Recantos da Terra

meio ambiente • cultura • ecologia • turismo

Americana e região

RECANTOS DA TERRA

20 Anos

NOVEMBRO | 2021

RECANTOS DA TERRA E PROJETO DE PLANO PARA O PÓS-REPRESA COMPLETAM 20 ANOS

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EMOÇÕES

Álbum de improvisação livre traz paisagem sonora de Americana ‘Maritacas Flow’, o segundo álbum digital do jornalista e saxofonista americanense Roger Marza, é um manifesto em defesa da natureza

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canto das andorinhas do bairro São Pedro, em Americana, está na música de mesmo nome de “Maritacas Flow”, o segundo álbum online do jornalista e músico americanense Roger Marza, que faz improvisações livres de saxofone ao som de paisagens sonoras da natureza e da ciência. O álbum é uma homenagem à mãe do artista, Joana de Fátima Peressionotto, que fez sua passagem no dia 4 de outubro de 2021, aos 67 anos, no dia de São Francisco de Assis. A paisagem sonora do bairro São Pedro foi gravada às 5h da manhã do dia 19 de setembro deste ano, quando o músico, que hoje vive em São Paulo, veio visitar a mãe, que havia descoberto um câncer no pâncreas.

“Eu me emociono muito ouvindo essa música, porque me faz lembrar profundamente daquele dia, em que o sol nascia laranja no horizonte.

Uma andorinha, inclusive, fez ninho no buraco aberto no teto da sacada do apartamento onde minha mãe morava. E a andorinha simboliza ressurreição, amor, pureza, Primavera e fertilidade. Vou me lembrar para sempre daquele momento e o quanto eu amava e amo minha mãe”, diz o músico.

As músicas “Volta Prá Casa” e “Obaluaê Nanã” também foram criadas no momento em que a doença de sua mãe foi descoberta, mas as paisagens sonoras dessas músicas foram gravadas embaixo de uma mangueira no fundo do prédio que o músico vive atualmente, em São

Adriana Costa / Divulgação

Paulo, perto do Parque Villa-Lobos.

O pré-salve está disponível no link: https://tratore.ffm.to/maritacasflow NATUREZA O novo álbum é também um manifesto em defesa da natureza. Com capa do próprio artista, o trabalho traz 10 improvisações livres com paisagens sonoras gravadas por Marza, cientistas do Laboratório de Acústica e Meio Ambiente, da USP (Universidade de São Paulo), além de improvisações livres com base na sound art criada pelo artista da computação e artista sonoro Nicolau Centola.

O nome do disco traz referência à última música, “#4 Maritacas Flow”, criada a partir da soundart de Nicolau Centola, produzida por meio do tratamento digital da música “Maritaca no Coqueiro”, de Roger Marza.

Por meio de um sistema baseado nas técnicas de tratamento de fitas magnéticas do belga Henri Pousseur, esse processo faz com que o arquivo digital tenha sua duração aumentada exacerbadamente.

“Maritaca no Coqueiro”, uma gravação disponível na Radio Marza, canal no YouTube de Roger Marza, tem dois minutos. Com o tratamento digital feito por Centola, o fluxo sonoro soma um total de 42 minutos.

Esta ação resulta em um arquivo sonoro que ultrapassa a amostragem original, eliminando qualquer possibilidade de identificação, o que transforma o registro original em outra composição.

O americanense Roger Maza: improvisações e sofisticado trabalho com o som

EXPEDIENTE Edição e Texto: Paulo San Martin, Anderson Barbosa e Véronique Hourcade | Diagramação: Skanner Projetos Gráficos | Redação: paulo.sanmartin@bol.com.br - anderson@jornalrecantosdaterra.com.br Gestor de Anúncios: Geraldo Martins - (19) 98268.9110 - recantosge@yahoo.com.br | Rua Indaiá, 411, Jd. Ipiranga Americana-SP - Fone: (19) 3601.8996

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LONGA CAMINHADA

20 anos: Recantos da Terra e P

Recantos da Terra completa 20 anos de caminhada no mesmo momento em que o projeto do Plano Diretor do Pós-Represa, após sucessivos adiamentos, também completa duas décadas ainda sem aprovação final e sem ser colocado em prática. A confluência entre as datas foi totalmente casual, nenhum projeto tinha nada a ver com o outro, no momento do nascimento, mas o objetivo era (e segue sendo) comum: a defesa do grande patrimônio ambiental de Americana, a Represa do Salto Grande e todas as extensas áreas do seu entorno. Leia, nesta página, um pouco sobre o Recantos e também sobre o projeto do plano para o Pós Represa.

R

ecantos da Terra nasceu como um ato de amor à Represa do Salto Grande. Em sua primeira edição, publicada em novembro de 2001, já falava em seu editorial: “Todos os envolvidos com Recantos da Terra – os que produzem o jornal e os que o apoiam com

Legenda legenda legenda legenda legenda legenda legenda legenda legenda legenda

Inestimável patrimônio ambiental da Salto Grande foi degradado durante décadas. Pós-Represa pode resgatar economia de Americana (No d

LONGO ATRASO

Após duas décadas, Câmara retom Até o início deste século, o Pós-Represa era uma área esquecida e desconhecida por grande parte da população e pelas gestões públicas de Americana. Só em 2001, por força de nova legislação, a região, que corresponde a 1/3 do território do município, começou a ser estudada a fundo.

Naquele ano, com a criação do Estatuto da Cidade, foi estabelecido que municípios de todo o país deveriam ter um Plano Diretor não só para suas áreas urbanas, como era obrigatório até

aquele momento, mas também para as áreas rurais.

Assim, sob o governo do então prefeito Waldemar Tebaldi, foi criada uma Comissão Consultiva, sob o comando da Secretaria de Planejamento, para elaborar uma proposta de Plano Diretor para a região.

Os estudos revelaram o Pós-Represa até então desconhecido.

Uma área de 33 km², tomada pela monocultura da cana-de-açúcar e pelo latifúndio, com 85% do total nas mãos de um único proprietá-

rio, e extensas terras sem função social nenhuma. Os estudos detectaram problemas até então desconhecidos de demarcação de divisas com municípios vizinhos.

A proposta foi entregue à Câmara no ano seguinte e chegaram a ser realizadas audiências públicas, mas ela sequer chegou a ser votada.

Em 2003, com Tebaldi afastado por motivos de saúde, assumiu o seu vice Erich Hetzl e o arquiteto e urbanista Victor Chinaglia, que já integrava a Comissão Consul-

tiva, foi nomeado para comandar a Secretaria de Planejamento. A proposta foi então retomada e um dos principais especialistas em urbanismo na época, o arquiteto Joaquim Guedes, foi chamado a dar uma consultoria para novos ajustes no projeto.

Em 2008, um novo Plano Diretor foi apresentado e a região passou a ser Apama (Área de Preservação Ambiental de Americana), mas a sua votação e aprovação foi seguidamente protelada nas gestões dos prefeitos Diego

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Plano Diretor do Pós-Represa

destaque, a primeira edição de Recantos da Terra)

a publicação de anúncios – têm uma história de amor com a Salto Grande. Muitos aprenderam a nadar e velejar em suas águas, viram as primeiras migrações de aves ou namoraram em suas praias”.

A proposta do jornal era exatamente a de alertar a sociedade e as autoridades de Americana e região para importância de recuperar e preservar esse patrimônio ambiental e turístico de valor inestimável.

Naquele tempo, a situação da represa e sua degradação contínua eram muito mais graves do que agora. Dezenas de municípios lançavam indiscriminadamente esgotos nas águas dos rios que abastecem a Salto Grande. Esgotos domésticos e até industriais do entorno eram lançados sem controle em suas águas. Havia um descaso das autoridades com a represa.

De lá para cá as coisas mudaram bastante, fruto da crescente consciência da população sobre a importância de preservar o meio ambiente e os recursos hídricos do país. Mas ainda falta muito.

LUTAS As melhorias na Salto Grande nestes últimos 20 anos foram fruto de muito esforço e lutas. Desde as diversas ações do Ministério Público que têm obrigado os municípios a tratarem seus esgotos, até a mobilizações da comunidade que levam as autoridades a agir de forma mais efetiva. Recantos da Terra sempre esteve presente. Acompanhou, defendeu e noticiou essas lutas.

Mas não é só a Salto Grande que mobiliza e dá vida ao jornal.

Recantos da Terra, desde a sua ori-

gem, é também um instrumento de defesa das causas ambientais e sociais. Não por acaso, muitas e muitas de suas edições têm sido utilizadas como material de leitura e estudo em colégios de Americana e de outras cidades.

