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Ignácio Costa

REVISTA DO GRUPO FIAT DO BRASIL Número 123 - AGO/SET 2013

Alegria de viver A marca do Salão do Encontro

Case IH é a marca mais desejada do país • Prêmio New Holland de Fotojornalismo chega à nona edição com imagens de encantar • Iveco Hi-Way é lançado no mercado brasileiro com grandes inovações • Magneti Marelli investe no Centro Tecnológico da planta de Hortolândia • Fiat Finanças completa 20 anos de operação • 100 Nonni: Pietro Biagi, o italiano que ajudou a construir a região mais rica do Brasil


A inovação cria valor para as empresas e principalmente para o consumidor, surpreendido por novos conceitos e conteúdos tecnológicos inéditos agregados aos veículos

cledorvino belini*

O valor da inovação

O

tempo e o mundo não param. A economia, a cultura, a tecnologia e o pensamento se reciclam ininterruptamente. Tudo se transforma com velocidade, exigindo de nós percepção atenta e ação rápida. O mundo em constante movimento não permite que fiquemos parados. O novo é a matéria-prima essencial que precisamos saber utilizar. Fazer tudo da mesma forma pode ser cômodo, mas não garante o futuro. A palavra-chave é inovação. Esta é principal fonte de vantagem competitiva e de lucro para as empresas. Hoje, mais do que nunca, a inovação é decisiva no mundo empresarial. Há dois grupos de empresas: as que inovam e as que seguem inovações dos concorrentes. As que estão na liderança, que alcançam os melhores resultados e melhores índices de satisfação são exatamente as mais inovadoras. As empresas inovadoras navegam em mercados mais valorizados, longe da concorrência agitada, onde as condições de desempenho e rentabilidade não são as melhores. Por isso é fundamental rever processos e trabalhar pela descontinuidade, buscando revitalizar a estratégia, a estrutura, a técnica e o processo. A inovação cria valor para as empresas e principalmente para o consumidor, surpreendido por novos conceitos e conteúdos tecnológicos inéditos agregados aos veículos. Em 2013, o Grupo Fiat exercitou seu espírito inovador, ampliando e atualizando sua gama de produtos, criando novas soluções de mercado, de design e de engenharia, pesquisando novos materiais, buscando ideias novas. Cada produto ou detalhe foi concebido para atender a uma necessidade de seu usuário e também para encantá-lo. Avançamos para a inovação disruptiva, buscando novos modelos de negócio, compreendendo nossos novos desafios e desenhando novas estratégias. No momento em que nos preparamos para os desafios que teremos que enfrentar em 2014, estamos com as mãos no presente e olhos no futuro, conscientes de que a melhor maneira de antecipar o futuro é criá-lo. Este é o valor da inovação. (*) Presidente do Grupo Fiat Chrysler para a América Latina

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sumário

42 Mobilidade: há razões para

EXPEDIENTE

acreditar num final feliz

O filósofo Mario Sérgio Cortella mostra por que podemos ter um olhar otimista para o futuro da mobilidade, que não pressupõe a exclusão do carro, mas sim o ordenamento de uma convivência mais saudável para todos, com mais gentileza urbana e respeito entre as pessoas

48 Imagens que falam por mil palavras

Das quase três mil fotos inscritas no Prêmio New Holland de Fotojornalismo, cinco são premiadas e outras 31 imagens farão parte da exposição itinerante

54 Case IH: a marca mais desejada Empresa recebeu prêmio da Fenabrave, o mais importante do setor de distribuição de veículos, ao se destacar na categoria Tratores e Máquinas Agrícolas

64 Iveco lança Hi-Way

Veículo do segmento extrapesado premium chega ao mercado brasileiro com inovações tecnológicas, mais conforto, alto desempenho e consumo reduzido

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Mundo Fiat é uma publicação da Fiat do Brasil S/A, destinada aos stakeholders das empresas do grupo no Brasil.

FIAT DO BRASIL S/A Presidente: Cledorvino Belini Vice-presidente: Valentino Rizzioli FIAT CHRYSLER - AMÉRICA LATINA Presidente: Cledorvino Belini

6 Com amor e muito

empenho, Salão do Encontro transforma a vida das pessoas

Preste a completar 43 anos, o Salão do Encontro comemora as vitórias e o fato de já ter beneficiado milhares de crianças e famílias, proporcionando uma infância mais feliz e impulsionando os jovens a buscarem um futuro digno e de realizações

CNH INDUSTRIAL - AMÉRICA LATINA Presidente: Vilmar Fistarol MAGNETI MARELLI Presidente: Edison Lino Duarte TEKSID DO BRASIL CEO Nafta e Mercosul: Rogério Silva Jr. COMAU Superintendente: Gerardo Bovone FPT INDUSTRIAL Superintendente: José Luis Gonçalves FIAT FINANÇAS Superintendente: Gilson de Oliveira Carvalho BANCO FIDIS Superintendente: Gunnar Murillo BANCO CNH CAPITAL Superintendente: Brett Davis FIAT SERVICES Superintendente: Marcelo Adrian Postay FIDES CORRETAGENS DE SEGUROS Superintendente: Marcio Jannuzzi ISVOR Superintendente: Márcia Naves

E mais 20 Projeto 100 Nonni localiza familiares de Pietro Biagi, o primeiro imigrante italiano a se tornar usineiro em São Paulo 28 Em meio à diversidade linguística no Sul do Brasil é possível encontrar o Talian, símbolo da imigração italiana

72 FPT Industrial apresenta seu novo presidente para a América Latina 74 Fábrica da Fiat Powertrain, em Campo Largo (PR), chega a produção do motor número 500 mil 76 Magneti Marelli investe R$ 30 milhões no seu Centro Tecnológico, em Hortolândia (SP) 80 Fiat Finanças comemora 20 anos de operação 90 Casa Fiat de Cultura encerra Festival de Cultura e Arte Brasileira na Itália, com exposição de Massimo Listri

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com alegria

www.eticagrupofiat.com.br

36 Técnicos da Fiat e jornalistas se encontram no Technoday Eficiência Energética

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Fazendo a diferença

ASSISTÊNCIA SOCIAL FUNDAÇÃO FIAT Diretor-Presidente: Mario Borio CASA FIAT DE CULTURA Presidente: José Eduardo de Lima Pereira FUNDAÇÃO TORINO Presidente: Raffaele Peano Comitê de comunicação Alexandre Campolina Santos (Fiat Services), Ana Vilela (Casa Fiat de Cultura), Cristielle Pádua (Fundação Torino), Elena Moreira (Fundação Fiat), Eliana Giannoccaro (Magneti Marelli), Fernanda Palhares (Isvor), Jorge Görgen (CNH Industrial), Marco Antônio Lage (Fiat Automóveis), Milton Rego (CNH Industrial), Othon Maia (Fiat Automóveis), Pollyane Bastos (Teksid), Roberto Baraldi (Fiat do Brasil) e Tarcísia Ramalho (Comau). Jornalista Responsável: Marco Antônio Lage (Diretor de Comunicação e Sustentabilidade da Fiat Chrysler). MTb: 4.247/MG Gestão Editorial: Margem 3 Comunicação Estratégica. Editora-Executiva: Lilian Lobato. Colaboraram nesta edição: Angelina Fontes, Bernardino Furtado, Ellen Dias, Guilherme Arruda, Oliviero Pluviano, Ricardo Dilser, Roberto Baraldi, Rúbia Piancastelli, Sueli Osório. Projeto Gráfico e Diagramação: Sandra Fujii. Produção Gráfica: Ilma Costa. Impressão: EGL - Editores Gráficos Ltda. Tiragem: 19.500 exemplares. Redação: Rua Oriente, 445 – Serra – CEP 30220-270 – Belo Horizonte – MG – Tel.: (31) 3261-7517. Fale conosco: mundofiat@fiatbrasil.com.br Para anunciar: José Maria Neves (31) 3297-8194 – (31) 9993-0066 – mundofiat@uol.com.br

Por Marco Antônio Lage*

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azer a diferença na vida das pessoas. Esta é uma marca comum às empresas do grupo Fiat Chrysler, que se orgulha de estar profundamente presente na vida dos brasileiros por meio de seus produtos e iniciativas. A capa desta edição de Mundo Fiat é dedicada ao Salão do Encontro, ampla iniciativa de inclusão social sediada em Betim (MG), que conta com o apoio de empresas do grupo. Fundado e liderado por Dona Noemi Gontijo, o Salão é um exemplo de eficiência em inclusão social promovida com alegria e valorização da dignidade humana. Essa fórmula mágica transformou a vida de mais de 4 mil famílias já beneficiadas por seus múltiplos programas de geração de renda e de capacitação profissional, enquanto os cursos oferecidos foram decisivos para a formação de 10 mil crianças e adolescentes, com ênfase na população de baixa renda e em situação de vulnerabilidade social. São números que fazem muita diferença na vida das pessoas e da comunidade. Também é importante fazer a diferença no campo da tecnologia. Por isto, a Fiat criou o Technoday, programa que reúne jornalistas e o time técnico da empresa para analisar em profundidade as tecnologias aplicadas aos nossos veículos e para debater as tendências em soluções de engenharia. O objetivo é compartilhar conhecimento com os formadores de opinião e, assim, melhor atender às demandas dos consumidores. A última edição do evento foi dedicada à eficiência energética, um tema cada vez mais valorizado pela sociedade. Esta edição também destaca que a Case IH foi considerada a marca mais desejada na categoria tratores e máquinas agrícolas, enquanto a Iveco apresentou o Hi-Way, caminhão extrapesado que traz inovações tecnológicas, alto desempenho e consumo reduzido de combustível. Também procurando fazer a diferença, a Magneti Marelli investiu no Centro Tecnológico de sua unidade Powertrain, localizado na planta de Hortolândia (SP), qualificando ainda mais seus laboratórios de veículos e motores. O vigésimo aniversário de Fiat Finanças, que oferece serviços financeiros a todas as empresas do grupo, também é destaque nesta edição. A série 100 Nonni, que conta a saga da imigração italiana por meio do perfil de seus protagonistas, continua e enfoca nesta edição a vida e legado de Pietro Biagi, o imigrante que ajudou a construir a riqueza do interior de São Paulo. Boa leitura! *Diretor de Comunicação e Sustentabilidade da Fiat Chrysler MUNDOFIAT

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Salão do Encontro valoriza o potencial das pessoas Prestes a completar 43 anos, o Salão do Encontro beneficiou milhares de famílias com geração de trabalho e renda e deu formação educacional a mais de 10 mil crianças e adolescentes de Betim

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iariamente, a caminho da escola, o menino pobre do Bairro Santa Lúcia, pai pedreiro, mãe dona de casa, passava em frente a um lugar onde se dava comida, oportunidade de trabalhar e aprender um ofício. Fora da sala de aula, a vida era uma batalha. Pé no chão, calção rasgado, catava latinhas e vendia chup-chup para ajudar em casa. Um dia, o

garoto de 13 anos de idade se animou e foi pedir uma vaga na ‘Cantina’, como era mais conhecido, na época, o Salão do Encontro. Paulo Márcio Carneiro passou quatro anos lá. Entrou aprendiz de carpinteiro, depois foi ceramista e, por fim, auxiliar de veterinário no criatório de coelhos. Atualmente, não usa nenhuma dessas habilida-

Fotos Ignácio Costa

Por BERNARDINO FURTADO

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Divulgação

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Na cozinha, meninos e meninas, orientados pelas educadoras, preparam bolos e biscoitos para o lanche

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des para ganhar a vida. É técnico da Cemig. Em uma seleção pública, foi admitido na empresa de energia, em 1988, quando tinha 17 anos, como aprendiz de eletricista. Paralelamente, estudou Direito, obteve a carteira da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e advoga nas horas vagas. Mas o que, afinal, Paulo levou do Salão? A resposta está com Dona Noemi Gontijo, a fundadora e, ainda hoje, líder onipresente do Serviço Assistencial Salão do Encontro. Ela diz que é movida pela ideia de que os pobres, incluindo as pessoas com deficiência, podem tanto quanto os outros. Basta uma oportunidade de formação e um lugar

no mundo para demonstrarem sua capacidade. “O Salão me deu o senso de organização, desenvolveu minha criatividade e despertou em mim a vontade de crescer no trabalho. Na época, o sonho de todos os meninos era ser o chefe do setor em que a gente trabalhava. É claro que, antes de mais nada, o Salão me tirou da rua. Para um adolescente pobre, ficar por aí sem ter o que fazer é um caminho para a perdição”, ressalta Paulo. Por isso, ele diz ter ficado orgulhoso pelo convite de Dona Noemi para voltar ao Salão, agora como integrante do Conselho Fiscal da instituição.

No intervalo aproximado de duas gerações, prestes a completar 43 anos, o Salão do Encontro beneficiou 3.850 famílias com geração de empregos e cursos, principalmente, e deu formação educacional (creche, pré-escola e escola complementar) a 10.300 crianças e adolescentes do município de Betim (MG), com prioridade para os de baixa renda e deficientes físicos. Esse processo formou a maior parte dos atuais 238 funcionários do Salão, inclusive coordenadores de oficinas de arte popular, professores e administradores. Ao longo deste ano, o programa educacional do Salão atende 990 crianças e adolescentes, sendo 420 na

Resultados concretos “A Fiat apoia continuamente o Salão há alguns anos. Isso por que, mesmo depois de criar o Árvore da Vida, um amplo programa de responsabilidade social de longo prazo, julgou importante manter parcerias com instituições sociais importantes para a comunidade de Betim. Entre as várias instituições do município apoiadas pela Fiat, o Salão do Encontro é a principal, por ser uma experiência com resultados concretos em décadas de atividade. Essa parceria se explica também pelo foco no desenvolvimento humano adotado pelo Salão, o que guarda sinergia com os propósitos da empresa, ou seja, de promover o desenvolvimento social nas comunidades do entorno da fábrica. Em um grau ainda maior de identidade está a dimensão educacional do Salão. Embora pratique também benemerência, geração de emprego e renda, a Fiat considera a proposta educacional a mais importante vertente do Salão, especialmente pelo conceito e metodologia inovadores, baseados no desenvolvimento da imaginação das crianças, em contraponto com o modelo extremante defasado da educação brasileira convencional. Apoiar instituições sérias, comprometidas e com projetos duradouros como o Salão não é filantropia, caridade. Tem um sentido estratégico para a Fiat. O conceito é: as empresas hoje, mais do que contribuir com impostos e geração de empregos, têm uma responsabilidade além de suas fronteiras, seus muros, de ajudar a construir um ambiente mais favorável para o desenvolvimento social, porque isso também é vital para o futuro das próprias empresas.

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O aprendizado lúdico também tem espaço no Salão do Encontro e as crianças desenvolvem a criatividade

João Paulo da Mota de Souza, professo de arte e também criador da peça, e seus alunos

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pré-escola, 340 na escola complementar, sendo 120 no Salão do Encontro Filhote, uma espécie de filial patrocinada pela Teksid e pela Fiat Automóveis, e 120 no projeto de aprendizes para encaminhamento ao mercado de trabalho. A creche acolhe, atualmente, 63 crianças, entre filhos de funcionários do Salão e de famílias carentes de bairros próximos. Até o final de 2013, vão passar pelo programa de formação profissional nas oficinas artesanais da instituição 223 jovens e adultos, de 16 a 59 anos de idade, 17 idosos e 48 pessoas com deficiência de 16 a 60 anos de idade. Além de dar emprego com carteira assinada a pessoas da comunidade, muitas delas deficientes físicos, o Salão construiu um condomínio com 44 unidades residenciais que são ocupadas gratuitamente por funcionários do Salão pelo período de tempo necessário para adquirir ou reformar a casa própria. No trabalho, a alimentação também é gratuita. As refeições são

fornecidas também para os alunos. E, em uma ponte com as origens, quando o Salão ainda era chamado de Cantina, os andarilhos e moradores de rua que batem à porta são recebidos à mesa. Qualidade das ações As cifras e o leque de atividades são bastante expressivos, mas ainda assim dizem pouco. O que mais impressiona é a qualidade do serviço prestado à comunidade de Betim. Um bom ponto de partida para entender isso é um olhar atento para o tipo de educação que se pratica no Salão desde a creche, para crianças de até três anos, seguida pela pré-escola, até os seis anos, e a educação complementar, que se encerra quando o aluno faz 15 anos. Na pré-escola e na educação complementar, os alunos passam apenas uma hora por dia na sala de aula propriamente dita, com lousa, mesas e cadeiras. O restante do tempo é dividido em 13 ambientes pedagógicos, que articulam os conteúdos em

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Odair Ferreira Oliveira, o Té, é exemplo de como a instituição se tornou formadora de cidadãos plenos

O projeto também apoia o desenvolvimento das pessoas e comercializa o que é produzido por elas

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diferentes expressões, linguagens, dimensões e modos de fazer. Uma estação exemplar dessa espécie de circuito do conhecimento é a chamada fazendinha. Em um primeiro cenário – com a casa mobiliada com miniaturas, quartos, sala, banheiro – o aluno é convidado a reproduzir, com a ajuda dos colegas, a sua realidade em família. Assim, ele representará o próprio papel, enquanto, de acordo com a estrutura da sua família, os colegas farão o pai, a mãe, irmãos e, se for o caso, outros parentes e agregados que morem debaixo do mesmo teto. Essa espécie de teatro da verdade revela frequentemente situações que tendem a interferir negativamente na formação da criança, dando a oportunidade de intervenção da equipe do Salão junto ao aluno e à família. Certa vez, um dos ‘atores’, escolhido para representar o pai, começou a bater na coleguinha, que fazia o papel de mãe. Contido e questionado pela educadora, ele explicou que, na sua família, o pai costumava bater na mãe. Já no segundo cenário da fazendinha, uma área coberta nos fundos da casa, com cozinha e lavanderia, o foco é educar para uma vida saudável em família, rompendo com preconceitos, como o machismo, e com atitu-

des egoístas. Meninos e meninas, orientados pelas educadoras, lavam pequenas quantidades de roupa no tanque coletivo, ajudam a manter o local limpo e organizado e preparam bolos e biscoitos para o lanche. As quantidades, proporções e os tempos das receitas são matéria-prima de divertidas aulas de matemática. Da fazendinha, os alunos seguem para a leitura sob mangueiras – árvores de verdade, ao ar livre – para a sala de jogos pedagógicos, a biblioteca, a sala de montagem com blocos de madeira em formas geométricas, o circo, a quadra de esportes e para o aprendizado lúdico da arte popular em salas que replicam de forma adaptada para crianças as oficinas de produção de adultos do Salão do Encontro: tecelagem, cerâmica, pintura, marcenaria, cestaria. Formando cidadãos A trajetória de Odair Ferreira Oliveira, o Té, hoje com 46 anos, mostra como o Salão evoluiu de uma proposta de inclusão pelo trabalho e de pronto-socorro material para se tornar uma instituição formadora de cidadãos plenos. Atualmente, coordenador da oficina de marcenaria, uma das mais antigas do Salão, Odair

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também é um exemplo de como essa transição só foi possível, porque os primeiros beneficiários se tornaram portadores apaixonados dos sonhos de Dona Noemi. Com o pai inválido, por causa de um acidente de trabalho, e a mãe tendo que sustentar a casa como lavadeira, Odair, o mais velho dos sete filhos, foi acolhido como aprendiz de marceneiro, aos 11 anos. Primeiramente, aprendeu a dar acabamento nos móveis de eucalipto cultivado, depois a cortar a madeira e montar até virar um marceneiro completo. Estava na hora de transmitir o que aprendeu. Começou com as crianças, na escola complementar. Acabou voltando à marcenaria para ensinar o ofício aos adultos. “Estou aqui há 36 anos por que gostei da profissão de marceneiro. No entanto, às vezes penso que tenho mais prazer ainda ensinando. Acho também que fiquei, por que tenho muito amor pelo Salão”, explica.

Se Odair chegou como aprendiz para depois ser professor, nos primeiros anos, o Salão acolheu mestres de modos de fazer arte popular que estavam em vias de extinção. É o caso de Manuel Miguel, já falecido, o último ceramista que, à época, mantinha viva a arte de modelar o barro em Betim. O fazer com as mãos, usando predominantemente recursos disponíveis na natureza não só conferem um valor especial às peças vendidas pelo Salão, como fornecem as bases para a pedagogia ecológica da instituição. Por isso, não surpreende que crianças aprendam a colher terra, flores, folhas e sementes para produzir artesanalmente pigmentos e adornos. Como também aprendam a descaroçar o algodão e transformá-lo em fio, meada e novelo para depois tecê-lo no tear de pedais, numa réplica da oficina de adultos, de onde saem as famosas peças de tear mineiro do Salão do Encontro.

O momento da leitura é fundamental para as crianças e acontece tanta na biblioteca como ao ar livre

Pelo bem-estar social

Jussara dos Santos Andrade, gerente administrativofinanceira do Salão do Encontro Filhote (à esquerda), Massimo Boerio e Pollyane Almeida Bastos, coordenadora de Comunicação da Teksid

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“A Teksid acredita que é preciso estar presente na comunidade de forma proativa, entendendo suas demandas e contribuindo para que novas soluções surjam em prol do bem-estar social. Por isso, a empresa se orgulha por fazer parte da história do Filhote do Salão do Encontro desde o início, em 2006, quando o projeto foi criado. Por meio do Filhote, em que centenas de famílias já foram beneficiadas, a Teksid espera contribuir para a melhoria da qualidade de vida da comunidade. Com foco na educação, que para nós, é o único caminho para uma vida mais justa e digna, as oficinas oferecidas no projeto buscam dar aos jovens beneficiados novas oportunidades”, ressalta, Massimo Boerio é Diretor de Recursos Humanos da Teksid.

O programa educacional do Salão atende 990 crianças e adolescentes, sendo 420 na pré-escola

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Noemi Gontijo: sorriso que impressiona pela firmeza Aos 89 anos, o caminhar carece de bengala e de um braço alheio. Mas o olhar, o sorriso e a fala impressionam pela firmeza. Dona Noemi mira o interlocutor e diz, sem rodeios: “Vêm muitos jornalistas para contar o que é o Salão. Não gosto do que escrevem. Eles não mostram o amor que existe aqui. E isso é tudo!” Feita a advertência, ela escolhe uma cena da infância na fazenda de Luz, onde morou com os pais e os 11 irmãos, para apontar a origem desse amor. “Meu pai (Francisco de Paula Gontijo) e minha mãe (Josefina Macedo Gontijo) eram um casal lindo. De manhã, meu pai tinha um jeito especial de pedir para que se preparasse o café. Dizia: Maria, os pássaros pretos já estão cantando.” É também nessa família abastada que Dona Noemi reconhece, na figura da avó, Dona Saninha, a inspiração para a assistência aos pobres que marcou para sempre a vida da moça, logo que saiu do colégio interno em Belo Horizonte. Havia em Luz uma louca, de nome Eufrásia. Todos da cidade evitavam essa mulher inconveniente e paupérrima. Menos Dona Saninha, que acolhia a rejeitada, com toda a cerimônia, na sala principal da casa, a mesma usada nas visitas regulares do bispo local. “Um dia, eu disse para minha avó: não sei como você suporta essa Eufrásia. Ela fala sem parar. Aí, minha vó me pegou pela mão e falou, para eu nunca esquecer: goste sempre dos pobres, porque ninguém gosta deles.” A oportunidade de colocar em prática o ensinamento de Dona Saninha veio da insistência do Padre Lage, que levou a professora recém-formada à Vila dos Marmiteiros. Era uma comu-

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nidade miserável e extremamente violenta na periferia de Belo Horizonte. Na primeira visita, tinha um velório. Uma menina que havia se afogado no Rio Arrudas, com as roupas impregnadas da sujeira das águas, estava estirada em uma mesa nua. Por castiçais, garrafas de cachaça sustentavam as velas acesas. “Fiquei olhando, até que uma criança me pegou pela mão e pediu: “fica com nós”. Entendi que eles precisavam de mim”. Aquela súplica infantil deu início a décadas de dedicação aos pobres da Vila dos Marmiteiros. Uma militância que Dona Noemi dividiu, por um bom tempo, com as demandas dos primeiros anos do Salão do Encontro. O nome da grande obra social e educacional de Betim veio da fazenda que Francisco Gontijo comprou no município, uma bela propriedade em que se juntavam dois rios. Daí, o encontro. Mas os primórdios do Salão foram modestos. Algumas pedras para sustentar uma panela grande, na qual se preparava sopa para os pobres. Depois da refeição, o parceiro na fundação do Salão, Frei Stanislau Bartold, celebrava uma missa. E Dona Noemi percorria o comércio em busca de mais doações de ingredientes para a comida. Depois de anos de magistério em um colégio público tradicional na Zona Sul de Belo Horizonte, ela pediu transferência para uma escola de bairro pobre de Betim. Ao volante de um fusquinha nas idas e vindas às duas cidades, ainda arrumava tempo para colaborar no instituto criado em Betim pela amiga Esther Assunção para deficientes físicos e mentais. Passados mais de 40 anos, o Salão

do Encontro tornou-se grande e complexo. Isso, porque Dona Noemi quis – e conseguiu – juntar assistência social e educação com outra herança de família: a arte. “Fazíamos concursos de quadros em casa. Os pigmentos, a gente buscava na natureza: folhas, flores, sementes. Buscávamos o barro em um poço da fazenda. Quando eu precisava de azul, minha mãe me dava restos de anil que usava para lavar roupas. Meu pai depois examina-

va os quadros e dava notas. Uma vez, ele olhou para o meu quadro e disse: essa é a minha filha mais romântica.” Dona Noemi brinca com a análise do pai. Diz que ele errou feio, porque, entre as irmãs, foi a única que não se casou. O romantismo, ou o amor, foi doado à família que criou no Salão do Encontro. “Os meus pilares são as pessoas que vieram para cá ainda crianças e agora estão à frente do Salão. Elas têm o sentimento do que se faz aqui.”

Aos 89 anos, Dona Noemi é o retrato do amor que existe no Salão do Encontro

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A educação pode mudar a realidade

A missão de Danielle Cristine da Silva, graduada em Letras, é desenvolver nos alunos o prazer da leitura

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Quando lhe perguntam o que ensina para as crianças, Danielle Cristine da Silva abre um largo sorriso, como se reagisse à menção de uma história feliz. Em seguida, explica que sua missão é desenvolver nos alunos o prazer da leitura. Não basta que leiam e entendam o que está escrito. Eles são convidados a imaginar, viajar na narrativa. Um dos caminhos para isso é representar personagens e situações em pequenas peças teatrais. Graduada em Letras, Danielle foi formada para isso desde cedo. Depois de mais um sorriso, ela conta que é uma ‘cria’ do Salão do Encontro. Lá fez a pré-escola. Voltou aos 18 anos para ser educadora. Ficou por sete anos, saiu para dar aulas em uma escola convencional, mas não suportou a saudade. Aceitou com entusiasmo o convite para ajudar na formação de uma nova ‘cria’, o Salão do Encontro Filhote.

O projeto, inaugurado em 2006, marcou o início do apoio de empresas do grupo Fiat ao Salão do Encontro. A Teksid, em parceria com a Prefeitura de Betim, lançou-se à tarefa de replicar na vizinhança da fábrica a experiência educacional do Salão. Para assegurar o sucesso da empreitada, com capacidade de atender 200 meninos e meninas de 9 a 14 anos de idade, os 18 funcionários da unidade, assim como Danielle, são formados no Salão do Encontro mãe. Divididos em dois turnos, os alunos da escola complementar da unidade Filhote frequentam nove oficinas que mesclam educação e artesanato: marcenaria, tapeçaria de sisal, arranjos de flores, tear chileno, cestaria, informática, literatura, jogos pedagógicos e circo. Em um ambiente amplo, ajardinado e com muitas árvores, as oficinas funcionam em construções de

pavimento único, arejadas, com telhado e varandas, que lembram antigas casas de cidades do interior. Assim como no Salão do Encontro, os alunos almoçam e lancham no local. No ano seguinte à inauguração da unidade Filhote, foi a vez da Fiat Automóveis iniciar uma ampla parceria com o Salão do Encontro. O primeiro fruto desse apoio foi um conjunto de cinco projetos, que vêm se sucedendo ano a ano, de multiplicação do conhecimento na produção de arte popular para moradores da região de Betim, vinculados a associações. Desde 2007, 1.051 pessoas foram treinadas em 12 modalidades de artesanato. Entre os objetivos dessa iniciativa estão o desenvolvimento do artesanato regional, gerando oportunidades de trabalho e renda e a formação de uma mentalidade empreendedora, por meio da preparação das associações de artesãos para o mercado competitivo. A oferta dos cursos revelou um grande potencial de recuperação e aperfeiçoamento de vocações para o artesanato que tinham perdido a força na região de Betim. Foi o caso de Bernadete Alves de Abreu, moradora da vizinha São Joaquim de Bicas. Ela quase tinha se esquecido dos rudimentos de tecelagem e bordado que havia aprendido quando jovem. Sem estímulo e meios para se dedicar à arte popular, trabalhou muitos anos como balconista de loja e depois passou a sustentar os dois filhos com bicos de faxineira. Ligada ao Centro João Amazonas de Referência Ambiental e Cultural, uma associação de moradores do município de São Joaquim de Bicas, Bernadete, de 51 anos de idade, encontrou uma nova perspectiva de vida nos treinamentos do Salão do Encontro. Passou pelas oficinas de tear mineiro, tear chileno, tear Kilim, tapeçaria em sisal e de brinquedos pedagógicos, juntou dinheiro das faxinas

e comprou um tear usado. “Hoje vivo do artesanato. Já estou ensinando uma mulher. Acho que a gente tem de passar para frente o que aprendeu, não é? Quem sabe, um dia, a gente não monta uma cooperativa?” A partir de 2009, a parceria entre a Fiat e o Salão do Encontro ganhou outra dimensão, atingindo o eixo prioritário da política de responsabilidade social da empresa: a educação. São sete projetos, que já contemplaram 3.296 crianças e adolescentes na creche, pré-escola e na escola complementar. Além de assegurar a continuidade do projeto educacional do Salão do Encontro, o apoio da Fiat propiciou a ampliação das ações socioculturais da instituição, melhor qualificação dos profissionais envolvidos, novas oficinas voltadas para o resgate e a preservação de tradições culturais e o reforço das práticas esportivas para as crianças e adolescentes atendidos.

Na primeira imagem, alunos do Filhote mostram o que aprenderam na oficina de artesanato. Acima, Bernadete Alves de Abreu apresenta seu trabalho após passar por diversas oficinas de tear e tapeçaria

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Fotos Oliviero Pluviano

Projeto 100 Nonni

Pietro Biagi, o italiano que ajudou a construir a região mais rica do Brasil Pietro Biagi, o primeiro imigrante italiano a tornar-se usineiro no estado de São Paulo

Por Oliviero Pluviano

“M

eu avô, Pietro Biagi, era um verdadeiro filósofo. Gostava muito de conversar e sua característica principal era nunca reclamar de nada. Dizem que os velhos costumam reclamar sempre, principalmente das coisas que poderiam ter feito, mas que a vida não lhes permitiu realizar. Meu avô, não. De tarde, ele costumava sentar-se aqui, nesta cadeira, em sua casa de Ribeirão Preto, ao lado da catedral, e olhava as pessoas que passavam. Era profundamente italiano e uma pessoa muito positiva que sempre transmitiu uma ideia boa da vida. Meu pai e eu aprendemos muito com ele. A história dele é realmente riquíssima e oferece um exemplo maravilhoso para todos nós”. Quem fala com tanta emoção e admiração é Maurílio Biagi Filho, 71 anos, também chamado carinhosamente pelos amigos de Maurilinho, um dos maiores usineiros de cana de

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A Usina Santa Elisa continua a ser o centro dos negócios da família Biagi em Sertãozinho e Ribeirão Preto

A indústria da cana-de-açúcar é a base dos negócios dos Biagi e de parte importante da riqueza do estado de SP

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Projeto 100 Nonni A sede da bela fazenda onde mora Dona Edilah Biagi, mãe de Maurilinho

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açúcar do Brasil, entrevistado em sua casa de dois andares da rua Tibiriçá 776, um magnífico sobrado construído em 1922 com materiais importados da Europa, comprado em 1941 por 350 contos de reis pelo “nonno” Pietro. Agora, essa casa, pela vontade de Maurílio, vai se transformar em um centro da memória italiana desta região tão próspera do estado de São Paulo, onde, em um determinado momento da história, havia mais italianos que brasileiros. Cerca de 75% da economia de Ribeirão Preto e arredores ainda é comandada pelos descendentes da emigração proveniente da Itália, iniciada depois do ano 1870, que aqui “fizeram a América” como em nenhum outro lugar do Brasil.

Pietro Biagi chegou ao porto de Santos com o navio “Adria” em 1888, ano da “Lei Áurea” – que decretou o fim da escravidão. Tinha sete anos. Nasceu em 31 de maio de 1881 em Campagnola, um vilarejo perto de Pádua, no Vêneto. Era o mais inteligente dos filhos de Natale Biagi e de Elisabetta Ferrini: aprendeu a ler e escrever sozinho. A família passou pela famosa Casa do Imigrante de São Paulo e foi encaminhada a Itatiba, no entorno de Campinas, para substituir os escravos negros nas plantações de café, como todos os emigrantes italianos daquela época. Mas ficaram poucos anos e depois se transferiram para a região de Sertãozinho, nos campos de Ribeirão Preto, em uma fazenda cha-

mada “Conceição”, ao lado da Lagoa do Cavalo. Essa fazenda existe ainda, embora não se saiba ao certo se o edifício principal seja o mesmo daquele tempo. Maurílio faz o seu helicóptero girar muitas vezes em torno daquela pequena casa, rodeada por campos lavrados, e lembra, comovido, que tudo teve origem ali. O bisavô Natale montou, pouco tempo depois da chegada, uma olaria no sítio da Lagoa Itararé, junto com um pequeno alambique de cachaça. Era o começo de 1899 e Pietro trabalhou entregando os tijolos e as telhas com uma carroça e vendendo a cachaça artesanal, o melado e a rapadura, primeiro empreendimento dos Biagi no ramo da cana. No ano

anterior tinha sido construído o primeiro engenho de açúcar da região por obra dos ingleses da fazenda Dumont, cujo descendente Alberto Santos Dumont faria falar de si no mundo todo por ser pioneiro da aviação. Pietro era muito esperto e estava sempre atento. Tendo sabido antes dos outros que uma forte chuva de granizo havia provocado danos em Ribeirão Preto, ele comprou todas as telhas das olarias de Sertãozinho e as revendeu com lucro aos clientes desesperados para consertar os telhados quebrados. Casou-se em 10 de setembro de 1904 com Eugenia Viel, uma moça que também tinha nascido na Itália. O novo casal, conforme os costumes italianos, continuou morando na fazenda paterna de Itararé. Em menos de 18 anos, sua prolífica esposa dava à luz 12 filhos. Todos eles receberam nomes misturados entre os estranhos apelativos vênetos e aqueles tipicamente brasileiros: pela ordem Amélia, Elisa, Gaudenzio, Olga, Osonia, Baudilio, Maurílio, Ângela, Isaura, Ida, Iris e Osvaldo. Mas em 1906, a mãe de Pietro morreu e o velho Natale, sem a companheira, perdeu o ânimo: não trabalhava mais e Pietro, como primogênito, teve de assumir a liderança do clã familiar.

Pietro Biagi com a esposa Eugenia Viel

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Projeto 100 Nonni

tem ao lado uma antiga estação ferroviária, onde agora vive feliz, aos 92 anos de idade, sua mãe, Dona Edilah. Ao lado da fazenda Vargem Rica, Pietro construiu uma cancha de bocha, jogo que era sua paixão desde sempre. Comprou também uma motocicleta para tornar seus negócios mais velozes. A vida da família melhorou tanto que em 1913 os Biagi admitiram uma empregada doméstica para ajudar Eugenia. Em 1915, alugou a Fazenda Barbacena, nas proximidades, porque havia nela muitas árvores a serem cortadas para fornecer madeira e dormentes às duas companhias ferroviárias que atuavam na zona, a Paulista e a Mogiana. Com o dinheiro obtido no negócio foi possível comprar a fazenda e plantar muita cana, tanto que chegou a pensar que poderia produzir açúcar ele mesmo. O sonho foi realizado em 1922 com a primeira safra saída da nova usina dos Biagi: 6,4 mil sacas de açúcar de 50 quilos cada.

Maurílio Biagi Filho na cadeira em que o avô Pietro Biagi costumava sentar em sua casa de Ribeirão Preto

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Entretanto, estar empenhado em duas frentes, a velha e a nova família, não o derrubou, até fez com que multiplicasse os esforços para concretizar novos negócios. Começou a pagar as prestações do arrendamento de uma olaria em Pontal, comprou os 29 hectares do Sítio Vargem Rica, no centro das férteis “terras roxas” da Alta Mogiana, e tornou-se fornecedor de cana de açúcar para o Engenho Central de Francisco Schmidt, a grande usina que mudou radicalmente os rumos da economia de Sertãozinho. Ao sobrevoar com o helicóptero toda esta zona, Maurílio nos mostrou a alta chaminé do Engenho Central, que desde poucas semanas abriga um novo museu da cana, e a esplêndida fazenda Schmidt, que

primeiro imigrante O italiano a se tornar usineiro Pedro, como era chamado pelos brasileiros, foi assim o primeiro imigrante italiano a se tornar usineiro no estado de São Paulo. Naqueles anos comprou o primeiro automóvel e a maneira com que se apresentou com o novo bólido à família faz parte do eterno folclore dos Biagi. Chegando à fazenda, tocando a buzina em plena alegria, percebeu que não conseguia parar o carro. O vendedor não tinha tido o tempo de ensiná-lo a brecar o veículo, tamanha era a pressa de Pietro para mostrar a novidade aos seus numerosos filhos. E assim começou a dar infinitas voltas em torno da casa de campo até esgotar o combustível. A história transformou-se em piada com a irônica lenda que Pietro nunca usava os freios em sua intrépida corrida para vencer na vida. Mas neste momento, os imprevistos azares da existência poderiam ter

arruinado tudo aquilo que Pietro Biagi tinha criado em 40 anos de duro trabalho. Porém, o acaso e a intuição premiaram o avô de Maurílio, que soube sair com habilidade das duas grandes adversidades que o atingiram, como atingiram também a todos naquela época: a crise americana de 1929 e, posteriormente, o decreto de 11 de março de 1942, com o qual Getúlio Vargas ordenava o confisco dos bens dos alemães e dos italianos, em meio à Segunda Guerra Mundial. Em abril de 1929, Pietro vendeu a Usina Barbacena à vista e em dinheiro, por 1.800 contos de reis, quando, pela lentidão das comunicações, ainda não se tinha notícia do crack da bolsa estadunidense. Depois de alguns meses, acabou sendo o homem com a maior liquidez de Ribeirão Preto, enquanto os “barões do café” decretavam falência um depois do outro e os negócios das usinas de açúcar estavam reduzidos à zero. Ele teve então a possibilidade de comprar usinas e fazendas por pouco dinheiro dos proprietários arruinados. Foi o caso da Usina da Pedra e dos 700 alqueires da Fazenda Retiro, que deram origem em 1935 à Usina Santa Elisa.

Quando estourou o segundo conflito mundial, um cunhado aconselhou-o a naturalizar-se brasileiro para evitar futuros problemas devido à ascensão e atos de Mussolini na Itália. “Mas ele não entendia aquilo”, ressalta Maurilio. “A polícia então confiscou o rádio no qual ele ouvia as notícias da Europa, e desconhecidos esvaziaram os pneus do seu carro. Ele ficou muito triste e no auge da raiva passou todos os bens aos filhos”. Pietro não poderia ter feito coisa melhor. Os quatro filhos homens – e brasileiros – levaram adiante o ne-

Vitral da casa dos Biagi em Ribeirão Preto

A parte interna da casa comprada por Pietro Biagi, que será um centro da memória do imigrante italiano

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Projeto 100 Nonni Maurilinho lembra com encanto do avô Pietro Biagi

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gócio iniciado por ele. No nome das filhas deixou todos os muitos imóveis que tinha comprado em Sertãozinho e em Ribeirão Preto. Graças àquele doloroso decreto de Getúlio Vargas, fez uma boa transição com os filhos no momento certo e de maneira muito inteligente, separando seus campos de atuação de forma muito natural e harmoniosa. E ele, afastado à força dos negócios, começou a desfrutar: fazia quatro períodos de águas por ano, que naquele tempo era o máximo do lazer. Voltou para a Itália, apenas uma vez, no final dos anos 1940, e incrivelmente encontrou os parentes de Campagnola cultivando beterraba, que na Europa substitui a cana para produzir o açúcar. Visitava uma vez por semana todos os filhos nas usinas e nas fábricas. No resto do tempo ficava em sua casa ao lado da catedral de Ribeirão

Preto, que afinal de contas era o quartel geral dos Biagi. “A família era muito alegre”, recorda Maurílio. “Celebrávamos aqui todos juntos o dia das Mães, Natal e Ano Novo. Bebíamos muito, cantávamos muito com alguma das minhas tias que tocava acordeão. Tomávamos a “bença” do meu avô, a quem eu queria muito bem”. Pietro morreu em 1973, com 91 anos. Mas estava feliz, porque era o primeiro a ir embora e deixar a família. “Meu avô me disse naqueles dias finais de sua existência, com aquela verve que nunca o abandonou: você que sabe fazer sempre bons negócios, compre uma funerária, porque quando parte o primeiro, depois é muito rápido com todos os outros. De fato, meu pai morreu em 1978”, lembra comovido Maurilinho Biagi. De acordo com Edilah Biagi, a usina Santa Elisa foi a célula mãe, a partir da qual começaram todos os maiores negócios da família: usinas de açúcar e etanol, fazendas com milhares de alqueires de cana e outros cultivos, as metalúrgicas Zanini, enormes pomares de laranja, a primeira fábrica da América Latina de fertilizantes granulados, milhares de cabeças de gado e de vacas leiteiras, grandes marcas de cachaça, um centro moderno de inseminação artificial, produção de material odontológico, a Coca-Cola, e muito mais ainda. “Fomos, ou ainda somos, não sei, os principais usineiros do Brasil”, diz Maurílio Biagi em seu escritório. “Pertenço à terceira geração dos Biagi no Brasil, uma família que hoje tem mais de 250 descendentes diretos. Tenho quatro filhos e seis netos. Sertãozinho, a cidade onde se encontra a maior parte de nossos empreendimentos, é a mais próspera do Brasil com a maior renda per capita. Incrivelmente, Campagnola, a aldeia veneta que Pietro Biagi deixou 125 anos atrás, é a exata tradução italiana de Sertãozinho. Não é fantástico?”

