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PEDRO LOBATO

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ARTIGO | PEDRO LOBATO

O bolso de cada um

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Desde que o mundo é mundo, a economia tem surpreendido as pessoas, para o bem ou para o mal. Numa frequência imprevisível e por períodos irregulares, prosperidade e crise, expansão e recessão se alternam ao sabor das oscilações da oferta e da procura de bens e serviços.

Para piorar, desde as últimas décadas do século XX o fenômeno da globalização ganhou velocidade nunca vista, graças aos avanços da informática e das telecomunicações. Ou seja, já vai longe o tempo das tragédias de efeito localizado. Para comprovar, está aí o conflito armado entre a Rússia e a Ucrânia. Embora iniciada há menos de dois meses, em território distante de nós, a guerra já desorganizou mercados por aqui e em boa parte do mundo. Grandes fornecedores de petróleo e gás, os países envolvidos no conflito são também exportadores de insumos indispensáveis à produção de fertilizantes agrícolas.

A redução da oferta de itens básicos das cadeias de suprimentos energéticos à indústria europeia afetou imediatamente os preços de centenas de produtos consumidos em todo o mundo. E a redução do potássio no mercado internacional de fertilizantes derrubou as previsões das safras brasileiras, com as quais alimentam-se 20% de toda a população mundial.

É grande o estrago, pois a economia mundial está sendo atingida em meio ao esforço de recuperação das perdas de produção provocadas pela pandemia da Covid-19. Essas perdas já tinham gerado uma onda de aumentos de preços, mas, por suas características, era considerada passageira. Esperava-se a normalização das cadeias de suprimento de peças e partes, de combustíveis e de outros insumos ainda neste trimestre. Não foi o que aconteceu, em grande parte por causa da Guerra da Ucrânia. Antes, as previsões para a inflação de 2022 em vários países não apontavam para índices elevados, nem para a necessidade de aumento das taxas de juros para conter preços. No Brasil, por exemplo, o teto da meta prevista (há dois anos) pelo Conselho Monetário Nacional é de 5%.

Hoje, tem-se como certo que esse teto não será cumprido. No mercado financeiro fala-se em pelo menos 6% até o fim do ano. Isso significa que o Banco Central deve manter por mais tempo a taxa básica de juros elevada (hoje está em 11,75% ao ano). É isso que explica a saída de principiantes da Bolsa de Valores (renda variável) rumo aos papeis públicos e privados de renda fixa.

Todo mundo sabe que juros altos não combinam com o mercado de ações. Mas muita gente se esquece de que a aplicação em renda variável é opção de médio e longo prazo, ou seja, é dinheiro do qual o investidor não vai precisar tão cedo. Então ele pode esperar e, enquanto isso, engorda sua carteira, comprando barato as ações dos apressados em vendê-las.

Para quem está chegando ao mercado financeiro após o aumento da Selic e teme o risco das ações, vale a pena examinar as taxas de juros “Esperava-se a normalização das cadeias de suprimento de peças e partes, de combustíveis e de outros insumos ainda neste trimestre. Não foi o que aconteceu, em grande parte por causa da Guerra da Ucrânia”

que estão sendo pagas pelos depósitos bancários a prazo, pelos papeis do Tesouro Nacional e pelos títulos de crédito ligados aos setores imobiliário e agropecuário. Tudo isso sem se esquecer de perguntar quais deles são isentos do Imposto de Renda. Do outro lado da mesa, ou seja, do lado de quem quer ampliar seu negócio e precisa de financiamento, ou de quem deseja apenas comprar algo para sua casa no crediário, é hora de perguntar quanto pagará de juros e avaliar se é mesmo hora de contrair essa dívida.

Enfim, a pressa nunca foi tão inimiga da perfeição como nestes tempos de juros altos. Seja como investidor, seja como tomador de crédito, cada um deve procurar o que melhor atende à parte mais sensível do corpo humano: o bolso, principalmente, o seu. z

Pedro Lobato é jornalista

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