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A LENDA DA SERPENTE DE MORROS

Rogério Rocha

Ilustração de uma das versões da lenda, onde a cobra grande vive em baixo de uma cidade. Foto: Reprodução http://www.significados.com.br/lenda

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Lenda é uma narrativa transmitida oralmente pelas pessoas, visando explicar acontecimentos misteriosos ou sobrenaturais, misturando fatos reais, com imaginários ou fantasiosos, e que vão se modificando através do imaginário popular.

Quando ainda muita criança, ouvia com muita frequência a história de que na barreira em frente a Igreja Católica (capela dedicada a festa de São Bernardo) vivia adormecida uma grande serpente. Diziam até que a cabeça dela ficava em baixo do templo religioso e sua cauda no início de sua toca às margens do rio. Comentavam os mais idosos da época que quando a cobra gigante se mexia, a barreira do rio quebrava, ameaçando assim a construção da velha ermida.

As crianças da época e até mesmo adultos, evitavam se aproximar sozinhos daquela área. O certo é que havia um pavor muito grande por parte da garotada em se aproximar da região. A serpente quando acordava, devorava gente, devorava virgens. A verdade é que nunca se soube que a tão temida malacatifa tenha de fato, devorado alguma pessoa. Essa, não. Talvez outras.

O que é mais crível, nesta lenda, é que os pais da época, os pais dos seus pais; e, os que vieram antes deles, criaramessanarrativaparaamedrontarseusfilhos efilhas;protegê-losdosperigosdorio,oudeperigosoutros. Não vá para a barreira do rio, não vá para aquele lugar; lá é muito perigoso, existe uma serpente. Recomendavam.

Se houve em toda essa história, algum resquício de verdade, não sabemos. Sabe-se, porém, que a lenda da SerpentedeMorros,seconfundecom alendadaSerpentedeSãoLuís, onde ogigantescoser,vive adormecido dentro das galerias subterrâneas da “Cidade dos Azulejos” e seu corpo ocupa toda região que compreende o Centro Histórico. Reza a lenda que sua cabeça de olhos avermelhados e presas afiadas fica na Fonte do Ribeirão; sua barriga está sob a Igreja do Carmo e a cauda está debaixo da Igreja de São Pantaleão. Destas duas narrativas concluo portanto, que o enredo é praticamente o mesmo diferenciando-se somente pelas características locais.

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Sobre a serpente de Morros, foi atribuída o que ocorrera no final da década de 1960 ao inicio da década de 1970, quando as paredes laterais da Capela de São Bernardo caíram depois de fortes chuvas. Estes fatos que recordo, aconteceram em períodos distintos, portanto, devido à esses dois episódios, que preocupou a cidadezinha isolada do mundo; os mais idosos comentavam que fora a serpente, responsável por tais acontecimentos. Mas, o que houve de verdade é que a região em torno da capela é muito arenosa como toda a cidade, como ainda não havia pavimentação e com as fortes enxurradas acabou abalando a construção em adobe, material pouco resistente à humidade.

O fato, é que, em todo lugar, em qualquer aglomerado humano, grupo social e cultural, existem suas lendas, seus mitos e suas formas de ver e explicar o imaginário coletivo. Essa leitura de mundo ou modo de interpretálo, dá ao humano a capacidade de criá-las e reinventá-las com o passar dos anos. Morros, não é diferente, e como qualquer outro agrupamento humano, tem suas lendas, seus medos, suas crenças. Suas histórias para contar e transmitir de geração a geração, até que desapareça com o tempo.

ORIGEM DA MINHA FAMILIA NO BRASIL!

A Casa De Belfort No Brasil

JOHN WILSON DA COSTA

Casa de Belfort, uma das mais antigas da Europa, pois remonta sua origem aos século XI, estabeleceu-se no Brasil em meados do século XVIII, na pessoa de Lancelot Belfort, conhecido no Maranhão por Lourenço Belfort.

FAZENDA "KYLRUE"

CULTURA DO BICHO DA SEDA

TESTAMENTO

Lourenço Belfort teve notável atividade no Maranhão. Foi Almotacé em 1744, 1750 e 1754; Vereador em 1753 e 1759 e Juiz de Fora interino.

Fundou na margem esquerda do Itapicurú uma importante fazenda, “Kylrue”, dotando-a de igreja e cemitério, como prova o seu requerimento de 7 de setembro de 1769 dirigido ao Vigário Geral do Bispado, Dr. Barboza Canaes, em que pedia licença para benzer a Capela, cuja obra já se encontrava terminada, tendo oitenta palmos de cumprimento e tinta e cinco de largura, com coro, púlpito, tribunas e sacristia; toda forrada e coberta de telhas. Por despacho do Cabido de 23 de fevereiro de 1770, foi concedida licença para se celebrar o santo sacrifício da missa e mais ofícios divinos. As custas dos autos montaram a 1.003 réis.

Diversos historiadores e genealogistas têm escrito sobre a sua personalidade e descendência, mas, por tratarem em tais escritos de partes fragmentárias.

Mestre De Campo Louren O Belfort

Aos cinco de Julho de 1708, nasceu em Dublin, capital da Irlanda, Lourenço Belfort, sendo batizado na Paróquia da Vila de St. Michans, no Arcebispado de Dublin, conforme se vê no documento seguinte, (373) / existente na Torre do Tombo, Arquivo de Marinha e Ultramar, de Lisboa (Doc. avulsos do Maranhão, Ano de 1799):

D.Izabel de Andrade, sua primeira esposa, faleceu na cidade de São Luiz do Maranhão, conforme se verifica do assentamento seguinte:

Certifico que revendo os livros findos de assentos de OBITOS da parochia da Sé Cathedral, no Livro 2, folhas 22, encontrei o seguinte: Em primeiro de Junho de mil setecentos e quarenta e dois faleceu com todos os Sacramentos IZABEL DE ANDRADE , mulher do Capitam Lourenço Belfort, deixando para testamenteiro seu marido, segundo Duarte Pereyra, terceiro Ignácio Camelo de Britto; enterrou-se no Carmo e levou todas as comunidades e capeloens da Sé e deixou quatro filhos, tres maxos e duas femeas aos quais deixou suas terças.E para constar fiz este assento que asssigno era ut supra

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