A fábrica de refrigerante mais bonita do mundo Maurílio Biagi, filho de Pietro e pai de Maurilinho Biagi, foi protagonista de uma história de sucesso com a Coca-Cola há 65 anos, quando Pietro Biagi ainda estava vivo e ativo. Representantes da bebida, criada em 1886 por John Pemberton, na Geórgia, Estados Unidos, vieram propor que abrisse na região uma nova fábrica para produzir o refrigerante. “Lembro que em uma noite de 1948, meu pai chegou à fazenda Santa Elisa, onde morávamos, com uma caixa de Coca-Cola”, recorda Maurilinho Biagi. “Era uma bebida escura, que parecia um xarope. Ele a colocou sobre a mesa e disse que daquele momento em diante fabricaria esse “veneninho” em Ribeirão Preto. Acrescentou, diante de nossa perplexidade, que aquelas pessoas vindas de Atlanta haviam assegurado que aquela bebida teria um futuro grandioso. Nós, crianças, engolimos aquela novidade líquida sem saber que a Coca sem gelo não tinha a menor graça. Na fazenda, estávamos acostumados a beber água, leite e nada mais. O que era aquela beberagem estranha? Permanecia um mistério”. Maurilio Biagi, o pai, fundou com oito amigos de Ribeirão a Refrescos Ipiranga. Nos primeiros dez anos, no entanto, o negócio deu prejuízo e assim todos os sócios, e até os irmãos dele, se retiraram da estranha aventura. Maurílio, teimoso, ficou no leme

da fábrica bancando todas as perdas até que, em 1954, o vento mudou e começou a recuperação, graças à campanha das tampinhas que ofereciam outra bebida de graça ao felizardo ganhador. Desde então, a expansão das vendas não parou mais. A fábrica da Coca-Cola de Ribeirão Preto é a mais antiga do Brasil que ficou sempre nas mãos de um único empreendedor. Nos anos de 1970, o presidente mundial da Coca-Cola, Robert Woodruff, tinha visitado a fábrica e as outras instalações de Maurílio. Quando estava prestes a ir embora, disse que o parabenizava pela estrutura perfeita, arrumada e funcionando. Porém, e ele não deveria se ofender por isso, tinha observado que a fábrica era a instalação menos bonita que ele possuía. Maurílio ficou surpreso e apostou com o presidente que em poucos anos construiria a fábrica de refrigerante mais bonita do mundo. E mandou imediatamente seus funcionários em viagem pelo planeta para ver o que havia de melhor e de mais avançado nesse tipo de fábrica. “Em 1979, a nova fábrica foi inaugurada por mim, porque meu pai morrera repentinamente alguns meses antes. Ganhamos a aposta: era a mais bonita do mundo e hoje a instalação de Ribeirão Preto é uma das maiores do Brasil”, destaca com orgulho o neto de Pietro Biagi.

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Cultura

Talian, um símbolo

da imigração italiana

A imigração italiana para o interior do Rio Grande do Sul, no final do século XIX, propiciou a formação de um dialeto próprio, entre as colônias da região

Por Guilherme Arruda

I

lhor para si e os filhos, longe da pátria. Procedentes de dezenas de aldeias situadas ao norte do País, as semelhanças e objetivos entre eles acabavam aí. O que os distinguiam era basicamente a fala. Não havia uma língua, mas várias. Para ser preciso, eram 36 províncias e 36 dialetos diferentes. Essa diversidade linguística chegou ao Brasil a partir de 1874, com os navios que atracavam nos portos do Rio e de Santos. Quem desembarcava no Rio era encaminhado para o Espírito Santo, Minas Gerais, Santa Catarina e Rio Grande do Sul para desbravar terras

Prefeitura de Bento Gonçalves/Divulgação

magine a balbúrdia no porto de Gênova no final do século XIX. Com uma população fixa, pouco menor que 300 mil habitantes, a pequena península vivia apinhada de jovens, velhos e crianças, preparados para iniciar a maior aventura de suas vidas: cruzar o Mediterrâneo e o Atlântico e se estabelecer na América, que tanto podia ser o Brasil, a Argentina ou Estados Unidos. Eram pessoas humildes, analfabetas e esperançosas em propiciar um futuro me-

selvagens. Os desembarcados em Santos seguiam para as fazendas de café. Essa divisão geográfica de ocupação é que acabou determinando o aparecimento de novas (e diferentes) formas de comunicação. Aqueles colocados em contato imediato com a cultura local – caso de São Paulo – aprenderam rapidamente a falar português com sotaque que ainda se pode observar em parte da população. Já nos assentamentos, situadas em locais distantes e ermos, denominados colônias, os dialetos foram conservados por causa do isolamento. Até 1910, os contatos dos colonos com os brasileiros eram seletivos, basicamente com o administrador das colônias e funcionários do governo que distribuíam sementes e ferramentas. A fixação nos lotes não obedeceu ao critério de procedência, mas sim à ordem de inscrição, o que favorecia a integração entre famílias de várias províncias por meio de casamentos e de alianças comerciais. No decorrer do tempo, a algazarra inicial nas pequenas Itálias foi ganhando certo padrão de comunicação a partir da junção de quatro grandes grupos: os vênetos,

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numericamente maiores, os lombardos, os trentinos e os de Venécia Júlia. Há registro de grupos minoritários de emilianos e romagnoles. Os linguistas chamam esse padrão de koiné (do grego, fala comum). O koiné da Serra Gaúcha foi denominado talian e é, ainda hoje, uma língua viva falada no Rio Grande do Sul (e parte do Espírito Santo) por um grupo restrito de descendentes dos pioneiros, os quais não alimentam nenhuma esperança de ver o dialeto dos seus antepassados preservado pelas gerações futuras. Estudiosa do talian, com dois livros publicados sobre o tema, e conferencista em diversos eventos na Itália, a professora da Universidade de Caxias do Sul, Vitalina Maria Frosi, costuma dizer que não há uma precisão temporal para marcar as diversas fases de formação do talian, mas dividiu em quatro períodos. O primeiro inicia em 1875 e vai até 1910, data que registra a chegada da estrada de ferro à região e com ela há incremento nas trocas comerciais com outras regiões. Já a segunda, vai de 1911 até meados da década de 50, período que motiva o aumento da integração. A terceira fase vai do começo da década de 50 até 1975, ano que marca o primeiro centenário da imigração. Por fim, a quarta fase vai de 1975 até os dias atuais. Para Vitalina Frosi, o koiné se firmou definitivamente na segunda fase, pois diferentemente dos primeiros anos de fixação no Brasil, quando os dialetos trazidos eram livremente falados, a partir de 1930 os colonos foram orientados a falar apenas o português, ou seja, uma língua que não era deles. Pior, falar sem saber falar já que o idioma português possui fonemas que causavam constrangimentos na hora de se expressar em talian. A professora ressalta que o desenvolvimento econômico brasileiro, no início do século XX, foi decisivo para formação do talian. Ela chama atenção para o papel desempenhado pelos comer-

Na paz do interior do Rio Grande do Sul, as palavras são pronunciadas com forte sotaque próprio que remontam às origens da população

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va. Gordura de porco é outro substantivo típico para entender: no italiano gramatical banha é “strutto”, que o talian adaptou do português abrindo o som da vogal para “bànha” ou “bagna”, porque em todos os dialetos trazidos da Itália não havia sons nasais, diz a historiadora Cleodes Maria Piazza Ribeiro. “Na língua portuguesa temos um sinal gráfico que identifica as palavras de som nasal. Eles não”, afirma. O mesmo vale para vocábulos da língua portuguesa terminadas com “ão”. No talian essas palavras terminam invariavelmente com o som de “on”. Outra particularidade do talian é a vibrante múltipla muito comum na língua portuguesa, formada pelo en-

contro de duas consoantes em uma mesma palavra, um som inexistente nos dialetos do norte da Itália. A professora Cleodes Piazza volta a chamar a atenção para a enorme dificuldade que tinham para pronunciar dígrafos com dois “erres” ou dois “esses” juntos. Em palavras como carro, a entonação era feira com apenas um erre. Com o passar do tempo, palavras em português entraram muito mais no talian do que o talian no português, porque é a língua dominante, mas ainda hoje netos e bisnetos dos primeiros imigrantes têm dificuldade em pronunciar palavras com dígrafo com “erre” ou terminar palavras com o som de “ão”. Empregar a consoante xis também é complicado. É ainda

comum trocá-la pelo som de cedilha em palavras como bolacha ou Caxias. “Até hoje se discute qual deve ser a grafia das palavras em talian, se similar à do italiano oficial ou próxima da grafia em português”, destaca o escritor. Ele lembra que o primeiro livro escrito em talian foi “Vita e Stòria de Nanetto Pipetta – Nassuo in Itália e Vegnudo in Mérica par Catare la Cucagna” (Vida e História de Nanetto Pipetta – Nascido na Itália e Chegado à América para Buscar a Fortuna), escrito pelo frei Aquiles Bernardi e editado em 1937. Os textos serviram de base para adaptação de diversas peças teatrais encenadas em talian desde a década de 1980 pelo grupo Miseri Coloni, de Caxias do Sul.

O isolamento geográfico das colônias da Serra Gaúcha estimulou o desenvolvimento do dialeto Prefeitura de Bento Gonçalves/Divulgação

Cultura

ciantes, donos de moinhos, ferrarias e serrarias que exerceram influência na formação da koiné, por serem locais de encontros para a realização de negócios e também de busca de informações de interesse profissional e privado. Os comerciantes eram majoritariamente de origem vêneta, muito provavelmente por terem sido grandes mercadores de Veneza. Além dos vênetos, a formação do talian na primeira fase contou com a contribuição de muitos termos de origem lombarda e, de forma minoritária, de emilianas e romagnoles. Na segunda fase, vocábulos portugueses foram adaptados à fonética do talian. Tamancas viraram tamánque, em vez do zoccoli do italiano, e assim por diante. O notável é que a construção desse padrão deu-se de forma oral — não há registro de uma gramática – a partir da imitação de fonemas, muitos deles, aliás, difíceis de serem pronunciados pelos imigrantes porque possuíam um sistema fonador diferente. “O talian é uma língua rigorosamente oral. As minorias vão assimilando o modo de falar da maioria. Ele tem predominância do dialeto vêneto, mas com variações de acordo com o dialeto de origem de cada falante”, explica o escritor gaú-

cho José Clemente Pozenato, autor do livro O Quatrilho, que deu origem ao filme do mesmo nome e que, ao contrário do que se pensa, não é falado em talian e sim em português carregado de sotaque italiano. O substantivo cavalo (“cavallo” no italiano gramatical de hoje) era designado por “caàl” entre os bergamascos e por “caval” entre milaneses. No talian, ganhou o som de “cavàli”. Em certos casos, eles adotaram palavras diretas do português, como milho e quase todos os produtos agrícolas, por influência do comércio e com a devida adaptação fonética. Já no dialeto bergamasco a palavra viúvo era pronunciada com o som de “viuf”; no talian ganhou o som de viúvo ou viú-

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cunhou um slogan para o programa: “Un programa de talian per talian, aunque brasiliani”. Fora a seleção das músicas, o resto é pura improvisação. Tem sido assim nas últimas três décadas. Não é o único programa inteiramente falado em talian. Outras cidades de colonização italiana da Serra Gaúcha também possuem programas similares, como Serafina Correa e Nova Prata. Conforme a professora Vitalina Frosi, o sentimento de retorno às origens começou em 1975, nas comemorações do centenário da imigração com apresentações de peças teatrais, missas rezadas em talian, além de corais e livros. Ela ressalta, no entanto, que em função das misturas geradas por esse momento, é preciso separar hoje o que é e o que não é de origem italiana. “Nem tudo o que se vê é tipicamente italiano. O filó (encontro de famílias para conversar e trabalhar), atualmente, é realizado em salão e com música. O original era no porão ou paiol e servia para fazer os serviços que não podiam ser executados ao ar livre por causa da chuva no inverno. Ficou só o nome”, lamenta. Leonid Streliaev

Pelas ondas do rádio e da rádio on-line (internet), cantos em talian permitem um retorno às origens

Nos domingos de manhã, pela rádio São Francisco AM de Caxias do Sul, o programa Cancioníssimo serve de conforto para os que têm ascendência italiana. Apresentado ao vivo pelo grupo de teatro Miseri Coloni e sem tema definido previamente (fora a seleção musical), é todo falado em talian, misturando comentários da semana, recados e músicas do folclore italiano. Pelas ondas do rádio, o programa abrange 24 municípios gaúchos e aproximadamente um milhão de ouvintes, grande parte deles descendentes de italianos. Pela internet (www.redesul.am.br), a audiência ultrapassa os limites do Rio Grande do Sul e até do Brasil. “Temos ouvintes na Itália que ligam para dizer que estão ouvindo pela Internet. Aí o pessoal acha que não é verdade, então coloco no ar”, lembra Arcângelo Zorzi, o Maneco, idealizador e um dos três titulares fixos do programa. “Temos ouvintes nos Estados Unidos, na Austrália e Dinamarca. E tem até um carioca que liga dizendo que não entende nada, mas se diverte assim mesmo”, completa Maneco, que

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Preciosidades em fase de preservação Com mais de quinhentos anos de existência, o Brasil não reconhece oficialmente nenhuma outra língua que não seja o português. Trata-se de uma falha histórica que começou a ser corrigida doze anos atrás – próximo às comemorações do cinquentenário do descobrimento – tendo como ponto de partida uma demanda solicitada por instituições vinculadas à cultura italiana como a Federação das Associações Ítalo-Brasileiras do Rio Grande do Sul (FIBRA-RS) e Instituto Vêneto para o registro do talian. O governo federal admite, hoje, que o abaixo-assinado desencadeou a criação de uma política de salvaguarda em âmbito nacional para a preservação do patrimônio imaterial, sob a coordenação do Instituto de Patrimônio Histórico Artístico Nacional (IPHAN), cujo epílogo acontecerá no final deste ano com a declaração de oito línguas. Cada uma receberá o título de Referência Cultural Brasileira – o talian está entre elas. Coube aos pesquisadores da Universidade de Caxias do Sul, a tarefa de fazer o inventário do talian. A diretora do Departamento de Patrimônio Imaterial do IPHAN, Célia Corsini, diz que oito inventários é um número pequeno, mas significativo em função do total de línguas e o tempo relativamente curto para montagem. Em 2006, foi criado o Grupo de Trabalho Diversidade Linguística com o objetivo de desenvolver o Inventário Nacional da Diversidade Linguística e o Livro de Registro das Línguas. No final de 2007, o governo assinou o decreto que finalmente instituiu o Inventário, um meio de identificação, documentação, reconhecimento e valorização das línguas faladas no Brasil.

Leonid Streliaev

Cultura

Recordar pelas ondas do rádio

Serviços públicos, como saúde e educação, devem contemplar a língua falada em determinada comunidade. Há lugares, como São Gabriel da Cachoeira (AM), onde o português é pouco falado (nessa cidade foram reconhecidas como línguas oficiais, além do português, mais três idiomas: o nheengatu, o tukano e o baniwa falados pela maioria dos habitantes, dos quais 85% são indígenas). “Nosso trabalho não é apenas fazer o inventário. Vamos ver como poderemos ajudar a preservar. De que forma? Incentivando escolas bilíngues, criação de grupos de estudos, ter uma cartilha ou livros”, explica Célia Corsini.

Talian foi reconhecido como referência cultural do governo brasileiro

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Talian – Chi dòrme non piglia péthe. Talian – Chi ca dòrme non piglia pésci. Português – Quem dorme não pesca peixe. Italiano gramatical – Chi dorme non piglia pesci. Talian – Chi in prima non pénsa, in ùltima suspira. Talian – Quij ca non pénsa prima sospira dòpo. . Português – Quem antes não pensa, suspira depois. Italiano gramatical – Chi non pensa prima, poi sospira. Talian – Con témp e paia se madurìs i nèspoli. Talian – Cont al témpo e la paia marüda i nèspola. Português – Com tempo e palha amadurecem as nêsperas. Italiano gramatical – Col tempo e con la paglia si maturano le nespole. Talian – La prima se perdóna, la secónda se bastóna. Talian – La prima se perdóna e la secónda se bastóna. Português – A primeira (vez) se perdoa, a segunda (vez) se bate. Italiano gramatical – Una prima colpa si perdona, una seconda si bastona. Talian – Tal e qual gh’è i gap ven-vìa anca i tap. Talian – Tal e qual é o cepo saem as lascas. Português – Tal pai tal filho. Português – Filho de peixe, peixinho é. Italiano gramatical – Tale il padre tale il figlio.

Fonte: professora Vitalina Frosi

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Carlos Henrique Iotti

Cultura

Provérbios

A proibição do talian em tempos de guerra Na memória dos mais velhos, o maior pesadelo vivido por eles aconteceu entre os anos de 1937 e 1945, período em que o idioma português foi usado pelo presidente Getúlio Vargas para eliminar focos considerados contrários a sua ideologia, o que incluía direcionar suspeitas sobre descendentes de imigrantes de diversas nacionalidades. O primeiro ato foi criar a Campanha de Nacionalização do Ensino e da Educação, um conjunto de normas que obrigava, entre outras coisas, as escolas a serem registradas com nomes brasileiros e substituir os professores que não fossem brasileiros natos. O pior aconteceu dois anos depois, quando foi proibido falar qualquer língua estrangeira. Quem fosse pego estaria sujeito à punição, medo que cresceu em janeiro de 1942 quando o Brasil rompeu relações diplomáticas com o Eixo. A repressão estava em todo lugar, na bodega, no posto bancário ou mesmo dentro de casa. Eles emudeceram, retraíram-se, sentiam vergonha, pois cada um tinha dentro de si uma arma que o denunciava perante os outros, o sotaque da língua. Foi um sufoco. “Quem era surpreendido falando o talian, era humilhado e teve até casos de prisões. O italiano foi ridicularizado e estigmatizado”, descreve a professora Vitalina Frosi, definindo estigma como marca indelével. “Há depoimentos verídicos. Um deles é de um grupo de rapazes que conversava em uma bodega, quando um deles soltou uma frase em dialeto. Um policial estava presente e fez de conta que não viu nada. Pouco tempo depois, esse rapaz casou e quando estava no altar da igreja os policiais entraram e o pegaram”, relata. O trauma fazia com que os pais mandassem somente os filhos que sabiam falar bem o português fazer compra de mantimentos. “As pessoas preferiam ficar em casa, ao invés de ir até a sede do município”, lembra Maneco, citando depoimento do pai.

Para quem quiser conhecer mais o talian, existe uma obra essencial de Darcy Loss Luzzatto, o Dissionário Talian Véneto Brasilian Portoghese, da Editora Sagra Luzzatto, (www. sagra-luzzatto.com.br), com ampla e interessante apresentação. Os verbetes apresentam a tradução em italiano e exemplo de uso.

