Estrela Matutina - Edição Agosto de 2020

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Série B | Nº 259 | 12.500 exemplares

Boletim Informativo da Diocese de União da Vitória | Agosto de 2020

Vocação

Uma aliança de amor com Deus

Desde 1981 celebra-se no Brasil o mês de agosto como Mês Vocacional. A iniciativa se deu pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), na 19ª Assembleia Geral. O objetivo é conscientizar as comunidades na responsabilidade que elas compartilham no processo vocacional. Nesta edição, o Estrela Matutina traz relatos de vida de alguns fiéis da Diocese: leigos, famílias, religiosos, sacerdotes e diáconos, que testemunham imensa alegria na vocação que responderam. Tais exemplos de vida visam contribuir em fortalecer aqueles que se sentem chamados por Deus para assumir algum estado de vida. Veja nas páginas 08 e 09.

AINDA NESTA EDIÇÃO

Profissionais de Saúde recebem homenagem da RCC. Pág 04

CNBB Sul II elabora Cartilha Política. Pág 05

Instituto Franciscano completa 19 anos. Pág.06


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Estrela Matutina - Editorial - Agosto de 2020 www.dioceseunivitoria.org.br

Editorial

Palavra do Bispo

Prezado fiel, leitor(a) do Estrela Matutina

Entramos na metade do ano, e os últimos meses que passamos, ao mesmo tempo que nos pareceram passarem rápidos, uma sensação de que o tempo parou também toma conta de nossas consciências. É um dos efeitos colaterais vividos por nós na Pandemia, que nos colocou distantes fisicamente uns dos outros, distantes de alguns trabalhos, lazer, enfim, que nos confinou dentro de casa. E ainda que saindo às ruas para cumprir nossos afazeres necessários, nos sentimos como que presos, fechados. Se o tempo parece ter parado, a sensação de olhar os próximos meses e não ver um horizonte pode também nos afetar. Sentir como se estivéssemos diante de uma parede onde não vemos o que há do outro lado, mas sabemos que precisamos avançar. A quase total paralisação da rotina de nossas vidas nos afetou de tal modo que para alguns, as atividades exercidas aparentam não terem motivos ou objetivos futuros, tendo em vista a incerteza do futuro, de como serão os próximos meses, quando sairemos por completo desta situação, ou como será a vida pós pandemia. Voltará como antes? Será diferente? Em que? Se um sentimento de desesperança pode nos assolar, existe algo de bom que pode nos contagiar. Temos a oportunidade de repensar nossa vida cotidiana. Tudo bem que vivemos como que escravos de um sistema, uma força que nos lança para frente, nos obrigada a andarmos no mesmo ritmo, mas mesmo dentro deste sistema, podemos alimentar novos propósitos, que não sejam apenas a busca pelas conquistas efêmeras.

coisas e posições, podemos sentir o quão frágil isso é em sua essência. Mas, no dia a dia não notamos isso, somos iludidos pela aparência que o mundo nos vende. É preciso um desajuste social em uma pandemia para percebermos com mais clareza. Contudo, algo belo está vivo em nós, quem sabe escondido, soterrado pelos escombros das preocupações fúteis vendidas pelo mundo que só observa o aparente. O sentido verdadeiro da vida é iluminado pela luz da fé, que tem a capacidade de nos fazer ver além. Perceba - Se vivermos esse tempo pandêmico com o olhar voltado para as coisas materiais, preocupados apenas com a sobrevivência de nossa vida na terra, que um dia irá passar, nossos medos, aflições e desesperos terão maior força. Mas, se mesmo em tempos difíceis e propícios ao desânimo e perca de sentido olharmos nossa vida além do que temos e buscarmos no dia a dia, olhar para a vida como dom de Deus, como oportunidade de nos relacionarmos com ele de modo mais íntimo, de o buscamos e o colocarmos em primeiro plano em tudo na nossa existência, uma alegria, uma força interna nos contagiará, e nos fará viver com uma esperança alegre e audaz, mesmo no tempo da aflição. Isto não é negar a realidade, nem viver alienado, mas é sentir nossa existência além do que os olhos físicos veem; é olhar a vida com os olhos da alma. Se a Pandemia o desesperançar, olhe para a vida com as lentes da fé; veja sua existência por outro prisma.

EXPEDIENTE

Estamos sentindo na pele que tudo pelo qual corremos e as vezes damos mais valor é vazio de sentido em si. Se depositamos a segurança, a alegria, o contentamento da vida em nosso crescimento meramente econômico: no ter, na conquista de

Marcelo S. de Lara Editor-Chefe

Proprietária Mitra da Diocese de União da Vitória Rua Manoel Estevão, 275 União da Vitória, PR Contato: estrela@dioceseunivitoria.org.br (42) 3522 3595 Diretor Dom Walter Jorge Pinto Editor-Chefe Francisco Marcelo S. de Lara

Enfrentar os desafios com a Fé Cristã O Cristianismo passou por muitas vicissitudes, por muitas e grandes crises da história, sejam grandes guerras, perseguições, crises humanitárias causadas por fomes, cataclismos, migrações forçadas etc., e sempre foi capaz de oferecer suas contribuições para o enfrentamento e também para a superação das mesmas. Estamos vivendo atualmente tempos muito desafiadores para a humanidade onde grandes tribulações a têm assaltado como as recentes guerras, as quais causaram um grande fluxo migratório, forçando gigantescas massas populacionais a deixarem suas terras, ao custo de muitas e muitas vidas, crises políticas intensas, com a volta de perigosas expressões autoritárias que se pensavam superadas, várias manifestações preocupantes de sinais do esgotamento do planeta, entre outras. No entanto, entre as mais graves, sobretudo é a pandemia da Covid-19 a que mais tem desafiado atualmente a humanidade. Como já dito, o Cristianismo sempre foi capaz de dar alentos e responder aos desafios da humanidade com a mensagem evangélica, e principalmente, o testemunho das vidas que nele se apoiam e o tem como carta magna para o viver. E como o Evangelho não perdeu a sua força, posto que a mesma emana do Deus vivo que o quis revelar a nós, em Jesus Cristo, podemos, portanto, afirmar que o Cristianismo pode e deve oferecer hoje sua importantíssima contribuição aos nossos dias, ajudando a interpretar corretamente os atuais fatos.

resumo-atualidades-a-era-da-pos-verdade). Assim, o que importaria agora já não seria a verdade dos fatos, mas aquela suposta “verdade” na qual passei a acreditar, baseado naquilo que eu já queria crer e que procurei justificar com argumentos muitas vezes pouco ou nada científicos ou razoáveis. O que importaria, na verdade, é a posição que desejo defender. Em um tempo assim, para nós cristãos, o Evangelho é fundamental, pois nos manterá ligados aos valores e fins que mais importam, como a justiça, a ética, a defesa da vida abundante para todos, o amor, a fraternidade e a busca sincera da paz, entre aqueles que nele são propostos por Jesus. Assim, evitaremos que posições ideologizadas fiquem nos conduzindo, fazendo-nos participar de jogos de poder aos quais não interessam os valores e os fins acima mencionados. Manter-se firme em Jesus Cristo, buscando a unidade dos cristãos por meio daquela fraternidade à qual não se pode renunciar, em contínua vida de oração e escuta da Palavra de Deus e, atentos, ao amor concreto ao próximo, sobretudo aos mais vulneráveis, certamente será a chave para a superação destes difíceis tempos. Que Deus nos dê aquela verdadeira sabedoria que somente dele pode vir e nos faça conhecer sempre mais a verdade que liberta.

No entanto, algo novo tem acontecido e pode nos enfraquecer enquanto cristãos, pois tem o poder de gerar divisões entre as pessoas. Trata-se de um fenômeno que alguns filósofos têm denominado de “pós-verdade”. Para eles essa “pós-verdade” se refere “a circunstâncias nas quais os fatos objetivos têm menos influência em moldar a opinião pública do que apelos à emoção e a crenças pessoais” (cf. https://guiadoestudante.abril. Dom Walter Jorge com.br/blog/atualidades-vestibular/ Bispo Diocesano

Redatores Dom Walter Jorge Pinto Dom Walter Michael Ebejer Pe. Mário Fernando Glaab Alisson Marlon de Moura Célio Reginaldo Calikoski Gustavo Santana Diego R. Nakalski Francisco Marcelo S. de Lara Diagramação e Arte Final Agatha Przybysz

Tiragem 12.500 exemplares Revisão Pe. Abel Zastawny Francisco Marcelo S. de Lara Impressão Gráfica Grafinorte - Apucarana, PR (41) 9 9926 1113 Fundada em 15 de maio de 1958, por Dr. Mário José Mayer e Ulysses Sebben.


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Estrela Matutina - Caderno 1 - Agosto de 2020 www.dioceseunivitoria.org.br

Comunidade em Formação

Artigo - Santo do Mês - Comentário Popular

Oração de Súplica: Rezar e Confiar Jesus nos ensinou a rezar. As Escrituras estão repletas de orações e de recomendações para que se ore. Cada um de nós, um mais outro menos, aprendeu a rezar em sua família e comunidade. Certamente tem pessoas que orem mais, outras bem menos. Porém, não é possível ser cristão sem orar.

prega e age. Ele, por onde passa, faz o bem. É a fé em ação. Ele se coloca em comunhão contínua com o Pai. Quando exalta os pobres não ensina que o contrário da pobreza seja a prosperidade, porém deixa claro que é a justiça; e por ela luta até às últimas consequências. Não promete prosperidade aos seus seguidores, mas lhes promete a paz, fruto da justiça.

