VOLUME 13 - POESIA MARANHENSE/LUDOVICENSE: OS POETAS ESQUECIDOS - 1945/1960

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VOLUME 13 POESIA MARANHENSE/LUDOVICENSE: OS POETAS ESQUECIDOS –1945 - 1960 LEOPOLDO GIL DULCIO VAZ SÃO LUIS – MARANHÃO 2024

POESIA MARANHENSE/LUDOVICENSE: OS POETAS ESQUECIDOS –

1945 - 1960

LEOPOLDO GIL DULCIO VAZ

Academia Ludovicense de Letras Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão Academia Poética Brasileira Centro Esportivo Virtual

Professor de Educação Física IF-MA(aposentado); Mestre em Ciência da Informação

Rodrigues (2008)1 afirma com base em Ortega y Gasset2 e Julian Marias3, que as gerações literárias compreenderiam, grosso modo, um período de 15 anos. Esta seria a escala.

A poesia do Século XX é dividida em “gerações”, começando pela de Sousândrade4, presidente de honra da Oficina dos Novos; seguindo-se a geração de Correa da Silva, a de Bandeira Tribuzi, e a de Luís Augusto Cassas (Corrêa, 2010)5

Para Buzar (2017)6 , a renovação da literatura no Maranhão começou com visita do escritor Coelho Neto a São Luís em junho de 1899. Os intelectuais maranhenses, que se encontravam anestesiados e desencantados com a literatura, acordaram e procuraram revitalizar o meio literário da Atenas Brasileira. A oportuna presença de Coelho Neto e a chegada de outra figura importante a São Luís, o português Fran Paxeco7 , sacudiram a nossa intelectualidade, que adquiriu alma nova e a movimentar-se para o Maranhão recuperar o prestígio cultural de antanho.

Como resultado dessa nova fase de agitação cultural, fundaram-se várias agremiações, salientando-se, em primeiro plano, a Oficina dos Novos, criada a 28 de julho de 1900, patroneada por Gonçalves Dias, e com a participação de intelectuais do porte de Francisco Serra8, João Quadros9 eAstolfo Marques10

1 RODRIGUES, Geraldo Pinto. A Geração de 45 na poesia brasileira. In POETA POR POETA. São Paulo, Marideni, 2008, disponível em http://www.antoniomiranda.com.br/ensaios/geracao_de_45_na_poesia_brasileira.html , acessado em 09 de março de 2014

2 José Ortega y Gasset foi um filósofo, ensaísta, jornalista e ativista político, fundador da Escola de Madrid. Ortega é amplamente considerado o maior filósofo espanhol do Século XX. Wikipédia

3 Julián Marías Aguilera foi um filósofo espanhol, considerado o principal discípulo de José Ortega y Gasset. Foi diretor do "Semanário de Estudos de Humanidades", membro da Real Academia Espanhola e da Real Academia de Belas-Artes e doutor honoris causa em Teologia pela Universidade Pontifícia de Salamanca Wikipédia

4 Joaquim de Sousa Andrade, mais conhecido por Sousândrade (Guimarães, 9 de julho de 1833 São Luís, Maranhão, 21 de abril de 1902), foi um escritor e poeta brasileiro Formou-se em Letras pela Sorbonne, em Paris, onde fez também o curso de engenharia de minas. Republicano convicto e militante, transferiu-se, em 1870, para os Estados Unidos. Publicou seu primeiro livro de poesia, Harpas Selvagens, em 1857. Viajou por vários países até fixar-se nos Estados Unidos em 1871, onde publicou a obra poética O Guesa, em que utiliza recursos expressivos como a criação de neologismos e de metáforas vertiginosas, que só foram valorizados muito depois de sua morte, sucessivamente ampliada e corrigida nos anos seguintes. No período de 1871 a 1879 foi secretário e colaborador do periódico O Novo, dirigido por José Carlos Rodrigues, em Nova York (EUA). De volta ao Maranhão, aderiu com entusiasmo à proclamação da República do Brasil em 1889. Em 1890 foi presidente da Intendência Municipal de São Luís. Realizou a reforma do ensino, fundou escolas mistas e idealizou a bandeira do Estado, garantindo que suas cores representassem todas as raças ou etnias que construíram sua história. Foi candidato a senador, em 1890, mas desistiu antes da eleição. No mesmo ano foi presidente da Comissão de preparação do projeto da Constituição Maranhense. Morreu em São Luís, abandonado, na miséria e considerado louco. Sua obra foi esquecida durante décadas. Resgatada no início da década de 1960 pelos poetas Augusto de Campos, Haroldo de Campos e Décio Pignatari revelou-se uma das obras mais originais e instigantes de todo o nosso Romantismo, precursora das vanguardas históricas.Em 1877, escreveu: Ouvi dizer já por duas vezes que o Guesa Errante será lido 50 anos depois; entristeci - decepção de quem escreve 50 anos antes Sousândrade – Wikipédia, a enciclopédia livre (wikipedia.org)

5 CORRÊA, Dinacy Mendonça. UMA ODISSÉIA NO CENTRO HISTÓRICO DE SÃO LUÍS. Revista Garrafa 22, setembro-dezembro 2010, disponível em http://www.letras.ufrj.br/ciencialit/garrafa/garrafa22/dinacycorrea_umaodisseiano.pdf

6 BUZAR, Benedito. A OFICINA DOS NOVOS E A AML, A OFICINA DOS NOVOS E A AML - Blog do Buzar (blogsoestado.com)

7 Fran Paxeco – Wikipédia, a enciclopédia livre (wikipedia.org)

8 Francisco Serra (bn.gov.br)

No rastro da Oficina dos Novos, surgiram outras entidades culturais, dentre as quais a Renascença Literária, o Grêmio Literário Maranhense, a Cooperação Sotero dos Reis, o Clube Nina Rodrigues e o Grêmio Odorico Mendes, que promoviam conferências, publicavam livros, jornais e revistas e lançavam concursos literários, tudo isso sob o impulso de uma nova geração de escritores, ávidos de ressuscitar os tempos da Atenas Brasileira.

Nesse cenário de plena fermentação literária, nasce a 10 de agosto de 1908 a Academia Maranhense de Letras, solenemente instalada a 7 de setembro daquele ano, tendo como patrono Gonçalves Dias, fato que levou muita gente imaginar que o aparecimento dessa instituição seria para ocupar o lugar da Oficina dos Novos.

Ricardo Leão quem bem definiu o termo “atenienses” para caracterizar a condição de literatos do Maranhão:

“Entende-se por ‘atenienses’ um grupo de intelectuais surgidos durante o século XIX, mais especificamente em São Luís do Maranhão, decorrente do epíteto de ‘Atenas Brasileira” que a cidade recebeu em função da movimentada vida cultural e do número expressivo de intelectuais e literatos ali nascidos ou residentes11 depois em parte migrados para a Corte no Rio de Janeiro -, com um papel muito importante na configuração da vida política e literária do país que tinha acabado de emancipar-se da antiga metrópole portuguesa. Os ‘atenienses’ são, portanto, os vários grupos de intelectuais e homens de letras surgidos em torno da cidade letrada de colonização portuguesa, como São Luís, a qual teria sido um dos poucos centros de intensa atividade intelectual do primeiro e segundo período imperial brasileiro. [...]”. (Leão, 2011, p. 312 .

A versão oficialmente estabelecida da história da literatura maranhense, com a recente renovação dos debates sobre esse tema, está sendo revista. Lacunas e contradições têm sido apontadas nas investigações históricas até então empreendidas, instigando novos estudos, novas versões, novos olhares – às vezes olhares desconfiados (DURANS, 2009; 2012)13 .

Reis Carvalho (citado por DURANS, 2012)14 dividiu a literatura maranhense em três ciclos (CARVALHO, 1912, v. 4, p. 9737, 9742 e 9748)15 ; Mário Meireles16 , seguindo e citando a periodização de Reis Carvalho, admite, no século XIX, a presença de três grandes ciclos, embora ressaltando que, no início daquele século, ocorreu um ciclo de transição (1800-1832); no prefácio da Antologia da AML apresenta seis fases, sendo a última a que corresponde ao ciclo do modernismo (início da década de 50...).

Jomar Moraes é responsável por consolidar a demarcação da literatura maranhense em ciclos, uma vez que se propõe a atingir o objetivo de

[...] apreciar a evolução da literatura maranhense, assim como o papel que lhe cabe no contexto da literatura brasileira, examinando a questão sob seus aspectos mais relevantes [...]: o da

9 João da Costa Gomes (João Quadros) – Academia Maranhense de Letras

10 Astolfo Marques – Wikipédia, a enciclopédia livre (wikipedia.org)

11 MEIRELES, Mário; FERREIRA, Arnaldo de Jesus; Vieira filho, Domingos. ANTOLOGIA DA ACADEMIA MARANHENSE DE LETRAS –1908 – 1958. São Luis: AML, 1958

MEIRELES, Mário; FERREIRA, Arnaldo de Jesus; Vieira filho, Domingos. ANTOLOGIA DA ACADEMIA MARANHENSE DE LETRAS –1908 – 1958. São Luis: AML, 1958. Edição fa-similar comemorativa do centenário de fundação da Academia Maranhense de Letras, AML, 2008.

12 LEÃO, Ricardo. OS ATENIENSES – a invenção do cânone nacional. Imperatriz: Ética, 2011

13 DURANS, Patrícia Raquel Lobato. OS NOVOS ATENIENSES E O IMAGINÁRIO DE DECADÊNCIA: as representações em Missas negras, de Inácio Xavier de Carvalho. São Luis, 2009. Monografia apresentada ao Curso de Especialização em Língua Portuguesa e Literatura Brasileira da Universidade Federal do Maranhão para obtenção do título de Especialista em Língua Portuguesa e Literatura Brasileira. Orientadora: Prof. Dra. Maria Rita Santos. Disponível em http://www.geia.org.br/pdf/Monografia_Patr%C3%ADcia_Normalizada.pdf , acessada em 11 de março de 2014.

14 DURANS, Patrícia Raquel Lobato. A LITERATURA MARANHENSE NA HISTORIOGRAFIA LOCAL: representações e contradições. In LITTERA ON LINE, Número 05 – 2012, Departamento de Letras | Universidade Federal do Maranhão, disponível em file:///C:/Users/Leopoldo/Downloads/1270-4439-1-PB%20(1).pdf , acessado em 08 de março de 2014

15 CARVALHO, Antônio dos Reis. A literatura maranhense. In: BIBLIOTECA Internacional de Obras Célebres. Rio de Janeiro: Sociedade Internacional, 1912. v. 20. (citado por DURANS, 2012).

16 MEIRELES, Mário. PANORAMA DA LITERATURA MARANHENSE. São Luís: Imprensa Oficial, 1955; MEIRELES; FERREIRA; e VIEIRA FILHO, 1958; 2008, obras citadas;

importância pessoal de certas figuras e o da repercussão que como grupo geracional foi possível alcançar [...]. (MORAES, 1976, grifo nosso)17

Bandeira Tribuzi, pseudônimo de José Tribuzi Pinheiro Gomes, (São Luís do Maranhão, 2 de fevereiro de 1927 8 de setembro de 1977) foi um poeta brasileiro.[ Filho de pai português e mãe maranhense descendente do pintor italiano radicado em São Luís Domingos Tribuzzi, até 1946 viveu em Portugal, estudando na Universidade de Coimbra.

Iniciou o Modernismo no Maranhão em 1948, com a publicação do livro de poesia "Alguma Existência" Ao lado do ex-presidente José Sarney, José Bento e outros escritores, fez parte de um movimento literário difundido através da revista que lançou o modernismo no Maranhão, AIlha, da qual foi um dos fundadores. Ramos (1972, p. 9-10)18 afirma que “o Maranhão sempre participou dos grandes movimentos culturais surgidos no Brasil, dando ele mesmo, em muitas ocasiões, o grito de renovação que empolga”. Esse autor classifica nossa literatura em nove fases, sendo, para este estudo, considerada as duas últimas: 8ª fase – a da geração de 50, que prosseguiu com êxito, a renovação modernista, chegando à poesia concreta1 e neoconcretista , ao mesmo tempo em que parte dela se voltava para o romantismo e o simbolismo, fenômeno que também ocorreu no âmbito nacional; 9ª fase – a partir de 1969, de jovens que buscavam, através de movimentos como aAntroponáutica , novas formulas poéticas e, como reação ao modernismo, já concluindo o seu ciclo, o movimento dos trovadores .

Nos anos 50/60, Cruz (Machado) (2006)19 refere-se à Galeria dos Livros, do emblemático Antônio Neves, onde eram lançados os livros, nas famosas noites de autógrafos. Era Arlete Cruz quem organizava as ‘noitadas’, distribuindo os convites, o coquetel, no espaço cedido, sem custos, para aqueles então jovens literatos, artistas, intelectuais.

É nesta mesma época que aparece o Suplemento Literário do Jornal do Maranhão – por um período dirigido porArlete Cruz (Machado) -, um semanário daArquidiocese dirigido por José Ribamar Nascimento.

Surge o Plano Editorial SECMA e o Concurso Literário e Artístico “Cidade de São Luís”, com objetivo de incentivar a produção intelectual e literária de alto nível do Maranhão (Leão, 2008)20. O Concurso Literário eArtístico Cidade de São Luís, foi criado em 1955 por lei municipal, mas realizado somente a partir de 1974 pela Prefeitura de São Luís, por meio da Fundação Municipal de Cultura (FUNC).

Para Borges, Abreu, Garrone e Chalvisnki (2016 - os editores da Antologia da Akademia dos Parias)21, a poesia produzida no Maranhão até o final dos anos 1940 permaneceu presa a uma linguagem do final do século 19, predominantemente parnasiana. Foi o poeta Bandeira Tribuzi, voltando de Portugal, onde fora seminarista, quem trouxe para São Luís, em 1947, algo do modernismo português de Fernando Pessoa e Almada Negreiros, além de poetas brasileiros da Semana de Arte Moderna de 22, principalmente Mario de Andrade e Manuel Bandeira.

Ainda assim, os escritores que começaram a escrever nos anos 1950 na capital maranhense foram muito mais influenciados pela Geração de 4522, cuja proposta era combater os ‘excessos’ do modernismo brasileiro.

17 MORAES, Jomar. APONTAMENTOS DE LITERATURA MARANHENSE. São Luis: SIOGE, 1976

18 RAMOS, Clovis. NOSSO CÉU TEM MAIS ESTRELAS – 140 anos de literatura maranhense. Rio de Janeiro: Pongetti, 1972

19 CRUZ (MACHADO), Arlete Nogueira da. SAL E SOL. Rio de Janeiro: Imago, 2006.

20 LEÃO, Ricardo. Entre Carrancas e Monstros: a jovem poesia e literatura maranhenses. O GUESA ERRANTE, edição de 23 de abril de 2008, disponível em http://www.guesaerrante.com.br/2008/5/20/Pagina1026.htm

21 BORGES, Celso; ABREU, Fernando; GARRONE, Raimundo; CHALVINSKI, Marcelo. AKADEMIA DOS PÁRIAS: A POESIA ATRAVESSA A RUA. Teresina: Halley, 2016.

22 A Geração de 45 representou um grupo de literatos brasileiros da terceira geração modernista. Ela surgiu com a "Revista Orfeu" (1947) e teve representantes tanto na prosa quanto na poesia. A geração de 45 marca o início da Guerra Fria, da corrida armamentista, bem como o fim da segunda guerra e de muitos governos totalitários, do qual se destaca o nazismo alemão. No Brasil, o período foi da redemocratização do país e a Era Vargas. Com Getúlio Vargas no poder, essa fase seria marcada pela repressão, censura e a ditadura que avançava. O movimento moderno das artes buscava criticar a sociedade, ao mesmo tempo que se distanciava da arte acadêmica. Isso, deu lugar ao folclore, aos regionalismos, aos múltiplos subjetivismos, dentre outros. Foi nesse contexto, que os escritores da terceira fase modernista produziram suas obras.

O modernismo foi um movimento artístico e cultural que surgiu no século XIX, no entanto, no Brasil iniciou-se com a Semana de Arte Moderna, em 1922.

Nasceu em Coelho Neto-MA, a 24 de outubro de 1923 e faleceu em São Luís, a 24 de agosto de 1988. Fez seus estudos de 1o grau no Piauí (União e Teresina) e os do 2o grau em São Luís. Bacharel

Por ser um longo período que abriga diversos autores e estilos, o Modernismo no Brasil está dividido em três fases: A Primeira Fase Modernista, conhecida como “fase heroica” começa em 1922 e vai até 1930. Foi marcada pelo radicalismo, inspirado nas vanguardas europeias. Nesse momento surgiram vários grupos modernistas: Pau-Brasil (1924-1925), Verde-amarelismo ou Escola da Anta (1916-1929), Manifesto Regionalista (1926) e Movimento Antropófago (1928-1929). Na Segunda Fase Modernista (1930-1945), conhecida como “Fase de Consolidação” o movimento foi marcado pelo nacionalismo e regionalismo, com predomínio da “prosa de ficção”. A Geração de 45, no contexto da Terceira Fase Modernista (1945-1980), já inclui aspectos pós-modernos. Por isso é também chamada de “Fase Pós-Moderna”, com rupturas entre a primeira e a segunda fase. Assim, fica claro, que a ideia inicial difundida pelos Modernistas de 22, vinha sofrendo mudanças com o passar do tempo. Geração de 45Terceira Geração Modernista - Toda Matéria (todamateria.com.br)

pela Faculdade de Direito de São Luís, Turma Ruy Barbosa, de 1949, da qual foi orador. Advogado e jornalista militante, exerceu, por dois mandatos, a Presidência do Sindicato dos Jornalistas Profissionais de São Luís. Conselheiro da OAB-Secção do Maranhão em repetidos mandatos. Membro (reconduzido) do Conselho Diretor da Universidade Federal do Maranhão e membro do Tribunal Regional Eleitoral. Professor fundador da Escola de Administração Pública do Estado do Maranhão, onde foi titular de Legislação do Trabalho e Previdência Social. Foi redator do Diário de São Luís (até 1951), de O Combate (em 1946), do Diário Popular, editorialista de O Imparcial (de 1952 a 1982) e colaborou em Novidades e no Jornal do Maranhão. Membrofundador do Centro Cultural Gonçalves Dias, onde teve ativa participação e exerceu as funções de Secretário. Detentor da Medalha Sousândrade do Mérito Universitário, da UFMA; da Medalha do Mérito Profissional Almyr Moraes Corrêa, do Rotary Club de São Luís; da Medalha Gonçalves Dias, da Academia Maranhense de Letras. Redator de Debates da Assembleia Legislativa (1947-1951) e Advogado da Caixa Econômica Federal (19511982), cargo em que se aposentou. Advogado autônomo desde 1950. https://issuu.com/leovaz/docs/maranhay_-_antologia_ludovicense_gera__o_30/s/11856091

Clóvis Pereira Ramos nasceu em Tabatinga, então município de Benjamim Constant, no Estado do Amazonas, no dia 20 de novembro de 1922. Filho de maranhenses, José da Silva Maya Ramos, sargento do Exército, que servia longe de sua terra natal e de Josephina Pereira Ramos, parteira. Foi o filho mais novo e teve duas irmãs, Jacyra e Carmelita. A família retornou para São Luís, quando Clóvis ainda era criança (tinha cinco anos) e este lá estudou as primeiras letras. Foi aluno do curso secundário no Colégio Militar de Fortaleza, não tendo vocação para a carreira das armas. Em 1945, retornou ao Maranhão, onde concluiu o curso de perito-contador na Academia de Comércio do Maranhão, tendo posteriormente se transferido para o Rio de Janeiro, em busca de mercado de trabalho. Em 1950 casou-se em Parnaíba, Piauí, com Heloísa Meireles Ramos, que lhe daria três filhas, Esmeralda Branca, Clara de Assis e Rita de Cássia, retornando ao Rio com a esposa. Tornou-se Bacharel em Direito pela Faculdade de Direito do Rio de Janeiro, em 1953. Uma vez formado, retornou ao Maranhão, tendo servido como Promotor Público em Vargem Grande e em São Vicente de Férrer. Nesse período fundou, com outros “A Luz” e “O Motivo”, jornais de propaganda do Espiritismo. Colaborou em vários jornais de S. Luís, como “Correio da Tarde”, “Jornal do Dia”, “O Imparcial” e “Diário da Manhã”. Voltou ao Rio de Janeiro, onde trabalhou em contabilidade e foi jornalista, colaborando em revistas de orientação religiosa: “Sabedoria”, da editora Sabedoria, de Carlos Pastorino e também na Revista “Boa Vontade”, de Alziro Zarur, da qual, também foi um dos fundadores. Colaborou no “Semanário”, no “O Jornal”, de Assis Chateaubriand, e na revista cultural “O Alvo”, de Paulo Leoni. Ingressando no serviço público federal, foi Inspetor do Trabalho, tendo servido em Mato Grosso, nas cidades de Campo Grande e Três Lagoas, em 1959. Foi transferido para o Estado de São Paulo, no município de S. Carlos em 1961, depois voltou ao Rio de Janeiro e ainda retornou ao Maranhão, em S. Luís, onde exerceu o cargo de Delegado Regional do Trabalho, de 1965 a 1968. No Maranhão dirigiu a página literária “Cultura”, “do Jornal de Hoje”. Ao deixar o cargo a pedido, retornou ao Rio de Janeiro, com a família, e neste Estado permaneceu, tendo residido na cidade de Niterói, onde trabalhou até sua aposentadoria e onde também veio a falecer, em 06 de outubro de 2003. Seu trabalho literário o acompanha desde os tempos de colégio, quando, por vezes, nas provas escolares, escrevia poemas que lhe livravam de notas ruins em matérias que não dominava, como matemática, “já que poeta não precisa saber matemática”, como declarou, certa vez um velho mestre, e permaneceu como atividade diária e frenética até os últimos dias de sua vida, quando escrevia e trabalhava em pesquisa literária, sempre que as dores lhe permitiam.

Clóvis Ramos iniciou sua obra literária como poeta e jornalista, sendo que escreveu poesias, sonetos, trovas e canções, tendo estreado como poeta em 1953, com Evangelho do Poeta. Seus versos e sonetos, inicialmente líricos, foram sendo, posteriormente, cada vez mais imbuídos do espírito evangélico. Realizou também muitos trabalhos que apontam para a orientação moral de cunho espírita, já que adotou esta religião já na infância, por influência dos pais.

A obra de Clóvis Ramos amadureceu para o aspecto da pesquisa biobibliográfica de autores diversos e assim, estudou a poesia brasileira, desde os clássicos até os poetas modernistas, tendo feito diversos ensaios sobre as obras de autores diversos, alguns deles esquecidos, analisando aqueles trabalhos do ponto de vista literário e também procurando ver neles o cunho espírita do qual se achava embebido. Buscou também estudar a poesia argentina e espanhola tendo feito incursões sobre autores daquelas nacionalidades. Pesquisou ainda, nas bibliotecas, jornais antigos, ligados ao Estado do Maranhão, onde resgatou informações sobre a história, a política e a formação do pensamento literário, poesia e literatura, teatro e religião, tendo deixado sobre a imprensa no Maranhão, importante trabalho. O trabalho literário dos autores maranhenses mereceu de Clóvis muita atenção e empenho tendo se esmerado em trazer à tona a contribuição de cada um deles para a literatura em prosa e verso, daquele Estado brasileiro.

Clóvis Ramos também era médium de psicografia, e assim entre os seus escritos, aparecem diversos, que são atribuídos a autores brasileiros, alguns importantes. Por “captação”, como dizia, também escreveu em espanhol, língua que nunca estudou e não dominava, embora pudesse escrever corretamente poemas e canções naquele idioma. No conjunto de sua obra também se destaca, a intensa e mesmo diária, elaboração de sonetos, que ele atribuía ao Espírito que se intitulou “Ibis”, devido a uma encarnação remota desta no Egito, e que com ele se correspondeu no período de 1960 a 1999, tendo deixado cerca de 7.000 belos sonetos, todos de uma grande sensibilidade maternal e de cunho evangélico e muitos deles com orientações pessoais e

premonitórias para o poeta, sua família e amigos, que já sabedores desse dom, lhe pediam orientação sobre como deveriam agir nesta ou naquela situação.

Foi membro da Academia Maranhense de Letras e agraciado com as medalhas Graça Aranha e Gonçalves Dias, e com medalha do Mérito Timbira, do governo do Maranhão. Pertenceu ainda a várias instituições culturais como o Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão, como membro efetivo; à Academia de Letras e Artes de Brasília, que representa como correspondente na Federação das Academias de Letras do Brasil, ao Instituto de Cultura Espírita do Brasil, à Academia Brasileira de Trova e à Associação de Jornalistas e Escritores Espíritas do Brasil, (atual Associação Brasileira de Divulgadores do Espiritismo). No governo de Luiz Rocha, foi Assessor de Comunicação da Secretaria de Cultura do Maranhão e Cidadão de S. Luís, por decreto.

Clóvis Ramos tem poesias suas incluídas em antologias, destacando-se “Seleta literária do Amazonas”, do Prof. José dos Santos Lins, a “Antologia da Cultura Amazônica” de Carlos Roque e a “1ª Antologia Poética dos Advogados do Estado do Rio de Janeiro”. Edição da OAB-RJ. Tem vasta bibliografia levado a público e muito ainda tinha a publicar, mostrando-se incansável no trabalho de pesquisa, sempre pleno de projetos e pensamentos idealistas, que tinham sempre por objetivo o belo e o sentimento de verdadeira fraternidade.

José Carlos Lago Burnett, mais conhecido como Lago Burnett (São Luís, 14 de agosto de 1929 São Luís, 02 de janeiro de 1995) foi um jornalista e escritor brasileiro [1][2] Em São Luís, atuou intensamente na imprensa local e em veículos de cultura com Bandeira Tribuzi e Ferreira Gullar. Considerado um dos expoentes da Geração de 45, passou a exercer atividade jornalística no Rio de Janeiro, principalmente no Jornal do Brasil Seu livro O BALLET DAS PALAVRAS foi lançado em 27 de Outubro de 1951 em São Luís, durante um almoço comemorativo no restaurante dos franceses Charles e Lucia P. Dell Eva, A BRASILEIRA, situado ao lado da Academia de Letras do Maranhão, no então conhecido Beco do Teatro, hoje Rua Godofredo Viana, só que o restaurante ficava no trecho entre a Rua Grande e a Rua da Paz (nesta

esquina fica hoje a Academia de Letras). Nesta comemoração estavam presentes: José Vera Cruz Santana (um dos maiores advogados do Maranhão, brilhante jornalista, já falecido); José Sarney Costa (Ex-Presidente da República, na época acadêmico de Direito); João Ignácio de Souza (Professor Catedrático de Direito); José Ribamar Santos (Advogado de renome em S.Luis); João Albino de Araújo Souza (Promotor Público);José Teixeira de Araújo (Ministro do Tribunal de Contas do Estado); Tácito Caldas (Desembargador, Presidente em exercício dos Tribunais de Justiça e Eleitoral do Maranhão; e Manoel Costa Araújo e Sousa, Domingues Teixeira.

Principais obras

Estrela do Céu Perdido, 1949.

O Ballet das Palavras, 1951

50 Poemas, 1959.

A Língua Envergonhada, 1976.

Obs. Seria o Ferreira Goulart? Ou o outro, que o fez mudar de nome literário?

José Silva Fernandes ( Arari-Ma) - Pensador
União/1950
NOVIDADES 1952

Gustavo Adolfo do Amaral Ornellas (Rio de Janeiro, 20 de outubro de 1885 Rio de Janeiro, 5 de janeiro de 1923), poeta, dramaturgo, jornalista e médium espírita brasileiro.[1][2] Teve atuação dinâmica nos meios literários, destacando-se como autor da peça intitulada O Gaturama, premiada pela Academia Brasileira de Letras Desenvolveu seus trabalhos no campo doutrinário junto à Federação Espírita Brasileira,

tendo sido ainda diretor da revista Reformador [2] Foi médium passista, tarefa que exerceu até aos últimos dias de sua vida, e autor de inúmeras poesias de cunho espírita.

Foto: https://rotary4521.org.br

ABELARDO TEIXEIRA NUNES ( Brasil - Piauí ) Nascido a 10 de fevereiro de 1932, em Regeneração, Piauí. Formado pela Faculdade de Direito de São Luís do Maranhão. Exerceu o magistério público no Maranhão, nas comarcas de Alcântara, Caratupera, e Loreto. Depois exerceu em Minas Gerais, como Promotor de Justiça da Comarca de Montes Claros, tendo, ante, passado pelas comarcas de Rio Pardo de Minas, Coração de Jesus, Brasília de Minas e Salinas. Professor de Direito Processual Penal na Faculdade de Direito de Montes Claro. rofessor do Ensino Secundário. Membro da Academia Montesclarense de Letras. Autor dos livros inéditos: “Canção da Espera Longa”. Poesia; “Chão Grande das Gerais”, contos. Faleceu em 12 de Outubro de 2020.

ANTOLOGIA DE SONETOS PIAUIENSES [por] Félix Aires. [Teresina: 1972.] 218 p. Impresso no Senado Federal Centro Gráfico, Brasília. Ex. bibl. Antonio Miranda

LOUCO DE VONTADE

Um pássaro quis ver livre no espaço

Para cantar um hino à liberdade; Canto de amor, da paz do amor escasso Da paz que foge sempre à Humanidade.

Quisera ser um deus unir no abraço

Os homens, em real fraternidade, Entre dois corações marcar um traço De união fraternal sinceridade...

Quisera ser a luz a cintilar, Um guia só em busca da verdade, Verdade divinal e salutar,

Para sempre extinguir toda maldade; Nem ódio, nem paixão, nem maltratar, Mas sou, decerto, um louco de vontade.

Dagmar Desterro e Silva, mais conhecida como Dagmar Desterro (São Luís, 09 de setembro de 1925 São Luís, 06 de agosto de 2004) foi uma escritora brasileira[1].

Biografia Bacharelou-se em Ciências Jurídicas e Sociais e bacharela e licenciada em Pedagogia pela Universidade Federal do Maranhão. Por muitos anos fora Professora primária, também chefiou o Serviço do Patrimônio da União em São Luís e foi Procuradora Federal no Maranhão[1].

Na Universidade Federal do Maranhão fora Professora titular de Psicologia e de Psicologia Evolutiva, sendo posteriormente alçada ao cargo Professora Emérita[1]. Foi membro do Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão[1]. Em 15 de abril de 1974 fora eleita para a cadeira 24 da Academia Maranhense de Letras, sucedendo Joaquim Dourado. Fora recepcionada em 08 de junho de 1974 pelo acadêmico Mário Martins Meireles[1]. Com a saúde muito fragilizada, falecera aos 78 anos, em 06 de agosto de 2004.

Prêmios e Condecorações

Medalha do Mérito Timbira, conferida pelo Governo do Maranhão

Medalha Gonçalves Dias, da Academia Maranhense de Letras

Medalha Domingos Perdigão, da Faculdade de Direito do Maranhão

Medalha Sousândrade do Mérito Universitária, no grau ouro, conferida pela Universidade Federal do Maranhão Obras[2]

“ Amor, bem sabes tu como te quis... No afeto que minha alma te ofertou, dei-te tudo... Ilusão... Dei-te carinho... uma alma vibrante,

- essa taça de vinho que sorveste feliz, o vinho delirante que tua vida embriagou.

” [3]

Recordando São Luís (1953)

Conflito (1956)

Segredos dispersos (1957)

A vida de Benedito Leite para crianças (1957)

O resto é solidão… e espera (1958)

Parábola do sonho quase vida (1973)

Discursos (1976)

Pedra-vida (1979)

Poemas para São Luís (1985)

Canto ao entardecer (1985)

Olá, amiguinhos!... (1988)

Dois tempos em compasso de estórias (1991)

Seleta poética (1995)

Gilka da Costa de Melo Machado (Rio de Janeiro, 12 de março de 1893 Rio de Janeiro, 10 de dezembro de 1980) foi uma poetisa brasileira.[1] Seu trabalho geralmente é classificado como simbolista. Machado ficou conhecida como uma das primeiras mulheres a escrever poesia erótica no Brasil; também foi uma das fundadoras do Partido Republicano Feminino (em 1910), que defendia o direito das mulheres ao voto,[2] atuando no mesmo também como tesoureira. Desde o resgate de sua vida e obra por pesquisadores nos últimos anos, o interesse pela figura da poeta vem crescendo.

Vida e carreira Machado nasceu em 1893, no Rio de Janeiro, em uma família de artistas; sua mãe, Teresa Cristina Moniz da Costa , era atriz de teatro e radioteatro e seu pai, Hortênsio da Gama de Sousa Melo era poeta.[3] Começou a escrever poesia desde criança. Aos 14 anos, participou de um concurso literário realizado pelo jornal A Imprensa, ganhando os três prêmios principais com poemas sob seu nome e pseudônimos. Os críticos ficaram escandalizados por seus poemas, chamando-a de "matrona imoral".[4]

Seu primeiro livro de poemas, Cristais partidos, foi publicado em 1915. O livro foi prefaciado por Olavo Bilac.[4] Nos anos seguintes, ela publicou os livros: A revelação dos perfumes (1916), Estado de alma (1917), Poesias (1915-1917) - (1918) e Mulher Nua, em 1922. Em 1933 ganhou um concurso da revista O Malho como maior poeta brasileira do século XX.[5]

Vida pessoal Gilka Machado casou-se com o poeta Rodolfo de Melo Machado (1885-1923), com quem teve dois filhos, Hélios e Heros. A filha Heros viria a se tornar conhecida como a bailarina e atriz Eros Volúsia [3] Publicações

Cristais Partidos (1915)[5]

A Revelação dos Perfumes (1916)[5]

Estados de Alma (1917)[5]

Poesias, 1915/1917 (1918)[5]

Mulher Nua (1922)[5]

O Grande Amor (1928)[5]

Meu Glorioso Pecado (1928)[5]

Carne e Alma (1931)[5]

Sonetos y Poemas de Gilka Machado (1932 - na Bolívia)[5]

Sublimação (1938)[5]

Meu Rosto (1947)[5]

Velha Poesia (1968)[5]

Poesias Completas (1978)[5]

Poesias Completas (1992) Org. Eros Volúsia

Poesia Completa (2017) Org. Jamyle Rkain

Prêmios

A maior poetisa do Brasil (1933 - Revista O Malho - Rio de Janeiro)[5]

Prêmio Machado de Assis (1979 - Academia Brasileira de Letras)[5]

José Maria Nascimento José Maria Nascimento é Maranhense de São Luís, nascido a 18 de setembro de 1940. Iniciou sua carreira literária de modo definitivo com o livro Harmonia do Conflito, publicado pela Academia Maranhense dos Novos ( AMANO), em 1965. A seguir, veio a lume Silêncio em família, premiado pela fundação Cultural do Maranhão-FUNC, tendo como Secretário de Cultura o eminente escritor Domingos Vieira Filho. Em 1969 fixou residência no Recife (PE). Em 1972, inscreveu-se no Concurso Literário “Cidade do Recife”, com o trabalho Graças & Danos ou Reflexos Noturnos do Recife, obtendo o primeiro lugar, nesse disputado concurso de âmbito nacional. De regresso à sua terra natal, publica, no decorrer de dez anos de atividades diversas, uma dezena de volumes, dentre os quais alguns deles foram

premiados em concursos instituídos nesta cidade. Atualmente, dedica-se, com ardor à criatividade literária, da qual dá testemunho com este novo livro premiado no ano de 2016, no Concurso Literário “Cidade de São Luís "

– Prémio Sousândrade.

Arthur Rabut : FRACTION (pappers.fr)
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