O cartunista Iotti, de Caxias do Sul, criou o personagem Radicci para encarnar de modo bem-humorado o colono (agricultor) descendente dos imigrantes italianos, que chegaram à serra gaúcha a partir da segunda metade do século XIX. Ele mistura português, italiano e talian, brincando com a maneira local de falar

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Sustentabilidade

Os carros mais

eficientes do mercado Técnicos da Fiat e jornalistas especializados se encontram no Technoday Eficiência Energética para debater sobre as novas tecnologias, tendências e soluções, além de realizarem provas práticas para avaliarem o consumo por Ricardo Dilser

N Fotos divulgação

a belíssima primavera de 1923, a Fiat mostrava ao mundo uma nova e eficiente maneira de produção em massa. Nascia em Lingoto, distrito de Turim, a maior e mais inteligente fábrica europeia de automóveis. É verdade que os norte-

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-americanos, anos antes, haviam revolucionado a produção, onde o veículo se movimentava por meio de setores de montagem, ao invés dos funcionários levarem as peças e as ferramentas até o chassis. A Fiat, no entanto, foi além na fábrica de Lin-

goto. Diferente do modelo usado na América, onde o carro percorria centenas de metros em gigantescas linhas de montagem, Lingoto estava disposta de maneira vertical, otimizando espaço e logística. Dividida em cinco andares, Lingoto recebia o fornecimento de peças no piso térreo, abastecendo as fases de produção (chassis, powertrain, elétrica, carroceria, acabamento) que se seguiam nos andares superiores. Literalmente “subindo”, um amontoado de componentes se transformava em belíssimos automóveis que, prontos, saíam rodando pela pista de testes localizada na cobertura do prédio. Lingoto foi, na sua época, o melhor exemplo de entregar mais e melhor, usando menos e de maneira mais inteligente. Entregar mais com menos é uma diretriz mundial. Vida mais saudável, gerar menos lixo, comer menos e melhor. Na vida profissional também: delegar e gerenciar melhor nosso tempo, envolver todo o time de colaboradores, economizar recursos, entregar mais. Esse processo de melhoria constante nas nossas vidas, dentro ou fora do trabalho, é a busca incansável pela eficiência. Olhando através de uma lupa, a eficiência energética está presente não só no DNA da Fiat, mas em todos os veículos, nos detalhes, nos parafusos, arruelas, materiais e motor. A Fiat trabalha com essa filosofia há muito tempo. Agilidade em atender a tendência do mercado, carros “pequenos por fora e grandes por dentro”, motores potentes e até divertidos com cilindrada reduzida, baixo consumo de combustível e fácil manuten-

ção foram (e ainda são) características decisivas para o sucesso da marca no Brasil. Em 1976, ano do primeiro modelo nacional, o Fiat 147, o Brasil se movimentava por meio de veículos enormes, beberrões, lentos e pouco amigos da natureza. Com ousadia, a

Carros mais eficientes e econômicos: nos anos 70, a Fiat já anunciava suas tecnologias exclusivas

empresa inaugurou o uso de pneus radiais e motor transversal na categoria, dois importantes e decisivos fatores ligados à eficiência. O motor era pequenino, com apenas 1.049 cc, mas

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1990

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Fiat 147 inaugura em seu segmento o motor transversal

Nasce o 147 Furgão, alternativa de carga em um modelo pequeno

Chega o Fiat 147 Pickup e inicia a tendência de picapes mais leves

Fiat 147 é o primeiro carro movido a etanol produzido em série

Oggi chega com carburador que corta combustível em reduções de marcha

Uno traz um dos menores coeficientes aerodinâmicos (cx) do mercado

Chega ao mercado o primeiro carro popular com motor 1.0

Uno Mille Electronic mostra ignição digital, mais eficiente e econômica

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Sustentabilidade

seu desempenho sempre foi elogiado, bem como o consumo de gasolina. Nesse mesmo ano, uma propaganda histórica marcou o mercado brasileiro: o Fiat 147 deveria percorrer os 14 quilômetros da ponte Rio-Niterói com apenas um litro de gasolina. Claro que ele conseguiu o que, de fato, foi um marco, já que naquela época a grande maioria dos veículos brasileiros não faziam mais do que 10 km/litro. Novo Uno Economy participa do Technoday: nota A no PBEV, sem perder o prazer ao dirigir

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Os carros mais eficientes do Brasil Não é possível comparar as tecnologias, e nem esvaziar o mérito do valente 147, mas apenas para ilustrar,

se fosse possível reproduzir o mesmo teste na ponte Rio Niteroi, o Uno Mille atual, o carro de entrada da Fiat, certamente passaria de 20 km/litro. Para se manter na liderança, é fundamental investir pesado em pesquisas e no desenvolvimento de novas tecnologias. Acima de tudo, aplicar essas inovações no momento correto e dentro do poder de compra dos clientes. De nada adianta um carro popular, com motor “hiper-ultra” capaz de desenvolver 200 cv e ser supereconômico ao mesmo tempo, se a etiqueta no para-brisa indicar o valor de R$ 99.999,00. Vitrines tecnológicas só são válidas se o bolso do cliente aprovar.

Olhando pelo retrovisor, há vários exemplos de inovação nesse sentido, respeitando o bolso do consumidor. O próprio 147 e suas versões pick up e Furgão (final dos anos 70, início de década de 80), Oggi com carburador “Cut-off” (interrompia o fornecimento de gasolina em reduções), Uno, Tempra, Punto e Bravo com tecnologia turbocompressor (downsizing, motores menores e potentes) e, claro, o Mille – primeiro popular da era automobilística moderna. Houve avanços na eletrônica e na segurança (Palio Fire, primeiro popular flex e Tipo 1.6 inaugurou o air bag em carros nacionais), na produção e parceria com os fornecedores. Os produtos Fiat estão na lista dos mais econômicos do país no Programa Brasileiro de Etiquetagem Veicular (PBEV) e um bom exemplo disso é o Uno Econômy. Equipado com motor 1.4, mas com consumo de carro 1.0, o carro foi usado como modelo no Technoday Fiat Eficiência Energética. O PBEV pontua os carros com notas que vão de “A” para o mais econômico, até “E” para o menos econômico do segmento. Isso facilita a comparação direta entre os concorrentes e dá uma rápida noção ao consumidor sobre a eficiência daquele modelo, pela pontuação ligada ao consumo de combustível. Em 2009, a Fiat inscreveu seis carros e obteve apenas uma nota “A”, quatro notas “E” e uma nota “C”. Neste ano, 29 automóveis Fiat estão sendo pontuados: nove deles ganharam nota “A”, oito estão pontuados com “B” e nenhum modelo recebeu nota “E”, provando a constante evolução da empresa na busca de carros ainda mais eficientes. O Fiat Technoday Eficiência Ener-

O aparelho fuel meter mede o real consumo do veículo

1993

1994

1995

1996

1998

1999

2000

2001

Tempra 16V é o primeiro carro com motor de quatro válvulas por cilindro

Uno Turbo i.e antecipa os primeiros passos do downsizing

Uno Mille EP ganha injeção eletrônica

Palio 1.6 16V democratiza os motores de quatro válvulas por cilindro

Siena 1.0 ganha transmissão de seis marchas, com menos consumo

Palio Weekend 1.0 é primeira station wagon do segmento com 6 marchas

Chegada da família de motores Fire, menores, mais leves e econômicos

Uno Mille ganha motor Fire 1.0

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Sustentabilidade Com jornalistas ao volante, o Technoday comprova o baixo consumo dos carros da Fiat

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gética visitou algumas das principais capitais do Brasil e promoveu debates e avaliações reais de consumo com mais de 60 jornalistas especializados, nas cidades de Belo Horizonte, Brasília, São Paulo e Rio de Janeiro. Durante o dia, os convidados debatiam com técnicos da engenharia, por meio de uma apresentação teórica, sobre novas tecnologias, tendências, aerodinâmica, soluções e dicas de direção econômica, além de realizar provas práticas com carros dotados de equipamentos laboratoriais para medição precisa do consumo. Na pista, os jornalistas puderam comprovar na prática os ótimos resultados do Novo Uno Economy 1.4 (nota “A” no PBEV), além de avaliar o real aumento de consumo através da falta de manutenção. Em um dos carros testados, um Bravo Sporting, os técnicos instalaram velas usadas, filtro de ar sujo, pneus com calibragem fora do padrão e suspensões desalinhadas. Esse veículo “sem manutenção”, quando comparado a

um similar em perfeitas condições de uso, gastava em média 20% mais de combustível. Os carros da Fiat se posicionam entre os líderes de eficiência energética, produzindo modelos econômicos e que emitem baixos níveis de gás carbônico (CO2). No Programa Nacional de Racionalização do Uso dos Derivados de Petróleo e do Gás Natural (Conpet), que etiqueta somente os carros mais econômicos, a Fiat é líder com nada menos que nove modelos. Além disso, pelo sexto ano consecutivo, a Fiat se confirma com a fabricante que registrou o menor nível de emissões de CO2 na Europa, entre as marcas de automóveis mais vendidas, resultado certificado e divulgado pela empresa JATO Dynamics, referência em consultoria e pesquisa no setor automotivo. A evolução constante é resultado não só das inovações tecnológicas, englobando motor e transmissão, mas sim de um de “conceito Eficiência

Energética” que engloba todas as áreas. Hoje, mais do que nunca, o nascimento de um novo veículo envolve todas os setores, desde os primeiros traços do modelo. Reduzir o consumo de um veículo impacta todas as áreas, não só à ligada ao motor, como muitos pensam. Os desafios impostos pelo Programa de Incentivo à Inovação Tecnológica e Adensamento da Cadeia Produtiva de Veículos Automotores (Inovar-Auto), onde a Fiat é voluntaria desde o início, sugerem um cenário muito mais competitivo para a indústria. Carros mais econômicos, nacionalização de processos e fomento de novas tecnologias, elevarão o patamar de todo o segmento. A Fiat tem a própria história a seu favor, mas o desafio é imenso. Hoje, não basta produzir carros econômicos, como a marca faz e fez desde seu nascimento aos redores de Turim, mas sim pensar o conceito da eficiência energética desde as primeiras linhas que irão traçar um novo automóvel.

Evolução dos veículos Fiat no PBEV O Programa Brasileiro de Etiquetagem Veicular pontua os veículos com notas que vão de “A” para o mais econômico, até “E”, em função do consumo de combustível. No inicio do Programa, em que a Fiat participa voluntariamente desde 2009, o número de veículos pontuados passou de seis para quase 30 veículos. Neste ano, 29 automóveis Fiat estão sendo pontuados: nove deles ganharam nota “A”, oito estão pontuados com “B” e nenhum modelo recebeu nota “E”.

A

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FIAT 2013

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1

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2003

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2008

2009

2011

2013

Palio Fire 1.3 traz tecnologia Flex

Palio Fire 1.0 Flex é o primeiro popular capaz de queimar álcool e/ou gasolina

Siena Tetrafuel é primeiro e único modelo alimentado por quatro combustíveis

Nasce o Uno Mille Economy

Punto T-Jet 1.4 16V Turbo reforça a tendência downsizing

Novo Uno Economy mostra consumo de 1.0 com desempenho de 1.4

Novo Punto traz cx 5% menor, novos apêndices aerodinâmicos e pneus verdes

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Mobilidade

Mobilidade: há razões para acreditar num final feliz

O filósofo Mario Sérgio Cortella mostra por que podemos ter um olhar otimista para o futuro da mobilidade, que não pressupõe a exclusão do carro, mas sim o ordenamento de uma convivência mais saudável para todos, com mais gentileza urbana e respeito entre as pessoas

nejamento urbano, o uso racional do automóvel e o aprendizado da boa convivência. Cortella chama atenção para a dinâmica das grandes cidades no último meio século, que inclui a transferência acelerada da polução das áreas pequenas para as metrópoles. “Há 45 anos, quando me mudei para São Paulo, a cidade tinha 1,6 milhão de habitantes. Hoje tem 11 milhões. Significa que há uma disputa que se adensou em relação a postos de trabalho, mo-

bilidade, local de moradia, acesso à padaria, ao supermercado, um lugar para parar seu carro”, afirma, observando que esta é uma equação que combina muita gente, território pequeno e recursos escassos. Uma das medidas que deveria ter acompanhado esse adensamento extremo, segundo o filósofo, é a ênfase na educação e na etiqueta nos relacionamentos, tanto por parte das autoridades públicas quanto das famílias. “Quanto mais adensamos a

Marcello Casal Jr

Por ADRIANA SHARADA BERNARDINO

O

que é pior: um campo de batalha ou o trânsito das grandes cidades brasileiras? Há que diga que o tráfego é pior castigo, pois na guerra há, pelo menos, um grupo unido ao seu lado em favor de uma causa. No tráfego, ao contrário, estamos sós. Cada um por si, isolado dentro ou fora do carro, na disputa diária por espaço para circular ou estacionar. É possível acreditar em uma convivência que não seja de confronto e que resulte em fluidez e mobilidade? Na contramão de muitas análises pessimistas, o ex-secretário municipal de Educação de São Paulo, professor e filósofo Mario Sergio Cortella, aposta em soluções que vão do aprendizado da gentileza a iniciativas públicas, muitas das quais já deram certo em outros países. “A mesma unidade que gerou essa circunstância nas grandes cidades é capaz de reinventá-la de outro modo”, aposta Cortella. Para quem pensa ser o número de veículos o vilão do cenário urbano, pode surpreender o fato de que o Brasil está no longínquo 65º lugar no ranking mundial em número de veículos por habitante (1 para cada 6). A Europa, por exemplo, tem 1 veículo para cada 2 habitantes; e os Estados Unidos lidera com um automóvel para cada 1,2 habitantes. Como se vê, o Brasil teria muito o que crescer em sua frota de automóveis, considerando o crescimento da renda medida per capita da população. A questão é como avançar de modo sustentável. A malha viária pressupõe outra malha, esta tecida de fatores que, juntos, podem criar caminhos para uma mobilidade possível. Uma visão que contemple a complexidade do tema deve levar em conta não só quantidade de veículos, mas também o transporte individualizado e o transporte público eficiente, o adensamento residencial e populacional, a infraestrutura viária, a engenharia de trânsito, o pla-

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Mobilidade

O jardim do vizinho é mais verde Além de educação e bom convívio entre as pessoas, Mário Sergio Cortella aponta cinco saídas para a mobilidade brasileira, já adotadas com sucesso em outros países. São iniciativas pela redução não do número de veículos, mas do número de veículos em circulação no mesmo momento. A mobilidade, segundo Cortella, não pressupõe a exclusão do transporte individual, mas supõe o ordenamento de uma convivência que seja saudável econômica e financeiramente para todas as pessoas, pois a mobilidade não é uma impossibilidade, mas uma necessidade que precisa ser atendida. Cortella comenta algumas alternativas:

(mesmo) 3 – Vias exclusivas para o transporte público “É preciso, cada vez mais, investir na organização de vias exclusivas, que já vêm sendo colocadas em prática em muitas regiões, para o transporte público.”

Divulgação

4 – Carona solidária “A gente tem dificuldade da carona solidária em cidades como São Paulo e Rio de Janeiro pelo temor do convívio com desconhecidos. Mas hoje há vários grupos que usam aplicativos nos seus tabletes e celulares para se conectar com pessoas próximas e que fazem trajetos parecidos.”

5 – Alteração dos horários de trabalho

Perfil Mario Sergio Cortella é filósofo, escritor, Mestre e Doutor em Educação e professor-titular da PUC-SP. Foi Secretário Municipal de Educação de São Paulo (1991-1992). É autor, entre outras obras, de A Escola e o Conhecimento (Cortez), Nos Labirintos da Moral, com Yves de La Taille (Papirus), Não Espere Pelo Epitáfio: Provocações Filosóficas (Vozes), Viver em Paz para Morrer em Paz: Paixão, Sentido e Felicidade (Versar/Saraiva), Política: Para Não Ser Idiota, com Renato Janine Ribeiro (Papirus), Educação e Esperança: sete reflexões breves para recusar o biocídio (PoliSaber); e Não se Desespere! Provocações Filosóficas (Vozes).

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1 – Rodízio de veículos por final da placa “As cidades que adotam este sistema no mundo obtêm sucesso quando contam com o suporte do transporte público.”

2 – Pedágio urbano “Não tenho dúvida sobre adotar o pedágio urbano. Claro que não usá-lo apenas como forma de arrecadação. E a iniciativa tem de ser acompanhada de uma estrutura de atendimento de serviços como táxi, ônibus e metrô de forma a dar conta dessa circunstância.”

“Não é necessário que todas as atividades indústria, comerciais e de serviços comecem no mesmo horário. É possível escalonar horários de turnos de trabalho, para distribuir o tráfego ao longo do tempo. Mudança de hábito como esta não é fácil, mas não é impossível. Há 30 anos, fumava-se em qualquer ambiente. Há 20 anos, apareceram as restrições ao fumo em determinados lugares. Há dez anos, espalharam-se as placas de “proibido fumar”. Hoje, boa parte dos ambientes não tem placa, mas não se acende mais o cigarro. Outro exemplo: quando, em 1994, o cinto de segurança se tornou obrigatório na cidade de São Paulo, algumas pessoas compravam a camisa do clube de futebol do Vasco da Gama ou da Ponte Preta para enganar as autoridades. Hoje a pessoa usa o cinto e nem se lembra da multa. Óbvio que a multa ajudou, mas não foi só ela. Até a tecnologia acaba incentivando as mudanças. Há automóveis que não dão partida se você não colocar o cinto”.

cidade, maior a disputa pelos lugares e mais o individualismo vem à tona, dando lugar à lógica perigosíssima de que é ‘cada um por si e Deus por todos’. Essa lógica leva à degradação da convivência”. Educação para “com-viver” Convivência, explica o professor, é a capacidade de viver junto. “Com-vivência é viver de maneira que seja adequada, saudável, confortável, correta para todos. A educação tem um papel fundamental nisso, que é nos preparar para a convivência, dando a cada um a percepção de que temos, sim, o direito à nossa individualidade, mas esse direito tem de ser concertado - com ‘c’ mesmo, como numa orquestra - com as outras pessoas que conosco vivem”, argumenta. Cortella acredita que é possível melhorar essa convivência, seja pela multa (coerção) ou por campanhas (convencimento). “Há alguns anos, quem diria, por exemplo, que seria possível que houvesse respeito à faixa de segurança sem semáforo. Quando Brasília implantou isso, imaginou-se que a convivência no trânsito entre pedestres e motoristas seria sempre agressiva, mas o que se viu foi o contrário. É evidente que demora um pouco para instalar essa modificação de atitude, mas ela não é impossível”. Ele cita o modelo sueco de estacionamento com outro bom exemplo de convivência. “Estive na universidade de Estocolmo, na Suécia. As pessoas estacionam de fora para dentro, isto é, quem chegou mais cedo estaciona mais longe. Lógica: quem chegou mais tarde tem de estar mais perto do local de trabalho.” Por que não acreditar que isso seria possível no Brasil? “A sociedade brasileira tem uma série de sinais de valorização da gentileza, da solidariedade e da convivência. Evidentemente, não é automático, mas pode ser estimulado”, acredita.

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Mobilidade Fotos divulgação

Gentileza urbana: um bem necessário

As mensagens de paz do Profeta Gentileza ainda estão vivas no centro do Rio de Janeiro. Ele assinou uma das mais importantes intervenções urbanas do país ao escolher 56 pilastras do Viaduto do Caju, na capital fluminense, para criar um livro urbano. Morreu em 1996 e, quatro anos depois, as colunas foram tombadas como patrimônio cultural da cidade. Em Minas Gerais, a memória dos ensinamentos do Profeta Gentileza ganhou as ondas do rádio. Em parceria com a Fiat Automóveis, a Rádio Itatiaia está trazendo de volta o projeto “Pratique Gentileza”. Além de matérias e entrevistas inseridas na programação diária, serão realizadas, até março, uma série de ações educativas pelas ruas de Belo Horizonte para mobilizar os cidadãos na reflexão de questões que afetam a vida de todos. As orientações e dicas são transmitidas pelo mascote Urbanóide. “Incen-

tivamos a não violência, a qualidade de vida, atitudes positivas no ambiente de trabalho, a valorização do meio ambiente, convocamos as pessoas a trabalhar pela educação, a discutir a mobilidade urbana e buscar um trânsito mais humano, seguro e gentil”, explica Bruno Bianchini, gerente Comercial da Rádio Itatiaia. Outra fonte de informação é o site

http://pratiquegentileza.itatiaia.com. br/, com cartilhas digitais, calendário de eventos, dicas e notícias sobre os temas. “Ser gentil é ter respeito nas relações com o outro, utilizando como parâmetro a forma como gostamos de ser tratados. Os meios de comunicação são importantes parceiros para disseminar esse princípio da gentileza, ajudando as pessoas a melhorarem o padrão de sociabilidade nas cidades”, ressalta Marco Antonio Lage, diretor de Comunicação Corporativa e Sustentabilidade da Fiat Chrysler para a América Latina.

Em parceria com a Fiat Automóveis, a Rádio Itatiaia traz de volta o projeto “Pratique Gentileza”, com dicas transmitidas pelo mascote Urbanóide

Por Ellen Dias “O sapo não pula por boniteza, mas por precisão”. O provérbio, que já inspirou Guimarães Rosa, nos ajuda a entender o papel central da educação para melhorar a convivência e a qualidade de vida entre as pessoas. Entre as saídas para a mobilidade, um dos principais desafios é levar as pessoas a tomarem consciência e serem mais gentis. A palavra gentileza deriva do latim gentilis, “da mesma família ou clã”, e traz a ideia de bem tratar os outros – significado que inspirou o empresário José Datrino a mudar radicalmente de vida. De empresário bem-sucedido, Datrino escolheu como missão de vida ensinar e disseminar a gentileza, percorrendo várias cidades do país a partir dos anos de 1960. Seu principal lema era “gentileza gera gentileza”. Com estandarte nas mãos, ficou conhecido como Profeta Gentileza.

