Revista Volare

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R$ 24,00

ano I | edição I


Benvenuto!

A sociedade enraizou a ideia de que a vida perde seu sentido depois de uma certa idade, quando nos tornamos mais dependentes e, temos que permanecer sempre no mesmo lugar. A volare pensa de um jeito diferente. Para nós, a velhice não está na idade, mas na mentalidade das pessoas. A todo momento temos a possibilidade de nos reinventar, buscar nossa liberdade e felicidade. Como exemplo dessa postura, em nossa matéria principal – Senior Nomads – trazemos a história do casal Debbie e Michael Campbell, que decidiu passar sua aposentadoria viajando por diversos países e morando em diferentes Airbnbs. Também entrevistamos o renomado fotógrafo brasileiro Sebastião Salgado, que aos 73 anos continua capturando imagens impressionantes e recentemente realizou o projeto Genesis, no qual fotografou a natureza em diferentes partes do globo pelo olhar da evolução. A volare apresenta também os melhores destinos de viagem para experiências diversas, desde praias paradisíacas em Portugal, até cidades asiáticas repletas de história. Em meio às seções, trazemos reflexões sobre a vida e o envelhecimento com a colunista Mirian Goldenberg, dicas de viagem com a Consuelo Blocker e outros assuntos variados como saúde e relacionamento após os 50. Aproveite a leitura e se permita voar!

Expediente ESCOLA SUPERIOR DE PROPAGANDA E MARKETING Curso de Graduação em Design com Habilitação em Comunicação Visual e Ênfase em Marketing Projeto Integrado do 3º semestre Projeto III (Cultura e Informação) Profº Marise de Chirico Comunicação e Linguagem II Profª. Regina Ferreira da Silva Marketing II Giancarlo Ricciardi Produção Gráfica Mara Martha Cor e Percepção Paula Csillag Projeto Gráfico e Editorial Ana Flávia de Oliveira Caio Portugal Ligia Camolesi Guimarães Pedro Ravara Sara de Almeida Girardi

volare

Ligia Camolesi Pedro Ravara

Ana Flávia de Oliveira Sara Girardi Caio Portugal

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75 Getty Images

58 Nessa edição

Editorial 2 Bate-Volta 6 Leitor 8 Eles foram 10 Divirta-se 14 Conversa 16 e 88 Conecte-se 18 Se cuida 28 Nós 30 Inspiradores 90 Para Você 92 Parole in Libertá 96

Senior Nomads 20 O casal que decidiu passar sua aposentadoria viajando o mundo

Yosemite 34 Este parque é um paraíso para os amantes da natureza

Os novos cinquenta 42 Os protagonistas de mudanças de comportamento do nosso tempo

Bento Gonçalves 50 Um pedacinho da Itália no Brasil que você precisa conhecer

Berlim Cultural 58 Berlim oferece inúmeras opções de museus para os viajantes culturais

Entrevista com Sebastião Salgado 68 Saiba mais sobre o criador de Gênesis

Paraíso em Portugal 75 Conheça a região de Algarve, com suas praias espetaculares

Os melhores destinos asiáticos 80 Dez experiências incríveis em diferentes países da Ásia

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Colaboradores Consuelo Blocker Blogueira, ligada em moda, viagens e tendências. Suas paixões são seus filhos, Allegra e Cosimo. Mora em Florença mas está sempre viajando para outras partes do mundo, principalmente pela Europa e Brasil.

Grant Ordelheide Tendo crescido na região das montanhas do Colorado, seu amor pela natureza precedeu seu amor pela fotografia. Hoje passa todo o tempo possível fotografando, fazendo caminhadas, mochilões e snowboard.

Mirian Goldenberg É doutora em Antropologia Social pelo Programa de Pós-Graduação da UFRJ. Colunista da Folha de São Paulo, também é autora do livro Coroas: corpo, envelhecimento, casamento e infidelidade.

Ligia Camolesi Apaixonada por desenho desde criança, seguiu a carreira em design gráfico, mas também atua como ilustradora. Adora ler, criar histórias e pintar com aquarela. Sonha em um dia ilustrar livros infantis.

Ana Santos Desde que se conhece por gente, viagens e fotografia fazem parte do seu mundo. Há 10 anos, felizes mudanças fizeram as suas duas paixões passarem a ter um papel principal em sua vida.

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Bate-Volta

Viagens partindo de São Paulo Ideal para quem deseja sair um pouco da capital e ter um fim de semana diferente

2 1 1. Boituva

quilômetros de São Paulo radical: a capital do paraquedismo possui um centro para a prática do esporte com infraestrutura completa, de instrutores habilitados. Saiba mais: www.paraquedismoboituva.com.br balão: passeios de balão proporcionam uma vista incrível das paisagens da região e dura cerca de 40 minutos. É necessário agendar com a empresa Passeio de Balão. Saiba mais: www.balonismoboituva.com.br distância: 100

2. Águas de São Pedro

180 quilômetros de São Paulo estâncias e águas: conheça as fontes Gioconda, Juventude e Almeida Salles, famosas por suas propriedades terapêuticas. Saiba mais: www.aguasdesaopedro.sp.gov.br parque: Parque das Águas, com 64 mil metros quadrados de jardins, gramados, pistas de corrida, skate e ciclovia. Não deixe de visitar o parque aquático Thermas Water Park. Saiba mais: www.thermas.com.br distância:

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3 3. Campos do Jordão

quilômetros de São Paulo fique em aconchegantes chalés e restaurantes que servem de fondues a pratos com trutas, peixe mais famoso da serra. música: programação extensa de música clássica do Festival Internacional de Inverno. Saiba mais: www.festivalcamposdojordao.org.br aventura: atividades como tirolesa, patinação no gelo e passeio a cavalo. Saiba mais: www.aventuranorancho.com.br distância: 167

frio:

4. Embu das Artes

distância: 30 quilômetros de São Paulo

celeiro de pintores, músicos, escultores, e poetas, abriga uma famosa feira de arte e artesanato que reúne mais de 450 expositores, com produtos de couro e tecido, pinturas e esculturas. verde: conta com grandes feiras de hortifrutigranjeiros, flores e plantas ornamentais. histórico: lojas de móveis rústicos, antiquários, ateliês no centro histórico. Saiba mais: cidadeembudasartes.sp.gov.br arte:


4 6 7 5 5. Juquitiba distância: 75

quilômetros de São Paulo aventura: referência em esportes de aventura no estado de São Paulo, o destino atrai interessados em praticar tirolesa, arvorismo, canoagem e rapel, atividades que custam de R$ 20 a R$ 150 por pessoa, realizadas em áreas preservadas da Mata Atlântica, o destaque é o rafting no Rio Juquiá, com suas corredeiras e quedas. Antes de ir, reserve o passeio com uma agência. Saiba mais: www.canoar.com.br

6. Paranapiacaba

71 quilômetros de São Paulo festival: promove um Festival de Inverno, com shows musicais e gastronomia, que costuma ocorrer anualmente no mês de julho. histórico: a vila ferroviária construída no século 19 reúne atrações turísticas como o Museu Castelinho, o Clube União Lyra Serrano e o Museu Funicular do Trem e uma réplica do relógio londrino Big Ben. Saiba mais: www.paranapiacabaecotur.com distância:

8 7. São Roque distância: 60

quilômetros de São Paulo

vinho: muitas vinícolas com boa infraestrutura

para receber turistas, com restaurantes e visitas ao setor de produção da bebida. Saba mais: www.roteirodovinho.com.br histórico: visite a Capela de Santo Antônio e a Casa Grande do Capitão Fernão Paes de Barros. radical: esqui e snowboard podem ser praticados no Ski Mountain Park. Saiba mais: www.skipark.com.br

8. Santos distância: 72

quilômetros de São Paulo

histórico: em uma das cidades mais antigas do

país, perambule pelas ruas do centro histórico, a pé ou de bonde, cujo passeio de 15 minutos leva às principais atrações. cultural: conheça ainda o Aquário Municipal, o Museu do Porto e a Bolsa Oficial de Café. praia: se sentir falta da brisa do mar, programe uma caminhada pela orla. Saiba mais: www.turismosantos.com.br 7


Leitor

Galeria de fotos do leitor Toda edição nós selecionamos as melhores fotos dos nossos leitores. Mande a sua!

Eliane e Oscar Couto, Peru Carmen Bozzini, Sul da Itália

Lygia Pinto e Augusto Cesar, Oeste do Canadá Suzana Grunspun, Oeste do Canadá

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Alessandra Aranha, Cruzeiro na AmazĂ´nia

Maria Darcy, Chade

Ney e Sue Castro, Cruzeiro fluvial pelo Reno

Eduardo Corigliano, Cruzeiro Fluvial Provence

Wilson Montagna, Sul da ItĂĄlia

Mande suas fotos Para ser publicado aqui, mande sua foto para: revistavolare@viagens.com

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Eles foram

Lago Morskie Oko Um lugar onde a natureza não precisa da mão humana para ser perfeita. Ela é perfeita por natureza POR: ANA SANTOS | FOTOS: ANA SANTOS

Lago Morskie Oko, Polônia

Ando a viajar pela Polônia. Já visitei cidades antigas, subi ao alto de montanhas com paisagens de cortar a respiração, visitei um lugar aterrorizador e hoje vou conhecer o maior lago de montanha dos Tatras: o Lago Morskie Oko. Os Tatras, que são o setor mais alto dos Cárpatos, formam uma cordilheira na fronteira da Polônia com a Eslováquia. Os maiores lagos destas montanhas situam-se no lado polaco. Chego de manhã bem cedo ao Parque Nacional dos Tatras. Não são permitidos veículos motorizados dentro do parque. Deixo o carro no parque de estacionamento e tenho duas opções para percorrer os dez quilômetros que me 10

distanciam do lago: vou a pé ou apanho uma carroça puxada por dois cavalos. É claro que opto pela segunda. À minha espera está o cocheiro envergando as vestes típicas dos montanheiros daquela zona. Subo para a carroça. O percurso é sempre a subir, serpenteando pelo meio da floresta e com o nevoeiro a acompanhar-nos, o que dá um ar místico à paisagem. A certa altura começo a ter pena dos cavalos. É que sempre são dez quilômetros a subir a montanha e a puxarem uma carroça com 13 pessoas lá dentro. Mas a meio do caminho o cocheiro para junto a um riacho, dá água a beber aos cavalos, molha-os e escova-


-lhes o pelo. Fico mais tranquila. Pelo menos os cavalos são bem tratados. Desde o lugar onde termina a viagem de carroça até ao lago ainda são uns 20 minutos a pé. Começo a subir ansiosa para chegar ao destino. Pelo caminho vou-me deslumbrando com tão idílica paisagem. Olho para a esquerda e ouço o barulho de água, o som dum riacho que acompanha a trilha mas não se deixa ver. De repente enxergo um clareira delimitada pelo tal riacho e com o nevoeiro como pano de fundo. Vejo ao longe um ponto castanho a mover-se. Como não consigo identificar, aproximo-me. É uma corça! E escondido atrás dela está o seu filhote. Desvio o olhar um pouco para o lado e vejo outra cria e a sua mãe. Os filhotes aproximam-se, olham-se nos olhos, e começam a correr um atrás do outro. E ali ficam a correr perante o olhar atento das suas mães. Estou encantada! Mas o lago espera por mim. Sigo com o pensamento naquele cenário que mais parecia saído dum conto de fadas. Por fim chego ao lago. O nevoeiro está muito baixo. Fico ali parada a olhar para o infinito. Passado uns minutos o nevoeiro começa a levantar. Arregalo os olhos perante tal visão. À minha frente tenho um lago enorme, rodeado de montanhas. Que imagem linda!

Descubro um trilho que contorna o lago. Ponho pés ao caminho e cá vou eu, por entre árvores e arbustos, ouvindo o silêncio da floresta e com o Lago Morskie Oko como companheiro. No meio do caminho encontro uma placa, com a indicação de outro lago a 30 minutos de distância. Sigo o conselho daquele pedaço de madeira e faço o desvio. Ao fim de 45 minutos de caminhada (e não 30 como estava indicado), de um percurso difícil, irregular e muito íngreme, chego finalmente ao segundo lago com as pernas a tremer de cansaço. Mas valeu o esforço. Apesar de ser um lago menor, a sua beleza é grandiosa. Sento-me numa pedra a contemplar a vista e a descansar. O nevoeiro envolvia parte da paisagem, ora descobrindo o lago, ora voltando a cobri-lo como se o acariciasse. À minha frente desliza um pato sobre a água tranquila em perfeita harmonia com a natureza. Sinto-me em paz. Ao chegar ao local de onde havia começado minha caminhada, me sento na carroça e vão passando na minha cabeça todos os cenários desta beleza tão grande em estado puro, talvez como se se tratasse de um filme. Não me dou conta de que a viagem termina. Saio da carroça e penso: a Natureza não precisa da mão humana para ser perfeita. Ela é perfeita por natureza.

Família de cervos na clareira

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Divirta-se

Cultura e Entretenimento Separamos especialmente para você muitas opções divertidíssimas de filmes, música e eventos. Confira!

Comida, Diversão e Arte

Lazer e interação para o público 50+ são os pilares do projeto Comida, Diversão e Arte, lançado no dia 25 de abril na Cidade das Artes, no Rio de Janeiro. Com longa duração, de abril a novembro, todas as terças, quartas e quintas-feiras o espaço receberá atividades gratuitas das 16h às 18h. Nas terças-feiras o tempero gastronômico será a temática, nas quartas as tardes são de diversão e às quintas-feiras é a arte que tem vez. A cada semana as atrações futuras serão divulgadas, mas as promessas são as oficinas, bate-papos, aulas de dança, sessões de filmes, entre outras muitas atividades. Quem visitou a Cidade das Artes no lançamento do projeto descobriu os segredos da feijoada da Tia Surica, fez aulas de dança com o professor Everson Costa e conversou sobre televisão, cinema, teatro e muito mais com a atriz Betty Faria. Essa é uma experiência da qual, com certeza, vale a pena participar!

Jane Fonda e Lily Tomlin como Grace e Frankie

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Poster do evento Comida Diversão & Arte

Grace & Frankie

Para assistir à série lançada pela Netflix damos uma dica: não se aborreça com os estereótipos da velhice, nem com a sua tendência à humorização. E esqueça o politicamente correto. Com protagonistas maduras, a história conta a vida de Grace (Jane Fonda) e Frankie (Lily Tomlin) a partir do momento em que são abandonadas por seus respectivos maridos, amigos de longa data, e recém-assumidos gays. Os advogados Sol (Sam Waterston), ex de Frankie, e Robert (Martin Sheen), ex de Grace, assumem um relacionamento e para se recuperarem do golpe emocional as ex-mulheres se aproximam vivendo situações hilárias. Para quem ainda não viu, a série está disponível na Netflix até a quarta temporada. Com certeza você vai dar muitas risadas!