DESAFIO DA FÉ A oração parte da fé, leva à fé e é desafiada pela fé. Nada mais sem sentido do que uma prece sem fé. É um falar para as paredes, ou um palavreado sem alma. Qualquer oração deve conter uma base de con- Imagem: Reprodução fiança, e esta se apoia em alguém que é maior. Fé em Deus e no seu poder. Os hábitos, quanto mais repetiDOIS TIPOS DE PEDIDOS dos, mais aumentam; assim também a fé, quando alimentada pela oração, au- A maioria de nossas orações são pedimenta. Portanto, a oração quando par- dos. Isto é uma manifestação de noste da fé, produz mais fé. sa limitação humana: dependemos de Deus e dos outros. Sinal de humildade. Todavia, a fé de quem reza é desafia- Algo bom. No entanto, há duas maneida, é provada. Há um processo, todo ras de suplicar: um caminhar para uma fé mais pura e mais profunda. Quanto mais a pes- a) pedir dizendo o que deve ser: É, na soa avança, mais é desafiada. O maior verdade, e expressão do meu desejo, desafio para a fé é o fracasso do justo, ou melhor da minha necessidade. Rea injustiça contra o inocente, os pedi- fere-se a causas terrenas que me julgo dos não atendidos. Pede-se que o justo, incapaz de resolver e, coloco diante o pobre e o doente sejam protegidos; do poder soberano de Deus, sem, no mas o que se vê neste mundo violento, entanto, ultrapassar à transcendência injusto e mau é justamente o contrário. dele. Dá-se “ordens” para Deus! Diz-se O inocente que é condenado à morte é a Ele o que deveria fazer. “Senhor, faça o maior desafio para a fé. Pede-se justi- o que eu faria se estivesse em seu luça, mas ela não acontece. Os malvados gar”! Pensando bem, este tipo de oraprosperam e os inocentes padecem e ção nos coloca acima da sabedoria e da morrem. Como crer diante disso? bondade de Deus.

A luta pela justiça foi o desafio mais duro, também para Jesus. Sua fé foi desafiada até o fim. Ele acabou condenado pelo bem que fez. Totalmente fracassado! Mas, deixou Deus ser Deus. Entregou-se confiantemente nas mãos do Pai. E morreu! b) pedir em comunhão de amor: É a oração que se coloca na ordem de Deus. Não é um pedido simplesmente, mas é verdadeira oração. É essencialmente comunhão com Deus, comunhão com sua vontade. Reconhece-se Deus como Deus, e se submete confiantemente ao seu mistério de amor. Esta oração significa deixar Deus ser Deus. Lembremos Jesus que no Orto reza: “Afasta de mim este cálice”, mas completa, “não se faça a minha vontade, porém a sua”. Se não tivesse completado seu pedido, ficaria somente no pedido, sem passar para a comunhão de amor.

A RESPOSTA DE DEUS VEIO: RESSUSCITOU! Para o cristão chegar a rezar como Jesus rezou é uma caminhada. Pode parecer longa demais. Porém, é preciso caminhar, e não desistir nunca. Confiar, ele venceu. E, ele está conosco. Seu Espírito está sobre nós. Ele reza em nós e por nós. Mesmo que seja desafiador rezar, rezemos, pois, a oração foi a força de Jesus, será também a nossa.

JESUS, MODELO DE ORAÇÃO Jesus é o homem da oração. Os evangelhos estão cheios de passagens que mostram Jesus em oração. Mas eles também mostram Jesus agindo. Ele

Pe. Mário Glaab marioglaab.blogspot.com


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Estrela Matutina - Notícias - Agosto de 2020 www.dioceseunivitoria.org.br

Grupo da RCC promove homenagem aos profissionais da saúde No início do mês de julho, o Ministério de Promoção Humana do Movimento da Renovação Carismática Católica, da Diocese de União da Vitória, promoveu uma homenagem aos profissionais da área da saúde.

Tendo também o cuidado para se evitar aglomeração de pessoas, se fizeram presentes na ação apenas alguns membros do Grupo. Junto com a Cristiane estavam ainda: Vanderlei Openkovski, coordenador Diocesano da RC; Marisa Catarina Paluch, coordenadora do Ministério de Promoção Humana da RCC; Andrea Cristina Bianco, coordenadora do MPH Grupo de Oração Jovem Filhos da Imaculada; e, Allan Leandro Andrade, Coordenador do Grupo de Oração Vida Nova.

A ação que se deu entre os dias 03 a 08 de julho aconDa esquerda para a direita: Allan Andrade, Andrea Cristina teceu na cidade de Bianco, Marisa Catarina Paluch, Vanderlei Openkovski e Cristiane Ferraz. Rebouças – PR, e foi realizada através de uma mensagem com música nas três Unidades de Saúde da cidade: Centro e Adecir do Município de Rebouças e Hospital da Caridade Dona Darcy Vargas. Segundo Cristiane Ferraz, uma das participantes da ação, e coordenadora do Ministério de Comunicação Social da RCC, a proposta foi idealizada pela RCC Paraná, com o intuito de mostrar que a Igreja está unida aos profissionais em constante oração. “Se propôs homenagear estes profissionais da saúde, considerando as dificuldades que este público tem enfrentado por causa da pandemia. Quisemos levar uma mensagem de incentivo e apoio a eles, que através de sua profissão estão na linha de frente no combate à Covid-19 e dizer que a Igreja está unida a eles em constante oração”, relatou Cristiane.

Profissionais de Saúde em frente a uma das unidades de saúde visitadas

Seminarista Damião será ordenado Diácono em setembro Nascido no estado da Bahia, mas criado na cidade de Tobias Barreto – SE, José Damião dos Santos Souza, chegou na diocese de União da Vitória em 2013, vindo pela Diocese de Estância – SE, para realizar o Curso de Filosofia no Seminário Diocesano Rainha das Missões, em União da Vitória. Com a mudança de bispos em sua diocese de origem, Damião precisou retornar para continuar o 2º ano de filosofia no Seminário de Aracajú – SE, em 2014, mas ainda na metade daquele ano, em uma conversa com um dos formadores de sua diocese, Damião expressou o desejo de retornar ao Paraná para concluir seus estudos de Seminário e atuar definitivamente como padre na Diocese de União da Vitória. “Eu me apaixonei pela Diocese de União da Vitória, me senti em uma família no Seminário daqui e alimentava em mim um espírito também missionário, de ser evangelizador em outras terras”, expressa Damião falando de sua decisão em permanecer no Paraná. Aceito pelo bispo e pelos padres do

Conselho Presbiteral da Diocese de União da Vitória na época, em 2014 Damião retorna a União da Vitória para dar início ao curso de Teologia, fazendo assim uma caminhada para ser um padre da Diocese de União da Vitória. Desde 2019, Damião realiza seu Estágio Pastoral na paróquia São Mateus, em São Mateus do Sul, onde será ordenado diácono no dia 05 de setembro, na missa das 18h. Por motivos da Pandemia, a celebração será restrita a apenas alguns fiéis, sendo transmitida pelas redes sociais da Diocese. Com 33 anos de idade, o seminarista sente-se feliz em poder assumir o primeiro passo de sua vocação, a qual sonhou desde a infância, além de poder vivê-la em terras paranaenses onde se sentiu tão bem habituado. “Sempre tive vontade de ser padre, desde minha infância e adolescência. Minhas brincadeiras quando criança eram de celebrar missa, fazer procissões, atender as pessoas. Minhas conversas sempre giravam em torno da fé, da religião”, comenta ele.

“FAZEI TUDO O QUE ELE VOS DISSER” Jo 2,4

Mesmo passando por inúmeras dificuldades e provações em sua caminhada, como a doença de seu pai de criação e a perda de sua mãe, também de criação, além dos desafios em se adequar em outras terras, Damião diz que sempre entregou sua vida e decisões nas mãos de Deus e de Nossa Senhora. Tal segurança o inspirou a escolher seu lema de ordenação do Evangelho de João 2,4. “A expressão de Maria aos serviçais nas Bodas de Caná: ‘Fazei o que Ele vos disser’ ecoa no meu coração não como uma ordem, mas imaginando a doçura nos lábios de Nossa Senhora ao fazer aquele pedido. Eu noto que todas as vezes que a vontade de Deus prevaleceu, eu fui mais feliz nas coisas que realizei”, testemunha o semi-

narista. Ordenado diácono, Damião atuará onde for designado pelo bispo diocesano, dom Walter Jorge até sua ordenação presbiteral, que deve ser realizada após ao menos seis meses de exercício do diaconato.


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Estrela Matutina - Caderno 2 - Agosto de 2020 www.dioceseunivitoria.org.br

Orando com os Salmos Salmo 118, 17-32 Meditação sobre a Palavra de Deus na Lei “O meu alimento é fazer a vontade daquele que me enviou” (Jo 4,34) lei! 22 Livrai-me do insulto e do desprezo, pois eu guardo as vossas ordens, ó Senhor.

vida! 26 Eu vos narrei a minha sorte e me atendestes, ensinai-me, ó Senhor, vossa vontade!

19 Sou apenas peregrino sobre a terra, de mim não oculteis vossos preceitos! 20 Minha alma se consome o tempo todo em desejar as vossas justas decisões.

23 Que os poderosos reunidos me condenem; o que me importa é o vosso julgamento! 24 Minha alegria é a vossa Aliança, meus conselheiros são os vossos mandamentos.

27 Fazei-me conhecer vossos caminhos, e então meditarei vossos prodígios! 28 A minha alma chora e geme de tristeza, vossa palavra me console e reanime!

