Carazinho julho, agosto e setembro de 2020
FORÇA VIVA
EDIÇÃO Nº 38 | JULHO, AGOSTO E SETEMBRO DE 2020 Sindicato dos Comerciários de Carazinho e Região
Semestre começa com desemprego em alta
O
último semestre do ano, que tem início em primeiro de julho, começou com dados preocupantes em relação aos índices de desemprego no Brasil. Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas mostraram que os primeiros seis meses de 2020 fecharam com uma mínima histórica de pessoas trabalhando com população ocupada de 85,936 milhões de pessoas, levando-se em conta o trimestre de 2020 encerrado em maio. De acordo com os números isto significou
um desemprego de 12,9%. Em resumo estavam a procura de trabalho perto de 13 milhões de brasileiros, levando em conta o trimestre encerrado no mês de maio. Fator que projetava o começo do segundo semestre com número
maior de desempregados no Brasil. A pandemia do Coronavirus contribuiu diretamente para o aumento de desemprego no país. A redução doa jornada de trabalho em função da pandemia contribuiu para o trabalhador ver seu salário sendo achatado.
Conforme informações da Secretaria Especial de Previdência e Trabalho do Ministério da Economia, no mês de junho deste ano o Brasil perdeu 10,9 mil vagas de trabalho formal. Pelos números o mês de junho teve 906.444 demissões enquanto as admissões foram de 895.460 pessoas. A Região Sudeste do País foi a que apresentou o pior resultado da pesquisa, que fechou o mês de junho com menos 28.521 vagas de trabalho. As Regiões Sul, Centro-Oeste e Norte tiveram os resultados melhores, com saldos positivos na geração de empregos.
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Contrato de trabalho muda durante a pandemia Uma das mudanças que provocou alterações na vida dos trabalhadores foi a questãoque envolveu alterações no contrato de trabalho. A pandemia acabou provocandomudanças que provocaram redução na
jornada de trabalho bem como, suspensão decontratos. Houve ainda mudança na forma de pagamento dos salários dos trabalhadoresque passaram para o sistema que alterou o contrato de trabalho. O modelo se estende até o final do ano de 2020.
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Prova de Vida Em meia a pandemia, com alta escala de mortes provocadas pelo COVID 19, o Instituto Nacional de Seguridade Social, autorizou a realização da prova de vida por meio de procurador, no final do mês de julho. Aposentados e pensionistas puderam realizar o sua prova de vida com a modalidade de procurador a partir do dia 28 de julho por portaria publicada no Diário Oficial
da União. Pelo menos uma vez por ano os aposentados e pensionistas devem provar que estão vivos, para poderem continuar recebendo o auxílio previdenciário. Ao mesmo tempo o governo confirmava no final do mês de julho, que os aposentados que seguiam trabalhando teriam a regularização do Fundo de Garantia por Tempo de Serviços.
Vendas digitais crescem com pandemia PIS/Cofins Na segunda quinzena de julho o governo federal anunciava vontade de unificar o PISD e Cofins. O projeto anunciado seria a primeira fase da reforma tributária. O projeto foi entregue no Congresso Nacional, aos
presidentes do Senado Davi Alcolumbre e da Câmara dos Deputados Rodrigo Maia, pelo Ministro da Economia, Paulo Guedes. Com a unificação das duas contribuições o objetivo é criar a Contribuição sobre Bens e Serviços.
Federação dos Empregados no Comércio de Bens e de Serviços do Estado do Rio Grande do Sul
A pandemia provocada pelo COVID19, que no Brasil começou a provocar mortes nos primeiros meses do ano, serviu para aumentar o trabalho de vendas por meio online. Empresária dona de uma das maiores redes de lojas do País, Luiza Trajano, em entrevista ao Jornal do Comércio de Porto Alegre, afirmou no começo de julho
que as lojas físicas não irão acabar, mas é necessário saber que ninguém irá prosperar sem o sistema de vendas digital. Prestar serviços de casa acabou sendo um dos meios de vendas durante o período de restrições de abertura do comércio, principalmente, lojas de eletrodomésticos, eletrônicos, roupas e calçados.
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Famílias endividadas O mês de agosto começou com dados preocupantes em relação ao número de famílias endividadas no Rio Grande do Sul. As informações têm como base os dados levantados durante o mês de junho. O aumento do endividamento dos gaúchos, aqueles com contas atrasadas, foi próximo dos 28% no mês de junho, quando comparado com o mesmo período do ano passado. O aumento nos índices
de inadimplência representa uma redução nos limites de crédito do consumidor, que não conseguiu pagar suas contas. As famílias mais afetadas com endividamento foram aquelas com renda de até 10 salários mínimos. Os juros altos é um dos pontos citados no acumulo das dívidas com parcelas atrasadas. Uma das orientações é o consumidor buscar a renegociação dos seus débitos junto credores.
Milhões de brasileiros perdem sua renda O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística divulgou no final da primeira semana de agosto um levantamento relacionado aos brasileiros que perderam ocupação. No período de três meses, abril, maio e junho, 8,9 milhões de brasileiros perderam a sua ocupação no mercado de trabalho. Os mais atingidos foram àqueles trabalhadores sem qualificação profissional e os informais. Desde que a pesquisa
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começou a ser realizada em 2012 esse foi o maior número já registrado de pessoas sua ocupação laboral. De acordo com o IBGE o trabalhador é considerado desempregado, quando perde sua ocupação formal ou informal, e tenta voltar ao mercado de trabalho. A pandemia do COVID 19 está ente as causas principais para o aumento da estatística de quem perdeu sua ocupação de trabalho que gerava renda para o sustento da família.
FGTS emergêncial aos trabalhadores No final da primeira quinzena de agosto o governo federal anunciou que 60% dos trabalhadores se enquadravam no saque emergencial do Fundo de Garantia por Tempo de Serviços para trabalhadores em necessidade em função do Coronavírus. O saque emergencial autorizado, ainda no mês de junho, foi de até R$ 1.045,00, valor de um piso nacional mínimo.
O benefício do saque do FGTS antecipado beneficiou 59% dos trabalhadores. Do total dos aptos a sacar o valor 67% disseram que buscariam o recurso. Os pagamentos foram organizados para serem feitos até o mês de dezembro. O alto índice de trabalhadores em busca do saque mostrou a real necessidade das famílias por recursos que garantam a sobrevivência dos seus integrantes.
FGTS emergêncial aos trabalhadores O presidente da República Jair Bolsonaro confirmou no final de agosto que o programa de redução de jornada de trabalho seria estendido para 180 dias, em função da pandemia provocada pelo Coronavírus. O chefe do Executivo disse que sua medida tinha como objetivo garantir o emprego dos trabalhadores.
A redução da jornada de trabalho se deu em três escalas, 25%, 50% e 70%. Houve redução salarial na proporcionalidade da jornada de trabalho, mas tendo como base de cálculo o direito ao segurodesemprego. Para compensar valores o governo repassou o auxilio emergencial aos atingidos pela medida.
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Seguro-desemprego Durante o mês de agosto foram registrados 463 mil pedidos de segurodesemprego no Brasil. Em comparação com o mês de julho houve uma redução, pois no período foram totalizados 570 solicitações do auxílio que é destinado para trabalhadores que perdem seus empregos por demissões. Em porcentagens os números de agosto apresentaram uma queda de 18,2% em comparação
Pouco antes da metade do mês de setembro já estava sendo apresentado um Projeto de Emenda Constitucional que congelaria o salário mínimo em 2021, ou seja, em janeiro os trabalhadores que recebem o piso mínimo nacional teriam acrescido apenas a inflação dos 12 meses de 2020. Atualmente o salário mínimo é de R$ 1.045,00. Governo federal sugere que em 2021 o valor fique em R$ 1.067,00. A sugestão de congelamento do salário mínimo é duramente
Preços dos alimentos disparam
com julho. Os estados com maior solicitações de segurodesemprego foram São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro. Os setores que mais concentraram demissões estão em serviços, comércio, indústria, construção e agropecuária. Um dos requisitos para receber o seguro-desemprego é ter recebido salário em pelo menos 12 meses nos últimos 18 meses da primeira solicitação do auxílio.
Salário mínimo sem ganho real criticada pela oposição que defende aumento real no valor, ou seja, índice acima da inflação anual. Ainda na primeira semana de setembro o ministro da Economia, Paulo Guedes afirmava que projetar aumento do salário mínimo nacional poderia representar a ampliação dos índices de desemprego no Brasil. O Ministro adiantou que as projeções iniciais apontam para apenas repasse da inflação, o que elevaria o valor para R$ 1.067,00 em janeiro de 2021.
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segundo semestre do ano tem assustado os consumidores, principalmente, quando cruzam pelos caixas dos supermercados. Os preços dos produtos alimentícios dispararam. Quem cruza prateleiras dos mercados observa que semanalmente os preços mudam de valores, mas para cima. Carne, leite, frutas, arroz, ovos, azeite, manteiga e outras dezenas de produtos da cesta básica
estão com seus valores nas alturas, longe do poder de compra das famílias mais carentes. O governo federal chegou a questionar os supermercados, em função da escalada dos preços. Tudo indica que o ano de 2020 vai se encerrar com o preço da comida nas nuvens. O novo ano se aproxima com família calculando como sobreviver a mais um ano de crise. Um dos receios é de que tenhamos em 2021 uma segunda onda da pandemia.
Auxílio emergencial até dezembro Nos primeiros dias de setembro o governo federal confirmou que estenderia o auxílio emergencial até o mês de dezembro. As parcelas de R$ 600,00 foram reduzidas para o valor de R$300,00 mensais. O benefício foi considerado a medida mais cara do governo para amenizar o impacto econômico provocado pelo coronavirus,
que causou milhares de desempregos, atingindo também trabalhadores autônomos. Em setembro o auxílio emergencial já tinha uma demanda superior a R$ 254 bilhões. Centrais Sindicais reivindicaram ao governo federal a manutenção do auxílio em R$ 600,00 até o final do ano.