REVISTA DO LÉO 95 - MARÇO 2024

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LÉO REVISTA LAZEIRENTA LEOPOLDO GIL DULCIO VAZ - EDITOR – Prefixo 917536 NÚMERO 95 – MARÇO – 2024 MIGANVILLE – MARANHA-Y “águas revoltas que correm contra a corrente”
REVISTA DO

A presente obra está sendo publicada sob a forma de coletânea de textos fornecidos voluntariamente por seus autores, com as devidas revisões de forma e conteúdo. Estas colaborações são de exclusiva responsabilidade dos autores sem compensação financeira, mas mantendo seus direitos autorais, segundo a legislação em vigor.

EXPEDIENTE

REVISTA DO LÉO REVISTA LAZEIRENTA

Revista eletrônica

EDITOR

Leopoldo Gil Dulcio Vaz

Prefixo Editorial 917536 vazleopoldo@hotmail.com

Rua Titânia, 88 – Recanto de Vinhais 65070-580 – São Luís – Maranhão (98) 3236-2076

98 9 8328 2575

CHANCELA

LEOPOLDO GIL DULCIO VAZ

Nasceu em Curitiba-Pr. Licenciado em Educação Física (EEFDPR, 1975), Especialista em Metodologia do Ensino (Convênio UFPR/UFMA/FEI, 1978), Especialista em Lazer e Recreação (UFMA, 1986), Mestre em Ciência da Informação (UFMG, 1993). Professor de Educação Física do IF-MA (1979/2008, aposentado); Titular da FEI (1977/1979); Titular da FESM/UEMA (1979/89; Substituto 2012/13), Convidado, da UFMA (Curso de Turismo). Exerceu várias funções no IF-MA, desde coordenador de área até Pró-Reitor de Ensino; e Pró-Reitor de Pesquisa e Extensão; Pesquisador Associado do Atlas do Esporte no Brasil; Diretor da ONG CEV; tem 20 livros e capítulos de livros publicados, e mais de 430 artigos em revistas dedicadas (Brasil e exterior), e em jornais; Sócio efetivo do Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão; Membro Fundador da Academia Ludovicense de Letras; Membro da Academia Poética Brasileira; Sócio correspondente da UBE-RJ; Premio “Antonio Lopes de Pesquisa Histórica”, do Concurso Cidade de São Luís (1995); a Comenda Gonçalves Dias, do IHGM (2012); Prêmio da International Writers e Artists Association (USA) pelo livro “Mil Poemas para Gonçalves Dias” (2015); Prêmio Zora Seljan pelo livro “Sobre Maria Firmina dos Reis” – Biografia, (2016), da União Brasileira de Escritores – RJ; Diploma de Honra ao Mérito, por serviços prestados à Educação Física e Esportes do Maranhão, concedido pelo CREF/21-MA (2020); Foi editor das seguintes revista: “Nova Atenas, de Educação Tecnológica”, do IF-MA, eletrônica; Revista do Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão, edições 29 a 43, versão eletrônica; Editor da “ALL em Revista”, eletrônica, da Academia Ludovicense de Letras; Editor das !Revista do Léo”, “Maranha-y”, e “Ludovicus”; Condutor da Tocha Olímpica –Olimpíada Rio 2016, na cidade de São Luis-Ma.

UM PAPO
150 anos de FRAN PAXECO Conheci Mesquita enquanto ele era aluno da antiga Escola Técnica Federal do Maranhão – ETFM, depois, CEFET-MA, hoje IF-MA. Era 1979, quando aqui cheguei. Aluno de Atletismo, já veterano, com alguma

experiencia de competição. Fora aluno de Furtado, depois de Juarez. Assim, naquele ano assumi a disciplina, como professor de Atletismo, e lá estava ele.

Aqueles alunos já sem idade para competir nos Jogos Escolares, mas com experiencia, passei a ensinar o metier, tornando-os monitores, para acompanhar o trabalho dos mais jovens. Deu tanto certo, que Mesquita passou a ser técnico de Atletismo. Ajudou-me a fundar a Federação de Atletismo, exercendo vários cargos, até que foi parar na SEDEL, tornando-se um expert na organização de competições.

Seu irmão mais novo, também foi meu aluno...

Joaquim Haickel

SóagorafiqueisabendodofalecimentodemeuamigoRaimundoMesquita,quetiveoprivilégiodetercomocoordenadordosJEM’s enquantofuiSecretáriodeEsporte.Mesquitaeraumdosbaluartesdoesporteestudantilmaranhenseemereceserhomenageadopelo seufrutíferotrabalho.

Não existem palavras para descrever tudo que o Mestre Raimundo Mesquita representa para história do esporte maranhense. Todas as homenagens da Secretaria de Estado do Esporte e Lazer a este grande homem, que durante seus mais de 40 anos no serviço público, ajudou a construir e aplicar as políticas públicas do esporte

para a nossa população. Nossos mais profundos sentimentos aos familiares e amigos, que incluem boa parte da nossa equipe.

jorge-olimpio-bento.pdf (up.pt)

NAVEGANDO COM

JORGE OLIMPIO BENTO

"As armas e os barões assinalados / Que da ocidental praia Lusitana / Por mares nunca de antes navegados / Passaram ainda além da Taprobana / Em perigos e guerras esforçados / Mais do que prometia a força humana / E entre gente remota edificaram / Novo Reino, que tanto sublimaram".

A consagração do direito a uma vida digna, realizada no caminho de perseguição da felicidade, implica a presença acrescida do desporto, a renovação das suas múltiplas práticas e do seu sentido.

Sendo a quantidade e qualidade do tempo dedicado ao cultivo do ócio criativo (do qual o desporto é parte) o padrão aferidor do estado de desenvolvimento da civilização e de uma sociedade, podemos afirmar, com base em dados objetivos, que nos encontramos numa era de acentuada regressão civilizacional. Este caminho, que leva ao abismo, tem que ser invertido urgentemente.

Espermatozoides siderais

Perguntar não ofende, mas dói que se farta quando atinge alguém como um pontapé na zona genital. Mesmo sabendo isso, não deixo de indagar aos viciados na sucessoína, isto é, aos meninos da Iniciativa Liberal (e aos seus primos nos partidos que cultuam igual credo) qual é a sua noção de ‘comunidade’ e ´humanidade’. Não possuem nenhuma, pois não?! Então como é que tendes o desplante de pretender governarasociedade,sevisaisdestruí-laenegaisobemcomum?Haveránavossaegolatriaespaçoalgum para laços, compromissos e deveres inter-humanos? Não há. Sois antissociais, não quereis a mistura e partilha com os outros. Cada um que se cuide, desemerde etc.! O ser, que esvoaça na vossa moleirinha, almejaexistirnumaprovetadesertificadadeemoçõesenecessidadesrelacionais.Comovoscompreendo! Nãosoisgente:soisprodutodeumespermatozoidesideral,caídonavaginadainteligênciaartificial.

Haja lucidez e decência!

Éurgentepararaguerraquelavranosoloeuropeu.Importaqueoinvasornãoaganhe.Ora,nãosealcança isso, proclamando que os ucranianos combatam até ao fim e morram até ao último homem e mulher. A multiplicação dos calvários e cemitérios não carreia vantagens para a mesa das negociações. Algum dirigentedaUEtemalucidezedecênciaparaveredizerqueessedesnortelevaaUcrâniaeaEuropapela viadalentaagonia?

Sim, urge negociar a paz de um modo tal que nenhum contendor possa sentir-se inteiro vencedor ou perdedor.Istoexigequeasarmasdainsâniadêemavezàdiplomaciadarazão.Osúnicosderrotadosserão os que visam a implosão da União Europeia como entidade autónoma e influente no cenário universal, merecedoradaatençãoerespeitabilidadedospovosdetodoomundo.

Morte e traição pela boca…

Não há apenas um Ventura. Há vários: os que falam e ampliam o discurso securitário e xenófobo. Eles sabemqueassensaçõesnãocorrespondemàrealidade;ouseja,osdadosnãoautorizamaproclamaçãoda relação entre insegurança e imigração. Pedro Passos Coelho (o ex-Primeiro Ministro da troika, da austeridade,doscortesdedireitos,pensõesesaláriosedo'convite'aosjovensparaquesaíssemdopaís) sabe isso, mas não tem pejo algum em usar a linguagem da extrema-direita. A sua ação governativa foi elucidativa da filiação ideológica e política. Para desfazer eventuais dúvidas surge agora a confirmação verbal:aspalavrassãoa forma dasideias.Se elasnão refletem asdoseupartido,então estamosperante umatraição.Enfim,nãoésóopeixequemorrepelaboca.

Luta de galos trágicos

A guerra na Ucrânia e na Faixa de Gaza exigia uma lúcida condução da União Europeia. Em vez disso, os líderes da Alemanha e da França enveredaram pela competitividade, egolatria e rinha de galos. Cada um tentadarumpassomaiordoqueaperna.FoiissoqueMacronfezontem.Queefeitoteráogestoburlesco donovoNapoleão?OProfessorAdrianoMoreirachamouàFrança"opaísdasderrotas".

Felizardo

Gostasdeteexibircomoumfelizardo,obesodedinheiroesucesso.Eassimésdefacto.Parabéns!Masnão perdias nada em olhar para o lado e sentir um mínimo de compaixão pelos que estão longe de usufruir condiçõesafinsàstuas.Sabes,hámuitaspessoasquetêmdelutartantoparasobreviverquenãodispõem detempoalgumparaviver.Tocou-lhesemsorteumaexistênciatrabalhosaeásperaatéaofim.Tunãotens vergonha por ver os teus privilégios erguidos em cima da miséria e do sofrimento de inúmeros seres humanos?!Estásdesculpado:nãofazesideiadoquesejacivilidadeemoralidade.

Pafioso, porque não te calas?!

OlavoBilacchamou-lhe‘últimaflordoLácio’.Aductilidade,graciosidade,inventividadeeternuradonosso idioma são espantosas. Dispomos de um variado acervo de termos para qualificar, com acurada visão,

pessoas, situações, atitudes e maneiras de ser e estar. No humor, na maledicência e mordacidade não há outroigual.Tantoodicionáriocomoojargãopopularcolocamànossadisposiçãopanoparatodososfatos efeitios.

Há anos surgiu um adjetivo que fazia imensa falta para classificar governantes e políticos apostados em espoliar-nos de direitos constitucionais: pafioso! Hoje temos que usá-lo sem qualquer freio. Os figurões estão novamente aí e não desistem do intento. Um deles rotulava os idosos como ‘peste grisalha’; entretantoficoucareca,masvoltouaopalconafiguradediabosedentodesevingar.Pafioso,porquenãote calas?!

Alinhamento e desalinhamento

Não raras vezes perguntam-me pela razão do meu alinhamento político e se alguém me doutrinou. Doutrina só a recebi na catequese. O resto é produto da aprendizagem e da memória. Aprendi, pouco a pouco,aabrir,lereinterpretarolivrodomundo,aavançarnocaminhodavida,apensarnobemcomume encarar o outro como semelhante, fiel à lembrança das circunstâncias e ventos do nascimento e crescimento. É esse o meu lado; esforço-me por não o trair, e por desalinhar dos engodos que tentam levar-meaexibirumEgodecostasvoltadasparaadignidadedetodos.Doutestemunhodoentendimento adquirido,semaintençãodedoutrinaroucolonizarquemquerqueseja.