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Das quase três mil fotos inscritas no Prêmio New Holland de Fotojornalismo, cinco são premiadas e outras 31 imagens farão parte da exposição itinerante

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categoria, ficou com o uruguaio Ariel Colmegna, de Montevidéu. Para a categoria de fotógrafo não profissional, a comissão julgadora premiou Federico Redin, também de Montevidéu, com R$ 3 mil. Os outros dois vencedores do concurso são da categoria Prêmio Especial Máquinas New Holland e receberam R$ 15 mil e R$ 5 mil como Profissionais e Aficionados, respectivamente. Sérgio

O grande prêmio da categoria profissional ficou com o brasileiro Ricardo Teles, de São Paulo, que fez esta imagem

Ricardo Teles

Premiação

Imagens que falam por mil palavras

9ª edição do Prêmio New Holland de Fotojornalismo concluiu a etapa de escolha dos vencedores com a comissão julgadora formada por cinco profissionais da área de fotojornalismo e agricultura. O grande prêmio da categoria profissional ficou com o brasileiro Ricardo Teles, de São Paulo. Ele recebeu R$ 18 mil. O segundo lugar, com o prêmio de R$ 10 mil para a mesma

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Sérgio Sanderson

Ariel Colmegna

Premiação

O segundo lugar, da mesma categoria, é do uruguaio Ariel Colmegna, de Montevidéu, com esta foto

prêmio em 28 de agosto, em Esteio (RS), durante a Expointer (maior feira agropecuária do Sul do Brasil). A comissão também escolheu mais 31 fotos para compor a exposição

José Marques Lopes

Sanderson, de Cascavel (PR), conquistou o primeiro e José Marques Lopes, de Penápolis (SP), ficou com o outro. Os cinco vencedores receberam o

Na categoria Prêmio Especial Máquinas New Holland, Sérgio Sanderson, de Cascavel (PR), foi o vencedor em Profissionais com esta imagem O brasileiro José Marques Lopes foi o vencedor do Prêmio Máquinas New Holland, categoria aficionados

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Federico Redin

Carlos Alexandre Aliperti Junior

Premiação

Esta imagem do brasileiro Carlos Alexandre Aliperti Junior também estará em exposição

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itinerante que circulará em oito cidades dos países participantes. Para o diretor Vice-Presidente da New Holland para a América Latina, Alessandro Maritano, o prêmio direciona e enriquece o trabalho dos fotógrafos dos países participantes. “Iniciativas como esta são necessárias e extremamente importantes para apresentar e valorizar o dia a dia do campo. Sob a lente de profissionais ou simplesmente apaixonados pelo agronegócio, é possível ter uma ideia de como este universo é de fato, e sua relevância econômica. Ao abranger os países sul-americanos (Brasil, Argentina, Paraguai, Uruguai e Chile), o prêmio mostra toda sua influência e características únicas”. Foram 2.907 fotos inscritas de 671 fotógrafos dos cinco países analisadas pela comissão julgadora, a qual fez parte: Jorge Duarte (coordenador de Jornalismo da Secretaria de Comunicação da Embrapa); Ricardo Chaves (colunista do jornal Zero Hora, em Porto Alegre); Roberto Pera (editor

de Fotografia do grupo Clarín, da Argentina); Victor Salas (da União dos Reporteros Graficos del Chile, de Santiago); e Pablo Porciúncula (editor da Agence France Presse, AFP, do Uruguai e professor de Fotografia da Universidad Católica del Uruguay). obre o Prêmio New S Holland de Fotojornalismo Com o objetivo de valorizar o trabalho dos repórteres fotográficos que mostram o cotidiano rural e levar essas imagens para os países participantes, foi criado o Prêmio New Holland de Fotojornalismo. Realizado no Brasil, Argentina, Uruguai, Paraguai e Chile, o prêmio produzido pela Mano a Mano Produções Artísticas é uma iniciativa da New Holland com o apoio da Lei de Incentivo à Cultura, do Ministério da Cultura do Brasil, e do Banco CNH Capital. Nesses oito anos de concurso, foram promovidas 136 exposições que passaram por 91 cidades, com um público estimado de 95 mil pessoas.

Na categoria de fotógrafo não profissional, a comissão julgadora premiou Federico Redin, de Montevidéu, por esta imagem

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Premiação Fotos divulgação

Concessionária da Tratorcase, em Ponta Grossa, Paraná

Case IH:

a marca mais desejada

Nessa avaliação, os concessionários puderam votar em todas as categorias, independentemente do setor de atuação. César Di Luca, diretor comercial da Case IH, recebeu o prêmio no evento da Fenabrave. Para ele, “o reconhecimento é muito importante para a empresa. É o primeiro prêmio de muitos que virão. Não tenho dúvida disso, porque somos a marca que mais cresceu no ano de 2012 em participação de mercado em tratores e colheitadeiras e, este ano, os resultados são ainda melhores. Apenas no primeiro semestre, registramos crescimento de 73% em colheitadeiras e 54% em tratores”, afirma. Já para Mirco Romagnoli, vice-presidente da Case IH para a América Latina, o prêmio mostra que a empresa está no caminho certo. “Receber essa condecoração é consequência de muito trabalho e da determinação de todas as pessoas envolvidas em construir a melhor marca de máquinas agrícolas do mercado. Nós, além de trabalharmos com excelentes equipes

em todos os departamentos da fábrica, temos também um time de concessionários que investem na Case IH não somente capital, mas toda uma história de vida”. Ele ressalta que há pouco mais de15 anos, antes de ser incorporada ao Grupo Fiat, a Case IH oferecia ao cliente produtos de nicho e importados. “Depois, a empresa se transformou e passou também a produzir seus equipamentos. Fomos aumentando a linha e hoje temos uma gama completa produzida no Brasil, assim como estamos em todos os nichos de mercado. Toda essa credibilidade conquistada se refletiu no número de concessionários. Saímos de 31 pontos de venda em 2004, para 115, meta para o final deste ano. A expectativa é chegar ainda a 150 concessionários em 2016”, estima. Para chegar nesse patamar, no entanto, foi preciso muito trabalho e investimento em novos produtos. Romagnoli ressalta que a Case IH sempre esteve na dianteira da tecnologia, em busca de oferecer o que há de melhor

Ao centro, César Di Luca, diretor Comercial da Case IH, recebe o prêmio em evento da Fenabrave

Empresa recebeu prêmio da Fenabrave, o mais importante do setor de distribuição de veículos, na categoria Tratores e Máquinas Agrícolas

A

lgo a mais. É o que a Case IH oferece ao mercado nacional. Não é a toa que a marca se tornou a mais desejada por concessionários de diversos segmentos. A empresa se destacou na categoria “Tratores e Máquinas Agrícolas”, na premiação da Federação Nacional de Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave) – a mais importante do setor. O prêmio atesta o crescimento da Case IH e a preferência entre os concessionários. A cerimônia de premiação foi realizada em agosto, na abertura do 23º Congresso Fenabrave, no Expo Center

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Norte, em São Paulo (SP). O evento reuniu os principais concessionários, executivos e líderes do setor de distribuição de veículos do Brasil, além de representantes de montadoras e de entidades internacionais. Realizada nos últimos cinco anos, a premiação teve, como base, os votos tabulados como parte da 18ª Pesquisa Fenabrave de Relacionamento de Mercado, coordenada por Luiz Adelar Scheuer, realizada junto aos concessionários. A votação foi on-line e a marca vencedora foi a que obteve a melhor média das notas atribuídas.

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Premiação Alexandre Martins, gerente de Desenvolvimento de Rede da Case IH

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ao mercado. Entre os lançamentos da marca está a colhedora A8800 Multi Row, o pulverizador Patriot 250, a nova linha dos tratores Farmal e também a nova série 230 de colheitadeiras. Além disso, de acordo com ele, existe uma preocupação em construir um relacionamento durável e profundo, com base na confiança, com clientes e concessionários. “Sempre focamos o trabalho na transparência e honestidade. Transparência em buscar a rentabilidade da fábrica e dos concessionários, além de oferecer produtos de qualidade para que eles tenham a oportunidade de atender bem o cliente.” Com relação aos planos para o futuro, Romagnoli explica que a ideia é seguir crescendo em número de concessionários e também elevar o rendi-

mento da empresa. “O setor agrícola está em um bom momento e temos muito espaço para crescer. Vamos continuar oferecendo ao mercado novos produtos com alta tecnologia.” Um pouco de história A Case IH se transformou nos últimos anos e o prêmio é o reconhecimento de que as mudanças foram para melhor. É o que explica Alexandre Martins, gerente de Desenvolvimento de Rede da Case IH. “Receber um prêmio como esse é muito importante, pois ele é organizado por pessoas que entendem desse mercado, e ser a marca mais desejada é, sem dúvida, um importante diferencial”, ressalta. Para ele, a escolha reconhece o trabalho de expansão em número de concessionários e novas lojas, bem como a qualidade do atendimento ao cliente e inovações apresentadas em seu portfólio de produtos. A premiação, segundo Martins, mostra que a Case IH realmente superou as expectativas. “A marca no Brasil é relativamente nova e nasceu como uma empresa destinada a segmentos especiais. A Case IH foi posicionada como uma marca premium de produtos e especialmente por serviços. A compra da empresa pelo Grupo Fiat, em 1999, foi a oportunidade de torná-la full line. Passamos a oferecer equipamentos de menor porte e de alta gama, com isso ampliamos o nosso portfólio e capilaridade”, analisa. Ele ressalta que um dos diferenciais da Case IH é o seu pós-venda, que aproxima a empresa do cliente. “Fazemos uma excelente gestão e fortalecemos o relacionamento com os concessionários. Nossa rede pode não ser a maior em números, mas está posicionada como uma das melhores.” É que também aposta Luiz Alberto Gotardo, diretor da concessionária Maxxicase e presidente da Associação Brasileira dos Distribuidores Case IH (Abracase). Segundo ele, o prêmio re-

flete isso. “A premiação representa a importância e a força dos representantes da marca no Brasil. Esse é o maior reconhecimento que poderíamos ganhar, mostrando que todos os investimentos e empenhos dos concessionários valem a pena”. nova série de A colheitadeiras 230 A credibilidade da Case IH também está relacionada à qualidade dos seus produtos e, mais uma vez, a empresa revolucionou o mercado de grãos da América Latina, com o lançamento da série 230 das já tradicionais colheitadeiras Axial-Flow. Projetada para colher mais de 80 tipos de grãos, sob as mais diferentes condições, a nova linha de colheitadeiras é a evolução das axiais série 20. As novas máquinas são a Axial-Flow 9230, a maior colheitadeira em capacidade produtiva de fabricação nacional, e os modelos Axial-Flow 8230 e 7230, que são atualizações dos modelos Axial-Flow 8120 e 7120. A Case IH é a única do mercado a oferecer colheitadeiras de classe 8 e 9, produzidas no Brasil. A tecnologia de ponta do sistema de fluxo axial é o grande diferencial

das colheitadeiras Case IH Axial-Flow. A massa colhida é introduzida ao sistema de debulha em movimento espiral, com um cone de transição, garantindo um processamento suave, uma maior produtividade e um menor dano mecânico e latente aos grãos. O sistema conta também com toda a versatilidade do sistema Axial-Flow, o qual permite adequar a máquina para alcançar a melhor performance em diferentes tipos de cultura e condições de colheita, aumentando a confiabilidade e performance do equipamento. De acordo com Felipe Dantas, especialista em colheitadeiras de grãos da Case IH para América Latina, a nova série Axial-Flow 230 chega para surpreender os agricultores mais exigentes, trazendo uma série de qualidades, como potência, economia em suas operações, máxima produtividade, qualidade de grãos e menor custo de manutenção. “As máquinas são ainda mais potentes, tendo como destaque a Axial-Flow 9230 classe 9, desenvolvida e fabricada no Brasil. É projetada para trabalhar com plataforma Draper de 45 pés, que também é um dos principais lançamentos da marca. Da plataforma ao espalhador

A Axial-Flow 9230 é a maior colheitadeira em capacidade produtiva de fabricação nacional da Case IH

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Relacionamento

Premiação

Paixão de longos anos Santiago Sudário, cliente fiel da Fiat Automóveis, lembra sua história com a marca e também com sua picape Strada, boa companheira de trabalho

O pulverizador Patriot 250 é um equipamento prático e ágil, ideal para pequenos e médios produtores

de palhas, os sistemas das colheitadeiras Axial-Flow série 230 são cuidadosamente projetados para assegurar eficiência e produtividade”. ax Case – Suporte M Avançado No intuito de oferecer ao cliente um sistema de suporte avançado para atendimento de máquinas que estão paradas no campo, em função de problemas técnicos, a Case IH disponibiliza ainda o Max Case. Destinado às colhedoras de cana A8000 e A8800, as colheitadeiras da nova série “230”, Axial-Flow 7230, 8230 e 9230, as colhedoras de algodão Module Express 635 e café Coffee Express 200, o pulverizador Patriot 350 e os tratores Steiger, Magnum e Puma, prioriza as ocorrências, colocando em status de dedicação total todos os recursos da Case IH, para garantir o retorno do equipamento ao trabalho no menor prazo possível. Esse atendimento es-

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pecial é o único do mercado, gerido diretamente pela diretoria. Pulverizador Patriot 250 Para uma agricultura moderna e de alto desempenho, os pulverizadores também são itens fundamentais na conquista de resultados e do total controle dos ciclos produtivos. Com isso, a Case IH oferece também para o agricultor o mais novo pulverizador Patriot 250, um equipamento prático e ágil, que desempenha alta performance de aplicação e conforto, ideal para pequenos e médios produtores. Produzido em Piracicaba (SP), o Patriot 250 possui um tanque de produto de 2.500 litros centralizado na máquina, garantindo a melhor distribuição do peso do mercado (50% nas rodas dianteiras e 50% nas rodas traseiras), com tanque cheio ou vazio, o que reduz a compactação do solo, melhora o arranque da máquina e diminui o desgaste dos componentes.

de amortecedores dianteiro e fez uma descarbonização do motor – “partes de cima e de baixo, que para minha surpresa, não havia resíduo algum, estava limpinho. O catalizador, porém estava entupido e foi substituído. Nunca houve vazamento de óleo do motor e todo o restante do carro é original de fábrica, tais como escapamentos, borrachas de suspensão e base do motor”, avalia. Para o vendedor, o Fiat Strada é um carro completo, capaz de oferecer conforto e segurança. “Nos últimos dez anos só tive carros da marca. Anteriormente, andava com um Uno e minha filha tem um Siena. Depois, tive o modelo anterior do Strada, que vendi para adquirir o carro que tenho hoje. Como trabalho viajando, preciso de um veículo como esse, que tem alta performance e baixo consumo”, explica. O próximo passo, segundo Santiago, será terminar sua história com o Strada para iniciar um novo momento com o Freemont, o que ele espera que aconteça em um futuro bem próximo.

Santiago apresenta o carro e mostra o quanto o motor está conservado Acervo pessoal

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ma verdadeira história de amor. Assim é a relação do vendedor Santiago Sudário com a Fiat Automóveis. Proprietário de um Strada, modelo 2009, desde dezembro de 2008, ele é morador de Ubá (MG), mas trabalha viajando. Durante esses últimos quatro anos, já rodou mais de 400 mil quilômetros com o veículo. Apesar de exigir bastante do carro tanto em capacidade de carga quanto em desempenho dentro e fora da cidade, incluindo estradas em péssimas condições, garante: “o veículo está novinho”. A rotina de trabalho de Santiago é pesada e ele chega a dirigir até 1000 quilômetros por dia, passando pelo Triângulo Mineiro e São Paulo, a bordo do seu Strada, de motor 1.4, o que se tornou tarefa fácil. “Gostaria muito de fazer parte da história da Fiat no Brasil contando minha experiência, que para a maioria é impossível. Creio que, no país, poucos conseguiram andar tanto assim com um carro”, afirma. Ele, ainda, destaca o estado de conservação do veículo. “Meu carro parece zero quilômetros, de tão bem cuidado”, diz. Segundo o vendedor, o Strada passou por duas etapas de trocas de peças e manutenção. Na primeira fase foram trocados: disco de freio, jogo de lonas traseiro, dois pivôs, uma bomba de alta pressão Bosh álcool e gasolina e um kit de embreagem. Já na segunda, foram: um par de borrachas do estabilizador, disco de freio, um par de rolamentos dianteiro, jogo de lona traseiro, um par de rolamentos traseiros, dois pivôs e mais um kit de embreagem. Com 350 mil quilômetros rodados, Santiago precisou trocar o par

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Relacionamento

O tempo passou, o carro é o mesmo Há 23 anos, a família de Angela Maria adquiriu sua Elba em busca de mais conforto e, com tanto carinho e cuidado, o carro continua novinho

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Fotos Caio Guimarães

Marina (à esquerda), ao lado do pai Sérgio, da mãe Angela e do irmão Álvaro

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m carro que se tornou parte da família. Assim é a história da Elba, ou melhor dizendo, da Elbinha, como é carinhosamente chamada pela família de Angela Maria Scarpelini de Almeida. Adquirido em 1990, por meio de um consórcio, e pago em 76 parcelas, o veículo contribuiu e ainda contribui para as necessidades dela, do marido e dos dois filhos. O melhor é que 23 anos se passaram e o carro continua novinho em folha. “Durante esses anos em que a Elba está conosco, nos deu apenas os trabalhos de manutenção rotineiros, o que resultou atualmente em um ótimo

estado de conservação. A forração interna está intacta, a pintura original sem se quer um ponto de ferrugem e o estepe original nunca foi rodado”, ressalta Angela Maria. A história da família com a Elbinha começou por necessidade. Segundo ela, o carro foi comprado para atender o filho Álvaro – portador de paralisia cerebral desde o nascimento, em 1983. “Ele é tetraplégico, não anda, não fala, não senta sozinho, usa fraldas e tem muitas convulsões. Na época da compra, ele tinha 7 anos e usava cadeira especial. Era preciso ter um carro maior”, lembra.

Um pouco sobre a Elba Em meados dos anos 80, o Fiat 147 e seus derivados Oggi, Panorama, City e Fiorino começaram a dar lugar aos descendentes do Uno, lançado em 1984. O sedã Prêmio veio em 1985 e a perua Elba, no ano seguinte. Em 1988, viria a Fiorino nas versões picape e furgão. A Elba chegou com o foco no melhor aproveitamento do espaço e conseguiu oferecer o maior espaço para bagagem de uma perua nacional, com 847 litros entre o assoalho e o teto. Um feito respeitável, uma vez que era dela também a marca das menores dimensões externas. E bastava rebater o assento traseiro para que 1749 litros de carga pudessem ser transportados.

Com isso, a família, que tinha um Fusca, se viu em meio a uma série de facilidades. “A Elbinha proporcionou mais conforto, muito espaço e um porta-malas que supria todas as necessidades relacionadas à cadeira especial do Álvaro. Era possível transportá-la sem precisar desmontar, graças ao grande espaço disponível.” Ao longo dos anos, Angela Maria destaca que o carro transportou o filho para médicos, hospitais, fisioterapias, escolas e passeios em geral. Em 1991, nasceu sua filha Marina, que também usufruiu da Elbinha e, atualmente, é levada à faculdade pelo veículo. Viagens com o carro também não faltaram. “Íamos sempre a Ribeirão Preto, quando meus pais ainda eram vivos. Passávamos os Natais lá, levando a cadeira do meu filho e o porta-malas abarrotado de malas, travesseiros, presentes e guloseimas, sem comprometer o nosso conforto de passageiros”, lembra. Pequenas cicatrizes também fazem parte da vida e tempos atrás, em suas andanças de motorista, Angela Maria sofreu uma pequena colisão provocada por um motorista que subia na contramão de uma rua em Bom Retiro (SP), onde mora. “Como a batida foi muito pequena, meu marido Sergio não permitiu o conserto, visando

manter a originalidade da pintura”. A Elbinha ficou assim, com umas pequenas cicatrizes na quina do capô e no para-lama esquerdo. Segundo Angela Maria, atualmente, ninguém fica tanto tempo com um carro. Mas, no futuro, quando trocar a Elbinha por algum veículo zero quilômetro, espera ter uma nova história para contar. “No entanto, daqui mais 30 anos, estarei com 91 anos e precisarei da ajuda do tempo, já que talvez eu esteja andando de bengalinha e não podendo mais dirigir.”

