Jornal de Abrantes - fevereiro 2020

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ATUALIDADE / Mação

Elsa deixa prejuízos de quase 2 milhões em Mação

madeiras das margens, a piscina das crianças... ficou tudo partido. É uma praia de Bandeira Azul por isso há urgência em avançar com as reparações em tempo útil”, explicou o autarca revelando que outro dos grandes prejuízos assentou a consolidação de encostas das linhas de água, após os incêndios de 2017. Agora a água limpou todo o trabalho que tem vindo a ser feito, lamentou ainda o presidente da Câmara de Mação. A maior fatia da despesa [804 mil euros] vai para a reparação da rede viária florestal afetada pelos incêndios de 2017. Seguem-se as

A Câmara Municipal de Mação já fez a lista dos estragos, em termos públicos, causados pela tempestade Elsa nos dias 19 e 20 de dezembro de 2019. E é uma lista bem extensa e onerosa. Segundo os serviços da autarquia a reparação dos estragos, segundo números a que o Jornal de Abrantes teve acesso, deverá rondar 1 milhão e 900 mil euros, em repavimentações, consolidação de taludes, reparação de mais de uma dezena de pontes sobre ribeiras ou a reparação da praia fluvial de Carvoeiro. Ainda segundo a autarquia, as freguesias mais afetadas pela tempestade extratropical foram Carvoeiro, Envendos e a União das Freguesias de Mação, Aboboreira e Penhascoso. Vasco Estrela, presidente da Câmara Municipal de Mação, revelou ao Jornal de Abrantes que uma das situações para uma resolução mais urgente é a reparação da praia fluvial de Carvoeiro. A força das águas, em enxurrada, destruíram 50% das infraestruturas. “As pontes de madeira, as

O concelho de Mação foi o que apresentou mais prejuízos no Médio Tejo. 11 pontes afetadas e rede viária em diversos pontos do concelho [335 mil euros], pavimentos e taludes em diversas estradas do concelho [165 mil euros], quase 300 mil euros para duas empreitadas de consolidação de encostas ao nível da engenharia natural e hidrosementeiras e 115 mil euros para a reparação da praia fluvial de Carvoeiro. JBJ

IP quis cortar sobreiros à beira das estradas O corte de árvores que a Infraestruturas de Portugal (IP) esteve a fazer no concelho de Mação indignou muitos cidadãos que deram conta do desagrado do que viram em grupos nas redes sociais do concelho. António Louro, vice-presidente da Câmara Municipal de Mação que detém as responsabilidades municipais ligadas à floresta e ambiente, confirmou ao Jornal de Abrantes o abate de uma série de árvores junto a estradas que têm a responsabilidade da Infraestruturas de Portugal. O autarca explicou que estão sinalizados sobreiros e azinheiras, que precisam de autorização do Instituto Conservação da Natureza e Florestas (ICNF), mas que já foram cortados dezenas de pinheiros e três eucaliptos históricos, pelo menos, com mais de duas centenas de anos. António Louro revelou ainda que os cortes foram feitos em zonas em que a própria Câmara Municipal já tinha feito a limpeza de acordo com as faixas de gestão de combustível e que estas árvores não incomodavam.

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Sobre as árvores marcadas, António Louro confirmou que a população não está a receber bem a sinalização das árvores para o corte por parte da IP. “Estamos convictos que o ICNF não vai autorizar o abate de grande parte destas azinheiras e sobreiros [sendo espécies protegidas o abate

JORNAL DE ABRANTES / Fevereiro 2020

tem de ser autorizado pelo ICNF]. Penso que o bom senso vai imperar e não vai ser autorizado este abate. Também pedimos à IP para cortarem os pinheiros e os eucaliptos, mas como não são espécies protegidas não valeu de nada”, registou o vereador da Câmara de Mação, ao mesmo tempo que

explicou que a maior parte das árvores em causa não apresenta riscos para os automobilistas, um dos principais argumentos da IP para esta ação. A Infraestruturas de Portugal respondeu a algumas questões enviadas por email e “esclarece que as árvores em questão, sobreiros e azinheiras, foram marcadas para serem sujeitas a avaliação, quer do seu estado fitossanitário, quer do potencial risco para a segurança rodoviária, tendo em consideração a sua proximidade à estrada”. Segundo a empresa pública as árvores que estão marcadas com tinta branca não são para abate, mas sim para uma avaliação das suas condições. Depois podem ou não ser abatidas, ou então podem ser “podadas”, por forma a garantir as condições de segurança para os automobilistas. Ainda segundo a IP “após esta avaliação será elaborado um plano definindo a intervenção específica, adequada e necessária executar em cada uma das árvores inspecionada”. Na mesma resposta a empresa pública

explicou que promove trabalhos de “poda e de abate de árvores, independentemente da espécie, em toda a rede de estradas sob a sua responsabilidade”. A empresa garantiu, no entanto, que não faz abastes ou cortes de forma indiscriminada. Revela que as intervenções são definidas após avaliação prévia ao seu “estado fitossanitário e ao nível de risco que possa vir a representar para a circulação rodoviária e segurança de pessoas e bens”. Questionada ainda sobre uma marcação de sobreiros e azinheiras que foi feita no concelho de Mação a IP explicou que “tratando-se de espécies protegidas, uma eventual realização de trabalhos de poda ou abate carecerá da devida autorização prévia pelo Instituto Conservação da Natureza e Florestas”. A Infraestruturas de Portugal explicou também que como medida de compensação pelos trabalhos que estão a ser feitos em Mação “está a ser desenvolvido um plano de plantações de árvores, a articular com o Município de Mação”.


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