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Faruni: um exemplo de diferenciação e valorização
from LusiNews nº 61
A Faruni, cuja atividade é a transformação de subprodutos de matérias-primas provenientes dos centros de abate do Grupo Lusiaves, para depois as farinhas serem incorporadas nas rações para animais pet food, aquacultura ou em fertilizantes. A articulação entre os diversos departamentos é a chave para o sucesso de uma empresa diferenciadora no mercado
As empresas são feitas de pessoas e é com elas que o tecido empresarial ganha dimensão e força nas suas várias vertentes. Mas para que o puzzle seja um verdadeiro elemento de referência empresarial, as peças (vulgo equipas dos diversos departamentos) têm de encaixar na perfeição como uma união umbilical.
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Na prática, as peças são conhecidas e cada uma tem o seu lugar de destaque no referido puzzle. Para que não ocorram enganos nas posições têm que estar articuladas com os seus pares, que no caso das empresas são as equipas dos diversos departamentos. Esta lógica pode ser aplicada em qualquer atividade de negócio, como é caso da Faruni, empresa do Grupo Lusiaves, cuja atividade é a transformação dos subprodutos provenientes dos centros de abate do grupo, para depois serem utilizadas na produção de rações para animais, entre eles pet food, aquacultura ou ainda em fertilizantes.
A formação e a formatação dos elementos que integram as diversas equipas dos departamentos de produção, qualidade, ambiente, segurança, manutenção e serviços administrativos da Faruni, num total de 55 pessoas, funcionam em plena articulação com um objetivo comum: fabricar um produto de qualidade e que vá ao encontro da necessidade do cliente, que é a essência da existência de qualquer empresa.
Equipas Articuladas Numa Empresa Diferenciadora No Mercado
Nenhum dos departamentos da Faruni é mais ou menos importante, mas a realidade é que todos gravitam em torno da produção, por ser um elemento agregador de todos os outros e aquele que tem mais visibilidade perante o cliente final.
Para Pedro Ferreira, diretor industrial da Faruni, a boa articulação entre os elementos das diversas equipas é "inevitável", numa empresa que trabalha ininterruptamente 24 horas por dia e "em que a comunicação e a informação entre os operadores dos diversos turnos tem de ser passada em quantidade e qualidade suficientes". Como o processo de produção é contínuo, cada turno, constituído por cinco operadores, dá continuidade ao trabalho do turno anterior. "Somos uma indústria e nas indústrias os problemas surgem e são uma realidade com que temos de lidar. Uma comunicação bem feita e atempada é crucial para que se possam resolver os problemas a tempo e horas, de forma a que tudo funcione em velocidade cruzeiro. A articulação entre os diversos turnos é uma necessidade e uma prática comum no dia-a-dia", afirma o diretor, realçando "que internamente existem mecanismos implementados para que a articulação funcione em pleno", além dos briefing diários e da documentação escrita existente, para que os operadores da produção possam reportar os problemas que surgem com a maior rapidez possível, para que as equipas de manutenção possam agir de imediato e evitar interrupções na produção.
Insistindo que todos os departamentos têm a sua importância internamente, Pedro Ferreira destaca a produção como "o pilar principal", sendo que o papel dos restantes departamentos "é orbitarem em torno da produção, para garantirem que esta funciona". "Não vejo que existam relações mais ou menos estreitas entre departamentos, porque cada um deles tem o seu impacto e a importância em todo o processo. Sem manutenção não haveria produção, sem qualidade, que faz toda a parte de controlo do processo e comunicação com os clientes não seria possível a produção ter os inputs nem conseguir ajustar o processo para garantirmos as especificações", sublinha Pedro Ferreira, considerando, no entanto, "que apesar das equipas estarem alinhadas existe sempre margem para progredir, porque temos de ambicionar mais do que o que temos".
Na boa ligação que existe entre os diversos departamentos, Pedro Ferreira entende que o do Ambiente "é igualmente crucial" devido à existência de equipamentos de relevo dos quais depende a produção, nomeadamente os de tratamento de gases, como forma de garantirem que os odores sejam reduzidos e tenham o menor impacto possível no meio ambiente e no dia-a-dia da população envolvente. O consumo e o tratamento da água é também uma preocupação permanente do Departamento do Ambiente, que sem ele o diretor diz não ter dúvidas "de que não seria possível a Faruni produzir o que produz".
Por outro lado, Pedro Ferreira também dá destaque à importância da logística em todo o processo, que conta com o apoio da Lusifrota, empresa do Grupo Lusiaves que garante a chegada das matérias-primas à Faruni. À área da logística, o diretor junta o departamento de vendas, que faz a articulação entre a produção e a expedição e quem sem ele a empresa não teria o feedback dos clientes. "Relações estreitas existem entre todos os departamentos. Não existem áreas privilegiadas, sendo que o coração é a produção e todos os outros [departamentos] gravitam à volta dela", acrescenta.
