1 minute read

Carta a um irmão

CARTA A UM IRMÃO

Marcos Vinícius Batista Barbosa

Advertisement

Me desperto A luz já invade o quarto e meus olhos Mas o que primeiro sinto é teu abraço em sono Estás aqui! Ou será que sempre esteves? Talvez, mesmo, estivesses destinado a estar Já não sei ao certo, só me importa que estás.

Apertam-se Teus braços ou nossos laços? Não. Ambos Se estreitam, me puxam para perto de ti Não que eu já tenha resistido De alguma forma, me passas segurança de lago Águas claras e tranquilas Já mornas, ao caminhar do Sol Gentilmente tocando minha pele Adentrando meus poros Lavando minha alma

Talvez já tenhas entendido Talvez, como disseste, sejamos mesmo irmãos Já que vejo em ti casa

De certo, a que senti se delineando a primeira vez que te vi E que hoje posso ver claramente Em verdade, me é palpável

Talvez sejam meus olhos Mas, no brilho dos teus, eu vejo fogo

Ouço seu crepitar Ora consumindo tuas entranhas Ora iluminando teus arredores E, acho, que me deixei incendiar Não tive medo de sentir Sentir contigo, por ti, ou mesmo, só sentir

Que a chuva que te cai agora não apague esse fogo Mas regule a temperatura do teu queimar Que as cinzas do encontro de tuas brasas Com as gotas que te escorrem Fertilizem teu solo E preencham onde o fogo deixou marcas

Que tua semente germine e frutifique Pois nela vejo o potencial de mil baobás E, que possas se ver como te vejo Ou, melhor que isso, como tu és

This article is from: