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A PALAVRA-LAVA-MAGMA-EXPLOSÃO DE FERNANDO BRAGA
Há entre nós uma parceria, como se heterônimos dalgum poeta fôssemos, onde eles, meus versos, sorrateiros nas paráfrases se permitem comigo
logo no primeiro grito, sentir a dor que sinto, mas que nunca em tempo algum deveras finjo. Eles e eu somos um só Fernando, uma só Pessoa…
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Os integrantes da noite – por Carvalho Júnior
Fernando Braga Fernando Braga é um poeta referencial pelo qual nutro muito afeto e admiração. A poesia dele é “densa de conteúdo e expressão” como assegurou ninguém mais ninguém menos do que Carlos Drummond de Andrade. O cântico de Fernando já foi celebrado por Thiago de Mello, Josué Montello, Cassiano Ricardo, Oswaldino Marques, Nelly Novaes Coelho, isso para citar apenas alguns poucos nomes entre tantos que reconhecem e confirmam o talento e a substância da obra do poeta, autor de “Campo Memória”, um canto de amor a São Luís. Tenho Fernando como um irmão que os caminhos da poesia me deram. Uma das pontes para nossa aproximação foi o saudoso poeta Déo Silva, com o qual Fernando Braga teve a oportunidade de trabalhar e conviver. Fui presenteado por Fernando com o livro “Magma” (Editora Kelps, 2014), sendo que, em tal volume de poesia, Fernando se revela, nas linhas e entrelinhas, o mesmo menino de sempre, com as “muitas marcas da vida”. A palavra-lava-magma-explosão de FB vai “Além do verbo”, bem como do título homônimo de Guimarães Rosa. Sobre essa própria relação com o verbo, declara a poesia bragueana: “Estou no meio do verbo / que me divide / eu sou e fui... / De pele e osso cobri-me / e serei de sobras;”. No livro “Magma”, eu pude me deparar com preciosidades como os poemas “O cavalo-tempo” e “O mar de minha culpa”, os quais sempre estarão comigo pelo poder de atravessamento de suas palavras-adagas. Quanto ao antes referido “Campo Senado Federal, Edições Corrêa & Corrêa, Brasília, 1991), em síntese, pode-se dizer que esse poema-livro é um patrimônio sempiterno da ilha-patrimônio da humanidade. Fernando Braga, além de exímio poeta, é um grande crítico-ensaísta. Quão maravilhosas são as suas “Conversas vadias”, nas quais fala da literatura/arte do mundo com um texto vigorosamente envolvente.