21 Ameaçais os orgulhosos e os malvados; maldito seja quem transgride a vossa

25 A minha alma está prostrada na poeira, vossa palavra me devolva a minha

17 Sede bom com vosso servo, e viverei, e guardarei vossa palavra, ó Senhor. 18 Abri meus olhos, e então contemplarei as maravilhas que encerra a vossa lei!

29 Afastai-me do caminho da mentira e dai-me a vossa lei como um presente! 30 Escolhi seguir a trilha da verdade,

diante de mim eu coloquei vossos preceitos. 31 De coração quero apegar-me à vossa lei; ó Senhor, não me deixeis desiludido! 32 De vossos mandamentos corro a estrada, porque vós me dilatais o coração. Glória ao Pai, ao Filho e ao Espírito Santo. Como era no princípio, agora e sempre. Amém!

Comentário do Salmo 118, 17-32 Quantas vezes não nos sentimos como o Salmista, com a alma prostrada na poeira, derrotados, sem forças e motivos para caminharmos. Ainda que mudem os tempos, as aflições humanas não mudam muito. Mas esta ligação entre as angústias do salmista e as nossas, também são motivos de alegria, pois podemos encontrar nela as respostas para nossas aflições. Jesus ao orientar os apóstolos sobre os sofrimentos que passariam também falou dos momentos de tristeza. “No

mundo tereis tribulações, mas tende coragem: eu venci o mundo! ” (Jo 16,33). Ter esta coragem não significa não ficar triste ou abatido por um dia ruim em nossas vidas, mas nos motiva a não perdermos a esperança, a sermos fortes para passar pelos dias ruins. Quem sabe os motivos que nos levam ao desânimo estão sendo olhados apenas pelo olhar puramente humano, e até mundano mesmo. Se trocarmos as lentes e observarmos os fatos com um

olhar na perspectiva da relação de nossa vida com Deus, quem sabe não teríamos novamente o ânimo renovado. O salmista pede esta iluminação; pede que Deus o guie, o livre dos caminhos falsos, mentirosos, e roga para que o ajude a seguir Suas Leis, que geram prazer e contentamento. Ainda que venham dias ruins, olhemos para dentro de nós, pensemos no prazer em estar unido a Deus. Assim como o salmista também sentiu tribulações,

Regional Sul 2 produz Cartilha Política para eleições municipais 2020 Neste ano, mais uma vez, o Regional Sul 2 da CNBB, Igreja Católica do Paraná, produziu a Cartilha de Orientação Política, a pedido da presidência nacional da CNBB. O objetivo do subsídio é contribuir para a formação de uma sadia consciência política, motivar à participação no processo político e fornecer critérios para orientar as pessoas nas eleições municipais deste ano. A produção foi acompanhada por uma equipe de peritos em várias áreas do conhecimento, pelo assessor político da CNBB, padres e bispos do regional. De modo didático, a Cartilha traz indicações básicas sobre o universo da política a partir do

olhar da Igreja Católica. Aborda temas da contemporaneidade, como a cultura da polarização e a questão das Fake News, trata das mudanças na legislação eleitoral e das funções a serem exercidas pelos cargos em disputa: prefeito e vereador. O conteúdo da Cartilha tem o objetivo principal de orientar politicamente as pessoas, sem identificação com qualquer ideologia ou partido político. Todas paróquias e comunidades do Brasil podem fazer seu pedido no site da CNBB Sul 2: www.cnbbs2.org.br/produtos/cartilha-deorientacao-politica-2020/ Fonte: Regional Sul 2 - CNBB

peçamos que Deus alargue nossos corações para sentirmos a alegria renovada, como o próprio autor do Salmo experimentou. (Medite o Salmo acima com toda abertura de coração).

Marcelo S. de Lara Editor-Chefe


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Estrela Matutina - Caderno 2 - Agosto de 2020 www.dioceseunivitoria.org.br

“Missa do Crisma” é celebrada em dia dedicado ao Sacerdote chamada também de ‘Missa da U n i d a d e ’. A celebração “Essa missa se deu na é também Na Diocese de União da Vitória a data igreja catechamada escolhida foi 04 de agosto, dia em que dral às 9h e Missa da se celebra na Igreja o ‘Dia do Padre’, contou com Unidade, memória de São João Maria Vianney, a presença porque aqui patrono dos sacerdotes. “Este ano foi de todos os os padres mudada por causa da Pandemia. E nós padres e um Clero da Diocese reunido durante a Misvêm para achamos bem simbólico a data por cau- diácono. Sesa do Crisma renovar os sa de São João Maria Vianney, patrono minaristas dos párocos. Uma data muito significa- e alguns leigos auxiliaram em fun- votos que fizeram no dia da sua ordetiva, uma vez que não pudemos cele- ções na liturgia, tendo em vista que o nação. Como membro do presbitério, brar na Páscoa”, comenta Dom Walter povo não pode participar para evitar o padre está unido aos outros padres, a aglomeração de pessoas. A e como colaborador do bispo, ele está celebração que foi transmitida unido intimamente ao bispo na sua pelas redes sociais da Diocese missão”, esclarece Dom Walter Jorge. e da igreja Catedral teve como pede a liturgia a Bênção dos Ao final da celebração, antes da bênção Óleos do Batismo, Crisma e final, Dom Walter entregou os Santos Unção dos Enfermos, que os óleos à cada padre, que até a próxima padres usam nos sacramentos Missa do Crisma, em 2021, utilizarão na ministração dos Sacramentos, nas em suas paróquias. Matrizes e Comunidades. Com sua celebração sempre prevista para a Quinta-feira MENÇÃO AO BISPO EMÉRITO Santa, dia em que Jesus Instituiu a Eucaristia e o Sacer- Na celebração da Missa do Crisma, Dom Walter misturando o bálsamo ao óleo do Crisma dócio, a Missa do Crisma é Dom Walter Jorge, em unidade com A Missa do Crisma, que todo ano é celebrada na quinta-feira Santa, este ano precisou ter sua data mudada devido a Pandemia do Novo Coronavírus.

Jorge, bispo diocesano.

todo o clero, lembrou também de Dom Walter Michael Ebejer, bispo emérito da Diocese de União da Vitória, que no dia 03 de agosto celebrou 91 anos de idade. Unidos em oração todos rezaram uma Ave-Maria, louvando e agradecendo a Deus por sua vitalidade e dedicação. A Diocese de União da Vitória parabeniza a Dom Walter Ebejer pela vida dedicada ao serviço do Reino de Deus.

Dom Walter Ebejer, bispo emérito, em sua casa, aos 91 anos de idade.

Instituto Franciscano, responsável pelas ACARDIs, completa 19 anos Com seu início no Bairro da Limeira, em União da Vitória, com apoio na época, de Dom Walter Michael Ebejer, hoje bispo emérito, no dia 27 de julho de 2001, um grupo de religiosos iniciaram o Instituto dos Franciscanos Servos Missionários do Espírito Santo, nome escolhido pelo Frei Manuel (in memorian), assumindo o propósito de Amar e Servir, contemplando o Cristo Ressus-

citado nos pobres, como missionários da Boa Nova. Como padroeira o Instituto escolheu Nossa Senhora Mãe da Divina Providência. Os frades que fizeram parte nos primeiros anos do Instituto foram: Frei Pedrinho Paulino da Silva; Frei Manuel Domingos da Silva; Frei Jose Raimundo Moreira de Matos; Frei Alberto Manoel de Castro; Frei Edilson de Araújo Silva; Frei Francisco; Frei Jorge Luiz Guedes e Frei Eduardo Aparecido dos Santos.

Primeiros religiosos que iniciaram o Instituto dos Franciscanos Servos Missionários do Espírito Santo

Logo após a fundação, visando organizar a dimensão social, pastoral e espiritual, os frades nomearam Frei Pedro Paulino da Silva (in memorian) superior do Instituto. “Nossa fraternidade franciscana louva a Deus pelo trabalho que Ele colocou diante de nós no cuidado com os idosos, fruto do carisma do Frei Pedrinho que fundou o Instituto da Acardi. Chegando a 19 anos nós louvamos a Deus por este trabalho. Todos nós estamos envolvidos e queremos expandir para melhor servir ao Reino de Deus nesse serviço tão bonito que Frei Pedrinho deixou e que

nós franciscanos exercemos”, agradece Frei José de Jesus, atual superior do Instituto. A primeira obra social foi o Abrigo São Francisco (ACARDI I) que nasceu em 02 de fevereiro de 2001. Em relato deixado por Frei Pedro, foram muitas as dificuldades. “Passamos muitas necessidades, mas quando a obra é Atuais membros do Instituto. Ao centro da foto Pe. Frei de Deus, ela vai esJosé de Jesus crevendo a nossa história. Foi o desejo de Deus que sus- des e um sacerdote. Depois da morte de citou em nós a alegria dessa fundação. Frei Pedrinho foi nomeado o Frei José No início passamos provações, fome e de Jesus como superior do Instituto e muita necessidades, mais a Divina Pro- presidente das obras sociais ACARDI vidência se fez presente desde aquele I e o Abrigo Frei Manuel (ACARDI II). dia do meu sim... Me coloquei como um “Vivemos hoje uma nova fase, tanto instrumento nas mãos de Deus, sou no Instituto como nas obras sociais, uma peteca em sua mão, onde ele me avaliando o que deu certo e deixando joga eu caio com amor”. (Trecho relata- o Espírito Santo nos guiar para o que melhor fazer, vivendo bem o nosso cado em livro histórico da Instituição). risma”, comenta Manoedson Costa, um Celebrando seus 19 anos de história, dos Frades. hoje a Comunidade conta com oito fra-