Divulgação

Cena do filme O centenário que fugiu pela janela e dapareceu

Sarau Poético Musical

A cantora, pesquisadora e regente Dani Mattos, com seu grupo vocal Poucas e Boas, realiza no dia 7 de outubro, sábado, às 17h30, uma homenagem ao poeta Vinícius de Moraes no Espaço Mário Chamie (Praça das Bibliotecas), em São Paulo. O espetáculo interativo reúne música, poesia, literatura e tem entrada franca. O sarau Vinícius, o poeta amador integra as comemorações de 70 anos da Biblioteca Louis Braille. Falas de Drummond, Manoel Bandeira e seus inúmeros parceiros musicais enriquecem o espetáculo. “O intuito do espetáculo é dar profundidade à figura desse poeta que foi muito atuante no cenário artístico brasileiro, e fazer um apanhado de sua extensa produção”, salienta a pesquisadora, cantora e regente Dani Mattos.

O centenário que fugiu pela janela

Chegar aos cem anos, de fato, diverge opiniões: há quem tema a idade, há quem a anseie. Para Allan Karlsson foi um pulo. Na realidade um pulo pela janela do asilo em que vivia para celebrar a vida de uma nova maneira: através de uma roadtrip pela Suécia. Inicialmente planejado para descrever o século XX de uma maneira humorística, no entanto ainda assim ressaltando as lacunas da humanidade, o escritor Jonas Jonasson

buscou um personagem capaz de se comportar como um guia através do século e com idade suficiente para cobri-lo. O que o autor não imaginava é que durante a escrita “acabaria por conhecer Allan melhor e, no fim, o personagem se tornaria o centro da história, não o século”, conta. Com doses de risadas intercaladas por flashbacks com personagens históricos, o leitor acompanha o excêntrico viajante por sua corrida frenética – vestido de pijamas – pela Suécia.

Rita Lee – Uma autobiografia

Desconfiada sobre colocar a vida nas mãos de outra pessoa, Rita Lee se descobriu escritora e conta que fez as pazes com seu passado através da publicação de sua autobiografia. Com detalhes que aproximam o leitor da sua infância e não poupam eventos traumáticos, a leitura alcança a criação dos maiores sucessos da cantora como Ovelha Negra e Lança Perfume. Hoje com 69 anos não é difícil enxergar em Rita e nas páginas escritas a mistura entre a roqueira que viveu as mais loucas bad trips e a avó coruja, mas a purificação vem acompanhada de tiradas que só podem ser dela: “com tudo o que eu tomei, é um milagre eu lembrar de alguma coisa”, diz. “Escrever de próprio punho é coisa de quem, como eu, não se importa de perder o que resta de sua pouca reputação.” 15


Conversa

Coluna da Consuelo POR: CONSUELO BLOCKER | ILUSTRAÇÃO: LIGIA CAMOLESI

Quanto mais vivo, mais tenho certeza que a Crostini de fígado Toscano comida italiana é a melhor do mundo! A sim- O meu absoluto favorito é do Teatro del Sale. plicidade das receitas exalta os ingredientes que Acho que eles colocam um pouco de vinho Masão obras de arte. Você não experimentou um deira… hmm! Fica mais docinho! Dá para comtomato ou pêssego se não o fez durante o verão prar vidros e levar para casa também. Mas não italiano. Tudo tem como base azeite, muito to- tem conservante então você precisa comer logo. mate e alho e isso dá alma aos pratos! Teatro del Sale: Uma combinação supimpa!! Como moro em Florença, vou falar das es- Buffet delicioso das 7:30 às 9 em um ambiente pecialidades desta cidade e onde se encontra onde pode-se comer em uma mesa ou em um sofá a sua melhor interpretação! Venham comigo com mesinha. Às 9 em ponto tiram todas as mesas, desvendar os pratos típicos de Florença! e tem um espetáculo de comédia ou música. 16


Bistecca alla Fiorentina

apesar de ter turistas, é um dos favoritos dos locais que entendem de comida! Tudo é maravilhoso. Procurem no menu os pratos que estão de estação. Preços: 40-50 € por pessoa sem vinho.

É um corte de carne parecido com o T-bone steak e vem da raça Chianina, típica da região Toscana. A bisteca é bem alta e é gostosa bem mal passada! Por favor não tente comê-la cozida, escolha outra coisa no menu. Trippa alla Fiorentina Sostanza: Ambiente informal com mesas É a famosa dobradinha!!! Sei que não é para grandes onde é provável que te coloquem juntos todos, mas eu amo! E acreditem ou não, as mecom outros clientes. Isto dá a oportunidade de lhores são as das barraquinhas de rua! ótimas conversas. Famosíssimo pelo omelete de Além da trippa, também tem o lampredotto alcachofra que tem que ser experimentado de nesses locais. Veja o que oferecem naquele qualquer jeito pois não existe em nenhum ou- dia. Pode se comer no prato ou dentro de um tro lugar no mundo. Uma das melhores bistecca sanduíche! Se essas barraquinhas não forem a alla Fiorentina da cidade e o peito de frango (na- sua praia, também tem em restaurantes e no dando) na manteiga marronzinha é um sonho! mercado central. O de San Lorenzo, que foi todo restaurado, é bem bacana para conhecer Pappa al pomodoro os vários gostos culinários da Toscana e Itália. Parte do que chamam de cucina povera (cozinha Tem a trippa e o lampredotto no andar de cima pobre), aquelas que nasceram nos campos, na mais elegante ou no Nerbone no andar de baixo. roça com o povo! Várias das grandes invenções Mais popular, mas também mais autêntica. culinárias nascem por acaso com o que sobra Estou com água na boca! Buon apetito!!! aqui e ali e do que está disponível. O muito conhecido pappa al pomodoro usa pão amanhecido, tomate, manjericão, alho e óleo. Ruggero: Fica fora do centro. Melhor ir com um taxi e voltar à pé para conhecer o bairro de San Frediano. O preço médio é de 35-40 € por Consuelo Blocker pessoa sem vinho. É um ambiente tranquilo Mora em Florença, mas viaja onde mãe e filha ficam no balcão preparando muito pela a Europa e pelo Brasil, antipasto, sobremesa e vinho, filho na sala garimpando tendências. Filha de e pai na cozinha. Melhor relação qualidade/ Constanza Pascolato, ela é uma preço que conheço na cidade. Meus pratos blogueira muito ligada em moda e preferidos: spagghetini alla carretiera, pappa al compatilha suas ideias no blog: pomodoro, croquette di manzo, arista, torta de ciocwww.consueloblog.com, e no seu colata e pera e se tiver, castagnaccio. Procurem perfil do Instagram: @consueloblocker. no menu pratos da estação.

Ribollita

Como a pappa al pomodoro, a ribollita (que significa re-cozinhada) é um prato da cucina povera. É feita com pão amanhecido, couve, feijão branco e algumas outras verduras. Cammillo: Uma tradição na cidade e bem no centrão. Foi onde o Sartorialist fez seu filme com os 25 homens mais elegantes que ele conhece. Um dos meus restaurantes favoritos e 17


Conecte-se

Gadgets para sua viagem Separamos as últimas novidades tecnológicas que você precisa para sua viagem ser completa!

Os aplicativos de viagem mais úteis que você precisa ter Skyscanner Dos melhores buscadores de voos do mundo, tem uma abrangência enorme de companhias aéreas, detecta promoçõesrelâmpago e monta um gráfico de colunas para mostrar a variação do preço das passagens no período consultado. Gate Guru Desenvolvido pelo TripAdvisor, traz informações e mapas sobre os principais aeroportos do mundo e mostra qual é o portão e o terminal de embarque do seu próximo voo.

Divulgação

Airbnb O app do principal site de aluguel de temporada do mundo permite, por exemplo, que você converse com seu host pelo chat interno, além de ver as seleções de imóveis e fazer a sua reserva.

Carregador Universal e Adaptador de Tomada Este carregador da Geonav é o que você precisa para não passar por maus bocados na sua viagem. Onde comprar: www.fastshop.com.br

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Google Trips Além de buscar automaticamente informações sobre futuras viagens em sua conta do Gmail ou em seu calendário, o aplicativo salva suas passagens aéreas e indica atrações, restaurantes e hospedagens no destino. Ainda é possível baixar, gratuitamente, um guia de viagem sobre o local. Disponíveis para iOS e Android.


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Senior Nomads

O casal que deixou o lar e jรก morou em mais de 100 Airbnbs ao redor do mundo, numa aventura que jรก ultrapassa 3 anos POR: MARK ELLWOOD | FOTOS: ACERVO PESSOAL DEBBIE E MICHAEL

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Debbie e Michael em Seattle

A

vida de Debbie e Michael Campbell mudou para sempre com uma sugestão casual de sua filha, Mary, há quatro anos. A chef de Paris voltou para casa em Seattle no Natal e vislumbrou uma lista que seu pai tinha preso à geladeira. Havia mais de 30 países rabiscados em uma lista de viagem. Mary não estava surpresa – afinal, seu pai tinha corrido com carros profissionalmente por todo o mundo aos vinte anos, antes de mudar com sua família para o Reino Unido por vários anos para trabalhar (ele tinha carreira como executivo de marketing e a de Debbie era em design gráfico). No entanto, Michael estava no final dos seus 60 anos, reduzindo seus compromissos e avaliando como gastar sua aposentadoria. Depois de ver essa lista de viagem, Mary deu uma sugestão: por que não olhar o Airbnb? Se eles poderiam continuar vivendo em Seattle sem trabalhar, também não poderiam se dar ao luxo de morar no exterior, ficando em casas de outras pessoas? Após três meses fazendo cálculos e cruzando dados no Excel, eles concluíram que poderiam. Em poucos meses, a dupla aventureira vendeu um dos seus carros, seu barco e a maioria dos seus bens; empacotou o essencial em uma unidade de armazenamento de 12 por 15 pés e alugou sua casa. Dias depois, eles voaram para a Holanda para o seu primeiro aluguel Airbnb, uma casa acolhedora no centro de Amsterdã. Isso foi no verão de 2013, e eles não

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pararam de viajar desde então. “O próximo lugar que reservaremos será o centésimo”, explica Debbie por telefone da mais recente casa Airbnb do casal. Ela diz que eles estão em Santa Fé, “porque acabei de completar 60 anos e tatuei uma pena no meu antebraço direito, e há alguém aqui especializado em penas”. Desde que colocaram o pé na estrada cerca de 1.000 dias atrás, o casal tornou-se conhecido como os Senior Nomads, os surfistas de uma viagem interminável e movida por mais de 100 Airbnb ao redor do mundo. Tem sido uma experiência global de mudança de vida. No Kosovo, caminhando pela rua, colidiram com a conferência de imprensa do presidente do país; depois foram questionados sobre o que os trouxe para um local tão inesperado, e eles se viram convidados a almoçar com o representante local da onu no dia seguinte.

Se eles poderiam continuar vivendo em Seattle sem trabalhar, também não poderiam se dar ao luxo de morar no exterior, ficando em casas de outras pessoas? Amsterdã, Holanda

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Debbie e Michael já “moraram” em um grande apartamento clássico em Florença, em uma casa estilosa em Paris e uma fazenda em Wexford, na Irlanda. A sua casa no Luxemburgo tinha lindas vigas expostas e um sótão; seu apartamento em Tallinn, na Estônia, tinha uma sauna. E quando eles chegaram em Roma, eles se viram na posição incomum de não saber qual porta da rua era a de sua casa. Também já fizeram várias viagens a Malta, não só por seu cenário encantador, mas também pelos cuidados odontológicos e médicos acessíveis (o casal mantém seu seguro de saúde original, mas depende de políticas de viagem enquanto estão na estrada). Os mercados de alimentos em Marraquexe pareciam esquisitos, mas quando Debbie foi fazer compras com seu anfitrião, ela teve um frango morto, preparado e cortado para levar para casa em cinco minutos. “E era um excelente frango”, ela diz. A fazenda em que ficaram no condado de Wexford, na Irlanda, era muito mais rural do que a maioria das outras casas, “mas nós tínhamos a mais amável anfitriã por perto cuidando de nós – ela nos fez biscoitos frescos e se certificou de que conseguíssimos ir à igreja no domingo.” Quanto a Michael, seus melhores momentos se concentram em sua paixão pelo futebol. Ele adora assistir a um jogo local onde quer que seja, como a noite em Atenas, quando ele pegou emprestada a moto do dono da casa em que se hospedaram e foi a 80 milhas por hora na rodovia para assistir a uma partida de qualificação para a Copa do Mundo.

Debbie e Michael em diferentes viagens

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Marsaxlokk Bay, Ilha de Malta

Como moradores locais

A dupla enfatiza que eles não estão de férias – os Campbells não têm uma lista de pontos turísticos para visitar em cada cidade, por exemplo, e não gastam tempo enviando cartões postais ou comprando lembrancinhas. Em vez disso, eles simplesmente estão vivendo sua aposentadoria em uma série de casas diferentes. Três anos e 47 países na experiência, o par aprendeu algumas lições cruciais em suas viagens de tempo integral. Eles seguem um ritual diário, que inclui o download da transmissão NBC Nightly News e chamadas regulares de vídeo com sua família. Os filhos adultos do casal permanecem no noroeste do Pacífico, mas fizeram de Paris, a cidade adotiva de Mary, a sua base de viagem – em grande parte, porque lá é conveniente renovar seus vistos de um ano, emitidos pelo governo francês, mas válidos em toda a Zona Schengen.

Pequenos segredos de viagem

O segredo de viagem dos Campbells: “Eu tenho um desses pesadores de bagagem para saber o que precisamos deixar para trás”, diz Debbie. Eles se permitem ao luxo de ter seus próprios travesseiros, de modo que não importa onde eles durmam, a cama sempre parece familiar. Debbie, que 26


Suas chaves, nossa casa Saiba mais sobre a jornada de Debbie e Michael, em suas viagens e experiências em Airbnbs com o livro Suas chaves, nossa casa.

Senior Nomads Acesse o blog do casal: www.seniornomads.com

cozinha a maioria das refeições do casal para reduzir custos, também carrega três facas boas, sal e pimenta, e um ingrediente mágico, embora inesperado: “Boa sopas Knorr de pacote à moda antiga – eles adicionam sazon a quase qualquer coisa”, ela diz com uma risada. “É incrível o que você pode fazer com um desses pequenos pacotes.” Eles também gostam de experimentar novas comidas, embora sempre tenham consigo alguns confortos tradicionais de casa: biscoitos para Michael, balas de gelatina para Debbie e Coca diet para ambos. “Isto é, quando conseguimos encontrá-la, que é cerca de 80% do tempo”, ela acrescenta. Michael, a quem o casal apelidou de Chief Travel Planner (Planejador Chefe de Viagens) oferece alguns conselhos experientes para qualquer novato no Airbnb, a quem a infinidade de opções pode parecer desesperadora. Eles utilizam passeios gratuitos, free walking tours, para orientar-se em um novo lugar e depois pesquisam na web os locais mais populares e centrais das cidades para onde vão. A dupla então procura por hospedagens próximas, com uma cozinha ampla em que Debbie possa cozinhar, e com Wi-Fi (eles riem ao lembrar do apartamento que ficaram em um palácio florentino, onde a única maneira de enviar e-mails era se inclinar para fora da janela da cozinha, com o celular na mão, graças às paredes de pedra de seis pés de espessura). Um orçamento viável para eles é de cerca de US$ 90 por noite, embora em alguns lugares tenham que pagar mais caro que isso. Uma coisa importa mais do que tudo, pelo menos de acordo com Michael: o anfitrião. O casal, que reserva a estadia com quatro semanas de antecedência, sempre examina as opiniões de outros hóspedes e procura comentários que sugerem que o anfitrião é engajado e envolvente, e não meramente eficiente. Para se certificar, eles sempre enviam e-mails com perguntas para vários anfitriões em potencial e, geralmente, contam com quem parece mais acolhedor. “Isso pode garantir que teremos um amigo na próxima cidade onde formos, então temos uma certa segurança por lá.” Eles recentemente derrubaram outro tipo de garantia de segurança. Depois de dois anos alugando sua casa em Seattle, Michael e Debbie a venderam no verão passado para se tornarem residentes em tempo integral da Airbnb. “Nós gostamos tanto disso que decidimos que simplesmente poderíamos ficar sem uma casa fixa”, diz Michael. “Agora somos verdadeiramente nômades.” 27


Se cuida

Saúde e bem estar Sempre as melhores sugestões de especialistas para te ajudar a levar uma rotina equilibrada POR: DRA. DENISE CARCERONI

Esporte e exercícios

Fazer exercício aos 50 anos ou mais é tão importante e traz tantos benefícios quanto em qualquer outra idade. Antes de começar a se exercitar, é importante consultar um médico para fazer um check-up e verificar se está tudo certo com a sua saúde. O melhor exercício em qualquer idade é aquele que você gosta de fazer, por motivos óbvios. No entanto, a partir dos 40 anos os exercícios de força/resistência têm uma importância fundamental na manutenção da qualidade de vida. Se você chegou aos 50 anos e não faz nenhum tipo de exercício de força/ resistência precisa começar já! Musculação, ginástica localizada, pilates e treinamento funcional, são alguns exemplos de atividades que irão promover a melhora na força e/ou resistência muscular.