Assim, é com amor que Recantos da Terra brinda com seus leitores, leitoras e apoiadores as suas duas décadas de existência.

E também com a promessa de que teremos muitas e importantes mudança e novidades ao longo do próximo ano.

ma Plano Diretor De Nadai e Omar Najar.

A discussão do projeto só foi reaberta na Câmara neste ano de 2021, quando completa 20 anos de seu início. “Nesses 20 anos o Pós-Represa sofreu mudanças substanciais. Até 2006, viviam lá, em bairros instalados às suas margens, menos de duas mil pessoas. Hoje temos vários assentamentos e ocupações informais consolidadas, com mais de 15 mil pessoas. Temos também lá agora um aterro sanitário, cuja instalação foi muito combatida pela população vizinha. A apro-

vação do Plano Diretor está muito atrasada. E é mais do que urgente”, define Victor Chinaglia.

Para Chinaglia, o Pós-Represa é um território que integra, passando fora do supersaturado eixo da Via Anhanguera, Americana com o pólo petroquímico de Paulínia e a área da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas), maior centro tecnológico da América do Sul. “Ele não é futuro. É o presente do nosso planejamento, que recolocaria Americana no mapa econômico”, avalia.

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EM AÇÃO

Apoiadores são essenciais para garantir ações em defesa da represa Movimentos pela Salto Grande e Pós-Represa têm crescido e tomado cada dia mais vulto

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Ações coletivas são essenciais para mostrar à comunidade as belezas naturais da Represa

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ovimentos e ações em defesa da Represa do Salto Grande e da importante área do Pós-Represa têm crescido e tomado cada dia mais vulto ao longo dos últimos anos. Eles hoje reúnem não só as comunidades de diferentes níveis sociais e econômicos que coabitam nas regiões das praias e dos bairros do Pós-Represa, mas também um número crescente de empresas que, nascidas e forjadas na região, descobriram cada vez mais a importância de resgatar a beleza e riqueza desse imenso espaço.

Recantos da Terra, nascido há 20 anos, para apoiar esses movimentos que começavam a tomar força naquele momento, vai lembrar um pouco de toda essa gente.

“Temos muitos parceiros que são sempre fundamentais na realização de nossas ações e eventos em defesa da represa. Um deles, que não podemos deixar de ressaltar, é o Grupo Pura. O Grupo é parceiro de toda hora, e não é daquele tipo que apoia os eventos para aparecer, para poder falar. Longe disso. Como diz meu pai, é um pessoal que ‘não foge do arreio’!

O Grupo está sempre presente, é um pessoal que apoia mesmo tudo em defesa da represa, um pessoal que faz acontecer”, comenta Marcelo Maso-

ca, dirigente do movimento Amigos da Represa do Salto Grande.

O Grupo Pura tem um forte ligação com a região da represa do Salto Grande. Nascido há 15 anos, como uma pequena empresa de serviços de construção civil, transformou-se ao longo dos anos na poderosa construtora e incorporadora que é hoje, com mais de 500 mil metros quadrados de área construída e mais de mil unidades habitacionais já entregues.

“O Grupo Pura nasceu e cresceu na Praia Azul e, embora hoje atue em um grande número de outros bairros e cidades, nunca perdeu a relação de amor e parcerias com a nossa região. Por isso, sempre que podemos apoiamos ações em defesa da nossa Praia e da nossa população. E em especial as ações de proteção e recuperação deste maravilhoso patrimônio do nosso município, que é a Represa do Salto Grande”, afirma Givaldo Silva de Araújo, o CEO da empresa.

O Amigos da Represa do Salto Grande promove, junto a outros movimentos ambientalistas, constantes ações abertas a toda a população, na orla e nas águas da represa, com o objetivo de chamar a atenção de toda a população de Americana e região para a importância da recuperação e preservação da área.

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SAÚDE

Novembro Azul: o positivo e o negativo Campanha vai além do câncer de próstata e é fundamental na prevenção masculina de doenças Maria Giovana Fortunato

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campanha Novembro Azul – que surgiu na Austrália e completa dez anos no Brasil em 2021 – tornou-se o principal fio condutor no que diz respeito a informar os homens sobre prevenção em saúde. A campanha, antes restrita à prevenção ao câncer de próstata, atualmente está mais ampla. Hoje, diversas pesquisas, realizadas ao redor do mundo são unânimes: os homens se previnem menos que as mulheres e, como consequência, vivem menos.