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Estrela Matutina - Caderno 3 - Agosto de 2020 www.dioceseunivitoria.org.br

Catequese

Subsídio Catequético - Calendário - Estrelinha

Pandemia e Catequese: Como fazer? A catequese tem como propósito acompanhar o catequizando no caminho da fé. Através desse caminho (itinerário) chega-se a vivência de uma vida cristã. Com essa vivência o catequizando é inserido na comunidade para realizar uma transformação através dos ensinamentos de Cristo. Mas como fazer esse caminho com o catequizando em meio a uma pandemia? Um ser minúsculo nos impede de continuar com uma rotina a que estávamos acostumados. Na catequese tínhamos a rotina de um encontro semanal com nossos catequizandos. E agora? Como trabalhar a catequese fora desta rotina? Precisamos entender que estamos numa época de grande risco à vida. Já tivemos outras pandemias, mas em nossa geração é a primeira que nos fez parar totalmente ou mudar nosso modo de viver e ver a realidade. Por isso, é necessário nos adaptar a essa realidade de isolamento social e pensar na saúde do próximo. A Catequese Diocesana está fazendo de tudo para encontrar formas criativas de contato com nossos catequizandos, principalmente pelas redes sociais. Mas precisamos fazer algumas reflexões: 1- Como fazer os encontros via redes sociais? 2- Como fazer nesses encontros a vivência cristã? 3- Como escapar de adaptações simplórias com o objetivo de realizar as celebrações dos Sacramentos? 4- Como fazer a Iniciação à Vida Cristã, se esse processo necessita de uma vivência em comunidade?

5- Como celebrar? Sendo a celebração essencial na fé cristã? A catequese deve ser acompanhada do caráter litúrgico, orante e mistagógico; precisa proporcionar uma experiência de Deus na vida cristã, em comunidade. O que fazer então nesse cenário? Primeiramente temos que pensar na saúde de todos, após isso podemos pensar em alguma forma de catequese doméstica, utilizando os encontros do livro base da catequese e adaptando-o para cada realidade. Como? Um meio mais plausível seria através do WhatsApp, do Classroom ou de qualquer outro meio das redes sociais. Mas ainda sabemos que existe a dificuldade de tais ferramentas ser acessível a todos.

Imagem: Reprodução

Outra saída é organizar orientações dos encontros para os pais serem os catequistas neste momento, onde eles trabalhariam o Encontro com seu filho ou filha, através das orientações enviadas pelo catequista. Essas orientações podem chegar às famílias através do WhatsApp ou ser entregue impresso

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É necessário nos adaptar a essa realidade de isolamento social e pensar na saúde do próximo.

munidades pode ajudar a adequarmos a melhor forma possível. O momento exige de nós paciência, bom senso e manter a fé. Passado esse tempo de pandemia, retornaremos com a nossa catequese normal: presencial, vivencial e mistagógica para podermos recuperar o que não é possível fazer agora. Para encerrar esse texto cito Eclesiastes: “Para tudo há um tempo, para cada coisa há um momento debaixo do céu” (Ec. 3,1). Este momento de parada, serve para reflexão e análise do sentido da nossa vida neste mundo. Aproveitemos cada minuto.

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Qual o sentido da catequese? Qual o sentido da vida cristã?

na secretaria paroquial ou no centro catequético num determinado dia onde a família poderá retirar e devolver. A troca de experiências de outras co-

DATA 08 10 22 29

PARA LEITURA ORANTE Eclesiastes 3, 1-8 Reflita: O que estou fazendo do tempo que Deus me deu neste mundo?

Célio R. Calikoski Coordenador da Pastoral Catequética

ANIVERSARIANTES DE JULHO Pe. Alcione Zanin, Nascimento; Diác. Amandio Paulino de Lima, Ordenação; Diác. Ulysses A. Sebben, Nascimento; Pe. Mauro Sérgio Portela dos Santos, Nascimento;


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Estrela Matutina - Testemunho - Agosto de 2020 www.dioceseunivitoria.org.br

Minha Vocação

RELATOS DE UMA ENTREGA TOTAL A DEUS É tradição no Brasil dedicar o mês de agosto à oração, reflexão e terminada vocação: ações nas comunidades sobre o tema das Vocações. O mês de agosto como Mês Vocacional foi instituiu em 1981, pela Conferência Na- 1ª Semana: vocação para o ministério ordenado: diáconos, padres cional dos Bispos do Brasil (CNBB), na 19ª Assembleia Geral. e bispos; 2° Semana: vocação para a vida em família (atenção especial aos O objetivo principal é a conscientização das comunidades a respei- pais); to da responsabilidade que compartilham no processo vocacional. 3° semana: vocação para a vida consagrada: religiosos (as) e consaVocação é uma palavra derivada do verbo latino vocare que signi- grados (as) seculares; fica chamar. Portanto, é a resposta humana a um chamado Divino. 4ª semana: vocação para os ministérios e serviços na comunidade; Último domingo de agosto: Dia Nacional do Catequista. Ao longo do mês, cada semana é dedicada à celebração de uma de-

Vocação Sacerdotal - Ordenado em 28 de junho de 2003, padre Sidnei José Reitz atualmente é pároco na paróquia Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, em São Mateus do Sul, e assessor da Catequese na Diocese. Para ele, o servir a Deus como padre é algo tão grande que diz que não saberia viver de outro modo. “O padre não se pertence, é de Deus e da comunidade. É uma alegria viver e estar a cada dia disponível à Obra de Salvação. Como padre tenho a oportunidade de ajudar as pessoas a encontrar o sentido da vida que por tantos motivos é perdido ou perturbado. Se alguém, algum jovem sentir este chamado diria que não coloque resistências para Deus. Você nunca irá se arrepender por dizer sim à Ele. Quem quiser salvar a sua vida vai perder ela, mas quem perder a sua vida por causa de Deus e do Evangelho, vai salvá-la, como diz Jesus no Ev. de Marcos 8,35”. Padre Sidnei tem também uma irmã que é consagrada à Vida Religiosa.

Vocação Sacerdotal Religiosa - Natural de Santa Tereza - RS, ainda

pequeno, tendo seus pais e irmãos que realizavam alguns trabalhos no Seminário como construtores, padre Clorálio Caimi sentiu o desejo de ingressar no Seminário e ser padre na Congregação dos Missionários Saletinos. Nascido em 18 de outubro de 1920, padre Caimi completará este ano 100 anos de vida,. Segundo ele, viver bem a vocação é ser colaborador para um mundo melhor. “Se todos buscassem viver bem a sua vocação, certamente teríamos um mundo com mais paz e vida para as pessoas. O vocacionado que ouve a voz de Deus, que sente em seu coração este apelo e toma consciência de sua missão sempre terá o auxílio da Graça de Deus em sua caminhada. No começo nunca é fácil, mas é preciso dar cada dia seu passo”, testemunha o padre. Ainda muito ativo na paróquia São Cristóvão e Nossa Senhora da Salette, em União da Vitória, onde atua como vigário paroquial, padre Caimi diz que mesmo com toda experiência de vida, não se sente preparado em tudo e se esforça todo dia para ser melhor. “Eu não sou capaz de improvisar. Até minhas homilias preciso prepara alguns dias antes. São simples, pequenas, mas me preocupo em fazê-las bem, de modo que ajude mesmo a comunidade, o povo”, diz ele empolgado e com sorriso no rosto. Em dezembro padre Caimi completa 74 anos de Ministério Sacerdotal na Congregação dos Saletinos, servindo hoje na Diocese de União da Vitória.


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Vida Religiosa Consagrada - Natural da cidade de Rebouças – PR, Irmã Eliane

Maria Reitz pertence à Congregação das Irmãs Franciscanas da Sagrada Família de Maria. Completos 21 anos de Profissão Religiosa Irmã Eliane é irmã do padre Sidnei Reitz, e residindo no momento na paróquia Santa Bárbara, em Bituruna, também se dedica ao trabalho com a Catequese. Para ela, corresponder com o chamado de Deus é sua realização na vida. “A resposta se dá dia a dia, sempre renovando o SIM a este chamado que é puro Dom de Deus. Olho para a minha vida doada à Deus e à Igreja e percebo que vale a pena se entregar nesta missão. Como religiosa também já atuei em escolas e em um Lar de pessoas idosas. Ajudar as pessoas a terem um verdadeiro encontro com Jesus é missão nobre que Deus me confiou. Deus continua a convidar moças e rapazes para seguir a vida religiosa. Tenha coragem, alegria e disponibilidade de coração. Provações virão com certeza, mas os problemas nunca serão maiores que a Graça de Deus”.

Vocação Leiga

- Atuante na igreja desde 1982, a senhora Eli Maria Lascoski Müller é Ministra da Eucaristia, Zeladora de Capelinha e já coordenou muito grupos de Reflexão e Novena em sua paróquia Nossa Senhora das Graças e São José, em General Carneiro. “Tudo começou quando uma das Irmãs de nossa paróquia na época me pediu para coordenar um Grupo de Reflexão. Eu relutei e disse para a Irmã que eu não sabia falar em público. Ao passar por um corredor vi a bíblia ali e ao me aproximar estava aberto no texto de Jeremias 1,4-12. Aquilo foi impressionante, e me tocou profundamente, pois falou para mim naquele momento do convite da Irmã. Então pensei: Eu devo aceitar! E estou até hoje”, relata ela emocionada. “Para mim é muito gratificante e faço mesmo por amor a Jesus. Minha vida se tornou mais leve e feliz com o trabalho pela Igreja, pois podemos levar conforto a outras pessoas”, comenta ela animada, aos 75 anos de idade.

