Capítulo 15
ODS 11 – Cidades e comunidades sustentáveis Sandra Momm, Silvana Zioni, Luciana Travassos e Robson Moreno A urbanização extensiva e globalizada é um fenômeno contemporâneo que dinamiza regiões do planeta com fluxos econômicos e demográficos em um ambiente de complexidade socioambiental. Como parte dessa complexidade, vetores de mudança como as mudanças climáticas e seus impactos e a tendência para o modelo de desenvolvimento caracterizado pelo neoliberalismo ou o market-led (Pieterse, 2010) em diversas nações, intensificam as desigualdades sociais e os agravos ambientais. O World Urbanization Prospects-WUP da ONU (2018)1 estima que 55% dos 7,63 bilhões de habitantes vivam em cidades, e que ao final da próxima década esse percentual será de 60% de uma população de mais de 8 bilhões. Os continentes que mais têm contribuído para esse perfil urbano da população mundial, como apontam Elmqvist et al. (2018), baseados em dados da ONU (2014)2, são: a América do Norte (82%); América Latina e Caribe (80%); Europa (74%) e Oceania (71%); a África e a Ásia com 41% e 49% de suas respectivas populações vivendo em áreas urbanas. Vale destacar que Ásia e África atualmente passam por um forte processo de urbanização e é nesses continentes que se localizam a maior parte das cidades que apresentam as maiores taxas de crescimento populacional, em torno de 6% ao ano (UN, 2018).
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A inexistência de critérios internacionais padronizados para determinar os limites de uma cidade fez com que a publicação WUP (UN, 2018) aderisse ao conceito de “aglomeração urbana”. No entanto, por várias vezes, foram usados em seu lugar para levantar as estimativas populacionais que eram consistentes para uma cidade, os conceitos de “cidade propriamente dita” ou “área metropolitana”. A “cidade propriamente dita” descreve uma cidade de acordo com um limite administrativo; a “aglomeração urbana” considera a extensão da área urbana contígua, ou área construída, para delinear os limites da cidade. O terceiro conceito de cidade, a “área metropolitana”, define seus limites de acordo com o grau de interconectividade econômica e social das áreas próximas, identificadas por padrões de comércio ou de transporte interligados. (UN, 2018, p. 1).
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Este levantamento, ao contrário do WUP (UN, 2018), faz uso apenas da definição administrativa de urbano, o seja, a “cidade propriamente dita”. 190