De todas elas, a mais segura e efetiva é a musculação, mas se você faz parte daquelas pessoas que odeia esse tipo de exercício, é melhor escolher uma alternativa. Os exercícios de força/resistência são os melhores para fazer aos 50 anos, por dois motivos: o primeiro é que eles ajudam a diminuir a perda de massa muscular que começa a acelerar a partir dessa idade. A perda de massa muscular, pode comprometer a marcha (forma de caminhar), o equilíbrio, além da força propriamente dita. O outro motivo é que são muito eficazes no combate à osteopenia/osteoporose (perda de massa óssea). Já foi a época em que se achava que quanto mais exercício fizermos melhor para a saúde. O exercício precisa ser eficaz para atingir seus objetivos. Priorize a qualidade do exercício e não a quantidade, sempre!

Renato Gomes (45) praticando pilates

Shutterstock

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Einstein, em São Paulo, descobriu que praticantes de ioga tinham áreas do cérebro associadas à atenção e à memória mais preservadas do que pessoas não adeptas à prática. Os resultados, publicados em junho no periódico científico Frontiers in Aging Neuroscience, mostraram que as participantes que faziam ioga tinham as regiões do córtex pré-frontal mais espessas do que as outras, o que indica uma melhor função cognitiva. A prática de ioga traz muitos benefícios para a saúde

Levante peso! Os exercícios de força e resistência são necessários. E pode pegar pesado sim! Como em qualquer outra idade, a recomendação é que comece aos poucos, e conforme seu corpo for se adaptando, pode ir aumentando a carga. Outro efeito indesejado, relacionado à idade é a perda da flexibilidade. Músculos e articulações vão ficando mais duros e para garantir que chegaremos à velhice com capacidades funcionais normais não dá para descuidar dos exercícios de alongamento. Faça exercícios aeróbios, eles não serão benéficos apenas para o seu coração e seus pulmões. Também são importantes para ajudar a manter o aporte adequado de oxigênio para as células. Alguns exercícios aeróbios: dança, natação, caminhada, corrida, jump, bike indoors. Pratique Ioga! Não é de hoje que a ioga, conjunto de conhecimentos que busca harmonizar o corpo com a mente através de técnicas de respiração, posturas e meditação está associada a diversos benefícios para a saúde, como combate ao câncer e redução da ansiedade. Agora, novos estudos mostraram que a prática milenar indiana pode também ajudar a prevenir o Alzheimer, promover um envelhecimento mais saudável e reduzir os sintomas da depressão. Um estudo realizado recentemente pelo Instituto do Cérebro do Hospital Albert

Dieta equilibrada

Manter uma dieta equilibrada é fundamental para conservar uma vida saudável sem provocar a diminuição ou aumento de peso. Devemos ter prazer em comer o que gostamos com equilíbrio alimentar, na hora em que se sente fome real e não fome emocional. Para evitar o intestino preso, deve-se ingerir diariamente alimentos ricos em fibras que facilitem o funcionamento intestinal. Algumas sugestões são verduras cruas como alface, almeirão, agrião; frutas cruas, legumes como abobrinha, abóbora e cenoura, alimentos feculentos como batata, mandioca e inhame; e cereais integrais (arroz, aveia, etc.) É importante tomar de 4 a 8 copos de líquidos por dia. Procure ingerir também alimentos ricos em ferro, tais como: fígado, rins, carnes vermelhas em geral, para evitar anemia. Deve-se dar preferência a utilização de óleos vegetais no preparo de alimentos, sempre em pequenas quantidades.

Alimentos variados para uma alimentação balanceada

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Nós

Relacionamento e vida Todos têm o direito de amar e de ter uma vida sexual ativa, independentemente da idade

Sexualidade após os 50

É possível vivermos nossa sexualidade, mesmo depois de uma certa idade? A disfunção erétil afeta a todos os homens no envelhecimento? E as mulheres, após a menopausa, não têm mais motivação para uma vida sexual ativa? Estas e muitas outras perguntas são as mais frequentes quando falamos sobre sexualidade na envelhescência. Mas, por que será que todos têm tantas dúvidas? Será que é só nesta fase da vida que elas aparecem? Percebemos que essas são questões que acompanham as pessoas ao longo da vida, principalmente aquelas que nasceram em uma época em que se estabeleceu que o relacionamento sexual tinha a finalidade única da procriação o que acabou se cristalizando de tal forma que se transformou numa crença. Essa crença dividiu a vida das mulheres e, por conseguinte, dos casais, em duas etapas: o antes e o depois da menopausa. Sob essa lógica, só havia necessidade de a mulher ter vida sexual até entrar na menopausa. Não estranha o fato de que a menopausa passou a ser um marcador de velhice para as mulheres. Mas o que é fato real nesta história? Nossa experiência mostra que esse tabu que a nossa sociedade criou está muito ligado à questão religiosa que, ao longo da história, relacionou a sexualidade com procriação e o prazer com pecado. Claro que se os dois parceiros acreditam e aceitam esses preceitos da sua religião, sem problemas, pois os dois concordarão sobre esse ponto. Entretanto, quando isto não é aceito, passa a ser motivo de conflito e de muitos desencontros entre os parceiros que podem afe30

tar negativamente a sua atividade sexual. Se a vivência da sexualidade só estiver destinada à formação da família, significa que o casal que não quer ou não pode ter filhos nunca poderá vivenciar esse aspecto da sua vida? Ou o casal que resolver ter um único filho só precisará ter relação sexual uma vez?

Do ponto de vista biológico

É fato que acontecem inúmeras mudanças em nosso organismo, sob o ponto de vista biológico, principalmente em relação à redução da produção de certos hormônios. Há um aumento no tempo de resposta a estímulos e, por outro lado, um menor tempo da manutenção da ereção masculina. Além disso, algumas mulheres têm dificuldade e sentem dor na penetração por causa do ressecamento vaginal, o que pode ser resolvido com a utilização de cremes à base de

José (80) e Ivone (75) estão juntos há 55 anos


Shutterstock

Christiana (53) e Luís (56) estão juntos há 2 anos

hormônios (consulte seu médico). Já a chamada impotência masculina, ou disfunção erétil, em geral tem muito mais a ver com questões emocionais do que físicas. Segundo especialistas, cerca de 70% dos problemas de disfunção erétil estão relacionados com aspectos psicológicos e os outros 30% provêm de causas biológicas.

Autocuidado e vaidade fazem bem!

A aparência física também tem muita influência, já que muitas pessoas passam a descuidar de seu aspecto físico quando ficam mais velhas. Isso é percebido tanto em homens quanto em mulheres e estas atitudes reforçam ainda mais a crença no fim da vida sexualmente ativa após os 50 ou 60 anos. Por isto reforçamos a importância do autocuidado e da preocupação com a aparência. Quando nós nos cuidamos estamos dando um sinal para o cérebro de que estamos vivos e que nos gostamos, portanto, estamos abertos a novas experiências. Sim. Ao chegar a envelhescência, é cada vez maior o número de pessoas que namoram, descobrem um velho ou um novo amor, casam-se novamente, fazem novas amizades e levam uma vida social intensa. Isso confirma o trecho de O amor nos tempos do cólera: “É a vida, mais do que a morte, que não tem limites”.

Sugestões de filmes O Amor é Estranho Depois de passarem quase 40 anos juntos, George e Ben decidem oficializar a união. Elsa & Fred É um remake baseado no filme argentino Elsa & Fred – Um Amor de Paixão e fala sobre uma história de amor e transformação. Gloria Gloria (Paulina García), uma mulher de 58 anos, independente, divorciada, deseja arrumar um novo companheiro que siga seu estilo de vida. Amor O filme francês conta a história de Anne e Georges, casados há bastante tempo e cujas vidas mudam quando Anne é submetida a uma cirurgia que a deixa paralisada de um lado do corpo.

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A beleza do Yosemite Impossível não se encantar com este parque da Califórnia que reserva visões inigualáveis de suas motanhas, cachoeiras e lagos cristalinos POR: COLABORADORES DO YOSEMITE | FOTOS: GRANT ORDELHEIDE

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presidente Abraham Lincoln assinou a lei do Yosemite Land em 1864, dando o Vale do Yosemite e o Mariposa Grove, parque de sequoias gigantes, para o estado da Califórnia (isso aconteceu oito anos antes do estabelecimento do Parque Nacional de Yellowstone, o parque nacional mais antigo da América). Galen Clark foi nomeado primeiro Guardião de Yosemite, cargo ocupado durante a maior parte dos próximos 35 anos. Mas a proteção estatal do Vale de Yosemite e do Mariposa Grove não eram suficientes para o conservacionista John Muir. Em 1868, Muir caminhou da Baía de São Francisco até o Vale de Yosemite. Inspirado pela beleza natural que encontrou lá, Muir começou a escrever sobre a Yosemite em revistas e jornais que chegaram ao público em todo o país. Apesar do status protegido do parque, ele viu os prados serem devastados pelo gado de pastagem e pelas operações de exploração madeireira. A escrita de Muir e sua própria paixão pessoal pelo Yosemite e a Sierra Nevada ajudaram a estimular um movimento nacional de conservação. Em uma viagem para Tuolumne Meadows, Muir, juntamente com Robert Underwood, editor da Century Magazine, criou a ideia de lançar uma campanha para fazer do Yosemite um parque nacional. Seu sonho se tornou realidade em 1890, quando a terra ao redor do Vale de Yosemite e do Mariposa Grove tornou-se parte do Parque Nacional de Yosemite. O Congresso também autorizou a criação do Parque Nacional de Sequoias e do Parque Nacional General Grant para preservar as florestas de sequoia gigantes mais encontradas na Sierra Nevada.

Vista do Half Dome, Yosemite

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Monte El Capitan

As montanhas do Yosemite

Além das suas grandes cachoeiras, o Parque Nacional de Yosemite é mais conhecido por suas imponentes formações rochosas de granito e os épicos picos da Serra Nevada, alguns dos quais se elevam acima de 14.000 pés de tirar o fôlego. Mas para aproveitar essas maravilhas naturais você não precisa ser um alpinista ou um escalador especialista. Viajantes da estrada e pessoas que apreciam a natureza ainda podem obter excelentes visões desses picos famosos pelas estradas do parque e pelas trilhas. O Vale de Yosemite é um país das maravilhas de rochas, esculpidas, polidas e esparramadas pelo fundo do vale por antigas geleiras. Incline seu pescoço em admiração à face de El Capitan (elevação 7.569 pés), uma grande parede que sobe diretamente do fundo do vale. Se você fizer um almoço de piquenique no El Capitan Meadow e trouxer um par de binóculos, você pode enxergar os alpinistas que se aproximam do cume das montanhas. Mais longe no vale, o dente curvado do Half Dome (com altitude de 8.836 pés) domina o cenário. Para capturar uma foto deste cenário natural surpreendente, pare em Tunnel View, uma saída na estrada na entrada ocidental do Vale de Yosemite. O Taft Point oferece vistas panorâmicas do Vale do Yosemite, especialmente do El Capitan – assim, pode ser uma alternativa menos movimentada para o Glacier Point, no fim da estrada. No caminho, você passará pelo The Fissures, uma série de abismos verticais estreitos que se estendem até 2.000 pés de profundidade. E não se esqueça, inclua pessoas em algumas das suas fotos de paisagem. Isso ajuda a adicionar escala e enfatiza o tamanho incrivelmente grande do vale do Yosemite. 36


Half Dome

O Glacier Point é o ponto de observação mais espetacular do parque. A partir daqui você pode ver o icônico Half Dome saltar acima das nuvens Cathedral Peak

A curta distância do fundo do vale, o Glacier Point (altitude de 7.214 pés) é o ponto de observação mais espetacular do parque. A partir daqui, você pode ver o icônico Half Dome saltar acima das nuvens e também as cachoeiras do vale caindo pelas falésias. Você também pode enxergar ondas de picos por toda a terra de Sierra Nevada.

As cachoeiras do Yosemite Valley

Em nenhum outro lugar nas montanhas de Sierra Nevada você pode ver tantas cachoeiras impressionantes juntas em um só lugar. Quando a neve derrete dos picos das montanhas traz águas geladas correndo a jusante para o Vale de Yosemite, grandes cachoeiras saltam à vida. Durante o pico de fluxo sazonal, que geralmente acontece em maio, o trovão de cachoeiras pode ser ouvido claro em todo o vale. Algumas das cachoeiras do vale funcionam durante todo o ano, enquanto outras fluem apenas durante alguns meses. Não importa quando você optar por tirar suas férias na Yosemite, você deve ver pelo menos algumas das famosas cachoeiras do vale, todas facilmente acessíveis a partir de estradas e caminhos pavimentados. As Cataratas de Yosemite (2.425 pés de altura), são as maiores cachoeiras da América do Norte, compostas por três cascatas distintas que se precipitam pelo muro norte do Vale de Yosemite. O enorme fluxo de água das quedas se constrói ao longo do inverno, quando um cone de 37


gelo aparece na base das quedas superiores. A época de pico das cataratas, juntamente com muitas das cachoeiras mais memoráveis do vale, acontece em maio. Olhando para esta monumental torre de água, é fácil perceber que cerca de 135 mil litros de água caíram no topo das cachoeiras a cada minuto durante a alta temporada. Você pode ver as Cataratas de Yosemite de vários pontos de vista ao redor do vale, mas nenhum mais emocionante do que fazer a trilha de uma milha até o fundo da cascata mais baixa do conjunto, com 320 pés de altura, de onde você pode ver as cascatas média e superior.