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Hi-Way

Veículo do segmento extrapesado premium chega ao mercado brasileiro com inovações tecnológicas, mais conforto, alto desempenho e consumo reduzido

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pós uma longa viagem ao volante, nada melhor que descansar. No entanto, os caminhoneiros nem sempre podem contar com o ambiente do lar para ter a tão merecida noite de sono. Pensando no conforto desses profissionais, bem como em oferecer um espaço interno mais amplo e acolhedor, a Iveco Latin America acaba de lançar no mercado brasileiro o Hi-Way, veículo totalmente concebido sob a ótica do condutor. O caminhão marca a estreia da empresa no segmento dos extrapesados premium no país. Para completar, a produção do veículo será realizada no Complexo Industrial da Iveco, em Sete Lagoas (MG). Originalmente produzido na Espanha, o lançamento mundial do Iveco Hi-Way é resultado de investimentos que chegam a R$ 1 bilhão. Para produzir o veículo no Brasil, a empresa somou outros R$ 100 milhões a essa quantia, contando com o trabalho de mais de 100 engenheiros do Centro de Desenvolvimento do Produto, em Sete Lagoas. Esse processo envolveu mais de 150 mil horas de trabalho e a realização de mais de 2.100.000 quilômetros de testes rodoviários. O Hi-Way chega ao Brasil já consagrado com o maior prêmio dedicado aos veículos comerciais na Europa – o International Truck of the Year 2013, concedido pela imprensa durante a feira de transportes de Hannover, na Alemanha, no final do ano passado. O prêmio é reflexo de uma série de con-

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teúdos tecnológicos e inovações que fazem do Hi-Way representante de um novo patamar no transporte de cargas e uma verdadeira referência em de-

Ao fazer parte do mercado de extrapesados premium, a Iveco eleva as perspectivas de crescimento da participação no transporte de cargas em longas distâncias. Estima-se que esse mercado seja responsável pela comercialização de cerca de 50 mil unidades neste ano, número que será superado em 2014. A demanda de produtos do gênero tende também a ser impulsionada pelo agronegócio e pelas obras de infraestrutura nas maiores cidades brasileiras. “O Hi-Way é a estrela da gama de soluções que a Iveco oferece ao transporte de longas distâncias desde 2004, com a chegada do Stralis ao Brasil.

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Iveco lança

sign, conforto, espaço interno, ergonomia, tecnologia, segurança, desempenho e baixos custos operacionais. “A chegada do Iveco Hi-Way ao mercado brasileiro reforça o nosso compromisso de investir no país e produzir em Sete Lagoas tudo o que temos de melhor e mais avançado no mundo. A aceitação do veículo na Europa, tanto pela imprensa especializada quanto pelos nossos clientes, é a maior garantia da qualidade do produto que apresentamos agora, já severamente testado e plenamente adaptado às especificidades do mercado local”, afirma Marco Mazzu, presidente da Fiat Industrial Latin America.

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Dessa forma, estaremos presentes em todas as faixas desse segmento, sempre com produtos altamente competitivos”, ressalta Mazzu. ais espaço e M conforto na cabine A equipe de engenharia da Iveco não poupou esforços para garantir a produção de um veículo moderno e ainda mais confortável. Um dos destaques do Hi-Way é a sua cabine, que é sinônimo de eficiência e ergonomia. Com amplo espaço interno, o veículo está disponível nas versões teto alto ou teto médio, ambas com cabine leito com 2,5 metros de largura por 2,25 metros de comprimento, o que possibilita mobilidade e favorece a sensação de bem-estar. Com piso semipleno, a versão teto alto permite que uma pessoa de até 1,90 metro fique em pé sem encostar a cabeça no teto.

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Originalmente produzido na Espanha, o Hi-Way passa a ser fabricado também no Complexo Industrial da Iveco, em Sete Lagoas (MG)

“A Iveco entende a cabine do caminhão, sobretudo os estradeiros, como a segunda casa do condutor. É um espaço que deve ser visto como um ambiente de trabalho, um centro de gestão de frota e um ambiente acolhedor, onde quem está ao volante também possa relaxar quando não estiver conduzindo”, afirma Marcello Motta, diretor de Plataforma e Desenvolvimento de Produto da Iveco. Por meio de amplos estudos na área foi possível transformar o veículo em referência em ergonomia. Com acabamento de primeira linha, similar ao encontrado em automóveis de luxo, o Hi-Way traz uma série de teclas incorporadas ao volante, o que permite que o motorista permaneça a maior parte do tempo com as mãos na direção. Para que o condutor tivesse mais conforto, segurança e pudesse preve-

nir doenças ocupacionais foi preciso desenvolver melhores assentos. Com isso, os bancos do motorista e passageiro contam com apoia-braços, regulagens pneumáticas de altura – com memória – profundidade e inclinação, além de ajuste lombar, cinto de segurança integrado e revestimento de couro de série. O Hi-Way conta também com sistema de quebra-sol diferenciado, com cortina frontal elétrica, cortina lateral e blackout com interior claro para deixar o ambiente ainda mais acolhedor. Para os momentos de descanso, a Iveco equipou o veículo com a cama High-Confort, concebida com tecnologia viscoelástica, que fornece conforto máximo ao usuário, além de não se deformar, ser lavável e antimofo. A estrutura mede 2,0 m X 0,80 m, o que permite acomodar diversos perfis de condutores. A cabine é equipada, ainda, com climatizador de baixo ruído e baixo consumo, posicionado no teto. Mesmo com o motor desligado, ele consegue manter o ar refrigerado e umedecido. Para aumentar a comodidade, o condutor pode acionar o aparelho por controle remoto, deitado em sua cama. Também como item de série, o Iveco Hi-Way traz ar-condicionado digital, com controle automático de temperatura e direcionamento do ar por teclas para o motorista e o ocupante. O veículo tem também uma grande quantidade de porta-objetos, que auxiliam na organização do espaço interno. A cabine traz geladeira e box térmico localizados entre o banco do condutor e do passageiro, com a possibilidade de serem acomodados sob a cama, sem comprometer o espaço da cabine. O ambiente ainda conta com diversos pontos de iluminação, além de luzes led para leitura – incluindo na cama – e luz automática de segurança. No próprio painel, o condutor po-

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derá encontrar rádio com CD, leitor de MP3, entrada USB e função RDS, além de conector de diagnóstico com 16 pinos padronizados, tomadas elétricas de 12 volts para a ligação de acessórios e tomada de ar comprimido. Desempenho e economia de combustível Para atender as necessidades dos clientes, mais que conforto e segurança, a Iveco pensou em uma solução de ponta com custos de operação e de serviços reduzidos. Para isso, a engenharia da empresa atuou diretamente em soluções mecânicas que resultaram em maior durabilidade, robustez e economia de combustível. Um dos grandes destaques nesse último aspecto fica por conta do motor Cursor 13, da FPT Industrial. Os propulsores atendem às normas de

Com amplo espaço interno, o veículo está disponível nas versões teto alto ou teto médio, ambas com cabine leito com 2,5 metros de largura por 2,25 metros de comprimento

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emissões do Proconve P7 e utilizam sistema SCR para redução da emissão de poluentes. Forte, econômico e durável, o propulsor garante alto desempenho nas três versões em que está disponível no Iveco Hi-Way: 440 cv, 480 cv e o novo 560 cv. Nos três casos, a potência máxima já está disponível a 1.900 rpm. O torque máximo dos novos motores chega a 2.100 Nm, na versão de 440 cv; 2.250 Nm, na versão de 480 cv; e 2.500 Nm, na versão de 560 cv, sempre na faixa de 1.000 a 1.550 rotações, o que garante uma direção mais agradável, maior amplitude de rotação dentro da faixa econômica e grande redução no consumo de combustível. Outro destaque da família Hi-Way é o freio motor por descompressão e borboleta, que garante potência de

frenagem de 415 cv, uma das maiores do segmento. Esse componente garante maior segurança para o condutor e vida útil mais longa ao sistema de freio do caminhão – assegurando, consequentemente, mais rentabilidade para o transportador. O Hi-Way também conta com freio auxiliar Intarder, que, combinado ao freio motor, chega a quase 1.000 cv, a maior potência de frenagem do seu segmento. Como adicional, esse sistema gera mais segurança no sistema antitravamento das rodas. Também nesse sentido, o Hi-Way traz de série ajustador automático de freios, freios ABS e sensor do nível de desgaste da lona. “As novidades apresentadas nos motores somadas ao design aerodinâmico da cabine entregaram o que chamamos de kits Hi-Efficiency e Hi-Performance. Com eles, conseguimos uma redução de até 10% em consumo de combustível em relação a propulsores Euro III. É o que nos dá a certeza de que estamos oferecendo aos nossos clientes um dos extrapesados mais potentes e econômicos do mercado”, explica Marcello Motta. O veículo vem equipado de série com câmbio ZF automatizado Eurotronic, com 16 velocidades, permitindo mudanças rápidas e precisas de marcha. Em nome de uma autonomia ainda maior nas grandes viagens, as versões 4 X 2 e 6 X 2 vêm equipadas com tanque duplo de alumínio, com capacidade de 600 + 220 litros. Nas versões 6 X 4, a capacidade é ainda maior, chegando a 600 + 300 litros. O Iveco Hi-Way conta com duas opções de suspensão: mecânica e pneumática full air. Nesse último caso, o componente é equipado com um sistema especial para manter a altura do chassi em trânsito e ajustar durante o carregamento e descarregamento, além de facilitar o engate e desengate de semirreboques.

Mais vantagens Para tornar o Hi-Way um veículo completo, a Iveco pensou em cada detalhe. Além de conforto, alto desempenho, baixo consumo e a mais alta tecnologia, a empresa fornece o maior e mais completo programa de gerenciamento de frota do mercado: o Frota Fácil – item de série, agora renovado e com novas funcionalidades. A ferramenta é simples e permite acesso completo aos dados de telemetria do caminhão, bem como dos indicadores de condução. Ainda pode ser utilizado para o rastreamento do veículo, contando com a exclusiva função bloqueio. Atenta às necessidades dos clientes, a Iveco também oferece acesso a programas exclusivos de pós-venda, como o VIP (Very Important Parts), que lista 50 itens considerados primordiais para o funcionamento do caminhão. Essas peças terão disponibilidade imediata no estoque da concessionária ou no Centro de Operações da Iveco, em Sorocaba. Com o VIP, a empresa se compromete a entregar essas peças em até 48 horas ou fornecê-las gratuitamente, caso o prazo seja excedido.

O novo motor para a versão de 560 cv

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negócios

Iveco Daily nos aeroportos do país Empresa gaúcha Triel-HT, especializada em implementações especiais, adquiriu 36 unidades do veículo para atendimento de emergências

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Os veículos, importados da Itália, são produzidos em série com a tração nas quatro rodas e fazem parte da gama off-road da Iveco

ersatilidade, confiança e capacidade de se adaptar às necessidades dos clientes. Mais uma vez, a Iveco Latin American mostrou sua vocação de fabricante full liner e entregou 36 veículos Daily 55S17W, com tração 4x4, à Triel-HT – especializada em implementos e viaturas especiais, localizada da cidade de Erechim (RS) – que preparou os veículos para trabalhos de atendimento a emergências nos aeroportos brasileiros. As negociações para a venda começaram

em junho de 2012. O contrato foi fechado no primeiro semestre deste ano e os veículos foram entregues, no final de julho, à empresa gaúcha. O envio das unidades aos aeroportos é realizado pela Triel-HT, que venceu a licitação da Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero) para o fornecimento dos veículos. O Daily 4x4 será destinado a 36 aeroportos brasileiros das principais cidades e capitais do país, sendo que o primeiro a receber foi o Ae-

roporto Internacional Salgado Filho, em Porto Alegre (RS). Os veículos, importados da Itália, são produzidos em série com a tração nas quatro rodas e fazem parte da gama off-road da Iveco na Itália, juntamente com o Eurocargo 4x4, o novo Trakker e o caminhão especial Astra. No Brasil, os modelos possuem garantia de fábrica, com duração de 12 meses. “A linha Daily já é de grande conhecimento dos brasileiros, podendo ser considerada um verdadeiro best seller da Iveco no país. A versão 4x4 mostra o quanto a Iveco é preparada para fornecer aos seus clientes veículos adaptados a todo tipo de cenário ou negócio”, afirma Alcides Cavalcanti, diretor Comercial da Iveco. A escolha da gama Daily para receber a aplicação especial, com equipamentos de atendimento a emergências, não aconteceu aleatoriamente. Segundo ele, o veículo atendeu a todos os critérios de resistência pedidos pela Infraero e não precisou receber nenhuma modificação em seu projeto original para atender às especificações solicitadas. Batizado de CRS (Carro de Resgate e Salvamento), o Daily 4x4 precisou receber apenas o equipamento projetado para as operações de resgate e salvamento, um sistema para o transporte de equipamentos e acessórios que auxiliam a equipe de resgate a realizar atendimentos, instalações que foram realizadas pela Triel-HT. A capacidade do CRS é de cinco passageiros. O veículo O Daily 4x4 foi lançado em 2007, continuando uma tradição que remonta a 1985, quando a Iveco apresentou seu primeiro Daily com tração nas quatro rodas. Produto de linha da Iveco na Itália, a Daily 55S17W 4x4 é movido por um motor diesel Common Rail F1CE3481C da FPT Industrial,

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que entrega 170 cavalos de potência e 400 Nm de torque. O propulsor é Euro 5 e utiliza a tecnologia EGR, que dispensa o uso de Arla para reduzir as emissões de poluentes. Além de ser usado como carro de atendimento a emergências, o veículo também pode ser aplicado em canteiros de obras e por órgãos de segurança pública. O chassi robusto é derivado do mesmo projeto utilizado em caminhões, com longarinas sendo feitas com aço especial com 5 mm de espessura, o que o torna ideal para operações de transporte em terrenos irregulares. Sua transmissão é a FPT 2840.6, da FPT Industrial, e oferece 24 marchas à frente e 4 rés. Existem duas versões do 4x4: a de 3,5 toneladas (35S17W) e a de 5,5 toneladas (55S17W), na configuração chassi-cabine, com a opção da cabine dupla. A Triel-HT adquiriu a de 5,5 toneladas com cabine dupla, usada para transportar passageiros e equipamentos. A tração nas quatro rodas oferece três possibilidades de bloqueio de diferencial: dianteiro, traseiro e central. A suspensão é feita com molas parabólicas. A distribuição de torque (32% no eixo dianteiro e 68% no eixo traseiro) foi projetada para oferecer o máximo de “aderência” a qualquer terreno. O ângulo de ataque dianteiro é de 48º e o traseiro, de 30º, o que garante o máximo desempenho off-road. Seguindo a mesma linha do novo painel da Daily convencional, a 4x4 oferece uma dirigibilidade semelhante à de um automóvel. As opções para o bloqueio do diferencial e o comando da tomada de força são de fácil alcance para o motorista.

O veículo foi batizado de CRS: Carro de Resgate e Salvamento

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FPT Industrial apresenta

novo presidente para a América Latina Com ampla experiência, José Luís Gonçalves assume o comando da empresa com o desafio de incrementar os negócios em toda a região

A Divulgação

FPT Industrial Latin America anunciou em agosto seu novo presidente para a América Latina. José Luís Gonçalves assume a responsabilidade de manter e acelerar o crescimento da empresa na região, sobretudo no Brasil. Com o objetivo de promover uma nova visão, focada nesse mercado, o executivo foi esco-

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lhido por sua vasta experiência em estratégia comercial, sendo o primeiro brasileiro a ser nomeado como presidente da empresa. “O objetivo é consolidar a operação da FPT Industrial e desenvolver ainda mais o recente crescimento do negócio na América Latina. A região, depois da Europa, é o mercado mais

importante para a FPT e prevemos um grande potencial de desenvolvimento, que consolidaremos nos próximos anos”, ressalta Gonçalves. Ele, que tem mais de 20 anos de experiência tanto no setor técnico quanto comercial em todo o mundo, incluindo a América Latina, EUA, Europa, África, China e Rússia, trabalhou na Denso, na Electrolux e ingressou no Grupo Volvo em 1996. Em seu último cargo, como gerente de vendas na América Latina para a Volvo Ônibus, foi responsável por dobrar o volume de vendas de ônibus rodoviários e aumentar, de forma significativa, a participação da empresa nos principais mercados da região. Em 2013, Gonçalves assume a presidência da FPT Industrial América Latina em um momento importante para o desenvolvimento de negócios da empresa. As perspectivas da FPT Industrial são de crescimento em todos os setores em que atua e os maiores potenciais de expansão estão baseados nas indústrias de veículos comerciais e no setor agrícola. Para completar, o Brasil recebe grandes eventos esportivos mundiais: a Copa do Mundo 2014 e os Jogos Olímpicos Rio 2016. Ambos terão um impacto significativo e exigem investimentos substanciais em infraestrutura, o que influencia tanto o setor de construção quanto de transporte. “A FPT Industrial fornece motores para os setores que impulsionam a expansão da economia. Graças à ampla gama de produtos que fornecemos e à crescente receptividade às nossas tecnologias, estamos confiantes em relação ao crescimento contínuo da FPT nessas áreas”, avalia Gonçalves. Uma das principais áreas de desenvolvimento em sua gestão será a ampliação da rede FPT Industrial em toda América Latina, com ações iniciadas já nos próximos 18 meses. “A expansão da nossa rede será fundamental para assegurar o atendimento e a satisfação de nossos clientes, gerando por consequência o sucesso da FPT Industrial na região.”

s negócios da O FPT Industrial A FPT Industrial é reconhecida em todo o mundo por sua tecnologia pioneira e portfólio diversificado de produtos, com motores a diesel e gás natural (GNV). Sendo umas das maiores produtoras de powertrain do mundo, a FPT Industrial investe em programas de pesquisa e desenvolvimento focados em inovação e sustentabilidade. A empresa conta com uma gama completa de motores diesel, desde os leves, médios até os pesados, que vão de 2,2L até 15,9L, e que atendem as normas ambientais e cumprem as exigências da fase P7 do Programa de Controle de Poluição do Ar por Veículos Automotores (Proconve). Os motores podem ser aplicados aos mais diversos segmentos como o rodoviário, agrícola, construção, geração de energia e marítimo. Como parte do Grupo Fiat Industrial, a FPT Industrial foi a fabricante de motores mais premiada da Europa em 2013: três dos quatro caminhões indicados como “Truck of the Year 2013” possuem motor FPT. Entre os principais clientes da empresa estão: Case, Iveco, New Holland, Hyundai, Ford, Tata, Komatsu, Stemac e Leon Heimer, distribuídos no Brasil e em toda a América Latina. Recentemente, a FPT anunciou acordo comercial com a produtora de ônibus Peruana Modasa, no qual serão fornecidos 1.500 motores GNV nos próximos cinco anos.

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Fiat Powertrain

produz o motor E.torQ de

número 500 mil

Crescimento da produção ao longo dos anos resultou em marca histórica para a fábrica de motores da empresa, em Campo Largo, no Paraná

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Guto Andrade

O time se dedicou para elevar a produtividade e melhorar a qualidade do produto

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Fiat Powertrain comemorou, em setembro, a produção de 500 mil motores fabricados na unidade de Campo Largo (PR). Em atividade desde junho de 2010, a planta é responsável pela produção da família de motores E.torQ 16V de 1.6l e 1.8l, que apresentam como características principais o elevado grau de confiabilidade e os baixos índices de consumo, emissão de poluentes, ruídos e vibrações. “Essa é uma marca muito importante para nossa fábrica e mostra que estamos no caminho certo. Desde que

a Fiat adquiriu a fábrica da Tritec, em 2008, passamos por um processo de modernização que contribuiu para que elevássemos a produtividade e também a qualidade dos produtos. Iniciamos a produção em junho de 2010, com a fabricação de 66 mil motores. Até o final de 2013, teremos produzido um total de 560 mil motores”, ressalta o plant manager, Edson Strapasson. A Fiat Powertrain está localizada em uma área de 1,3 milhão de metros quadrados, com uma área construída de 50 mil metros quadrados. Dentro

WCM contribui para resultado Desde que a fábrica de Campo Largo começou a operar, a Fiat Powertrain investe no modelo de gestão WCM. Para Edson Strapasson, a ferramenta tem feito a diferença no processo de produção. “O WCM contribuiu, e muito, para que as metas fossem alcançadas. Foi possível organizar melhor o ambiente de trabalho, elevar a produtividade e aumentar a qualidade dos nossos produtos. As práticas de gestão, que sempre buscam a melhoria dos sistemas produtivos e contribui para que o motor seja competitivo no mercado, também foi um foco. Além disso, as pessoas ficaram mais satisfeitas e motivadas”, avalia. Em junho, após três anos de muito trabalho e empenho, a empresa obteve a certificação na categoria bronze do WCM. O processo teve início em 2010. O próximo passo é buscar a prata.

da propriedade existe uma reserva ambiental permanente de 250 mil metros quadrados, onde estão localizadas as nascentes de dois importantes rios da região de Campo Largo, além de várias centenárias araucárias. No entanto, não é só isso que a faz uma fábrica verde. A consciência ambiental envolve ainda o gerenciamento total de resíduos, com índice de reciclagem de 98%, iluminação na fábrica que utiliza ao máximo a luz solar, dinamômetros com geração de energia elétrica que alimenta as instalações da fábrica, entre outros aspectos. Como não poderia deixar de ser, os motores produzidos na unidade também se destacam por seu projeto mais ecológico. Para garantir a modernidade da nova família de propulsores, a Fiat desenvolveu uma série de novos conteúdos, para somar qualidade e base tecnológica oferecida pelos motores da Tritec. Após mais de 500 mil horas de desenvolvimento e cinco milhões de quilômetros rodados em provas, 70% do motor foi modificado, incluindo componentes como bloco, virabrequim, bielas, pistões e sistema de injeção eletrônica. O projeto foi desenvolvido para privilegiar o

torque em baixas rotações, com capacidade para atender limites globais de emissão de poluentes. Outros objetivos foram a redução do consumo de combustível e do nível de ruídos e vibrações, além da confiabilidade e da nacionalização de componentes. Como característica funcional, os motores, tanto em suas versões 1.6l quanto 1.8l, apresentam 80% do torque a 1.500 rpm e 93% a 2.500 rpm. Silenciosos, macios e com ótimo desempenho e elasticidade, os propulsores oferecem prontas respostas dinâmicas para qualquer tipo de condução. Atualmente, os motores E.torQ equipam 10 veículos da linha Fiat, em seus diferentes modelos, para os mercados do Brasil, Argentina e Turquia. “Com a excelente aceitação do consumidor, o E.torQ tem sido aplicado a outras plataformas da linha Fiat, fazendo com que os volumes de produção tenham sofrido sucessivos aumentos desde 2010. Ao chegar ao motor 500 mil, percebemos que esse resultado é fruto do trabalho que empenhamos em produzir itens da mais alta qualidade e tecnologia, por meio de processos sustentáveis ”, explica o plant manager.