Senãohouvessequemplantaesemeia,vaiaomarpescar,constróicasas,fabricacalçadoeroupa,eporaí fora,oquecomeríamos,ondehabitaríamosecomotaparíamosanudezcorporal?Entãoesseseosdemais ofícios, que acodem às nossas diversas necessidades, não merecem ter uma existência digna? Só a merecemos nós, seres dotados de superior inteligência ou aguda esperteza, que exercemos profissões e desempenhamosfunçõesemquenãosesujamasmãos,emboraaalmafique,nãorarasvezes,encardida. Eisaquiimplícitaaminhatomadadepartido!

Como seria diferente!

Se a maioria dosadeptosdofuteboltivesse tantointeresse pelosassuntosdaPóliscomo pelo jogo, fosse tão exigente a escolher os políticos como a avaliar o rendimento dos futebolistas, gritasse contra as injustiças com o empenho que usa para invetivar os erros dos árbitros, defendesse os direitos com a energia com que discute as ninharias da bola, celebrasse o bem comum com o entusiasmo e paixão com que festeja os golos na baliza do adversário, lutasse pela decência e equidade com intensidade igual à hostilidade que nutre pelos clubes rivais, exigisse o afastamento e a punição dos sanguessugas da nação comaveemênciaquepõenascríticasaosdirigentesetreinadores,enfim,seolhasseoprincipaleessencial comtantalucidezquantaaestupidezcomquesedoaaosecundárioebanal…Seassimsucedesse,oestado do país e do mundo seria outro: teria brilho nos olhos e sorriso nos lábios. Ora para isto não é preciso renunciar ao apreço do futebol nem à filiação clubista; basta discernir e atribuir a cada coisa o que lhe pertence.

Ceguinhos, abri os olhos!

O cego não é o papa da troika. Esse tem olhos de lince e bem abertos; só ficou sem cabelo de tanto ser abanadopelosventosdaesperteza.Cegosdetodosãoosespoliadosqueperdemfacilmenteamemóriadas políticassacrificiaisimplementadaspelosacripanta.Tamanhacegueirasópodesercuradacomremédios prescritosnoensaiosobrealucidez;ouentãocomopaudemarmeleiroquenãotardaráazurzirolombo dosingénuos,seostroikanosvoltaremaopalcodopoder.Odiaboestáàespreita.

Do encanto e fascínio do futebol

As probabilidades de uma equipa de menor cotação vencer um colosso parecem poucas; mas são frequentemente confirmadasnofutebol. Pequena é igualmente a probabilidade deresultadodesnivelado nos prélios entre equipas de valia similar; porém tais desfechos acontecem não tão raras vezes. Winston Churchilldisseque“nodesporto,nacoragemeàvistadocéutodososhomensseencontramemtermosde igualdade”. Vargas Llosa vê no campo de futebol “um espaço igualitário que exclui todos os tipos de

favoritismoouprivilégio.”Nele osindivíduossãoavaliados“pelasuahabilidade,dedicação,imaginaçãoe eficácia.”

Creio ser isto que está na génese da paixão universal pelo futebol, superior à nutrida por outras modalidades desportivas. Ele alberga a esperança e utopia de que os pequenos e frágeis peões logram superarosgigantes,renascereflorescerincessantementeemcimadascircunstânciasdesfavoráveis. ApósoconfrontoentreoPortoeoBenfica,nanoitedopassadodomingo,cuideidelereouviraslamúrias derramadas no Facebook e nos canais de televisão. Elas espelham um estado de comoção, de drama e tragédia, de acusação e condenação dos culpados e de erguimento de forcas e pelourinhos, desconsiderador do mérito do outro e revelador da inversão de valores nos planos social, pessoal e desportivo.Obviamente,entendoafrustraçãocausadapelodesaire.Mas…nãoseriamaissaudávelencarar o sucedido como imanência natural e de um modo exaltante do encanto e fascínio inerentes ao grande jogo?Oestilodasexpressões,formulaçõesereaçõesnãoésupérfluoemnenhumaarte,sejaeladesporto, dança,literaturaetc.Importacultivá-loobjetivamentetambémnoquotidianodavida;éalgoquedevemos epodemosmelhorarcontinuamente,efazdenósmelhoressereshumanos.

Quem sou

Souprodutodascircunstâncias.PrincipieinaMesopotâmia,entreoTigreeoEufrates,ondeacriaçãodas primeirascidadesobrigoua imaginar e elaborar regrasiniciadorasdacivilizaçãoe convivência.Daí parti para Israel e aprendi a religião do absoluto e infinito. Fui à Grécia e namorei a filosofia que me tornou inquieto,interrogativoesedentodeexplicações.PasseiporRomaeláinteirei-medaexistênciadodireito, emcujasfileirasmealistei,crendoemqueeleconsagraaprevalênciadajustiça.Munidodestesartifíciose instrumentosarribeinaocidentalpraialusitanaeatirei-meentãoàaventuradeviajarpelomundoignoto. Conheci os mais diversos povos e longínquos lugares; tomado pela insânia e soberba cometi excessos escusados. Agora cuido de domesticar a volúpia; a espada, que empunho, é a de sublimar a ânsia da conquista e de semear a fraternidade. O meu trânsito fica por aqui; o universalista não embarca no atlantismotexano.Move-metão-somenteointuitodesubstituirasbalasporfloresemtodaaparte,separa tantomeajudaremoengenhoeaarte.

A mesma e falsa moeda

QuemanalisarapropostadaADdeMontenegroeMelo,veránelareeditadaaPAFdeCoelhoePortas.São almasgémeasefarinhadomesmosaco.Aqueladiz-se‘nova’,mastemigualmatrizideológica,iguaisfinse meios.Ossinaisnãomentem.Égatoescondidocomorabodefora:odesejodeiralémdatroikaestávivoe deboasaúde!

Emtempos,osábiodeBoliqueimeescreveusobreafalsamoeda;hásemprequemacunhe,ponhaem circulaçãoecaianocontodovigário.Achamadadeatençãotantovalianaalturacomoagora.Imaginoo desconfortodemuitosmilitanteseeleitoresdoPSD,quepartilhamoideáriosocial-democrata;elessabem queestaADvaideitar-senacamadoneoliberalismoavessoaobempúblicoesemamínimainquietude social

Convento e universidade

Umconventoélocalderecolhimentonosilêncio;defugaourenúnciaaomundoeàsuarealidade.A universidadeé‘instituição’secular,incumbidadeinstituirconhecimentos,algoritmos,normativose princípiosdestinadosainspirareorientarapráxissocial.Sólograrealizaracontentoestafunção,seos seusprofessorestiveremnome,aceitação,trânsitoereconhecimentonopulsardaCidade,nãodiluíreme perderemaidentidade,autonomiaedignidadenaalienaçãodasobrigações,enãosepuseremnopapelde rei,nemnodeprostitutanonegóciodosinteresses.Selhefaltaramedidaadequadadetalrequisito,então traiamatrizesepulta-sedentrodesi.Nãosetornaassimequivalenteaummosteiro,porquantoneste cultiva-seopensamento,venera-seodivino,reza-seaotranscendente,medita-sesobreosentidodavidae aresponsabilidadequeintimacadaumacomprometer-secomobemgeraleasalvaçãodas circunstâncias;eaquelareduz-seafortificaçãodaprosápiaevanidade,detudooquedáfalsobrilhoà mediocridadeenulidade.

Decisão a tomar pelo Ocidente: Diplomacia ou guerra total?

A dita Guerra Fria chegouao fim, demaneira pacífica, noiníciodosanos90doséculopassado. Em1989 caiu o Muro de Berlim. E logo em seguida desmoronou-se, como frágil baralho de cartas, o regime do socialismo de estado, vigente no Leste europeu. Para surpresa de muita gente, os tanques do exército vermelhonãorolaramnasruas.OPactodeVarsóviadissolveu-seem1991eaURSSacabou,dividindo-se em várias repúblicas. Em suma, após décadas de confrontação ideológica que o poderio soviético perdeu emtodaalinha,aGuerraFriaterminouenumaatmosferadepaz.

Gorbatschow anunciou em 25.12.1991 a saída de cena; e no dia 31 findou oficialmente a existência da União Soviética. Porque é que esta, na altura uma superpotência, não recorreu à força para suster a derrota? Os dirigentes tiveram o bom senso de reconhecer que o projeto estava esgotado. A URSS encontrava-seemprofundaruínaeconómicaeocomunismo,enquantoviaparaummundomelhor,tinha frustradoaspromessas.Ocolapsofoiassumido;eaninguémpassoupelacabeçaenveredarpelaescalada bélica,quepodialevarfacilmenteàterceiraguerramundial.Osvencidosaceitaramaderrota,pesadanão apenasnoplanoideológico,massobretudonogeopolítico.AquedadaURSSreduziuoterritóriodaRússia à dimensão atual, inferior à do império dos Czares no século 18, além de perder o estatuto de superpotênciamundial.OsEUAficaramcomoosúnicosdetentoresdessepapelnopalcointernacional. Porquê este introito? Tão somente para mostrar que até os conflitos mais graves podem ser resolvidos pacificamente.Deigualformapodesersolucionadooatual,conquantoarazãosesobreponhaàideologia. Encontramo-nos hoje novamente numa mudança de era. O Ocidente vê iminente o risco de perder a hegemonia global. Atores como a China, a Índia, a Rússia e outros países reivindicam um mundo multipolar e a emancipação do Sul Global. Ora, esta conjuntura revela uma diferença enorme nas duas mudanças de era. Na primeira aconteceu a implosão de uma superpotência; a derrocada desta teve consequências,nomeadamenteaperdadabipolaridade,masnãocausoudesordemsignificativanaesfera internacional. A segunda, em curso, apesar daentrada em cena denovos protagonistas,não implica uma destruição do Ocidente semelhante à da URSS; não acarreta a implosão do mundo ocidental, nem tampouco uma alteração de sistema no seu interior. É, sobretudo, desencadeada pelo fortalecimento interno e pela ascensão do não-Ocidente, ocasionando uma perda diminuta de poder do Ocidente e um ganho também relativo do não-Ocidente. Em bom rigor, o Ocidente beneficiou muitíssimo da primeira mudança; e na segunda cede alguma coisa. Ademais, o processo hodierno aconteceria sem a guerra na Ucrânia, embora esta o tenha acelerado. Parece, pois, justo colocar a questão: A atual mudança de era realiza-secompazouaferro,fogoesangue?AmaneiraderesolveraguerradaUcrâniacontémaresposta.

Qualquer pessoa racional e séria percebe duas dimensões interligadas na guerra da Ucrânia: a agressão russaeoconfrontoentreoOcidenteeaRússianosoloucraniano.Asegundadimensãonãoétãoevidente, porémécausaledeterminantedaprimeira;eéperigosa,porsersuscetíveldesaltarasfronteiras,alastrar a toda a Europa e acrescer o perigo real de uma guerra nuclear. Assim, o nascimento da ordem mundial multipolar seria doloroso, devidoao usomassivodaforçanaUcrânia,na Rússiae possivelmente noutras paragens,quiçánoOceanoPacífico.

Faceaestepanorama,impõe-seperguntar:EstaráoOcidentedispostoaaceitarumadiminuiçãodepoder?

Vai tentar atrasar ou parar este processo mediante o recurso ao seu poderio militar? A formulação das perguntas não pretende diluir a responsabilidade da Rússia pela guerra contra a Ucrânia. Todavia, não ilude a questão de que a guerra, como instrumento da política, é tentadora tanto para os que querem alargaroseupodercomoparaosquesesentemameaçadospelaperdadeinfluênciaemando.