Lagos do Yosemite

Entre as atrações naturais mais bonitas de Yosemite estão os seus lagos prístinos. Enquanto muitos lagos alpinos remotos são vistos apenas por caminhantes e mochileiros, o Yosemite também possui algumas gemas aquáticas até as quais você pode dirigir ou visitar em uma caminhada leve de manhã ou à tarde. Os seguintes são apenas alguns dos nossos lagos e reservatórios favoritos no parque. mirror lake

Um passeio de ida e volta fácil de duas milhas desde o fundo do vale, o Mirror Lake (elevação 4.098 pés) é famoso pelo seu reflexo do Half Dome. Suas chances de capturar essa imagem fotogênica são melhores na primavera e no início do verão, quando os níveis de água do lago estão no máximo. Em outras épocas do ano, pode parecer um prado pantanoso, embora o cenário do Half Dome ainda faça a viagem valer a pena.

As Cascatas de Yosemite

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Mirror Lake

Tenaya Lake

No alto da terra de Sierra Nevada, o lago Tenaya é uma visão literalmente deslumbrante. A clareza das suas águas é espantosa

tenaya lake

No alto da terra de Sierra Nevada, fora da estrada de Tioga, o lago Tenaya (altitude 8.150 pés) é uma visão literalmente deslumbrante. Anelado por picos esbeltos de Sierra Nevada, este é o maior lago natural do Parque Nacional de Yosemite. A clareza das suas águas, no fundo das quais você pode ver árvores e pedras de granito, é espantosa. Mesmo no verão, a superfície do lago pode ser parcialmente coberta de gelo, mas isso não impede os nadadores de dar um mergulho ou os praticantes de canoagem de remar pelas águas vítreas. Apenas tome cuidado para entrar no lago somente a partir de praias arenosas ou de cascalho, para proteger os frágeis habitats ripícolas do litoral. Para chegar ao lago, pegue a Tioga Road, que normalmente é aberta somente desde o início de junho até meados de outubro.

tuolumne meadows

As terras altas de Tuolumne Meadows são pontilhadas com muitos lagos alpinos pequenos. Ao oeste do lago Tenaya, a estrada de Tioga passa pelo caminho popular para o May Lake, a apenas 40 minutos a pé da estrada. Com o apoio do Mount Hoffman, este é o local de piquenique favorito das famílias. Iniciando mais para oeste perto de White Wolf, as caminhadas para Lukens Lake e Hardens Lake também são populares para fazer piquenique, além de nadar no último. A nordeste do Tuolumne Meadows, o Dog Lake é uma viagem de ida e volta de três milhas oferecendo vistas para altos picos da região. Os entusiastas têm mais opções para escolher, todas saindo da estrada de Tioga, incluindo as rotas para os lagos Cathedral e Sunrise, sendo esta última uma parada conveniente no caminho para o Half Dome e o Yosemite Valley. Note-se que Tioga Road geralmente está aberto desde o início de junho até meados de outubro, dependendo do clima. 39


O Mariposa Grove e as sequoias gigantes

As sequoias gigantes, as maiores árvores que vivem na terra, crescem apenas no lado ocidental da Serra Nevada. Não encontradas em nenhum outro lugar do planeta, no Parque Nacional de Yosemite, você pode se familiarizar com as sequoias gigantes no Mariposa Grove, fora de Wawona, na área sul do parque, bem como em dois bosques menores e menos lotados perto de Crane Flat. Com mais de 500 espécimes deslumbrantes de sequoias gigantes, o Mariposa Grove é o destaque de quaisquer férias no Yosemite. Vale a pena desviar-se da estação de entrada do sul do parque perto de Wawona, onde se pode estacionar e embarcar no ônibus de transporte sazonal para o bosque. Você pode fazer um passeio de bonde guiado pelo bosque ou caminhar ao longo de trilhos que levam até lá.

Quando ir

As melhor época para visitar o parque é a primavera, quando flores silvestres desabrocham, passarinhos aos montes vêm cantar no parque, e as cachoeiras, ainda repletas de água dão um verdadeiro show. O clima ameno é ideal para caminhadas longas, mas a variação de temperatura é grande e o frio no final do dia é grande.

Transporte no parque

O Yosemite tem um sistema excelente e gratuito de transporte interno dentro do Yosemite Valley e El Capitan e algumas opções mais limitadas nas áreas mais afastadas. Esse transporte é extremamente útil durante a alta temporada (quando a circulação de carros no parque é controlada e limitada). As duas linhas mais populares são: Yosemite Valley shuttle: a linha funciona durante todo o ano das 7:00 as 22:00 e percorre todo o vale, as principais pontes de inicio de trilhas e mirantes, lojas, restaurantes e hotéis. El Capitan shuttle: essa linha opera entre junho e outubro das 9:00 as 18:00 e para nos pontos centro de visitantes do Yosemite Valley, El Capitan e ponte de início da trilha Quatro milhas.

Restaurantes

Para quem quer comer algo mais caprichado, o restaurante The Ahwahnee é a opção mais indicada. Reserve (209) 372-1489. Durante o jantar, é obrigatório o uso de roupas do tipo “casual-chic” (camisa e calça comprida para os homens) e calça, saia ou vestido para mulheres. Outras opções são o restaurante Mountain Room, no Yosemite Lodge at the Falls, com uma vista privilegiada da Yosemite Falls, e o Wawona Dining Room, dentro do luxuoso hotel Wawona, que tem arquitetura vitoriana. O restaurante é aberto para café da manhã, almoço e jantar. Ambos aceitam reservas são aceitas apenas para grupos de 8 ou mais pessoas. Também há variadas opções de lanchonetes rápidas no parque.

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Sequoia gigante no Mariposa Grove


Hotéis dentro do Parque

Muito convenientes e a forma mais prática de conhecer o Yosemite com conforto. Reserve com pelo menos 6 meses de antecedência, pois são bastante concorridos. As reservas são abertas com 366 dias de antecedência e costumam se esgotar num passe de mágica. ahwahnee

O hotel mais top do Yosemite, localizado no coração do Yosemite Valley. É aqui que reis e presidentes do mundo se hospedam ao visitar o parque. yosemite lodge at the falls

Localizado no Yosemite Valley, é uma opção mais acessível para grupos e famílias, porém é bastante concorrido. curry village

Combina a experiência de camping com hotel (todas as barracas são fixas) e algumas delas tem até banheiro privativo. Costuma ter datas um pouco mais flexíveis. Uma forma de ter uma experiência super diferente e de acampar sem grandes problemas.

Hotel Ahwahnee

Quarto do Yosemite Lodge at the Falls

Quem leva abreu tour

Leva a Yosemite e lagos da Califórnia com conforto. Tour upscale de nove noites. Preços a partir de US$2.999. Mais informações: www.abreutur.com.br forma family

Combina SanFran com Napa, Sonoma e Yosemite. Preços a partir de US$ 2.098, sem passagens aéreas. Mais informações: www.formafamily.com.br new age

Vai aos principais parques do oeste americano e centros urbanos. Preços a partir de US$ 3.436. Mais informações: www.newage.tur.br

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Os novos 50 anos

Conheça a nova geração de cinquentões que, em ótima forma, é protagonista de uma das maiores mudanças de comportamento do nosso tempo POR: CAMILA BRANDALISE, FABÍOLA PEREZ E MARIANA BRUGGER

Jupiter Images

Mário (51) praticando alpinismo

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engenheiro Narcizo deixou o emprego em outubro do ano passado para se aventurar em outras águas: é um feliz calouro do curso de física da Universidade de Campinas. Já José Rubens acorda diariamente às 4h20 para percorrer 70 quilômetros de bicicleta com um grupo de amigos pelas vias paulistanas. Depois de uma jornada extenuante de trabalho – há dois anos deu uma guinada na carreira –, ele ainda encara um treino de musculação noturno. Depois de passar alguns meses viajando sem compromisso pelo mundo, Andrea acaba de ser contratada por uma empresa do setor de óleo e gás. Ana Maria e Elmo namoram há apenas quatro meses, mas já nutrem um sonho em comum – querem fazer ao menos uma viagem internacional por ano. Essas são histórias de vitalidade, coragem e recomeços protagonizadas por pessoas no auge dos seus 50 anos. Mais ativa do que nunca, a atual geração de cinquentões é protagonista de uma das maiores mudanças de comportamento do nosso tempo. “Estamos passando por uma revolução

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em relação ao envelhecimento como nunca se viu antes. Não é só uma questão de viver mais tempo, mas também com mais saúde e energia”, afirma Vern Bengtson, professor da University of Southern California e especialista em sociologia do envelhecimento. Com mais anos de vida pela frente, a ordem é não diminuir o ritmo nem ter medo de mudar. “Os padrões de comportamento sofreram alterações, por isso é mais comum pensar em novas carreiras, novos casamentos, prática de esportes audaciosos e formas de se vestir diferentes daquilo que se imaginava até então para os 50 anos”, afirma Mônica Yassuda, psicóloga e professora de gerontologia da Universidade de São Paulo.

Prazer

Os cinquentões não ficam mais aprisionados a relacionamentos insatisfatórios. Por isso o aumento do número de divórcios e recasamentos nessa faixa etária. Na década de 1960, a expectativa de vida no Brasil era, em média, de 50 anos. Meio século depois, essa estatística soa absurda. Primeiro porque o dado mais recente, de 2012, saltou para 74,6 anos. Segundo porque a realidade de quem tem 50 hoje é totalmente contrária ao que previam as pesquisas. Caso do engenheiro agrônomo José Rubens Macedo, 56 anos, que trabalhou durante 11 anos com franquias do setor alimentício e até hoje gerencia duas unidades de restaurantes japonês e árabe. Em 2012, porém, ele recebeu a proposta de um fundo de investimento para abrir restaurantes em aeroportos brasileiros. “Não imaginei que uma mudança como essa pudesse acontecer a essa altura”, diz. Para conseguir levar adiante seus compromissos de trabalho, Macedo, que é divorciado e pai de quatro filhos, segue à risca uma rigorosa rotina de exercícios, que começa com 70 quilômetros diários de bicicleta, ainda de madrugada, e termina com um treino de musculação noturno. Nos últimos anos, é cada vez mais comum encontrar perfis semelhantes ao de Macedo.

Rubens (56) pedalando em São Paulo

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Para a psicóloga Mônica Yassuda, pessoas nessa faixa etária tendem a assumir novos desafios como uma forma de provar a si mesmas e aos outros que são capazes de se reinventar. “É uma maneira de driblar a velhice e reafirmar a continuidade da vida”, diz Suzanne Braun Levine, autora do livro A Reinvenção dos Cinquenta: Lições de Vida para Mulheres na Segunda Adolescência. Ela acredita que a sociedade está assimilando essas mudanças de postura, principalmente em relação às mulheres. “Nos tornamos mais independentes e confiantes. Isso significa que quando entramos naquela idade considerada “velha” dizemos: “De jeito nenhum! Ainda temos muito o que fazer”. O conceito de envelhecimento está sendo redefinido.” Esse pensamento é o que move a estilista Bibi Barcellos, 51 anos. “Acordo cedo para fazer exercícios e trabalho até tarde. Me sinto com uma energia incrível. A última coisa em que penso é me aposentar”, diz. “Brinco que minha geração não é de cinquentonas, mas de cinquentérrimas.”

Restaurante de aeroporto administrado por Rubens

Sem levantar bandeiras a favor da quebra de estereótipos, essa turma acaba fazendo uma verdadeira revolução do cotidiano – seja na maneira de agir, de encarar a vida ou até no jeito de se vestir. “Estamos rompendo com tudo isso de uma maneira meio invisível. Mas podemos notar várias mudanças em relação às prescrições sociais que dizem respeito à idade. Há muitos homens e mulheres cuja idade não é possível classificar. Não são velhas, mas não são jovens, são ageless (sem idade, em inglês)”, diz a pesquisadora Mirian Goldenberg, autora do livro A Bela Velhice. 46


Acervo Pessoal

A rotina da estilista Bibi Barcellos inclui acordar às 5h30 diariamente para caminhar e trabalhar até de noite em seu ateliê

A projeção do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (ibge) é que neste ano o País tenha cerca de 21,6% de sua população com mais de 50 anos, o equivalente a cerca de 44 milhões de pessoas. Em 30 anos, esse número vai representar 40% dos brasileiros. Essa revolução em curso, portanto, deve ganhar mais adeptos e enfraquecer os limites de conceitos como “meia-idade”. Se até pouco tempo atrás esse período da vida era conhecido por marcar a quarta década de existência – uma etapa anterior à “terceira idade” em que as pessoas costumam repensar suas vidas, hoje é difícil estabelecer um momento em que ele de fato comece. A mais recente pesquisa sobre o assunto foi divulgada em agosto de 2013 pela empresa de assistência médica britânica Benenden Health, afirmando que a meia-idade começa aos 53 anos. O levantamento foi feito com duas mil pessoas e relacionava a meia-idade a alguns comportamentos que especialistas da instituição consideram característicos dessa fase da vida, como preferir uma noite com amigos a uma balada e preferir fazer uma caminhada em um domingo de manhã em vez de passar mais tempo na cama.

Sonho

Na área da psicologia analítica, o psiquiatra austríaco Carl Gustav Jung definiu a segunda metade da vida como o momento em que a pessoa se volta para o processo de busca de caminhos próprios, não dos que os outros ou as convenções sociais exigem. “Diferentemente de quando se é mais jovem e estamos mais voltados para questões estruturais, de sobrevivência, como emprego e família”, afirma a psicóloga clínica Dulce Helena Rizzardo Briza, presidente do Instituto Junguiano de São Paulo. Na vida de Narcizo Sabbatini, essa chave virou aos 55. Depois de trabalhar por três décadas como engenheiro, decidiu voltar para a faculdade e estudar física, um sonho antigo, desde a época da universidade. “Deixei meu último emprego em outubro de 2013 porque 47


vi que o que eu fazia não me realizava mais. Já tinha estabilidade financeira e minha família estava formada. Resolvi ir atrás de planos deixados para trás”. Essa mudança vista na área da educação também aparece no mercado de trabalho. Nos últimos anos, o mesmo mercado que dava preferência à mão de obra da população jovem passou a valorizar profissionais com mais estrada. Para o diretor-executivo da empresa de recrutamento Michael Page, Leonardo de Souza, algumas áreas do mercado passaram a requisitar um número maior de profissionais experientes.

Como aproveitar a vida depois dos 50 anos

Conforme as pessoas vivem cada vez mais, as noções relacionadas à idade e ao envelhecimento vêm mudando no mundo todo. De fato, a velha crença de que as pessoas de cinquenta anos estão na meia-idade já não é mais verdade: “os cinquenta são os novos quarenta”. Se você tem mais de cinquenta anos, provavelmente tem filhos já crescidos e, portanto, mais tempo para si mesmo se for uma pessoa de sorte, talvez até mesmo já esteja aposentado. Portanto, explore o mundo através de atividades prazerosas, viajando, experimentando pratos diferentes ou fazendo cursos. Crie uma lista com coisas que o interessam e que você pode tentar agora que tem tempo e dinheiro. Experimente novas atividades ou dedique mais tempo àquelas que já adora. Pratique esportes diferentes, como pilates e ioga.