Diaconato Permanente

- O Diaconato Permanente é uma vocação da Igreja, e exige do candidato disponibilidade em cuidar de sua família, sua vida profissional e também da comunidade de fé, levando a Palavra de Deus, administrando sacramentos e dedicando-se no serviço à caridade. Diácono há 21 anos na Diocese, Luiz Huk diz que se sente agradecido por este chamado, na certeza de que o Senhor lhe chamou a este serviço. “Me sinto realizado com cada atividade que realizo. Deus me ajuda a cada dia com o auxílio de Sua Graça, e ainda, sempre contei com o apoio dos amigos, da comunidade e da família. O chamado é acolhido por pessoas concretas, cada qual com sua história, suas limitações e suas qualidades. No mundo atual a vocação diaconal é um enriquecimento para a missão da Igreja. Junto com sua família, o diácono está inserido na comunidade, próximo à outras famílias, observando suas necessitadas. Nosso trabalho deve motivar outras vocações, fazendo-o com amor e alegria. É preciso acolher esta vocação, acompanhar e incentivar o candidato que se sente chamado a ela”, diz Luiz, diácono na paróquia Perpétuo Socorro, em São Mateus do Sul.

Vocação Matrimonial

- Com 66 anos de Matrimônio, celebrado no dia 26 de julho deste ano, naturais da cidade de Rebouças – PR, o casal Rosy Sarraf Perussolo e Jerônimo Cabral Perussolo, tiveram quatro filhos. O início deste relacionamento sólido até hoje começou no Colégio São José, em Rebouças, quando ainda eram adolescentes. Depois de ambos estudarem fora da cidade, se reencontraram e após o namoro e o noivado marcaram o casamento. “Após concluirmos os estudos em Curitiba nos reencontramos novamente em Rebouças. Uma atração nos envolvia e após tempo de namoro marcamos o casamento. No início da vida a dois sentimos dificuldades, mas colocamos Jesus em nosso lar e assim estamos 66 anos juntos”, lembra o casal. Ao motivarem os jovens ao casamento, o casal comenta da importância do diálogo diário, do perdão, da fé, e da prática na vida da Igreja para fortalecer a família. “O verdadeiro amor exige diálogo diário e da frequência na vida da Igreja. Nós rezamos o Pai-Nosso juntos e no momento do ‘perdoai-nos as nossas ofensas’ pensamos no que erramos um com o outro e terminamos com um beijo carinhoso”, relata Rosy. “Agradecemos a Deus pelos 66 anos de matrimônio e pela linda família que Ele nos presenteou”.


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Espaço da Estrelinha

Colaboração: Catequista Jozeane Zbitkowski

Vocacionados a Serviço Respondas nas linhas abaixo

O cardeal Jorge Bergolio é nosso?

Dom Walter Jorge Pinto é nosso? Qual é o nome do seu Pároco?

Mario


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Rosário Vocacional

22º ENCONTRO: 3º MISTÉRIO GLORIOSO A VINDA DO ESPÍRITO SANTO 1.APERITIVOS

mal deixamos para trás.

1.1. ACOLHIDA

Todos: Ao Pai e ao Filho Salvador por vós possamos conhecer. Que procedeis do seu amor fazei-nos sempre firmes crer.

Canto de entrada Dir.: Sejam todos bem vindos para esse encontro. Hoje meditaremos sobre o Pentecostes, a vinda do Espírito Santo. Iniciemos no nome das Três Pessoas Divinas da Santíssima Trindade: Todos: Em nome do Pai, e do Filho e do Espírito Santo. Amém. Dir.: Recordando o Pentecostes, queremos rezar por todas as pessoas que estão vivendo momentos de vitória e superação em suas vidas. Mas, se alguém tiver outras intenções, pode colocá-las também. (Podem-se apresentar em voz alta outras intenções. Em seguida faz-se um momento de silêncio) 1.2. INVOCAÇÃO DO ESPÍRITO SANTO (em dois coros) Todos: Oh vinde, Espírito Criador, as nossas almas visitai e enchei os nossos corações com vossos dons celestiais. 1. Vós sois chamado o Intercessor, do Deus excelso o dom sem par, a fonte viva, o fogo, o amor, a unção divina e salutar. 2. Sois doador dos sete dons, e sois poder na mão do Pai, por ele prometido a nós, por nós seus feitos proclamais. 1. A nossa mente iluminai, os corações enchei de amor, nossa fraqueza encorajai, qual força eterna e protetor. 2. Nosso inimigo repeli, e concedei-nos vossa paz; se pela graça nos guiais, o

2. PRATO PRINCIPAL 2.1. EVANGELHO Canto de Aclamação L.1: O Senhor esteja convosco. Todos: Ele está no meio de nós L.1: Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo João (20, 19-23) Todos: Glória a Vós, Senhor. L.1: Ao anoitecer daquele dia, o primeiro da semana, estando fechadas, por medo dos judeus, as portas do lugar onde os discípulos se encontravam, Jesus entrou e pondo-se no meio deles, disse: “A paz esteja convosco” Depois destas palavras, mostrou-lhes as mãos e o lado. Então os discípulos se alegraram por verem o Senhor. Novamente, Jesus disse: “A paz esteja convosco. Como o Pai me enviou, também eu vos envio.” E depois de ter dito isto, soprou sobre eles e disse: “Recebei o Espírito Santo. A quem perdoardes os pecados, eles lhes serão perdoados; a quem os não perdoardes, eles lhes serão retidos.” Palavra da Salvação. Todos: Glória a Vós, Senhor. 2.2. REFLEXÃO L.2: Podemos ver a importância do Espírito Santo quando comparamos os Apóstolos antes e depois do Pentecostes. Antes, eles tinham abandonado Jesus na hora em que Ele mais precisava, estavam com medo, trancados em casa. Depois, eles

criaram coragem e saíram anunciar ao mundo que Jesus tinha ressuscitado, e não recuaram nem mesmo quando foram torturados e mortos. Muitos vocacionados já fizeram essa experiência. Alguns estavam com medo de seguir esse caminho e, de repente, receberam uma coragem que nunca teriam, e deram o seu “Sim”. Outros, depois de já terem feito os Votos ou serem ordenados, se encontraram em situações assustadoras, e tinham medo de ir para um determinado lugar ou fazer um determinado serviço, mas, quando o Espírito Santo agiu, tudo foi transformado, e eles perceberam que o sopro do Espírito derruba qualquer muro! Todos: Para Deus, tudo é possível. L.3: Ao soprar sobre os Apóstolos, Jesus lhes dá o poder de perdoar os pecados. Há quem queira se confessar diretamente com Deus, mas não foi assim que Ele quis. Deus sempre prefere usar de instrumentos, para criar laços entre nós e tornar mais concreta Sua ação. Por isso, lembremos de todos os Padres com quem já nos confessamos. Eles foram e são os instrumentos de Deus para que o Seu perdão chegue a nós. E como faz bem ouvir uma voz, humana como a nossa, mas impregnada da graça divina, dizer: “eu te absolvo de todos os teus pecados”! Se alguém comete um crime e admite a culpa ao juiz, isso é usado contra ele, e levará ao castigo, à condenação, mas com Deus é diferente, pois, quando confessamos que pecamos, o efeito não é a condenação, mas a absolvição, não o castigo, mas o perdão. Todos: Quando confessei meu pecado, o Senhor perdoou minha falta. 2.3. PRECES

Dir.: Inspirados por esse apresentemos nossas preces

texto,

L.1: Perdão, Senhor, pelas vezes que não nos abrimos à ação do Divino Espírito Santo e confiamos somente em nossas forças; Todos: Senhor, tende piedade de nós L.2: Nós Vos agradecemos, Senhor, por todos os Sacerdotes que atenderam nossas confissões e nos ofereceram o perdão que vem de Vós. Todos: Obrigado, Senhor L.3: Nós Vos pedimos, Senhor, por todos os que estão com medo de viver sua fé e seguir sua vocação, para que o Vosso Espírito faça com eles o mesmo que fez com os Apóstolos. Todos: Senhor, escutai a nossa prece L.1: Nós Vos louvamos, Senhor, porque Sois Perdão. Todos: Louvado sejais para sempre (Outras orações espontâneas, às quais se responde dizendo “Senhor, atendei a nossa prece”) 2.4. DEZENA DO TERÇO Dir.: Rezemos o Creio de S. Patrício e um Pai nosso nas nossas intenções particulares. Todos: Não há outro Deus, nunca houve antes, nem haverá no futuro! 1: Além de Deus Pai não gerado, sem princípio, do qual procede todo o princípio, que tudo possui, como professamos; Todos: Não há outro Deus, nunca


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houve antes, nem haverá no futuro! 2: E Seu filho Jesus Cristo, que assim como o Pai, sempre existiu, antes do começo dos tempos no Espírito do Pai. Ele foi criado de modo tal que as palavras não conseguem expressar, antes da origem do mundo, e por Ele mesmo foram criadas todas as coisas visíveis e invisíveis. Ele foi feito homem, venceu a morte e foi recebido no Céu junto do Pai, e foi-lhe dado todo poder absoluto sobre todo nome no céu, na terra e no inferno para que assim toda língua confesse que Jesus Cristo é Senhor e Deus, em quem nós cremos e esperamos que sua vinda breve está, como juiz dos vivos e dos mortos. Todos: Não há outro Deus, nunca houve antes, nem haverá no futuro! 3: Ele retribuirá a cada um de acordo com suas atitudes, e derramou sobre nós, com generosidade, o seu Espírito Santo, o dom e a garantia da imortalidade, que tornou os crentes e obedientes em filhos de Deus e co-herdeiros de Cristo: aquele que confessamos e adoramos, O único Deus na Trindade do seu santo nome. Todos: Não há outro Deus, nunca houve antes, nem haverá no futuro! Pai nosso... Dir.: Rezemos uma Ave Maria por todo o Clero: pelo Papa, pelos Bispos, Padres e Diáconos: Todos: Ave Maria, cheia de graça... Dir.: Rezemos uma Ave Maria por todos os Religiosos e Religiosas, de Vida Ativa e Contemplativa: Todos: Ave Maria, cheia de graça... Dir.: Rezemos uma Ave Maria por todos os Leigos, de modo especial pelos que servem a comunidade: Todos: Ave Maria, cheia de graça... Dir.: Nas intenções que apresentamos, rezemos uma dezena do Terço. Pai nosso... Ave Maria... Dir.: Pelos que estão a caminho da realização de suas vocações, Seminaristas, Noviços e Noviças, Noivos, etc, rezemos uma Salve

Rainha: Todos: Salve Misericórdia...