Apesar do sucesso do movimento, cujos benefícios são notados no decorrer dos anos, como o aumento na procura de exames preventivos por parte da população masculina, com destaque ao exame de toque, o mais importante (e que sofre mais preconceito) para detectar o câncer de próstata, temos um longo caminho a percorrer principalmente agora no pós-pandemia.

No Brasil, as cirurgias para retirada da próstata por câncer tiveram redução de 21,5% entre 2019 e 2020. Os dados são do Ministério da Saúde, obtidos pela Sociedade Brasileira de Urologia (SBU). As coletas do antígeno prostático específico (PSA) e de biópsia da próstata que, junto com o exame de toque retal, diagnosticam a doença, registraram quedas de 27% e 21%, respectivamente, como mostram as informações do Sistema de Informações Ambulatoriais, do Sistema Único de Saúde (SUS).

ALTA DEMANDA Houve diminuição ainda no número de consultas urológicas no SUS (33,5%). As internações de pacientes com diagnóstico da doença caíram 15,7%. As consultas com um urologista também sofreram queda. Até julho, foram 1.812.982, enquanto em 2019 foram 4.232.293 e em 2020, 2.816.326.

Apesar do aumento da procura por exames, o poder público ainda está aquém da sua capacidade.

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Um exemplo é Americana. A Administração anunciou a campanha Novembro Azul sem contar com urologista na rede, mesmo com uma demanda reprimida de aproximadamente 1.600 pacientes.

Que exaltemos a campanha

realizada por nossa sociedade civil organizada e que cobremos mais nossos governantes. Estes, definitivamente, não temos motivos para exaltar.

Maria Giovana Fortunato é sanitarista e vice-presidente estadual do PDT

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EVENTO

É rock no Bosque das Nascentes Multi Festival de Artes 3 acontece nos dias 5,12 e 19 de dezembro, no Antônio Zanaga, em Americana

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m festival de rock e artes em meio à natureza. Essa é a proposta do Multi Festival de Artes 3 que acontece em Americana nos dias 5,12 e 19 de dezembro no Bosque das Nascentes, no bairro Antônio Zanaga. Um dos locais mais arborizados da cidade, com grande quantidade de fauna e flora. O bosque é um dos pontos preferidos para caminhadas e esportes ao ar livre da população do chamado Pós-Anhanguera.

As bandas Dead Fish, Garotos Podres e Autoramas são as principais atrações do festival. Estão confirmadas também as bandas de Americana Magüerbes, Rusty Machine e Tracajazz. Outras 12 bandas que participarão do evento foram escolhidas por especialistas por meio de audição. Cerca de 50 bandas de todo Estado de São Paulo se inscreveram na disputa.

“Nós sempre pensamos em realizar o festival em um lugar que traga algum significado. O Bosque das Nascentes é muito bonito, arborizado e também resolvemos trazer

essa pegada da preservação. Quem não conhece vai poder conhecer e com muita música, arte e diversão”, afirma o organizador do festival, Marcos Leite.

Além de bandas, o Multi Festival de Artes 3 contará com a apresentação de DJs da cena independente e praça de alimentação completa.

“Queremos proporcionar uma experiência legal neste momento de pós-pandemia”, argumente Leite.

INGRESSOS O Fundo Social de Solidariedade de Americana faz a troca dos ingressos para o Multi Festival de Artes 3.

A troca poderá ser realizada com um quilo de alimento não perecível ou um litro de leite, ou ainda um brinquedo novo. Cada troca será limitada a cinco ingressos por pessoas para cada dia do festival.

A troca deve ser feita diretamente na sede do Fundo Social de Solidariedade, das 9h às 16h, à Rua das Poncianas, nº 930 B, no Jardim Glória.

Nos dias do evento os ingressos

Carrapato estrela é o transmissor da febre maculosa

Os ingressos podem ser trocados por um quilo de alimento não perecível ou um litro de leite

ainda poderão ser trocados na portaria do festival a partir das 13h, porém, os organizadores lembram que será um número restrito de ingressos, os quais serão distribuídos por ordem de chegada.

O evento permitirá a entrada

apenas a maiores de 18, que devem apresentar a carteira de vacinação contra a Covid-19 com todas as doses recomendadas; ou menores, exclusivamente se acompanhados de pais ou responsável, com o esquema de vacinação completo.

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