Narcizo Sabbatini (55) deixou o trabalho como engenheiro para estudar física na Unicamp

De fato, a velha crença de que as pessoas de cinquenta anos estão na meia-idade já não é mais verdade

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Qualquer atividade que o mantenha ativo e em movimento vai ajudá-lo a cultivar um espírito jovem. Assista a aulas sobre tópicos que o interessem ou continue a participar de treinamentos profissionais. Desafiar o cérebro constantemente poderá evitar que ele envelheça. Desempenhar um papel na sua comunidade ou região, como uma participação ativa na câmera de comércio local, pode ser uma forma de permanecer envolvido e ao mesmo tempo, de ajudar os demais. Essas atividades o farão conhecer outras pessoas com mais de 50 anos que querem curtir a vida tanto quanto você. Outra forma de aprender a se relacionar melhor com o outro é praticar o voluntariado, o que também permitirá que você compartilhe sua sabedoria e experiência com os demais. Por fim, viaje sempre que puder. O mundo conta com uma quantidade imensa de lugares a serem explorados, desde países estrangeiros até as cidades vizinhas. As viagens manterão o corpo em movimento e o cérebro alerta, o que o ajudará a permanecer jovem por dentro.

Rejuvelhecer: a saúde como prioridade Escrito pelo Dr. Sergio Abramoff, mais do que um livro de bem-estar, este é um guia de como podemos desempenhar um papel decisivo no caminho rumo a uma velhice saudável.

Envelhescência Dirigido por Gabriel Martinez e com argumento de Ruggero Fiandanese, o longa-metragem Envelhescência relata a história de seis pessoas que vivem a vida de maneira plena e nos mostram, através de suas próprias experiências, que os costumes e a rotina após os 60 anos podem ser repletos de atividades e bom humor.

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Rita (65) e Vera (63) durante aula de pilates


Bento Gonรงalves Um pedacinho da Toscana no Brasil que traz rotas especiais para quem gosta de tomar um bom vinho e apreciar belas paisagens POR: RAFAEL CARVALHO E ALEXANDRA ARANOVICH

Jupiter Images

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nos arredores de Bento Gonçalves (a 110 km de Gramado e a 120 km de Porto Alegre) que estão localizadas grande parte das atrações do enoturismo. Começando pelo famoso Vale dos Vinhedos, rota turística que concentra a maioria das vinícolas e pousadas e que está classificada entre os 10 principais destinos de enoturismo do mundo. Mas nem ouse ficar só por lá. É preciso percorrer outras rotas turísticas da capital do vinho, outras estradas e até outras cidades próximas como Garibaldi, Carlos Barbosa, Flores da Cunha e linhas rurais. Toda essa região representa o legado histórico, cultural e gastronômico deixado pelos imigrantes italianos que chegaram por essas terras em 1875. Suas paisagens de cinema com colinas repletas de parreirais provocam um suspiro atrás do outro. Por isso, a dica é planejar a sua visita com calma. Dedique, no mínimo, três dias para se apaixonar por este pedacinho da Itália no Brasil. Dedique, também, tempo para relaxar harmonizar a viagem com vinhos e boa gastronomia, é claro. Fazer um roteiro pelas vinícolas de Bento Gonçalves é conhecer um cantinho da Toscana em pleno Brasil. A cidade da Serra Gaúcha é o principal polo produtor de vinhos do país, além de ser um destino romântico e de gastronomia farta, herança da imigração italiana. As principais atrações para quem visita a cidade são o passeio de Maria Fumaça e o enoturismo, das pequenas vinícolas familiares às grandes marcas que produzem vinhos das mais diversas variedades. São tantas as opções que cada um pode montar seu próprio roteiro, de acordo com o interesse. Vale estar de carro ou ter acertado com alguma agência para circular pelas estradinhas montanhosas de parreiral em parreiral. Para conhecer Bento, o ideal é passar uns 4 dias instalado num bom hotel para aproveitar o Vale dos Vinhedos, os Caminhos de Pedra e dar um passeio de trem, ou a famosa Maria Fumaça.

As 5 principais rotas turísticas de Bento Gonçalves rota caminhos de pedra

A 6 km do centro da cidade de Bento Gonçalves, uma rota de 12km repleta de charme arquitetônico e história se descortina. É o Caminhos de Pedra, com suas casas antigas de pedra e restaurantes. As principais atrações são: Casa do Tomate, Casa da Tecelagem, Ateliê Bez Batti, Restaurante Casa Vanni, Restaurante Nona Ludia, Casa da Ovelha, Salumeria, Vinícola Salvati & Sirena e Lovara Vinhas e Vinho. Tudo muito próximo e fácil de encontrar para quem está de carro. A rota é Patrimônio Histórico do Rio Grande do Sul. rota cantinas históricas

Conhecida também como Vale Aurora, esta rota tem uma das paisagens mais lindas dos vinhedos. Os pontos altos são a paisagem e espumantes da Estrelas do Brasil, a Vinícola Parque Dal Pizzol e o tour e almoço harmonizado que precisa se agendado na Vinícola Cristofoli. 51


rota vale dos vinhedos

A rota é a mais famosa de todas e a casa de grandes vinícola como Miolo e Casa Valduga, e das vinícolas boutique como Almaúnica , Pizzato e Lídio Carraro (que ficou conhecida por produzir o vinho da Copa do Mundo 2014). Além das vinícolas, a rota apresenta hotéis, pousadas e bons restaurantes como: Valle Rústico, Mama Gema, Casa da Madeira, Trattoria Giordani e o restaurante da Casa Valduga. Os hotéis mais famosos situados nessa rota são SPA do Vinho e Villa Michelon. E a nova opção econômica do Hotel Super 8. rota vale do rio das antas

Por volta de 10 km do centro de Bento Gonçalves, um caminho cercado por uma paisagem exuberante, a rota turística apresenta bons vinhos, cachaça de qualidade, rapaduras e mirantes para apreciar a paisagem que se descortina pelo vale e pela serra. As águas que cercam a região (do Rio das Antas) formam uma ferradura ao redor das montanhas. Principais atrações da rota: Vinícola Cainelli,Vinícola Salton, Casa Bucco e Ponte dos Arcos. rota vale dos vinhedos

Começamos o tour pela pequena Vinícola Geisse, fundada em 1979 pelo chileno Mario Geisse. Seu foco principal são os espumantes, como o icônico Cave Geisse, elaborado no método champenoise e considerado por muitos o melhor do Brasil. A visitação é gratuita, apenas na degustação no final do passeio é cobrado um pequeno preço.

Produção de vinho na vinícola Miolo

O que mais chama atenção de quem visita o local é a forma como ela foi construída, preocupada com o turismo

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Visita à Vinícola Salton

Um tour pela Rota Vale dos Vinhedos

Começamos o tour pela pequena Vinícola Geisse, fundada em 1979 pelo chileno Mario Geisse. Seu foco principal são os espumantes, como o icônico Cave Geisse, elaborado no método champenoise e considerado por muitos o melhor do Brasil. A visitação é gratuita, só cobram pela degustação no final do passeio. É possível ainda embarcar num carrinho de golfe para percorrer os parreirais. Seguindo em frente, chegamos a Vinícola Salton. Uma das principais marcas de vinhos do Brasil, ela possui mais de 100 anos de história e hoje é administrada pelas terceira e quarta gerações da família Salton, herdeiros do imigrante italiano Antonio Domenico Salton. O que mais chama atenção de quem visita o local é a forma como ela foi construída, preocupada com o turismo. A facilidade de circular pela empresa é facílima e é possível ver de perto vários dos processos de elaboração dos vinhos, com passarelas exclusivas para os visitantes. A grandiosa sede da empresa é linda. São ao menos dois roteiros de visitação com preços que variam de R$20 a R$80 e incluem degustação dos produtos da casa. Quem vai em grupo de mais de 10 pessoas pode agendar a visita com antecedência pelo site. Há ainda uma loja no local e os visitantes ganham vale-descontos no momento da compra dos ingressos. Quem quiser, pode também fazer cursos de degustação e alguns minicursos. 53


Vinícola Miolo

Os horários de visitação são de segunda à sexta das 09h às 16h; sábados, das 10h às 16h; domingos e feriados, das 11h às 16h. Endereço: Rua Mário Salton, 300, Distrito de Tuiuty. Para mais informações acesse o site da vinícola: www.salton.com.br. A Miolo é outro ícone quando se fala de vinho no Brasil. Embora a família Miolo trabalhe na viticultura desde 1897, a produção comercial começou só em 1990. Dentre as marcas pertencentes ao grupo, estão Miolo, Terranova, Almadén e Bueno Wines. A estrutura da vinícola também é impressionante, assim como seus prédios. As visitas guiadas incluem visitação aos parreirais e às caves, minicurso de degustação e terminam numa loja com preços convidativos e descontos para os turistas. Pra se ter uma ideia, somente no ano passado 180 mil pessoas visitaram a Miolo. A vinícola fica no Vale dos Vinhedos, primeira região brasileira a receber o

Casa Valduga

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selo de indicação de procedência de seus vinhos. Os horários de visitação são de segunda à sexta, das 8h às 18h; sábados, das 8h30 às 18h; domingos, das 9h às 17h. Endereço: RS 444 Km 21, Vale dos Vinhedos. A Casa Valduga é outra importante e imponente vinícola, a primeira a construir um complexo enoturístico no Brasil, em 1992, e também membro do Vale dos Vinhedos. A visitação inclui degustações ao longo de todo o percurso, enquanto o guia explica a fabricação de cada tipo de vinho. Há também uma boa loja no final do passeio. O local oferece cursos de degustação, de harmonização e de queijos e vinhos. O restaurante da Villa Valduga, como o complexo é chamado, é excelente, os pratos típicos italianos são deliciosos e, curiosamente, apenas bebidas produzidas ali são servidas, como vinhos e sucos de uva. Quem preferir também pode se hospedar nas pousadas Valduga, dentro da vinícola. Horários de visitação: segunda a sexta, das 9h30 às 16h30; domingos, das 9h30 às 15h430. Endereço: Via Trento, 2355, Vale dos Vinhedos.

Visita à Vinícola Salton

Esse Mundo É Nosso

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Cidade cultural

Berlim ofecere ao visitante a mistura de moderno e antigo, tem mais de 150 museus, para todos os tipos e gostos POR: ISABEL MIRANDA | FOTOS: MANFRED BRĂœCKELS

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N

o lado Norte do rio Spree está situada a famosa Ilha dos Museus de Berlim (Museumsinsel), um verdadeiro paraíso para os amantes da arte. A área do centro da cidade, terrivelmente destruída durante a Segunda Guerra, reúne nada menos que cinco museus extremamente importantes: o Museu Pergamon, o Museu Antigo (Altes Museum), a Antiga Galeria Nacional (Alte Nationalgalerie), o Novo Museu (Neues Museum) e o Museu Bode. É bom lembrar que na ilha, patrimônio da Unesco desde 1999, você também vai encontrar a Catedral de Berlim e o Lustgarten, um parque supercharmoso, que vale ser visitado. Toda a área, repleta de pontos interessantes, é extremamente agradável para passeios a pé e, para aproveitá-la por completo (museus e região), é necessário um dia inteiro. A dica para aqueles que não querem enfrentar multidões é evitar o local aos domingos. Você pode adquirir os ingressos para a os museus da ilha antecipadamente, mas se a intenção é economizar, a dica da volare é o Berlin Welcome Card, um cartão que garante a entrada nos museus e também acesso livre aos transportes públicos da cidade.

Faixada do Museu Pergamon

Área interna do Museu Pergamon

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Pergamonmuseum (Museu Pergamon)

O Pergamonmuseum é um dos cinco museus que fazem parte do conjunto de museus localizados na Ilha dos Museus, no centro de Berlim. Mundialmente famoso, o Museu Pergamon é uma das principais atrações e também o museu mais visitado de Berlim. Sem dúvidas o Pergamon merece este recorde pois seu acervo tem peças monumentais e fantásticas e ele abriga tesouros da antiguidade de enorme valor cultural. Reserve pelo menos umas duas horas do seu tempo para visitar o museu, pois ele é enorme e tem muita coisa para ver. O Museu Pergamon foi projetado por Alfred Messel e Ludwig Hoffmann e foi construído no mesmo lugar onde antes tinha um museu menor que já exibia coleções com peças arqueológicas de cidades da antiguidade como Pérgamo, Priene e Magnesia. Foi construído entre 1910 e 1930 com três monumentais alas, sendo uma central e duas laterais. Este é organizado em três seções distintas: a Coleção de Antiguidades Clássicas, o Museu do Antigo Oriente Médio e o Museu de Arte Islâmica. Aberto todos os dias da semana, das 10:00 às 18:00hs, sendo que nas quintas-feiras fica aberto até às 20:00hs. As exibições temporárias podem ter horários diferentes. Há ingressos para visitar somente o Museu Pergamon e também há um tipo bilhete combinado (chamado de Area Ticket ou Bereichskarte) que dá acesso a todos os museus da Ilha dos Museus, o que sai muito mais barato se você pretendo visitar pelo menos dois dos cinco museus. Crianças e adolescentes até 18 anos não pagam e há descontos para estudantes.

Alte Nationalgalerie (Antiga Galeria Nacional)

Para quem gosta de pinturas e esculturas, a Alte Nationalgalerie é o lugar certo. Esta galeria faz parte do complexo de cinco museus localizados na Ilha dos Museus, em Berlim, e abriga uma das mais importantes coleções de arte do século XIX, incluindo obras de Monet, Renoir e Rodin. Só o prédio em si já é uma belíssima obra arquitetônica para ser admirada. A Alte Nationalgalerie foi projetada por Friedrich August Stüler, o mesmo arquiteto que projetou o Altes Museum e que fica logo ali ao lado. A visão do arquiteto foi de desenhar um prédio parecido com um templo. E acho que conseguiu, pois o prédio da Alte Nationalgalerie de fato lembra um templo da antiguidade.

Escadaria da antiga Galeria Nacional

Alte Nationalgalerie

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Ele foi construído numa base mais elevada, deixando-o um pouco mais alto que as construções em volta. Dois lances de escada, um do lado direito e outro do lado esquerdo e que se unem no topo, conduzem ao edifício. No centro da escadaria monumental tem uma estátua de bronze do rei da Prússia Friedrich Wilhelm IV montado em um cavalo. Na base da estátua há quatro figuras que representam religião, arte, história e filosofia. Na frente do prédio há uma fonte e um gramado com algumas esculturas, sendo tudo rodeado por uma colunada magnífica. Uma visita a Alte Nationalgalerie é fazer um passeio pelos movimentos artísticos do século XIX. São obras espalhadas pelos três andares do museu que representam o Neoclassicismo, o Romantismo, o Impressionismo, o Simbolismo, o Art Nouveau, a arte Bidermeier e o início do Modernismo. A Alte Nationalgalerie abre todos os dias, com exceção de segunda-feira, das 10:00 às 18:00, sendo que nas quintas feiras, o museu fica aberto até as 20:00. Há a opção de ingresso para visitar somente a Alte Nationalgalerie e também há um tipo bilhete que dá acesso a todos os museus da Ilha dos Museus, que já vale a pena se você pretende visitar pelo menos dois dos cinco museus. O ingresso combinado, Area Ticket, é válido para um dia e só dá direito de ver as exposições permanentes. Uma outra opção é o Museum Pass Berlin, que é um bilhete válido por 3 dias consecutivos e além da Alte Nationalgalerie, dá acesso também a dezenas de outros museus.