DEPARTAMENTO DE QUALIDADE E AMBIENTE SEMPRE DE 'MÃOS DADAS'
O Departamento da Qualidade e Segurança Alimentar coordenado por Rosana Cruz, com o apoio de Joana Almeida, responsável pelo controlo de qualidade em laboratório, tem uma interação diária com os restantes departamentos, num trabalho integrado e coordenado. É aquele departamento que faz a verificação do produto e que no caso de surgir alguma não conformidade detetada internamente, ou resultante de auditorias, inspeções periódicas realizadas por entidades oficiais ou de outras que chegam dos clientes, aquelas duas técnicas reportam-na aos responsáveis dos outros departamentos para que sejam implementadas ações de correção. Contudo, diariamente são realizados briefing para discussão e análise de assuntos pendentes, em que os mais críticos têm obrigatoriamente de ter uma resolução imediata.
É ao Departamento de Qualidade que cabe também a responsabilidade de fazer a monitorização da qualidade das amostras do produto produzido durante a noite em cada um dos turnos e que na manhã seguinte são novamente monitorizados e submetidos a um controlo analítico. "O que nos ocupa mais tempo é o controlo do que é produzido, porque temos de verificar se os pontos críticos estão a ser cumpridos. O nosso departamento [Qualidade e Segurança Alimentar] tem de garantir que os procedimentos estão a ser adoptados e cumpridos todos os requisitos dos clientes, assim como toda a legislação na área de transformação de subprodutos", afirma Rosana Cruz, em que uma das primeiras tarefas matinais é analisar a gordura produzida em 24 horas e que se encontra depositada nos cinco tanques, num procedimento obrigatório e necessário para garantir as caraterísticas do produto, designadamente a acidez.
Outras das tarefas do Departamento de Qualidade e Segurança Alimentar é analisar em laboratório as amostras do produto acabado através do sistema 'Near-Infrared Spectroscopy' (NIS), que é uma tecnologia de espectroscopia de Infravermelho próximo usada para a análise de várias matrizes, como por exemplo matérias-primas para alimentação animal (farinhas e gordura). Este sistema permite aferir se estão a ser cumpridas as especificações técnicas do produto e os requisitos exigidos pelos clientes.


Não menos importante que os outros departamentos, o do Ambiente e Segurança tem igualmente um papel fulcral no funcionamento interno da Faruni, para que os impactos no meio ambiente e junto das localidades circundantes sejam reduzidos.
O trabalho de monitorização diária de todas as questões ligadas ao ambiente e segurança é realizado por Diana Sousa, técnica de Ambiente e Segurança, cuja primeira tarefa pela manhã é percorrer as várias zonas da Faruni para aferir se todos os equipamentos estão a funcionar e reportar eventuais anomalias aos restantes departamentos, designadamente ao da manutenção, para as respetivas correções. "Tenho de garantir que estamos a trabalhar com todas as normas de segurança e que ninguém está em risco. A parte ambiental é muito importante em todo o contexto da empresa, por estar muito exposta ao exterior, devido ao funcionamento das várias chaminés, que libertam fumos", refere Diana Sousa, adiantando que todos os departamentos "estão interligados, mas a área ambiental precisa muito da parte da manutenção".
Ainda na vertente ambiental entronca também a necessidade da empresa cumprir toda a legislação e procedimentos afetos ao tratamento das águas resultantes da produção, através da Estação de Tratamento de Resíduos Industriais (ETARI), que diariamente recebe cerca de 300 metros cúbicos. Após um rigoroso tratamento interno naquele equipamento, a água é bombeada para o coletor municipal e posteriormente tratada na Estação de Tratamento de Águas Residuais (ETAR). Como entra muita quantidade de água no sistema produtivo, os equipamentos têm de estar a funcionar corretamente para que os parâmetros estejam em linha com os exigidos pela licença ambiental e se enquadrem nos valores exigidos por lei. "Como a fábrica trabalha 24 horas, o efluente vai chegando à ETARI em função das linhas do processo produtivo. A nossa preocupação é constante, não só no tratamento da água, como dos gases e dos odores", sustenta a técnica de Ambiente e Segurança.
Servi Os Administrativos Sempre Alinhados
Os serviços administrativos da Faruni, constituído por uma equipa de quatro pessoas, é outro dos departamentos da empresa alinhado com os restantes e que utiliza várias ferramentas e procedimentos internos para evitar e corrigir eventuais falhas.
Naquele departamento, os colaboradores fazem a receção da matéria e expedição do produto, sempre em estreita colaboração com os restantes departamentos, entre os quais o comercial, que faz a ligação direta com o cliente.
Diariamente, os serviços administrativos têm a responsabilidade de receber as encomendas dos clientes, o controlo da chegada do camião que vai carregar o produto, a verificação do documento que atesta que a viatura foi higienizada (um procedimento obrigatório). Estando tudo em conformidade, segue para a zona da expedição para carregamento, passando novamente pelo serviço administrativo para a verificação da pesagem antes do produto seguir para o cliente.
Para a execução de todo o trabalho, a Faruni conta com o precioso apoio da Lusifrota, empresa do Grupo Lusiaves, que diariamente afeta entre 14 e 15 camiões para garantir o transporte da matéria-prima e do produto final.
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