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Investindo para inovar Magneti Marelli destina recursos ao Centro Tecnológico de sua unidade Powertrain, localizado na planta de Hortolândia (SP), e se torna referência no desenvolvimento de sistemas de injeção eletrônica de combustíveis

Fotos divulgação

D A empresa investiu em equipamentos de última geração para testar motores, veículos e motociclos

e olho nas demandas ambientais futuras, no desenvolvimento de novas tecnologias e na manutenção da liderança no segmento de gerenciamento eletrônico de motores ciclo Otto – que passaram por muitos avanços e equipam, atualmente, a maioria dos automóveis de passeio – a Magneti Marelli investiu R$ 30 milhões no Centro Tecnológico de sua unidade Powertrain, localizado na planta industrial de Hortolândia (SP). Os recursos estavam sendo utilizados desde 2010 na atualização tecnológica dos laboratórios de veículos e motores, bem como no de motos. “A Magneti Marelli busca sempre oferecer tecnologia de ponta para seus

clientes, por isso investiu fortemente na modernização dos laboratórios oferecendo o que há de melhor no mercado, além de estar preparada para as novas regulamentações ambientais de emissões PL6 e PL7, no caso dos automóveis, e o Promot III e IV, no caso dos veículos de duas rodas”, ressalta Gino Montanari, diretor de Pesquisa e Desenvolvimento da unidade Powertrain da Magneti Marelli no Brasil. Durante os últimos três anos, os investimentos foram destinados à implantação de dois novos dinamômetros de motores e de três novos laboratórios de emissões veiculares, dois para veículos e um para motociclos. Segundo Montanari, a empresa

investiu em equipamentos de última geração para testar motores, veículos e motociclos com o objetivo de desenvolver e validar componentes e sistemas que a unidade Powertrain produz, ou seja, injeção eletrônica e câmbio robotizado Free Choice. Ainda foram adquiridos analisadores de gases, sistema de amostragem, assim como os cromatógrafos líquido e gasoso, para a determinação de aldeídos e álcool não queimado. Para melhorar, esse investimento capacitou o Centro Tecnológico para obter acreditações nacionais e internacionais, o que já aconteceu. O laboratório de emissões já foi reconhecido pela Coordenação Geral de Acreditação do Inmetro (Cgcre). Esse resultado é reconhecido internacionalmente, inclusive pelo IAF, Member Of Multilateral Recognition Arrangement. Montanari ressalta que ao finalizar esse investimento, a Magneti Marelli Powertrain passou a contar com todos os recursos para desenvolver os seus futuros produtos, alinhados com as novas exigências das leis de emissões e aos critérios do Programa de Incentivo à Inovação Tecnológica e Adensamento da Cadeia Produtiva de Veículos Automotores (Inovar-Auto). O programa é uma medida adotada pelo governo federal com o objetivo de estimular o investimento na indústria automobilística nacional. Os recursos também permitiram que a empresa dobrasse sua capacidade, passando de 22 para 40 ensaios de veículos e de seis para dez ensaios de motos por dia. Esses ensaios englobam controle de produção, homologações e consumo de combustível, além do desenvolvimento de sistemas e produtos. aboratório de Veículos L e Motores Os investimentos possibilitaram que o laboratório de motores recebesse duas novas bancadas dinamométricas

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de última geração, equipadas com sistemas avançados de processamentos de cálculos. Esses sistemas operam em rede com outros centros tecnológicos da Magneti Marelli Powertrain no mundo (Itália, França e China). Com as novas tecnologias, os laboratórios somam por ano 20 mil horas em ensaio de motores e 10 mil ensaios de emissões. Atualmente, a unidade atende às principais montadoras presentes no mercado brasileiro, além de outras empresas que certamente procurarão pelos serviços dos laboratórios da Magneti Marelli por conta da necessidade de redução nas emissões de poluentes.

O laboratório de motos também recebeu recursos e foi atualizado

Laboratório de Motos Referência em homologações e desenvolvimento de novas tecnologias na América Latina, o Laboratório de Motos realiza simulações e testes de emissões dos fabricantes de motocicletas BMW, Ducati, Harley Davidson, KTM, Kawasaki, Suzuki, Traxx, Triumph, entre outras. Está preparado para avaliações de altíssimo desempenho, com dinamômetro para velocidades de até 300 km/h, compatível com as mais modernas máquinas da atualidade.

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Pedro Bicudo

Negócios

Rede em franco

crescimento

Com gestão eficiente e aliança com a Fiat, Grupo Chrysler amplia o número de concessionárias em todo Brasil e ganha ainda mais espaço no mercado

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Divulgação

Luiz Tambor, diretor Comercial do Grupo Chrysler no Brasil

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cenário mudou para melhor no Grupo Chrysler. Desde que a Fiat assumiu o controle majoritário da empresa no Brasil, os avanços são perceptíveis. A gestão eficiente da atual diretoria somada ao trabalho de uma boa equipe fizeram toda a diferença nos resultados dos últimos anos e também no que já foi registrado em 2013. Só para ter uma ideia, até julho deste ano, 4.765 unidades foram comercializadas, alta de 5% sobre igual período de 2012. No exercício anterior, o total vendido chegou a 7.201 veículos, o que representa um crescimento de 31% em relação a 2011. Para este ano, a expectativa é alcançar dez mil emplacamentos até o final do ano. É o que espera Luiz Tambor, diretor Comercial do Grupo Chrysler no Brasil. Ele, que tem acompanhado de perto os movimentos da empresa e

do mercado, está bastante otimista com relação ao espaço que a marca ganhou e ainda tem a ganhar no Brasil. “O crescimento se mantém desde a compra pela Fiat. Tínhamos marcas fortes, mas pouco exploradas, o que se modificou. Agora, temos mais e melhores lançamentos. O mercado cresce e se sofistica e precisamos acompanhar as tendências, modificando o nosso mix”, ressalta. Segundo ele, em 2012, enquanto o mercado de veículos importados despencou 35% – entre as marcas premium houve queda de 19% – o Grupo Chrysler avançou. A participação na categoria subiu cinco pontos percentuais, chegando a 18%, consolidando a Chrysler entre as três primeiras do segmento de luxo. Outro número importante foi o aumento de 60% no total de concessionárias, que saltaram de 25 para 40 e deverão chegar a 50 no final de 2013. Para chegar nesse patamar e alçar voos mais altos, Tambor aposta em alguns pilares. O primeiro é produto e está atrelado aos lançamentos de veículos no Brasil. O objetivo é oferecer carros de alto padrão que já são vendidos nos Estados Unidos, principal mercado consumidor da marca. “Foram vários lançamentos em 2011 e 2012. Inclusive, tivemos o relançamento da Ram, que ficou dois anos sem ser comercializada no Brasil. No ano passado, tivemos uma alta demanda do veículo, que superou as expectativas”, destaca.

Já no início deste ano, chegaram ao mercado brasileiro dois utilitários-esportivos de luxo do Grupo: o Dodge Durango e a versão diesel do Jeep Grand Cherokee. O primeiro mostra como um veículo pode ser planejado para a família, já que tem sete lugares, e, ao mesmo tempo, satisfazer o motorista. No caso do Jeep, considerado o modelo mais luxuoso da marca, com motor a diesel, se mostrou mais econômico e menos poluente. “Essa ampliação da gama fez com que o Grupo Chrysler ganhasse espaço no mercado nacional e mostrou o quanto existia uma demanda reprimida”, avalia Tambor. O segundo pilar, de acordo com ele, é distribuição. Até 2012, os veículos da marca eram comercializados em lojas divididas com a Mercedes-Benz, o que precisou ser modificado. “Foi realizado um trabalho forte de convencimento dos concessionários do potencial das nossas marcas e separação total do show room da Mercedes. Com a separação, foi possível consolidar a expansão da marca. Saímos de 25 pontos de venda compartilhados para 42 próprios.” Agora, a estimativa é alcançar 100 pontos de venda exclusivos até 2015. Tambor destaca que o Grupo Chrysler não conseguiria crescer, anualmente, não fossem esses novos concessionários. “Não estávamos presentes em praças como São Luis, no Maranhão, e tínhamos pouca representatividade em capitais como Rio de Janeiro e São Paulo. A capilaridade foi muito importante e contribuiu para a identidade da marca.” Outro pilar importante para a empresa é o da excelência no atendimento ao cliente. Ligada à Mercedes-Benz, a Chrysler dependia da empresa alemã desde o planejamento logístico até a entrega de peças importadas. Hoje, isso não acontece mais e o Grupo consegue fazer venda e pós-venda ainda melhores. Conforme Tambor, existe uma gestão do pós-venda para oferecer ao cliente um atendimento de qualida-

de. Com isso, foi possível uma maior e melhor aproximação do consumidor. O último pilar é a comunicação. Ele ressalta que a empresa se aproximou consideravelmente da imprensa e passou a planejar melhor as ações de marketing. “Criamos eventos regionais e nacionais para facilitar o test drive e apresentar os veículos. Começamos a participar da Agrishow e estamos mais presentes em anúncios, promoções e eventos a com a rede.”

O Dodge Durango chegou ao Brasil no primeiro semestre deste ano trazendo mais conforto e eficiência

Aliança que deu certo O Grupo Chrysler foi formado em 2009 para estabelecer uma aliança global estratégica com a Fiat S.p.A. Hoje, a empresa italiana detém 58,5% do grupo dos Estados Unidos, com direito a elevar a participação para 75%, em um processo gradual de três anos, até julho de 2014. O Grupo produz veículos e produtos das marcas Chrysler, Jeep, Dodge, Ram, Mopar, SRT e Fiat. Com os recursos, tecnologia e rede mundial de distribuição necessários para competir em escala global, a aliança se desenvolve dentro da cultura de inovação do Grupo Chrysler. Segundo Luiz Tambor, a fusão com a Fiat foi um passo fundamental para que a Chrysler avançasse no mercado brasileiro. “A homologação do veículo, por exemplo, é feita com a Fiat. Com isso, ganhamos velocidade no processo. A eficiência, cultura e expertise da Fiat são passadas para o Grupo”, conclui.

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Finanças

Fiat Finanças completa 20 anos de operação A empresa presta serviços financeiros ao Grupo Fiat em toda a América Latina, por meio de um amplo cardápio de operações que assegura agilidade e as melhores taxas disponíveis

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Fotos Ignácio Costa

iat Finanças, a companhia encarregada de prover serviços financeiros a todas as demais empresas do Grupo Fiat Chrysler na América Latina, está completando 20 anos de operação e comemora a data com números que impressionam. Neste ano, vai movimentar mais de R$ 200 bilhões em operações que abrangem todas as atividades financeiras das empresas que

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integram um dos maiores grupos empresariais brasileiros. A empresa é responsável pela gestão centralizada da Tesouraria do Grupo Fiat no Brasil, por meio de um sistema de gestão de caixa unificado que permite a administração do fluxo de caixa de modo a facilitar a tomada de decisão em tempo real, buscando a maior rentabilidade e o menor custo dentro das condições mais com-

petitivas disponíveis nos mercados monetários e de capitais, nacionais ou internacionais. Gilson de Oliveira Carvalho, diretor-superintendente (CEO) de Fiat Finanças, explica que a empresa foi criada para aproveitar as sinergias do grupo no relacionamento com o mercado financeiro. Antes da adoção da gestão centralizada de Tesouraria, cada empresa do grupo negociava suas necessidades individualmente com os bancos. Como o grupo é formado por empresas de todos os portes, havia grande assimetrias entre as operações realizadas com os bancos, sobretudo quanto à qualidade das linhas de financiamento, suas taxas e gestão de serviços. “Surgimos para obter as melhores condições para todo o Grupo, oferecendo ganhos decorrentes da escala com que trabalhamos”, explica Gilson.

O modelo já tinha sido testado na Itália, sede do grupo, e chegou ao Brasil adaptado às características e legislação locais. A origem está ligada às operações de câmbio, que são em grande número e volume devido à grande carteira de importação e exportação. A centralização em Fiat Finanças permite a consolidação de fluxos ativos e passivos, de modo que se pague spread bancário apenas sobre a diferença líquida. Esta modalidade de operação, denominada netting, consiste em ir ao mercado e comprar e vender os dólares necessários às importações e exportações, arcando com custos bancários relativos apenas à diferença entre as entradas e saídas de moeda forte, o que representa uma grande economia. A prestação de serviços evoluiu para a Tesouraria das empresas, mas com uma diferença fundamental: na Itália, todo o dinheiro relativo ao grupo é diretamente tomado e aplicado por Fiat Finanças, que executa todas os pagamentos (cash pooling). No Brasil não é possível operar assim, devido à incidência de impostos sobre os fluxos financeiros. “Operamos por conta e ordem das empresas do grupo, mas cada sociedade contabiliza seus fluxos financeiros”, afirma Gilson. Atendendo às empresas na América Latina, Fiat Finanças também é responsável pela Tesouraria das três instituições financeiras que integram o grupo na região – os bancos Fidis e CNH, no Brasil, e Fiat Crédito Argentina, no país vizinho. A empresa tem sede em Nova Lima, Minas Gerais, e emprega 31 colaboradores no Brasil e 3 na Argentina. Sua equipe conta com mesas de operação similares às das grandes instituições financeiras, o que assegura velocidade operacional, mais segurança na tomada de decisão e maior sofisticação e complexidade dos serviços financeiro que podem ser oferecidos ao Grupo Fiat.

Gilson de Oliveira Carvalho, diretor-superintendente (CEO) de Fiat Finanças, com a equipe

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Lembrando Carlos Garrido Inovador e empreendedor, Carlos Garrido era um executivo de visão, o que lhe rendeu o Prêmio Equilibrista 2007 – Executivo de Finanças do Ano. Formado em Economia, com pós-graduação em Comércio Exterior, MBA em Finanças e PGA – FDC/INSEAD (França), começou sua carreira em 1983 no Banco Nacional do Norte (Banorte), trabalhando no departamento de investimentos da instituição financeira. Atuou no Grupo Fiat desde 1985, onde passou por várias posições na área Financeira, além de ter feito parte da equipe da Fiat Finance & Trade (UK Branch) e Fiat Geva (atual Fiat Finance) em Turim. Em 2004, tornou-se CEO da Fiat Finanças Brasil. Era vice-presidente do Banco Fidis S.A. e membro do Conselho da Casa Fiat de Cultura. Faleceu, prematuramente, em 2009, aos 46 anos.

Inspirando novos talentos

Ganhadores do 1º Prêmio Jovens Talentos Carlos Garrido Categoria Profissional:

Por Lilian Lobato

1º lulgar - Cristal David Mansur

Um exemplo de profissional na Fiat Finanças e grande nome do mercado financeiro, Carlos Antonio Dutra Garrido foi homenageado com a criação do Prêmio Jovens Talentos Carlos Garrido, realizado pelo Instituto Brasileiro de Executivos de Finanças (IBEF). A solenidade ocorreu em julho, na Fundação Dom Cabral. A premiação foi destinada aos profissionais e estudantes de nível superior, com até 35 anos, que apresentaram soluções inovadoras para auxiliar a gestão financeira das empresas. “A ideia de criar o prêmio em homenagem ao meu irmão comoveu muito a família. A premiação eterniza o nome dele e o torna sempre lembrado. Ele tinha o espírito jovem, era uma pessoa dinâmica e um profissional dedicado. Carlos merece esse reconhecimento”, afirma Marcelo Garrido. A mesma opinião tem Gilson de Oliveira Carvalho, diretor-superintendente (CEO) de Fiat Finanças, que atuou por muitos anos ao lado de Carlos Garrido. “A homenagem é justa. Quando pensamos em um nome para

2º Lugar - Patrícia Mendes Franco

a área de finanças, pensamos no Carlos. Esse título é o reconhecimento do mercado e fico muito feliz pela escolha. O time todo da Fiat Finanças se sente homenageado”, ressalta. Para participar dessa primeira edição do prêmio era preciso apresentar um artigo e ou monografia com temas voltados para a aplicabilidade, execução das funções da área financeira ou solução inovadora para tema da área de finanças. A premiação para o primeiro lugar da categoria profissional foi de R$ 5 mil e para a categoria estudantil, R$ 3 mil. Segundo Laurindo de Souza de Deus Filho, presidente do IBEF-MG, a primeira edição do prêmio superou as expectativas. “Recebemos mais de 50 trabalhos. Depois, escolhemos 25, até chegarmos aos vencedores. Nosso objetivo foi descobrir novos talentos, principalmente na área de finanças. A iniciativa teve o intuito de fazer um link entre acadêmicos e o meio empresarial. A segunda edição do prêmio já está assegurada”, afirma. Ele destaca que o nome do prêmio é

vinculado à juventude, empreendedorismo e visão, tudo o que o Carlos Garrido tinha, por isso ele foi um nome inspirador. “O seu desempenho foi comprovado em sua vida profissional. Jovem de talento, sempre em cargos de destaque.” Já para Carlos Alberto Teixeira Oliveira, presidente do Conselho Nacional do IBEF, a premiação é importante para despertar no jovem a visão da área de finanças de maneira integrada, bem como incentivar a pesquisa. “O prêmio revela talentos na área e temos o incentivo da Fiat. Para melhorar, o prêmio está muito bem representado por Carlos Garrido e é muito representativo para quem o recebe”, avalia.

Marcelo Garrido, irmão do homenageado

Carlos Alberto Teixeira, presidente do IBEF

3º lugar - Felipe Augusto Costa de Vilhena Categoria Estudante: 1º lugar - Danilo Alvares Diniz 2º lugar - Vinícius Melo de Araújo Rocha 3º lugar - Débora Patrícia de Souza

Divulgação

Finanças

As operações realizadas Fiat Finanças executa uma grande diversidade de operações e serviços, desde a Tesouraria, que assegura no dia a dia os recursos necessários ao funcionamento do grupo ao custo mais competitivo, até operações estruturadas de derivativos, utilizadas como hedge (seguro) para variação cambial e de taxa de juros . Entre as operações destacam-se: Trade finance, Gestão de fundos de pensão, Relações com instituições públicas, Relações bancárias, Investimentos, Gestão de riscos, Rating, Gestão de funding, Contratação de garantias, Reporting, Câmbio, Suporte com ercial, Legislação financeira, Derivativos, Emissão de CDB/CDI PF e PJ, Mercado interbancário, Sistemas de informação, Cash management, Mercado monetário, Cenário macroeconômico.

O homenageado Carlos Garrido

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Competição

Competição que qualifica Case Construction e seus concessionários criam o Rodeio Skid Case e, além de diversão e desafio, garantem treinamentos aos profissionais

Premiações Etapas Regionais 1º colocado (operador): TV de plasma 42 polegadas 2º colocado (operador): Aparelho de som 3º colocado (operador): Tablet

Etapa Nacional Premiação operadores 1º colocado: R$ 20.000,00 em barras de ouro 2º colocado: R$ 10.000,00 em barras de ouro 3º colocado: R$ 5.000,00 em barras de ouro

Fotos divulgação

As provas foram estudadas pela equipe de especialistas Case e testadas antes de serem validadas para a competição

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uitos são os rodeios promovidos em todo Brasil, que movimentam milhares de competidores. Não é tarefa fácil montar um cavalo ou um touro bravo, mas o desafio é de dar orgulho. Imagine, então, se no lugar dos animais fossem

colocadas máquinas minicarregadeiras e o operador tivesse que passar pelas provas criadas especialmente para ele? Seria um desafio e tanto, e foi o que fez a Case Construction e seus concessionários: criaram o Rodeio Skid Case, uma competição inédita que ainda qualifica os profissionais. O evento já é uma tradição da empresa nos Estados Unidos e na Europa e, diante do aquecimento do mercado nacional, foi planejado também no Brasil. “Decidimos trazer a competição para divulgar a nossa linha de máquinas compactas e estimular a qualificação profissional. Com o crescimento das vendas de máquinas no país, há uma demanda muito grande por mão de obra qualificada e, em muitas locais, dificuldade em encontrá-la. A competição é um estímulo a esses profissionais, ajuda a divulgar a profissão e também capacita efetivamente as pessoas”, avalia Carlos França, gerente de Marketing da Case Construction. O Rodeio Skid Case é dividido em sete etapas regionais, de acordo com a área de atuação das concessionárias Case, e uma nacional, que acontecerá em Sorocaba, em 14 de dezembro. Em cada etapa, os operadores participantes recebem um treinamento técnico gratuito e certificado dos especialistas da marca, bem como concorrem às fases classificatórias de cada etapa. Os vencedores de cada fase regional recebem prêmios e

Premiação dos clientes 1º colocado: Skid Case 2º colocado: Fiat Strada 3º colocado: Moto 125c

seguem para a etapa nacional, onde concorrerão a mais prêmios. Segundo França, as provas foram estudadas minunciosamente pela equipe de especialistas Case e exaustivamente testadas antes de serem validadas para a competição. Os testes averiguam o conhecimento e a habilidade técnica dos participantes. Todos os testes remetem ao esporte. Por exemplo, os competidores fazem cesta com o garfo pallet; gol com uma bolinha de tênis em uma minitrave; equilibram pinos de boliche, entre outros desafios.

