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VEÍCULOS
De olho nos elétricos
O alto preço da gasolina complica e encarece o custo de vida do brasileiro, mas há quem não ache tão ruim assim. As marcas que têm em seu portfólio automóveis movidos à eletricidade já notam aumento na procura por carros desse segmento
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FÁBIO DOyLE
Os carros elétricos avançam no mercado brasileiro e tudo indica que esse é um caminho sem volta. O oferta de automóveis 100% elétricos no Brasil já chega a 31 de modelos de 11 marcas, como a Nissan, Fiat, Renault, JAC, Chevrolet, BMW, Volvo, Audi, Mercedes, Porsche e BYD. Isso sem contar as versões híbridas, que combinam motores a combustão com elétricos. O impacto da guerra da Ucrânia, que fez o preço do barril de petróleo chegar a 140 dólares e, como consequência, elevou o preço da gasolina e do diesel, faz com que o interesse pelo veículos eletrificados aumente.
O Nissan Leaf é mais vendido entre os automóveis elétricos no Brasil: 439 unidades comercializadas em 2021
Fotos: Divulgação

Testamos o hatch da Nissan em uma viagem para Ouro Preto: no trecho de quase 200 quilômetros de ida e volta não houve de recarga da bateria
O que ainda pesa muito em desfavor dos elétricos são os seus preços. O mais barato é o JAC EJSI, de 165 mil reais, mas em média custam em torno dos 300 mil reais (podendo chegar a 1,17 milhão – preço do Porsche Taycan Turbo S). Isso limita os interessados a consumidores de alto poder aquisitivo que estejam dispostos a desembolsar esses valores pelo fator novidade, para demonstrar solidariedade à questão ambiental, ou simplesmente por se enquadrar no perfil dos que gostam de sair na frente. Pesa também na decisão pela compra de um carro elétrico a questão da infraestrutura de abastecimento, leia-se eletro pontos para recarga da bateria. É um grande desafio tendo em vista as dimensões continentais do Brasil, mas o que não faltam são investimentos nessa área, com a participação intensa da iniciativa privada. Segundo Thiago Sugahara, vice-presidente da Associação Brasileira de Veículos Elétricos (ABVE), os pontos de recarga já instalados somam hoje 750, o que ainda é muito pouco, diante dos 150 mil pontos necessários para o Brasil, de acordo com estudo realizado pelo Boston Consulting Group (BCG) encomendado pela Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), representando investimento de 14 bilhões de reais.
O líder de vendas entre os automóveis elétricos no Brasil é o Nissan Leaf, um hatch de tamanho médio, produzido no Reino Unido, que tem preço sugerido de quase 300 mil reais. O volume de vendas do Leaf em 2021 foi de 439 unidades com mais 90 unidades emplacadas nos dois primeiros meses deste ano, segundo dados da Fenabrave, a associações de revendedores Para contrapor o susto diante de seu preço,

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a Nissan relata os aspectos positivos e de amortização do investimento. Para rodar 60 mil quilômetros com o Leaf a despesa em energia elétrica será de 6 mil reais (R$ 0,10 por km), ao passo que com o Versa 1.0 o valor a ser gasto com combustível é de 30 mil reais (R$ 0,50 por km) e com o Kicks 1.6 atinge 35 mil reais (R$ 0,58 por km). O custo de manutenção é também mais barato: 2.800, 2.901 e 3.200 reais, respectivamente. Por último, mas o mais importante, o Leaf não polui o meio ambiente, enquanto o nível de emissão, para cada 60 mil quilômetros rodados, é de 5,8 t de CO2 para o Versa 1.0 e de 6,5 t de CO2 para o Kicks. Os números são interessantes, mas frente à distância em relação ao valor do investimento inicial, é melhor, pelo menos por enquanto, não fazer cálculos sobre o retorno do investimento.
Para conhecer de perto e ao vivo o Leaf, nossa reportagem fez uma viagem de Belo Horizonte a Ouro Preto ao volante do automóvel. Saindo da concessionária Nissan Carbel Japão, percorremos o
O e-powertrain (conjunto motopropulsor elétrico) do Nissan Leaf utiliza baterias de íon-lítio de 40 kWh: conjunto entrega potência equivalente a 149 cavalos (110 kW) e torque de 32,6 kgfm
trecho de quase 200 quilômetros de ida e volta sem necessidade de recarga da bateria no trajeto. Pelas normas NBR a autonomia de rodagem do Leaf é de 272 quilômetros, o que mostra ser um carro elétrico adequado para o uso urbano e capaz de enfrentar “pequenas viagens a lazer” em trechos carentes de eletro postos, como é o caso no trecho percorrido. Uma das novidades do Leaf é o e-Pedal, que dá ao pedal da direita a dupla função de aceleração e frenagem. Ao pressionar o pedal o carro é acelerado e ao soltar é freado. É um sistema que parece estranho, mas trata-se de nova solução para carros elétricos que eleva a autonomia e aumenta a segurança. Esse sistema já é utilizado nos carros Tesla.
O e-powertrain (conjunto motopropulsor elétrico) do Nissan Leaf utiliza baterias de íon-lítio de 40 kWh. O conjunto entrega potência equivalente a 149 cavalos (110 kW) e torque de 32,6 kgfm. Para tentar resolver o gargalo de infraestrutura do país, que ainda é carente de pontos de recarga, o Nissan aposta num kit de carregamento e um cabo emergencial que pode ser ligado em qualquer tomada. Assim, a marca garante que o proprietário não corre o risco de ficar sem bateria. Para os que quiserem ter em casa um eletro posto mais rápido e eficiente, esse kit pode ser adquirido por preço adicional de aproximadamente 15 mil reais. z