. É preciso avançar na pauta do turismo para que os resultados venham. São todas questões essenciais que precisam ser colocadas em pauta de modo a sup erar a s bar rei ra s d a burocracia e da ineficiência da máquina estatal. Só assim poderemos almejar dias melhores e perspectivas de bons resultados nas diferentes esferas do mercado, independente da instabilidade política e econômica atual.
Roy Taylor é jornalista, publicitário e CEO do MERCADO & EVENTOS
Luiz Marcos Fernandes O número de passageiros de cruzeiros marítimos continua em alta no mercado internacional. Segundo estudo da Clia (Cruise Lines International Association), a indústria de cruzeiros ultrapassou a projeção de passageiros em 2016, alcançando 24.7 milhões de viajantes em todo o mundo, quando estavam previstos números até 24.2 milhões, mundialmente. Para essa temporada, com base no calendário de lançamento de novos navios, a CLIA está programando outro ano de crescimento para a indústria com uma previsão de 25,8 milhões de passageiros. O Brasil por sua vez segue na direção contrária. Desde a temporada 2010/2011, o Brasil vem registrando sucessivas quedas na movimentação turística pelos cruzeiros marítimos. De lá para cá, o número de navios despencou de 20 para sete, seguido da redução drástica no número de cruzeiristas que já chegou à marca de 800 mil turistas, mas nesta temporada deve ter fechado com pouco mais de 380 mil.
RETROSPECTIVA CLIA 2016
Demanda de passageiros
24.7milhões Passageiros oceânicos globais
Capacidade da industria de cruzeiros
499 mil 458 26
Camas na frota mundial da CLIA 474 mil nos oceanos - 25 mil nos rios
Navios na frota mundial da CLIA 260 nos oceanos - 198 nos rios
Para falar de boas notícias Anderson Masetto Enquanto o país está mergulhado em uma nova crise política, a economia dá sinais claros de que quer reagir. No primeiro trimestre, depois de dois anos, o país voltou a ter um PIB positivo. Ou seja, a economia voltou a crescer. Foi apenas 1%, em relação ao quarto trimestre do ano passado, mas é simbólico, pois o movimento de queda foi interrompido. Mas não é apenas esta boa notícia que nos faz enxergar uma luz mais clara ao fim do túnel. Há um conjunto de indicadores que demonstram que as vendas podem também voltar a avançar. Somente no primeiro trimest re do a no, a s venda s – em todos os segmentos – feitas por meio de cartões de crédito e débito tiveram um incremento de 6%, segundo dados da Associação Brasileira das Empresas de Cartão de Crédito (Abecs). Embora as taxas de desemprego ainda não tenham caído, isso significa sim a economia formal reagindo. Outro dado relevante vem da Boa Vista SPC. A inadimplência do consumidor caiu pelo sétimo mês consecutivo em maio. Em 12 meses, o registro que mede a quantidade de pessoas com contas em
atraso caiu 3,4%, segundo a pesquisa. Entre abril e maio, a inadimplência caiu 3,8% e acumula queda de 0,2% em 2017. Isso significa menos dívidas e, consequentemente, consumidores mais dispostos a planejar viagens futuras. O brasileiro também está poupando mais. De acordo com o Banco Central, a poupança reverteu a tendência de retiradas e registrou o seu primeiro resultado positivo de 2017 no mês de maio. No período, os depósitos superaram os saques em R$ 292 milhões, com R$ 180,2 bilhões em depósitos e R$ 179,9 bilhões em saques. Mais uma vez, a chance de planejamento daquela viagem dos sonhos. Se a política não ajuda, os brasileiros não deixaram de trabalhar e ir à luta. Esses números da economia mostram isso. Ao mesmo tempo, revelam que há sim consumidores dispostos a comprar por aí. No entanto, eles estão mais seletivos, mais exigentes e valorizando cada centavo do seu investimento. Por isso, vender mais do mesmo – assim como uma economia em queda livre – é coisa do passado. Anderson Masetto é jornalista, pósgraduado em Comunicação Jornalística e editor-chefe do Mercado & Eventos
Novos navios 9 nos oceanos - 17 nos rios
De onde eles vêm
AIRLI
NES
Top 10 países
T POR
S PAS T POR
S PAS
em milhões de passageiros oceânicos
Estados Unidos
Alemanha
Austrália
Canadá
Brasil
China
Reino Unido
Itália
França
Espanha
11.52
2.1
2.09
1.29
1.89
.75
.75
.49
.57
Para onde eles foram
.49
Participação
de capacidade
Caribe 35,0%
oceânica
Mediterrâneo 18,3%
Por região Outros 13,6%
Europa 11,1%
Ásia 9,2%
Austrália 6,1%
Alasca 4,2%
América do Sul 2,5%