Rainha,

Mãe

de

Dir.: Rezemos ainda um Santo Anjo pelos que trabalham na Pastoral Vocacional, Movimento Serra e por todos os que rezam, apoiam e incentivam as Vocações, para que continuem sendo Anjos para os futuros Padres, Diáconos, Bispos, Religiosos e Religiosas: Todos: Santo Anjo do Senhor... 2.5. LADAINHA DE NOSSA SENHORA II Senhor, tende piedade de nós Senhor, tende piedade de nós Cristo, tende piedade de nós Cristo, tende piedade de nós Senhor, tende piedade de nós Senhor, tende piedade de nós Cristo, ouvi-nos, Cristo, ouvi-nos Cristo, atendei-nos, Cristo, atendei-nos Deus Pai do céu, tende piedade de nós Deus Filho Redentor do mundo, tende piedade de nós Deus Espírito Santo, tende piedade de nós Santíssima Trindade, que sois um só Deus, tende piedade de nós Nossa Senhora do Rocio, Padroeira do Paraná, rogai por nós. Nossa Senhora Aparecida, Padroeira do Brasil, rogai por nós. Nossa Senhora de Guadalupe, Padroeira da América Latina, rogai por nós. Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, rogai por nós. Nossa Senhora das Graças, rogai por nós. Nossa Senhora de Fátima, rogai por nós. Nossa Senhora da Salete, rogai por nós. Nossa Senhora de Lurdes, rogai por nós. Nossa Senhora das Dores, rogai por nós. Nossa Senhora da Imaculada Conceição, rogai por nós. Nossa Senhora do Amparo, rogai por nós. Nossa Senhora Auxiliadora, rogai por nós. Nossa Senhora da Boa Viagem, rogai por nós. Nossa Senhora do Carmo, rogai por

nós. Nossa Senhora da Luz, rogai por nós. Nossa Senhora Desatadora de Nós, rogai por nós. Nossa Senhora da Glória, rogai por nós. Nossa Senhora dos Navegantes, rogai por nós. Nossa Senhora da Penha, rogai por nós. Nossa Senhora da Piedade, rogai por nós. Nossa Senhora da Rosa Mística, rogai por nós. Nossa Senhora das Vitórias, rogai por nós. Nossa Senhora dos Anjos, rogai por nós. Nossa Senhora do Bom Conselho, rogai por nós. Nossa Senhora do Desterro, rogai por nós. Nossa Senhora da Consolação, rogai por nós. Nossa Senhora do Monte Claro, rogai por nós. Nossa Senhora Menina, rogai por nós. Nossa Senhora dos Mártires, rogai por nós. Nossa Senhora da Paz, rogai por nós. Nossa Senhora do Novo Mundo, rogai por nós. Nossa Senhora do Povo, rogai por nós. Nossa Senhora de Nazaré, rogai por nós. Nossa Senhora da Ternura, rogai por nós. Nossa Senhora da Saúde, rogai por nós. Nossa Senhora da Assunção, rogai por nós. Nossa Senhora Medianeira, rogai por nós. Nossa Senhora da Lapa, rogai por nós. Nossa Senhora da Luz dos Pinhais, rogai por nós. Nossa Senhora da Santíssima Trindade, rogai por nós. Nossa Senhora de Caravaggio, rogai por nós. Nossa Senhora do Cenáculo, rogai por nós. Nossa Senhora do Pilar, rogai por nós. Nossa Senhora Estrela da Manhã, rogai por nós. Nossa Senhora Rainha das Missões, rogai por nós. Nossa Senhora Mãe e Rainha das Vocações, rogai por nós. Nossa Senhora do Rosário, rogai por nós. Cordeiro de Deus, que tirais os pecados do mundo, Perdoai-nos, Senhor. Cordeiro de Deus, que tirais os pecados do mundo, Ouvi-nos, Senhor. Cordeiro de Deus, que tirais os pecados do mundo, Tende piedade de nós. Rogai por nós, santa Mãe de Deus. Para que sejamos dignos das promessas de Cristo. 3.SOBREMESAS

3.1. SALMO 103 (104) Todos: Envia Teu Espírito, Senhor. E renova a face da Terra. L.3: Bendize, ó minha alma, ao Senhor! Ó meu Deus e meu Senhor, como sois grande! Quão numerosas, ó Senhor, são vossas obras Encheu-se a terra com as vossas criaturas! L.3: Se tirais o seu respiro, elas perecem E voltam para o pó de onde vieram. Enviais o vosso espírito e renascem E da terra toda a face renovais. L.3: Que a glória do Senhor perdure sempre, E alegre-se o Senhor em suas obras! Hoje seja-lhe agradável o meu canto, Pois o Senhor é a minha grande alegria! 3.2. ORAÇÃO PELAS VOCAÇÕES Todos: Senhor da Messe, Pastor do Rebanho, / faze ressoar em nossos ouvidos / Teu forte e suave convite: / “Vem e segue-me!” / Derrama sobre nós o Teu Espírito, / que Ele nos dê sabedoria para ver o caminho, / e generosidade para seguir Tua voz! / Senhor, que a messe não se perca por falta de operários! / Desperta nossas comunidades para a Missão! / Ensina nossa vida a ser serviço! / Fortalece os que querem dedicar-se ao Reino / na vida consagrada e religiosa! / Senhor, que o Rebanho não pereça por falta de Pastores! / Sustenta a fidelidade de nossos bispos, padres, diáconos e ministros! / Dá perseverança a nossos seminaristas! / Desperta o coração de nossos jovens / para o ministério pastoral em Tua Igreja! / Senhor da Messe e Pastor do Rebanho, / chamanos para o serviço de teu povo. / Maria, Mãe da Igreja, / modelo dos servidores do Evangelho, / ajuda-nos a responder: “SIM”. / Amém“. 3.3. GESTO CONCRETO Dir.: Como gesto concreto, cada um vai rezar um Pai nosso e uma Ave Maria por dia por todos os Diáconos, até o próximo encontro. Todos: Assim faremos. Dir.: O Senhor nos abençoe, nos livre de todo o mal, e nos conduza à Vida Eterna. Todos: Amém. Canto Mariano

Pe. Emílio Bortolini Neto Paróquia São Miguel Arcanjo - Porto Vitória


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Santo do Mês

11 de Agosto: Santa Clara de Assis na caridade, quanto na oração. Crescendo sentia o desejo de se dedicar inteiramente a Deus, por isso não queria se casar. Motivada pelo exemplo de São Francisco de Assis, quis renunciar a tudo para seguir a Cristo. Depois de várias conversas com o santo, no Domingo de Ramos de 1211 Clara foge de casa. Renuncia o conforto da nobreza para servir a Cristo na pobreza.

Clara era filha dos nobres Favarone e Ortonela. Sua mãe antes de dar à luz foi a Igreja rezar, pedindo ajuda para o parto. Ela ouviu: “não temas, senhora, porque sã e salva darás uma luz que fará resplandecer mais claramente o próprio mundo”. Por esse motivo foi batizada com o nome de Clara, após seu nascimento no dia 16 de julho de 1194. A menina foi educada pela mãe, tanto

Clara junta-se a Francisco na Igreja de Santa Maria da Porciúncula onde, diante do altar da Virgem Maria, se consagra a Deus. Depois, buscou refúgio no mosteiro das beneditinas, sabendo que sua família tentaria convence-la a retornar para casa, mas desistem quando a santa lhes mostra a cabeça, raspada por Francisco em sinal de consagração a Deus. O santo amigo Francisco dá a Clara lugar definitivo junto a Igreja de são Damião, convento onde ela permaneceu por 42 anos até o fim de sua vida. Algumas moças seguem-na e, com Clara, se fazem obedientes a Francisco, que deu a regra àquelas que viriam a se chamar Clarissas. Clara torna-se abadessa, e é, para as demais irmãs, exemplo na prá-

tica das virtudes. Quando Francisco morre, seu corpo é trazido a São Damião e introduzido na clausura, para que Clara pudesse se despedir. Já enferma, não pode participar da missa de exéquias, mas recebeu a graça de milagrosamente assistir a missa de sua cela, fato este que a fez ser proclamada padroeira da televisão. Devido aos severos jejuns e mortificações a santa cai enferma. Antes de morrer, espera a aprovação da Regra pelo Papa, que permitiria à Ordem viver em total pobreza, sem nenhum bem. Obtida a permissão e após ser visitada pela Virgem, entrega sua alma a Deus no dia 11 de agosto de 1253. Seu corpo ainda permanece incorrupto. REFLEXÃO “Quem quiser ser meu discípulo renuncie a si mesmo, tome sua cruz e me siga” (Mt 16,24). Santa Clara soube renunciar sua vontade para cumprir a de Deus; estaria eu disposto a renunciar tudo para cumprir a vontade de Deus, onde quer que Ele me chamasse? Santa Clara foi para São Francisco a ajuda que Deus pôs a seu lado para que

lhe fosse mais fácil chegar até Deus; tenho eu dado valor aos amigos que Deus pôs em minha vida? Tenho buscado ser um amigo que facilita, aponta aos outros o caminho do céu? ORAÇÃO Ó amável Santa Clara, por teu amor à infância de Jesus, alcança-nos a proteção sobre nossa família. Por teu amor à paixão de Jesus, alcança-nos força e coragem na provação. Por teu amor à Igreja, alcança-nos a Fé, a Esperança e a Caridade. Por teu amor aos irmãos, alcança-nos a graça que vos pedimos... Por teu amor a oração, alcança-nos o desejo de estar na presença do Senhor. Por teu amor à pobreza, alcança-nos o desprendimento dos vícios e pecados. Por sua santa morte, alcança-nos uma vida e morte santas, nas mãos da Virgem Maria. Amém.

Gustavo Santana 3º ano de Filosofia

Dom Walter participa da Posse do novo bispo de Guarapuava Dom Amilton Manoel da Silva, que até então estava como bispo auxiliar na Arquidiocese de Curitiba, assume como 5º bispo de Guarapuava, sucedendo Dom Antônio Wagner, que se tornou emérito aos 76 anos. Natural da cidade de Osvaldo Cruz (SP), Dom Amilton nasceu em 02 de março de 1963 e foi sagrado bispo no dia 19 de agosto de 2017, por Dom José

Antônio Peruzzo. Seu Lema Episcopal é Christi in Cruce Gloriari - “Gloriar-se na cruz de Cristo” (Gl 6,14). O Novo bispo de Guarapuava assume a Diocese que é composta por 47 paróquias e as mais de mil comunidades distribuídas em 31 municípios que compõem seu território.

Dom Amilton beijando a cruz, um dos momentos do Rito de Posse.

No dia 18 de julho, a Catedral Nossa Senhora de Belém, da Diocese de Guarapuava, acolheu apenas bispos, padres, religiosos, seminaristas, autoridades civis e militares e alguns fiéis leigos, representando a comunidade paroquial e diocesana da Diocese de Guarapuava, para a missa de posse de seu novo bispo.

Entre os bispos do Paraná presentes estava Dom Walter Jorge, bispo da Diocese de União da Vitória. A posse que teve início às 9h30, no lado de fora da Catedral de Guarapuava precisou ser realizada dentro de todos os protocolos das secretarias de saúde, como: o uso de máscaras, álcool 70 e com distanciamento nos bancos entre os fiéis para se evitar o contágio da Covid-19.

Bispos do Regional Sul II. Do lado esquerdo Dom Walter Jorge, e ao centro Dom Amilton


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Série: Comentário Popular nº73

Constituição Dogmática “Lumen Gentiun”, Parágrafo 50/134ss

Capítulo VII A Índole Escatológica da Igreja O CULTO E A DEVOÇÃO DOS SANTOS A esta altura, o Concílio afirma que é uma doutrina e praxe tradicional a veneração e culto dos Santos, dos mártires ou de pessoas que reproduziram em alto grau as virtudes e obras do fundador e Salvador Nosso Senhor Jesus Cristo, nisto vive-se um especial relacionamento entre a Igreja terrestre e a celeste, com sua prática de pedir a misericórdia de Deus para o perdão dos pecados dos vivos e dos mortos. Ainda a Igreja sempre acreditou e apelou pela intercessão dos Santos em seu favor e de seus irmãos falecidos. Portanto, acreditou no caridoso intercambio de bens Imagem: Reprodução espirituais eficazes, conforme seus respectivos estados exisde fato, são membros do mesmo Cortenciais entre nós, ainda peregrinos, po Místico de Cristo, com intercâmbio as almas em estado de purificação/no livre interno entre suas partes, no mespurgatório e os bem-aventurados na mo Espírito de Cristo que une e vivifica visão beatífica. a todos os crentes. O INTERCÂMBIO NO CULTO DOS SANTOS Na L.G. (subpar. 50/135), se afirma: que a devoção e culto dos Santos, com a imitação de suas virtudes, conforme os ensinamentos e exemplos de Jesus, e com o valor de sua intercessão em favor dos ainda na terra, ajudam, na caridade de Cristo, a seus irmãos ainda labutando na cidade dos homens. Através das graças assim alcançadas, os mortais clamam pelo perdão de seus pecados, tentam alcançar maior elevada santidade, pela imitação da vida modelar do próprio Jesus. Isto é possível porque os membros da Igreja, na terra ou no céu

Destarte este intercâmbio entre os três grupos de fiéis, na terra, em estado de purificação (no purgatório) e na beatitude sem fim no céu, pertencem a uma só realidade, o Corpo Místico de Cristo, cuja fonte e Cabeça é Jesus Cristo, em sua vida teândrica (humana e divina). A COMPLEXIDADE NO CORPO DE CRISTO Estas considerações formam mais compreensíveis a aparente complexidade do relacionamento interno da Igreja. De fato, também o corpo humano, após desvendarmos suas múltiplas complexidades, se torna compreensível visto sob o aspecto da individua-

sacramentais dinamizados pela graça da comunicação do Espírito de Cristo, encontrando seu ponto mais alto, nobre e expressivos na celebração do sacrifício eucarístico o qual “certamente nos unimos mais estreitamente ao culto da Igreja celeste” (50/137). Por isso que falamos de uma Liturgia Celestial, para unificar tudo ao redor do trono de Deus Uno e Trino, e seus santos. DESÍGNIOS ENTRE ADORAÇÃO E VENERAÇÃO

lidade do conjunto. A vida de Cristo e em Cristo dá Igreja sua unidade perfeita e compreensível. De tal modo, que quando falamos das diversas graças, virtudes, dons, carismas, etc. estamos falando das diversas palpitações do Coração de Jesus e seu Espirito soprando, na Igreja o sopro vital entre os diversos membros. Assim, o exército dos santos é como que “a coroa de todos os Santos” em Cristo!

O texto conciliar, terminada a exposição detalhada, chama nossa atenção para evitarmos certos excessos em nossas devoções aos santos, para não atrapalharmos a glória que é devida a Deus, tendo, sim, em conta a profunda distinção entre o culto aos santos e o culto da adoração (latria) devido a Deus. “Quando pois, Cristo aparecer e se der a gloriosa ressurreição dos mortos, a claridade de Deus iluminará a Cidade celeste e o Cordeiro será sua luz” (Apoc. 21,24). Doutrina pormenorizada, mas que não apresenta dificuldades especiais de interpretação.

TUDO DESABROCHA NA LITURGIA CELESTIAL Na L.G. (subpar. 50/135). Daqui a exposição conciliar passa para o ponto mais elevado e nobre desse relacionamento entre as três dimensões ou estados de vida da Igreja: o Céu, o Purgatório, e o mundo dos homens, quando encaixou de “modo nobilíssimo”, mormente na Sagrada Liturgia, através dos sinais

Dom Walter Michael Ebejer, O.P. Bispo Emérito de União da Vitória


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Liturgia: Fonte das Vocações Dando continuidade ao tema desenvolvido no mês passado, com os testemunhos vocacionais de Maria, mãe de Jesus e nossa, e de São Paulo Apóstolo e também com alguns passos para o discernimento vocacional, neste mês dedicado às Vocações, propomos a você fiel leitor refletir sobre sua Vocação, seja na vida consagrada e ordenada ou na vida familiar e missionária, a partir da Liturgia, especialmente nas Missas Dominicais.

“O que é Liturgia?” A Liturgia é a fonte e o auge de toda vida cristã. Todas as atividades da Igreja nascem na Liturgia e se destinam a ela. Podemos ver a Liturgia também como um serviço que se presta a todo o povo, um serviço fraterno. Neste sentido, a vocação como serviço, nasce na Liturgia e nela tem a sua realização.

“E o que é Vocação?” A vocação é o chamado que Deus nos faz, a fim de escutarmos e respondermos a Ele com todo o nosso coração. Mas, mais que “chamado”, a vocação é uma convocação do mesmo Deus para viver e agir no seu Reino. Deus chama e dá um tempo para que a pessoa decida, na sua liberdade de aceitar ou não.

“Relação entre Liturgia e Vocação?” Não é difícil percebermos a Liturgia como fonte vocacional. O papel da Liturgia, através das celebrações, é fazer memória das respostas vocacionais presentes na Palavra ouvida e acolhida e sempre nos propor o chamado à vida cristã nas diversas finalidades na vida pessoal e social. Sabemos que Jesus se doou totalmente, fazendo em tudo a vontade do Pai. O ponto mais alto deste seu servir a Deus e aos homens (liturgia) acontece na sua doação na Cruz, onde se entregou livremente. Cristo ofereceu um “novo e único sacrifício” agradável ao Pai. Por esta razão, Ele é o Liturgo (aquele que serve) por excelência. Em Jesus se cumpre plenamente a vocação de cada homem e mulher: serviço, liturgia. É Nele e por Ele que vivemos e que nosso chamado se realiza e nos tornamos felizes: o próprio Filho de Deus nos mostra o verdadeiro sentido de liturgia e de vocação. Por isso dizemos na Santa Missa: “que nos tornemos em Cristo um sacrifício vivo” e “que Ele faça de nós uma perfeita oferenda”. Deste modo, a Liturgia é a fonte das vocações, pois nos leva a viver de um modo renovado o Evangelho, afim de que cada um de nós, fiéis cristãos, estejamos mais atentos à convocação divina no dia a dia de nossa vida. É na celebração da Eucaristia que homem e mulher, jovem e criança, se comprometem com a resposta vocacional diante de Deus e da comunidade reunida.

