REVISTA IHGM 38 - SETEMBRO 2011 - SEMINÁRIO I

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Equinocial, esta presença francesa representava uma ameaça para as conquistas portuguesas, e fez com que as Coroas Ibéricas enviassem uma esquadra para a tomada de São Luís, fato ocorrido em 1615. Enquanto as Ordens Religiosas dominavam o interior do vale Amazônico, o Governador do Estado do Maranhão promovia a distribuição de terras para particulares fundarem capitanias. Nesse contexto, foram fundadas capitanias de duas naturezas diferentes: as Capitanias da Coroa ou Reais e as Capitanias Particulares (MACHADO, 1989, SALDANHA, 2001; GARCIA e ALMEIDA, 2000). Sobre estes ditos acontecimentos ocorridos naquele território pode ser entendido que estavam ocorrendo conflitos e disputas pelas terras do Maranhão, e confirma a suspeita o Requerimento de 17 de outubro de 1623, do custódio da Ordem de São Francisco da cidade de São Luiz do Maranhão, fr. Cristóvão de Lisboa, e de outros religiosos, ao rei Felipe III, pedindo que não sejam concedidas capitanias nos territórios indígenas, por serem estas para o bem do serviço de Deus e de Sua Majestade. O pedido do padre franciscano justifica-se pela presença das ordens religiosas em áreas indígenas já transformadas em aldeamentos e missões, onde os religiosos faziam o comércio das drogas-do-sertão. A doação de capitanias que incluíam terras indígenas poderia trazer prejuízos aos negócios administrados pelas Ordens Religiosas. As terras indígenas eram visadas por colonizadores interessados em demarcar suas capitanias em áreas onde já havia sido identificado algum tipo de produto a ser explorado, além da possibilidade do uso de mão-de-obra indígena para a exploração desses produtos. O Padre João de Sousa Ferreira trabalhou com afinco e pertinência no sentido de proteger os nativos da saga dos colonizadores infiéis tratando-os como súditos da coroa portuguesa. Tinha o Padre João de Sousa Ferreira um irmão também sacerdote chamado José de Sousa Ferreira. Infelizmente não temos minuciosos informes de sua vida e de seu irmão patrono dessa cadeira que passo a ocupar desse momento em diante, mas certamente de agora em diante me dedicarei a buscar sempre que possível maior relato sobre sua passagem como catequizador nas terras do Grão-Pará e Maranhão. Pelo pouco que conseguimos resgatar, ficou muito claro para nós que João de Sousa Ferreira foi um sacerdote trabalhador, fiel aos seus princípios e mantenedor da fé cristã, fato que lhe resultou na inscrição de seu nome no panteão dos bem aventurados e Patrono da Cadeira de nº 7 deste Sodalício. OCUPANTE ANTERIOR DA CADEIRA Nº 7 - RENATO DINIZ DO NASCIMENTO E SILVA Foi o primeiro ocupante da Cadeira n.7, patroneada por João de Sousa Ferreira. Foi convocado para o serviço militar ativo, pelo Decreto publicado no Diário Oficial do Exercito – 24º Batalhão de Caçadores como auxiliar de instrução dos soldados antigos, sempre foi homenageado pelos seus superiores como um oficial trabalhador, disciplinado e disciplinador. Segundo dados retirados do “Livro dos Patronos”, pertencente ao IHGM, produzido na gestão da Profa. Eneida Vieira da Silva Ostria de Canedo, nas comemorações dos 80 anos do IHGM, essa figura representativa da vida militar maranhense foi louvada pelo Capitão João Felipe Bandeira de Melo nos seguintes termos: “LOUVO-O - 1º Tenente de Reserva Convocado RENATO DINIZ DO NASCIMENTO E SILVA pelas boas provas que vem dando de devotamento ao trabalho, inteligência, disciplina e boa educação civil e militar”. A 10 de fevereiro de


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