Revista Na Metrópole - 1ª edição

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Na Metrópole atribui o desenvolvimento da cidade à vinda da Faculdade de Direito, em 1821, que trouxe, finalmente, o cosmopolitismo para a região. Mesmo sob fortes críticas da Coroa Portuguesa, a Faculdade se instalou e permitiu a presença de muitos jovens, professores, estrangeiros e brasileiros cultos vindos de cidades mais desenvolvidas como Recife, Rio de Janeiro e Olinda, onde também foi fundada uma Faculdade de Direito. Esse foi o fator de ordem cultural que contribuiu para o crescimento da região. Assunção considera o dinheiro do café o segundo fator que impulsionou o desenvolvi-

descobrindo

mento da cidade. “Com o dinheiro do café, os fazendeiros enriquecidos fizeram uma pequena Paris dos trópicos e essa cidade se tornou importante”. O dinheiro dos cafeicultores gerou, na sequência, a industrialização nascida no bairro do Brás que, exceto o século XIX, foi a primeira grande experiência de industrialização. Vestígios da antiga São Paulo Mais de quatro séculos de história e a maior cidade da América Latina não se desfez completamente de suas raízes. São Paulo pode ser considerada uma cidade autofágica, ou seja, a cada 25 anos

ela se autoconsome para dar lugar a uma nova cidade. Contudo, ainda é possível ver o que foi preservado da parede de taipa do Colégio São Paulo, onde hoje é o Museu Anchieta. Do burgo estudantil (século XIX) há o Solar da Marquesa de Santos, que atualmente é aberto à visitação pública, e o Chalé nº1, a casa mais antiga da cidade. Outros vestígios estão na arquitetura com influências europeias. A região do Pátio do Colégio é a recriação de uma típica praça espanhola ou portuguesa; andando pela Rua Boa Vista, notam-se aspectos ingleses e próximo ao Largo de São Bento há traços franceses.

Um futuro promissor São Paulo cresceu e não pretende parar. Os problemas sociais e urbanos impedem uma qualidade de vida melhor, porém Moacir Assunção acredita que São Paulo tem potencial para ser fantástica. De acordo com o Sociólogo, a cidade teria que se dividir, ou seja, “deixaria de ser um lugar só de atração e teria várias cidades em volta onde as pessoas poderiam morar e trabalhar sem precisar se deslocar para o centro”. A Corte Portuguesa duvidou e até mesmo os padres jesuítas não imaginavam, na maior fé e esperança, que São Paulo pudesse ser o que é hoje. De uma vila

Parada 7 de setembro no Pátio do Colégio no início do século XX

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