Deutsches Historisches Museum (Museu Histórico Alemão)

O Museu Histórico Alemão como o nome indica é um museu dedicado à narrativa da história da Alemanha e de seu povo. Está abrigado no imponente Zeughaus, o prédio mais antigo da avenida Unter den Linden. O museu mostra a exposição permanente, A história alemã através de imagens e testemunhos. A exposição conta 2 mil anos de história alemã, desde o seu início até os tempos modernos. A exposição que tem mais de 8 mil objetos apresenta a história da Alemanha enquadrada no contexto internacional, mostrando as interligações e intercâmbio com os países vizinhos. São mostrados os acontecimentos políticos e conflitos, mas também o desenvolvimento social e econômico. Desde 2003 o Museu Histórico Alemão tem, além do prédio Zeughaus, uma construção anexa com arquitetura moderna projetado pelo arquiteto de origem chinesa-americana Ieoh Ming Pei. Este prédio novo fica atrás do Zeughaus e nele ocorrem as exibições temporárias que complementam a exposição permanente.

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Imagens da estrutura do Museu Judaico de Berlim

Jüdisches Museum Berlin (Museu Judaico de Berlim)

Desde a sua abertura em 2001, o Museu Judaico de Berlim tornou-se uma das principais atrações e é um dos museus mais visitados da cidade. É o maior museu judaico da Europa e sua exposição permanente mostra ao visitante dois milênios de história judaico-alemã, a relação entre judeus e não-judeus assim como os altos e baixos dessa relação. O Museu Judaico de Berlim consiste de dois prédios: uma construção antiga em estilo barroco, onde se encontram a entrada, o caixa, salas para exposições temporárias, salas para eventos, a lojinha do museu e um restaurante, e uma construção de arquitetura moderna, onde se encontram as exposições permanentes. Uma passagem subterrânea leva o visitate da entrada, no prédio antigo, ao prédio novo, uma vez que este não tem nenhuma entrada oficial.

Prédio do Museu Histórico Alemão

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Martin-Gropius-Bau

Numa área de 3 mil metros quadrados, a exposição permanente mostra a vida dos judeus na Alemanha, da Idade Médias aos dias de hoje. Tudo é contado com documentos, cartas, fotos, imagens, vídeos, elementos interativos e objetos do cotidiano como móveis, louças e peças do vestuário. Há muito a ser descoberto no museu sobre as tradições e cultura judaica, como a cozinha kosher, o casamento judeu, etc. O museu tem também em sua programação exibições temporárias. O museu é aberto das 10 às 20hs de terça a domingo e das 10 às 22hs nas segundas-feiras. O museu fica fechado no dia 24 de dezembro e nos feriados judaicos Yom Kippur e Rosh Hashaná. Crianças até 6 anos não pagam e no primeiro sábado de cada mês a entrada é grátis para as pessoas com menos de 18 anos. Os audio-guides custam extra.

Martin-Gropius-Bau

Martin-Gropius-Bau é um belo e imponente prédio que se localiza ao lado da Topografia do Terror e é o principal local para exposições artísticas em Berlim. O prédio foi construído pelos arquitetos Martin Gropius e Heino Schieden em estilo renascentista e inaugurado em 1881 para abrigar o Museu de Artes Decorativas. Após a Primeira Guerra Mundial passou a abrigar a coleção do Museu da Pré-História e História Antiga e a Coleção de Arte da Ásia Oriental. Severamente danificado durante a Segunda Guerra Mundial, o prédio começou a ser reconstruído em 1978 e foi reaberto em 1981. Como o prédio se encontrava na fronteira entre Berlim Ocidental e Oriental, diretamente na beira do Muro de Berlim, a entrada passou a ser na lateral do prédio. Mais obras de restauração foram feitas entre 1998 e 2000, quando a entrada original foi recuperada. Desde então o prédio Martin-Gropius-Bau abriga grandes exposições temporárias de áreas variadas como fotografia, artes, arqueologia e história da arte, atraindo anualmente mais de 500 mil visitantes. Renomados artistas internacionais, como Anish Kapoor e Ai WeiWei, já tiveram suas obras expostas no Martin-Gropius-Bau. O Martin-Gropius-Bau é aberto de aberto de quarta a segunda-feira (ficando fechado nas terças) das 10 às 19hs. Os preços dos ingressos variam de exposição para exposição e podem ser encontrados (assim como a compra pode ser feita online) no calendário das exposições. 64





Olhar Natural

Sebastião Salgado regressa com Gênesis, a odisseia fotográfica que o levou a todo o planeta à procura do que é primitivo, na natureza e no homem POR: SÉRGIO B. GOMES | FOTOS: SEBASTIÃO SALGADO

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S

ebastião Salgado foi avisando que, quando o telefone tocasse, ele poderia não atender. Ou se atendesse poderia pedir para lhe ligar mais tarde. E o certo é que primeiro não atendeu, e pouco depois atendeu Lélia, a sua alma gêmea no amor, no trabalho e na vida, que pediu para ligar mais tarde. Sebastião estava a controlar e a rever as páginas numa gráfica em Itália que vai imprimir o seu próximo livro. É sobre o café, um tema muito próximo da vida e da família do fotógrafo, que começou por ser economista e funcionário da Organização Mundial do Café em Londres, no início dos anos 70. Em 2004, quando se encaminhava para os 60 anos e depois de uma pausa na fotografia para respirar, Sebastião Salgado lançou-se numa empreitada de dimensões homéricas que consistia em captar lugares e homens que representassem o que de mais prístino se pode contemplar hoje. O resultado dessa longa viagem, fruto de oito anos de trabalho e de mais de 30 viagens por todos os continentes, é Gênesis (da raiz grega “nascimento”, “origem”). A exposição que vai ser inaugurada no Torreão Nascente da Cordoaria Nacional, em Lisboa, no dia 10 de Abril, e tem a curadoria de Lélia Salgado, inclui mais de duas centenas de fotografias e está organizada em cinco secções: Sul do Planeta, África, Santuários, Terras a Norte e Amazônia e Pantanal. Desde que abriu ao público pela primeira vez, em Londres, em 2013, Gênesis já foi vista por mais de 2,5 milhões pessoas em várias cidades em todo o mundo. Sebastião acha que este número não se deve ao seu nome. Acredita que se deve à nossa insaciável vontade e ao prazer de vermos o lugar em que vivemos.

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As regras da natureza são invioláveis, não falham, a justiça que a natureza pratica às vezes custa a chegar, mas ela chega Gênesis, o primeiro livro da Escritura, remete-nos para uma narrativa sobre a criação do mundo sobrenatural. Mas ao percorrermos este trabalho vemos a natureza e o homem mais pelo lado evolucionista, sendo que as ilhas Galápagos, coração do evolucionismo darwiniano, foram a sua primeira paragem. Sentiu-se a balançar entre o místico e o científico? Se existe um Deus, esse Deus é a natureza. É certo que as teorias que foram criadas em torno da evolução natural são muito estritas, tão estritas como se crê que Deus seja estrito. As regras da natureza são invioláveis, não falham, a justiça que a natureza pratica às vezes custa a chegar, mas ela chega. Estas duas dimensões são muito parecidas. Eu não sou crente. Não acredito em religião nenhuma. Mas creio que existe uma ordem criada pela evolução. Escolhi as ilhas Galápagos como a primeira viagem de Gênesis para tentar compreender o que Darwin compreendeu. Li o diário dele e pude perceber onde ele esteve exatamente em Galápagos. Tentei ir aonde ele foi, tentei ver a vida que ele viu, ir às crateras e aos vulcões que ele descreveu. Foi muito importante compreender a vida daquelas tartarugas gigantes, das iguanas, sentir a evolução através destes animais. Sentir que a evolução surge de uma maneira diferente em cada uma daquelas ilhas, dependendo de cada um dos seus ecossistemas. Foi uma lição fantástica. Quando a compreendi, fui embora. Parece que a fotografia não lhe sai do corpo, é um vício? É isso. Mas é o que eu sei fazer, é a minha vida, tenho de fazê-lo. Ainda agora, por exemplo, nestes dias em que estou muito ocupado com várias exposições a começar, a preparação deste livro e todo o resto, tenho já o pensamento nas próximas fotografias que vou fazer. Depois de décadas comprometido com um olhar mais ligado ao jornalismo, afirma que partiu como um romântico. Foi uma forma de dizer “Quero fotografar com liberdade total”? Exatamente. Fotografei com liberdade total. Escolhi fazer este trabalho. Escolhi onde ir. Dediquei o tempo que achei necessário dedicar. Fiz uma imensa viagem para conhecer o meu planeta. Dei a mim próprio um presente. Na idade que tenho, esse era o maior presente que podia ter. Conquistei esse direito, corri atrás, preparei o projeto do sonho da minha vida e concretizei-o. Fui capaz, absolutamente. 71


Nas paisagens deste trabalho, está muitas vezes perto do céu, a ver de cima para baixo. Não receia que estas fotografias pareçam captadas por um gigante para os anões verem? Não receia perder o pé da terra, o contato direto? Mas eu fui ver a terra. Caminhei muito, muito. Subi a montanhas… Lembro-me que no Alasca um aviãozinho largava-me num ponto e vinha-me buscar dez dias depois, ou duas semanas depois, dependendo do clima. Ficava em paz, sozinho. Subi àquelas montanhas a aprender a ver o meu planeta, a integrar-me nele. A partir de um momento era parte daquele todo. Quis muito olhar o todo. Fui o anão e o gigante ao mesmo tempo, porque eu também sou natureza, estive ligado a tudo. O nosso planeta é de uma beleza, de uma vastidão, de uma vivacidade…Tudo é vivo. Havia montanhas que imaginava mortas, mas elas são mais vivas do que eu. Se tivesse a capacidade de ver a natureza em milhares de anos, eu perceberia que aquilo tudo era móvel. Montanhas jovens, a crescer, ou velhas, a erodir e a renascer outra vez. Estive em cima de rochas que tinham um dia de existência. Tive de levantar um pé e pousar o outro por causa da temperatura com que vinham dos vulcões. Assim como estive em cima das rochas mais antigas do mundo, foi um privilégio.

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Diz que com este trabalho experimentou a sensação de entrar no planeta. Em que parte do globo se sentiu mais perto das ideias de Gênesis? Em todos eles. Mas houve uma viagem em que estive muito colado ao planeta. Foi durante uma viagem entre Lalibela, no Norte da Etiópia, até ao Parque Nacional de Simien. Fiz 850 quilômetros a pé, caminhando por entre montanhas. Não havia estradas. Demoramos quase dois meses, 55 dias de marcha. Organizamos uma expedição com 18 jumentos, 15 homens, mais um guia, um cozinheiro e um assistente. Éramos 19 pessoas. A Lélia juntou-se depois à expedição. Foi uma viagem muito intensa. Pude sentir não só o planeta, como a nossa existência junto com o planeta. Passei em caminhos por onde o ser humano passa há dez mil anos. Sente-se um imenso poder em lugares assim. Estive muito, muito colado ao planeta. Por que é que a meio deste projeto decidiu isolar um livro e uma exposição sobre África ao invés de fazer algo único? Tenho uma enorme admiração pelo continente africano. Há 150 milhões de anos o continente africano e o americano eram um só. Basta olhar para os contornos dos continentes do lado atlântico. Eles encaixam. Houve um movimento de população importante iniciado com o comércio de escravos pelos portugueses. Uma das grandes componentes raciais brasileira é a africana. Para mim, a África terá sempre uma conotação especial. É o continente principal. Se a Etiópia é o umbigo do mundo, a África é a cabeça do mundo. É um continente completo, em culturas, em línguas, em história. É muito especial para mim. 73


Depois de Migrações disse ter perdido a fé na humanidade. Gênesis serviu para recuperar essa fé ou continua perdida? Não mudei o meu ponto de vista em relação à humanidade. Acho que a humanidade é uma espécie sem saída. Não somos uma espécie sustentável, destruímos tudo à nossa volta ao ponto de haver lugares onde já não é possível viver por causa da nossa destruição. A única espécie realmente predadora somos nós. Quando terminei Migrações não acreditava na espécie humana, como não acredito até hoje. Fiquei desesperado, porque os humanos eram a minha única referência. Mas depois, quando comecei a replantar uma floresta na nossa quinta no Brasil (Vale do Rio Doce, Aimorés), quando decidimos fundar o Instituto Terra e depois da concretização de Gênesis comecei a viver em paz. Compreendi que se a nossa espécie desaparecer, sobreviverão muitas outras, a das formigas, a dos camaleões, a dos rinocerontes… São espécies tão importantes como a nossa. O problema é que nós estamos a acabar com uma das espécies mais importantes de todas, a das baleias. Não compreendem que não podemos cortar a nossa cabeça. Se não mudarmos o nosso comportamento em relação à natureza, vamos desaparecer. E o certo é que não estamos a mudar esse comportamento, pelo contrário, estamos a usar cada vez mais espaços que não são os nossos. Mas me aproximei tanto da natureza que me tornei natureza. Desde que foi inaugurada, a exposição Gênesis já foi vista por quase 2,5 milhões de pessoas. O que imagina que leva um tão grande número de pessoas até às suas fotografias? Não acho que as pessoas venham à minha fotografia. Acho que são tão vistas pelo que estão a representar, pelo que contam. Temos um interesse muito grande pelo nosso planeta. As pessoas regressam à natureza. O que estamos a fazer em Gênesis é uma espécie de estado da arte do planeta. É um corte representativo do que a Terra tem de prístino, de puro. Acho que as pessoas são atraídas nesse sentido. Não vão ver as fotografias do Sebastião Salgado. Elas vão ver o planeta Terra. Claro que haverá pessoas que virão porque gostam da minha fotografia, mas a maioria nem sabe que eu existo. 74


Paraíso em Portugal Conheça Algarve, a região litorânea e histórica de Portugal que atualmente possui a maior procura para turismo e moradia do país POR: AMANDA CORRÊA | FOTOS: DANIEL RODRIGUES

Vista do porto, cidade de Lagos

A

luz de Algarve é fantástica. Abrir as cortinas toda manhã e ver os altos céus azuis e a luz brilhante e enérgica nunca falha em levantar os espíritos de quem mora na região. Mas há muito mais do que isso. É uma região de encantos escondidos, de praias douradas emolduradas por rochas de pedra calcária lindamente forjadas, de pequenos restaurantes onde o gosto de peixe grelhado na hora temperado com um azeite local o fará voltar várias vezes. Algarve possui muitas camadas. No interior, nas colinas de Monchique, você verá um modo de vida que desapareceu da maior parte da Europa. Os dias giram em torno das estações – abater o porco e juntar suprimentos para o inverno; colher castanhas e frutas para fazer a aguardente local. Azeitonas, laranjas, alfarrobas e amêndoas são retiradas das árvores e vendidas nos mercados. Em vilas com ruas de paralelepípedos, encontrará casas caiadas de branco, cafeterias com homens de chapéu tomando seu café e mulheres grelhando sardinhas nas ruas. O mar é parte de uma diferente camada da vida em Algarve – uma que também está ligada intimamente à natureza. Você consegue ver os moradores andando pelas marés baixas do Atlântico procurando berbigões e cracas, e por toda a costa, pescadores, que aprenderam o comércio com seus pais, saem a procura de polvos e lulas, por sardinhas e atum. Contra esse contexto de vida real, há a camada de turismo. 75


Ao leste, é como se o tempo estivesse parado: há maravilhosas, pequenas e autênticas casas de hóspedes (Fazenda Nova, Vila Campina) e a onda da massa de turismo que tomou conta da maior parte de Algarve não tocou essa região, deixando uma paisagem tranquila de vilas caiadas e bosques de cortiça e oliveiras. O selvagem oeste de Algarve se rende ao poder do Atlântico – é tudo sobre a natureza, sobre o surfe e o mar, sobre observar pássaros ou encontrar golfinhos, ou caminhar pelos penhascos de uma enseada deserta arenosa até outra. A excelente acomodação (Martinhal Resort, Memmo Baleeira) desempenha isso em vez de dominá-lo. Qualquer parte de Algarve que você escolher, você encontrará pessoas amigáveis e acolhedoras; excelentes vinhos locais e comida deliciosa, desde o mais fresco peixe até presuntos regionais curados. Nas áreas urbanizadas, como Albufeira ou Vilamoura, ainda existem maravilhosas praias desertas, mas para sentir a verdadeira Algarve há lugares que combinam todos os ingredientes para as férias perfeitas, e, ao mesmo tempo, dão uma sensação verdadeira do lugar. Certamente não é por isso que, além de procurar o sol, nós viajamos?

É tudo sobre a natureza, sobre o surfe e o mar, sobre observar pássaros encontrar golfinhos, caminhar pelos penhascos de uma enseada deserta Vista da praia, cidade de Santa Luzia

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Rua Bougainvillea,

Vila de Monchique,

cidade de Tavira

distrito de Faro

Quando ir para Algarve

A região turística portuguesa poderia ser um cartaz das estações em flores, com o delicado rosa das flores de amêndoas emolduradas contra o céu azul de fevereiro, as flores azuis das árvores de jacarandá revestindo as ruas em maio, o forte rosa das buganvílias em contraste ao céu azul de julho e o vermelho ardente das árvores de poinsétia em dezembro, também contra o céu azul. Em suma, o clima é seguro todo o ano. Quanto às praias desertas, não vá durante as férias escolares. Os melhores meses são maio, junho ou outubro, quando o sol está quente e os visitantes são poucos. Alto verão, julho e agosto, pode significar instalações lotadas no centro de Algarve, mas siga para o interior, após as laranjeiras, oliveiras, os sobreiros e os ninhos de cegonhas nos postes dos telégrafos e chaminés, para achar a área rural, um paraíso silencioso que pouco mudou ao longo dos séculos. No inverno, principalmente me dezembro e janeiro, mesmo sendo mais frio a noite, geralmente há sol quente no meio do dia e, claro, hotéis mais baratos, então, embora nada seria para os mais corajosos, é uma ótima época para ter Algarve só para você. No entanto, se a sua visita girar em torno de passeios turísticos e comer fora, saiba que no inverno, muitos restaurantes fecham, assim como certas atrações turísticas, como parques aquáticos e zoológicos. Algumas linhas aéreas cortam os itinerários no inverno, o que resulta em preços altos pelos voos, então reserve com antecedência para tarifas mais baratas. Os momentos mais prováveis de se encontrar chuvas fortes são no fim de outubro e novembro.

Onde ir

Apesar de ser uma região, Algarve é diverso de norte a sul, leste a oeste. Melhor entendido ao sair das trilhas batidas e vendo uma vida que não mudou, seja pelas colinas preservadas do interior de Monchique preenchidas por mimosas ou na costa, em Salema, onde pescadores sentam emendando suas redes na praia tendo puxado suas capturas. 77


Como é morar em Algarve

Além de aproveitar a região para descansar nas férias, muitos dos turistas resolvem ficar e fixar residência, especialmente em Faro, Lados, Portimão e Albufeira, outras cidades da região do Algarve. trabalho

O turismo é a principal atividade econômica da região, portanto se você pretende morar no Algarve, provavelmente terá que procurar trabalho em hotéis, restaurantes e empresas prestadoras de serviços relacionados ao turismo. Aliás, a região é a única no país que registra um crescimento de população sem concentração urbana como Lisboa e Porto. estudar na universidade no algarve

A Universidade de Algarve tem sua sede na cidade de Faro, porém possui outros quatro campi, tendo um inclusive na cidade de Portimão. Com mais de 10 mil alunos, a instituição de ensino superior possui três faculdades (Ciências e Tecnologia, Ciências Humanas e Sociais, Economia), três escolas superiores (educação, comunicação, gestão, hotelaria, turismo e saúde) e um instituto, o de engenharia. morar no algarve para aposentados

Com praias, paisagens, um custo de vida possível e um clima considerado excelente, a região do Algarve está sempre no radar das pessoas que estão aposentadas e procuram um lugar para descansar e usufruir. O clima algarvio é composto de verões quentes e longos, de um inverno curto e com temperaturas amenas, ou seja, é bom para quem busca dias com mais horas de sol no continente europeu que tem a fama de ser chuvoso. Além disso, no Aeroporto Internacional de Faro operam diversas companhias aéreas que fazem voos para vários países europeus. distância entre o algarve e lisboa

Faro fica a 280 km da capital Lisboa, num trajeto que pode ser feito pela Autoestrada 2 (A2) em aproximadamente 2h45 minutos de carro. Dependendo da pressa e disponibilidade financeira, é possível ir de avião e a viagem dura apenas quarenta minutos.

Restaurantes com os mais saboros peixes grelhados

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vantagens

Praias lindas, temperaturas amenas durante todo o ano, tranquilidade e qualidade de vida podem ser as maiores vantagens que você vai encontrar ao morar no Algarve. A região é linda e tem praias que, ano após ano, são eleitas pelos europeus como bons destinos para se visitar. Além disso, você estará morando em Portugal e se a língua é um empecilho, você vai conversar com as pessoas e entender o que elas dizem. desvantagens

Claro que morar no paraíso tem coisas boas, mas algumas podem não ser tão boas assim. Como o custo de alugar ou comprar uma casa exigem um pouco de calma para encontrar o imóvel ideal. Isso porque como os turistas invadem a região no verão, os preços tendem a subir e para quem pretende morar no Algarve isso precisa ser levado em conta.

Praia da Marinha, Caramujeira, Lagoa

Aposentados brasileiros podem viver em Portugal Segundo a pesquisa Quality of Living 2016, Portugal é um país entre os melhores para se viver no mundo, quando se trata de saúde, educação, cultura, serviços públicos e de transporte, bens de consumo disponíveis. Em 2013 o governo de Portugal criou o projeto Residente não habitual, que possibilita a moradia com benefícios fiscais de isenção de impostos durante dez anos para cidadãos estrangeiros aposentados, desde que provem rendimentos suficientes. Como se não fosse o bastante, o Algarve foi eleito pelo segundo ano consecutivo o melhor lugar do mundo para viver a aposentadoria e classificado como “padrão internacional de vida”, conforme dados do Live and Invest Overseas. A região já possui mais de 100 mil aposentados estrangeiros. Saiba mais consultando o consulado de Portugal em sua cidade.

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Os melhores destinos asiáticos do ano Países e regiões, da China à Indonésia, que convém visitar antes de se tornarem moda. Encante-se com esses territórios cheios de história POR: LONELY PLANET

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Ásia costuma ser o primeiro destino para os grandes viajantes. É a Meca dos mochileiros em busca da grande viagem de iniciação, cenário perfeito – e barato – para perambular nos anos sabáticos e escapada exótica segura para todo mundo. O Lonely Planet acaba de publicar seu ranking anual Best in Asia 2017, com os melhores destinos asiáticos que convém visitar antes de se tornarem moda. Paisagens quase surreais, como as de Gansu (China), países nos quais você provavelmente não havia pensado até agora, como o Cazaquistão, e bairros novos que os gourmets internacionais colocaram na moda, como o Keong Saik em Cingapura. Seis experiências incríveis, incluindo antigos territórios recheados de história, ilhas sublimes e cidades que mudam vertiginosamente.

Um festival multicolor – Gansu (China)

Ariunbold Purev

Para os especialistas em Ásia, a província de Gansu é o grande destino asiático que vale a pena descobrir o quanto antes. Essa região chinesa de montanhas nevadas e paisagens cheias de contrastes, que se estende do centro ao norte do país, faz parte da Rota da Seda. Fotos alucinantes garantidas para nossa conta do Instagram em lugares como as montanhas de Xiahe e os coloridos contrafortes do geoparque de Danxia. Além disso, a região é famosa por sua gastronomia local: lá são feitos macarrões artesanais ao estilo Lanzhou. Em Gansu encontraremos de tudo: tradições da mítica Rota da Seda, glaciares e penhascos para os mais aventureiros que até agora só eram frequentados pelos nômades tibetanos, e importantes enclaves budistas como o monastério Bingling, que mantém sua atmosfera mística vigiada pelo buda gigante, e as Mogan Grottes, o grande centro da arte budista que (por enquanto) não recebe muitas visitas. Em Gansu a diversidade étnica surpreende: muçulmanos em Linxia; tibetanos em Xiahe e Langmusi, e outros grupos minoritários como os bao’an e os dangxiang que completam o mosaico.

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Estátua de bronze monumental de Amida Buda em Kamakura


Montanhas de cores no geoparque de Danxia, em Gansu

Templos, cervejas e surfe – Yokohama e Kamakura (Japão)

Ao sul de Tóquio, visitada todos os anos por milhões de turistas, duas cidades aguardam ser descobertas pelo turista ocidental: Yokohama e Kamakura. A primeira delas, localizada em uma grande baía, é a segunda maior cidade do Japão, a somente 20 minutos de trem da capital japonesa. Yokohama merece uma visita por sua arquitetura peculiar, seus restaurantes e microcervejarias, os clubes de jazz e os novos projetos de arte contemporânea que se desenvolve na cidade. Como curiosidade, dois museus dessa cidade homenageiam o humilde macarrão: o Museu do Lámen, voltado exclusivamente a esses macarrões de origem chinesa que deixam os japoneses enlouquecidos, e o Cup Noodles Museum, dedicado aos macarrões instantâneos, invenção de um certo Momofuku Ando em 1958. Ao final de cada visita, cada um pode fazer seus próprios macarrões, criar o recipiente e levá-lo hermeticamente fechado para casa, prontos para comer. Kamakura foi a primeira capital feudal do Japão. Está a uma hora de Tóquio e conserva uma alta concentração de templos e santuários imponentes, muitos dos quais oferecem sessões de meditação zen abertas aos não iniciados. Mas a cidade se tornou famosa, curiosamente, como destino surfista, que complementa com bons cafés e restaurantes ecológicos, assim como uma simbólica (e gigante) estátua de Buda. Suas praias, junto com a meditação ao amanhecer e as excursões pela montanha, são atualmente suas principais atrações. 83


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Elefante selvagem, reserva de Wayanad

Os guerreiros de terracota de Xi’an, na província chinesa de Shanxi

Novas praias sem turistas – Norte de Kerala (Índia)

As praias do sul de Kerala são, há décadas, um dos grandes destinos turísticos na Ásia, mas o que ainda está por ser descoberta é a região norte do estado indiano, repleta de encantos rurais. Além de seus maravilhosos e pouco explorados areais, as danças e rituais theyyam surpreendem, originados a partir de bailes folclóricos realizados durante as festas da colheita. Os turistas são bem-vindos, mas não se trata de um espetáculo artístico e sim de um ritual religioso. No mesmo ano do 70° aniversário da Independência da Índia, a inauguração de um novo aeroporto internacional em Kannur – o maior de Kerala – dará acesso a novas praias quase virgens para o turismo ocidental, como as que estão ao redor de Kannur, Thottada e Bekal. Nelas o alojamento continua sendo local, com hoteizinhos caseiros muito mais baratos do que no sul de Kerala. Também é preciso descobrir a reserva de fauna de Wayanad, um verdadeiro paraíso para os elefantes selvagens, e Valiyaparamba, ponto de confluência de cinco rios cujas margens transbordam de palmeiras. 84


Nostalgia nipônica – Takayama (Japão)

Para esta cidade tradicional, que pouco mudou em três séculos, é preciso viajar o quanto antes. Começam a chegar os primeiros ventos de mudança: uma nova construção de cimento cinzento acaba de substituir sua antiga e encantadora estação de trem, e já há turistas que vagueiam pelas ruas onde, até recentemente, só se ouvia falar japonês. Mas Takayama ainda representa o velho Japão e seu modo de vida: os discípulos do templo – deshi – varrendo, retirando o cascalho e abrindo as portas para deixar entrar o sol; lojistas e artesãos esperando, pacientemente, o comprador em seus postos do mercado; antigas pontes que cruzam o rio que atravessa a cidade e o colorido Takayama Matsuri – um dos grandes festivais de primavera no Japão –, que mantém sua atmosfera tradicional: lanternas e balões de papel vermelho e dourado sobre a água, todos decorados com bonecas mecânicas – karakuri mingyo. Escondida na região montanhosa de Hida, no centro do país, Takayama convida a uma viagem ao Japão do século XVII, à cozinha mais enraizada ou a casas históricas (que podem ser visitadas) em Hida-no-Sato, uma vila tradicional do período Edo.

Além de seus maravilhosos areais, as danças e rituais theyyam surpreendem, originados de bailes folclóricos realizados durante as festas da colheita O início da Rota da Seda – Xi’an (China)

De todos os destinos aqui apresentados, Xi’an é, provavelmente, o mais turístico. Quase todos os circuitos pela China incluem a visita aos seus famosos guerreiros de terracota, e até mesmo muitas viagens ao longo da antiga Rota da Seda começam em Xi’an, seu ponto mais oriental. Esta cidade de cerca de 3.000 anos, que conserva toda sua vitalidade comercial de outrora – as vielas do labiríntico bairro muçulmano ainda estão cheias de vendedores ambulantes de todos os tipos –, ao longo dos últimos anos fez com que a Rota da Seda fosse declarada Patrimônio da Humanidade pela Unesco. Sob o risco de que se torne uma Disneylândia, convém antecipar uma visita (os famosos guerreiros completam 30 anos como Patrimônio Mundial em 2017), percorrer de bicicleta as muralhas da cidade, ir ao túmulo do imperador Jingdi, contemplar ao longe os míticos picos de Hua Shany, explorar os arredores. Estamos na província de Shanxi, a fonte de toda a China, capital da dinastia Quin, uma região repleta de tesouros arqueológicos e relíquias do passado. 85


O sabor da antiga Malásia – Malaca (Malásia)

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Masjid Selat Melaka, mesquita em Malaca

Quando Kuala Lumpur era um pântano e Penang ainda não havia se tornado a Pérola do Oriente, Malaca já era um dos mais importantes portos do Sudeste Asiático. Depois perdeu seu status para Cingapura, mas, graças a isso, sua arquitetura antiga foi poupada e declarada Patrimônio da Humanidade em 2008. Transformada novamente em uma das principais atrações turísticas da Malásia, nela floresceram hotéis-boutique e restaurantes. Agora o foco está no rio Melaca, com sua passeios de barco e táxis aquáticos futuros que ligarão a estação de ônibus ao centro. Novas galerias de arte também surgem junto ao rio, como a Zheng He Duo Yun Zuan, dividida entre dois armazéns renovados, ou o Trash & Treasure, um mercado de pulgas à beira do rio. O imprescindível em Malaca é saborear a mistura das cozinhas malaia, portuguesa e indiana em um algum de seus excepcionais restaurantes; visitar as oficinas de artesanato com seus artesãos em ação em Chinatown; desfrutar do burburinho e da comida de rua do mercado noturno de Jonker ou passear pelo centro histórico nos chamativos trishaw. Depois, dar um passeio por Kampung Chitty para desfrutar de seus templos e assistir ao pôr do sol sobre o Masjid Selat Melaka, a imponente mesquita flutuante da cidade. 86



Conversa

Coluna da Mirian POR: MIRIAN GOLDENBERG | ILUSTRAÇÃO: LIGIA CAMOLESI

A invenção de uma bela velhice

Simone de Beauvoir foi a minha maior inspiração para escrever sobre a invenção de uma bela velhice. No livro Velhice, ela escreveu que velho é sempre o outro, já que as pessoas de mais idade não se enxergam como velhas. Mas ela alertava: velho não é o outro, velho sou eu. Cada um de nós, mesmos os mais jovens, deveria se reconhecer no velho que é hoje ou no velho que será amanhã. Porque, o jovem de hoje é o velho de amanhã. 88

Mesmo revelando a tragédia que é o envelhecimento para quase todos, Beauvoir apontou um caminho para a invenção de uma bela velhice: ter um projeto de vida. Zygmunt Bauman afirmou que há dois valores fundamentais para uma vida feliz. Um é a segurança; o outro é a liberdade. Para ele, não seria possível uma vida feliz na ausência de qualquer um dos dois. Segurança sem liberdade é escravidão. Liberdade sem segurança é caos. No dia 1 de outubro, Dia Internacional do Idoso, é importante lembrar


que a invenção de uma bela velhice depende tanto dos nossos projetos de vida quanto da conquista de segurança e de liberdade. A segurança financeira e afetiva produz a liberdade para inventar uma velhice feliz, como disse minha amiga Nalva, de 89 anos: “tenho amigos de mais de 80, de mais de 90 anos, que são ativos e independentes. Com saúde, dinheiro suficiente, bons amigos, humor e, principalmente, projetos, dá para viver muito bem em todas as fases da vida. Estou gravando meus cds, tocando piano, acabei de publicar meu primeiro livro de poesias, tenho muitos projetos. Você gosta de dizer que a velhice é bonita e que velha é linda. Mas quem disse que eu sou velha? Eu estou na flor do outono.”