Vale ressaltar que os operadores inscritos passam por um treinamento teórico e prático antes das provas. Os melhores (aproximadamente dez competidores) são selecionados para um treinamento mais aprimorado nos dois dias que antecedem a competição. “Um operador bem treinado, que conhece a máquina e o serviço, produz mais, melhor e sabe manter corretamente o seu instrumento de trabalho, resultando em maior durabilidade do equipamento e aumento da produtividade”, destaca o gerente de Marketing de Produto.

Um dos desafios do Rodeio Skid Case era equilibrar pinos de boliche

Vantagens em ter uma Skid Case A linha de minicarregadeiras Skid Case oferece máquinas que possuem vasta aplicação na construção, indústria e no agronegócio. São equipamentos portáteis, indicados para lugares com limitação de espaço, que oferecem alta produtividade e baixo custo operacional. Podem ser utilizadas com uma vasta gama de implementos, como caçamba, garfo palet, martelo hidráulico e vassoura. Ao todo, são sete modelos: cinco de levantamento radial (SR130, SR150, SR175, SR200 e SR250) e dois de levantamento vertical (SV185 e SV300), com carga operacional que vai de 590 kg a 1.360 kg e potência bruta de 46 hp a 90 hp.

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Cultura Studio Cerri

Emanuelle foi uma das ganhadoras da Maratona Cultural de 2012 e recebeu seu tablet

Na ponta da língua e do lápis Estudantes, filhos de colaboradores das empresas do Grupo Fiat, participam da 13ª edição da Maratona Cultural que, neste ano, terá formato de Minivestibular, tendo o meio ambiente como tema central Por Angelina Fontes

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oi dada a largada para os desafios propostos pela 13ª edição da Maratona Cultural, programa educacional criado pela Fundação Fiat, que retoma o formato de Minivestibular. Entre as características essenciais para que os estudantes inscritos conquistem o prêmio estão a boa escrita, o conhecimento da língua portuguesa e o bom relacionamento com os números. Além disso, ser um cidadão consciente em relação aos cuidados com o meio ambiente também contará pontos, uma vez que o tema do ano será “Compartilhando conhecimento, vamos curtir um planeta mais sustentável”. Neste ano, o fio condutor da Maratona é os ‘Sete saberes necessários à Educação no futuro’, proposto pelo

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sociólogo francês Edgar Morin. Essa proposta pensa a educação em um sentido mais amplo, impelindo a humanidade a estender o olhar para a educação ambiental, que representa hoje uma estratégia de sobrevivência inadiável para as comunidades. Nas últimas décadas, o mundo viveu um momento no qual as instituições devem se posicionar frente aos desafios que se apresentam à sociedade. A Maratona, ao trazer o tema meio ambiente, traduz a importância que as empresas Fiat atribuem à formação de cidadãos conscientes e que possam refletir sobre o tema sustentabilidade junto à família, escola e outros círculos sociais. O objetivo é gerar novas posturas e soluções voltadas para a preservação da flora e da fauna.

O retorno do Minivestibular Retomando o formato de Minivestibular presencial, conforme feito nas primeiras edições, o concurso vai contar com provas de português, matemática e redação, as quais serão realizadas no dia 3 de novembro, no campus do UNI-BH (Estoril), em Belo Horizonte. No caso dos participantes que não residem na Região Metropolitana de Belo Horizonte e em Sete Lagoas, as provas serão realizadas em suas cidades, em locais a serem definidos nos próximos meses. No entanto, as atividades vão além do Minivestibular. No site www.maratonacultural.com.br serão propostos três desafios on-line, entre os meses de agosto e outubro, todos relacionados ao tema, como pesquisa sobre os povos indígenas e sua relação com a natureza; plantio de mudas de árvores; e campanha em favor da proteção da fauna. Os inscritos poderão esperar por uma Maratona antenada com as novas tecnologias e realizada a partir de um tradicional instrumento de avaliação. “Trouxemos de volta o Minivestibular a pedido dos empregados, que veem nesse formato uma oportunidade interessante para os filhos reforçarem o conhecimento adquirido, tendo em vista as provas do final de ano, o Enem e o vestibular. Ao acrescentar as atividades on-line, ainda proporcionamos experiências práticas e o envolvimento da escola e da família, o que possibilita um aprendizado mais abrangente e integrador”, explica Elena Moreira, gerente de Entretenimento, Comunicação e Desenvolvimento Social da Fundação. Ela ressalta que, no site do projeto, os participantes terão acesso a conteúdos para estudos, atualizados periodicamente, e poderão acompanhar de perto o desempenho na maratona. Cada prova do Minivestibular valerá 100 pontos. Além disso, a realização das atividades on-line poderão garantir pontos extras para o participante. Ao final da Maratona Cultural, 60 tablets, paixão da garotada adepta do mundo

virtual, serão entregues como prêmios para os alunos que terminarem em primeiro e segundo lugares de cada ano escolar, provenientes de escolas públicas e particulares, e em primeiro lugar na categoria redação de cada série. O resultado será divulgado no dia 20 de novembro. Além das salas de aula Criado em 2001, com o objetivo de valorizar a educação e incentivar os filhos dos colaboradores das empresas Fiat a se dedicarem, cada vez mais, aos estudos, a Maratona é voltada a estudantes matriculados no Ensino Fundamental (1º ao 9º ano) e no Ensino Médio (1º ao 3º ano). O programa promove a continuidade dos estudos fora da sala de aula, além de permitir o envolvimento dos pais na vida escolar dos filhos. Desde a primeira edição, o projeto já contou com a participação de mais de 35 mil estudantes e teve diferentes formatos e temas, como minivestibulares, concurso cultural, projetos e redações. Um retrato da 12ª edição No ano passado, 2.067 estudantes se inscreveram para a 12ª Maratona Cultural. Entre eles, 72 estudantes, filhos de colaboradores das empresas do Grupo Fiat, receberam o tablet como prêmio e, para comemorar a vitória, ganharam uma festa em casa, com a presença de familiares e amigos. A última edição foi marcada por uma novidade: a utilização das plataformas virtuais para a realização das atividades. A ideia era aproximar os participantes das modernas ferramentas de ensino. Dessa forma, eles puderam tanto se preparar quanto fazer as provas por meio do portal. Para complementar, os estudantes tiveram duas atividades extras: análise crítica de uma propaganda e o desenvolvimento de uma ação de intervenção social que impactasse positivamente no cotidiano da comunidade.

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cultura

A brasilidade revelada pelas lentes italianas Festival de Cultura e Arte Brasileira na Itália, realizado pela Casa Fiat de Cultura e pela Embaixada do Brasil em Roma, apresenta em seu encerramento a essência da arquitetura brasileira pelo olhar e talento de um dos grandes fotógrafos italianos, o artista Massimo Listri

M Fotos Massimo Listri

ostrar o Brasil sob uma nova perspectiva, valorizando sua arte, sua musicalidade e a sofisticação de sua estética. Foi assim que o Festival de Cultura e Arte Brasileira na Itália, ao longo de seus dois anos, revelou ao público europeu um Brasil contemporâneo, capaz de traduzir em várias linguagens sua história, seu talento e sua diversidade cultural.

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Uma realização da Casa Fiat de Cultura, em parceria com o Ministério da Cultura e a Embaixada do Brasil em Roma e patrocínio Fiat, o Festival levou ao público italiano 16 atrações que deram um panorama da música instrumental erudita ao design, das artes plásticas às artes cênicas. Milhares de pessoas participaram da abrangente programação e puderam apreciar um Brasil além do óbvio.

Palácio da Libertade, em Belo Horizonte (MG)

E nada melhor para celebrar a última apresentação do programa que unir a arte da fotografia e arquitetura para mostrar a multiculturalidade e as estéticas que incidiram sobre o país ao longo de sua história. Entre os dias 15 e 22 de setembro, a mostra “Brasile” apresentou aos visitantes 20 imagens capturadas pelo principal fotógrafo de arquitetura da Itália, Massimo Listri. Trata-se de uma ótica inesperada de cenários, formas e cores extraída de construções marcantes de quatro importantes estados: Minas Gerais, São Paulo, Rio de Janeiro e o Distrito Federal . A mostra marcou as comemorações realizadas pela Embaixada do Brasil em Roma para o dia da Independência do Brasil. A Galleria Cortona do Palazzo Pamphilj – sede da Embaixada – recebeu, no dia 6 de setembro, quatro grandes reproduções das imagens do artista, que anteciparam o que o público italiano viria nos próximos dias. Principal palco das comemorações, foi a sala expositiva Auditorium Parco della Musica, na capital italiana, que sediou os oito dias da mostra de Listri.

“Ao contemplar fotografias de belas obras arquitetônicas erigidas em quatro metrópoles brasileiras, percebemo-nos numa espécie de viagem aos princípios estéticos fundadores do país. Trata-se de complexa e fascinante narrativa – no caso, referente ‘aos discursos’ da arquitetura –, na qual se interligam, de modo único, os ideais europeus e os auspícios da brasilidade”, ressalta José Eduardo de Lima Pereira, presidente da Casa Fiat de Cultura. Com perfeição técnica e formal, Massimo Listri capturou a essência da diversidade brasileira, espelhada nos traços arquitetônicos das construções do país. Do barroco ao moderno, aparecem contradições, contrastes e estilos, vozes aparentemente irreconciliáveis, que podem fugir ao olhar brasileiro, mas que acabam compreendidas por Listri, que passeia livremente por esses cenários. Para o Embaixador do Brasil na Itália, Ricardo Neiva Tavares, Listri capturou com muita maestria a beleza e a diversidade da arquitetura brasileira. “Estou seguro que o público italiano, já habituado à beleza natural

Auditorium Ibirapuera Oscar Niemeyer, em São Paulo

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cultura Catedral Metropolitana Nossa Senhora Aparecida, em Brasília

Igreja de Nossa Senhora do Bonsucesso, na capital mineira

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do Brasil, se surpreendeu pelo fascínio da geometria das nossas grandes cidades”, destacou. A mostra é uma trama que se desenrola, sempre de acordo com a visão particular do fotógrafo, por meio de uma pesquisa, primeiramente, espacial e volumétrica, que encontra respiro no tecido arquitetônico brasileiro. São espaços, tais como retratos, alta-

mente caracterizados, compreendidos e analisados em sua história, ricos em detalhes que reconstroem ambientes. A exposição revela espaços inevitavelmente vastos ou enormes, ora opulentos e hipercromáticos, com tons brilhantes, dourados, suntuosos, como o Real Gabinete Português de Leitura, no Rio de Janeiro. Ainda há estruturas ricas e charmosas, a exemplo do Palácio da Liberdade, em Minas Gerais, onde também está a igreja de Nossa Senhora do Bonsucesso. O Brasil, no entanto, surpreende e as cidades brasileiras são também marcadas por construções modernas, nascidas sob o signo de um racionalismo poético e indescritível, que, mesmo no coração do país, culminou no sonho urbano de Brasília. Mais um passo e o visitante é ofuscado pelo brilho solene da Igreja da Nossa Senhora da Candelária, no Rio de Janeiro, onde a luz desenfreada do sol invade harmoniosamente os arcos e as cúpulas. Ainda na capital carioca, a influência europeia, precisamente vitoriana, encontra terreno no prédio da Estação Leopoldina.

Com ornamentos Art Nouveau – apesar de também citado pelas características do estilo Segundo Império –, o Theatro Municipal do Rio de Janeiro surge marmóreo e opulento, em contraste à arquitetura industrial de tijolos e cimento da Casa das Caldeiras, localizada em São Paulo. Para completar, destaque para a veia projetual de Oscar Niemeyer no Auditório do Ibirapuera, na capital paulista. A arquitetura que Massimo Listri busca não é somente a consagrada, reconhecida e luxuosa. “Meu estilo é bastante enxuto. Busco registrar os espaços quase metafisicamente”, explica. Na realidade, diante de suas fotos, percebe-se a preocupação do artista em registrar a essência das formas dos espaços. “Os jornalistas e críticos dizem que tenho a arte de fotografar os espaços vazios”, ressalta. Em geral, ele faz grandes ampliações das imagens e as exibe no ambiente de galerias e museus de arte. “Não vejo minhas fotos de maneira ilustrativa. Mas, sim, como obras de arte. Minha frustração ocorre quando as

vejo em livros, porque a situação de reprodução é adversa.” O italiano Massimo Listri é hoje considerado um dos mais importantes fotógrafos de arquitetura da Europa. Seu trabalho tem sido apresentado nos principais museus do mundo, em mostras individuais e coletivas. Para os próximos dois anos, Listri prepara importantes exposições em espaços como Museu Vaticano, em Roma, Museu do Prado, em Madri, e Hermitage, em São Petersburgo. O fotógrafo também é colaborador da revista AD e de diversas publicações estrangeiras, a exemplo de Connaissance des Arts, Beaux Arts e L›Oeil. Listri já publicou mais de 50 livros, entre os quais, L›India dei Rajah (1984), Ville toscane (1993), Le dimore del gênio (1996), Ville e Palazzi di Roma (1998), Il Fascino del Museo (1999), Napoli segreta (2002), Giardini in Toscana (2005) e Versailles (2006). Entre as últimas publicações, destaque para Casa Mundi (2008) e Oriental Interiors (2009).

Real Gabinete Português de Leitura, no Rio de Janeiro

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notas

Retroescavadeira da New Holland na Argentina A retroescavadeira da New Holland Construction foi escolhida pela Força Aérea Argentina (FAA) para atuar nas obras de infraestrutura planejadas para a Base Marambio, na Antártica. São tarefas que tem o objetivo de reconstruir a base de um hangar e construir novas bases para helicópteros na zona. Além de ser adequada para remover a plataforma antiga e ancorar a nova estrutura, a máquina possui o peso e altura exigidos para o transporte pelo avião Hércules, que faz o trajeto até a Antártica. Antes da viagem, o equipamento passou por uma adequação técnica que trocou todos os fluidos por fluidos sintéticos especiais, e também recebeu uma resistência dentro do bloco de motor para aquecer o líquido refrigerante antes da partida. Esses ajustes técnicos, que aprontaram o equipamento para atuar em ambientes de frio extremo, foram realizados junto com a Covema, concessionária da New Holland Construction que entregou a retroescavadeira para a FAA e treinou os operadores responsáveis pelo funcionamento do equipamento.

João Barone tem novo Jeep® Wrangler Unlimited

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Felipe Panfili

O baterista do Paralamas do Sucesso e embaixador da Jeep recebeu do Chrysler Group do Brasil, por empréstimo, um exemplar do modelo mais icônico da marca. A entrega foi feita em agosto, na Dinisa, em Niterói (RJ), uma das novas concessionárias que exibem o padrão visual Millenium, lançado no país em 2012. Colecionador e entusiasta, Barone é dono de três Jeep MB, o patriarca da família Jeep, dos três primeiros anos de fabricação, 1941, 1942 e 1943. Sem falar de um utilitário Dodge Carryall 1942. Este ano, por sinal, abre o título de seu recém-lançado segundo livro: “1942: O Brasil e sua guerra quase desconhecida”, da editora Nova Fronteira, no qual relata curiosidades sobre a participação dos brasileiros na Segunda Guerra Mundial. A primeira incursão literária de Barone, “A minha Segunda Guerra”, de 2008, foi baseado na participação do baterista na comemoração dos 60 anos do Dia D, na Normandia (França), em 2004, com seu Jeep 1942, apelidado de “Giselle”. A experiência também se transformou em um documentário - “Um Brasileiro no Dia D”, de 2006.

Errata Mundo Fiat 122

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A Fiat participou, por meio da Eurocar, importador da marca no Paraguai, da Expo Rueda 2013, realizada no Paraguai. O evento internacional de negócios é um dos mais importantes do país e reúne empresas de várias partes do mundo.

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Já estão abertas as inscrições para o concurso cultural “Adesive uma Case”, promovido pela marca de equipamentos de construção Case Construction, da Fiat Industrial, por meio da sua publicação voltada para o público infanto-juvenil, a revista Case Teen. Crianças de 7 a 12 anos de idade – de qualquer lugar do Brasil – estão convidadas a fazer uma ilustração no estilo sticker bomb, inscrevê-la no site www. casece.com.br/caseteen, concorrer a prêmios e ter a sua criação impressa em um dos sete modelos de minicarregadeira Skid Case. As inscrições vão até o dia 13 de dezembro de 2013. A criação do sticker bomb pode ser feita à mão, com lápis, pinturas ou colagens, ou utilizando recursos digitais. A arte deve conter pelo menos uma das imagens disponibilizadas para download no site do concurso e ser original.

Diferentemente do que foi publicado na edição 122 da revista Mundo Fiat, o título da matéria da página 26 é: “Cleodes Maria Piazza, a orgulhosa descendente do primeiro imigrante”. Oliviero Pluviano

Adesive uma Case

Expo Rueda 2013

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raio-X DO GRUPO FIAT NO BRASIL

fiat spa MONTADORAS

componentes

serviços

Fiat Revi www.fiat.com.br Fiat Automóveis www.magnetimarelli.com Magneti Marelli

Raio-X do Grupo Fiat no Brasil

Fiat Services

sistemas de produção Fides Corretagens de Seguros

www.teksid.com.br Teksid do Brasil www.isvor.com.br Isvor Instituto para o Desenvolvimento Organizacional

www.comau.com.br Comau do Brasil

serviços financeiros

Fiat Finanças

Banco Fidis

CNH Industrial Empresa: Fiat do Brasil S.A. A Fiat do Brasil S.A., constituída em 1947, é a empresa mais antiga do Grupo Fiat no Brasil. É a representante, no país, da holding Fiat SpA e presta serviços em suas diversas áreas de atuação à Fiat Industrial SpA. A Fiat do Brasil S.A. tem a função de representação institucional perante as autoridades governamentais, comunicação corporativa, auditoria interna, treinamento, contabilidade, normatização e gestão das áreas fiscal e tributária, metodologia, folha de pagamento e outras atividades de suporte às operações do Grupo, prestando serviços a 19 empresas, divisões, associações e fundações.

MONTADORAS

componentes

serviços financeiros

www.fptpowertrain.com FPT – Powertrain Technologies (Mercosul)

Banco CNH Capital

www.cnh.com Case New Holland (CNH)

www.iveco.com.br Iveco Latin America

cultura

educação

assistência social

www.casafiatdecultura.com.br Casa Fiat de Cultura

www.fundacaotorino.com.br Fundação Torino

www.fundacaofiat.com.br Fundação Fiat

Localização: tem plantas industriais nos estados de Minas Gerais, Paraná e São Paulo. Presidente: Cledorvino Belini

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memória

Fazendo história Poucos sabem, mas o conceito de versatilidade da picape Strada nasceu do Fiat 147 Furgão, o primeiro veículo brasileiro a mesclar carga e passageiro

Por Ricardo Dilser

A

o Furgão era dirigido a frotistas que buscavam um veículo de baixo consumo, versatilidade e preço acessível. No lugar dos vidros laterais e traseiro, chapas de aço compunham a carroceria e, no espaço antes dedicado a passageiros, o 147 Furgão levava carga. Esse trinômio versatilidade/ baixo custo/preço acessível foi estendido ao 147 Pickup (que nasceria no ano seguinte, em 1978), e que daria origem ao segmento de picapes pequenas e derivadas de automóvel de passeio. Entre 1978 e 1988, a Fiat iria comercializar quase 90 mil 147 Pickup, dando inicio à trajetória de sucesso da Strada atual. Divulgação

picape Strada, um dos carros de maior sucesso da gama Fiat e que sozinha vende mais do que toda a concorrência junta, é fruto da ousadia da marca. Mas não só isso: ela também é o resultado da intuição da equipe de Produto, da ousadia da Engenharia e da força do time da Comercial. O que poucos sabem (e alguns nem concordam, mas é fato!), é que o conceito de versatilidade que a Strada carrega em seu DNA nasceu em 1977, em um parente distante. O Fiat 147 Furgão foi o primeiro veículo brasileiro a mesclar carga e passageiro no segmento de entrada. Derivado da versão básica do 147,

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