“A Eucaristia é a fonte própria do matrimônio cristão” É na Liturgia que o casal bebe da fonte da Vida, para se fortificarem da fidelidade, no amor e no carinho em para com o outro. Também a família é chamada a ser Igreja, ela é a “Igreja Doméstica”. Alimentada pela Eucaristia e renovada pelo sacramento da Reconciliação assumem sua missão no mundo, na sociedade e na própria Igreja. A participação na Liturgia Dominical, a escuta da Palavra de Deus, a frequência dos sacramentos e a caridade vivida levarão os pais a dar um exemplo claro e aceitável de Cristo aos seus próprios filhos. Também a vocação dos leigos é reavivada pela Liturgia. Os leigos são chamados a uma participação mais piedosa, ativa, consciente e frutuosa na Liturgia. Integrando a sua vida, sua história, sua cruz, junto ao altar do Senhor. Participando com respeito e dignidade do ato litúrgico. Conhecendo o que está celebrando. É necessário celebrar e viver no meu hoje de cada dia a Páscoa do Senhor. A Liturgia oferece para cada fiel cristão e para toda a comunidade uma excelente oportunidade para pensar sobre a sua vocação, seja no discipulado ou no Matrimônio ou ainda na vida religiosa.

ORAÇÃO PELAS VOCAÇÕES Jesus, mestre divino, que chamastes os apóstolos para vos seguirem, Continuai a passar pelos nossos caminhos, pelas nossas famílias, pelas nossas escolas; e continuai a repetir o convite a muitos de nossos jovens. Dai coragem às pessoas convidadas, dai forças para que vos sejam fiéis como famílias cristãs, apóstolos leigos, como religiosos e religiosas e como sacerdotes, para o bem do povo de Deus e de toda a

“Toda vocação se realiza na Liturgia”

humanidade. Amém!

A vocação de cada cristão se encontra com o chamado de Salvação de Deus proclamando em todo lugar e para todas as gentes que a morte foi vencida pela Vida. É na Liturgia Eucarística, na Santa Missa, que a vocação de cada homem é realizada em Jesus Cristo como serviço-liturgia. A vocação à vida religiosa, consagrada e contemplativa é doação de si a serviço da comunidade, onde cada vocacionado coloca as suas qualidades e potencialidades a serviço dos irmãos, para que seja dada a maior glória a Deus e para a própria santificação de toda a comunidade. É uma sincera vivência litúrgica.

(São Paulo VI)

Alisson Marlon de Moura Estagiário em Paula Freitas

Diego R. Nakalski 4º Ano de Teologia


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Estrela Matutina - Notícias - Agosto de 2020 www.dioceseunivitoria.org.br

O que o Brasil perde por tributar os ricos Por: Maria Regina Paiva Duarte, diretora Financeira do IJF e auditora fiscal da Receita Federal do Brasil aposentada. Estudo aponta: uma reforma tributária solidária, que taxe grandes fortunas e acabe com a desoneração à megaempresas, geraria justiça fiscal – e uma receita anual de R$ 270 bilhões ao país, que poderia ser usada para a Renda Básica.

Estimativa conservadora aponta que, aplicado o IGF apenas sobre a riqueza que ultrapassar esse limite, seria possível arrecadar aproximadamente R$ 40 bilhões ao ano.

Entre todas as incertezas trazidas pela pandemia do Covid-19, uma certeza, ao menos, emergiu com força no cenário brasileiro: o aumento da pobreza. Não que isso já não estivesse acontecendo, mas, no momento, a crise econômica e a sanitária estão causando efeitos ainda mais devastadores em nossa população mais vulnerável.

Outra medida que pode gerar recursos e contribuir para reduzir a injustiça tributária é m odificar as faixas de alíquotas da tabela do Imposto de Renda das Pessoas Físicas (IRPF), introduzindo alíquotas de 35%, 40% e 45% para rendas superiores a 40, 80 e 100 salários mínimos mensais e aumentar o limite inferior de isenção de 2 para 3 salários mínimos mensais, desonerando mais de 10 milhões de contribuintes.

Na pandemia, a renda básica emergencial é mandatória. Ficar em casa, sim, quem pode; ficar sem renda, não. A sobrevivência exige um mínimo de renda, especialmente agora, com toda a emergência que decorre da crise. No entanto, se pensarmos bem, em emergência já se encontram 6 milhões de pessoas que vivem em casas sem banheiro, 11 milhões que moram em domicílios com mais de três pessoas por dormitório, 53 milhões que não dispõem de rede de água e 76 milhões que ganha abaixo de R$ 534,00, só para citar alguns exemplos. A questão que surge, então, é como financiar esse pagamento da renda básica. Uma das formas é o governo gastar mais, aumentando a dívida com a colocação de títulos no mercado ou emitindo moeda. Contrário ao equivocado senso comum de que “acabou o dinheiro”, o governo pode e deve gastar nesse momento, endividando-se e emitindo moeda, e socorrer as famílias. Mas existe uma outra forma de financiar esses gastos, que é a tributação das grandes fortunas, dos altos rendimentos, da grande propriedade e não se deve esperar o fim da pandemia para tornar viável, ainda que em parte. Segundo a Revista Forbes, em 2012 tínhamos 74 bilionários com patrimônio declarado de R$ 346 bilhões; em 2019, eram 206 que detinham mais de R$ 1,2 trilhão. Um pouco mais de duas centenas de pessoas têm o que muitos milhares de brasileiros não conseguiriam ter nem vivendo muitas vidas. Se estes bilionários forem tributados conforme sua capacidade de contribuir, certamente haverá deslocamento substancial de recursos para políticas públicas de redução de desigualdade. E certamente eles não carregarão suas mansões, iates e fazendas nas costas para escapar da tributação. O Imposto sobre Grandes Fortunas (IGF) poderia ser uma fonte de recursos para combater essa crise e também uma forma de corrigir a regressividade tributária histórica em nosso país, praticamente não enfrentada até agora. Afinal, se fosse tributada a renda de forma mais justa, a acumulação e a riqueza seriam menores. Imagem: Reprodução

Favela de Paraisópolis, no Rio de Janeiro. Ao fundo, prédios luxuosos.

Mas há um absurdo tributário no Brasil que precisa ser corrigido, trata-se da isenção do IRPF sobre lucros e dividendos distribuídos pelas empresas a seus sócios, que vigora desde 1995. Essa isenção faz com que, por exemplo, alguém que ganhe mais de R$ 300 mil por mês tenha 70% da sua renda isenta do imposto de renda, posto que a maior parte das rendas muito altas é composta por lucros e dividendos distribuídos. É preciso acabar com essa desoneração, que existe no Brasil e na Estônia somente. Esses rendimentos precisam ser submetidos à tabela do IRPF, por isonomia de tratamento com rendimentos assalariados, por exemplo. Duas medidas, entre outras, que estão nesta proposta apresentada, seriam a criação de uma contribuição social sobre altas rendas, de 10%, com incidência imediata sobre os rendimentos das pessoas físicas que ultrapassarem a R$60 mil mensais por mês e aumento da alíquota máxima do imposto sobre transmissão causa mortis e doações para 30%. Os valores estimados de arrecadação com todas as medidas propostas seriam da ordem de R$ 270 bilhões. Uma tributação muito mais progressiva que a atual e, portanto, mais justa. Focar a diminuição da desigualdade apenas nos gastos com os mais pobres revelou-se insuficiente nos últimos anos, além de não enfrentar a concentração exacerbada de renda e riqueza em nosso país.

Uma das propostas discutidas atualmente para implementação do IGF, apresentada pelo Instituto Justiça Fiscal, Associação Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal do Brasil (Anfip), Federação Nacional do Fisco Estadual e Distrital (Fenafisco) e o coletivo Auditores Fiscais pela Democracia e que vem na esteira do projeto da Reforma Tributária Solidária, prevê a incidência de alíquotas progressivas de 1%, 2%, 3% incidindo sobre as faixas de patrimônios acima de 10, 20 e 50 milhões de reais, respectivamente. De acordo com os dados publicados pela Receita Federal, referentes às declarações do Imposto de Renda das Pessoas Físicas de 2018, somente 0,2% dos contribuintes (60 mil pessoas) declararam bens e direitos maior do que R$ 10 milhões.

A emissão de moeda e endividamento público, sozinhos, não resolvem o problema, pois é necessário que venham acompanhados de políticas fiscais que garantam a distribuição da riqueza, e a maneira mais indicada de fazer isso, tanto do ponto de vista moral e da justiça, quanto do ponto de vista econômico, é tributar mais a renda, patrimônio, heranças e dividendos, como nas medidas acima elencadas, apontando para uma reforma tributária que seja progressiva e respeite o princípio da capacidade contributiva, que está na Constituição Federal de 1988. Simplificando, esse princípio diz: paga mais quem pode mais, mas fazemos o contrário! Os mais ricos e os super-ricos pagam muito pouco. Quando perguntamos se alguém é favorável a que se aumente a carga tributária ou que se paguem mais impostos, a resposta mais plausível seria “não”. Mas se a pergunta fosse sobre ser a favor de aumentar impostos de quem ganha mais, ricos e super-ricos, os que podem pagar mais, certamente as respostas, em sua maioria, seriam “sim”. A eles, portanto, precisamos apresentar a conta. Fonte: Instituto Humanitas Unisinos. Publicado em: 22 de junho 2020.


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