Édamanutençãoouperdadopoderglobalquesetrata,quandosediscuteoenviodetropasdepaísesda NATOparaaUcrânia,comoargumentodeevitaravitóriadaRússia.Osapologistasdaescaladadoconflito têmsubjacenteanoçãodequeapossívelvitóriarussasignificaaderrotaeperdadepoderdoOcidente.E jogamforte:estandoemcausaodestinodoOcidente,entãoareaçãomilitarsurgecomoopçãorealista. Todavia, a ligação do destino ocidental ao da Ucrânia é irresponsável. Do lado russo não faltam advertências igualmente irresponsáveis sobre o emprego de armas nucleares no caso de intervenção direta do Ocidente no conflito. Os especialistas e conselheiros, que apoiam as declarações de Emmanuel Macron,deviampensarnosefeitosdasuaopçãoantesdedarempassosnoescuro.Poderátratar-sedeum métododepressionaretornarinsegurooadversário.Porémoempregodestatáticapoderedundarnuma tentativadeapagarofogocomgasolina;eé,nomínimo,insanoesuicida,porquantovisaamaiorpotência nucleardoplaneta.Seforpordianteaopçãoanunciada,édeitadopelabordaforaoentendimentodequeà

políticacompetedeterminarafunçãodaesferamilitar;estadeixadeestarsubordinadaàquelaeapossa-se dadireção.Seguir-se-áainevitávelguerratotal,provavelmentecommeiosnucleares.

O Ocidente encara desesperado uma derrota ucraniana como sua. A culpa é de líderes insensatos que pregam essa associação sem sentido. Urge corrigir o rumo. Obviamente, será trágico para a Ucrânia o hipotéticodesairemilitar.ContudoestenãorepresentaaderrotadoOcidentenemdosistemapolíticonele emvigor.

ComaeventualderrotanaUcrânia,oOcidenteperderáahegemoniaque,semaquela,acabaráporfindar.O ocaso da ordem global orientada exclusivamente pela visão e pelos interesses do Ocidente merecerá os custose vidasdeuma guerra mundial? A resposta não podeignorar que, apósa guerra total, nãohaverá nenhumaordemparadefender.Eisoquedevemrefletirosapoiantesdacontinuaçãoeescaladadoconflito na Ucrânia. O mesmo é dizer, não existe alternativa ao regresso à diplomacia, quanto mais depressa, melhorparatodos,inclusiveparanósocidentais.

(Reflexão fundada na leitura do artigo “Ukraine:Der Westen muss sich zwischen Diplomatie und totalen Kriegentscheiden”,daautoriadeAlexanderS.Neu,publicadonoBerliberZeitung,22.03.2024)

Nome?!

São ‘anónimos’, designação usada pelos gregos para referir os mortos. Não os nomeio, pois. Apenas existem,masnãovivemenãosentemqualquerinquietudecomasinfâmiasesafadezasquecongeminame praticam.Hámuitos,acoitadosnaescuridãodamortepermanente.Nãoosabem,nemsepercebemassim, porquanto pincham e relincham de contentamento, indiferentes à fetidez do rio que os arrasta para o submundodeHades.Nãoháumnomeparalhesdar.

A nova prisão de Cristo

SeJesusvoltasseaestaterra,repetir-se-iaoqueDostoievskidescrevemagistralmentenocapítuloVdo livro‘OsIrmãosKaramazov’.Cristoseriapresoeencarceradoporumdosmuitosinquisidoresfanáticose hipócritasqueadoecemcomopústulascancerígenasorostoeaalmadacristandade.

Porquê? Porque Ele não cederia a nenhuma das tentações do demónio neoliberal. Não prometeria os milagres do empreendedorismo, da competitividade e transformação de pedras em pão, nem se apropriaria de bens e territórios alheios, como método de se afirmar e arrebanhar seguidores. Em vez disso, persistiria no esforço de pregar a fé nos ideais democrático-republicanos da equidade, liberdade, fraternidade e solidariedade, e o apego a sonhos e utopias. Convidaria as pessoas a não se deixarem entontecer pela teologia do mercado e sujeitar pelo medo aos poderes e líderes messiânicos e tirânicos, existentes e crescentes no mundo. Jesus amou a Humanidade e a Palavra; não desejou o poderio ensanguentadodasarmasedodinheiro.

COLUNA DO PRIMO

Por Prof. Ozinil Martins de Souza

Escola Superior de Cerveja e Malte e Faculdade Épica Brusque, Santa Catarina, Brasil

Profissional de experiências diferentes e com vivência profunda nas áreas de Gestão de Pessoas e Educação. Movido a desafios e resultados tenho trabalhado em empresas que me ofereceram as condições para que a motivação me levasse a superar limites. Durante período de 7 anos trabalhei como consultor de empresas onde adquiri vivência em ramos diferentes de negócio, do comércio ao industrial. Em 2003 comecei a trabalhar como professor universitário vindo a exercer cargos de gestão como diretor de faculdade, próreitor de ensino presencial e reitor do Grupo Uniasselvi. Atualmente o desafio está no cargo que ocupo como Secretário de Educação de Indaial. Também executei trabalho em Cuba, onde atuei na implantação da área de Gestão de Pessoas na fábrica Brascuba Cigarrillos, subsidiária da Souza Cruz.

Ivan Petrovich Pavlov explica!

Ivan Petrovich Pavlov, cientista russo, ganhador do prêmio Nobel de Fisiologia e Medicina

Há uma estória transitando na internet que explica como capturar porcos selvagens sem usar de violência. Depois de descobrir a trilha pela qual transitam os animais, escolha um local adequado para a montagem de uma armadilha e comece a depositar, sempre nas mesmas horas, uma quantidade de milho para alimentar o bando.

Depois de certo tempo, com os animais já acostumados a sua ração diária, comece a montar a armadilha; primeiro uma parede lateral com tela resistente, depois de um tempo coloque a outra parede e, assim até prender o bando todo em um determinado momento.

Ivan Petrovich Pavlov, cientista russo, ganhador do prêmio Nobel de Fisiologia eMedicina, realizando experiências com cães, conceituou o que vinha a ser o reflexo condicionado que, justamente, é conhecido como reflexo condicionado de Pavlov. Sua experiência provou que os cães salivavam ao ouvir os passos do tratador que lhes levava a comida. Lá pelos anos 60, estudante do antigo científico do Colégio Bom Jesus em Curitiba, o professor de Psicologia preparava-nos para a vida ao trabalhar conceitos como este. Penso que os alunos formados naquela época saiam mais preparados para a vida do que os jovens de hoje com cursos superiores limitados e empobrecidos.

A segundo estória vem da Rússia e, sem provas de autenticidade, mostra-nos Joseph Stalin em um encontro com jovens partidários do socialismo. Pede ele que lhe tragam uma galinha, rica em penas e bem nutrida; isto feito, ele começa a depenar a galinha, que cacareja e de debate mas, nada pode fazer. Depois, totalmente depenada a galinha é solta e Stalin, com a mão cheia de milho, vai até ele e a alimenta. A galinha come tudo e Stalin começa a criar um carreiro de milho com a galinha seguindo-o incontinenti. Diz ele aos jovens socialistas: “Assim que se governa!” A simbologia é clara!

Assim chegamos a certo país da América do Sul e sua distribuição de benesses ao povo desnutrido e sem futuro. A distribuição de cestas auxílio condiciona boa parte da população a ser submissa ao governo de plantão. Quando se cria um benefício sem que haja porta de saída estamos condicionando o receptor à submissão. Por que não exigir do beneficiário algum esforço no sentido de qualificar-se profissionalmente visando seu ingresso no mercado de trabalho? 21,3 milhões de famílias são beneficiárias do Bolsa Família o que perfaz 56 milhões de pessoas atendidas; 25% da população brasileira é usuária de bolsas auxílio.

Quando se olha a distribuição destas pessoas pelo país a maior concentração está no Norte e Nordeste. Vale perguntar: “se o regime federativo privilegia os Estados destas regiões com a transferência de recursos dos Estados mais ricos por que esta situação perdura desde tempos imemoriais?”

Além de criar uma população submissa ao governo de plantão, o crescimento do país é prejudicado por carregar uma carga que poderia estar atuando em áreas produtivas.

A discussão atual sobre o transporte por aplicativos mostra o interesse do governo de impedir o empreendedorismo e sua crença em um mundo do passado. Ressuscitar a legislação trabalhista de Benito Mussolini, que Getúlio Vargas importou, talvez seja o próximo passo.

Ivan Petrovich Pavlov mais vivo do que nunca!

E A HUMANIDADE ASSIST, ENTORPECIDA, SUA DECADÊNCIA

As guerras provocadas, ou por motivos fúteis ou por interesses econômicos, trazem morte e destruição ao povo comum

Há um fato que intriga a qualquer cidadão observador e de bom senso. Nunca, em toda história da humanidade, tivemos tanto desenvolvimento tecnológico e, ao mesmo tempo, criou-se tanta pobreza e violência pelo mundo.

Na verdade nunca houve tanta produção de alimento como nos tempos atuais e nunca tantas pessoas passam fome por este mundo de Deus. São contraditórios difíceis de explicar.

Além da fome que desgraça povos inteiros, as guerras provocadas, ou por motivos fúteis ou por interesses econômicos, trazem morte e destruição ao povo comum. A recente guerra da Ucrânia mostra, claramente, o desejo de expansão de um país – Rússia – em retomar o papel de superpotência que havia exercido durante a guerra fria. O povo? Que arque com as consequências!

O caso da Síria, que já dura há muito, é exemplar e, a pergunta que não quer calar: por que o presidente de um país massacra seu próprio povo? Simples: o presidente-ditador pertence à etnia alauita, que é a minoria da população síria (10%); ainda existem os sunitas, de onde deriva o Estado Islâmico e os xiitas, sem falar nos curdos. Pronto está feito o cadinho que criou a situação atual. Uma etnia tentando eliminar a outra!

Não é possível esquecer que, em Ruanda (1994) aconteceu um dos massacres mais violentos dos tempos modernos, em que mais de 800 mil Tutsis, foram eliminados pelos Hutus. Motivo: os Tutsis eram minoria e, exerciam as funções diretivas do país.

Não é justo deixar no esquecimento o Tibete. O episódio, conhecido na China como “A Libertação Pacífica do Tibete” e que, criou a região autônoma do Tibete, provocou o êxodo de milhares de tibetanos para a Índia, inclusive do Dalai Lama. O processo de anexação começou em 1950/51 e culminou com a invasão militar em 1959, ano este em que o Dalai Lama pediu asilo à Índia.

A violência utilizada contra os tibetanos está exposta no livro “As Montanhas de Buda” de Javier Moro. Confesso que fiquei chocado com tudo que li a respeito das torturas sofridas pelos monges e monjas tibetanos. Uma única frase “Viva o Tibete Livre” era suficiente para o processo de desaparecimento da pessoa.

Na verdade, para nos deparar com a violência que assola o mundo, não precisamos ir longe; basta atravessar nossas fronteiras com a vizinha Venezuela ou bater com os costados na Nicarágua ou no México, terra dos carteis mais notórios em relação ao tráfico de drogas.

No Brasil, em que cresce o poder do crime organizado, o número de mortes anual beira os 40 mil. A leniência do Estado com o crime organizado passa por uma legislação tênue e permissiva. O próprio poder máximo do judiciário, STF, discute o uso da maconha, seu porte, quem é usuário ou traficante. As cenas de violência nas grandes cidades são cotidianas e começam a ser vistas como normal e, isto é assustador.

Para concluir: Nos últimos anos temos assistido fatos que mostram o momento vivido pela humanidade. Parece que estamos regredindo. O drama dos refugiados atingindo seu ápice com mais de 65 milhões de pessoas perambulando mundo afora; crianças e adultos sendo mortos, sofrendo fome, frio e todo o tipo de necessidades por fazer parte de etnias ou pensar diferente. São exemplos simples do cotidiano de todos nós!

Se considerar as mortes diárias no Brasil, o estado precário da saúde, os problemas que cercam o Rio de Janeiro e sua relação com as Olimpíadas, os estupros que fazem parte do cotidiano de nossas cidades veremos que, apesar de, tecnologicamente, atingimos um estágio ímpar, nas relações pessoais nunca estivemos tão perto do fundo do poço.

Produtividade e escola deveriam ser sinônimos!

O Brasil é um celeiro na formação de bacharéis que, obviamente, não encontram no mercado a receptividade que imaginam

Escola suíça de gestão IMD realizou pesquisa mundial sobre produtividade com 64 países. O Brasil ficou em companhia de Mongólia e Venezuela e ocupa a sexagésima posição.

O Brasil, apesar do discurso governamental, continua a ser um país, economicamente fechado para a competição internacional e, fruto deste posicionamento, vem se distanciando das economias mais produtivas do mundo e perdendo espaço, inclusive, junto aos emergentes.

Com o pesadíssimo Custo Brasil (parece que com a nova reforma tributária ficará pior), a competitividade com os países que expõem sua indústria à competição, ficará mais complicada e manterá o país nas últimas posições em relação ao contexto mundial. O cobertor dos incentivos governamentais às indústrias ineficientes terá um custo que será bancado pelo consumidor, o que já ocorre de há muito em relação à indústria automobilística; talvez a mais protegida do mundo.

Quando se toma conhecimento de que 1 trabalhador americano produz o equivalente a 5 trabalhadores brasileiros percebe-se o tamanho do atraso e do desafio a ser enfrentado. Se é que há algum interesse do governo em mudar esta situação!

Em 1980 o PIB da Coreia do Sul representava 17,5% do PIB dos Estados Unidos e, o do Brasil representava 39%. Em 2018, quase 40 anos após, o PIB coreano representava 66% do americano enquanto, no mesmo período, o PIB do Brasil caia para 25,8%. Fonte: CNI.

Com um sistema de transporte de cargas baseado no modal rodoviário, com parte das estradas em condições ruins, com alta carga tributária e baixo retorno aos pagadores de impostos, com carência em inovações tecnológicas e deficiente setor de pesquisa, o país paga o preço do atraso e, enquanto sustenta uma elite pública muito bem paga, o povo sofre com a falta de empregos qualificados, baixos salários e alto custo de vida.

Não bastassem os pontos citados é importante ressaltar como o maior gargalo para a baixa produtividade o nível educacional do povo brasileiro. O país é um celeiro na formação de bacharéis que, obviamente, não encontram no mercado a receptividade que imaginam. Um dado concreto são os cursos de Direito. No Brasil existem 1.896 cursos de Direito e somente 192 receberam a insígnia da OAB, que tornam estes cursos referendados pela Ordem. Isto significa intuir que apenas 10% dos estudantes destes cursos estudarão em faculdades com grau de qualidade reconhecido. Só para elucidar o descaso com que é tratada a Educação superior no país vale a citação de que existem mais cursos de Direito no Brasil do que a soma de todos os países do mundo. Fonte: Conselho Nacional de Justiça.

Enquanto o governo despeja caminhões de dinheiro no ensino superior, o fundamental e médio é tratado como patinho feio. Um porque é responsabilidade dos municípios e o outro do Estado. Enquanto o governo não revisar suas prioridades para a Educação continuaremos formando analfabetos funcionais. Não adianta trabalhar com migalhas para manter estudantes no ensino médio enquanto o problema reside na falta de atratividade do que é ensinado e como é ensinado.

A hora é de rever a formação de professores, as metodologias de ensino, a formatação das salas de aula e por aí segue. Exemplos existem e devem ser seguidos; Coreia do Sul, Polônia e Vietnã mudaram o perfil econômico de seus países investindo fortemente na Educação fundamental, além dos exemplos tradicionais de Finlândia, Japão, Cingapura e China. Vamos aprender com quem fez!

Quando o presente destrói o futuro!

Em 14 das 16 regiões administrativas do Estado de São Paulo há carência de mão-de- obra.

A Educação é a base na qual cada povo sedimenta seu crescimento futuro. Ela é essencial para estabelecer as metas e objetivos que serão traçados e perseguidos por um país.

Coreia do Sul percebeu e, logo após o fim do conflito em que se estabeleceram as duas Coreias, definiu que a Educação seria o caminho que a levaria ao crescimento sustentado. Outros países seguiram seu exemplo e conseguiram, depois de anos sob o jugo autoritário de governos, alavancar seu progresso e estabelecer caminhos que trouxeram qualidade de vida a seus povos; a Polônia e o Vietnã são os exemplos mais marcantes.

A Polônia, depois de mais de 40 anos de domínio comunista e o Vietnã depois de duas guerras, apesar de manter-se no regime comunista, que exauriram seus recursos, mostram que é possível, em um horizonte de 20 anos, mudar o patamar de desenvolvimento e, qualificar seus povos para dias melhores.

No Brasil, que nunca teve a Educação como prioridade, criamos uma população de iletrados e analfabetos funcionais que, hoje, são sustentados pelo Estado através de suas inúmeras bolsas auxílio.

Em dados divulgados pelo MEC, referente à pesquisa concluída em 2023, quase 70 milhões de brasileiros não têm a escolarização básica concluída e o IBGE – Educa – informa que 53,2% das pessoas de 25 anos ou mais concluíram o Ensino Médio, sendo que 19,2% concluíram o Ensino Superior. Dados de 2022.

Nada contra os programas sociais do governo, mas quando eles não mostram porta de saída à tendência é de acomodação dos beneficiários, que passam a não se importar em buscar empregos em razão da perda dos benefícios. Qual o incentivo que as pessoas recebem para serem melhores cidadãos? Para se qualificarem?

O desabafo do Secretário de Desenvolvimento Econômico do Estado de São Paulo – Jorge Lima – mostra bem a que ponto se chegou. O Estado lançou em 2023 mais de 5 programas de qualificação, através de Senai, Sebrae, Senac e adesão chegou a 20% do potencial existente. Há casos de beneficiários dos programas sociais que chegam a ganhar 2 mil reais e a pergunta que fica é: “para que trabalhar?”

Em 14 das 16 regiões administrativas do Estado de São Paulo há carência de mão-de-obra. Desde trabalhadores da construção civil ao pessoal temporário para trabalhar nas safras dos produtos agrícolas; são 14 mil vagas existentes. Imaginem então o que acontece na área da Tecnologia de Informação? São milhares de vagas que não encontram pessoas qualificadas para ocupá-las. Este é o motivo porque as empresas estão treinando pessoas interessadas, sem necessidade de curso superior, para exercer cargos na área e, que são muito bem remunerados. Enquanto isto, continuamos a formar bacharéis em áreas que ficaram no passado. Será que nossos dirigentes acreditam que é possível construir o futuro com uma população de analfabetos funcionais? Ou isto é pensado ou falta total de visão em relação ao futuro!

dAS BARRANCAS DO TOCANTINS ZECA

14/5/1958 - Xambioá, TO

Cantor. Compositor, Poeta.

Aos cinco anos de idade mudou-se com a família para a cidade de Imperatriz, no Maranhão, onde cursou o primário e o ginásio. Abandonou o antigo segundo grau no último ano. Autodidata, dedicou-se aos estudos das expressões culturais e literárias da região tocantina. Militou no jornalismo, mas abraçou como profissão a de cantor e compositor.

Tem se destacado como o mais autêntico e original poeta de sua região. Participa ativamente dos movimentos culturais de Imperatriz e regiões anexas. Em 1977, ingressou no movimento teatral de Imperatriz, inicialmente como ator e depois como autor e diretor de peças. Montou vários espetáculos teatrais e escreveu as peças “Imperatriz por um triz”, “Mistérios do bico”, “Amigo tem que ser amigo” e “Colhedor de sonhos”.

É membro fundador da Associação Artística de Imperatriz, do Grupo Teatral Darc e do Grêmio Recreativo Voluntários do Samba. Foi presidente do Sindicato dos Músicos da Região Tocantina. Participou de inúmeros festivais de música, sendo vencedor de alguns deles. Gravou o disco “Cio do homem”, com dez composições de sua autoria. Escreveu e publicou os livros de poesia “Calumbi”, “Moinho” e “Gotas de Sol”. Publicou ainda “Dez contos de Pulinário”, de contos.

É membro fundador da Academia Imperatrizense de Letras.

Zeca Tocantins - José Bonifácio Cezar Ribeiro

FOI-SE ZÉ de BENTO, ZÉ WILSON e BERÓ...

Três titulares indiscutíveis do time do União, nenhuma criança do meu tempo trocaria um desses jogadores por Pelé ou Maradona, o nosso time era o melhor do mundo. Nossos finais de semana eram alegresedescontraídosaoredordocampo.ClaroqueasvezesoUniãoperdia,eramtantasasrazõesquea gente nem ligava; jogador chegava do forró seis da manhã, trabalhava odia inteiro nas Olarias, vinha de umporreetinhaquejogarderessaca.

A gente era o União ganhando ou perdendo, ali estavam os nossos ídolos. As vezes nossos craques desenhavam pinturas fantásticas e todos nós ficávamos deslumbrados, primeiro bairro da cidade, quase todosoleiros,duraprofissão.

HojemedespedideBeró.Nãoseimuitacoisadocéu,masseiqueagoraquandoDeusescalarsuaseleção Eleteráumaótimaopçãoprazaga,Beróéomelhorzagueirodomundo.ZT.

CAMINHO DA PURIFICAÇÃO

Quandocruzeialinhaimagináriadossessenta,faseemqueosespecialistasinspiradoschamamdemelhor idade, e que meu amigo Luís Brasília ironizava, mesmo sem ter vivido, criei intimidade com algumas doenças. É certo, que antes de alcançar tamanho feito, já havia conhecido a famosa dor na coluna, tendo quefazerumacirurgia.

Temposatrássurgiuumadornocantodoombro,osonosumiadepoisdemachucada. Foi agravando a ponto de não conseguir tirar a camisa, forçando minha ida ao médico. Identificou-se o nomedeminhanovacompanheira,chamava-sebursite.

MasrecenteaodescerobarrancodoriocomRaicameminhainquilinaEloah,sentiumfisgadonasolado pé, imaginei ter pisado algum espinho. Depois do banho me ponho a procura do tal espinho, enquanto a dor prosseguia. Não consegui encontrá-lo. Quando a mulher chegou lhe confiei a tarefa, verificou e o resultado foi o mesmo que o meu, nada. Recorremos ao Google para ver se encontrávamos algo que esclarecesseaquelefato.Foiidentificadootãoindesejado"esporãodegalo".

Cientificamente conhecido como esporão de calcaneo, uma protuberância óssea, que surge normalmente na base do osso localizado na sola do pé. Causa bastante dor, surge em decorrência do processo inflamatório local, provocado por vários microtraumas em repetição. Ou seja, depois de cachingar por váriosdias,diatrêstenhomarcadoumraio-xparaverificaragravidade.

Sei que ainda vou me encontrar com várias doenças, até fazer amizade com algumas delas, pois, como dissemeuamigoCarlos,médicoconceituadodeTocantinópolis:"vencidooprazodevalidadeomelhorque agentefazéaprenderaconvivercomelas".Esseénaturalmenteocaminhodapurificação,desejochegar ao Pai sem a necessidade de passar pelo purgatório, mas isso sem furar fila, os apressados que vá na frente,euaindaprecisopagaralgunspecadosaquinaterra.

ZT.

ANZOL DO TEMPO

Volta e meia sou fisgado por um anzol, normalmente são músicas que me servem de isca, e a vara do tempo me arrasta num bailado doce e traiçoeiro a minha infância. Poderia até dizer que foi a parte mais linda de minha vida, não foi, vivo agora bem mais confortável. Comecei trabalhar muito cedo, não há nenhumarrependimento,pelocontrário,digoatécomcertoorgulho.

Mas os arquivos daquela idade permanecem vivos e é sempre bom esse passeio, por isso dizemos que existe um meninodentrodenós,nãoimportaqual dura foia infância,importaospassos,asconstruções. Essemeninomeensinaaserumvelhosemmágoa,semrancor,aperdoareapedirperdão.Coisasmuito difíceisparaumacriança.

No ímpeto de querer dominar o mundo acabamos criando muitos diabinhos dentro de nós, muito deles foram úteis por um certo tempo, até julgamos amor eterno. Já com a idade avançada descobrimos que o eterno é um filme que precisa ser editado, os longos anos de existência podem ser resumidos em horas, talvezmenos.Asbravatasde"quemmuitodormepoucovive"deixamdeexistir.

Não estou dizendo que é fácil, dói vê o editor tirando rolos e rolos de cenas de nossa existência, mas quando deparamos com o resultado final somos obrigados a admitir que vivemos muito coisa desnecessária. Estes são os diabinhos que existem dentro de nós e que precisamos matá-los, destruí-los, tirardecena.Podemosatéchamá-losdeexcessodebagagem,nossasforçasjánãosuportamtantopeso. Omeninoquesonhavaemsergigante,deulugaraumapessoaqueaprendeuavergrandezanaspequenas coisas,queencontranofrágilrisodofilho,doneto,forçaspararesistiràsintempériesdotempo.Aprendeu viver sem pressa e acha desimportante o nome dos dias; domingo pode ser terça, quinta, não importa, o queimportaéqueelevenhacheiodealegria.

Embarcona música, esse trem encantado, façoessa viagempara abraçaroeu meninoe suplicoaele que nuncameabandone,precisodeseussonhos,viversemsonhosdóidemais.ZT.

HOMEM DE VISÃO

Recebo com muita alegria a notícia que meu parceiro e poeta Luís Carlos Pinheiro resolveu seguir as pegadasdosgrandesinvestidores,agoraqueapalavraempreendedorismoestánotopodamoda.Adquiriu o controle da maior marca produzida na cidade de Grajaú o "Bar de Chico Cantídio", logo na subida da praçaRaimundoSimas,ladeiraquelevaaCatedralNossoSenhordoBonfim

Parecequeapoesiaconsometodoraciocíniodopoeta,quandochegaahoradeleganhardinheiroficatodo apatetado, abestalhado, sei lá o quê. Por isso louvo a ação de Luís nesse novo investimento, acredito na retomada do mercado, esse negócio de agro, de petróleo, imobiliária, tá ultrapassado. Com essa tal de "sofrência" que invadiu o espaço musical, essa choradeira que o povo chama de música, todo mundo vai correrprosbotecos,nãotenhodúvida.

Esses dias mesmo um amigo meu levou um "chifre", ainda tem gente que se aborrece com esse tipo de coisa,issoporquenãoconheceoutrapalavranamodachamada"empoderamento".Vejacomoaspalavras têm vida própria. Pois bem, esse amigo veio me consultar, receita pra ele: 100 léguas de distância das músicasdeAmadoBatistaemandeiqueelemantivesseorádiodesligado,issoirialheajudararecuperara auto-estima.

A maioria recusa esse tipo de conselho e cai nágua, nessa hora aparece Luís, bombeiro moderno, com atendimentovip,violanamãoeumbomrepertório.Aívocêpodechorarcomalegria,vocêestánoBarde ChicoCantídio:subindomaisumpoucovocêrezanacatedral,descendovocêbanhanorioGrajaú.Sópeço a Deusque dê paciência a meu parceiro quandoNelson Bomba, Badidê, Leleu... aparecerem pracomprar fiado.Senessemomentooamigoperderoequilíbrionãotomenenhumaatitudeprecipitada,nãoreaja,me liguequeeuvouaílheajudaratomarorestodoestoque.ZT.

CEGUEIRA RELIGIOSA

Lá nos distantes princípios da humanidade a vida foi mais selvagem, mesmo no alegórico conto do JardimdoÉden,umasorrateiracobra,possivelmentecominvejadavidaagradáveldeAdãoeEvano Paraísoacabou-lhesatraindoparaumaarmadilhacondenandotodososseusdescendentes.

A fragilidade humana tem se valido de deuses para enfrentar as rigorosas batalhas travadas diariamente. Após o acidente citado acima fomos todos condenados aos rigores das adversidades. Enfrentamos todos os tipos de inimigos, visíveis e invisíveis. Os nossos temores são abrandados por umdeusquenosguiaenosprotege.Todosospovostinhamosseusdeuseseaeleseramdevotados todos os tipos de crença. Em virtude dos combates travados violentamente, esse deus tinha que ser acimadetudoumdeusterrívelevingador.

Porordemdestesdeuses, exércitosdestruíramnações, saqueavamosseusbensetransformavamos poucos sobreviventes em escravos. Não havia o deus da compreensão, que chorasse a morte das crianças, das mães que morriam abraçadas a seus filhos, dos horrores praticados pela guerra. O homem praticava a sua própria destruição acreditando cumprir ordens dos seus deuses violentos. Essacrençaperduroupormuitosséculos,atéquenascessenovospensamentos.

Era normal se pensar na vinda de um salvador, a vida cíclica tinha mostrado isso, muitos povos escravosforamlibertadosepassaramaseroopressor.Amarcadopodersefaziavisívelnasguerras, na destruição e na submissão humana. Quanto mais forte era a nação, mais o seu deus era temido e respeitado. Os povos escravos rasgavam os joelhos em oração, rogando por um libertador que destruísseoseuopressor.QuandoCristosugeriuqueaquelequelevasseum,tapanafaceoferecessea outra face para ser batida, ele assinava a sua sentença de morte. Aquele povo ainda não conhecia o poderdoamor.

Aliás, o amor é um poder que tem sido pouco praticado, os muitos anos de violência vividos pela humanidadeaindapermanecem,emborajánãosejamnecessáriosapresençadestesdeusesviolentos. Aos poucos vamos descobrindo que só o amor cala as guerras e vamos nos familiarizando com um deus compreensivo e cheio de bondade, capaz de oferecer a outra face para que o homem encontre urgentementeocaminhodaPAZ.ZT.

EMPODERAMENTO

Asmulheresdeminhavilasãoemponderadas,issogeraemmimumacertainveja,procuroessemeuladoe não encontro. Estavapedalandominhabicicleta,cujasengrenagensmantenhosempre lubrificarda, numa tardedesoleventoleve.Quandoderepenteescutoumcrac-cracmeseguindo,procureiimporvelocidade. Mas o barulho aumentava a medida que se aproximava, tive a impressão que alguma coisa estava desmoronando. Mal tive tempo de olhar de lado, uma senhora de idade já avançada me ultrapassava na maior tranqüilidade. Ainda escutei sua voz cantando uma música evangélica, numa suavidade impressionante.

Furiosodei ordensasminhaspernaspara imprimirem velocidade. Foi entãoque descobri envergonhado quejátinhaatingidoomeulimite,alínguajánãocabianabocaeonarizdeupararesfolegar.Asenhorajá seencontravadistante,quasenãoseouviaocrac-cracdabicicleta.Desistidoembate,deimeia-voltarumo aminhacasa.Éessetaldo"empoderamento",penseicomigo.Z

TEORIA DO EMPODERAMENTO

Muitosefaladasconquistasalcançadaspelasmulherescontemporânea,ocupandoespaçonasociedadeaté bempoucotempoinimagináveis.Éinegávelsuasconquistas,mascreioserdamaiorimportânciaoestudo desse fenômeno. Ao contrário do que se pode pensar, a mulher sempre foi da maior importância no ambientefamiliaretambémsocial.Cabiaaelaaeducaçãodascrianças,issonãoépoucacoisa.

Até mesmo o grande rei Salomão, que segundo a história teve centenas delas. Aqueles casamentos marcavamumaaliançaentreosdoisreinados.Ouseja,aquelamulheratravésdaquelecasamentogarantia a proteçãodeseureinado.Sãomuitosashistóriasdemulheresvitoriosase dominadoras,domínioquase sempreatravésdasensualidade,armaespecíficadessasguerreiras.

Os avanços atuais foram motivados infelizmente, pela perda do poder salarial. Impossível sustentar a famíliacomumsaláriomínimo,issoforçouacompanheiraabuscaremprego.Evidentequeficouoespaço vazio daquela educadora, resultado, a fragilidade das famílias em nosso tempo. Essas conquistas com certeza fortaleceu a mulher, inclusive muitas delas assumiram o papel que era do homem, de garantir o sustentodosfilhoseamoradia.

Passamos a viver uma nova configuração social, onde a mulher tornou-se protagonista da história, assumindocargosdecomandoebuscandoatravésdosestudostornar-secadadiamaiseficiente.

Ela foi eficiente no passado como mãe e educadora e deverá ser no presente, como gestora à frente de grandesempreendimentos.Naturalmentecontinuandocomograndemãeeexcelentecompanheira.ZT.

AMARRADOR - PONTO DE PESCARIA

QuandoeutinhameubarquinhoTucuxigostavadepassearcomminhafamília,sairvisitandoospontosde pescaria no rio Tocantins. Lugar de prosa baixinho pra não espantar os peixes. Dentro da modernidade, pescadores tem sonar que identifica a entrada dos peixes no circulo da rede. Aproveitava para comprar alguns exemplares fresquinhos, Maturi não queria me vender, ainda ardia a velha amizade com meu pai, tambémpescador.

Pois bem, o velho Maturi não andava bem de saúde, ontem à tarde fui surpreendido pela notícia de seu falecimento. Passei em sua casa ainda há tempo de ver sua alma feliz remando uma canoa na direção do velhoCametá,enquantosuamatériarepousavanacama.

Tomarameuqueridoamigoqueascorredeirasaídecimanãosejamtãoperigosasequeteubarcopossa ancoraraospésdoCriador,PortoSegurodetodosnós.ZT.

ENTERRO DE ELIAS DO BOI

A Banda Municipal estava impecável, postado à sua frente o maestro Moisés empunha sua batuta, os metais e a percussão evidenciava o primor da execução do dobrado. De onde me encontro consigo identificar Sargento Mauro, Mestre Zuzinha, Raimundo da Girica, Agnaldo, Mestre Jaime... Ali mais na frenteéogrupodepolíticos;RenatoMoreira,LéoFranklin,Dr.CarlosAmorim,JoséFiquene...

Asautoridadesciviseeclesiásticashaviamfeitoosseusdiscursos,todosunânimesnaimportânciadeElias para nossa cultura. O historiador AdalbertoFranklin tambémfoi enfáticoquandodisseque Eliasplantou alegriaondehaviatristezas,professorBeneditoBatistadeclamouumpoemadesualavra.

Naquela roda de tagarelas estão Roberto Chaves, Gilmário Café, Manoel Cecílio, Aldeman Costa, Conor Farias...SãoelesquefazemacomunicaçãodeImperatriz.

No meio da multidão descubro Acioly Bastos grande artesão conversando com Luís Brasília sobre algum projeto,aqueledecabeloscompridoséoNenémBragança.OlhaláadonaFranciscadoLindô,oDelfinodo SantosReis...

Chegouocarrodosbombeiros,houveumapequenaaglomeração,amultidãodecidequeocaixãodeElias serálevadodemãoemmão,elásevaiabandinhaseguindoocaixão.

Feitoosencaminhamentoscomorespeitoqueomomentoexige,Eliasconvidatodomundoparaumtrago epelaprimeira,comaalegriaquesemprelhefoipeculiar,eletomaumgolenumbrindeàvida.ZT.

O MENINO QUE ME ENSINA

Éramostrês;meupaiexigiaqueocortedecabelofosse"estilomilitar",ouseja,cabeçaraspadacomuma pequena ilha de cabelo na parte frontal. O barbeiro então, sempre com uma máquina que vivia eternamente cega, começava a pelar nossa cabeça, as vezes, a tal da máquina enganchava e as lágrimas desciamdosolhos,motivoderisosdosadultosquenoscercava.

Aquela cabeça pelada atraia mãos perversas dos colegas de escola, que passavam cuspe na mão e aprumavamuma"bisca"queressoavanaclasse.Novosrisosecoavam.Paranãocontrariarmeuvelhopai continueicortandoocabeloaseuestilo,masaprendiadáotroconaquelesqueinsistiammeprovocar.

Nuncafuioqueridinhodaturma,aindaporcimaexibiaunsdentesestragadosocultadosnabocafechada. Trabalhei desde de criança, precisava ajudar a minha mãe, minha grande companheira. Ainda assim guardei aquela criança que corria descalço, que nadava no rio, que adorava ouvi histórias... com todo carinhodentrodemim.

Elemeensina,assimcomotodasascriançasquemecerca,queossonhossãoblindados,queaotorná-los realidadeurgequeseplantenovossonhosimediatamente.

Tambémmeensinaqueomaléumacargamuitopesada,éprecisojogarfora,sedesfazerdessabagagem desprezível. Renascer todos os dias na esperança de construir novos caminhos, de tornar o impossível possíveledeseguircantando,semdesprezodaslágrimasedasdores.

Guardo esse menino em mim como uma das coisas mais preciosas de minha vida, ele que me ensina a perdoar e a pedir perdão, coisaque muita gentegrandenão sabe fazer. Aindaandamosdemãosdadase caminhamosalegresatéobarbeiroondeavozdemeupaiordena:-Estilomilitar!...ZT.

ZECA - CHEFE DA NAÇÃO

Dei ordens a todos os órgãos do governo que fosse tomada providências com urgência sobre a situação calamitosa vivida pelo povo yanomami. É inconcebível que se passe fome pisando em cima de ouro. Fica determinada a retirada dos garimpeiros invasores, todo material encontrado na extração ilegal, não será destruído,seráconfiscado.Umpaíspobrecomoonossonãosepodedaraoluxodedestruiratéaeronaves. Todomaterialconfiscadoserádoadoàsinstituiçõesqueprestamserviçosvoluntárioanação. Haverá licitação para contrato de empresa mineradora para exploração do ouro nas terras indígenas, sendo determinado porcentagens para os povos yanomami, para a nação e para um fundo de reflorestamentoapósaexploração.Podemoscriarumamatacommilharesdecastanheirasparaextração de seus frutos, garantindo assim o futuro destes povos. Boa parte dos garimpeiros será utilizada na exploração pela mineradora contratada. Queremos garantir mão de obra a esse povo trabalhador, bem comoumaextraçãocomomínimopossíveldeagressãoaflorestaeaosnossosrios.

Acreditamosqueaçõescomoestatrarápazeprosperidadeaosnossosirmãosindígenas,bemcomoatoda nação. Com o fundo criado destinado ao reflorestamento toda parte degradada será restabelecida. Devolveremosaterraumanovafloresta,muitomaisexuberanteemaisprodutiva.Garantiremosaindaaos

animais nativos o conforto das árvores e das águas sem a presença de mercúrio, usado de maneira criminosa. É assim que queremos o nosso Brasil, vendo todos os seus filhos vivendo com dignidade, usufruindodoconfortoadquiridopelaforçadeseutrabalho.Sóotrabalhohonraopãoquenosalimenta, esseéonovopaís,feitopelaforçadenossosbraçoseacriatividadedenossoscérebros.Vivemospoisesse novoBrasil!...ZT.

INTELECTUAIS

Um grupo de cupins intelectuais (são branquinhos) invadiram uma caixa que eu considerava segura, e resolveramleremosmeuslivros.

Engraçado,apartequeelesgostam,elescomem.ZT.

QUANTO MAIS ESTUDA, MAIS BESTA FICA

Quemmoraoujámorounointeriorconheceessepensamento,eleserefereàspessoasqueforamestudar foraeretornam,quasesempreapasseio,desconectadocomarealidadedoseulugar.Outentandoimpor novoscostumesadquiridosnostemposdeestudo.

Era preciso que os pensadores da educação se dobrassem um pouco sobre o que diz esse pensamento.

Basicamenteeleserefereaoestudo,osistemadeensinoéverticalizado,comosealguémestivessesubindo em uma escada, quanto mais estudo mais subida. Essa ladeira distância o estudante de suas origens, quebraofioqueligaaseuscostumes,suacultura.

Esse rompimento produz um homem desligado de suas raízes, seus novos costumes são ditados pelas regrasdomercado,aquelavidasimplesapoiadanavizinhança,nosamigosqueviravamcompadresperdia osentido.Agora,senhordediplomaequemsabedeumbomemprego,eleprossegueimprimindoamesma verticalidade do ensino, assume a velocidade da nova vida e seu tempo é ocupado por grandes investimentos.Eletemtudo,menostempoparaumaprosacomoamigo.

Na comunidade devidasimplesestaspessoasnão encontram maisespaço, oshabitantesnão conseguem entender como alguém que estudou tanto parece ter ficado mas burro, ou seja, ignorante, mal educado. Observe que todas as comunidades tem suas regras, sua maneira de viver. Não precisam ser escritas, e todos se empenham em respeitar. Estas regras de convívio denominamos cultura. Infelizmente, a metodologia de ensino não consegue caminhar de mãos dadas com a cultura, produzindo o homem de visão horizontal, capaz de identificar a dor de seu semelhante e colocar seu conhecimento em prol do coletivo.

Aosubirosdegrausdaescadaseusolhosseráatraídospornovaspaisagens,masseuspés,raizdocorpose distanciarácadavezmaisdochão.Aeducaçãolhetirouasraízes,agorasórestaexperimentaovôo,num céu onde cifrões garante boa aterrissagem. Poucos, bem poucos conseguem contribuir com seu local de origem.ZT.

O QUE HÁ PARA LER

Governo do Maranhão lança edital do Bolsa Atleta 2024

O Governo do Maranhão, por meio da Secretaria de Estado do Esporte e Lazer (Sedel), abre nesta terça-feira (16) o edital para o programa Bolsa Atleta 2024. Serão destinadas 130 bolsas, no valor de R$ 500, para ajudar os atletas maranhenses no custeio das despesas relacionadas à prática desportiva, como transporte, alimentação, inscrições e aquisição de materiais.

"Como parte da política de incentivo e valorização ao esporte educacional, estamos lançando o edital do Bolsa Atleta 2024. Este ano temos algumas novidades positivas no programa, ampliamos a oferta de bolsas, passamos de 100 para 130 vagas e também ampliamos as vagas para pessoas com deficiência, que passaram de 5% para 10% das bolsas", disse o secretário do Esporte e Lazer, Naldir Lopes.

Inscrições

As inscrições do programa tem início dia 18 e vão até 31 de janeiro, das 13h às 18h. Os candidatos deverão entregar toda documentação exigida em envelopes lacrados, segundo as orientações do edital, na Sala da Comissão do Bolsa Atleta, localizada no Ginásio Costa Rodrigues, no endereço Avenida Gomes de Castro, s/n, Centro, ou enviar via Sedex com data de postagem até dia 31.

O edital pode ser acessado no link: https://sedel.ma.gov.br/uploads/sedel/docs/Edital_004-2024__Programa_Bolsa_Atleta.pdf

Podem se inscrever estudantes do ensino Fundamental e Médio de 10 a 17 anos e estudantes universitários de 18 a 25 anos. 10% das vagas do edital são direcionadas exclusivamente para pessoas com deficiência, como parte da política de inclusão social do esporte.

O programa Bolsa Atleta é divido em 4 categorias de participantes: Estudantil Escolar; Estudantil Escolar com Deficiência; Estudantil Universitário e Estudantil Universitário com Deficiência.

Para se submeterem ao edital, os estudantes da categoria Estudantil Escolar deverão estar devidamente matriculados e cursando ensino médio ou fundamental em escolas públicas ou privadas (desde que esteja na condição de bolsista integral), ter idade mínima de 10 e máxima de 17 até o ato da inscrição, residir no estado do Maranhão, ter autorização dos pais ou responsáveis e estar em plena atividade esportiva, participando de competições nacionais e internacionais, representando o estado. Para pessoas com deficiência, é necessário apresentar laudo médico.

Já na categoria Estudantil Universitário, é necessário que os estudantes estejam devidamente matriculados e cursando ensino superior em instituições públicas ou privadas (desde que esteja na condição de bolsista integral), ter idade mínima de 18 e máxima de 25 anos no ato da inscrição, residir no Maranhão e estar em plena atividade esportiva, participando de competições nacionais e internacionais, representando o estado. Para pessoas com deficiência, é necessário apresentar laudo médico.

(Rio de Janeiro, 12 de dezembro de 1963) é um ex-futebolista brasileiro.

Carreira[editar | editar código-fonte]

Natural de São Luís, no Maranhão, jogou como atacante e começou a ser notado ainda estudante ao integrar a equipe de juniores do Maranhão [2] Em seguida, foi trazido pelo Sport Club Internacional de Porto Alegre para suas categorias de base tornando-se, por lá, campeão gaúcho nas categorias de base. [2] Depois, ele deixa o Inter e retorna para São Luís, onde se torna profissional jogando no Tupan Football Club. Terminou a temporada de 1984 como segundo artilheiro do Campeonato Maranhense[3] e foi comprado imediatamente pelo Moto Club para a temporada seguinte. [2] Depois de um ano e meio, ele deixou o Moto Club e se mudou para o exterior, assinando com o C.D. Nacional, da Madeira. [2] Ele joga uma temporada em Portugal e retorna ao Brasil para se juntar ao Vitória do Mar. Mas ficará apenas quatro meses no São Luís, após o que voltou à Europa desta vez para jogar na França pela Ligue 2. [2] Este foi o início de um período em que ele jogou em vários países. Depois da França, jogou na Turquia, Bélgica, Iugoslávia, Marrocos, Israel, Estados Unidos, etc.[2] Enquanto na Iugoslávia, jogou ao lado de Jatobá e Marquinhos no clube sérvio FK Spartak Subotica, que jogava na época na Primeira Liga iugoslava. Ele fez duas partidas e marcou uma vez na Primeira Liga Iugoslava de 1990-91. [4] Após nove anos no exterior, retornou ao Brasil, ao São Luís, e jogou com Sampaio Corrêa até o fim da carreira. [2] Quando ele se aposentou, ele começou sua carreira de treinador. Começou como auxiliar técnico no Expressinho, depois foi treinador principal do Boa Vontade (2003[5][6]) e do São José de Ribamar (início da temporada 2011[7]). [2] Ele também treinou as categorias de base de Uberlândia e Sampaio Corrêa. No Sampaio Corrêa, além das categorias de base, ele também treinou o time principal em três oportunidades. [2] Ele tinha sido o assistente técnico de Hércules Venzon no Sampaio Corrêa até Venzon renunciar, e por um período em fevereiro de 2008 Osvaldo Monteiro foi o interino da equipe,[8] mas em março de 2008, ele estava de volta como assistente técnico no clube. [9] Em junho de 2009, ele estava treinando por algum tempo Americano,[10] um cargo que ele ainda ocupava em julho de 2010. [11] Em 20 de setembro de 2010, tornou-se vice-campeão da Copa FMF Sub-18 com o Sampaio Corrêa. [12] Em abril de 2016, ele está treinando as equipes da OAB. [2]

Ele é ocasionalmente referido como Oswaldo Monteiro pela mídia. [13]

Referências[editar | editar código-fonte]

^ Nota: o jugoslavo "1990-1991 Tempo almanah" dá como data de nascimento 11 de Outubro de 1963

^ Jump up to:um b c d e f g h i j Uma (nova) História do Futebol no Maranhão , Por Leopoldo Gil Dulcio Vaz ? Parte ii at cev.org.br, 10 April 2016, consultado em 13 June 2016

^ Revista Placar 1984 página 76

^ Tempo amanah 1990/1991 página 42

^ Revista Placar 2003 página 77

^ Tubarão vai iniciar a corrida pelo bicampeonato em imirante.com, 8 de março de 2003, Consultado em 13 de junho de 2016

^ Imperatriz e São José abrem o segundo turno da Copa União em oprogressonet.com, 27 de outubro de 2011, Consultado em 13 de junho de 2016

^ Sampaio deve anunciar novo técnico terça-feira em imirante.com, 23 Fevereiro 2008, Consultado em 13 Junho 2016

^ Sampaio x São José em blogsoestado.com, 12 de março de 2008, Consultado em 13 de junho de 2016

^ Moto Club vence Americano e anuncia os primeiros reforços em jornalpequeno.com.br, 20 June 2009, Consultado em 13 June 2016

OSVALDO MONTEIRO

^ Sampaio só empata jogo-treino e frustra torcida at oquartopoder.com, 1 July 2010, Consultado em 13 June 2016

^ SAMPAIO CORREA É O VICE CAMPEÃO DA COPA FMF SUB-18 em assisaraujoesporteamador, 20 September 2010, Consultado em 13 June 2016

^ Exemplos: 1 ou [1]

A vida e obra de Fran Paxeco foram evocadas na tarde de 4 de março pelo investigador de história local António Cunha Bento na palestra de abertura do programa comemorativo dos 150 anos do nascimento do jornalista, escritor e diplomata setubalense.

No encontro “Um Olhar sobre Fran Paxeco e os seus livros”, realizado na Biblioteca Pública Municipal, Cunha Bento lembrou o percurso de vida de Fran Paxeco, que nasceu a 9 de março de 1874 em Setúbal e viveu entre 1895 e 1925 no Brasil, para onde partiu em exílio voluntário para escapar a uma eventual pena de prisão.

No Brasil, fundou e escreveu em jornais, foi professor, diplomata e escritor e participou ativamente na vida pública, sobretudo em São Luís do Maranhão.

“Fran Paxeco teve uma atividade muito dinamizadora da vida pública nesta região brasileira. Tinha uma grande influência na sociedade e participou na fundação de diversas instituições, incluindo a Faculdade de Direito do Maranhão e a Escola das Belas Artes”, referiu António Cunha Bento.

Apesar de possuir apenas o 12.º ano, o diplomata ensinava Língua Portuguesa e outras disciplinas nas escolas do Maranhão, onde deixou a sua marca também como escritor.

“As maiores referências da obra literária de Fran Paxeco são mesmo os seis livros que escreveu sobre esta região. Ainda hoje ele é muito lembrado e homenageado na sociedade maranhense”, sublinhou António Cunha Bento.

Além dos livros sobre o Maranhão, entre os mais de 70 títulos escritos por Fran Paxeco uma das obras mais conhecidas é “Setúbal e as suas celebridades”, onde retrata a sociedade da época.

“É curioso como como ele retratou tão bem a sociedade setubalense, apesar de se encontrar a viver no Brasil na altura. Ele tinha muitos amigos em Setúbal que o ajudaram nas pesquisas.”

António Cunha Bento nota que uma das particularidades da obra de Fran Paxeco é as dificuldades que coloca na leitura, devido a uma característica especial do autor.

EVOCA VIDA E
PAXECO
CONFERÊNCIA
OBRA DE FRAN

“Ele escrevia com uma ortografia muito própria e usava uma linguagem muito rebuscada. É um pouco difícil de ler, por vezes.”

Durante os trinta anos em que viveu no outro lado do Atlântico, Fran Paxeco não esquecia Setúbal, nem a cidade deixava de o lembrar e receber bem.

“Fran Paxeco tinha sempre muitas saudades da terra natal e vinha a Setúbal sempre que podia. Quando cá estava era sempre convidado para participar em conferências e outros eventos da vida pública.”

O encontro “Um Olhar sobre Fran Paxeco e os seus livros” decorreu no âmbito da exposição bibliográfica “Fran Paxeco – Autor do Mês”, inaugurada no dia 1, na Biblioteca Municipal, onde está patente até 30 de março, de segunda a sexta-feira entre as 09h00 e as 19h00 e aos sábados das 14h00 às 19h00.

A 9 de março, às 18h00, o investigador Cunha Bento regressa ao equipamento cultural para nova conferência sobre a vida do homenageado.

Nascido em Setúbal a 9 de março de 1874 e falecido a 17 de setembro de 1952, Manuel Francisco Pacheco, mais conhecido como Fran Paxeco, escreveu sobre história, literatura e economia, em jornais e revistas, além da publicação de vários livros.

Desempenhou cargos diplomáticos no Brasil e Inglaterra e foi secretário do presidente da República Bernardino Machado.

As comemorações dos 150 anos do nascimento deste ilustre setubalense prosseguem em 2025, com um programa extenso e diversificado, organizado pela Câmara Municipal de Setúbal.

“HOBBY

NELSON CARVALHO MARCELLINO

Até com certa frequência a imprensa nos dá conta de mortes e ferimentos em rachas ou pegas e “rolezinhos” de carros e motos, utilizando a manobra Cavalo de pau, e fico sensibilizado com o mau uso do termo que me remete à infância quando eu brincava com os cavalinhos de pau, desde muito novinho. Essas lembranças são inesquecíveis e se chocam com o uso para nomear a manobra assassinanasruas,eemterrenosbaldios.

Se você tiver curiosidadepodever asdiferenças entreessaspráticasnos sitesdainternet, mas eujá deiumgoogle,eláasinformaçõesestãodeacordocomasminhasexperiênciasvividasouassistidas.

Cavalo de pau ou cavalinho de pau “é um brinquedo clássico entre as crianças, especialmente na primeira infância. Trata-se de um brinquedo com uma cabeça de cavalo presa a um pedaço de madeira,podendoounãoseracompanhadoderodas”.

O uso desse brinquedo se popularizou a partir do século XV, como imitação pelas crianças das atividadesdosadultos,quandoocavaloeraoprincipalmeiodetransporteetração, Emmuitascomunidades,mundoafora,abrincadeirautilizandoobrinquedopermaneceatéhoje.

Já o outro Cavalo-de-pau “é uma manobra executada com veículo automotor, que consiste numa freadabruscaegiroouguinadadovolante,fazendooveículoderraparedarmeiavoltaatépararem posição invertida”., Ele é visto como uma das técnicas de pilotagem, mas pode ser também uma brincadeira ao volante. E eu acrescento que em rachas, pegas ou “rolezinhos” a manobra fica muito arriscada pois é feita em locais públicos não adaptados para esse fim, e sem equipamentos de proteção.,

Mas,hojefiqueimuitocontentecomumanotíciaqueeudesconheciasobreascorridasdecavalinhos depau.

Issomesmoumabrincadeiraquesetransformouemjogo.

Digodepassagem,quenãosouadeptodeteorias, até hojedefendidassobreasorigensdosesportes.

Queelesvieramdejogoseforamcodificadosséculosatrás, na Europa. Comopodeserverificadoem dados da realidade, os esportes continuam sendo codificados ainda hoje, e nem todos vêm do jogo, mas de diferentes ações humanas, como o transporte por exemplo; além disso há muitos jogos que viram esportes, mas também esportes que viram jogos. E isso não para de acontecer ao longo da históriaeatualmente,nummovimentodinâmicoirrefreável.

Mas o brinquedo, a brincadeira, o jogo do cavalinho de pau estão virando esporte, ainda que não federado,emmuitospaíses.

Fiqueipasmoemsaberqueeventosdecorridadecavalinhosdepau,comocampeonatos,ocorremhá maisdeumadécadanaFinlândia,compremiaçãodemedalhasetudomais.

Segundo a notícia que li, em 2023, “ele foi realizado na cidade de Seinäjoki e é o maior evento de cavalos de pau do mundo, de acordo com a organização. A Associação finlandesa de cavalos de pau afirmaqueascompetiçõesjáreunirammaisdemilequinhentaspessoas,numevento,origináriosdo país, ou de outros que não têm essas corridas. Mas, a cultura das corridas de cavalos de pau já acontecetambémemoutrospaíses,aexemplodaSuécia,AlemanhaeReinoUnido.

Sãosimuladasatividadesequestrescomcavalinhosdepau,nomeiodaspernasdoscompetidores,nos moldes das competições de hipismo, com direito a diferentes barreiras, e modalidades como salto, trilhaeadestramento.

Chamadade“hobbyhorsing”aatividadetempresençamajoritáriadeadolescentes,dosexofeminino. Técnica,criatividadeeexecuçãosãoobservadaspelosjuízesdacompetição.

HORSING” - CAVALOS E CAVALINHOS DE PAU

Éumcampeonatoquerequerdosparticipantesaatividadefísicaeaobservaçãoderegras,doisitens consideradospormuitoscomocaracterísticosdoesporte.Mas,muitaspessoasconsideramo“Hobby horsing” somente como atividade recreativa, o que é ótimo, mas não invalida a possibilidade de sua codificaçãotambémcomoesporte.

Fiqueiencantadovendoasimagensdoscompetidores,disponíveisnainternet,sobretudonoyoutube. ElátiveconhecimentodequeascorridasdecavalinhosdepauexistemnoBrasiltambém,masquase semprerestritasàscrianças, ecomoespaçoparamanifestaçãodocomponente lúdico, eaindacomo aspectoutilitáriodepreparaçãodascriançasparamontaremcavalos“deverdade”,emboraparaelas comtodacertezaseuscavalinhosdepausejamconsideradoscomoreais,eosão.Masjáéumavanço–alémdedivertimentocontribuiparaaautoestimadascriançasquepodemseexercitartambém,num mundo cada vez mais sedentário, inclusive para elas, dificultando assim seu desenvolvimento como indivíduoecomopessoa.

Vê-seassimqueaFinlândia emboranãotenhainventadooscavalinhoscertamenteressignificouseu uso,eabriuumanovafrentedeatividadesfísico-esportivas.

Seocavalodepau,comomanobra,proporcionaaadrenalinadocomponente“illins”,segundoCaillois, umestudiosodosjogos-elementodavertigemlevadoaumapotênciamuitomaiselevadadoqueum simples giro sobre si mesmo que até as crianças fazem, evidentemente sem o auxílio das máquinas motorizadas- o cavalinho de pau, apresenta a predominância do “mimicris”, a imitação de outros, vivendocomopersonagens,comumquêdeteatral.

Nada contra o cavalo de pau como manobra. É preciso apenas que como recreação – jogo, sejam utilizados equipamentos de proteção e espaços adequados, e muita consciência dos praticantes, envolvendolimitesparasimesmoseparaosoutroscompetidoreseespectadores.

Mas confesso que paramim as corridas de cavalinhos de pau são encantadoras, entre outras coisassem saudosismo romântico-, pelas memórias de infância que só tem que brincou muito e guarda referências boas da época, para continuar brincando na vida adulta e na velhice. Isso sem que a competição no “hobby horsing” seja exacerbada – afinal o “agôn”, volto a Caillois, está presente em todo jogo, codificado como esporte ou não, mas é preciso tomar cuidado para que não se torne uma competição aguda, e deixar espaço para a brincadeira, para que o componente lúdico da cultura se manifeste,eparaagentileza,tãoemfaltanasociedadeatual.

Isso tudo me fez lembrar como eu gostava de meus cavalinhos de pau que os adultos me davam de presente, geralmente só a cabeça de cavalo e um cabo grudado nela para “cavalgar”. O cabo tinha cores variadas e formava equipes de diferentes. Dava nome a eles, brincava de alimentá-los, etc. A fantasiacorriasolta.

Tinha também os “cavalinhos de pau upa upa”, brinquedos maiores, com que se brincava desde criancinha.EoscavalinhosdoCarrossel,iluminadosegirandonasfeiraseparquesdediversões.Era uma imagem de fantasia colorida e brilhante. Claro também tinha carrossel com peixes, golfinhos, carrinhosetc.,masnadasuperavaocavalgarsemesforçonocavalinhodepau,docarrosseldaminha infância.

Quandonãotinhaobrinquedomanufaturadooufeitoemcasapelosmeuspais,comserroteegrosa,e cabeçacosturadadepanoefeltro,comcrinasdefiosdelã,eumesmoimprovisavaeavassouravelha setransformavaemcavalinho.

Hoje, como em outrosbrinquedos a madeira foi substituída peloplástico, na cabeça dos cavalos, nas hastes que saem dela, perdendo as possibilidades de que o tato encontre diferentes texturas fato destacadoporRolanBarthes,noseu”Mitologias”.Opau–amadeira-ficousónonomedocavalinho.

Quem venham as corridas, como esporte codificado, que elas se popularizem e disseminem os cavalinhosdepau,comobrinquedoebrincadeira,emtodososcantosdomundo.

OS

PINGOS NOS IS

– Postagem da FMB sugere que a LBF tentou enganar a CBB

Presidente da Federação Paraense de Basquete rebate: ‘oficial de mesa Laís Oliveira é nossa filiada’.

Em mais uma publicação, no mínimo controversa, postada no Instagram oficial da entidade, a Federação Maranhense de Basquete, FMB, presidida por Rodrigo Goulart, acusa a Liga de Basquete Feminina – LBF de “tentar enganar a Confederação Brasileira de Basquete-CBB”, ao escalar, irregularmente, a oficial de mesa Laís Silva Oliveira para o jogo de estreia do Sampaio Basquete contra o Sodie Mesquita na temporada 2024, realizado na noite última terça-feira (5), no ginásio Costa Rodrigues.

De acordo com a postagem, a irregularidade é pelo fato de Laís ter sido excluída do quadro arbitral da FMB, por atuar em “Liga pirata”, alusão pejorativa, porém velada, à Liga de Basquete Maranhense –LBM.

A publicação expõe como agravante, a possibilidade da oficial de mesa ter atuado no jogo de estreia do Sampaio Basquete pela Federação Paraense de Basquetebol-FPB, sem ser filiada a mesma.

“É importante ressaltar que a oficial de arbitragem em questão, reside em São Luís e nunca atuou pela Federação Paraense, mesmo assim, se apresentou com uniforme da Federação do estado vizinho, além de ser constantemente flagrada atuando em competições não chanceladas, o que configura falta grave diante do Regimento Interno de Oficiais de Arbitragem da CBB [Confederação Brasileira de Basquete]”, diz um trecho da postagem da FMB.

A postagem também sugere que, a Sodiê Mesquita, derrotada pelo Sampaio Basquete por 76 a 62, peça a anulação da partida, caso seja comprovada a irregularidade. "Antes de comunicar o ocorrido à Federação Internacional de Basquetebol – FIBA, a FMB irá solicitar esclarecimentos à CBB e a FPB sobre o ocorrido”, diz o trecho final do post. Apuração

A produção do BUS – Blog do Uerbet Santos, entrou em contato com representantes das partes envolvidas nesse imbróglio. As assessorias da LBF e da CBB não retornaram nosso contato. A LBM, foi orientada, por meio do seu departamento jurídico, a não se posicionar sobre o assunto, pois não fora citada nominalmente na postagem. A oficial Laís, seguiu a orientação da LBF e também não comentou sobre o ocorrido.

No entanto, a Federação Paraense de Basquete, por meio do seu presidente, José Cordeiro Vieira Neto, não se furtou em esclarecer a situação ao BUS.

Ele disse que recebeu um oficio da Liga de Basquete Maranhense –LBM, no dia 16 de janeiro deste ano, solicitando a filiação do oficial de mesa maranhense, além da documentação da mesma em anexo, comprovando sua experiência em campeonatos brasileiros, em diversas categorias e sua atuação há duas temporadas como delegada dos jogos do Sampaio Basquete como mandante.

De acordo com o entendimento de Vieira Neto, diante da exclusão do seu registro na FMB, a personal trainer Laís se viu obrigada a migrar à Federação do estado vizinho, para assim, continuar seu trabalho nos eventos esportivos da LBF.

“Recebemos um ofício da equipe de arbitragem que atua no Maranhão, pedindo se poderíamos credenciá-la pela Federação do Pará para que pudesse atuar na competição [LBF]. Consultamos a CBB e a LBF, as entidades responderam que não havia nenhum problema em registrá-la em nossa Federação. Inclusive fiz reunião com a minha comissão de arbitragem e ninguém se opôs”, declarou Vieira Neto, numa demonstração de transparência e democracia em seus atos.

Vieira disse ainda que o Estatuto de Arbitragem da sua Federação não prevê impedimento para que oficiais de arbitragem e mesa de ligas como a LBM, por exemplo, sejam também filiados à FPB.

Neto confirmou também que além de Laís, mais quatro oficiais maranhenses que solicitaram ingresso no seu quadro arbitral via ofício, já fazem parte da Federação a qual preside. São elas: Caroline Silva Macieira, Jordana Nunes Schalcher, Luciana Castro de Sousa e Tassiana Virturiano Leão. Das quais, as duas primeiras também foram excluídas definitivamente da FMB.

Depois de confirmar que a oficial de mesa, Laís Oliveira integra seu quadro de oficiais de mesa, o presidente da FPB se colocou à disposição para outros esclarecimentos e disse, por fim, que “essa atitude de Rodrigo Goulart [presidente da FMB], é por ele ser oposição a atual gestão da CBB”.

“Escolhe um trabalho de que gostes e não terás que trabalhar nem um dia na tua vida”. Essa frase, atribuída ao pensador Confúcio, escrita por Laís em seu Instagram, momentos antes do jogo entre Sampaio e Mesquita, ilustrada pela sua foto com o uniforme da FPB, ao lado de duas colegas de mesa (a última da esquerda pra direita na foto acima), representa bem a sua alegria e satisfação pelo trabalho, enquanto oficial de mesa. Segue o jogo!

Por Uerbet Santos (MT/REG N° 0033786/CE)

Fotomontagem e foto: Norrau.com / Reprodução/internet

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Parabéns,@hermesdavi,porsuaconquistanoTroféuMiranteEsporte2024!

Suadedicaçãoetalentoforamreconhecidosna19ªediçãodesteprestigiosoevento,quecelebraosatletas maranhensesesuasnotáveisrealizaçõesem2023.Suavitóriaéumainspiraçãoparatodosnóseum lembretedopoderdoesporteemunireelevarnossacomunidade.

Melhores atletas maranhense são premiados no Troféu Mirante Esporte

Esta foi a 19ª edição do prêmio que já é conhecido como o Oscar do esporte maranhense e é promovido pelo Grupo Mirante com apoio do Governo do Maranhão e da Equatorial Energia. Atletas de vinte e oito modalidades, além do atleta do ano no júri técnico e voto popular e a federação destaque foram premiados.

A solenidade teve inicio com uma homenagem ao ministro do Esporte, André Fufuca e ao vice-governador, Felipe Camarão.

O destaque da noite ficou por conta da homenagem ao Beach Soccer que premiou os três atletas que concorreram: o goleiro Bobó (luva de ouro no mundial), Adriele Rocha (pela segunda vez a melhor do mundo) e Datinha (hexacampeão do mundo), além da federação de Beach Soccer que levou o prêmio de Federação Destaque e Adriele Rocha que, pelo segundo ano consecutivo foi escolhida a melhor atleta no júri técnico.

Veja os atletas dos vencedores

Atletismo – Clara Seguins

Automobilismo – Fábio Cadasso

Badminton – Nayara Sousa

Basquete – A categoria não teve indicados pela Federação

Beach soccer – Adriele Rocha, Bobô e Datinha

Capoeira – Kemilly Bianca

Ciclismo – Paulo Bala

Fisiculturismo – Sissy Figure

Futebol – Moisés Freitas (MAC)

Futsal – Fredson

Ginástica – Ana Heloysa Saraiva

Handebol – Aylla Paredão

Jiu-Jitsu – Lohana Vitória

Jogo de damas – Fernandinho França

Judô – Ítalo Mazzili

Karatê – Jheny Stefany

Kitesurf – Arthur Jucá

Motociclismo – Marcelo Medeiros

Natação – Stefany Amorim

Paralímpico – Davi Hermes

Sinuca – Rogério Corrêa

Skate – Nikoly dos Santos

Surf – Theo Nonato

Tênis de mesa – Paola Morais

Tênis de quadra – Bruna Liotto

Tiro esportivo – Andreia Almeida

Triathlon – Fábio Sobral

Voleibol – Caio Freitas

Xadrez – João Marcelo

Federação Destaque – Beach Soccer

Atleta do ano (Júri técnico) – Adriele Rocha (Beach Soccer)

Atleta do ano (Voto popular) – Heitor Dhammer (Karatê)

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