A revolução dos velhos

Pode ser difícil de acreditar, mas muitas pesquisas mostram que quanto mais velhos somos, mais felizes podemos ser. As pesquisas questionam o pânico que os brasileiros têm de envelhecer, já que, para muitos, a velhice é a melhor fase da vida. Há mais de dez anos venho pesquisando as representações, os medos e os significados do envelhecimento no Brasil. Atualmente, estou pesquisando homens e mulheres de mais de 90 anos. O que aprendi de mais importante com os meus pesquisados? Em primeiro lugar, a importância de dizer não. O principal ganho associado ao envelhecimento é a conquista da liberdade. Eles se libertaram da necessidade de agradar a todo mundo, da preocupação com a opinião dos outros, do medo de ser diferente. Como muitos disseram, é fundamental para a felicidade adotar a filosofia do “foda-se!”. É uma verdadeira revolução. Em seguida, a mudança de foco. Eles destacam a necessidade de colocar o foco na própria vontade. Mostraram que, quando mais jovens, sempre se colocaram em segundo plano e buscaram satisfazer os desejos dos filhos, cônjuges, pais e amigos. Mais velhos, e com a certeza de que o tempo é um bem precioso e não pode ser desperdiçado, perceberam que é preciso priorizar o tempo para

cuidar da própria saúde e construir projetos de vida com significado e prazer. Também descobri que a comparação produz infelicidade. Aprendi que não devo me comparar com (e não invejar) mulheres mais jovens, mais bonitas, mais seguras, mais poderosas, etc. Só a maturidade pode me dar a segurança necessária para “ser eu mesma” e não querer ser diferente do que sou. Descobri que devo investir muito mais nos meus pontos positivos, nas minhas qualidades, e aceitar com carinho (e com humor) os meus defeitos, faltas e imperfeições. Aprendi a importância de rir mais de mim mesma e dos outros. Não levar tudo tão a sério e cultivar o bom humor. Muitos sofrimentos inúteis podem ser evitados com boas risadas Descobri que posso resgatar a criança que ainda existe dentro de mim, brincar muito mais e ser muito mais feliz. Com tudo o que aprendi nestes anos de pesquisas e reflexões sobre o envelhecimento, passei a repetir um mesmo mantra: “Velho é lindo! Viva a bela velhice!”.

Mirian Goldenberg É antropóloga e professora da Universidade Federal do Rio de Janeiro. É autora de Coroas: corpo, envelhecimento, casamento e infidelidade e A bela velhice.

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Inspiradores

Wangari Muta Maathai Conheça a queniana ativista que deixou um grande legado com seu trabalho humanitário

Jennifer Connor

POR: CAMILA PENNA

Wangari Maathai 01/04/1940 - 25/09/2011

Wangari estudou biologia nos Estados Unidos e contribuição ao desenvolvimento sustentável, na Alemanha, após seu mestrado voltou para o democracia e paz” e foi a primeira mulher afriQuênia, onde foi a primeira mulher africana a cana a receber esse prêmio. receber o diploma do doutorado (em Medicina Durante a leitura sobre quem era a ganhadora Veterinária). Ela ocupou o cargo de professora do Prêmio Nobel da Paz, o Comitê Norueguês no departamento de anatomia veterinária da do Nobel disse “Maathai resistiu bravamente universidade de Nairóbi, onde depois se tornou o antigo regime opressivo no Quênia. Suas forchefe. Maathai era ativa no Conselho Nacional mas únicas de ação contribuíram para prestar de Mulheres do Quênia desde 1976. atenção a opressão política, nacional e interPresidiu esse conselho e depois fundou nacionalmente. Tem sido assim de inspiração o Green Belt Movement, uma forma de ajudar para muitos na luta pelos direitos democráticos as mulheres que vivem nas zonas rurais do Quê- e tem especialmente encorajado as mulheres a nia responsáveis pela plantação de mais de 47 melhorar a sua situação.” milhões de árvores em toda a África. Wangari Maathai deixou um extenso legado. O movimento engloba o meio ambiente e Escreveu 4 livros e ganhou cerca de 50 prêmios a vida das mulheres. Assim, ela foi a primeira nacionais e internacionais – incluindo o Nobel ativista política e ambientalista. da Paz de 2004 pelo seu trabalho humanitário, Praticamente sozinha ela impediu a cons- e o Conservation Scientist Award da Columbia Unitrução de uma habitação no parque Uhuru em versity (usa) no mesmo ano. Nairóbi, por isso foi presa em 1989. Depois foi Em 2009 Wangari foi nomeada Mensageira eleita para o parlamento como deputada em da Paz pelas Nações Unidas, levando a mendezembro de 2002 com 98% dos votos quando sagem de plantio baseado em comunidades em 2003, ela foi nomeada ministra do Ambiente, locais pelo mundo. Mas as vidas de símboRecursos Naturais e Vida Selvagem. No mesmo los mundiais também são finitas, aos 71 anos, ano, fundou o partido verde no Quênia. Em Wangari faleceu devido a um câncer nos ová2004, recebeu o Prêmio Nobel da Paz por “sua rios. Entretanto, o gmb continua vivo e em ação. 90



Para você

Viaje pelo mundo Separamos seis destinos nacionais e internacionais que você não pode deixar de conhecer

Museu de Inhotim,

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Minas Gerais

Estar bem acompanhado é um dos ingreInhotim é um museu de Arte Contemporânea dientes mais importantes para uma boa viaa céu aberto, no meio de um maravilhoso jar- gem! Por isso, este grupo tem a chance de estar dim. Está situado perto da cidade de Bruma- com a professora doutora em História da Arte dinho, em Minas Gerais – a 60 quilômetros Anamelia Bueno Buoro. de Belo Horizonte. Pouco se sabe que o BraCom um jeito leve de abordar assuntos relasil possui um museu dessa qualidade e que cionados à arte, em conversas que acontecem promove encontros tão significativos entre os naturalmente, Anamelia guia visitas e as transolhares do público e da arte. forma em passeios entre bons amigos! Artistas estrangeiros dos mais renomados Inclui 2 noites de hospedagem no hotel Esapresentam suas obras de arte neste espaço, trada Real Palace, 2 dias de visita a Inhotim, trasmisturados aos brasileiros também bastante lados privativos para o grupo e visita guiada pela reconhecidos. Em Inhotim, o meio ambiente professora Anamelia B. Buoro. convive em interação com a arte! É um lugar quando ir: acontece de 20 a 22 de outubro. de produção de conhecimento, gerado a partir quem leva: Donato Viagens. do acervo artístico e botânico. ideal para: amantes de arte e viagens em grupo.

Arte em Inhotim

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Ilha de Comandatuba

Coqueiros, brisa, mar, rede, preguiça, água de coco de um lado. Aeroporto privativo, monitores, bufês de categoria internacional, spa, serviço eficiente e toda a tecnologia necessária do dia a dia de outro. Essa é a receita do Hotel Transamérica Ilha de Comandatuba. De selvagem, este resort premium só tem a praia que se estende por uma orla de 5 quilômetros, com suas águas e ondas intermitentes. Localizado na região de Una, no sul da Bahia, aquela ilha parecia longe demais dos eventuais turistas. Seria mais fácil construir uma ponte ligando a ilha ao continente, mas isso foi descartado, pois comprometeria a magia do lugar. E para quem tem a intenção de passar uma temporada ali, mágica parece uma palavra apropriada quando se vê de perto o grandioso resultado. Inclui 5 noites de hospedagem em apartamento duplo categoria superior, pensão completa: café da manhã, almoço e jantar (não inclui bebidas) e voo de ida São Paulo/Ilhéus e voo de volta Una/São Paulo. quando ir: acontece de 14 a 19 de dezembro. quem leva: Donato Viagens. ideal para: quem gosta de relaxar na praia.

Viagens com a National Geographic

Conhecer o Butão na companhia da fotógrafa e antropóloga visual Alison Wright, Etiópia com o indicado ao Emmy John Stanmeyer, Tibete e Nepal ao lado da fotógrafa e cineasta Ami Vitale, Tanzânia com o fotojornalista Massimo Bassano. A National Geographic Expeditions tem uma gama de viagens para pessoas que amam a fotografia e querem melhorar a sua técnica e seu olhar. São expedições para alguns dos lugares mais pitorescos do mundo sempre com a presença de um renomado fotógrafo da National Geographic Society. Os roteiros são desenvolvidos para que os viajantes possam ter aulas teóricas, aulas práticas e possam aproveitar os destinos. Durante a semana há workshops – que incluem palestras, saídas a campo e encontros com o fotógrafo da National para edição e crítica do trabalho realizado. Já nos finais de semana, é hora de praticar o que foi aprendido. quando ir: ocorrem todos os meses, mas o ideal é reservar com pelo menos seis meses de antecedência pois são bem concorridas. quem leva: National Geographic Expeditions. ideal para: quem ama aprender!

Ilha de Comandatuba, Bahia

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Cruzeiro na Amazônia

Exuberante, majestosa, a floresta amazônica guarda segredos e lendas que até hoje assombram as populações ribeirinhas. Oferece plantas que curam todos os males, abriga árvores seculares, animais selvagens, pássaros de mil cores e tribos indígenas que mantêm os mesmos hábitos e rituais de seus antepassados. Rasgando o coração da exuberante floresta, o Rio Amazonas segue seu curso em direção ao mar. Divide-se pelo caminho em dezenas de outros rios até desembocar em estrondosa pororoca, no infinito Atlântico. É cercado por esse impressionante cenário de cores, sons, perfumes e fantasias que navega silencioso o luxuoso Iberostar Grand Amazon. Nas paradas em terra, passeios de barco, pescarias e safáris fotográficos convidam a descobrir a natureza em seu estado puro. A bordo, todo o conforto dos melhores hotéis e o espetáculo do mais belo pôr do sol ao som de uma orquestra natural de pássaros e cigarras. quando ir: em qualquer época do ano. quem leva: Donato Viagens. ideal para: quem gosta de aventura e natureza.

Curso de culinária no Le Cordon Bleu

Imagine juntar duas coisas prazerosas: viagem e gastronomia. Mas em vez de se ater apenas a deliciosas degustações em restaurantes estrelados, você pode aprender a fazer receitas com os melhores mestres da Europa. E se isso ainda acontecer em uma das mais tradicionais escolas de cozinha do mundo? Parfait, não? Pois a Le Cordon Bleu, uma das mais tradicionais escolas de gastronomia de França, é também uma das mais acessíveis aos gourmants. Em sua unidade de Paris, ela oferece para os iniciantes ou apaixonados por cozinha diversos cursos de curta duração em cuisine française, pâtisserie e boulangerie. Respectivamente: cozinha francesa, pastelaria e padaria. Os cursos, ministrados em francês e inglês, podem durar de 3 horas a 4 dias, dependendo do tema. Os grupos são sempre pequenos e acontecem tanto em salas de aula práticas quanto em uma cozinha profissional. quando ir: em qualquer época do ano, mas no verão e na primavera é mais agradável. quem leva: Student International Programs. ideal para: gourmants.

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Cruzeiros pela Amazônia

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Galápagos

Aulas no Le Cordon Blue, Paris, França

Uma das maiores tartarugas do mundo, Galapagos

O nosso entendimento sobre a evolução das espécies mudou completamente depois que Charles Darwin passou por este arquipélago a 900 quilômetros da costa do Equador. Durante sua expedição às 13 ilhas de Galápagos, em 1831, o biólogo questionou as teorias existentes e começou a pensar o que depois viria a se tornar a Teoria da Seleção Natural. Quem desembarca no lugar logo entende o importante papel de Galápagos. Com profusão de alimentos, o arquipélago é uma espécie de oásis no meio do Pacífico. Há tantos animais (para ser mais exato: 5 mil espécies, duas mil só existentes no arquipélago) que mais parece um laboratório natural. À vista, há leões marinhos, gaivotas, fragatas, albatrozes, pinguins, atobás-de-patas-azuis, flamingos, iguanas e, claro, as gigantescas tartarugas. No mar, um mergulho de snorkel poderá revelar arraias, peixes coloridos e tubarões (sim, diversos tubarões), entre outros animais marinhos. Há pelo menos duas maneiras de conhecer a região. A primeira é hospedar-se em uma das ilhas – em geral, nas maiores como as ilhas Isabela ou Santa Cruz – e dali partir para explorações terrestres e, alternativamente, para cruzeiros de um dia. Como você voltará para dormir em terra ao fim do dia, neste tipo de viagem alcança-se apenas as ilhas mais próximas como Plaza, Bartolomé, Seymour Norte, Tintorera. Outra maneira de conhecer Galápagos é embarcar em um cruzeiro, dormir no balanço do mar e, durante o sono, chegar às ilhas mais distantes. Em geral os navios são pequenos, sem muita infraestrutura, mas confortáveis. Uma das características é a presença de especialistas a bordo, fazendo palestras diárias sobre os animais e a natureza. Há opções de embarcações, inclusive uma da National Geographic. quando ir: como fica perto do Equador, o tempo sempre é agradável. Mas entre junho e novembro, passa a corrente de Humboldt, baixando a temperatura do mar. quem leva: Ambiental. ideal para: quem ama a natureza. 95


Parole in Libertรก



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