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Meu corpo forjado

MEU CORPO FORJADO

Samara Almeida Lima Santos

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Eu sou forjada dos fragmentos chicoteados na história; Eu sou forjada da planta sangrada plantada e das mãos ancestrais de quem lhe plantou; Eu sou a terra que o ocidente sugou. Sou o resultado dos progressos em nome do sangue e da exploração; Eu sou o produto que o produtivismo descartou, e que Descartes [referenciou.

“O fruto podre”. Humana digna de humanidade. Meu banho é de erva e minha carne é selada pelo corpo vivo de Xangô. Mas aos seus olhos de senhor ocidental, eu sou o gene primitivo e a barbárie, a degenerada; A estirpe ainda suja que a ciência moderna nomeou. Você não consegue me enxergar como quem tem vida Porque sua visão é insuficiente e não contempla a imensidão de [vivências

Que se (re)territorializaram em diáspora. Eu sou o espírito incorporado do meu povo; Eu sou terra em transe; O saber errante, complexo e desviante Ilegítima até no nome. Eu sou o retrato falado, mal visto e encarcerado; Eu sou vida morta, o corpo no chão. A matéria violentada. Eu sou os textos que ainda não sangram; Eu sou a hashtag #vidasnegrasimportam. Mas também sou o espírito e intelecto se aquilombando; Retomando o que sou e me ressignificando. Tentando. Fazendo dos corres sinônimo de potencialidade para nos manter [vivas.

Na disposição em transformar o que leio em linguagem e a [linguagem em ação

Nutrida de reflexão. Eu sou a raiz criando asas. Eu vim plantar sementes. E meus frutos também irão frutificar. A nossa cor veio para nos curar.

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