
3 minute read
Questões ambientais no centro das preocupações do Grupo Lusiaves
from LusiNews nº 61
As questões ambientais na Faruni sempre foram e continuam a ser uma preocupação permanente da administração da empresa e do conselho de administração do Grupo Lusiaves, que este ano pretende avançar com um investimento de seis milhões de euros só na vertente ambiental
Apesar do investimento previsto para este ano, ao longo dos anos a empresa sempre apostou em equipamentos para reduzir os impactos ambientais, que resultaram na atribuição do certificado ISO 14001:2015 e que demonstra o compromisso da Faruni com a proteção do meio ambiente. Esta norma tem como objetivo obrigar as empresas a um rigoroso controlo em todo o processo produtivo, de prevenção e minimização de possíveis impactos ambientais decorrentes da atividade. Aquele certificado define ainda um modelo de gestão ambiental generalizado a nível internacional e que serve de referência a um conjunto vasto de organizações, independentemente da dimensão e áreas de atividade.
Advertisement
Foi precisamente a pensar na vertente ambiental e na valorização de subprodutos, que há 22 anos nasceu a Faruni, com o intuito de colmatar uma lacuna existente no Grupo Lusiaves, que tinha que recorrer a serviços externos para encaminhar e tratar os subprodutos gerados nas unidades de abate do grupo. A unidade tem permitido diversificar as atividades e produtos produzidos pelo grupo, contribuindo, assim, para o aumento da cadeia de valor do Grupo Lusiaves e da sua sustentabilidade, um dos principais pilares em que a assenta toda a estratégia da administração presidida pelo comendador Avelino Gaspar.
Import Ncia Na Economia Nacional
A empresa tem uma grande importância na economia nacional, pois, segundo Ruben Claro da Fonseca, administrador da Faruni, a capacidade de transformação de subprodutos instalada no País "não era suficiente para dar resposta às necessidades futuras de crescimento do setor avícola e por consequência do tratamento dos subprodutos gerados por esta ativi- dade". "A Faruni veio permitir que o setor continuasse a crescer, a investir e a criar emprego", explica administrador, cujas perspetivas para este ano é que a empresa "continue a crescer em linha com o que tem acontecido nos últimos anos".
Por outro lado, o administrador afirma que a Faruni "tem um papel importante" na designada economia circular do Grupo Lusiaves, ao permitir a transformação e valorização de um recurso que gerava custos e não proveitos.
Fruto dos investimentos realizados ao longo dos anos e depois de em 2021 se autonomizar da empresa Campoaves, a Faruni surgiu, pela primeira vez, em 2022 no ranking das 250 maiores do distrito de Leiria referentes ao ano anterior, ocupando a 83ª posição com um volume de faturação de 22,9 milhões de euros.
Focada num mercado macro, a Faruni tem como principais clientes empresas de pet food, outras que se dedicam à aquacultura, fábricas de rações para animais e algumas tradings, em que cerca de 70 por cento da produção é destinada ao mercado externo e os restantes 30 por cento para o mercado interno.
Fundada em 2009, a Faruni, localizada no Parque Industrial da Figueira da
Foz, é uma unidade de transformação de subprodutos animais, que tem como missão transformar e valorizar subprodutos da produção agroalimentar para depois serem utilizados na produção de matérias-primas para rações animais, pet food e aquacultura.
A Faruni é uma das unidades industriais do Grupo Lusiaves essenciais para garantir a estratégia de economia circular. Com as melhores tecnologias disponíveis, a empresa contribui para a proteção ambiental ao transformar e valorizar subprodutos de origem animal, dando, desta forma, expressão à responsabilidade ecológica, um dos ADN do Grupo Lusiaves.
Com 55 colaboradores e cinco linhas de transformação, destinando à exportação cerca de 70 por cento da sua produção, a Faruni apresenta vantagens competitivas relativamente às empresas do mesmo setor a operar em Portugal, com um claro empenho em disponibilizar produtos de qualidade superior, a preços competitivos, sem perder de vista o objetivo da sustentabilidade e o cuidado com o meio ambiente.
Cerca de 600 toneladas de matéria-prima chegam diariamente à Faruni
Diariamente chegam à Faruni entre 550 e 600 toneladas de matéria-prima - vísceras, carcaças, sangue e penas provenientes dos centros de abate do Grupo Lusiaves -, para depois serem transformados e valorizados em farinhas daquelas três variedades.
Desde que entram no circuito da produção, aquelas matérias-primas recebem um tratamento térmico, é extraída a humidade e a gordura, em função das especificidades de cada uma das tipologias. Posteriormente, as matérias-primas são submetidas a um processo de trituração, moagem e crivagem para se conseguir obter as farinhas dentro das especificações estipuladas, que depois são colocadas em stock para venda em dois formatos: embalado em big bag ou a granel, em função do pedido e da exigência de cada cliente.
Todos os dias, a Faruni produz, em média, 150 toneladas de produtos, que são sempre expedidos em grandes quantidades para o cliente. No caso da farinha de carne, esta serve como ingrediente para a confeção de alimentação animal (pet food). As farinhas produzidas com penas e sangue são incorporadas, por exemplo, na aquacultura. "Trabalhamos com grandes empresas e os nossos clientes são os que estão ligados à área da pet food. Depois temos a valorização de outros produtos associados à parte da aquacultura", esclarece Pedro Ferreira.
Para otimizar o processo produtivo e ir cada vez mais ao encontro da necessidade dos clientes, a Faruni tem em curso um conjunto de projetos de melhoria, em que o maior desafio para o diretor industrial Pedro Ferreira "é conseguir articular e encontrar os momentos certos para efetuar todas as intervenções que pretendemos fazer, numa fábrica que trabalha 24 horas por dia".